OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 1 de junho de 2021

A BUSCA DA VERDADE - excerto 7

"7.  Havia, certa vez, um homem que procurava, no Himalaia, o Verdadeiro Caminho. Não se interessava pelos tesouros da terra nem pelas delícias do céu, apenas buscava o ensinamento que pudesse afastar todas as delusões mentais.

Os deuses, impressionados com sua seriedade e sinceridade, decidiram pôr sua mente à prova. Assim, um dos deuses se disfarçou em demônio e apareceu no Himalaia, cantando: 'Tudo muda, tudo aparece e desaparece'.

O homem ouviu com satisfação esta canção. Sentia-se tão satisfeito, como se tivesse encontrado uma fonte de água fresca para mitigar-lhe a sede, ou como um escravo inesperadamente liberto. Dizia consigo mesmo: 'Finalmente, encontrei o verdadeiro ensinamento que, por muito tempo, procurava.' Seguindo a voz, chegou junto a um horrendo demônio. Com a mente apreensiva, aproximou-se do demônio e lhe disse: 'Foi você que cantou a sagrada canção que há pouco ouvi? Se foi você, por favor, cante-a mais um pouco.' O demônio lhe respondeu: 'Sim, fui eu, mas não posso mais cantá-la até que tenha algo para comer, estou faminto.'

O homem lhe suplicou sinceramente que a cantasse mais, dizendo: 'Ela tem um significado sagrado para mim e eu o procurei durante muito tempo. Apenas ouvi uma pequena parte, por favor, deixe-me ouvir mais.' O demônio disse novamente: 'Estou muito faminto, se pudesse provar carne fresca e sangue de um homem, eu terminaria a canção.' O homem, em sua ânsia de ouvir o ensinamento, prometeu-lhe dar o seu corpo após ter ouvido o ensinamento. O demônio, então, cantou a canção completa.

Tudo muda,
Tudo aparece e desaparece,
Somente haverá perfeita tranquilidade,
Quando se transcender a vida e a morte.

Ouvindo isso, o homem, depois de escrever o poema nas rochas e árvores ao seu redor, subiu calmamente em uma árvore e se atirou aos pés do demônio, mas o demônio havia desaparecido e, em seu lugar, um radiante deus amparou incólume o corpo do homem."

(A Doutrina de Buda, Bukkyo Dendo Kyobai, Terceira edição revista, 1982, p. 303/317)  


terça-feira, 11 de abril de 2017

O QUE VOCÊ ENTENDE POR AMOR?

"O amor é misterioso. Ele só pode ser entendido quando o conhecido é entendido e transcendido. Haverá amor só quando a mente estiver isenta do conhecido. Portanto, devemos abordar o amor negativamente, e não o contrário.

O que é o amor para a maioria de nós? Quando amamos, há possessividade, dominação ou subserviência. Dessa possessão surgem o ciúme e o medo da perda, por isso legalizamos esse instinto possessivo. Além do ciúme, surgem inúmeros conflitos com os quais cada um está familiarizado. Portanto, possessividade não é amor. Nem o amor sentimental. Ser sentimental, emocional, exclui o amor. A sensibilidade e as emoções são meramente sensações.

...Só o amor pode transformar a insanidade, a confusão e o conflito. Nenhum sistema, nenhuma teoria da esquerda ou da direita pode trazer paz e felicidade ao homem. Onde há amor não há possessividade, não há inveja. Há piedade e compaixão, não em teoria, mas verdadeiramente - por seu cônjuge e seus filhos, seu vizinho e seu subalterno... Só o amor pode trazer piedade e beleza, ordem e paz. Há amor com sua bênção quando 'você' deixa de existir."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 124)


quinta-feira, 16 de junho de 2016

O UNIVERSO É INTELIGENTE (PARTE FINAL)

"(...) Podemos aprender com o trabalho dos pesquisadores que o universo é inteligente; a inteligência é parte do tecido da vida. As evidências nos cercam por todos os lados, nos vegetais, nos animais ou em qualquer aspecto orgânico do universo. Há, por exemplo, um equilíbrio surpreendente entre as forças de gravidade e de expansão; o menor distúrbio nesse belo equilíbrio faria o universo desaparecer no nada. O modo como os pássaros voam em perfeito uníssono, ou como as abelhas constroem paredes hexagonais, estão entre os incontáveis testemunhos da vasta mente da natureza e da inteligência do universo.

Infelizmente os seres humanos imaginam que as faculdades e os poderes que constituem a 'inteligência' existem apenas neles mesmos. Será essa visão de si próprio como o centro de todo o mérito a razão pela qual o homem tem um comportamento desastroso e irracional?

A maioria dos homens se vê no topo da criação. Textos como o Viveka Chudamani (Ed. Teosófica) e o Dhammapada afirmam que nascer como ser humano é um privilégio. Mas não porque o homem pode se tornar a criatura mais poderosa na Terra, e sim porque pode descobrir as limitações de sua mente e transcendê-las. Sua consciência pode se fundir com a consciência total e sua mente pode se tornar una com a vasta mente da natureza. Trabalhar nessa direção é inerente à verdadeira inteligência.

A inteligência deve assegurar que nosso modo de vida não crie obstrução à integração da mente individual com a universal. O corpo deve se tornar sensível e aberto às influências superiores. O tipo errado de alimento, a indulgência excessiva e todas as formas de estresse impedem que o corpo e o cérebro sejam receptivos. Os ressentimentos e a excitação das paixões, assim como uma atitude e um modo de vida egocêntricos, impedem que a inteligência desabroche.

O egoísmo é o verdadeiro problema, com todas as suas expressões. A humanidade precisa aprender a agir de forma altruísta. Este é o significado de quase todos os ensinamentos religiosos: as pessoas evoluídas estão livres do egoísmo e, portanto, são repositórios de sabedoria. A inteligência universal opera livremente através delas. A jornada rumo à inteligência e à sabedoria tem início quando o eu começa a se dissolver."

(Radha Burnier - O universo é inteligente - Revista Sophia, Ano 10, nº 37 - p. 18/19)


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A CONQUISTA DA LIBERDADE PELA VONTADE (PARTE FINAL)

"(...) Para todos os efeitos, não temos livre-arbítrio - ele está apenas no processo de formação; e só estará formado quando o Ser tenha dominado completamente seus veículos e os use para seus próprios propósitos; quando cada veículo for apenas um veículo, completamente responsivo a cada impulso seu, e não um animal que se debate, indomado, com desejos próprios. Quando o Ser tiver transcendido a ignorância, subjugando hábitos que são as marcas da ignorância passada, então é livre. E assim será compreendido o significado do paradoxo, ‘em cujo serviço está a perfeita liberdade’, pois compreenderá que não existe separação, que não existe vontade desagregada, que em virtude de nossa Divindade inerente nossa vontade é parte da Vontade Divina, que foi ela que nos deu, ao longo de nossa evolução a força para seguir adiante, e que a compreensão da Vontade una é a realização da liberdade.

Foi ao longo dessas linhas de pensamento que alguns encontraram o fim da antiga controvérsia entre livre-arbítrio e determinismo. Mesmo reconhecendo a verdade pela qual lutou o determinismo, também preservaram e justificaram o sentimento inerente: ‘Eu sou livre, não escravo’. Essa ideia da energia espontânea, do poder espontâneo oriundos dos recessos internos de nosso ser, está baseada na própria essência da consciência, sobre o ‘eu’ que é o Ser - aquele Ser que, por ser divino, é livre."

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 234/235)


domingo, 20 de setembro de 2015

COM A AÇÃO VENCE A MORTE E COM O CONHECIMENTO ALCANÇA A IMORTALIDADE (2ª PARTE)

"(...) Upanixade Ishavasya explica ainda mais essa ideia quando diz:

Imanência e Transcendência
Aquele que conhece conjuntamente esse par,
Com a imanência ele vence a morte
Com a transcendência alcança o imortal.

Conhecer a Imanência e a Transcendência como um fenômeno conjunto - isso é o que o Upanixade Ishavasya diz. Conhecer a continuidade e a descontinuidade simultaneamente - isso é o que indicam os versos acima. A continuidade é representada pela Imanência ou o Manifesto. A morte é a cessação do Manifesto. Onde o Manifesto é totalmente negado, aí chega a experiência da morte e, portanto, através da negação do Manifesto o homem vence a morte. Mas o momento em que o Manifesto é negado é também o momento em que a Transcendência é experimentada. É como a abertura de uma janela e a entrada do sol. Não há um intervalo entre as duas coisas. Na negação da continuidade a morte é vencida e ao entrar no reino da descontinuidade a Imortalidade é conhecida ou compreendida. Aqui não estamos fazendo referência a uma crença na imortalidade. Uma crença é um conceito - e um conceito funciona dentro dos confins da continuidade. E, portanto, um conceito de imortalidade indica um estado de incessante continuidade. A imortalidade não é uma interminável continuidade. Uma continuidade é um processo do tempo, mesmo que seja interminável, ainda é um processo do tempo. Pois bem, o tempo tem um começo e, portanto, um fim. E assim a imortalidade, quando é um produto do pensamento, está sujeita ao processo do tempo. Tal imortalidade tem um fim, mesmo que o fim possa estar distante em termos de tempo. Mas uma imortalidade que tenha um fim não é imortalidade alguma. Falar em fim com referência à imortalidade é cair em contradição. Mas tal contradição é inevitável enquanto pensarmos em imortalidade como uma continuidade interminável. A imortalidade não pode ser conhecida através do pensamento conceitual. somente quando todos os conceitos terminam é que a imortalidade pode ser conhecida. E o fim de todos os conceitos é morte - a cessação do imanente ou manifesto. A imortalidade reside no reino da Transcendência, o reino do imanifesto. A imortalidade não é do tempo - é a experiência da atemporalidade. A conquista da morte se encontra no imanente, pois ela chega somente quando o manifesto é negado, mas o conhecimento da imortalidade está na transcendência, pois ele vem quando o homem sai do tempo e entra na região do Atemporal. A experiência da morte e o conhecimento da Imortalidade são simultâneos, pois é na morte e tão somente aí que o homem pode conhecer a Imortalidade. O Upanixade Ishavasya diz: que haja uma completa negação do manifesto, que sejam retirados os véus da imanência, pois quando os véus do manifesto são rasgados, então aparece diante do homem o Espírito em toda sua glória. (...)

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 29/30)