OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

PROCESSO EGOICO (1ª PARTE)

"Krishnamurti afirmou o seguinte: 'Você cultivou a investigação com relação ao mundo externo, como a ciência investigando a natureza; você cultivou a pesquisa quanto aos problemas sociais para resolvê-los; mas você não cultivou a pesquisa para compreender a si próprio. Você é tão ignorante de si mesmo!'

No livro A Educação e o Significado da Vida, ele disse também: 'O homem ignorante não é o homem sem cultura, mas aquele que não conhece a si mesmo. E o homem culto é estúpido quando confia no seu conhecimento para obter compreensão.'

Ideias semelhantes foram ensinadas por Buda, Sócrates e vários outros. Nós os temos em alta estima; entretanto, damos ouvido a eles? Não. Por quê? Será que não estamos realmente convencidos da verdade do que eles dizem, mesmo após conhecermos todos os argumentos?

Logicamente, pode-se demonstrar o quanto o ego é destrutivo. Se escolhermos qualquer virtude, qualquer qualidade, e acrescentarmos a ela o ego, vejamos no que se torna. Escolhemos o amor, juntamos a ele o ego e temos apego, possessividade, ciúme, dependência. Escolhemos a humildade, juntamos a ela o ego e temos complexo de inferioridade, servilismo, humilhação. Escolhemos o poder e a habilidade de fazer as coisas, juntamos a eles o ego e teremos dominação e exploração. Escolhemos a sexualidade, juntamos a ela e ego e temos a pornografia.

O ego é a fonte de todos os problemas tanto em nossa vida pessoal quanto na sociedade, porque nós somos o mundo. Se compreendermos esse fato, o que quer que aconteça na sociedade passará a ser um reflexo do que acontece dentro de nós, em nossa consciência.

Será possível nos libertarmos desse processo egoico? Se ele for algo que a natureza criou em nós, como os rins ou os pulmões, não poderemos nos livrar dele, mas apenas lidar com ele. Mas se for algo que criamos a partir do nosso próprio pensamento, ou da maneira como abordamos a vida, então poderemos aprender a abordar a vida de outra maneira. (...)"

(P. Krishna - Novas maneiras de ver o mundo - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 6/7)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

NOVAS MANEIRAS DE VER O MUNDO

"No decorrer da evolução, o ser humano distinguiu-se por uma melhoria na memória, uma maior habilidade para pensar e uma capacidade acentuada para a imaginação, adquirida por toda criança à medida que aprende a falar. Mas a natureza não revela como devemos usar esses dons. Fizemos uso dessas capacidades adicionais para sermos mais gentis, mais atenciosos, para melhor protegermos a Terra, nosso ambiente, e até mesmo nossa própria espécie?

Nos últimos dez anos os seres humanos mataram trinta milhões de seus próprios irmãos em guerras. Trata-se de um processo egoico horrendo. Ele é a causa principal da luta dentro da família, entre irmãos e entre marido e mulher, além de ser a atitude dominante. A causa dessa luta é o mesmo desejo por dominação que se projeta entre as nações. Mas a guerra é apenas uma manifestação numa escala maior, enquanto a sua raiz é a mesma.

Devemos examinar a causa de uma forma mais profunda.  Como ela começa? Se observarmos uma criança crescendo e tornando-se lentamente mais egoísta, veremos que sua imaginação, pensamento e memória, combinados com o seu instinto de buscar prazer e evitar a dor, resulta no prazer psicológico e no medo da dor psicológica. A mente está calculando se pode obter mais segurança e prazer. O desejo de acumular e de proteger a si próprio de qualquer tipo de dano futuro parece perfeitamente natural. Ele surge em toda criança.

Estaremos todos presos nessa armadilha ou poderemos nos libertar, se aprendermos a respeito dela? Os biólogos explicam como a violência chegou até nós por meio do nossa passado biológico; sua explicação não está errada. O ser humano pode se aliar à violência e se tornar um Hitler, ou eliminá-la e se tornar um Gandhi, um Krishnamurti. Há uma liberdade que a natureza deu ao homem, mas não aos animais.

Não podemos fazer com que um tigre se torne vegetariano, mas o ser humano, embora nascido num ambiente não vegetariano, pode deixar de comer carne, se vir a conhecer a compaixão. Temos essa capacidade de mudança. Toda a questão a respeito do que é moral e correto surge somente para o homem. Se ele fosse completamente determinado pelo seu passado biológico, não sendo por isso responsável pelo que faz, como poderia ser culpado? Mas não é esse o caso, realmente. Portanto, devemos exercitar a capacidade de aprender por nós mesmos e, assim, por meio do autoconhecimento, nos libertar da desordem na consciência."

(P. Krishna - Novas maneiras de ver o mundo - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 5/6)
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domingo, 5 de fevereiro de 2017

O QUE É O PROGRESSO? (PARTE FINAL)

"(...) Estudos sobre o cérebro humano avançaram a ponto de fazer algumas pessoas pensarem que podem mudar as características psicológicas de pacientes e clientes. Um repórter escreveu: 'À medida que os neurocientistas aprenderem quais produtos químicos causam determinados traços da personalidade, a tentação de brincar com a natureza será irresistível.' Alguns otimistas e aventureiros no campo da neurociência acreditam até mesmo que, no futuro, estarão em posição de projetar cérebros.

Até onde podemos ver, a capacidade humana de agir não aumenta junto com o aumento do conhecimento e das habilidades tecnológicas. Pode o cérebro insensato, que parece ter tanto talento para causar sofrimento, terminar projetando cérebros que irão melhorar os problemas para a espécie humana e para todos os outros seres incorporados na corrente evolutiva?

A destruição da diversidade da Terra é outra causa de preocupação, mas a grande maioria das nações e das pessoas não está preocupada, e busca um estilo de vida que torna a destruição inevitável. Quem seria capaz de adivinhar o futuro do humilde mamífero das primeiras eras, e imaginar que iria tornar-se algo que propõe redesenhar cérebros por si próprio? Se houvesse oportunidade para alguma outra criatura da natureza intervir como o homem intervém, talvez ela pudesse destruir aquele humilde mamífero. Clonar e imiscuir-se geneticamente nos traços que definem a diversidade das espécies e subespécies pode ser antiprogresso.

O direcionamento na evolução só pode originar-se da inteligência ilimitada do universo, operando naquela esfera eterna onde passado, presente e futuro são um. Os Adeptos dizem que, para eles, passado, presente e futuro são como um livro aberto. Somente uma consciência assim pode saber o que é bom, no final das contas. Um cérebro insignificante e uma mente que nem mesmo reconhece que existe uma inteligência superior podem dar passos regressivos enquanto imaginam que existe progresso. Essa mente pode imaginar-se em posição de decidir que parte da diversidade do planeta deve ser preservada ou destruída; que tipo de progênie é melhor para a vaca, o porco ou o ser humano; como o cérebro deve ser moldado e como substituir características indesejadas para satisfazer nada mais do que sua própria vaidade.

Nós, humanos, somos verdadeiramente parte de uma grande família invisível. 'Deus sabe mais' é um bom ditado quando sabemos que Deus é a vida una, a inteligência suprema, sob cuja visão a direção é clara."

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, Ano 8, nº 30 - p. 15)


sábado, 4 de fevereiro de 2017

O QUE É PROGRESSO? (1ª PARTE)

"O quanto os seres humanos realmente ajudam a produzir o progresso com suas invenções? Existem graves temores sobre o efeito da engenharia genética. Clérigos, parlamentares, médicos e muitas outras pessoas expressaram séria preocupação a respeito da produção de 'bebês geneticamente projetados'. Justifica-se os pais acreditarem que suas escolhas melhorarão as coisas para si ou para a humanidade?

O que decide o progresso evolucionário é apenas uma questão de especulação. Alguns pensadores conjecturaram ou intuíram que havia objetivos embutidos na evolução. Vicornte de Nouy apresentou essa visão no livro Human Destiny, publicado há várias décadas. Outros lhe têm dado apoio com evidências extraídas de seus próprios estudos biológicos e evolutivos.

Edmund Sinnott, no livro Biology of the Spirit, escreveu: 'Um organismo, à medida que se desenvolve a partir de um ovo ou de uma semente, regula de tal maneira seu crescimento que se move firmemente rumo à produção de um indivíduo maduro de uma espécie definida. Um direcionamento e uma autorregulação similares são evidentes nesse comportamento, e assim nos traços mentais, Oferece-se a sugestão de que essa tendência rumo à busca do objetivo, manifesta nas atividades tanto do corpo quanto da mente, é uma característica básica de toda a vida."

Se a própria evolução tem objetivos embutidos, a não ser que se façam tentativas de entendê-los, a tecnologia que produz bebês clonados, ou mesmo porcos ou carneiros clonados, pode não ser benéfica a longo prazo. Deveriam pessoas confusas escolher o tipo de progênie que terão? Que características verão o ulterior desenvolvimento da inteligência superior, da sabedoria e da compaixão? Quem sabe? (...)"

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, Ano 8, nº 30 - p. 14/15)


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

CONSCIÊNCIA

"Tudo que é construído perde sua força no decorrer do tempo, e o cérebro também perde sua vitalidade e coerência com a idade. Mas há mudanças que surgem não devido a qualquer causa física, mas exatamente em virtude da maneira pela qual a mente trabalha em estado de inconsciência. Estamos fazendo aqui uma distinção entre cérebro e mente, atribuindo a esta última uma condição independente. Se a vida fosse um produto da matéria, então a vida deveria secar com a deterioração do corpo, e quando o corpo morre, a vida e a consciência deveriam partir para sempre, como a chama de um pavio que foi consumido. Mas em uma visão profunda da matéria, a vida e a consciência podem ser manifestações de uma energia que é a base do universo, mas que tem de assumir uma forma, uma organização material, para a expressão de significado. De qualquer maneira podemos ver como a consciência limita a si própria. Ela forma ideias em diversas matérias. Essas ideias não são meramente formas de suas ações, mas tendem a se tornar cristalizações que permanecem na mente; a mente se apega a elas, pelo prazer que fornecem ou pelo medo da dor e, então, todo o processo de pensamento realiza-se em relação a elas, gira em torno delas. O homem é um pensador, com a derivação da palavra ‘homem’ indica. Ele está constantemente envolvido na ideação de diferentes tipos. Não pode haver nada de errado com a formação de idéias ou em desfrutar algo agradável, isto é, em registrar uma sensação agradável. Mas complicações apresentam-se quando nos tornamos apegados às sensações ou a idéias e buscamos permanência. Todo apego é um limitador. Mentalmente e emocionalmente levantamos muros ao nosso redor que constituem uma prisão dentro da qual as atividades da mente estão confinadas. Ela permanece enclausurada em seu interior e projeta diversas ideias de lá. Todas essas ideias brotam do solo dos seus condicionamentos, isto é, o terreno das experiências vividas e de suas reações a ela. O homem ambicioso projeta uma imagem de sua própria importância diante de si, a qual busca realizar. Da mesma forma, aquele que tem medo projeta sombras do que pode acontecer a ela a cada muro que lhe aparece.

Se a consciência presente abandona seus apegos, que, na verdade, são suas próprias memórias, imediatamente ocorre uma grande mudança de grande proporção. As memórias não deixam de existir, mas irão retroceder, provocando no presente um estado de completa liberdade e naturalidade. O passado se transformará em mera paisagem. Diz-se que o Buda podia se lembrar de todos os eventos de suas encarnações passadas. Certamente tais lembranças não afetavam de forma alguma sua serenidade, a liberdade que alcançou, e sua atitude benigna para com todos os seres e todas as coisas. O passado era apenas um mapa estendido à sua frente."

(N. Sri Ram - O significado de cada momento presente - Revista TheoSophia, pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, out/nov/dez/2016 - p. 22)