OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 6 de março de 2017

OS RÓTULOS E A ESSÊNCIA (1ª PARTE)

"Colocar rótulos é uma especialidade da mente. Assim que nascemos nossos pais correm ao cartório e nos colocam um rótulo: 'João da Silva'. Outros virão depois: RG, CPF, títulos acadêmicos, patente militar, cargo político. Num dos símbolos de subjugação da mulher ao homem, como sua propriedade, ela - ao casar-se - adota o rótulo dele. 

A memória depende de elementos comparativos, imagens, rótulos e definições para exercer seu trabalho, mas a consciência não. Ela é a natureza do ser, algo que não pode ser definido, medido ou pesado, apesar de o chamarmos de Deus ou de Cristo interno. Uma pessoa com amnésia perde a bagagem de memória, e com ela os dados acumulados que sustentam a noção do eu, a partir do seu nome. Se alguém lhe perguntar 'Quem é você?', ele dirá: 'Não sei', mas continuará desfrutando o ser. 

Rótulos também são conferidos pela posse de bens e pelo status social. Mas quem somos nós? Parece que quanto mais rótulos nos são acrescentados ao longo da vida mais difícil fica responder a essa questão. Até na lápide funerária os rótulos estão presentes, subtraindo à morte sua posse legítima: 'Aqui jaz Fulano de Tal'. Quem é o morto? A pessoa está ali?

Tomamos a casca pela essência, a palavra pela coisa. Definições dão segurança, mas nada acrescentam quanto à realidade das coisas, aquilo que 'é'. Ao contrário, criam dependências, obscurecem. 'Existe uma insegurança muito sutil em nosso inconsciente com relação a tudo que não nos é familiar', diz Sandra Galeotti (Em Karma e Dharma, Ed. Aquariana). (...)"

(Walter Barbosa - Os rótulos e a essência - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - p. 18)


domingo, 5 de março de 2017

OUVINDO A CANÇÃO DA VIDA

"Cientistas cuidadosos consideram a harmonia como parte da consumação última da vida em evolução. Dizem ser uma meta evolutiva. Para a mente mundana, individualidade e unicidade parecem ser opostas à harmonia social. Um dos grandes problemas da civilização é reconciliar a ordem necessária para uma sociedade pacífica com a liberdade necessária para a expressão e o desenvolvimento individuais. Quando a ênfase na ordem é demasiada, ela se torna opressiva; quando a liberdade torna-se importante demais, frequentemente termina em anarquia. É necessário equilíbrio. Esse equilíbrio é o que a natureza realiza por meio de suas leis, que infalivelmente recompõem quaisquer desequilíbrios.

Pelo fato da harmonia ser a ordem universal, nosso progresso interior, como seres morais e espirituais, depende de readquirirmos o senso de harmonia que perdemos. Os outros filhos da natureza não têm problemas como nós, pois são inteiramente parte do todo e livres do sentido de ego. Mas nós, seres humanso, alienamo-nos da natureza, nossa mãe, e dos seus outros filhos de muitas espécies. Portanto, viver em paz é um problema para os seres humanos. Harmonia, felicidade e paz caminham juntas. Prova disso é quando nos desentendemos com alguém; sempre nos sentimos infelizes, ou pelo menos constrangidos. Assim, para seguir além na estrada que leva à felicidade, devemos recuperar a harmonia. Como diz aquele belo texto em A Voz do Silêncio: 'Antes que alma possa ver, a harmonia interior deve ser atingida, e os olhos da carne devem tornar-se cegos à ilusão.'

As tradições religiosas estimulam as pessoas a se tornarem inocentes como crianças. A inocência existe quando a mente purga o sentido do ego e as imagens ilusórias. As crianças estendem os braços espontaneamente para outras crianças e para os animais, que também são inocentes como elas. Recebemos um grande dom, o dom da autopercepção. Ele não deve ser jogado fora, mas usado para purgar de nossa consciência todas as manifestações do ego e do pseudoconhecimento que arrasta a consciência para a separatividade e a absorção de diferenças.

A mente é a grande assassina do real, porque coleta as partes e perde o todo. Está tão presa em detalhes que não ouve a grande canção da vida. Aqueles que têm discórdia interior criam desavença exterior; aqueles que experienciam a harmonia vertem paz em toda parte.

A harmonia interior se expressa espontaneamente no viver inofensivo, na preocupação ecológica, no respeito e no senso de justiça com relação a todas as formas de vida, na ausência de exploração, na recusa em ceder à ganância, no viver simples e no sentimento profundo, evitando toda forma de desperdício e de luxo desnecessário. Obediência à lei da harmonia é a grande necessidade do mundo atual."

(Radha Burnier - A lei da harmonia universal - Revista Sophia - Ano 7. nº 28 - p. 13)


sábado, 4 de março de 2017

TRANSFORME SUAS PROVAÇÕES EM TRIUNFOS

"Nunca é tarde para melhorar. Observe seus pensamentos, sentimentos e ações e guie-os na direção certa. Ao fim de cada dia faça uma introspecção: como passou o dia? Estar realmente vivo significa se empenhar constantemente no autoaperfeiçoamento físico, mental, moral e espiritual. Quem não estaciona mas continua a mudar para melhor - dia após dia, ano após ano - desenvolve o magnetismo.

Utilize cada provação que tiver de enfrentar como uma oportunidade para se tornar melhor. Quando você está passando pelas dificuldades e testes da vida, o mais comum é se rebelar: 'Por que isto tem que acontecer comigo?' Em vez disso, pense em cada provação como uma picareta com a qual você perfura o solo da consciência para libertar a fonte de força espiritual que lá se encontra. Cada teste deve fazer aflorar o poder oculto em você como filho de Deus, feito à Sua imagem. Os testes não são feitos para nos destruir. Só os covardes, os que não reconhecem dentro de si a imagem de Deus completamente perfeita, é que se rebelam e se deixam vencer pelos testes, como se fossem forças destrutivas invencíveis. Fazer isso é uma injustiça para com o potencial do ser humano. A atitude correta é usar cada provação como estímulo para fortalecer o eu interior. O lutador que não enfrenta oponentes mais fortes não se fortalece. Então você fica ainda mais forte e poderoso quando enfrenta todas as dificuldades com coragem e força espiritual. Ao vencer quando é testado, você reanima a imagem divina esquecida em seu interior e de novo se une conscientemente ao Pai. Então lembremos de usar nossa força, dada por Deus, para superar as provações e assim fortalecer nossa vida interior. Essa força interior divina é a fonte do nosso magnetismo."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 251/252)


sexta-feira, 3 de março de 2017

O PODER DA NÃO VIOLÊNCIA

"Revela a experiência que o mundo
Não pode ser plasmado à força.
O mundo é uma entidade espiritual,
Que se plasma por suas próprias leis.
Decretar ordem por violência
É crear desordem.
Querer consolidar o mundo à força
É destruí-lo,
Porquanto, cada membro
Tem sua função peculiar:
Uns devem avançar,
Outros devem parar.
Uns devem clamar,
Outros devem calar.
Uns são fortes em si mesmos,
Outros devem ser escorados.
Uns vencem na luta da vida,
Outros sucumbem.
Por isto, ao sábio não interessa a força,
Não se arvora em dominador,
Não usa de violência.

EXPLICAÇÃO: 'Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra' - esta beatitude não é só do Cristo, mas também de Gandhi, de Tolstoi, de Thoreau, de Lao-Tse e de todos os conhecedores da natureza humana integral. O animal, que só é impelido pelos sentidos, e o homem ego, que ampliou a sua violência pela inteligência - todos eles apelam para a força.

Mas o homem racional espiritual sabe que o espírito é o maior poder, que não necessita de violência, porque violência é prova de fraqueza.

E, por mais estranho que pareça, o homem não violento também possuirá a terra, porque ninguém pode possuir algo ou alguém sem que o possuído concorde em ser possuído. Somente um possuidor não violento possui realmente o possuído."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 87/88)


quinta-feira, 2 de março de 2017

O DESEJO É UM FOGO QUE QUEIMA COM ENORME FÚRIA

"Aceite o mundo como ele é. Nunca espere que ele se ajuste a suas necessidades ou padrões pessoais. Maya ou ilusão reveste o bem com o disfarce do mal e faz o mal às vezes reluzir com o brilho do bem. No máximo de sua capacidade, use seu discernimento e desenvolva esta capacidade de discriminar. Lutar para ganhar - eis o melhor que você pode fazer. Poucos podem dizer 'eu ganhei'. Sua consciência conhece a fonte real da alegria. Esta o estimulará para o caminho reto. Resta-lhe tomar a consciência como guia e não deixar de lhe prestar obediência. A cada hora, ela contradiz sua fantasia pessoal.

O homem procura sempre a felicidade mediante a tentativa de gratificar seus desejos e, se um deles é satisfeito, sente júbilo, mas, quando não, tristeza. O problema, entretanto, é que o desejo é um fogo que queima com enorme fúria, pedindo sempre mais combustível. Um desejo conduz a outro. E o homem se exaure tentando atender a todas as demandas que o desejo lhe faz; portanto, você deve afastar-se deste caminho do intérmino desejo, e optar pelo caminho do contentamento e da alegria interiores."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 170/171)