OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 22 de março de 2017

A VERDADEIRA RELIGIÃO

"Se uma religião não insistir em fazer de você um eficiente praticante da compreensão, da concórdia, da misericórdia, da pureza, da renúncia, da beleza, do amor, da compaixão, da verdade... não é religião coisa nenhuma.

A verdadeira Religião não tem um nome específico, nem um Deus com um nome especial e exclusivo.

Sua essência consiste em: amar universalmente; perdoar sempre; sempre servir e amparar; renunciar ao e vencer o fascínio dos sentidos; minimizar a ignorância e o egoísmo; superar o apego; a aversão e o medo; silenciar a mente para que Deus fale; ter Deus como objetivo supremo; orar e vigiar; cumprir de forma perfeita o papel ou tarefa que a Vida reserva a cada um; compadecer-se dos que sofrem; servir sem ideia de recompensa ou mérito; ... Que é isto senão o que devemos fazer como investimentos de Deus?

Só o Amor a Deus e ao próximo nos liberta."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p.127/128)


terça-feira, 21 de março de 2017

AJA COM ALEGRIA

"É sintoma de tolice refletir sobre contratempos e erros, uma vez cometidos, e punir-se por eles, recusando-se a comer. É uma forma bem infantil de correção. Que benefício resulta de tratar mal o corpo visando a, com isto, retificar a mente?

Rechace a ilusão de que ficou velho e doente, fraco e debilitado. Algumas pessoas começam a contar os anos, e se afligem com o avançar da idade, e, como covardes, tremem com medo da morte. Lembre-se você, porém, de que alegria é céu, e tristeza, inferno. Tenha sempre algum trabalho a realizar, e o faça tão bem que lhe dê alegria. Vyaamoham é a poeira que cobre a manga do lampião e esconde a luz. O apego aos objetos sensuais e o prazer que eles dão são a fuligem que gruda dentro da chaminé, e que também bloqueiam a luz. Com namasmarana (repetição do Nome de Deus), limpe a chaminé a cada dia, e a luz brilhará para você e para os outros. Além disso, mantenha boas atividades e boas companhias. Isso ajudará muito ao asceta (sadaka). A atmosfera apropriada é essencial ao aspirante. Esta é a razão por que os sadhakas comumente iam para os ashrams, que os sábios do passado mantinham, e lá passavam a morar. Lá, eles tinham a oportunidade única de ficar imersos em bons pensamentos e santas atividades e desfrutavam de boas companhias."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.  170/172)


segunda-feira, 20 de março de 2017

SEXO E AMOR (PARTE FINAL)

"(...) As religiões se preocupam muito com a moralidade sexual, mas muitas vezes não censuram crueldades cometidas em nome do patriotismo, da busca de poder e de sucesso. Mas as religiões organizadas fazem parte do ambiente que criamos, semeado por esperanças, inveja e separatividade. No terreno religioso, como em outro qualquer, a mente está aprisionada às projeções dos seus próprios desejos. 

Enquanto não houver compreensão profunda de todo o processo do desejo, a instituição do matrimônio, como existe hoje quer no Oriente, quer no Ocidente, não poderá solucionar o problema sexual. O amor não nasce com a assinatura de um contrato; não depende de uma permuta de prazeres ou de conforto. Essas coisas pertencem à mente; é por isso que o amor ocupa um lugar tão insignificante em nossas vidas. O amor não é da mente, é independente do pensamento, de seus cálculos sutis e desejos de autoproteção. Havendo amor, o sexo nunca será problema. 

Os obstáculos e as fugas da mente é que constituem o problema, tanto no sexo como em qualquer outra questão. Por isso, é fundamental compreender os processos da mente, suas atrações e repulsas, suas reações à beleza e à feiúra. Devemos nos observar e nos conscientizar de maneira como olhamos para homens e mulheres. Cumpre perceber que a família está se tornando um centro de separatividade de atividade antissocial, quando serve como meio de autoperpetuação e como defesa de nossa importância pessoal. A família e a propriedade, uma vez centralizada em torno do 'eu', com seus limitantes desejos e lutas, se transformam em instrumentos de poder e de dominação, uma fonte de conflito entre o indivíduo e a sociedade.

A dificuldade de todas essas questões é que nós mesmos, pais e educadores, estamos exaustos e desesperançados, inteiramente confusos e sem paz. A vida nos pesa; desejamos ser confortados e amados. Interiormente pobres, como podemos dar ao jovem uma educação adequada?

Portanto, o problema principal não é o aluno, mas o educador. Nossos corações e mentes precisam se purificar para sermos capazes de educar os jovens. Se o próprio educador se acha confuso, perdido no labirinto dos seus próprios desejos, de que maneira pode ajudar os outros?"

(J. Krishnamurti - Sexo e amor - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 24/25)


domingo, 19 de março de 2017

SEXO E AMOR (2ª PARTE)

"(...) Um dos empecilhos ao viver criativo é o medo e a responsabilidade, que é uma manifestação desse medo. Os indivíduos 'respeitáveis', moralmente agrilhoados, não conhecem o integral e verdadeiro significado da vida. Estão presos entre os muros de sua virtude, nada podendo exergar além deles. Sua 'moralidade de vidraças coloridas', com base em ideias e crenças religiosas, nada tem em comum com a realidade; quando se abrigam por trás dela, estão vivendo no mundo de suas próprias ilusões.

O medo resultante do desejo de estar em segurança nos leva a um ajuste ao domínio externo, impedindo o viver criativo. Viver de forma criativa é viver em liberdade e sem medo. Só pode haver estado de criação se a mente não se achar presa às redes do desejo e da satisfação do desejo. Só ao observarmos o coração e a mente com atenção poderemos descobrir os movimentos ocultos do desejo. Quanto mais atenciosos e afetuosos somos, menos o desejo domina a mente.

Só quando não há amor as sensações se tornam um problema obsessivo. As sensações se tornaram tão significativas porque valorizamos demais os sentidos. Por meio de livros, anúncios, TV, cinema e de muitas outras maneiras, estamos sempre exaltando as sensações. As pompas religiosas e políticas, a diversão, tudo nos convida a buscar estímulos em diferentes níveis do nosso ser. Ao mesmo tempo em que estimulamos a sensualidade, nós pregamos a castidade. O estranho é que essa contradição é estimulante. 

A busca de sensações é uma das principais atividades da mente. É apenas quando a compreendemos que o prazer, a excitação e a violência deixam de ser uma preocupação dominante. Porque não amamos, o sexo e a busca de sensações transformam-se num problema absorvente. Havendo amor, há castidade; quem se esforça para ser casto não consegue ser. A virtude vem com a liberdade e com a compreensão. 

Na juventude, temos fortes impulsos sexuais; em geral, procuramos submeter esses desejos a um certo controle e disciplina, pensando que, se não conseguirmos refreá-los, nos tornaremos irreprimivelmente lascivos. (...)"

(J. Krishnamurti - Sexo e amor - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 24)

sábado, 18 de março de 2017

SEXO E AMOR (1ª PARTE)

"Por que o sexo é, para a maioria de nós, uma questão cheia de conflitos? Por que se tornou um fator dominante em nossa vida? Uma das razões principais é porque não somos criativos, e não o somos porque toda a nossa cultura social e moral, assim como nossos métodos educativos, baseiam-se no desenvolvimento do intelecto.

A solução para o problema do sexo está em compreender que a criação não é efeito da atividade intelectual. Ao contrário: só pode haver criação quando o intelecto está inativo. A mente, como tal, só é capaz de repetir, de lembrar. Como, em geral, nós só experimentamos as coisas por meio do cérebro, vivemos exclusivamente de palavras e repetições mecânicas. Isso, evidentemente, não é criação. Visto que não somos criativos, o único meio de criação que nos resta é o sexo. O sexo é um desejo da mente, e o que é da mente exige satisfação, pois, do contrário, vem a frustração.

Nossos pensamentos são na maioria das vezes áridos e vazios. Emocionalmente, estamos em estado de inanição; religiosa e economicamente nos submetemos à disciplina e ao controle. Não somos verdadeiramente felizes, não temos real vitalidade; no lar, nos negócios, na igreja, na escola, não experimentamos um 'estado de ser' criador, não há um desafogo profundo em nossos pensamentos e ações. 

Como estamos presos e tolhidos por todos os lados, o sexo se torna naturalmente a única via de escape, uma experiência que temos de buscar continuamente, porque nos oferece, por um instante, aquele estado de felicidade que se manifesta na ausência do 'eu'. Não é o sexo que constitui um problema, mas o desejo de recobrar o estado de felicidade, de alcançar e conservar o prazer, seja sexual ou não.

O que na verdade buscamos é a intensa emoção do autoesquecimento. Como o 'eu' é uma fonte de sofrimento, desejamos esquecer de nós mesmos e buscamos agitação individual ou coletiva, formas um tanto grosseiras de sensação. Quando buscamos fugir do 'eu', os meios de fuga tornam-se importantes e passam a ser problemas. Enquanto não percebemos os obstáculos ao viver criador, que significa viver livre do 'eu', não compreenderemos o problema do sexo. (...)"

(J. Krishnamurti - Sexo e amor - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 24)