OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A ATIVIDADE DO DESEJO (PARTE FINAL)

"(...) O desejo, se é desejo sexual, atua sobre o sistema nervoso. Toda sensação é uma excitação dos nervos, isto é, de todo o corpo. Quando a mente relembra essa excitação, quando se demora sobre ela na memória, o desejo sobe à cabeça e a excitação aumenta até alcançar o clímax. A mente torna-se escrava dessa excitação e não consegue funcionar separada dela. Ela se torna ativa e reúne os sentidos por meio de todo artifício possível, com o objetivo de aumentar o desejo e alimentá-lo.

Vemos isso ilustrado num show erótico ou numa revista erótica. O produtor representa a mente. É a sua mente que elabora e desenha cada detalhe que atrai os espectadores ao atuar sobre as associações em suas mentes, incita-lhe o desejo sexual, que por sua vez intensifica as antigas associações e se espalha para sensações novas. Cada detalhe torna-se uma corrente que aumenta o fluxo do desejo e da excitação, resultando num estado de interação, um vicioso círculo de ação entre a mente, instigada pelo desejo, e os nervos.

Quanto maior a excitação dos nervos, maior a vivificação do corpo e o desfrute da sensação corporal. Quanto maior o gozo, maior o apego ao gozo e ao anelo por sua repetição. A ‘arte’ em qualquer romance erótico ou em qualquer tipo de apelo sexual consiste igualmente na ênfase de associações.

Assim grande número de pessoas se deixa influenciar por uma luxúria intensificada e crescente que, eventualmente, as torna autômatos existindo para a satisfação da luxúria, ‘monstros’ a quem nada deterá sob sua tirania incessante. Na ocasião oportuna a autoindulgência sufoca e destrói todo instinto altruísta. Pois a mente está entrincheirada na sensação. A luxúria torna-se crueldade, sadismo. Mesmo em sua forma débil, luxúria e indulgência produzem indiferença para com os outros, destroem o amor no único sentido verdadeiro, expansivo e belo do termo.

É através da mente que o desejo pode ser controlado e dominado. O homem sábio é aquele que não diz: ‘eu desejo’, pois é capaz de se separar do desejo. Logo ele aprende que ‘sua’ mente é um amplo processo de pensar que ele contraiu.

Quando o coração está pleno de amor que busca dar e não arrebatar ou desfrutar, que não busca intensificação do eu pela sensação enraizada no eu, todos os anelos devem morrer. Onde o sexo é um problema, o amor é o antídoto. Quando existe a sacralidade do amor puro – no qual existe ausência do eu – pode-se olhar, sem interesse (como através dos olhos de uma criança inocente), para todas as coisas que poderiam ser excitantes a uma mente afetada pelo sexo. Na vida moderna, ‘amor’ está associado a posse e prazer. Mas seu verdadeiro relacionamento é com a ausência de desejo sob qualquer forma, sutil ou grosseira."

(N. Sri Ram – O Interesse Humano – Ed,. Teosófica, Brasília, 2015 – p. 28/29)


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