OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

LIVRE-ARBÍTRIO

"Nossas almas têm todas a mesma idade, ou seja, não têm idade, mas algumas evoluem mais rápido do que outras. Saddam Hussein estaria no segundo ano primário, enquanto que o Dalai-Lama está na faculdade. No final, todos nos diplomaremos com o Uno. A rapidez de nossa evolução dependerá de nosso livre-arbítrio.

O livre-arbítrio de que estou falando aqui é diferente da capacidade da alma que nos permite escolher nossos pais e nossas circunstâncias. Ao contrário, ele é uma vontade humana que está sob nosso controle na Terra. O livre-arbítrio também não é a mesma coisa que o destino, que frequentemente nos aproxima uns dos outros, para o bem e para o mal.

É o livre-arbítrio que nos faz escolher o que comemos, nossos carros, nossas roupas, nossas férias. O livre-arbítrio também nos permite escolher nossos companheiros, ainda que provavelmente seja o destino que nos leva em direção a eles. Conheci Carole, minha esposa, quando trabalhava como ajudante de garçom no hotel em que ela estava hospedada. Isto foi destino. A continuação de nosso relacionamento - assim como a continuação de centenas de milhares de outros relacionamentos - dependeu do nosso livre-arbítrio. Escolhemos namorar e, depois, casar.

Da mesma forma, podemos escolher aumentar nossa capacidade de amar e ter compaixão; podemos escolher realizar pequenos gestos de bondade que nos trazem satisfação; podemos escolher a generosidade em vez do egoísmo, o respeito em vez do preconceito. Em todos os aspectos de nossas vidas podemos escolher a decisão amorosa. Fazendo assim, nossas almas evoluirão."

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 21)


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

ALIMENTOS PARA A MENTE

"A mente é fantoche do alimento que é consumido pelo homem. A qualidade do alimento determina a direção do desejo que conduz o fluxo da mente. Eis por que, na Gita, como em todos os textos espirituais, o alimento sátvico é recomendado para a elevação do aspirante. Mente significa desejo (sankalpa), alguma coisa pela qual se aspira. Quando 'Aquele-que-não-tem-forma' desejou uma forma, surgiu o Universo. Assim, a mente é o Princípio Criativo (maya), que desejou o primeiro desejo e tal desejo foi 'que haja muitos'. Quando, agora, a mente é alimentada de rajas (paixão, emoção, atividade e aventura), galopa no mundo com o crepitar do desejo, aprofunda o homem cada vez mais fundo no pântano. Quando a mente é alimentada com alimentos tamásicos, que obscurecem, inebriam, perturbam a razão, e induzem à indolência, torna-se ignorante, inerte e inútil ao soerguimento do homem.

A qualidade do alimento é determinada pelas vibrações com as quais ele está 'carregado', por conta dos processos dos pensamentos das pessoas que os manipulam, preparam e servem. A companhia na qual o alimento é consumido, o lugar, o vasilhame, as emoções que agitam a mente das pessoas que o preparam e o servem, tudo isso tem influência sutil sobre a natureza e as emoções das pessoas que o ingerem. Por terem os sábios da Índia se dado conta disso foi que ensinaram muitos 'faça' e 'não faça' relativos aos processos de nutrição, em conformidade com os diferentes estágios de progresso espiritual. 

A alergia é produzida por cheiros desagradáveis ou quando contatamos ou provamos alguma coisa intrinsecamente inoportuna. A mente sã assegura um corpo são, e vice-versa. Mente e corpo são interdependentes. A saúde é essencial para a felicidade. Comida rajásica exalta as emoções. A tamásica induz à preguiça e ao sono. A sátvica satisfaz."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 198/199)


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (PARTE FINAL)

"(...) Para inúmeras pessoas, o Bhagavad Gita ensina apenas o Karma Yoga - como ser bom, fazer o bem, servir ao próximo. Nenhuma ação edificante é má, por certo; mas convém entender com precisão que o ensino de Krishna nessas passagens do Gita aponta para uma verdade além da dualidade - verdade que não reconhece contraposição nem possibilidade de queda futura, nenhuma limitação da consciência do ego, apenas liberdade absoluta no Eu Infinito. Até o samadhi deve ser buscado num espírito de completo repúdio à identificação mesquinha com o corpo, o ego, a família, os gozos astrais ou terrenos. Com efeito, para o verdadeiro yogue, os próprios paraísos astrais são um ideal menor, algo a ser antes desdenhado que perseguido.

Finalmente, como escreveu meu Guru, 'O viajante contumaz do caminho da teologia raramente prova um gole ao menos da água pura e divina da verdade. Apetece unicamente beberagens coloridas e artificiais! Esse desejo por novidades só o conduz para a região desértica da dúvida intelectual'. Mas aquele que tem sede de Deus, conclui Yogananda, anseia apenas pelo néctar da bem-aventurança absoluta, infinita."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 104)


domingo, 1 de fevereiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (3ª PARTE)

"(...) A autopreservação é o instinto de vida mais poderoso. Não pode estar, e não está, fundada numa ilusão, do contrário como poderia a própria ilusão brotar de uma ausência total de consciência? Essa ideia desafia inteiramente a lógica.

E quanto ao Islã? Como poderá um muçulmano piedoso acreditar que sua alma ganhará o paraíso pelo simples fato de ele matar um 'infiel'? E que 'paraíso' é esse? Terá alguma vez sido descrito em termos que lembrem a libertação absoluta na onipresença, ou moksha?

Se só o hinduísmo ensina essa verdade espiritual, seguramente tal se dá porque só o hinduísmo não ficou confinado à 'camisa-de-força' da organização religiosa! Cresceu naturalmente, bem ao contrário, e não foi sufocado pela atmosfera densa dos decretos oficiais que prescreviam qual é e qual não é a verdade suprema.

Yogananda mostrava-se cáustico em relação aos rituais religiosos encenados para proveito dos sacerdotes. O Gita, sustentava ele, adverte contra o anseio até mesmo de um paraíso astral como recompensa de uma vida santa na Terra. Quem deseja um 'paraíso' qualquer que não a unidade com Deus - a única e excelsa Fonte de Bem-Aventurança Absoluta - mergulha na ilusão. O Bhagavad Gita ensina as verdades superiores; mas quantos hindus - até eles - captam a mensagem? Muitos querem também alcançar algum plano limitado como Swarga ou Vaikuntha - imagens de um 'paraíso' agradável ao ego. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 103/104)


sábado, 31 de janeiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (2ª PARTE)

"(...) Paramhansa Yogananda costumava dizer: 'Jesus foi crucificado uma vez só, mas seus ensinamentos o são diariamente, por toda a Cristandade, desde aquela época.' A princípio, a diluição talvez haja sido deliberada, para manter o 'rebanho' sob controle. Hoje, os sacerdotes já não se lembram - se é que alguma vez o souberam - de que a perfeição pregada por Jesus não era perfeição humana (verdadeiramente, um paradoxo!). O que ele dizia era: 'Sede, pois, perfeitos como perfeito é o Vosso Pai que está nos céus.'

O judaísmo parece mais empenhado em seguir as leis de Moisés do que em alcançar a salvação eterna da alma e a bem-aventurança na comunhão com Deus. Acreditarão mesmo os judeus que é possível alcançar o céu após a morte? Muitos deles ressalvam à maneira dos homens de ciência materialistas, que semelhantes questões não podem ser resolvidas racionalmente e, portanto, nem sequer vale a pena examiná-las. Basta, sustentam eles, viver aqui na Terra uma vida às-direitas, que agrade a Deus.

Os budistas enveredaram pelo mesmo caminho. Dado que Buda se absteve de falar em Deus, limitando-se a imprimir na mente das pessoas a necessidade de fazer um esforço pessoal de purificação, seus seguidores logo incidiram na falácia do ateísmo. Sim, Deus de fato não tem forma humana; é Beatitude pura, absoluta - infinita, eterna e sempre consciente, conforme proclamou mais tarde Shankaracharya. Shankara desejava persuadir as pessoas de que as formas com que haviam revestido Deus eram meramente para fins de devoção: não tinham realidade literal. O nirvana do budismo ortodoxo, segundo um documento oficial publicado há alguns anos na Tailândia, equivale à beatitude de que falou Shankara, mas dura apenas um instante e é logo substituído pelo nada eterno. Irá então alguém se esforçar para alcançar o nada?! Decerto, chegada a hora de enfrentar a escolha final - contentam-se com o vazio absoluto ou esperar uma nova 'oportunidade' -, o ego preferirá, cheio de medo, ser um 'bodhisattwa' indefinidamente, por 'pura compaixão' pela humanidade. Compaixão, talvez; mas parece bastante natural preferi-la ao nada! (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 102/103)
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