OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 8 de julho de 2017

O SÍMBOLO SUBSTITUI A REALIDADE?

"Falando de amor ou afeição, o mundo seria melhor pela realidade do amor no coração das pessoas, ou pela simulação do amor que pode revestir-se de muitas formas enganosas? Pode-se criar uma impressão de amizade, como é feito pela estrutura política portentosa, mas isto é apenas parte do jogo diplomático. O que conta é o sentimento ou o espírito de amor dentro da pessoa e isto é o que ajuda os demais. Eu não sei a extensão do bem de 'fingir uma virtude, se você não a tem'. Podemos satisfazer-nos facilmente com o fingimento e não atentar para a realidade. Se o substituto opera bem, por que preocupar-nos em encontrar a peça genuína?

A palavra 'Deus' é um substituto comum para Deus, a Realidade. Deus é Algo sobre o que nada sabemos, mas sobre o qual podemos formar as noções que quisermos; existem todos os tipos de ideias sobre Deus, muito embora na prática a sociedade, o estado e a religião nem sempre permitam que se tenha ideias próprias. Tempos houve em que as pessoas foram perseguidas por defenderem ideiais diferentes daquelas da comunidade, envolvendo Deus, a natureza do universo ou qualquer outro assunto, por mais desligado que estivesse de sua conduta e vida. Eles eram considerados hereges e queimados por mera suspeita. Herege era alguém que não apenas não se conformava externamente com padrões estabelecidos, ou professava abertamente uma ideia contrária àquilo que constituía a ordem, mas até mesmo o fato de parecer estar nutrindo determinado pensamento era considerado pecaminoso e subversivo.

Não se pode dizer que um símbolo está destituído de valor. Pode não haver outra forma de nos referirmos objetivamente à realidade, mas um símbolo não passa a ser aquela realidade. Ele poderá ter o seu valor desde que compreendamos que é apenas um indicador ou um substituto da coisa real. Torna-se um fetiche quando é adorado no lugar da realidade. A partir de um ponto de vista, um símbolo é uma sombra, e a luz está por trás do homem que está olhando. No 'Mito da Caverna' de Platão, a luz está por trás dos homens que estão olhando para as densas sombras na pareda na frente da qual encontram-se. A sombra tem o valor de indicar a presença da luz e de dar um esboço do objeto que a obstrui, mas é necessário olharmos na direção adequada em busca da luz em si."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 27/28)


sexta-feira, 7 de julho de 2017

FORTALEZA

"Você já reparou que um homem realmente forte é tranquilo, pacífico e pacificador?!

Já notou também que alguns raquíticos e fracos 'viram mesa e fecham bar'?

Já notou que aquele que é forte e tem confiança em si mesmo não sente qualquer necessidade de se mostrar, de posar de forte e valente, e por isto é sereno e mesmo muito bom?

O homem realmente forte não usa contra os outros sua força.

Não abusa de ninguém.

Chega mesmo a parecer medroso por não querer machucar os mais fracos.

Já o fracote... Como costuma ser abusado!

Sou forte, graças à Tua santa presença em mim."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 74)


quinta-feira, 6 de julho de 2017

O USO DA ENERGIA

"(3:13) Pessoas espiritualmente conscientes, ao ofertar o alimento que consomem à sua fonte de energia divina (os devas), não incorrem em pecado. Mas aquelas que se furtam a essa oferenda (comendo apenas por gosto e prazer) estão alimentando o pecado.

A matéria, como a ciência moderna descobriu, é uma vibração de energia. Quanto mais o homem se conscientizar da energia em seu corpo, mais facilmente progredirá em espírito. Ao movimentar o corpo, deve tentar perceber que é a energia que dá força a seus músculos e, com isso, lhe permite deslocar-se. Quando inspira, deve sentir que absorve energia com o ar. Em tudo o que fizer, andará bem em considerar a energia como o seu próximo passo na escalada rumo à percepção da união divina.

A seguir, tentará perceber que a energia responsável por seus movimentos e respiração não é de fato sua. O pecado (ilusão) começa pelo pensamento leviano: 'Tudo isso me pertence!' É fácil imaginar a matéria como algo que se pode possuir. Mas difícil supor o ar ou, mais sutilmente, a energia como coisa própria. Quando a energia é ofertada (aos devas ou a Deus), a consciência se alça com igual facilidade.

O alimento que ingerimos é, também, energia. Sua substância tosca estimula um prazer correspondentemente tosco no pensamento: 'Eu, em pessoa, estou comendo com prazer, deleitando-me com estes sabores todos.' Não é uma 'transgressão', em termos espirituais, apreciar um alimento; convém, entretanto, fazer com que esse gozo seja um lembrete da alegria imutável da alma. Assim, é útil permitir, no ato de comer, que a satisfação haurida do alimento estimule a alegria no coração, aí concentrando quaisquer deleites proporcionados pelo paladar.

'Empanturrar-se' é inflar não apenas o ventre, mas também o ego. O que faz disso um pecado é o fato de consolidar o erro de ver o corpo como propriedade particular. 'Pecado', aqui, significa simplesmente o ludíbrio da afirmação do ego. É mais uma barra, por assim dizer, na grade da prisão da consciência do ego."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 157/158


quarta-feira, 5 de julho de 2017

É POSSÍVEL DAR FIM À VIOLÊNCIA?

"Quando você fala sobre violência, o que entende por ela? Trata-se de uma pergunta bem interessante: é possível um ser humano, vivendo neste mundo, cessar totalmente de ser violento? A sociedade e as comunidades religiosas têm tentado não matar animais. Algumas até dizem: 'Se você não quer matar animais, o que dizer sobre os vegetais?'. Você pode levar isso a tal extensão que cessaria de existir. Onde você traça o limite? Existe uma linha arbitrária de acordo com o seu ideal, sua fantasia, sua norma, seu temperamento, seu condicionamento, sobre a qual você diz: 'Vou até lá, mas não além'? Há uma diferença entre a raiva individual e o ódio organizado de uma sociedade que cria e constrói um exército para destruir outra? Onde, em que nível e que fragmento de violência você está discutindo? Ou você quer discutir se o homem pode ser isento de total violência, não apenas de um fragmento que se chama de violência?

Sabemos que a violência não tem expressão em palavras, em frases, na prática. De que maneira começo a abordar essa violência, considerando-se que o ser humano ainda possui um lado animal muito forte? Começa pela parte periférica (a sociedade) ou pelo centro (eu)? Você me diz para não ser violento, porque a violência é feia. Você me explica todas as razões, e eu percebo que a violência é uma coisa terrível nos seres humanos, externa e internamento. É possível dar fim a ela?"


(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 202


terça-feira, 4 de julho de 2017

APRENDIZADO CONSTANTE (PARTE FINAL)

"(...) Os budistas acreditam que o caráter é a soma de nosso passado. Os ensinamentos teosóficos explicam essas ideias, dizendo que a memória é armazenada na parte superior de nossa natureza; ela é vislumbrada ocasionalmente e vista claramente no momento da morte. Livres dos embaraços terrenos, vemos em retrospectiva as causas, as inter-relações, o propósito e a justiça de tudo que ocorreu na vida. (...) 

Todos os seres vivos existiram antes de sua atual aparição na Terra. Orígenes, um padre da Igreja Primitiva, explicou que as almas humanas existiam no mundo espiritual dentro do ambiente divino, antes de encarnarem. Platão foi além, explicando que as almas não apenas existiam no universo antes de entrar neste reino de experiência, mas que, quando libertas dos vínculos de suas limitações, retornavam à morada anterior para repousar e assimilar as experiências terrenas. Depois de certo tempo, elas novamente seguem adiante, revigoradas e prontas para enfrentar as novas provações por meio das quais obtêm conhecimento da vida e visualizam as alturas que um dia alcançarão.

Quantas vidas vivemos? No livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, a sábia gaivota expressa um ponto de vista interessante: 'Você tem alguma ideia de quantas vidas devemos ter vivido antes de sequer termos a primeira ideia de que existe mais coisas com relação à vida do que comer, lutar, ou o poder do rebanho? Mil vidas, Jon, dez mil! E depois outra centena de vidas até que comecemos a aprender que existe algo chamado perfeição, e mais cem vidas novamente até adquirirmos a ideia de que nosso propósito para viver è encontrar essa perfeição e manifestá-la.'

A mesma regra aplica-se a nós; escolhemos nosso próximo mundo através daquilo que aprendemos neste. Se não aprendermos nada, o próximo mundo será semelhante, com todas as limitações e pesos para superar."

(Eloise Hart - Os mistérios da reencarnação - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 30/31)