OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (3ª PARTE)

"(...) No meu livro recente A Nova Humanidade expliquei detalhadamente as duas fases evolutivas da velha e da nova humanidade.

Da velha humanidade, diz o Cristo: 'O príncipe deste mundo, que é o poder das trevas, tem poder sobre vós'. Da nova humanidade diz ele: 'Sobre mim ele não tem poder algum, porque eu venci o mundo'.

O príncipe deste mundo é o poder da serpente, da inteligência, que é um poder tenebroso, causador de maldades e de males de toda a espécie.

Jesus não teve pecado nem sofreu doenças e morte compulsória, porque tinha vencido o mundo adâmico da serpente intelectual, e estava num mundo cósmico do sopro espiritual.

Os nossos males não terão fim enquanto não nos libertarmos do poder do príncipe deste mundo, a que a humanidade se entregou inicialmente, e da qual se deve libertar finalmente.

As leis cósmicas são inexoráveis: o que o homem faz pelo poder do seu livre-arbítrio pode ele desfazer pelo mesmo poder. 

Por ora, o grosso da humanidade está dominado pelo poder das trevas, que se manifesta pelo ego intelectual: o triunfo da inteligência e a derrota do espírito. Nenhuma medicina, nenhuma psicologia, nenhuma psiquiatria podem melhorar substancialmente o estado calamitoso da nossa humanidade sofredora, porque pecadora. Tudo o que estamos fazendo são paliativos, camuflagens, charlatanismos, que tentam remover sintomas do mal, mas não erradicam a raiz do mal. Todos os nossos paliativos são ditados pelo próprio príncipe deste mundo, que é responsável pelo estado calamitoso da humanidade, sobre a qual ele tem poder.

Em face desse tenebroso círculo vicioso, deverá a maior parte da humanidade atual passar por tragédias, talvez pelo extermínio. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 24


terça-feira, 6 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (2ª PARTE)

"Por que não apareceu a humanidade perfeita?

Moisés serve-se de uma parábola intuitiva para indigitar a causa desse fenômeno. Essa parábola intuitiva, porém, quando analisada intelectualmente por nós, não nos dá clareza. Quando os exotéricos profanos interpretam a visão esotérica de um iniciado, aparecem muitas obscuridades. Moisés fala simbolicamente do 'sopro de Deus' e da 'voz da serpente' para designar as duas potências que regem todo o homem: o espírito e a inteligência. O homem planejado pelo espírito do sopro de Deus seria um homem perfeito, o Atmam de Buda e da filosofia oriental, o Ish do Talmud judaico.

Mas a voz da inteligência, simbolizada pela serpente, desde o início, barrou a evolução do homem, desviando a evolução espiritual para uma pseudo-evolução intelectual. O sopro de Deus é a 'árvore da vida' - a voz da serpente é a 'árvore do conhecimento do que é bom e do que é mal'.

À primeira vista, parece que a serpente derrotou Deus, que a inteligência derrotou o espírito - e é esta a explicação que os intérpretes profanos e exotéricos dão do Gênesis.

Na realidade, porém, não houve, nem podia haver essa suposta derrota; o espírito de Deus, havendo creado uma criatura de livre-arbítrio, não podia impedir que o homem fosse o senhor do seu destino e se creasse assim como ele queria. O livre-arbítrio, porém, se revela, inicialmente, pela inteligência, eclipsando por muito tempo o espírito - porquanto a evolução principia na periferia e demanda o centro.

Por enquanto, a evolução do homem é meramente intelectual, e não espiritual; a inteligência, em vez de se integrar no espírito, tenta suplantar o espírito. Diz a sabedoria milenar da Bhagavad Gita que 'o ego (inteligência) é o pior inimigo do Eu (espírito), embora o Eu seja o melhor amigo do ego'.

Até hoje, através de séculos e milênios, o ego intelectual (serpente) guerreia o Eu espiritual (Deus). Em consequência dessa prevalência da inteligência negativa sobre o espírito positivo, a humanidade está sujeita a doenças e à morte. Mas, quando o Eu divino integrar em si o ego humano, realizar-se-á o que Moisés vislumbrou num futuro longínquo: O aparecimento do homem perfeito, sem males nem morte. O homem da presente humanidade, dominada ainda pela serpente intelectual, é chamado por Jesus 'filho de mulher' ao passo que o homem da nova humanidade denominado pelo espírito de Deus, é chamado 'Filho do homem', do qual era Jesus o representante antecipado. Possivelmente, Moisés foi também um precursor da nova humanidade, razão porque a teologia judaica o chama Ish (Atmam, Eu), e não Adam (Aham, ego). (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 23/24


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (1ª PARTE)

"Ainda que o sofrimento seja um fenômeno universal na natureza dos seres vivos, a fim de promover a sua evolução, contudo, no mundo da humanidade, existe um sofrimento diferente, que é antes doentio do que sadio. O homem não sofre apenas para promover sua evolução natural, sofre também, e sobretudo, porque existe nele algo que não devia existir, algo creado pelo livre-arbítrio, que pode produzir fenômenos positivos e bons, e pode também produzir fenômenos negativos e maus. 

Na humanidade atual, prevalecem os fenômenos menos negativos e maus. Não vivemos numa humanidade definitiva e ideal, vivemos ainda numa humanidade provisória e imperfeita. Os grandes videntes do passado têm falado e escrito sobre esta humanidade negativa, que deu origem ao sofrimento doentio.

Cerca de seis séculos antes da Era Cristã, um famoso príncipe hindu, Gautama Siddartha - mais conhecido pelo seu nome iniciático Buda -, resumiu esse fenômeno negativo nas chamadas 'quatro verdades nobres'. Estas verdades dizem o seguinte:

1 - a vida do homem é essencialmente sofrimento,
2 - a causa deste sofrimento é a ilusão tradicional em que vive o homem identificando-se com o seu ego periférico (Aham),
3 - a abolição do sofrimento doentio está no conhecimento da verdade sobre o seu Eu central (Atmam),
4 - o método para passar da ilusão do ego à verdade do Eu é a meditação.

Cerca de mil anos antes de Buda, por volta de 1500 antes de Cristo, um grande vidente hebreu-egípcio, Moisés, escreveu as primeiras páginas do Gênesis sobre a origem e o motivo do sofrimento humano.

Segundo Moisés, o corpo do homem perfeito seria imortal e não sujeito a doenças. Mas este homem perfeito não existia ainda, a não ser esporadicamente. O grosso da humanidade atual representa ainda a velha humanidade, cheia de males e sujeita à morte. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 22/23


domingo, 4 de outubro de 2015

A LEI DA DUALIDADE

"'De que maneira Deus, a Realidade única, manifestou esse universo de aparências? Ele fez isso por via da lei da dualidade.

'Sua consciência única assumiu a forma dos opostos: do positivo e do negativo, da luz e das trevas, do prazer e da dor, e assim sucessivamente, até uma infinidade de ilusões contrastantes.

'Uma parte da Sua consciência se moveu. Como nos diz a Bíblia: '... e o Espírito de Deus pairava sobre a superfície das águas.'* Poderíamos comparar esse movimento ao movimento das ondas na superfície do mar. O nível do mar nunca muda, nem mesmo quando as ondas se alteiam, pois todo movimento ascendente num lugar é compensado por um movimento descendente num outro lugar. Como um todo, o nível da água continua sempre o mesmo.

'Ainda assim, Deus, o Oceano do Espírito, continua inalterado pela Sua criação. Na 'superfície' da Sua consciência, todavia, Seu espírito se move, e esse movimento, ou vibração, produz a dualidade, assim como as ondas do mar que se levantam e se quebram. 

'O Uno Infinito fez vibrar uma parte de Si mesmo a fim de se tornar dois, e depois muitos, e assim prosseguiu até que a vibração cósmica produzisse as estrelas, as galáxias e os planetas, as flores, as árvores e os corpos humanos. 

'A vibração cósmica é chamada de Aum. Trata-se do Amém do Apocalipse na Bíblia. Equivale ao Verbo no Evangelho de São João. É a 'música das esferas', dos antigos gregos. É o Amim dos muçulmanos, o Ahunavar dos zoroastristas. Tudo que é veio a ser a partir dessa grande vibração.

'A vibração gera a dualidade. Para vir a conhecer a Realidade Una por trás de todas as aparências, afaste-se mentalmente dos estados opostos da Natureza. Aceite tranquilamente o que quer que lhe aconteça na vida: o prazer e a dor, a alegria e a tristeza, o êxito e o fracasso.

'Viva apenas em função de Deus. Apenas seja o Seu servo. Apenas ame-O.'"  

* Gênesis 1:2.

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 32/33) 


sábado, 3 de outubro de 2015

CARMA E HEREDITARIEDADE

"Pode explicar-se perfeitamente a hereditariedade, pela teoria cármica.

O indivíduo, ao nascer, precisa acompanhar-se de certas qualidades físicas ou morais, de certo ambiente familiar ou social, que lhe permitam cumprir o Carma, organizado pelos Senhores do Carma (Assim, os 4 Maharajas escolhem o carma físico: pais, ambientes etc.).

Não existe o acaso. Acaso é o conjunto de causas que desconhecemos.

Quando o biologista, ao demonstrar a hereditariedade, diz que a reunião dos cromossomos paternos e maternos processa-se ao acaso, para darem os caracteres da criança, não diz a verdade, na acepção teosófica. Estes cromossomos reúnem-se pela vontade superior dos Senhores do Carma. São eles o 'acaso'.

Vamos apresentar um exemplo muito grosseiro, porém acessível, para explicar, até certo ponto, a relação entre a hereditariedade e o Carma.

Seja um indivíduo que, em sua vida anterior, procedeu de tal forma, perdeu tais ocasiões de fazer o bem ou de repelir o mal, que, ao nascer, terá de sofrer certas limitações, por exemplo, da vista ou do ouvido.

Ora, ele só poderá nascer numa família em que haja defeitos hereditários da vista ou do ouvido e não numa família inteiramente eugênica, cujos pais não têm, portanto, caracteres hereditários da doença.

Mas, dirão os materialistas: 'Fulano nasceu surdo ou cego, ou com tal defeito visual ou auditivo, porque o pai ou a mãe, ou o avô etc., eram surdos, cegos, ou tinham tais defeitos.

De fato, o indivíduo apresenta tal ou tal defeito hereditário, porque, na família em que nasceu, existem tais defeitos. Mas, se nasceu em tal família e com tal defeito, isto não se deu por mero acaso..."

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 211/213