OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 8 de junho de 2014

NÃO CREIAS NUMA MORTE REAL! (3ª PARTE)

"(...) Quanto tempo durará essa noite de semiconsciência? Ninguém o sabe. Para uns é longa, para outros breve. Depende do modo de vida que alguém levou na terra; depende do conteúdo e da qualidade das nossas experiências atuais. Para uma alma firmemente presa ao corpo físico, à matéria dos sentidos e do mundo, causa essa separação um choque violento, uma espécie de hemorragia interna, de maneira que, por largo tempo, ela não consegue recuperar equilíbrio e suficiente consciência para se orientar e saber o que aconteceu e onde está. 

Para outras almas, já devidamente habituadas ao desapego voluntário da matéria, é breve esse estado de inconsciência parcial, porque não houve choque violento; como São Paulo, podiam dizer em plena vida terrestre 'eu morro todos os dias, e é por isto que vivo - mas não sou eu que vivo, o Cristo é que vive em mim'.

Quando, então, a alma volta a recuperar consciência de si, não sabe ainda que se acha fora do corpo material. O longo hábito de sentir e pensar através da rede dos nervos orgânicos mantém a alma, por algum tempo, na ilusão de sentir e pensar ainda através desses mesmos veículos, já inertes. Mesmo quando conatempla o seu corpo imóvel, não se convence desde logo que esse invólucro não seja mais instrumento dela. O homem espiritual, porém, habituado a não se identificar com o seu corpo, durante a vida terrestre, rapidamente se habitua ao novo ambiente e se sente perfeitamente 'em casa'. E logo essa alma, levada por um impulso interno, vai em busca de outros seres que tenham afinidade espiritual com ela, porque vê nesses seres seus irmãos, suas irmãs, sua família espiritual. Cessaram os liames do parentesco material; começam a agir as forças da afinidade espiritual, segundo a eterna lei cósmica 'semelhante atrai semelhante'. E formam-se novos mundos e novas humanidades. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1982 - p. 125/126)


quinta-feira, 8 de maio de 2014

O GRANDE HOMEM

"Mantém o seu modo de pensar independentemente da opinião pública.

É tranquilo, calmo, paciente, não grita nem desespera.

Pensa com clareza, fala com inteligência, vive com simplicidade.

É do futuro, e não do passado.

Sempre tem tempo.

Não despreza nenhum ser humano.

Causa-lhe a impressão os vastos silêncios da Natureza: o Céu.

Não é vaidoso.

Como não anda à cata de aplausos, jamais se ofende.

Possui sempre mais do que julga merecer.

Está sempre disposto a aprender, mesmo das crianças.

Vive dentro de seu próprio isolamento espiritual, aonde não chega nem o louvor nem a censura.

Não obstante, seu isolamento não é frio: ama, sofre, pensa, compreende.

O que você possui: dinheiro, ou posição social, nada significa para ele. Só lhe importa o que você é.

Despreza a opinião própria, tão depressa verifica o seu erro.

Não respeita usos estabelecidos e venerados por espíritos tacanhos.

Respeita somente a verdade.

Tem mente de homem e coração de menino.

Conhece-se a si mesmo, tal qual é, e conhece a Deus."

(Paulo Lotufo - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 -  p.100/101)
www.martinclaret.com.br


sábado, 3 de maio de 2014

O DESAFIO DA IMPERMANÊNCIA - INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM (PARTE FINAL)

"(...) Nas situações de prazer e de dor, o tempo parece de encurtar e se alongar, respectivamente. Quem já não viveu horas de amor que duraram um segundo ou uma dor de cabeça que durou um século?

‘Talvez seja difícil reconhecer que o tempo é a causa do nosso sofrimento e de nossos problemas. Acreditamos que eles são causados por situações específicas em nossas vidas, e, de um ponto de vista convencional, isso é uma verdade. Mas enquanto não lidarmos com a disfunção básica da mente – o apego ao passado e ao futuro e a negação do presente – os problemas apenas mudarão de figura’, ensina Tolle; ‘não há salvação dentro do tempo. Você não pode se libertar no futuro’. Então, de que maneira podemos nos libertar e deixar de sofrer em razão da impermanência? Percebendo que a única dimensão real do tempo é o agora. Na plenitude misteriosa desse espaço-tempo que não tem começo nem fim, que é imutável dentro da descontinuidade que nos cerca, a relação observador-observado deixa de existir, restando apenas a observação, um estado de totalidade com o fluxo da vida. Nessa totalidade deve reinar a consciência descrita por Cristo como ‘Eu e o Pai somos Um’.

O que nos impede de viver o agora neste momento, deixando de sofrer as agruras do tempo psicológico? Provavelmente nenhuma dor física. Contudo, quase nunca estamos ‘bem’ de verdade. Há um conjunto de sensações misturadas com lembranças desconfortáveis, fazendo nosso pensamento vaguear de um lado para outro. São as ‘flutuações da mente’, semelhantes às ondulações na superfície de um lago, que nos impedem de ver seu fundo. Nessa imagem, o fundo do lago é a nossa natureza real, que a instabilidade da mente encobre.

Por essa razão, no yoga a mente é estudada em profundidade. Yoga é definido como ‘a dissolução de todos os centros de reação da mente’, nos Yogas-sutras de Patanjali (Sutra número 2), conforme tradução e comentário de Mehta. (...)

Por meio da disciplina do yoga que inclui técnicas objetivas como auto-observação e a meditação, podemos inverter o jogo, reeducando a mente a fim de colocá-la a nosso serviço. Nem por isso a natureza cíclica do mundo mudará; isso está entre as coisas que não mudam. A diferença é que não estaremos mais vivendo inconscientemente esses ciclos; estaremos integrados neles, acompanhando com nossos batimentos cardíacos o ritmo do coração do mundo."

(Walter S. Barbosa - O desafio da impermanência - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 26)


segunda-feira, 28 de abril de 2014

VIVENDO NO MUNDO FÍSICO

"À medida que as lembranças do mundo celestial de luz e alegria lentamente se desvanecem e são substituídas por uma sensação de peso e frio, a alma recém-chegada sente-se um pouco confusa ao entrar no mundo físico mais uma vez. Ela acabou de se afastar de um mundo organizado e acolhedor para ingressar em um lugar de insegurança e solidão. O espiríto não está mais flutuando em um mundo de cor, luz, sentimentos e deslumbramento. Ele já não viaja mais à velocidade do pensamento. Ninguém lê mais sua mente. O espírito está de novo aprisionado em um mundo onde a energia é densa, as cores fracas e insípidas, e a única luz natural emana de um sol.

Embora o espiríto que reencarna já seja muito 'velho', de certo modo é também novo em folha. É verdade que traz consigo um pacote de lições cármicas, mas também tem seus corpos mental, emocional e físico recém-formados para vivenciá-las. Em parte, o espírito conta com seus instintos inferiores para satisfazer suas necessidades físicas. Mas e as partes emocionais e mentais deste ser? Como se desenvolverão e se aperfeiçoarão? Equipado com seu plano de vida espiritual, o espírito deve entrar no mundo da carne para cumprir seu destino. Deve aprender a amar, a ser magoado e a crescer. O resto de sua vida na Terra será moldado por suas relações, sua religião, e pela sociedade em que vive. A vida completou seus ciclo, e a viagem do espírito avança mais uma vez através do tempo."

(James Van Praagh - Em busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro,2008 -  p. 49/50)
www.esextante.com.br


sexta-feira, 25 de abril de 2014

A TRANSMUTAÇÃO DO KARMA EM DARMA

"No universo, cada coisa ingressa no campo da existência no lugar e tempo a que ela ‘pertence’. Ela surge ali e naquele instante, porque naquele lugar e tempo existe uma necessidade particular que ela pode satisfazer.

Por que um ser humano específico pode prover a necessidade de uma família, grupo ou nação em particular - e da humanidade em geral – num determinado tempo? Porque a soma total das séries de experiências, pensamentos e ações do passado, que condicionam aquilo que é possível a esse ser humano realizar, faz com que ele ou ela se torne uma resposta potencialmente efetiva à necessidade.

O recém-nascido encontra-se condicionado pelo passado – ancestral, sócio-histórico e/ou reencarnacional pessoal – como o último elo de uma cadeia de tentativas do universo (ou, pode-se dizer, de algum Deus) para satisfazer com êxito uma necessidade cósmica particular e, dessa maneira, cumprir um papel específico neste planeta (ou em qualquer outro). Esse condicionamento é o karma do recém-nascido. Contudo, a tarefa de cumprir esse papel em termos da necessidade de um lugar e tempo particulares constitui o seu darma. Por conseguinte, darma e karma são os dois lados da moeda da existência individual. O karma é constituído por aquilo que é possível ao recém-nascido em virtude de uma longa série de experiências passadas, quer tenham sido elas bem-sucedidas ou resultado em fracassos. O darma se define pelo caráter preciso e pela necessidade da nova situação existencial na qual ocorreu o nascimento. O darma requer um ser humano cujo karma particular faz com que lhe seja possível executá-lo. (...)"

(Virginia Hanson e Rosemarie Stewart - Karma, A Lei Universal da Harmonia – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro - p. 49/50)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (3ª PARTE)

"(...) Como eu disse antes, este conceito linear de uma vida única cria ansiedade. Por isso, quando você fica em silêncio, sozinho, fica preocupado. Uma coisa é certa para você: o tempo está sendo desperdiçado. Você não está fazendo nada, está apenas sentado. Por que você está desperdiçando sua vida? E este tempo não pode ser recuperado, porque no Ocidente se ensina que 'tempo é dinheiro'. Isto está absolutamente errado, porque a riqueza é criada pela escassez e o tempo não é escasso. Toda a economia depende da escassez: se alguma coisa é escassa, ela se torna valiosa. Mas o tempo não é escasso, está sempre presente. Não é possível esgotá-lo, então o tempo não pode ser econômico e, portanto, não pode representar riqueza.

Ainda assim, continuam ensinando que o tempo é uma riqueza que não deve ser desperdiçada, pois não voltará. Então, você não pode ficar sozinho, apenas sentado, durante três anos. Nem três meses, nem mesmo três dias, pois você terá desperdiçado esse tempo. E o que você está fazendo? Surge um segundo problema, porque no Ocidente ser não é muito valioso, mas fazer é valioso. Pergunta-se sempre 'o que você tem feito?', pois o tempo serve para fazer algo. Dizem, no Ocidente, que uma mente vazia é a morada do demônio. Você sabe disso e sua mente sabe disso. Então, ao sentar-se, sozinho, você fica amedrontado. Está perdendo tempo, não está fazendo nada, você fica se perguntando: 'O que você está fazendo aqui? Está apenas sentado? Desperdiçando o seu tempo?' Como se ser, e apenas ser, fosse um desperdício! Você precisa fazer algo para provar que usou seu tempo. A diferença na forma de pensar está aí.

Na antiguidade, sobretudo no Oriente, ser era o bastante. Não havia necessidade de provar mais nada. Ninguém iria perguntar: 'O que você tem feito?' O seu ser já era suficiente e era aceito como tal. Caso você fosse uma pessoa silenciosa, cheia de paz, de contentamento, estava tudo bem. Por isso, no Oriente, jamais foi pedido aos sannyasins que trabalhassem. E sempre pensamos que os sannyasins, aqueles que deixaram de lado todo o trabalho, eram melhores do que aqueles que estavam ocupados trabalhando.

Isso jamais ocorreria no Ocidente. Se você não estiver trabalhando, é um vagabundo, um mendigo. Os hippies são um fenômeno recente, mas, de certa forma, o Oriente sempre teve uma mentalidade hippie. Criamos os maiores hippies do mundo! Buda e Maavira, sem qualquer ocupação, sentados, meditando, aproveitando seu ser, apenas extraíndo contentamento de seu jeito de ser, sem fazer nada. Mas nós os respeitávamos: eram os seres supremos, os mais elevados. Buda era um pedinte, mas até os reis ajoelhavam-se aos seus pés. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 77/78)
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terça-feira, 22 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (2ª PARTE)

"(...) Em uma das escrituras tibetanas está escrito que, mesmo se você tiver que correr, deve fazê-lo devagar. Se você correr, jamais atingirá lugar algum. Perceba o aparente paradoxo: sente-se e você atingirá seu objetivo, mas, se correr, não chegará a lugar algum. Nessa cadeia eterna, de milhões de vidas, há sempre tempo suficiente. A paciência, então, se torna possível. Mas no Ocidente, como há apenas uma vida, a cada momento um pouco dessa vida vai se transformando em morte. Há uma perda constante, nada é realizado, nenhum desejo é satisfeito, tudo está incompleto... Como você pode ser paciente? Como esperar? Tornou-se impossível esperar. Com essa ideia de uma única vida, junto com outra ideia, a do tempo linear, o pensamento cirstão criou uma forte ansiedade dentro da mente. (...)

O pensamento cristão diz que o tempo não se move em círculos, mas sim em linha reta. Nada se repetirá, então tudo é único. Todo o qualquer evento irá ocorrer uma única vez em toda a eternidade, não se repetirá jamais. Não é um círculo, não é como uma roda em movimento, na qual um aro irá girar várias vezes. No Oriente, o tempo é um conceito circular, como as estações se movendo em um círculo. Se o verão chega agora, então chegará sempre, Sempre foi assim e assim será para sempre.

Este conceito oriental está mais próximo da verdade: a Terra se move em um círculo, o Sol se move em um círculo, as estrelas se movem em um círculo e a vida também. Todo movimento é circular, e o tempo não pode ser uma exceção: se o tempo se mover, irá fazê-lo de forma circular. O conceito linar do tempo está absolutamente errado.

É por isso que, no Oriente, nunca nos interessamos muito por História. Estivemos interessados pelo mitos, mas não pela História. Foi o Ocidente que introduziu a História no mundo. É por isso que Jesus tornou-se o centro da História, o início do calendário. Medimos o tempo com a ideia de 'antes de Cristo' e 'depois de Cristo'. Cristo tornou-se o centro de toda a História, a primeira pessoa histórica.

Buda não é histórico, nem Krishna. Não é possível ter certeza sobre o nascimento de Krishna, se ele existiu de fato ou não, se foi apenas uma história ou se houve fatos históricos. Ninguém nunca se preocupou com isso no Oriente. Dizem simplesmente que todas as coisas são histórias, que já foram contadas muitas vezes e serão contadas de novo. Não é preciso, então, preocupar-se com os fatos, pois os fatos são repetitivos. É melhor preocupar-se com o tema. Caso contrário, coisas importantes podem passar desapercebidas. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 74/76)
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segunda-feira, 21 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (1ª PARTE)

"A mente só pode existir em sociedade. Ela é um fenômeno social, pois necessita da presença de outras pessoas. Você não pode sentir raiva quando está sozinho ou, se isso acontecer, se sentirá tolo. Você não pode ficar triste quando está sozinho, pois não há desculpa para tal. Também não pode se tornar violento, é necessário que haja mais alguém por perto. Você não pode falar, não pode continuar tagarelando. Não pode usar a mente, ela não pode funcionar - e quando a mente não pode funcionar, ela se torna ansiosa e preocupada. Ela precisa funcionar, precisa de alguém com quem se comunicar. 

A mente é um fenômeno social, um subprodutdo da sociedade. Não apenas da sociedade moderna, mas de qualquer sociedade. Mesmo nos tempos ancestrais, quando alguém ia caçar sozinho na floresta, essa pessoa ficava ansiosa, ficava deprimida no começo. A diferença não está na mente, a diferença está no grau de paciência. A mente permanece a mesma, seja ela moderna ou antiga, mas nos velhos tempos as pessoas eram mais pacientes, podiam esperar. Hoje você não sabe mais ser paciente, e aí está o problema.

Nos velhos tempos, no mundo antigo - especialmente no Oriente -, não havia consciência do tempo. É por isso que os relógios não foram inventados no Oriente. Poderiam ter sido inventados na China, talvez, mas eles não estavam interessados no tempo. A mente moderna se interessa em demasia pelo tempo. Por quê? Isto é parte da influência cristã no mundo. Com o cristianismo e o islamismo, a consciência do tempo passou a fazer parte do mundo. Há razões para tal. 

No pensamento cristão, acredita-se que haja apenas uma vida. É a primeira e a última. Se você morrer, não terá mais tempo, então todo o tempo que você tem são setenta ou oitenta anos, talvez. Por isso há tanta pressa no Ocidente. Todos correm porque a vida está se esvaindo. A cada momento seu tempo de vista restante diminui. O tempo está passando e você está morrendo. Tantos desejos para realizar e tão pouco tempo para realizá-los, isso obviamente gera ansiedade.

No Oriente, por outro lado, sempre se acreditou que a vida seja eterna. Assim sendo, o tempo não importa, não há pressa, pois você passará por aqui muitas vezes. Já esteve aqui milhões de vezes e voltará milhões de outras vezes. Esta não é a primeira nem a última vida, apenas mais uma dentro de uma longa cadeia, e você está sempre no meio, pois não há início nem final. Por que, então, ter pressa? Há tempo suficiente para tudo. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 73/74)


sábado, 19 de abril de 2014

JOVENS PARA SEMPRE (PARTE FINAL)

"(...) O tirano chamado Tempo mora dentro de nós, alimentado por nossas atividades e desejos por coisas transitórias. Dependendo de nossa condição mental, o tempo passa rápida ou lentamente. As paixões e emoções perturbam as mentes dos mortais, enquanto os deuses, não contaminados pelos pensamentos e desejos mundanos, experienciam a imortalidade e a juventude.

Para sermos jovens e belos, devemos necessariamente nos livrarmos dos impulsos – o ímpeto para chegar a algum lugar, para ser o primeiro, para realizar. Isso nos escraviza ao tempo. O tempo priva a mente de sensibilidade e flexibilidade e a torna propensa às ansiedades do egocentrismo que envelhece o corpo.

A pessoa deve viver de maneira absolutamente diferente para preservar a juventude. O apego é a verdadeira essência da mente mundana; ausência de apego é liberdade. Para sermos jovens, a mente deve ser livre. Citando o Dammapadda: ‘A ausência de atenção é a estrada que leva à morte. Os atentos não morrem; os desatentos são como se já estivessem mortos.’

A vigilância na vida diária, que ajuda a pessoa a abandonar toda paixão, pensamento e atitude egoísta, é uma passagem para um estado divino, repleto de amor e sabedoria. Egoísmo é ignorância, falta de sabedoria. Vamos nos tornar jovens vivendo de maneira reta, ou vamos esperar que os técnicos e mágicos prolonguem a miséria do egocentrismo?"

(Radha Burnier - Jovens para sempre - Revista Sophia, Ano 5, nº18 – Pub. da Ed. Teosófica - p. 25)

sábado, 22 de março de 2014

ATMAN

Como uma Chama sem fumaça, do tamanho de um polegar, assim é o Atman – o Senhor do Passado e do Futuro, que é o mesmo tanto hoje como amanhã.

"Aqui, o Atman é descrito como Chama sem fumaça – o que significa isso? Quando essa fumaça surge na Chama? Ela surge, obviamente, quando há impurezas. Enquanto as impurezas durarem, deve haver fumaça. Mas Atman é completamente puro e incorruptível, e isso significa chama sem fumaça. Yama diz que Atman é o Senhor do Passado e do Futuro, porque ele transcende o processo do tempo. Ele é imanente no tempo e também está além do tempo. O tempo simboliza mudança, mas Atman permanece imutável mesmo no meio da mudança. Yama declara isso ao dizer que Atman é ‘o mesmo tanto hoje como amanhã’. Pelo fato de que é imutável, ele é o iniciador de todas as mudanças. Atman não é estático. Na verdade ele é o centro imutável de uma mobilidade interminável."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 76/77)


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A REFLEXÃO NOS TORNA HUMANOS

"Em Viveka-Chudamani (Viveka Chudamani – A Joia Suprema da Sabedoria, Editora Teosófica, 1991) de Sankaracharya, é dito que nascer como ser humano é um extraordinário privilégio. Inumeráveis encarnações devem ter passado em vários tipos de corpos, em diferentes níveis de evolução, antes do nascimento do reino humano.

Para nós parece terrível que isso leve tantas eras no tempo, mas o tempo não é problema para as criaturas fora do reino humano. Elas vivem e morrem naturalmente sem se preocuparem com o tempo. Mas no estágio humano, um novo tipo de energia é necessário para fazer o progresso interno.

O sofrimento é uma maneira de aprender. O karma regula o processo. Mas esse não é o real aprendizado; o sofrimento apenas torna a consciência vagamente ciente de uma necessidade interna. Assim, o processo é lento, e durante um longo tempo o sofrimento e o confuso aprendizado continuam, durante a transição entre a atividade inconsciente do estágio pré-humano e a existência consciente do ser humano.

A energia que pavimenta o caminho para a sabedoria é a reflexão, qualidade especialmente humana, segundo Teilhard de Chardin. (...)

A reflexão, que necessita um tipo diferente da ambição, é a única que capacita os seres humanos a aprender sobre a vida e seus propósitos. Viveka-Chudamani indica claramente que a reflexão (Vichara) antecede à aproximação a um instrutor espiritual. O Bhagavad-Gita também afirma que esta é uma qualidade necessária."

(Radha Burnier - A Reflexão nos Torna Humanos - Revista Theosophia, pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 95, jan/fev/março 2006 - p.11/12)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A REVELAÇÃO DE BRAHMAN

"O Upanixade Kena diz que a chegada de Brahman é como um ‘piscar de olho’. A revelação de Brahman é instantânea, tão súbita e rápida como um piscar de olho. A experiência de Brahman é momentânea, mas esse momento tem a riqueza de uma Eternidade. Brahman ou Realidade pode ser experienciado de momento a momento. Qualquer desejo de estender o momento significaria trazer a percepção de Brahman para o processo do tempo. Mas como pode o Transcendente ser percebido na região do Tempo? Somente no momento atemporal é que Brahman pode ser conhecido. Isso significa que para a experiência de Brahman precisamos descartar viver no processo do tempo? As atividades do dia a dia do homem precisam estar no processo do tempo. Mas aquele que obteve um vislumbre momentâneo de Brahman no momento atemporal retorna ao processo do tempo com um sentido de êxtase. Ele preenche o processo do tempo com esse êxtase. Ele não é mais a mesma pessoa. Ele traz para o processo do tempo a fragrância do Atemporal. Embora Brahman chegue como um flash de luz, tal é o brilho desse flash que ilumina toda a existência do homem.

O Upanixade Kena diz que Brahman é Tadvanam – o que significa o Bem amado de todos. E como adoramos o Bem Amado? Certamente através do Amor. O Upanixade Kena diz que somente a adoração do Amor nos conduz à experiência de Brahman. Somente quando a consciência humana está repleta de amor é que ela experiência a chegada de Brahman."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003, p. 48)


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

APROVEITE O TEMPO COM SABEDORIA

"A maioria das pessoas gasta o tempo em coisas inúteis. Tente, a cada dia, fazer algo que valha a pena, para sentir que prestou uma contribuição e que sua vida tem sentido. Você desenvolverá grande magnetismo se realizar todos os dias uma coisa que achava que não conseguiria fazer.

Vigie seus pensamentos. Todas as suas experiências são filtradas pelo que você pensa. É a companhia de seus pensamentos que o eleva ou degrada. O corpo é uma carruagem filtrada por cinco cavalos: os sentidos. Você, a alma, é o proprietário e condutor da carruagem. Se não usar as rédeas da mente para controlar os cavalos, a carruagem perderá o rumo e tombará nas valas da doença, do sofrimento e da ignorância. Se quiser que a carruagem o carregue com êxito pela vida, conduzindo-o ao reino de Deus - seu verdadeiro destino -, é necessário que controle os cinco cavalos dos sentidos. Isso lhe dará autodomínio e, assim, a verdadeira felicidade.

Por que perder tempo? Use as horas de que dispõe para meditar e ler revistas como a Inner Culture,¹ que o inspirarão com pensamentos corretos. É tão fácil desperdiçar tempo - uma vida inteira pode ser inutilizada assim. Você é dono dos momentos de sua vida. Use-os sabiamente, para que lhe tragam a salvação. Por que gastar tempo com jogos de baralho e coisas inúteis? Eu vi que as pessoas ficam sentadas jogando cartas por horas e horas, em salas cheias de fumaça de cigarro. Desperdiçar a vida é a pior coisa que se pode fazer com a alma. Consome-se tanto tempo e não há nenhum retorno. Para relaxar, é melhor sair e caminhar, ou praticar um pouco de exercício saudável."

¹ Em 1948 Paramahansaji mudou o nome da revista para Self-Realization.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 136/137)


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O AGORA (PARTE FINAL)

"(...) A maior parte das pessoas confunde o Agora com o que acontece no Agora. Mas não é isso. O Agora é mais profundo do que o que ocorre nele. É o espaço no qual tudo acontece. Portanto, não confunda o conteúdo do momento presente com o Agora. O Agora é mais profundo do que qualquer conteúdo que exista nele.

Quando entra no Agora, você sai do conteúdo da sua mente. A incessante corrente do pensamento se desacelera. Os pensamentos não consomem mais toda a sua atenção. Há intervalos entre eles - espaços de silêncio e calma. Você começa a perceber que o seu ser é maior e mais profundo do que seus pensamentos.

Os pensamentos, as emoções, as percepções sensoriais e tudo o que você sente formam o conteúdo da sua vida. Você acredita que sua identidade vem do que você chama de 'minha vida' e confunde 'minha vida' com o conteúdo dela.

Você sempre ignora o fato mais óbvio: o seu sentido mais profundo de ser não tem nada a ver com o que acontece na sua vida, nada a ver com o conteúdo de sua vida. O sentido de ser, de Eu Sou, está intimamente ligado ao Agora. Ele sempre permanece o mesmo. Na infância e na velhice, na saúde ou na doença, no sucesso ou no fracasso, o Eu Sou - o espaço do Agora - permanece imutável no nível mais profundo. Mas, como ele costuma se confundir com o que acontece em sua vida, você sente o Eu Sou ou o Agora muito tênue e indiretamente, através do conteúdo de sua vida. Em outras palavras: sua noção de ser fica obscurecida pelas circunstâncias, por sua corrente de pensamento e pelos inúmeros fatos que ocorrem no mundo à sua volta. O Agora fica encoberto pelo tempo.

E assim você esquece seu enraizamento no Ser, sua natureza divina, e se perde no mundo. A confusão, a raiva, a depressão, a violência e os conflitos surgem quando os seres humanos esquecem quem eles são. No entanto, é tão simples lembrar a verdade e dessa forma voltar às suas origens.

Eu não sou os meus pensamentos, não sou minhas emoções, minhas percepções sensoriais e minhas experiências. Não sou o conteúdo da minha vida. Sou o espaço no qual todas as coisas acontecem, Eu sou a consciência. Sou o Agora. Eu Sou."

(Eckhart Toole - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 34/36)


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NÃO PERCAM TEMPO

"Muitos anos de nossas vidas já ficaram para trás. Apenas alguns anos, semanas, dias e horas nos restam. Não percam tempo. Em seus corações, digam a Ele noite e dia: ‘Senhor, eu Te quero.” Jamais sejam insinceros quanto a isso. Nunca raciocinem: ‘Amanhã buscarei Deus. Hoje quero gozar a vida.’ Digam sempre: ‘Hoje meu Senhor, hoje eu Te quero.’

Agora mesmo estou vendo a grande luz de Deus espalhada por toda parte – que alegria, que luz! ‘Senhor, eu Te reverencio nesta bela ocasião em que nasces em nós com nova glória. Que eu seja sempre abençoado com a consciência da Tua presença, e que cada um aqui receba a mesma bênção, para que todos nós possamos saber que estás procurando renascer em nossa consciência.’

Amem a Deus, falem com Ele todo o tempo, na atividade e no silêncio, em oração profunda, com o desejo incessante de seus corações, e verão a cortina da ilusão desvanecer-se. Ele, que brinca de esconder na beleza das flores, nas almas, nas nobres paixões, nos sonhos, apresentar-Se-á e dirá: ‘Tu e Eu estivemos separados por longo tempo, porque Eu queria que Me desses teu amor voluntariamente. És feito à Minha imagem, e Eu quis ver se usarias a liberdade para dar-Me o teu amor.’ 

Oro para que Deus lhes conceda o dom imperecível de Seu amor. Sem esforço, porém, vocês não O encontrarão. Se fizerem os 25% de esforço, o resto virá pela graça de Deus e do guru. (...) Que Suas bênçãos estejam sempre com vocês; que Sua consciência nunca os abandone. Que vocês percebam dentro e fora, a plenitude da presença Dele." 

(Paramahansa Yogananda – A Eterna Busca do Homem – Self-Realization Fellowship – p. 180/181


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

IMPERMANÊNCIA

"O discípulo perguntou ao Mestre:

- Por que, Mestre, estais sempre namorando as nuvens?

Contemplo-as, lendo em cada uma a grande lição da impermanência. Sejam brancas, diáfanas, enormes e luminosas; sejam cinzentas, baixas, pejadas e pesadas; sejam coloridas de poente, sejam de nascente, em poucos instantes já perderam a forma e a cor; já deixam de ser. Nós também. Não resistimos ao tempo. Quem pode deter a maré do tempo que tudo arrasa? Nossas alegrias e vitórias, nossas quedas e tristezas não persistem. Tudo muda. Tudo o tempo consome. Olha aquela imponente nuvem sobre o rio...

- Bela. Muito bela mesmo!

- Se quiseres, meu filho, perder a tua paz, é só te apegares a ela e desejar que fique, assim como está. “Uma nuvem nunca é; sempre simplesmente está."

(Hermógenes - viver em Deus - Ed. Nova Era, 4ª edição - p. 141)


terça-feira, 1 de outubro de 2013

AUTOCOMPREENSÃO

"Somos autores de nossos próprios sofrimentos, por isso só nós podemos desfazê-los. Surgiram de nossos pensamentos, de nossas suposições e, se descobrirmos suas consequências, essas ilusões cessam e há a possibilidade de uma verdadeira mudança. Essa mudança não vai acontecer no tempo, não acontecerá gradualmente. Ou percebemos a verdade ou não a percebemos. Não podemos descobrir vinte por cento da verdade, depois cinquenta por cento e pouco a pouco chegarmos a cem por cento, como ir subindo numa montanha. Ora, a verdade entra na mente como uma revelação instantânea, uma profunda percepção que produz a mutação da consciência e quando acontece, estamos livres. O problema termina e não precisamos controlá-lo. Precisamos controlar o problema somente quando ele está surgindo, porque a causa ainda não foi eliminada.

Por isso existem guerras no mundo, porque suas causas não foram eliminadas."

(P. Krishna - O futuro é Agora - Revista TheoSophia, ano 102 - Pub. Sociedade Teosófica no Brasil - p. 18)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


quinta-feira, 9 de maio de 2013

A IMPORTÂNCIA DO TEMPO

" (...) se existe um propósito nobre na vida, como explicar a aparente injustiça, quando um bebê nasce morto? E os que nascem cegos, mudos, aleijados ou os que vivem apenas alguns anos e morrem? Só os que vivem muito é que têm tempo para lutar contra más tendências e desejos inatos e tentar serem bons. Se não há outra oportunidade (em uma vida futura) para a criancinha que morre com seis meses, por que Deus lhe concedeu uma mente e não deu tempo para desenvolver suas potencialidades? O fator tempo é importantíssimo em nosso progresso. Uma única vida pode não oferecer tempo suficiente. 

Se uma criança morre prematuramente, há uma razão para a morte, como não teve tempo suficiente para expressar seu potencial, humano ou divino, outra oportunidade lhe será dada. É Como um menino que adoeceu e não pode ir à escola. Ele não abandona os estudos para sempre; assim que estiver bom, voltará às aulas. A vida também é assim. Se não temos a chance de aprender as lições nesta vida, teremos oportunidades de aprendê-las em alguma outra.

Quando você puder ver "atrás dos bastidores", compreenderá que a vida na Terra é um teatro de marionetes. Parece real agora, mas o que estamos vivendo neste momento adquirirá para nós a irrealidade de um sonho, dentro de alguns anos. E o que estamos experimentando agora teria parecido irreal há cinco anos, se então nos fosse descrito. No domingo passado, a maioria de vocês sentou-se em outros lugares no templo e tinha outros pensamentos na mente. Hoje estamos assistindo a um "filme" diferente. Pense quantas pessoas, suas conhecidas, já desapareceram do palco terrestre. 

O conceito da vida como um espetáculo mutável, passageiro, não é pessimista; deveria ensinar-nos a não levar a vida a sério. Maya, a ilusão cósmica, faz-nos sentir que o corpo é muito real, uma parte muito necessária de nosso ser. Todavia, de um momento para outro, o corpo pode ser separado da alma pela morte, e a separação nada tem de dolorosa. Terminada a "operação", você não precisa de tempo, roupa, alimento ou moradia, pois já não tem que carregar o fardo corpóreo de carne. Está livre dele. E você ainda é você. Já procurou refletir por que esta verdade está oculta? Ou onde podem estar os milhões de pessoas que já saíram da Terra? Alguma vez já quis saber se nos parecemos com galinhas em um galinheiro - quando saímos do poleiro, somos substituídos por outras galinhas? Não haverá um meio de descobrir?"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 215/216)


quarta-feira, 1 de maio de 2013

ENTRE DOIS INFINITOS

"Abrange o "tempo histórico" da humanidade cerca de seis mil anos - um segundo apenas em face dos milênios do pretérito...
Um lampejo momentâneo - nessa noite imensa do passado pré-histórico...
Anterior ao nosso "tempo histórico", decorreu o período quaternário - mais de 1 milhão de anos, como diz a ciência...
Precederam a esse período a época terciária e os períodos cretáceo, jurássico e triásico - mais de 100 milhões de anos...
Expiraram antes desses tempos remotos os milênios do período permiano - uns 200 milhões de anos...
E, anterior a esse tempo, o período do carbono - uns 300 milhões de anos antes do nosso tempo, quando imensas florestas cobriam o orbe terráqueo, como atestam seus restos fossilizados nas camadas de carvão de pedra...
E, antes do tempo do carbono, decorrera a época devoniana - uns 400 milhões de anos...
E, antes dela, os períodos siluriano e cambriano - cerca de 500 milhões de anos...
E já nesse tempo remotíssimo rastejava sobre a face da terra a vida orgânica - moluscos, trilobitas, corais...
E antes que vida alguma se manifestasse na face do planeta, decorreram mais de centenas de milhões de anos, como atestam os minerais no seio da terra...
E antes que a terra se desprendesse do globo solar - quantas eternidades cósmicas terão passado?...
E antes que o próprio Sol se conglobasse dos átomos da primitiva nebulosa - que incontáveis milênios e bilênios, que inconcebíveis eons se terão sumido na voragem dos espaços e dos tempos?...
Nós, meu amigo, somos de ontem - e amanhã deixaremos de ser...
E, quando a humanidade deixar o cenário do universo, continuará o drama da terra e do cosmos - sem nós...
Sem nós - como milênios antes, como se nunca tivéssemos existido...
Somos um pequenino parêntese - entre dois infinitos...
Somos um subitâneo lampejo - na noite eterna...
Somos um grito apenas - no silêncio imenso do deserto cósmico...
Somos uma microscópica ilha de vida - no oceano da morte universal...
Somos um Nada...
E, no entanto, esse Nada do homem é grande - porque iluminado pelo Tudo da Divindade...
À luz do seu poder, alvo da sua sabedoria, objeto do seu amor - sou mais que todo o resto do mundo...
De ontem, apenas hóspede na terra - sou eterno no pensamento de Deus...
Partirei amanhã para longe da terra - e serei imortal no seio de Deus...
Como é grande a minha pequenez!
Como é sublime o homem!...
Este parêntese - entre dois Infinitos!..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 105/106)


sábado, 23 de fevereiro de 2013

TORNEM SUAS VIDAS ABENÇOADAS COM A VISÃO DE DEUS

"Existem duas classes de homens. Os da primeira classe despertam para a vida espiritual assim que chegam à presença de homens santos. Ouvem seus ensinamentos, reconhecem a transitoriedade do mundo, mostram-se ansiosos para encontrar Deus e descobrir os mistérios da vida e da morte. Sem demora, dedicam-se à prática das disciplinas espirituais. Homens assim certamente alcançarão a iluminação.

Existem, porém, homens de outra classe. Embora lhes sejam apresentados os mais elevados ideais espirituais, eles não reagem a isso. Acreditam que viverão para sempre e que o mundo não pode girar sem sua presença. Imaginam que é pura tolice desistir dos prazeres do mundo em nome de algo desconhecido. Em consequência disso, permanecem enredados nas sombras. 

Existe o caminho do bem e o caminho prazeroso: um conduz à paz eterna; o outro ao sofrimento. Por isso, prefiram a trilha do bem. O tempo não espera por ninguém. Escolham seu caminho agora mesmo! Não percam mais um momento sequer! Tentem moldar suas mentes de tal forma que nelas não exista outro pensamento exceto Deus. Orem sinceramente a Deus, com todo o coração e alma: "Ó Senhor, conceda-me a capacidade de compreender. Liberte-me de todo sentimento de ego, ensine-me a submeter-me à Sua vontade. Faça de mim um filho Seu." (...)

Infeliz de verdade é aquele que, tendo recebido sua graça, não consegue reconhecê-la. Não deixem de desfrutar da suprema felicidade. Resolvam os mistérios da vida e da morte e transformem-se nos eternos companheiros de Deus. (...) Façam um pequeno esforço e icem as velas da devoção. A brisa espiritual que sopra eternamente os conduzirá à meta. Não olhem para trás. Sigam sempre em frente. Tornem suas vidas abençoadas com a visão de Deus."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo - p. 280/281)