OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 1 de junho de 2014

DEUS É O TESOURO QUE O HOMEM PERDEU

"Muitas influências alimentam seus desejos. Quando vê um novo modelo de carro, você o quer. Quando vê um novo tipo de casa, você a deseja. Um novo estilo de roupa aparece e, imediatamente, você quer seguir a moda. De onde vêm esses desejos? Eu costumava sentar-me durante horas, ponderando sobre isso. Pode você classificar todos os seus desejos? Eu selecionei os meus, conservando apenas os bons e quando obtive o contato com Deus, descobri que todos os bons desejos foram satisfeitos de uma só vez. Hoje você deseja isso e amanhã suspira por aquilo. Sua mente, originária de Deus onipotente, não se satisfaz com as ofertas do mundo; ela nunca se satisfará, porque você perdeu o tesouro mais rico de sua alma, o único que pode satisfazer todos os seus desejos - Deus.

É verdade que existem alguns desejos bons e necessários, e você deve esforçar-se por satisfazê-los. Porém, enquanto luta pelos pequenos desejos, jamais se esqueça de satisfazer primeiro o supremo desejo - por Deus. A crença na necessidade de realizar, prioritariamente, desejos e deveres menores é a maior ilusão do homem. Lembro-me bem que, durante o treinamento como jovem discípulo de meu guru, Swami Sri Yukteswarji, todos os dias eu prometia a mim mesmo: 'Amanhã meditarei mais.' Um ano inteiro se passou, antes que eu compreendesse que continuava adiando o propósito. Imediatamente, decidi que minha primeira atividade pela manhã, seria a higiene diária, seguida por uma longa meditação. Mesmo assim, mal eu me espreguiçava, tornava-me presa dos afazeres e atividades diárias. Foi então que resolvi meditar antes de tudo. Assim, aprendi uma grande lição: em primeiro lugar, vem o meu dever para com Deus e, em seguida, cuido de todos os deveres menores. Por que não? Deus diz: 'Por que Eu lhe abriria as portas da eternidade, se você coloca outros deveres antes de Mim?' Se não se eleva às alturas do espírito, que valor tem você? Nada tem para oferecer a Deus ou aos homens.

Portanto, busque-O em primeiro lugar. Dar maior importância às obrigações terrenas é um raciocínio falso, pois a qualquer momento o anjo Gabriel poderá chamá-lo - a qualquer instante, você poderá ser tirado daqui. Por que então dar tanta importência à vida? Sua vida é muito peculiar. Você pensa que está muito seguro. De repente, um ente querido morre ou você perde a saúde e toda a segurança desaparece. Como amei minha mãe e como pensei que sempre estaria comigo, e - subitamente - descobri que ela se fora! Não tenha medo da morte, mas esteja preparado para ela.

A vida não é o que aparenta ser. Não confie nela, pois é ardilosa e cheia de decepções. A perfeição não se destina a ser encontrada aqui. Não estou dando uma idéia falsa da vida. Aqui não é o reino de Deus; é o laboratório de Deus, onde Ele testa almas para ver se elas superam os desejos maus com os bons, e fazem Dele o supremo desejo, de modo que possam voltar para Seu reino."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 125/126)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/eterna-busca-do-homem.html


terça-feira, 27 de maio de 2014

O FILME CÓSMICO DE DEUS

"Como parte das etapas no despertar do ser humano, o Senhor inspira os cientistas a descobrirem, na época e no lugar certos, os segredos de Sua criação. Muitas descobertas modernas ajudam o homem a compreender o cosmos como expressão variada de um único poder: a luz, guiada pela inteligência divina. As maravilhas do cinema, do rádio, da televisão, do radar, da célula fotoelétrica - o extraordinário 'olho elétrico' -, as prodigiosas energias atômicas, tudo é baseado no fenômeno eletromagnético da luz.

A arte cinematográfica pode retratar qualquer milagre. Do ponto de vista das impressões visuais, suas truncagens permitem todos os prodígios. Um homem pode ser visto como um transparente corpo astral, desprendendo-se de sua grosseira forma física; pode caminhar sobre a água, ressuscitar os mortos, inverter a sequência natural do desenvolvimento das coisas, e brincar de anular o tempo e o espaço. Um perito pode juntar as imagens fotográficas como quiser, obtendo maravilhas óticas semelhantes às que um verdadeiro mestre produz com autênticos raios de luz.

Os filmes de cinema, com suas imagens animadas, ilustram muitas verdades concernentes à criação. O Diretor Cósmico escreveu os roteiros de Seus próprios filmes e convocou enormes elencos para os cenários dos séculos. Da cabine de projeção da eternidade, Ele envia Seus raios de luz através dos filmes de eras sucessivas, e as cenas se projetam na tela do espaço.

Exatamente como as imagens cinematográficas parecem reais, mas são apenas combinações de luz e sombra, assim também a variedade universal é uma aparência ilusória. Os planetas, com suas incontáveis formas de vida, nada mais são que imagens num filme cósmico. Temporariamente verdadeiras aos cinco sentidos do homem, as cenas transitórias são projetadas na tela da consciência humana pelo infinito raio criador.

O público de um cinema pode olhar para cima e ver que as imagens na tela aparecem com o auxílio de um feixe de luz sem imagens. Do mesmo modo, o colorido drama universal deriva da branca e única luz da Fonte Cósmica. Com engenhosidade inconcebível, Deus encena 'superproduções' para diversão de Seus filhos, fazendo-os simultaneamente atores e espectadores de Seu cinema planetário."

(Paramahansa Yogananda - Autobiografia de um Iogue -E. Lótus do Saber, Rio de Janeiro, 2001 - p. 301/302)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/autobiografia-de-um-iogue.html


terça-feira, 20 de maio de 2014

NÃO MATES AS TUAS SAUDADES

"Escreveste-me que estavas com saudades de mim - e me escreves para matar saudades.

Por favor, querida, não mates as tuas saudades.

Deixa viver as tuas saudades.

E, se morreres de saudades, é esta a mais bela das mortes.

Essa morte te fará viver na vida eterna - porque saudade é amor na ausência.

E será amor de presença eterna.

Quem morre de saudades morre de fome - e é mil vezes melhor morrer de fome do que viver com fastio.

Por vezes, o amor nos causa fastio - mas as saudades sempre nos deixam com fome.

Quem bebe da água das saudades terá sede outra vez.

Se o amor humano fosse amor integral, seria amor na presença - assim como saudade é amor na ausência.

Seria amor fascinante. sem fastio - assim como saudade é amor sempre faminto.

Mas o amor humano é suicida - mata-se a si mesmo.

É suicida por falta de transcendência - e excesso de imanência.

Só se pode amar deliciosamente o que sempre se possui - e sempre se procura.

O que é tão longínquo como a ausência - e tão propínquo como a presença.

Se Deus fosse apenas presença, e não também ausência - seria eu o rei dos ateus, ateu por fastio de Deus.

Mas como Deus é longínqua ausência e propínqua presença - eu vivo de saudades do Deus sempre presente e sempre ausente.

É esta a minha vida eterna.

A vida num Deus sempre possuído - e sempre procurado.

É este o estranho paradoxo da felicidade: procurar o que se possui - e possuir o que se procura.

Quanto mais o homem possui a Deus, tanto mais o procura.

A vida eterna é um incessante ser e um interminável devir, um estado - e um processo, um ter e um eterno querer.

Porque todo o finito em demanda do Infinito está sempre a uma distância infinita.

A vida eterna é uma sinfonia inacabada."

(Huberto Rohden - De Alma Para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo -SP, 2005 - p.75/76)
www.martinclaret.com.br


quinta-feira, 1 de maio de 2014

COMO ENCONTRAR A CERTEZA INTERIOR DA CONEXÃO COM O DIVINO

"A pessoa espiritualizada anda com Deus dentro de si. Todos os dias silencie o corpo, acalme a mente e volte-se totalmente para dentro de si com o propósito de comungar com Deus. Se você criar o hábito de meditar, isso fará toda a diferença entre ser uma pessoa comum, cheia de incertezas, dúvidas e frustrações, ou ser uma pessoa espiritual, que sente que sua vida está completamente nas mãos de Deus e que por isso tudo está bem. 

Nada na vida nem na morte deve nos deixar amedrontados ou aflitos. A maravilhosa orientação de Paramahansa Yogananda, pela qual lhe sou eternamente grata, gravou em nós a consciência de que a vida é eterna. Por um curto período de tempo, o imortal raio de luz que é a alma reveste-se de uma perecível roupagem mortal - masculina ou feminina; branca, negra, vermelha ou amarela - mas por toda a eternidade a alma é sustentada pela Fonte Infinita dessa luz. Quanto mais meditamos, mais sentimos essa consciência. E quanto menos meditamos, menos conseguimos transcender a identificação com o eu inferior - uns tantos quilos de carne recobrindo uma mente limitada e aprisionada pelas percepções sensoriais aos conturbados ambientes do mundo. Temos que chegar ao verdadeiro Eu; ir além de seus instrumentos físicos e mentais para perceber que não somos frágeis seres mortais; que existe um elo inquebrantável entre nós e a Amada Mãe do universo, a Consciência Divina que flui por nós e que permeia o Infinito."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 11/12)


terça-feira, 22 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (2ª PARTE)

"(...) Em uma das escrituras tibetanas está escrito que, mesmo se você tiver que correr, deve fazê-lo devagar. Se você correr, jamais atingirá lugar algum. Perceba o aparente paradoxo: sente-se e você atingirá seu objetivo, mas, se correr, não chegará a lugar algum. Nessa cadeia eterna, de milhões de vidas, há sempre tempo suficiente. A paciência, então, se torna possível. Mas no Ocidente, como há apenas uma vida, a cada momento um pouco dessa vida vai se transformando em morte. Há uma perda constante, nada é realizado, nenhum desejo é satisfeito, tudo está incompleto... Como você pode ser paciente? Como esperar? Tornou-se impossível esperar. Com essa ideia de uma única vida, junto com outra ideia, a do tempo linear, o pensamento cirstão criou uma forte ansiedade dentro da mente. (...)

O pensamento cristão diz que o tempo não se move em círculos, mas sim em linha reta. Nada se repetirá, então tudo é único. Todo o qualquer evento irá ocorrer uma única vez em toda a eternidade, não se repetirá jamais. Não é um círculo, não é como uma roda em movimento, na qual um aro irá girar várias vezes. No Oriente, o tempo é um conceito circular, como as estações se movendo em um círculo. Se o verão chega agora, então chegará sempre, Sempre foi assim e assim será para sempre.

Este conceito oriental está mais próximo da verdade: a Terra se move em um círculo, o Sol se move em um círculo, as estrelas se movem em um círculo e a vida também. Todo movimento é circular, e o tempo não pode ser uma exceção: se o tempo se mover, irá fazê-lo de forma circular. O conceito linar do tempo está absolutamente errado.

É por isso que, no Oriente, nunca nos interessamos muito por História. Estivemos interessados pelo mitos, mas não pela História. Foi o Ocidente que introduziu a História no mundo. É por isso que Jesus tornou-se o centro da História, o início do calendário. Medimos o tempo com a ideia de 'antes de Cristo' e 'depois de Cristo'. Cristo tornou-se o centro de toda a História, a primeira pessoa histórica.

Buda não é histórico, nem Krishna. Não é possível ter certeza sobre o nascimento de Krishna, se ele existiu de fato ou não, se foi apenas uma história ou se houve fatos históricos. Ninguém nunca se preocupou com isso no Oriente. Dizem simplesmente que todas as coisas são histórias, que já foram contadas muitas vezes e serão contadas de novo. Não é preciso, então, preocupar-se com os fatos, pois os fatos são repetitivos. É melhor preocupar-se com o tema. Caso contrário, coisas importantes podem passar desapercebidas. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 74/76)
www.esextante.com.br


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A REVELAÇÃO DE BRAHMAN

"O Upanixade Kena diz que a chegada de Brahman é como um ‘piscar de olho’. A revelação de Brahman é instantânea, tão súbita e rápida como um piscar de olho. A experiência de Brahman é momentânea, mas esse momento tem a riqueza de uma Eternidade. Brahman ou Realidade pode ser experienciado de momento a momento. Qualquer desejo de estender o momento significaria trazer a percepção de Brahman para o processo do tempo. Mas como pode o Transcendente ser percebido na região do Tempo? Somente no momento atemporal é que Brahman pode ser conhecido. Isso significa que para a experiência de Brahman precisamos descartar viver no processo do tempo? As atividades do dia a dia do homem precisam estar no processo do tempo. Mas aquele que obteve um vislumbre momentâneo de Brahman no momento atemporal retorna ao processo do tempo com um sentido de êxtase. Ele preenche o processo do tempo com esse êxtase. Ele não é mais a mesma pessoa. Ele traz para o processo do tempo a fragrância do Atemporal. Embora Brahman chegue como um flash de luz, tal é o brilho desse flash que ilumina toda a existência do homem.

O Upanixade Kena diz que Brahman é Tadvanam – o que significa o Bem amado de todos. E como adoramos o Bem Amado? Certamente através do Amor. O Upanixade Kena diz que somente a adoração do Amor nos conduz à experiência de Brahman. Somente quando a consciência humana está repleta de amor é que ela experiência a chegada de Brahman."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003, p. 48)


sábado, 11 de janeiro de 2014

A SABEDORIA É O CINZEL E O AMOR É A LIXA

"As melhores ferramentas para tornar sua vida uma bela e nobre peça de mobília psicológica são o cinzel da sabedoria e a lixa do amor. O ser humano necessita do intelecto, mas este precisa ser temperado com amor. Quando se faz uma peça de mobiliário, é necessário lixar bem para suavizar as arestas, ou o móvel continuará áspero. O amor é a lixa que aplaina o intelecto e suaviza a aspereza da inteligência.

Não se torne uma antiguidade psicológica sem valor. Em vez disso, sempre que se olhar no espelho, especialmente no espelho da introspecção, pergunte a si mesmo: 'Estou desenvolvendo hábitos mais saudáveis? Estou sendo mais positivo? Estou dando sorrisos mais sinceros, vindos do coração? Estou melhorando a cada dia?' Empenhe-se em ser um móvel psicológico espiritual, que será usado para decorar o reino de Deus. Você não apreciaria isso? Alguns móveis são tão lindos que não precisam de mais nada. Seja você também uma peça perfeita de mobília psicológica, que não precisa de mais melhorias. Dia virá em que você se unirá a Deus. Todos os grandes santos que já vieram à Terra cinzelaram a vida com sabedoria, amor e meditação, até serem móveis psicológicos espirituais perfeitos, que serão úteis à humanidade para sempre e decorarão o reino de Deus pela eternidade."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 152)


sábado, 14 de setembro de 2013

UMA VISÃO SUPERCONSCIENTE

" - Não estamos sós. O Universo inteiro é governado por forças que muito nos amam. Apesar de tão pequeninos, nosso destino está além das estrelas, muito além de tudo o que somos capazes de sonhar.

- Ó meus amigos, quanto glória nos aguarda nos reinos do Espírito... Se souberes vencer o orgulho submergindo em oceanos de humildade, serão tão imensos em suas manifestações como os maiores filhos do Altíssimo. (...)

- Os sofrimentos físicos e astrais que passamos na Terra não são mais que um segundo para a alma, nosso Eu real. Submersos na alegria que a tudo vivifica, jamais recordaremos dos momentos ínfimos vividos aqui, pois a eternidade banhada de luz é como um dia que nunca se acaba. No não tempo da eternidade, não há passado, presente ou futuro, mas o eterno agora que é todo gozo e alegria sem fim.

- Paradoxalmente, o não tempo no Espírito é como submergir eternamento em gozo e alegria interminável, semelhante ao golfinho em oceanos de êxtase. Em nosso reino de dualidade existe um limite para a existência, um tempo para o nascer e outro para o morrer, porém, na eternidade, tal tempo não existe e, contudo, a alma se vê em expansão eterna em êxtase incontáveis sem jamais encontrar o poente de tais delícias. É o paradoxo do não tempo. Não queiram entendê-lo a partir deste Universo de Dualidade. O Zen budismo é muito prático nesse sentido com seus 'koans'.

- Digo-vos que submergir no Espírito significa deixar de lado todos os desprazeres e descortinar maravilhas nunca antes sonhadas. Ele é infinitamente criativo e belo. Quanto mais O conhecemos, tanto mais descobrimos que Suas invenções não tem fim. 

- Mas, queridos, é preciso 'mergulhar' na essência para descobrir os tesouros imorredouros 'ocultos' no íntimo do Ser. O ser humano de passagem pela Terra é um grande aventureiro, o filho pródigo que negou os maiores prazeres do Reino interior para desbravar terras sombrias, em diversões distantes do aconchego e proteção do lar existente em si mesmo.

- E, contudo, amados meus, apesar dos infortúnios ilusórios deste mundo, regozijemos, pois somos desbravadores. Filhos e filhas imortais do Espírito. Cedo ou tarde retornaremos ao abraço amoroso do Deus Pai/Mãe que, ansiosamente, nos aguarda com Seu imortal banquete de boas vindas. (...)"

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 60/61)
http://www.chiadoeditora.com


terça-feira, 10 de setembro de 2013

A SAÚDE MENTAL DO HOMEM

"Sangue, fleugma e bile, por sua predominância e proporções, determinam a saúde física do homem. Assim também há três qualidades que, por sua predominância e proporções, estabelecem a saúde mental do homem. 

Exatamente como você obedece às regras de saúde física por medo de cair doente, também deve praticar certas restrições e normas mentais, tanto que possa manter paz, contentamento, alegria, entusiasmo e fé. Tem de frear a mente caprichosa, tanto que ela não o possa arrastar para o desastre. Você tem sempre que agir na fresca sombra de dois receios: o receio do pecado e o receio de Deus.¹ Você não se lembra de que você é genuína e realmente Paz (Shanti) e Felicidade (Ananda), de que fundamentalmente é (e portanto mentalmente também) Verdade (Sathya), Eternidade (Nithya) e Pureza (Nirmala).

A ansiedade e o medo, que tanto toldam a vida, são causados por esta amnésia. O propósito do Senhor é que você desfrute Santhi e Ananda, a cada momento de sua vida. Mas você esquece as fontes que brotam dentro de si e que têm sua origem na Divindade residente no santuário do coração. E você suspira pelo que sente que não tem!"

¹. Baba sempre recomenda - "medo ao pecado e amor a Deus". Aqui ele não está sugerindo o famoso e mal compreendido "temor a Deus". Deus não é para ser temido, mas amado acima de tudo. O que é recomendado é o receio de ficar ao longe, alienado d'Ele pela força da amnésia e pela sedução do mundo. 

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 158/159)


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A META SUPREMA

"A humanidade está empenhada numa eterna busca daquele 'algo mais' que espera lhe trará a felicidade completa e sem fim. Para as almas individuais que procuraram e encontraram Deus, a busca terminou. Ele é esse Algo Mais.

Muitas pessoas talvez duvidem de que encontrar Deus seja a finalidade da vida, mas todos podem aceitar a ideia de que o propósito da vida seja encontrar a felicidade. Eu afirmo que Deus é a Felicidade. Ele é a Bem-aventurança. Ele é o Amor. Ele é a Alegria que nunca deixará sua alma. Então, por que você não tenta alcançar essa Felicidade? Ninguém mais pode dá-la a você. Você mesmo tem de cultivá-la, o tempo todo.

Mesmo que a vida lhe tenha dado, em certo momento, tudo o que você queria - riqueza, poder, amigos -, passado algum tempo você se torna de novo insatisfeito e necessita de algo mais. Uma coisa, porém, jamais se tornaria monótona para você: a própria alegria! A experiência interior que todos estão buscando é a felicidade que é deliciosamente variada, embora sua essência seja imutável. A alegria perene, sempre renovada, é Deus. Encontrando essa Alegria dentro de si, você A encontrará em tudo no mundo exterior. Em Deus, você terá acesso à fonte da perene, infindável bem-aventurança.

Imagine que esteja sofrendo uma punição que não lhe permita dormir numa hora em que você necessita, desesperadamente, descansar, e de repente alguém diz: 'Muito bem, agora já pode dormir'. Pense na alegria que sentiria no momento em que estivesse a ponto de cair no sono. Multiplique-a por um milhão! Nem isso descreveria a alegria sentida na comunhão com Deus. A alegria de Deus é ilimitada, incessante, sempre nova. Corpo, mente, nada poderá perturbá-lo quando estiver nesse estado de consciência - assim são a graça e a glória do Senhor. E Ele lhe explicará tudo o que você não tem sido capaz de entender, tudo o que você quer saber.

Quando você senta em silêncio na meditação profunda, a alegria borbulha internamente, sem ter sido despertada por qualquer estímulo externo. A alegria da meditação é avassaladora. Aqueles que ainda não alcançaram o silêncio da verdadeira meditação não sabem o que é a verdadeira alegria. Quando a mente e os sentimentos são interiorizados, você começa a sentir a alegria de Deus. Os prazeres dos sentidos não perduram, mas a alegria de Deus é sempiterna. É incomparável!"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship -  p. 175/177)


sábado, 20 de julho de 2013

SOMOS BORBOLETAS DA ETERNIDADE

"O dia amanheceu e Bupendra, desde as cinco da manhã, estava submerso em meditação (...) Após deliciar-se no infinito, saiu para caminhar (...) Enquanto caminhava (...) um dos moradores se aproximou (...) Trocaram cumprimentos com um pronam e o homem disse:
- Senhor, poderia me ajudar tirando uma grande dúvida do coração?
- Se puder, será um prazer - respondeu Bupendra.
-Esta noite tive um sonho. Jamais fui capaz de crer que os homens pecadores fossem capazes de se livrar do pecado e realizar Brahman, contudo, em meu sonho, vi o diálogo entre uma borboleta e uma lagarta.
-A borboleta dizia: "Querida lagarta, você, um dia, será como eu e deixará de se rastejar pelo solo."
- Incrédula, a lagarta apenas ria da borboleta sem crer naquilo. Não era capaz de compreender como ela, um simples inseto rastejante, pudesse algum dia, criar asas e voar livremente pelo azul do céu.
-Mas, um belo dia, a lagarta passou muito mal e se enclausurou num casulo (...) Então, após algum tempo, aquela lagarta saiu do casulo e era uma linda borboleta com asas de intenso azul.
-Esse sonho despertou em mim a ideia da possibilidade de uma alma pecadora se tornar um grande santo e, contudo, não consigo compreender, filosoficamente falando, como isso é possível. Será que o senhor poderia me ajudar esclarecendo melhor esse processo? Como é possível a um pecador tornar-se um santo? Rindo, disse Bupendra:
- Meu querido amigo, seu sonho foi fabuloso. Ele revelou a você que até mesmo uma pobre lagarta pode se transformar numa linda borboleta com asas azuis. Qual o problema no fato de um pecador tornar-se santo? Assim como a essência da borboleta é a mesma da lagarta e vice-versa, também a essência do santo é a mesma do pecador, a diferença está tão somente nos diferentes estágios de cada um.
- O santo algum dia, foi um pecador. Na alma não há diferença de uma pessoa para outra. Somos todos borboletas da eternidade, mas enquanto chafurdarmos no lodaçal da ignorância, não seremos capazes de alçar voo aos alcantilados cumes da sabedoria.
- E, diga-me, senhor Bupendra, como a alma realiza a santidade?
- Submergindo no Si mesmo. A lagarta enclausurou-se para mutar sua forma. Semelhantemente deve o homem desejoso de sua própria realização divina enclausurar-se no Si mesmo, o Atman dentro de você. 
- A lagarta fez o esforço permanecendo em profundo silêncio nela mesma, fechando as portas dos sentidos e ouvindo seu próprio coração, a canção interior da alma. Após longo período de quietude, silêncio e paz, descobriu sua real identidade, não mais como um inseto rastejante e sim como o mais sublime ser da natureza.
- Toda "lagarta humana" deve praticar a introspecção dos sentidos, pratyahara, a aquietação da respiração, pranayama, a profunda concentração, dharana, a mais sublime meditação, dhyana, despertando na beleza da forma interior, o samadhi.
Se é que deseja transformar-se na borboleta radiante da eternidade, deve submeter-se à eliminação do pequeno "eu". Humildade, amor e entrega são necessários. Não haverá beleza interior enquanto continuarmos agindo como a lagarta rastejante do orgulho.
- Devemos ser a bela borboleta da compaixão, encarnando as qualidades da alma que nos tornarão divinamente atraentes."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 161/163)
http://www.chiadoeditora.com/


sexta-feira, 12 de julho de 2013

A TEOSOFIA NO LAR (5ª PARTE)

"(...) Quando alguém compreende que esse elevado objetivo espiritual existe na vida familiar, as responsabilidades e os privilégios que essa vida nos concede aparecem-nos debaixo de uma nova luz, porque através dos pequenos deveres do lar vislumbramos a luz da Eternidade. O nascimento de crianças ou a sua morte, as preocupações e os cuidados que são necessários para criá-los e educá-los, as satisfações e as dores que eles nos proporcionam, são outras tantas experiências que nos conduzem à grande Descoberta. O lar não é somente um ponto de reunião em que os viajantes se encontram, vivem juntos durante alguns anos e separam-se em seguida para sempre. Podemos comparar melhor o lar com um teatro ou com uma sala de concertos, onde se ensaia um drama ou uma sinfonia, para que todos os indivíduos aprendam a executar seu papel com dignidade e beleza, para a alegria dos homens e de Deus. 

No lar há também diferença na relação entre o patrão e o empregado. Geralmente quando existe essa relação, o empregado é menos instruído do que o patrão; ele, por conseguinte, aparece na família para que possa ser ajudado a crescer por uma pessoa mais velha. Podemos contratar um empregado, mas a sua vinda até nós não é por acaso; podemos pagar-lhe um salário, mas nosso "vínculo kármico" não cessa com o dinheiro que lhe damos. O criado é uma alma irmã do patrão; ele geralmente é o irmão mais moço, mas o contrato financeiro entre eles nunca pode tornar menos real o importante fato de que são irmãos.

Os empregados vêm até nós para que lhes mostremos um ideal de vida mais elevado do que aquele que eles normalmente teriam percebido se não tivessem tido contato com seus tutores. A limpeza, o espírito metódico, a conscientização, a generosidade, a cortesia, as boas maneiras e a cultura são exemplos de comportamento que o dono da casa deve colocar diante dos olhos de seu irmão menor, o empregado. Mas ao apresentar-lhe nosso exemplo, não podemos exigir que atinja o mesmo padrão de comportamento, por se tratar de nosso irmão mais moço. É nossa obrigação de patrões, sermos pacientes e compreensivos, enquanto procurarmos despertar o melhor do potencial de nossos criados, através de um espírito de cooperação voluntária. Um indivíduo, na sua situação de servidor, pode assimilar muitas virtudes que numa futura encarnação, em que suas possibilidades serão maiores, deverão capacitá-lo para executar atos nobres; ao passo que o patrão de hoje, se não tiver ainda adquirido essas virtudes, terá que voltar à Terra como empregado para aprendê-las. 
Quem sofreu como escravo poderá voltar como príncipe,
Por suas gentis virtudes e méritos adquiridos;
Quem mandou como Rei, pode errar pelo mundo andrajoso,
Por suas indignas ações e deveres não cumpridos. (...)"
(C. Jinarajadasa - Teoosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 19/22)


quinta-feira, 11 de julho de 2013

A TEOSOFIA NO LAR (4ª PARTE)

"(...) Quando os pais e os professores compreenderem que todas as experiências de vida não devem ser condensadas no curto espaço de tempo de uma única existência; que a alma tem diante de si uma eternidade de crescimento; que ela tem o direito de fazer suas próprias experiências em sua existência, desde que não obstrua o desenvolvimento dos demais; que cada ser é individualmente responsável pelo mal ou bem que fizer; que os outros são responsáveis por ele, apenas pelo fato de serem seus irmãos e semelhantes; então teremos uma visão mais clara sobre este tema da educação e bem-estar da criança, e não haverá dificuldade para se estabelecerem métodos de disciplina infantil que dominem sua natureza animal sem prejudicar em nada sua natureza superior como alma. 

Se estudarmos à luz da Teosofia as relações dentro da família, como entre marido e mulher, veremos que a Teosofia afirma que ambos têm responsabilidades e direitos iguais. O que os uniu nessa relação familiar foi uma série de deveres e direitos que se denomina Lei do Karma ou Lei de Ação e Reação. Não é a primeira vez que se encontram nessa longa existência; já se encontraram anteriormente em numerosas ocasiões e produziram karma entre elas e com as outras almas com as quais devem tornar a viver, quer como filhos ou como outro qualquer membro da família. É pois o karma engendrado entre elas e aqueles que os cercam no lar, que junta duas almas neste mundo como marido e mulher. 

Muitas vezes este karma traz consigo o florescimento de afetos e simpatias e, neste caso, teremos o matrimônio ideal. Todavia pode também acontecer, que após a aproximação de duas pessoas, o karma existente entre elas produza sofrimento. Nas duas situações, o Plano Divino é que estas duas pessoas venham a se conhecer em suas respectivas naturezas Divinas e possam descobrir qual é a sua obra comum, obra que faz parte do trabalho Divino. As almas podem descobrir-se umas as outras por meio do amor, mas nos casos em que não queiram aplicar o amor, as forças da vida agirão de maneira que possam descobrir-se por meio do ódio; porque o ódio, que no princípio repele, acaba por atrair no fim. Há homens e mulheres que descobrem esses mistérios da vida fora da relação matrimonial, mas esta relação foi planejada como uma das maneiras de alcançar essa revelação, essa descoberta. Nenhuma outra relação nos proporciona maiores oportunidades do que esta para se descobrir o eu dos outros, como também para descobrirmos o nosso próprio eu; e o homem ou a mulher que aproveita estas oportunidades, quando o karma se apresenta, cresce em espiritualidade e aproxima-se mais da descoberta de Deus e de toda a Humanidade. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 17/19)


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

MINHA SINFONIA INACABADA

"Se a vida eterna fosse uma chegada estática, e não uma jornada dinâmica...

Preferia eu a vida terrestre à vida celeste.

Não me interessa uma parada acabada - interessa-me somente uma jornada inacabada.

Alguém me disse que a vida eterna é um incessante jornadear - rumo ao Infinito.

Um jornadear em linha reta - longe de todos os zigue-zagues.

E esse Alguém é a "voz silenciosa", que me fala, quando eu me calo.

A "voz silenciosa" não é o meu ruidoso ego humano - é o meu silente Eu divino.

É a alma do Universo, que pensa em mim - porque eu e o Universo somos um.

É o Deus do mundo no mundo de Deus.

É a invisível Realidade no meio de todas as facticidades visíveis.

É a voz do Além que me fala em todas as coisas do Aquém.

Essa "voz silenciosa" me disse que sou um eterno viajor - um feliz possuidor e uma feliz buscador.

Feliz por estar na linha reta rumo ao Infinito - e feliz porque o meu finito está sempre a uma distância infinita do Infinito.

Que farias tu, minha alma, se tivesse chegado a uma meta final?

Repousarias nessa eterna aposentadoria celeste?

E não seria essa vida eterna uma morte eterna?

Uma mortífera passividade?

Mas eu sei que minha vida eterna é eterna atividade. 

Por isso sou feliz, por demandar o Infinito - numa fornada sem fim.

Minha vida eterna é uma eterna sinfonia.

Uma sinfonia inacabada.

É o que me diz a "voz silenciosa", que eu escuto com os ouvidos da alma, quando todos os ruídos se calam.

E essa sinfonia não começa após a morte - ela canta em plena vida terrestre, aqui e agora.

Morrer não é um fim nem um começo - é uma simples continuação da mesma vida de hoje, em uma das muitas moradas que há em casa do Pai celeste.

Quem ainda tem medo da morte não começou a viver realmente.

A sinfonia da vida é uma sinfonia eternamente inacabada."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 77/78) 


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

QUEIMAR OS NAVIOS

"Queima os teus navios, meu amigo!" - assim te escrevi...

E tu me perguntas o que quer isso dizer...

Coisa muito grave, gravíssima - quer isso dizer, meu amigo...

Quando Fernando Cortez, há mais de quatro séculos, aportou no país dos astecas, disse ele aos soldados:

"Reembarque para Cuba todo homem medroso!..."

Silêncio profundo acolheu esta ordem - e o pugilo de temerários heróis foi à conquista do México...

Para cortar cerce toda esperança de regresso inglório, lançou Cortez fogo aos navios - reduzindo-os à cinzas...

*     *     *

E tu, meu amigo - já queimaste teus navios?...

Cortaste rente toda a ideia de voltar atrás - às "panelas do Egito"?...

Das árduas alturas do espírito - para a suave planície da matéria?...

Olha em derredor, quase todos preferem a farta escravidão - à austera liberdade...

E muitos dos que vão à conquista do paraíso de Deus - deixam intatos seus barcos...

Sempre dispostos a refugiar-se neles - no comodismo da vida, nas queridas vaidades de ontem...

Aqui, o deserto de Deus - lá embaixo, festins do Egito...

Aqui em cima, remar contra a corrente - lá embaixo, deixar-se ir ao sabor das trépidas vagas...

Somos como nadadores principiantes que se lançam às águas mas não largam os arbustos da praia.

Quanto mais nos convida a jubilosa liberdade das ondas bravias de Deus - tanto mais nos aferramos às coisas queridas da terra...

Somos de Deus, certamente - mas somos também do mundo...

Não ousamos sem reserva lançar-nos a seus mares ignotos - e perder de vista os verdes litorais da nossa vida...

Empunhamos o arado de Deus - mas sempre a olhar para trás...

Queremos, sim, anunciar o reino de Deus - mas primeiro matar saudades em casa e enterrar nossos defuntos...

Ai! como é difícil ser integralmente o que se é!...

Bandeirante de vastos horizontes...

Pioneiro de mundos ignotos...

Herói sem reserva!...

Forramos de anêmicos quisera, quisera nossa vida - e não ousamos bradar um intrépido eu quero!...

Tu, meu amigo, que és jovem e espírito ideal - reduze a cinzas as naus em que vieste!...

Morrer para o teu panteão de ídolos...

Morrer por um grande ideal...

É viver eternamente..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 169/170)


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

SOMOS COMPLETAMENTE DEPENDENTES DE DEUS


“Como ser mortal, temporal, por que deve o homem pensar que tem direito automático às coisas deste mundo? Ele nem sabe por que veio ao mundo, nem quando o deixará. Somos completamente dependentes de Deus, que nos trouxe aqui. Estamos na Terra para cumprir, o melhor que pudermos, os deveres concedidos por Deus e para depositar os resultados a Seus pés. Somos sustentados por Deus durante cada momento de nossa existência; não só agora, mas por toda a eternidade. Que tristeza quando o homem abandona o próprio Ser que lhe dá a vida!

“Dê tudo a Deus”, dizia Guruji, “até a responsabilidade por seus atos. Ele quer que você O considere responsável, pois Ele é o verdadeiro Autor de tudo por intermédio de você. Você tem procurado roubar Dele tanto os frutos de suas ações quanto a responsabilidade de executá-las.” De manhã, de dia e de noite, o homem comum se envolve com “eu, mim, meu”. Em contraste, como é admirável, como é inspiradora a doce humildade de nosso Guru! Quando alguém o elogiava, um sorriso inefavelmente meigo vinha furtivamente à sua face, e ele dizia: “É Ele que é o Autor, não eu”.

Paramahansaji ensinava: “Quando morrer este ‘eu’, então saberei quem sou Eu”. Quando a consciência do ego se for, pode-se viver em verdade nesta percepção: “Senhor, se faço algum bem neste mundo, é por Tua causa. Perdoa-me, por favor, pelos erros que cometo, e ajuda-me a fazer melhor na próxima vez.”

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realizatio Fellowship - p. 119/120)


sábado, 29 de dezembro de 2012

MISTÉRIO


 “FALA COMIGO, MISTÉRIO, que dás perfume aos cravos.

Fala comigo, Mistério, que luzes em cada estrela.

Fala comigo, Mistério, que reges colméias e sistemas planetários.

Responde ao meu chamado, Mistério, que vivificas o átomo.

Atende-me Tu, que divinizas o amor, e és o Amor.

Conversa comigo, Mistério, que faíscas na mente do sábio, na devoção do místico, na ação do justo, na obra do artista, na pureza do santo, na renúncia do eremita, na inocência da criança, na divindade do amor materno, na veemência colorida da primavera, no deslumbramento do cosmonauta, na incógnita que desafia a ciência, na ternura de todos os ninhos.

Fala comigo.

Mas fala bem alto, pois ruídos impertinentes não me deixam ouvir Tua Eternidade; a zoada do multissonoro envolvente me ensurdece e não consigo escutar Tua Unidade; as gargalhadas dos prazeres libertinos e os gemidos dos amargores todos do mundo fazem para mim inaudível Tua Canção de Paz.

Fala... E não demores.

Presa do tempo, minha alma vibra na ansiedade de retroceder às imateriais fibras de seu cerne, de onde vem Tua Fala que não chega.

Fala comigo Mistério. E leva-me na aventura do Insondável, para além das fronteiras da percepção, para longe da pobreza criada por Teu Silêncio, da miséria que nasce de Tua Ausência.

Fala comigo, Mistério.

Mas, antes, ensina-me a ouvir-Te.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 212/213)


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

AME A ESSÊNCIA


“Amor não é aquele que só consegue amar a perecível forma.

Por ser fácil, é vulgar amar a formosura da forma.

Esse amor, que não vai além do apetite estético, é tão vulnerável quanto a própria beleza transitória. Dura somente o tempo que dura aquilo que o tempo, a doença e a morte desfiguram e extinguem.

O Amor liberto do tempo, das injunções existenciais, o Amor que perdura, os vulgares não conhecem, pois não entendem o que é amar a Essência, que transcende as formas.

Somente os que já conseguiram penetrar em algumas camadas mais sutis e profundas de seu próprio universo interno, portanto, mais longe do ilusório, são capazes da libertadora aventura, da transcendente ventura de Amar.

Este amar Real também goza a forma.

Mas, em realidade, ama a Essência, que lhe dá Eternidade, Infinitude, Transcendência, Felicidade, Plenitude.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 223)


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O PRECONCEITO É FRUTO DA IGNORÂNCIA

“Todos somos filhos de Deus, desde nossa origem até a eternidade. As diferenças surgem de preconceitos, e o preconceito é fruto da ignorância. Não devemos nos identificar orgulhosamente como americanos, indianos, italianos, ou qualquer outra nacionalidade, pois isso é apenas um acidente de nascimento. Acima de tudo, devemos nos orgulhar de sermos filhos de Deus, feitos à Sua imagem. Não é essa a mensagem de Cristo? 

Jesus, o Cristo, é um excelente modelo a ser seguido, tanto pelo Oriente quanto pelo Ocidente. O divino selo “filho de Deus” está oculto em cada alma. Jesus citou as escrituras: “Sois deuses”. 

Retirem as máscaras! Revelem-se como filhos de Deus – não por meio de proclamações vãs e preces decoradas, demonstração de sermões formulados intelectualmente e planejados para glorificar a Deus e angariar convertidos, mas por meio da realização! Identifiquem-se não com o intolerante fanatismo disfarçado de sabedoria, mas com a Consciência Crística. Identifiquem-se com o Amor Universal, expresso no serviço material e espiritual a todos; então saberão quem foi Jesus Cristo e poderão afirmar, em suas almas, que somos todos uma só família, filhos do Deus Único!” 

 (Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 20/21)



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

PREPARA-TE PARA A VIDA

“Disseste-me, alma amiga, que a grande tarefa da tua vida era preparar-te para a morte.

Que só desejavas uma boa morte – e nada mais.

Se pensaste às direitas – falaste às avessas.

Tu, que tens saúde, inteligência, preparo –

Tu, que vives a primavera da vida –

Tu, que entras no mundo de braços abertos –

Tu, que inicias a grande viagem –

Não deves falar em preparar-te para a morte – prepara-te para a vida!

Se boa for tua vida – não será má tua morte.

Não sabes que a morte é o corolário da vida?

Ignoras que o morrer é o eco do viver?

Como podia ser má tua morte se boa foi tua vida?

Receais a morte qual negro fantasma?

Por que hesitaria a fruta madura em desprender-se da haste?

Por que se desprenderia com dor o que amadureceu com amor?

Não te prepares para desapegar-te da árvore – vive como deves, e será espontâneo e natural o teu desapego...

Não morras antes de viver – não faças o segundo antes do primeiro!

Não faças a causa depender do efeito!

Não penses no sono noturno – antes de entregar-te aos labores diurnos!

Não chores o ocaso – antes do sorriso da aurora!

Enche de grandes tesouros o barquinho de tua vida – e entra contente nas águas do porto!

Semeia mãos cheias de áureos cereais – e recolhe farta messe de fruto maduro!

Carrega de flores a primavera da vida – para que de frutos te carregue o outono da morte!

Prepara-te para a morte – enriquecendo tua vida!

A morte não faz o que a vida não fez – colhe-te como és.

A morte não retoca tua alma – revela apenas o que a vida fotografou.

Sombras e luzes – boas e más perspectivas...

Revela às claras o que às escuras diziam imagens latentes...

Eternamente serás o que em tempo a vida te fez...

Prepara-te, pois, para a vida – e a morte dirá o que foi tua vida...

Faze da vida uma sementeira do bem – e será a morte uma colheita de felicidade...

Liberta o espírito das algemas do ego – e a morte te levará ao seio de Deus.

À vida eterna...

Ao amor imortal...”

(Huberto Rohden – De Alma para Alma – Ed. Martin Claret, São Paulo – p. 87/88)