OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador corpo astral. Mostrar todas as postagens
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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O MEDO DA MORTE

"O medo da morte é uma severa realidade na cabeça de muita gente. Um número muito maior do que seríamos capazes de imaginar padece desse medo, e um número ainda maior padece do medo do que pode acontecer-nos após a morte. Isso, naturalmente, se encontra sobretudo entre pessoas com ideias do inferno.

Mas nós conhecemos a lei do carma e compreendemos que os estados depois da morte são, simplesmente, uma continuação da vida que ora vivemos, embora num plano mais elevado e sem o corpo físico; e quando, além disso, aprendemos que o que chamamos vida é apenas um dia na vida verdadeira e maior, todas essas coisas assumem um perspectiva muito diferente. Conhecemos, então, que o progresso é absolutamente certo. Um homem pode tropeçar, pode investir contra as forças do progresso, mas será carregado por elas a despeito de si mesmo, se bem que, ao resistir, se machuque e se enrede em dificuldades. Percebemos, de pronto, que esse conhecimento elimina o medo. 

A chamada perda de um ente amado, por efeito da morte, não passa, na verdade, de uma ausência temporária, e nem mesmo isso, depois que o homem desenvolve o poder de ver nos planos superiores. Os que pensamos ter perdido continuam conosco, ainda que não possamos vê-los com olhos físicos; e nunca devemos esquecer que, apesar de podermos alimentar, às vezes, a ilusão de que nós os perdemos, eles não alimentam de maneira alguma a ilusão de que nos perderam, porque ainda podem ver o nosso corpo astral, e, tanto que deixamos o veículo físico no sono, estamos ao seu lado e podemos comunicar-nos com eles, exatamente como acontecia quando estavam no plano físico.

Não precisamos preocupar-nos com a salvação da nossa alma; antes, como disse, de uma feita, um autor teosófico, talvez estejamos inteiramente afastados da esperança de nossa alma, um dia, poder salvar-nos. Não existe alma para ser salva no sentido comum em que se impregnam as palavras, porque nós mesmos somos a alma; e, além disso, não há nada de que possamos ser salvos, exceto o erro e a ignorância. O corpo nada mais é que um vestido, e, quando se gasta, nós o colocamos de lado." 

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 119)


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CORPO FÍSICO¹

"(§06) Quando há trabalho que precisa ser feito, o corpo físico quer descansar, passear, comer e beber; e o homem que não sabe diz a si mesmo: ‘Eu quero fazer estas coisas, e preciso fazê-las.’ Mas o homem que sabe, diz: ‘Aquele que quer não sou eu, e deve esperar um pouco.’ Frequentemente, quando há uma oportunidade de auxiliar alguém, o corpo insinua: ‘Quanto aborrecimento me trará isto, deixemos que outro qualquer o faça.’ Mas o homem que sabe replica ao seu corpo: ‘Tu não me impedirás de praticar uma boa ação.’"

Neste parágrafo Krishnamurti nos mostra como nos identificamos com o corpo físico. Essa identificação se dá, porque é por meio desse corpo que atuamos no plano físico denso, o qual é formado de matéria no estado sólido, líquido e gasoso. A nossa tarefa é trazer o corpo físico sob controle. Para tanto, é necessário que primeiro tomemos consciência de que ele é o veículo com que a alma pode experienciar estes níveis densos, através do sistema nervoso, onde deverá estar apto a “receber impulsos originados nos corpos superiores, tais como sentimentos, pensamentos e intuições e transmiti-los ao mundo físico através de ações” (Antonio Geraldo Buck)

Segundo I. K. Taimni, em seu livro Autocultura à Luz do Ocultismo: “O corpo físico tem alguma coisa que pode ser chamada semiconsciência, tem também hábitos, idiossincrasias e algo que corresponde à vontade, de modo que ele pode resistir, e resiste às nossas tentativas para mudar seus processos.” Todos nós sabemos como muitas vezes é difícil mudar algum hábito, mesmo que tais hábitos tenham sua origem nos corpos mental e emocional, mas como diz o próprio Taimni, é no físico que ainda ficam resquícios a serem trabalhados, como levantar em determinada hora, deixar de comer algo que não nos faz bem, executar tarefas que exigem um esforço a mais e assim por diante. Mas aquele que sabe o porquê de estarmos encarnados nesse nível de matéria densa, também sabe que é tarefa nossa controlar o corpo físico, apesar de ser uma tarefa árdua, mas o processo deve se iniciar com a “desidentificação”, isto é, sabermos que não somos o corpo físico. Para tanto, a disciplina é fundamental para que se tenha o corpo físico sob controle, sem castigá-lo ou mortificá-lo. Temos que ter em mente que, para que ele possa ser um bom veículo é necessário que goze de boa saúde, a fim de que possa desempenhar a contento suas funções.

[1] Comentários sobre o parágrafo 5º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.19-21

Tirza Fanini

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O PROBLEMA DO BEM E DO MAL (3ª PARTE)

"(...) A mesma emoção grosseira, num homem evoluído, de corpo astral mais refinado, será sempre um mal, porque não tornará o corpo astral mais vibrátil e sim, exercerá efeito oposto - estará contrariando a linha da evolução. Diz-nos muito sugestivamente a Sra. Besant, que a evolução é uma escada em cujos degraus estão os homens, conforme o seu grau de adiantamento. (...)

O problema do bem ou do mal é, pois, essencialmente individual e não se julgará, também, uma ação boa ou má, pela felicidade ou pelo prazer que ela irá produzir e sim pela consequência que irá ter na evolução do indivíduo.

A maioria das ações humanas tem uma boa mistura de 'bem' e de 'mal' e só podem ser avaliadas corretamente pela precedência do 'bem' sobre o 'mal'. Às vezes podem ser aparentemente más e no entanto encerrarem apenas o 'bem'.

Assim Çakya Muni abandonou esposa e filho para se dedicar à salvação da Humanidade. Ora, neste caso particular havia apenas 'bem' porque a humanidade é mais importante do que família. Para um grande Ser, como o era Çakya Muni, seria um mal imensurável se Ele continuasse com os seus e não se oferecesse para aliviar o pesado Carma do mundo. A Sua vida foi exemplo edificante para todos os membros de sua família e esta ficou amparada em todos os sentidos, material e espiritualmente.

Um indivíduo pouco evoluído, que abandonasse os seus, para se dedicar a uma causa mesmo elevada, estaria cometendo um mal, porque, para o mais atrasado, o dever primordial é o DHARMA familiar, e o do amparo à família. Se um Iniciado abandonar a família para se sacrificar por uma causa, poderá estar cometendo um ato bom e mau, ou seja, um ato imperfeito. Só as condições cármicas individuais e do momento poderão determinar se haverá maior soma de bem ou de mal em seu ato. O Dharma é também, estritamente individual e o do Iniciado é muito diferente do do indivíduo comum. (...)"

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 224)
www.editorateosofica.com.br/loja


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O PROBLEMA DO BEM E DO MAL (2ª PARTE)

"(...) O estudo profundo da natureza e do homem mostra, ao teósofo, pelo menos duas leis universais:

1 - A lei da evolução, que se manifesta pela transformação do simples no complexo, do indiferenciado no diferenciado, do uno no múltiplo (na presente fase). A reencarnação é um dos aspectos humanos da lei da evolução.
2 - A lei da unidade ou interdependência universal, conhecida também como lei de causa e efeito, ou lei do Carma.

O estudo do universo visível e invisível, mostra-nos que a evolução é um processo cósmico, universal, que se manifesta tanto na nebulosa que se acaba transformando num sistema planetário, quanto no mineral que apresenta desde as formas primitivas, até às complexas formas cristalinas; tanto no vegetal em que lobrigamos desde formas simples, unicelulares, microscópicas, até às árvores gigantescas, quanto no animal, em que vemos também as mesmas formas simples, até chegarmos aos mamíferos superiores e ao homem, em que a variedade de tipos físicos, intelectuais e morais, mostra enorme gradação. (...)

Se passarmos a considerar a vida humana, verificaremos que ela é um contínua experiência. Sofrimento e prazer são modalidades de experiência. Comumente associa-se o sofrimento ao mal e o prazer ao bem. Ora, este critério é relativo e por isto mesmo pode ser falso. Conforme o aspecto que se considere, o sofrimento é um mal ou um bem e, por outro lado, uma ação que conduza ao sofrimento pode ser boa ou má. Vejamos. Um homem, no início da evolução humana propriamente dita, é incapaz de compreender e sentir uma emoção elevada, porque o seu intelecto, e portanto o seu corpo mental, é rudimentar e porque, sendo o corpo astral grosseiro, só as emoções fortes podem fazê-lo vibrar. Portanto, é inútil querer transmitir-lhe sentimentos refinado, pois ele só vibrará com paixões fortes, que sacudirão a inércia (o Tamas, dos hindus) do corpo astral, que com isto evoluirá. 

Mas, naturalmente, pelo princípio da interdependência, ou seja do Carma, as paixões grosseiras irão produzir consequências dolorosas. Desta forma, elas foram um bem, porque impulsionaram a evolução - e só elas poderiam impulsioná-la, porque só elas fariam vibrar o corpo astral - e foram um mal, porque conduziram ao sofrimento. Entretanto, no sentido absoluto universal, elas foram um bem, porque a evolução sendo uma lei universal, é um bem e o sofrimento foi o meio pelo qual o entendimento foi desperto, serviu de advertência para que não se repetisse a ação que o gerou. Com a experiência do sofrimento, o homem irá evoluir, ao procurar emoções menos grosseiras e evitar as mais baixas. (...)"

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 222/223)
www.editorateosofica.com.br/loja


terça-feira, 27 de maio de 2014

O FILME CÓSMICO DE DEUS

"Como parte das etapas no despertar do ser humano, o Senhor inspira os cientistas a descobrirem, na época e no lugar certos, os segredos de Sua criação. Muitas descobertas modernas ajudam o homem a compreender o cosmos como expressão variada de um único poder: a luz, guiada pela inteligência divina. As maravilhas do cinema, do rádio, da televisão, do radar, da célula fotoelétrica - o extraordinário 'olho elétrico' -, as prodigiosas energias atômicas, tudo é baseado no fenômeno eletromagnético da luz.

A arte cinematográfica pode retratar qualquer milagre. Do ponto de vista das impressões visuais, suas truncagens permitem todos os prodígios. Um homem pode ser visto como um transparente corpo astral, desprendendo-se de sua grosseira forma física; pode caminhar sobre a água, ressuscitar os mortos, inverter a sequência natural do desenvolvimento das coisas, e brincar de anular o tempo e o espaço. Um perito pode juntar as imagens fotográficas como quiser, obtendo maravilhas óticas semelhantes às que um verdadeiro mestre produz com autênticos raios de luz.

Os filmes de cinema, com suas imagens animadas, ilustram muitas verdades concernentes à criação. O Diretor Cósmico escreveu os roteiros de Seus próprios filmes e convocou enormes elencos para os cenários dos séculos. Da cabine de projeção da eternidade, Ele envia Seus raios de luz através dos filmes de eras sucessivas, e as cenas se projetam na tela do espaço.

Exatamente como as imagens cinematográficas parecem reais, mas são apenas combinações de luz e sombra, assim também a variedade universal é uma aparência ilusória. Os planetas, com suas incontáveis formas de vida, nada mais são que imagens num filme cósmico. Temporariamente verdadeiras aos cinco sentidos do homem, as cenas transitórias são projetadas na tela da consciência humana pelo infinito raio criador.

O público de um cinema pode olhar para cima e ver que as imagens na tela aparecem com o auxílio de um feixe de luz sem imagens. Do mesmo modo, o colorido drama universal deriva da branca e única luz da Fonte Cósmica. Com engenhosidade inconcebível, Deus encena 'superproduções' para diversão de Seus filhos, fazendo-os simultaneamente atores e espectadores de Seu cinema planetário."

(Paramahansa Yogananda - Autobiografia de um Iogue -E. Lótus do Saber, Rio de Janeiro, 2001 - p. 301/302)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/autobiografia-de-um-iogue.html


quarta-feira, 14 de maio de 2014

KAMALOKA

"Este termo, que literalmente significa o lugar a morada do desejo, é como já foi indicado, uma parte do plano astral, não uma região separada do resto do plano, como se fosse uma localidade distinta, mas caracterizada pelas condições de consciência das entidades que ali se encontram¹. São aqueles seres humanos privados de seus corpos físicos pela morte, e destinados a passar por certas transformações purificadoras antes que possam entrar na vida pacífica e feliz que pertence ao homem propriamente dito, isto é, à alma humana.²

Esta região representa e engloba as condições atribuídas aos diferentes estados intermediários, infernos e purgatórios, que todas as grandes religiões consideram como a residência temporária do homem após o abandono de seu corpo físico e antes de atingir o ‘céu’. Não inclui nenhum lugar de tortura eterna, porque o inferno eterno, no qual acreditam alguns fanáticos, é apenas um pesadelo de ignorância, ódio e medo. Mas esta região compreende, na verdade, condições de sofrimento, temporárias e purificadoras em sua natureza, experimentadas pelo homem quando elabora as causas postas em ação durante a sua vida física; essas condições são tão naturais e inevitáveis como quaisquer efeitos causados neste mundo pela nossa ação errada, porque vivemos em um universo de lei e cada semente deve frutificar conforme a sua natureza. A morte em nada altera a natureza mental e moral do homem, e a mudança de estado que se dá na passagem de um mundo para outro apenas elimina o corpo físico, sem tocar no resto de sua natureza. (...)

Quando o corpo físico é abatido pela morte, o duplo etérico, arrastando consigo prana e acompanhado de todos os outros princípios, isto é, o homem completo, com exceção do corpo denso, retira-se do ‘tabernáculo da carne’, termo que designa admiravelmente o invólucro exterior do ser. Todas as energias vitais que irradiavam para o exterior são reconduzidas para o interior e ‘recolhidas’ por prana, e esse recolhimento se manifesta pelo entorpecimento que invade os órgãos físicos dos sentidos. Os órgãos estão lá, como sempre, prontos para entrar em atividade, mas o ‘Regente Interno’ está indo, ele que, por meio deles, via, ouvia, tocava, sentia; entregues a si mesmos são simples agregados de matéria, matéria viva, é verdade, mas sem nenhum poder de ação perceptiva. Lentamente o senhor do corpo se retira, envolto no duplo etérico violeta cinza, e absorto na contemplação do panorama de sua vida passada, que se desenrola diante dele, na hora da morte, completo até nos menores detalhes. Neste quadro estão todos os acontecimentos de sua vida, grandes e pequenos. Vê suas ambições realizadas ou falidas, seus esforços, triunfos, derrotas, amores e ódios. A tendência predominante do conjunto surge claramente, o pensamento diretor da vida se afirma e se imprime profundamente na alma, assinalando a região onde passará a maior parte de sua existência póstuma. Solene é o momento em que o homem, frente a frente de sua vida, ouve sair dos lábios do seu passado o vaticínio de seu porvir. Durante um breve período de tempo, ele se vê tal qual é, reconhece a finalidade de sua vida e adquire convicção de que a Lei é poderosa, justa e boa. Em seguida, o laço magnético entre o corpo denso e o duplo etérico se rompe; assim se separam os dois associados de uma vida inteira, e salvo casos excepcionais, o homem cai numa plácida inconsciência."


¹. Os hindus chamam esse estado de Pretaloka, a morada dos Petras. Um preta é o ser humano que perdeu seu corpo físico, mas ainda não se desembaraçou da vestimenta de sua natureza animal. Não pode ir longe com esse veículo, e fico preso nele até sua desagregação.
². A alma é o intelecto humano, o laço entre o Espírito Divino no homem e sua personalidade inferior. É o Ego, o indivíduo, o ‘eu’, que se desenvolve pela evolução. (...)

(Annie Besant -  A Sabedoria Antiga - p. 53/55)



terça-feira, 1 de abril de 2014

KARMA E VIDA ASTRAL

"Ao desencarnar, a consciência passa a focalizar-se no corpo astral – o corpo das emoções, dos desejos, dos sentimentos. Aí as emoções são mais intensas, pois não há o corpo físico para ‘amortecer’ as vibrações oriundas do corpo astral. Este vibra na quarta dimensão e, consequentemente, os fatos ocorrem de modo mais acelerado, e os sentimentos pulsam mais intensamente. Como a natureza não dá saltos, as mesmas emoções trazidas de nossa última existência (antes do desencarne), estarão aí presentes, porém com uma energia bem maior.

Um sentimento de amor ou ódio, de simpatia ou antipatia, de alegria ou tristeza, avoluma-se no plano astral. No ser que desencarnou com um vício, suas partículas astrais que eram alimentadas por esse vício, passa a vibrar mais intensamente pelo apetite não satisfeito. Como no mundo astral não há substância capaz de nutrir esse vício (seja o fumo, o álcool, psicotrópicos, etc.), pois esses elementos motivadores da dependência emocional estão no plano físico (e não no astral), o ser desencarnante sofre pelo desejo impossível de se satisfazer. Este é o verdadeiro purgatório de que falam os católicos, ou o umbral dos espíritas. O tempo aí vivido com sofrimento parece uma eternidade e o desejo não realizado, um verdadeiro suplício para a alma desencarnada. (...)

Como toda causa finita tem seu efeito finito, isso também um dia acaba. As partículas astrais não sendo satisfeitas, por não receberem os alimentos de seus vícios vão enfraquecendo, perdem seu poder vibratório e acabam sendo eliminadas do corpo das emoções, retornando ao plano astral."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta – Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 57/58)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A ANULAÇÃO DO DESEJO

"Dizem-nos com frequência que precisamos matar o desejo; cumpre lembrar, no entanto, que o processo é gradual. Os desejos mais baixos e grosseiros, indicados pela palavra sânscrita karma, devem ser extirpados inteiramente antes de se poder realizar algum tipo de avanço, mas, na acepção inglesa da palavra, todos ainda temos alguns desejos, e, provavelmente, os teremos durante um longuíssimo tempo por vir. Desejamos intensamente, por exemplo, servir o Mestre; tornar-nos seus discípulos; ajudar a humanidade. Esses também são desejos, mas não devem ser mortos. O necessário é matar o inferior e alcançar o superior, vale dizer, purificar os desejos e transmudá-los em aspirações. 

Mais adiante, outra transmutação ocorrerá. Por exemplo, agora queremos progredir; mas tempo virá em que estaremos tão seguros disso que deixaremos de desejar, porque sabemos que durante o tempo todo o desejo estará prosseguindo, tão depressa quanto nos é possível, e porque queremos que prossiga. O desejo, então, transmuda-se em resolução. Neste ponto já não pode haver arrependimento de nada; fazemos o melhor que nos é possível e sabemos que, em resposta a isso, o melhor terá de vir. Algumas pessoas desejam intensamente ganhar esta ou aquela qualidade; não desperdicemos a nossa força desejando ou ansiando por alguma coisa, senão querendo-a.  

Do mesmo modo se diz que devemos matar a 'forma lunar', o que quer dizer, o corpo astral. Mas isso não significa que o corpo astral deve ser destruído, nem que devemos ser despojados de sentimentos e emoções. Se tudo fosse assim, não teríamos simpatia nem compreensão pelos outros. O que se pretende dizer é que deveríamos conservá-los completamente sob controle, que deveríaos ter a faculdade de 'matar a forma lunar' à vontade. Embora necessária, a pureza não sigifica apenas a abstenção de defeitos específicos, senão o absoluto despojamento do eu. A ambição por exemplo, é uma forma comuníssima de desejo, mas nela há sempre um pensamento do eu. O adepto não pode ser ambicioso. Sua vontade identifica-se com a vontade do LOGOS, e ele quer a evolução. Somos todos parte do LOGOS, e nossas vontades são parte da Sua vontade. Somente quando não o compreendemos, criamos desejos em nossas linhas separadas."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 -  p. 112/113


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (1ª PARTE)

"O homem é essencialmente o Atma (que pode ser traduzido por Espírito). Não é o corpo, e nunca deve se identificar com o corpo por ser este simples vestimenta temporária. Mesmo os que concordam com esta verdade agem, na maioria das vezes, como se não fossem nada além do próprio corpo; por isso Sai Baba não cansa de martelar nesta verdade fundamental. 

Ele diz, por exemplo: 'Vocês são o Atma invencível, incólume aos altos e baixos da vida. A sombra que você projeta enquanto se desloca longe do caminho cai na sujeira e na poeira, na sarça e no mato, na pedra e na areia, mas você absolutamente não precisa se preocupar, pois caminha incólume. Assim também, como Atma, não há razão para se preocupar com o destino de sua sombra - o corpo.' (...)

O Atma em si não tem forma, mas cria as formas de que precisar. Criou os cinco envoltórios do homem. O mais grosseiro destes é o annamayakosha (revestimento do alimento). Mais sutil que este é o pranamayakosha (envoltório do alento vital). Estes dois são parte do corpo físico. Dois outros envoltórios formam o corpo sutil ou astral. São o manomayakosha (envoltório mental) e o vijanamayakosha (envoltório do intelecto ou da mente mais elevada). O quinto é o anandamayakosha (envoltório da bem-aventurança), que serve como o mais evoluído corpo do homem, o corpo causal, conhecido em sânscrito como karana sharira. Todos esses compartimentos e componentes servem ao senhor do castelo, o Jivatma (espírito individual). (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 329/330)


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

AS LEIS UNIVERSAIS (4ª PARTE)

"(...) 3 - A LEI DE AUTOEXPANSÃO ou Lei de Evolução - Uma observação atenta da Natureza revela-nos a existência dessa lei, também central à filosofia teosófica. A vida sempre está em busca de novas formas pelas quais expressar-se. Embora a Ciência moderna afirme que a evolução é meramente a questão da sobrevivência do mais apto, ou seja, a constante luta dos seres vivos em adaptar-se ao meio ambiente e às suas demandas, a filosofia teosófica sustenta que, por detrás das formas, dos organismos vivos, há consciência buscando expressar-se. Nas formas mais rudimentares da vida, essa consciência é dificilmente percebida, como no caso de uma pedra. Mas, nos organismos mais complexos, a consciência é claramente perceptível. A sensibilidade das plantas desde há algum tempo vem sendo discutida e comprovada, tendo o trabalho de Cleve Backster sido pioneiro nesse campo.

Os experimentos também têm evidenciado a inteligência operando em diversas espécies animais, como golfinhos, cachorros, cavalos, entre outros. No ser humano, a consciência dá mais um passo significativo, quando alcança a autoconsciência. Mesmo no estágio humano, há ainda um longo trajeto a percorrer, podendo a consciência desabrochar plena e livremente, gerando seres humanos da estatura de Buda, Jesus Cristo, flores da raça humana, cujo perfume ainda alenta a humanidade em sua árdua jornada ao encontro de si mesma. O princípio fundamental que essa Lei expõe é o de que a vida interior, presente em todas as coisas, busca expressar-se expandir-se. O que é implícito tende a tornar-se explícito.

O mundo de hoje testemunha um fato curioso e ao mesmo tempo de dimensões preocupantes: o crescente interesse de milhares de pessoas pelo 'oculto', pelos poderes psíquicos, percepções extrassensoriais e coisas relacionadas com outras dimensões da existência. Um sem número de livros oferecem técnicas de poder mental, 'viagens astrais', entre outras coisas.

A filosofia teosófica sustenta o princípio de que são inerentes à consciência inúmeras potencialidades. Mas a visão teosófica da constituição humana é ampla e profunda, afirmando, conforme as antigas tradições filosófico religiosas, que, além de uma natureza psíquica, o homem também possui uma natureza genuinamente espiritual, incorruptível, pura, fonte da verdadeira criatividade e das mais elevadas virtudes, tais como a compaixão, a sabedoria, o altruísmo e a dedicação a ideais elevados.

O terceiro objetivo da Sociedade Teosófica propõe 'investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes latentes no homem'. Por 'poderes latentes' não devemos entender o mero desenvolvimento da clarividência ou a capacidade de projeção no corpo astral. Há indivíduos que possuem tais dons e não são melhores por isso, chegando ao ponto de explorar inescrupulosamente seus semelhantes pelo uso de tais faculdades, promovendo shows e coisas do tipo.

A genuína investigação é um processo de descoberta daquilo que jaz oculto nas profundidades de nossa própria consciência, que é justamente a consciência pura, incondicionada, livre, capaz de revelar no campo da existência as mais elevadas qualidades, tais como a beleza, a sabedoria e o amor. Dentro de cada ser existe essa perfeição a ser manifestada e a evolução é esse processo de florescimento do rico potencial latente em todas as formas de vida. (...)"

(Ricardo Lindemann & Pedro Oliveira - A Tradição - Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 2006 - p. 138/140)


domingo, 1 de setembro de 2013

CONTROLE DO CORPO EMOCIONAL

"Na aquisição de controle sobre o nosso corpo astral seremos grandemente ajudados se compreendermos alguns pontos de importância prática. O primeiro ponto a ser notado é que o controle sobre a nossa natureza emocional pode ser adquirido somente em circunstância das quais procuramos, geralmente, fugir. É somente em condições de pressão e tensão que podemos adquirir o domínio consciente sobre nossa natureza inferior, o que é um pré-requisito para nosso desenvolvimento espiritual. É somente quando vivemos cercados por objetos atraentes, que podemos desenvolver Vairagya (ausência de desejos). É somente quando temos que lidar com pessoas que antipatizam conosco, nos contrariam, ou mesmo nos odeiam, que podemos desenvolver paciência e serenidade sublimes, que são a marca do domínio sobre o eu inferior. É fácil ficar calmo e imperturbável quando estamos em circunstâncias tais em que nossa paciência não é posta à prova. É fácil ser virtuoso quando não há tentações. Mas somente aquele que permanece calmo e puro em circunstâncias difíceis deve-se considerar senhor de sua natureza inferior.

Deve ser assim completamente óbvio que, se levamos a sério a difícil tarefa de subjugar nossa natureza inferior, devemos recusar fugir de circunstâncias difíceis ou mesmo penosas em que frequentemente nos vemos envolvidos; por outro lado, devemos deliberadamente usá-las para desenvolver as qualidades características que nos possam trazer. Podemos mesmo fazer um desvio e nos colocar, às vezes, em circunstâncias difíceis para experimentar e desenvolver as qualidades que desejamos, ainda que isto geralmente não seja necessário. Os Senhores do carma nos enviam carma de natureza conveniente ao nosso próximo estágio de desenvolvimento e, quanto mais forte nos tornarmos, mais severas serão as provações a que seremos submetidos. Estamos vivendo num Cosmo e as circunstâncias em que um indivíduo é colocado não são somente as que ele merece, mas também as que são convenientes para seu desenvolvimento no estágio em que se encontra. Nossa vida diária irá fornecer-nos, portanto, muitas oportunidades de adquirir controle sobre nosso corpo astral, desde que nos dediquemos a essa tarefa com seriedade."

(I. K. Taimni - Autocultura à Luz do Ocultismo - Ed. Teosófica, Brasília - p. 77/78)


sexta-feira, 12 de julho de 2013

DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER

"(...) O caráter de um determinado indivíduo, podemos ver agora, é a soma total de todos os modos diferentes da manifestação de sua consciência através de seus veículos - físico, astral, mental e espiritual. Esta soma total não é senão uma pequena fração de totalidade dos modos possíveis de manifestação da consciência divina operando através do indivíduo. À medida que o indivíduo evolui todas as possibilidades encerradas no fragmento da Divindade passam, uma a uma, de latenta à atuante e o caráter torna-se um instrumento mais rico e mais eficiente da Vida Divina operando através dele. 

A ciência moderna fornece uma bela analogia para o gradual aparecimento das qualidades que estão em estado latentes. Se um sólido, como por exemplo uma peça de metal, é aquecido progressivamente, começa a revelar vibrações de frequências diferentes. Quando o corpo torna-se incandescente as vibrações podem ser analisadas por um espectroscópio e verifica-se um espectro que nos mostra claramente quais as vibrações que são ativas no corpo incandescente. À medida que a temperatura do corpo é elevada, grau a grau, mais linhas aparecem e o espectro do corpo incandescente vai aproximando-se do espectro do Sol, no qual são representadas todas as vibrações possíveis. As faixas ou linhas pretas no espectro representam a ausência de vibrações das frequências correspondentes. O número destas faixas ou linhas pretas diminui à medida que a temperatura do corpo cresce e a escala de vibrações torna-se mais e mais completa.  

É evidente a analogia desse fenômeno com a evolução humana e o aparecimento progressivo de toda espécie de faculdades e poderes. Todos os atributos da Vida Divina estão presentes em forma latente em qualquer fragmento individual da Divindade representada por um Jivatma. À medida que o Jivatma evolui esses atributos são trazidos à manifestação um após outro e, aos poucos, o indivíduo aproxima-se da condição de perfeição relativa na qual todos os atributos estão em completa manifestação. Assim o caráter de um indivíduo é realmente o espectro incompleto das qualidades divinas que lhe mostrem seu estágio particular de desenvolvimento; a luz da consciência manifestando-se através de veículos imperfeitos produz o espectro parcial. O caráter de um Ser perfeito, mostrando o espectro completo das qualidades divinas, é semelhante ao espectro do Sol, enquanto que um indivíduo, imperfeito, comum, só pode ser semelhante ao espectro de um corpo sólido incandescente, mostrando algumas linhas brilhantes de qualidades desenvolvidas separadas por linhas negras por qualidades não desenvolvidas. O Ocultismo não reconhece a existência de qualidades positivamente más. Estas são linhas ou faixas negras do espectro do caráter que estão fadadas a desaparecer no decorrer do tempo, à medida que o indivíduo evolui e desenvolve as qualidades positivas correspondentes. (...)"

(I. K. Taimni - Autocultura à Luz do Ocultismo - Ed. Teosófica, Brasília - p. 45/46)


terça-feira, 28 de maio de 2013

PROVAÇÃO - PREOCUPAÇÕES

"Análogas perturbações se produzem frequentemente no corpo mental, e seus efeitos são igualmente desastrosos. Quem se preocupa demasiado com um problema e o remói repetidamente sem conseguir resolvê-lo, provoca uma espécie de tormenta em seu corpo mental. Mas a palavra "tormenta" só dá uma ideia muito vaga da realidade do fato, porque são extremamente sutis as vibrações no plano mental; o mais apropriado símile seria compará-las a uma chaga ocasionada pelo fricção. Às vezes deparamos com polemistas que discutem acerca de tudo, e que aparentemente se apaixona tanto, que raramente se atêm ao aspecto do problema que lhes interessa. Uma pessoa desse tipo mantém seu corpo mental numa condição de perpétua inflamação, e toda inflamação está sujeita, à mais leve provocação, a converter-se numa chaga aberta. Em casos desses, não há nenhuma esperança de progresso oculto enquanto o indivíduo não sanar com o equilíbrio mental e o senso comum a mórbida condição. 

Felizmente, para nós, as boas emoções são muito mais duradouras do que as más, pois operam na parte mais sutil do corpo astral; o efeito de um sentimento de forte amor ou devoção permanece no corpo astral até muito depois de esquecida a ocasião que a produziu. É possível, embora não seja usual, ser o corpo astral comovido ao mesmo tempo por dois tipos de vibrações, como, por exemplo, o amor e o ódio. No momento de experimentar um intenso sentimento de cólera, o iracundo não será capaz de sentir nenhum afeto amoroso, a não ser que a ira proceda de uma nobre indignação; em tal caso, os efeitos serão paralelos, mas um em nível superior ao do outro, e portanto persistindo muito mais tempo."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 92)


quinta-feira, 23 de maio de 2013

PROVAÇÃO - EFEITOS DA IRRITABILIDADE

"A irritabilidade é um obstaculo muito frequente. Como já disse, é muto fácil irritar-se no meio do mundo civilizado, onde o homem vive sempre em alta tensão. Vivemos numa civilização de torturante bulício que irrita e desequilibra os nervos. É muito frequente as pessoas sensitivas, depois de experimentar os efeitos do ambiente da cidade, voltarem a suas casas completamente exaustas e alquebradas. Muitos outros fatores contribuem, mas a fadiga, o cansaço, provêm principalmente do incessante estrépito e da opressora influência de multidão de corpos astrais que vibram a padrões mui diversos, e todos eles excitados e conturbados por bagatelas. Nestas circunstâncias é deverás difícil evitar a irritabilidade, e especialmente o discípulo cujos veículos são mais sensitivos e estão mais tensos que os do homem comum. 

Por certo está irritação é algo superficial, sem profunda penetração; porém é muito melhor evitar mesmo a irritação superficial, pois seus efeitos perduram mais do que costumamos imaginar. Nas tormentas marinhas, o vento começa levantando as ondas, mas estas continuam inchadas até muito depois de acalmado o vento. Tal é o efeito produzido pela água, que é relativamente pesada. Mas a matéria do corpo astral é muito mais leve que a da água e as vibrações que se produzem em sua massa penetram mais profundamente e geram, portanto, efeitos mais duradouros. Um leve pensamento sinistro que só permaneça na mente por dez minutos pode produzir no corpo astral um efeito que persista durante quarenta e oito horas. As vibrações não se acalmarão se não depois de passado muito tempo.

Quando alguém constata uma falha destas em si, pode mais facilmente eliminá-la não lhe focalizando a atenção, mas esforçando-se por desenvolver a virtude oposta. Uma maneira de fazê-lo consiste em assestar firmemente o pensamento contra ela, mas não resta dúvida que está prática suscita oposição no elemental mental e astral, de sorte que um melhor método é procurar desenvolver a consideração por outros, baseada por certo, fundamentalmente, em seu amor por eles. Um homem cheio de amor e consideração não se permitirá falar ou mesmo pensar irascivelmente de outros. Quem esteja saturado dessa ideia, colherá o mesmo resultado sem excitar a oposição dos elementais."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - P. 90/91)


domingo, 5 de maio de 2013

HATHA YOGA - O HOMEM HOLÍSTICO (3ª PARTE)

" (...) Quem supuser que Hatha Yoga é tão somente "uma espécie de ginástica" inteligente e propiciadora de saúde, só em parte está certo. No referente ser inteligente e terapêutica está certo. Hatha Yoga, no entanto, não se restringe ao mero condicionamento do corpo físico, hoje transformado em ídolo. A idolatria do corpo é um dos muitos equívocos do materialismo de nossos dias. Tratar exclusivamente do físico é tão inteligente quanto investir tudo em cuidados com o escafandro enquanto se esquece e mesmo se nega a existência do escafandrista. A prioridade deve ser o escafandrista e nunca seu equipamento. 

O modelo científico do homem, segundo o Yoga, é, desde muitos milênios, o que a comunidade científica atual denomina holístico, pois não o vê como um simples boneco de carne, mas como uma realidade ampla, integral, complexa e até estonteante. Os cientistas começam a ver o homem todo e não apenas uma de suas partes. Os que trabalham com o modelo psicossomático, que inclui corpo (soma) e alma (psique), embora tendo conseguido enxergar um pouco além do acanhado conceito materialista mecanicista, ainda assim se encontram longe de vislumbrar a magnitude da verdadeira antropologia, aquela que dominará a ciência do próximo milênio e que já vem sendo ensinada pelos sábios da Índia há mais de cinco mil anos.

 O ser humano é um vasto sistema muito complexo que participa dos diversos níveis cósmicos, mantendo com eles permanentes interações. Simultaneamente participa de diferentes universos: físico, energético, astral, mental, búdico e, transcendendo, ele é essencialmente Espírito. (...) O ser humano é formado por três shariras ou "corpos" (material, sutil, causal) e por cinco koshas ou "envoltórios". A partir do mais denso para os mais sutis, são constituídos, respectivamente, de alimentos, energia, pensamentos, sabedoria e felicidade. Dizer somente isto não é o suficiente.

Tentando explicar mais, acrescento que o grande sistema humano é composto de: (a) uma estrutura física, o corpo; (b) um campo bioenergético ou prânico; (c) um complexo de emoções, sentimentos, paixões; (d) uma contextura de pensamentos; e (e) um intelecto discriminante. E tudo isto existe e funciona no bojo infinito e eterno do Espírito, do Ser, da Consciência Suprema que o homem realmente é. (...) 

O que está dito acima sugere uma hipótese de explicação para os extraordinários benefícios propiciados pela prática de Hatha Yoga, os quais, tudo indica, resultam da ampla e simultânea atuação benfazeja do método sobre todos os componentes do grande sistema que é a totalidade humana. Esta é talvez a magia por trás de seu poder milagroso na promoção do que chamo "Saúde Plena", que inclui paz, força, alegria, lucidez, harmonia, coragem, amor. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 59/61)


sexta-feira, 12 de abril de 2013

O RISO

"É muito natural na gente jovem a propensão para divertir-se, regojizar-se, ler e ouvir coisas amenas, e rir-se alegremente por elas. Isto é perfeitamente lícito e inofensivo. Se as pessoas pudessem ver o efeito produzido no corpo astral por um riso franco e jubiloso, convencer-se-iam de que é tão benéfico como o da comoção provocada no fígado e demais vísceras pelo passeio a cavalo. Mas se lhes fossem visíveis os efeitos dos contos e anedotas picantes, notariam espantosa diferença, pois as formas assim engendradas são inteiramente malignas e permanecem longo tempo no corpo astral com risco de atrair outra categoria de aborrecíveis entidades. Aqueles que se aproximam dos Mestres têm de estar livres de tão funestas influencias, como também de tudo o que é turbulento e escabroso. Os jovens devem precaver-se constantemente contra qualquer reincidência em necessidade e puerilidade. 

Há de se evitar a todo o custo a propensão para o riso tolo, pois seu efeito é muito nocivo ao corpo astral, porque o envolve num aspecto muito repugnante, em forma de uma espécie de envoltura que impede a entrada de harmônicas influências. É um perigo contra o qual os jovens têm de se precaver cuidadosamente. Sede tão alegres e jubilosos quanto puderdes. Ao Mestre isso lhe apraz e vos ajudará a progredir na Senda. Mas não consintais que nem por um momento maculem vossa jovialidade a grosseria e torpeza, e que nunca estale vosso riso em estrepitosas gargalhadas nem se degenere em risonhos mofadores.

Há nisto como em outras coisas uma definida demarcação entre o inocente e o que pode chegar a ser danoso. O método mais seguro de determiná-la é considerar se a diversão quebra as normas da delicadeza e bom gosto. Desde o ponto em que o riso transpõe estas normas, desde o momento em que há nele o menor toque de estrepitosidade e cessa de ser perfeitamente refinado, entramos em perigoso terreno. O aspecto interno de tudo isso é que enquanto o ego permanece dono do seu corpo astral, tudo corre felizmente; mas tão logo isso se altera, o riso se transforma em tolo e néscio, e o corpo astral arrasta o ego como o desbocado cavalo a seu jinete. Um corpo astral sem freio está à mercê de influências eventuais e pode ser afetado pelos mais sinistros pensamentos e emoções.

Vede também que vosso regojizo seja sempre puro e limpo, sem jamais maculá-lo com um malicioso deleite pelo sofrimento ou fracasso do próximo. Se alguém é vítima de um acidente, não riais do aspecto ridículo do ocorrido, mas acudi pressuroso a ajudar e consolar. Amável benevolência e ajuda devem ser sempre vossas características assinaladas."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 93/94)


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

DISCERNIMENTO - PARTE II

"(§06) Quando há trabalho que precisa ser feito, o corpo físico quer descansar, passear, comer e beber; e o homem que não sabe diz a si mesmo: "Eu quero fazer estas coisas, e preciso fazê-las." Mas o homem que sabe, diz: "Aquele que quer não sou eu, e deve esperar um pouco." Frequentemente, quando há uma oportunidade de auxiliar alguém, o corpo insinua: "Quanto aborrecimento me trará isto, deixemos que outro qualquer o faça." Mas o homem que sabe replica ao seu corpo: "Tu não me impedirás de praticar uma boa ação."

(§07) O corpo é teu animal - o cavalo sobre o qual montas. Portanto deves tratá-lo bem e cuidar bem dele; não deves sobrecarregá-lo de trabalho, deves alimentá-lo corretamente, só com alimentos e bebidas puros, e mantê-lo sempre minuciosamente limpo, sem o menor resquício de impureza. Pois sem um corpo perfeitamente limpo e saudável, não podes realizar a árdua tarefa de preparação, nem podes suportar o seu incessante esforço. Mas deves ser sempre tu quem comanda o corpo, e não ele quem comande a ti.

(§08) O corpo astral tem seus desejos -e os tem às dúzias; ele quer que fiques irado, que digas palavras ásperas, que sintas ciúmes, que sejas ávido por dinheiro, que invejes as posses de outras pessoas, que te entregues à depressão. Ele quer todas estas coisas, e muitas mais, não porque deseje prejudicar-te, mas porque gosta de vibrações violentas, e gosta de mudá-las constantemente. Mas tu não queres nenhuma destas coisas, e portanto deves discernir entre os teus desejos e os de teu corpo astral.

(§09) Teu corpo mental deseja pensar em si mesmo orgulhosamente separado, pensar muito em si mesmo e pouco nos outros. Mesmo quando tu o tiveres desviado das coisas mundanas, ainda tentará especular para si, fazer-te pensar em teu próprio progresso, em vez de pensar sobre a obra do Mestre e em auxiliar os outros. Quando tu meditares, tentará fazer-te pensar sobre as inúmeras diferentes coisas que ele deseja, em vez de pensar na única coisa que tu queres. Tu não és esta mente, mas ela é tua para que a uses; assim, aqui novamente o discernimento é necessário. Tens de vigiar incessantemente, ou falharás.

(§10) Entre o certo e o errado, o Ocultismo não admite acordo. A qualquer custo aparente, tens de fazer o que é certo, e não fazer o que é errado, sem dar importância ao que o ignorante possa pensar ou dizer. Tu deves estudar profundamente as leis ocultas da Natureza, e quando as conheceres organiza a tua vida de acordo com elas, utilizando sempre a razão e o bom senso.

(§11) Precisas discernir entre o importante e o não importante. Firme como uma rocha no que concerne ao certo e ao errado, cede sempre aos outros em coisas de somenos importância. Pois deves ser sempre amável e bondoso, razoável e conciliador, deixando aos outros a mesma plena liberdade que necessitas para ti mesmo. (...)"

(Krishnamurt – Aos Pés do Mestre – Ed. Teosófica, Brasília)


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

DOMÍNIO DA MENTE (1º PONTO DE CONDUTA)


"(§32) A Qualificação de Ausência de Desejos (Desapego) mostra que o corpo astral deve ser controlado; aqui se mostra a mesma coisa para o corpo mental. Isto significa controle do temperamento, de modo que não possas sentir ira ou impaciência; domínio da própria mente, de modo que o pensamento possa ser sempre calmo e imperturbável; e (através da mente) domínio dos nervos, de modo que possam ser o menos irritáveis possível. Este último é difícil, porque quando tentas preparar-te para a Senda, não podes evitar que teu corpo se torne mais sensível, de modo que seus nervos sejam facilmente perturbados por um som ou um choque, e sintam agudamente qualquer pressão; mas deves fazer o melhor que puderes.

(§33) A mente calma também significa coragem, de modo que possas encarar sem medo as provas e dificuldades da Senda; significa ainda firmeza, de modo que possas dar menor importância às perturbações que todos encontram na vida diária, e evitar a incessante preocupação com as pequenas coisas nas quais muitas pessoas consomem a maior parte de seu  tempo. O Mestre ensina que não tem a menor importância o que aconteça exteriormente ao homem: tristezas, perturbações, doenças, perdas – tudo isso deve ser como nada para ele, e não deve permitir que afete a calma de sua mente. Elas são o resultado de ações passadas, e quando vêm deves suportá-las alegremente, lembrando que todo o mal é transitório, e que é teu dever permanecer sempre contente e sereno. Pertencem às tuas vidas anteriores, e não a esta; não podes modificá-las, portanto, é inútil preocupar-se com elas. Pensa antes no que estás fazendo agora, e que causará os acontecimentos de tua próxima vida, pois esta tu podes modificar.

(§34) Nunca te permitas sentir triste ou deprimido. A depressão e um erro, porque contamina os outros e torna suas vidas mais difíceis, o que não tenso direito de fazer. Portanto, sempre que ela vier a ti, rechaça-a imediatamente.

(§35) Deves, ainda, dominar teu pensamento de outro modo: não deves deixá-lo vaguear. Fixa o teu pensamento no que quer que estejas fazendo, para que possa ser feito com perfeição. Não deixes tua mente ociosa, mas mantém sempre bons pensamentos no seu plano de fundo, prontos a avançar no momento em que ela estiver livre. (§36) Usa, diariamente, o poder de teu pensamento em bons propósitos; sê uma força na direção da evolução. Pensa cada dia em alguém que saibas estar triste, sofrendo, ou necessitando auxílio, e verte sobre ele pensamentos de amor.

(§37) Preserva a tua mente do orgulho, pois o orgulho provém somente da ignorância. O homem que não sabe pensa ser grande; imagina ter feito esta ou aquela grande coisa; mas o homem sábio sabe que só Deus é grande, que toda boa obra é feita somente por Deus."

(Krishnamurti - Aos Pés do Mestre, Ed. Teosófica, Brasília)
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