OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 26 de abril de 2017

A EVOLUÇÃO DA ALMA (1ª PARTE)

"Muitos concluem apressadamente que não existe um significado para a vida. A morte seria o fim, e isso é tudo. Mas isso só acontece porque essas pessoas não se preocuparam em conhecer o verdadeiro propósito da vida.

Estabelecemos para nós mesmos metas de curto prazo. Enquanto tivermos alguma meta, sentimos que nossa vida tem significado. Mas as nossas metas são transitórias. Realizamos uma e já estamos atrás de outra. Precisamos compreender que a busca do significado da vida é um busca espiritual que cada um tem que empreender.

A vida de todos nós é significativa, contanto que mudemos nossa atitude com relação àquilo que ela nos traz. A vida de um professor ou de um estudante, de um médico, de um engenheiro, de um homem de negócios ou de um varredor, enfim, a vida de todos poderia ser significativa se cada um vivesse com o objetivo de autorrealização e autotranscendência.

Por isso é importante compreender a vida como uma escola e uma estrada - e o homem como aluno e peregrino. Mas que homem? É a individualidade, o ego que é o ator, o experienciador e também o eterno peregrino. É esse ego ou ator que escolhe o mundo como palco para atuar. Ele escolhe as circunstâncias, seu papel, sua família, seus pais, sua personalidade etc.

A palavra personalidade deriva da palavra latina persona, que significa máscara. Por trás da máscara o ator permanece anônimo. Esses diferentes papéis desempenhados pelo ator são as nossas personalidades. Estamos tão absortos em representar nosso papel nesse mundo que raramente estamos perceptivos do nosso verdadeiro eu.

Numa determinada vida, podemos estar desempenhando o papel de mãe, irmão, funcionário, magnata ou varredor. Devemos tentar desempenhar nosso papel da melhor maneira, não importanto quão insignificante seja.

Às vezes, num filme vemos que o desempenho de um coadjuvante é elogiado mais que o do herói - um papel insignificante ganha destaque. Mas, na verdade, não existem papéis insignificantes. É a nossa atitude que importa. O sucesso do filme depende de cada um fazer bem o seu papel, na vida real, também dependemos de outros atores. (...)"

(D. B. Sabnis - A evolução da alma - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 13)


terça-feira, 25 de abril de 2017

A NATUREZA DA ARMADILHA

"A tristeza é resultado de um choque, é o abalo temporário de uma mente que estava calma, que havia aceitado a rotina da vida. Algo acontece - uma morte, a perda de um emprego, o questionamento de uma crença acalentada - e a mente fica perturbada. Mas o que torna uma mente perturbada?

A mente encontra uma maneira de ficar novamente tranquilizada: refugia-se em outra crença, em um emprego mais seguro, em um novo relacionamento. No entanto, novamente a onda da vida a atinge e abala sua segurança. Mas a mente logo encontra outra defesa, e assim ela prossegue. Esse não é o caminho da inteligência, é?

Nenhuma forma de compulsão externa ou interna vai ajudar, concorda? Toda compulsão, ainda que sutil, é resultado da ignorância, nasce do desejo de recompensa ou do medo da punição. Entender toda a natureza da armadilha é estar livre dela - nenhuma pessoa, nenhum sistema, nenhuma crença pode libertá-lo. A verdade é o único fator libertador. Mas você tem de ver por si mesmo, e não ser persuadido. Você tem de partir em uma viagem por um mar desconhecido."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 233)


segunda-feira, 24 de abril de 2017

COMO SEGUIR O CAMINHO (PARTE FINAL)

"(...) Como disse o Buda no seu primeiro ensinamento, a raiz de todo nosso sofrimento no samsara é a ignorância. Até que nos livremos das suas malhas, ela pode parecer infinita e pode enevoar nossa busca, mesmo quando já estamos trilhando o caminho da espiritualidade. No entanto, se você se lembrar disso e ficar com os ensinamentos no seu coração, desenvolverá gradualmente o discernimento para reconhecer as inúmeras confusões da ignorância tais como são, sem nunca pôr em risco o seu empenho ou perder a sua perspectiva.

A vida, como nos ensinou o Buda, é breve como um relâmpago; no entanto, como disse Wordsworth: 'O mundo está demasiadamente conosco: obtendo e gastando nós devastamos nossos poderes'. Essa ruína dos nossos poderes, essa traição da nossa essência, esse abandono da miraculosa oportunidade que esta vida - o bardo natural - nos dá de conhecer e corporificar a nossa natureza iluminada, é talvez a coisa mais dolorosa a respeito da vida humana. O que os mestres estão nos dizendo de fundamental é para pararmos de enganar a nós mesmos: o que teremos aprendido se no momento da morte não soubermos quem de fato somos? Como diz o Livro Tibetano dos Mortos:

Com a mente muito longe, sem pensar na vinda da morte,
Cumprindo estas atividades sem sentido,
Voltar de mãos vazias, agora, seria completa confusão;
Necessário é o reconhecimento, o ensinamento espiritual,
Então por que não praticar o caminho da sabedoria neste exato momento?
Da boca dos santos vêm estas palavras:
Se você não mantiver o ensinamento do mestre em seu coração
Não estará enganando a si mesmo?"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 177/178

domingo, 23 de abril de 2017

COMO SEGUIR O CAMINHO (2ª PARTE)

"(...) Quando você continua procurando o tempo todo, a busca em si se torna uma obsessão que o domina. Você se torna uma espécie de turista espiritual, circulando muito sem nunca chegar a parte alguma. Como disse Patrul Rinpoche: 'Você deixa o elefante em casa e fica procurando as pegadas dele na floresta'. Seguir um ensinamento não é um modo de confinar você ou de, por ciúme, monopolizá-lo. É uma maneira compassiva e hábil de mantê-lo centrado e sempre no caminho, apesar de todos os obstáculos que você e o mundo inevitavelmente enfrentarão.

Assim, quando tiver explorado as tradições místicas, escolha um mestre e siga-o. Uma coisa é sair para a jornada da espiritualidade; outra completamente diversa é encontrar a paciência e a persistência, a sabedoria, a coragem e a humildade para ir até o fim. Você pode ter o carma para encontrar um professor, mas deve então criar o carma para segui-lo; pois poucos entre nós sabem verdadeiramente seguir um mestre, o que em si é uma arte. Assim, não importa quão grande seja o ensinamento ou o mestre, o essencial é que você encontre em si mesmo a percepção interior e a habilidade para aprender como amar e seguir o mestre e o ensinamento.

Isso não é fácil. As coisas nunca são perfeitas. Como poderiam ser? Estamos ainda no samsara. Mesmo quando você já escolheu seu mestre e está seguindo os ensinamentos tão sinceramente quanto possível, frequentemente irá se deparar com dificuldades e frustrações, contradições e imperfeições. Não se deixe abater por obstáculos e dificuldades mesquinhas. Em geral são apenas emoções infantis do ego. Não deixe que o ceguem para o valor fundamental e duradouro daquilo que você escolheu. Não permita que sua impaciência o afaste do seu compromisso com a verdade. Tenho me entristecido muitas vezes ao ver quantas pessoas adotam um ensinamento ou um mestre com entusiasmo promissor, apenas para desanimar quando surge o mínimo obstáculo, inevitável, caindo de volta no samsara e nos velhos hábitos, e desperdiçando anos, talvez a vida inteira. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 177

sábado, 22 de abril de 2017

COMO SEGUIR O CAMINHO (1ª PARTE)

"Todos nós temos carma para encontrar algum caminho espiritual, e eu gostaria de encorajar você, do fundo do meu coração, a seguir com total sinceridade o caminho que mais o inspirar.

Leia os grandes livros sobre espiritualidade de todas as tradições, chegue a algum entendimento sobre o que os mestres querem dizer com liberação e iluminação e descubra qual é a abordagem da realidade absoluta que mais o atrai, que é mais adequada a você. Desenvolva sua busca com todo o discernimento de que for capaz; o caminho espiritual exige mais inteligência, mais sóbrio entendimento, mais poder sutil de discriminação do que qualquer outra disciplina, porque a mais alta verdade está em jogo. Use seu bom senso a todo instante. Venha para o caminho o mais espirituosamente consciente possível da bagagem que traz com você: suas carências, fantasias, fracassos e projeções. Combine, com elevada consciência do que sua verdadeira natureza pode ser, humildade realista e sensata com a clara avaliação de onde você está na sua jornada espiritual e o que ainda resta a ser entendido e realizado.

O mais importante é não se deixar cair na armadilha que tenho visto em toda parte no Ocidente, uma 'mentalidade de consumo', comprando por aí de mestre em mestre, de ensinamento em ensinamento, sem qualquer continuidade ou dedicação real e consistente a qualquer disciplina. Quase todos os grandes mestres espirituais de todas as tradições concordam que o essencial é dominar um caminho, uma trilha para a verdade, seguindo uma tradição com todo o coração e a mente até o final da jornada espiritual, mantendo-se ao mesmo tempo aberto e reverente em relação aos insights de todas as demais. No Tibete costumamos dizer: 'Conhecendo um, você realiza todos'. A ideia novidadeira dos nossos dias, de que podemos sempre conservar todas nossas opções em aberto e assim nunca precisar comprometer-nos com nada, é uma das maiores e mais perigosas ilusões da nossa cultura, e um dos modos mais efetivos do ego sabotar a nossa busca esprititual. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 176