OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 14 de outubro de 2021

A INVESTIGAÇÃO POR PRAZER - IV

"O que os homens desejam é saber como mudar a dor pelo prazer; ou, por outras palavras, encontrar por meio de que procedimento pode regular-se a consciência, com o fim de que a sensação mais agradável, seja e que se experimente. Se é possível descobrir-se isto para o esforço do pensamento humano, é pelo menos uma questão digna de se ter em conta.

Se a mente do homem permanece fixa sobre algum assunto determinado com a concentração suficiente, obtém a iluminação com relação ao mesmo, mais cedo ou mais tarde. O indivíduo em quem a iluminação final aparece, é chamado um gênio, um inventor, um inspirado. Porém, ele é unicamente a síntese de uma grande obra mental verificada em seu redor por homens desconhecidos, dos quais alguns estão separados dele por grandes distâncias; sem ele houvera carecido de material necessário para sua empresa. Do mesmo modo o poeta precisa o alimento de inumeráveis poetastros.

Ele é a essência do poder poético do seu tempo e dos tempos anteriores a ele. É impossível separar um indivíduo de qualquer espécie, dos seus congêneres. 

Portanto, se em vez de aceitar o desconhecido como incognoscível, os homens, de comum acordo, a ele dirigissem seus pensamentos, estas Portas de Ouro não permaneceriam tão inexoravelmente fechadas. Só se necessita de uma mão forte para empurrá-las e abri-las. A coragem para entrar nelas é a mesma que se necessita para penetrar no mais secreto da nossa própria natureza, sem medo nem vacilação. Na mais delicada porção, a essência, o perfume dos homens, se encontra a chave com a qual estas grandes portas se abrem. E uma vez abertas, o que é que ali se encontra? Vozes existem aqui e ali, que, no meio do grande silêncio dos séculos, a esta pergunta respondem; todos os que por elas passaram têm deixado atrás de si palavras à maneira de legados para os que são como eles. Nestas palavras podemos encontrar definidas algumas indicações referentes daquilo que se vê mais além das portas. Porém, unicamente aqueles que desejam empreender este caminho podem ser o significado oculto que por trás das palavras se escondem. Os sábios, ou melhor, os comentadores, leem os livros sagrados de diferentes nações, os de poesia e de filosofia, devido a encumeadas inteligências e neles unicamente encontram mero materialismo. A imaginação, glorificando as legendas da natureza, ou exagerando as possibilidades físicas do homem, lhes explica tudo quanto eles encontram na bíblia da humanidade. 

Tudo quanto existe nas palavras destes livros, existe em cada um de nós e é impossível encontrar, tanto na literatura, como em qualquer das direções em que a inteligência se lance, o que não existe no homem que estuda. Isto é, sem dúvida, um feito evidente conhecido por todos os verdadeiros estudantes. Mas tem que ser especialmente recordado, com referência a este assunto obscuro e profundo, desde o momento em que com tanta facilidade acreditam os homens que nada para os demais pode existir, ali onde encontram eles o vazio unicamente. 

Uma coisa logo percebe o homem que lê. Todos os que se adiantarem, não têm achado que as Portas de Ouro conduzam ao esquecimento. Ao contrário, logo que o limiar das mesmas se cruzou, pela primeira vez, a sensação é real. Mas pertence a uma nova ordem, a uma ordem desconhecida para nós na atualidade e que não podemos apreciar sem que, pelo menos, possuamos alguma indicação a respeito do seu caráter. Esta indicação pode indubitavelmente ser obtida por qualquer estudante que se familiarize com toda a literatura que para nós é acessível. Os livros e manuscritos místicos existem, mas permanecem inacessíveis, simplesmente porque não existe homem algum em disposição de ler a primeira página de qualquer deles, que não se convença como aqueles que têm estudado o assunto suficientemente. Deve existir uma linha contínua através destes conhecimentos; vemos nós passar da mais densa ignorância à sabedoria; é natural, unicamente, que possamos obter o conhecimento intuitivo e a inspiração. Possuímos alguns raros fragmentos destes grandes dons do homem; onde, pois, está o todo do qual devem eles constituir uma parte? Escondido atrás do sutil e, ao parecer, infranqueável véu, que o oculta de nós, como oculta toda a ciência, toda arte, todos os poderes do homem, até que este tem a coragem suficiente para rasgá-lo. Esta coragem procede  unicamente da convicção. Uma vez que um homem crê que aquilo que deseja existe, tratará de obtê-lo a todo custo. A dificuldade neste caso estriba-se na incredulidade do homem. É necessário muito tempo e grande concentração do pensamento, para se poder lançar na direção da região desconhecida da natureza do homem, com o objeto de que as portas se possam abrir e ser suas gloriosas perspectivas exploradas.

Que merece a pena fazer-se isto, aconteça o que acontecer, tudo deve conduzi-lo a crer ao que fez a triste pergunta do século corrente... É a vida digna de ser vivida? Certamente é o suficiente para incitar o homem a um novo esforço, a suspeita de que mais além da civilização, mais além da cultura mental, mais além da arte e da perfeição mecânica, existe alguma coisa de novo, outro vestíbulo que nos admite às realidades da vida." 

(Mabel Collins - Pelas Portas de Ouro - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 19/22


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