OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador lei. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador lei. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

VIAGEM DA ANIMALIDADE PARA A DIVINDADE

"A segunda parte da afirmação passa pela compreensão do processo de desapego, que é uma viagem da Sala da Ignorância para a Sala da Aprendizagem e desta para a Sala da Sabedoria, como aparece em Voz do Silêncio, de H. P. Blavatsky. Na Sala da Aprendizagem o homem aprende a pensar e a refletir, passo a passo, e aprofunda a sua compreensão acerca da vida, de certas afirmações importantes e caminha em direção a uma maior sabedoria. Consideremos a afirmação de J. Krishnamurti 'vós sois o mundo', que não é uma afirmação matemática, mas o insight de uma pessoa sábia. Há muitas formas para compreender aquela afirmação. Se se fizer uma abordagem literal de 'vós sois o mundo', então a palavra 'mundo' é um substantivo sem qualquer conteúdo atrás de si. Krishna ou Jesus são nomes, mas os indivíduos por detrás desses nomes são uma realidade. De igual modo, a palavra 'mundo' é o nome mas nós somos a realidade. Este é o primeiro passo para a compreensão do significado da palavra 'mundo' como um coletivo de indivíduos. O segundo passo consiste também em compreender a nossa contribuição enquanto indivíduos. Se formos feios, contribuímos para a fealdade do mundo. Se o mundo estiver cheio de corrupção, ódio, inveja, ira, ganância, ambição, etc., então o estudante aceita, com este novo passo, que ele contribuiu para isso. Não pode atirar a responsabilidade para qualquer outro. Sempre que condena alguém, ele compreende que está condenando a si mesmo. Assim, alcança uma visão holística do mundo, vendo-o como um todo integrado e não como um conjunto dissociado de partes.

Com o terceiro passo ele compreende o real significado da palavra 'mundo'; pergunta-se como é que podemos ser considerados responsáveis quando só temos bons pensamentos, sentimentos de boa vontade e agimos corretamente? Ele reflete, profunda e honestamente, e verifica que ele próprio não é sempre o mesmo, porque algumas vezes está agitado e utiliza palavras ásperas. Ele compreende que esta é a sua contribuição para o estado de fealdade do mundo e aceita, assim, a responsabilidade e compreende o verdadeiro valor da frase 'vós sois o mundo'. E então compreende que ser humano é viver num estado de responsabilidade. Passa a ser a sua própria descoberta que ele não é apenas uma parte do mundo, mas que é o mundo. Como já foi dito, a responsabilidade é a qualidade que forma a sua natureza psíquica, refletindo-se na sua conduta.

Utiliza os seus dons como um bem que está sob a sua proteção e não posse. O seu tempo, capacidades e posses são os seus dons e ele os utiliza em benefício da humanidade. Com essa qualidade magnânima eleva-se acima da futilidade e torna-se sábio. Dessa forma eleva-se do ego pessoal para o ego espiritual. Nesse sentido é o seu salto quântico - da animalidade para a Divindade. Então possui verdadeiro conhecimento, o qual acarreta naturalmente magnanimidade e contentamento. A luta que pertence à personalidade perde o seu poder. Annie Besant diz que existem encarnações de diferença entre um homem ingnorante e um homem sábio.

Quantos de nós seremos capazes de reconhecer um santo? Para se reconhecer tal pessoa, tem de haver algo dentro de nós que ressoe e esteja sintonizado com a sua natureza, que vibre em harmonia com ela. É uma lei que, se a pessoa criar harmonia dentro de si, então a harmonia divina manifesta-se por meio dela tornando-a santa ou sábia. O antídoto para o apego é o desapego ou 'abrir mão'." 

(C.A. Shinde - Nos sábios não existe apego - TheoSophia - Ano 101 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 15/16


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

SERVIÇO E RENÚNCIA

"Todas as coisas na criação estão sujeitas à lei da mudança, portanto, o homem também. Este deve usá-la para o progresso e não para decair na escala. A Inteligência Átmica conduz o homem ao caminho da renúncia e do serviço, porque somente serviço e renúncia produzem avanço espiritual. A Inteligência Átmica reconhece a Unidade da Criação como o fio que enfia cada flor da grinalda do Brahmasutra¹. Quando você ganhar o Amor de Deus, a compaixão d'Ele fluirá através de você. Vyasa resumiu os dezoito Puranas² em singelo dístico que cabe numa linha: 'Fazer o bem aos outros é o único ato meritório; fazer o mal, o mais nefando pecado.' Quando você sentir que não pode fazer o bem, pelo menos evite fazer o mal. 

Os que estão cruzando o oceano de samsara (a cadeia de nascimentos e mortes) precisam cultivar a arte de nadar através do Bhagavatha-chinthana (Meditação sobre Deus). Não importa o quanto eruditos sejamos, se não treinamos natação, vamos afundar. A vida é um barco que nos capacita a cruzar o oceano da samsara, com a ajuda da meditação sobre Deus. Vairagyam ou desapego não implica romper os laços familiais e mergulhar na floresta. Significa descartar o sentimento de que as coisas são permanentes e capacitadas a propiciar-nos a suprema alegria."

¹ Brahmasutra - sutra o fio que enfia um colar; Brahman - Deus Uno. Brahmasutra é a presença de Deus, que, através de todos, forma um glorioso colar, uma grinalda divina. Brahmasutra é também o nome de uma das mais importantes escrituras do Hinduísmo.
² Purunas - são textos sagrados da Índia contendo as histórias legendárias da criação, destruição e renovação do Universo, a genealogia dos deuses e patricarcas... São as informações historicamente mais antigas da cultura hindu, ou seja, do Sanathana Dharma.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 81)


terça-feira, 26 de julho de 2016

TRABALHAR É SERVIR A DEUS

"O mundo é passageiro. Vocês só poderão encontrar estabilidade através do comportamento altruísta: ele leva o homem a Deus e concede-lhe a libertação. A lei do carma é de tamanha profundidade, que as palavras não são suficientes para descrevê-la. No dia em que o carma deixar de existir, terá chegado o fim do mundo. Eu já lhes disse muitas vezes que vocês só encontrarão salvação através do carma-ioga. Além disso, é através dele que todos os desejos materiais podem ser realizados. Carma-ioga é o caminho supremo que leva à unificação com Deus. Tanto Rama como Krishna ensinaram-no igualmente. E, eles não só o ensinavam, como também o praticavam, obtendo grande sucesso através dele.

Todas as nações ergueram-se como serpentes com bocas escancaradas e só esperam devorar-se umas às outras. Este momento crítico precisa de pessoas corajosas: enquanto vocês trabalham, independente do que vocês estejam fazendo, vocês devem incessantemente invocar com os lábios o nome de Deus.

Agora é o momento da ação desprendida. É o caminho da realização nesta época. Agora quero ver ação. O trabalho é vida. Trabalhar é servir a Deus. Uma pessoa que desperdiça seu tempo está morta. (...)

Vocês vieram ao mundo pelo trabalho. Portanto, estejam sempre prontos e empenhados em trabalhar. Uma pessoa preguiçosa é semelhante a um defunto. Mas vocês devem viver neste mundo e não morrer nele. Não tenham medo de queimar no fogo ou de se afogar nas torrentes. Se vocês forem corajosos, nada poderá acontecer-lhes (...) Vocês precisam ser destemidos por si próprios e por toda a humanidade. Existe só uma humanidade. (...)"

(Maria-Gabriele Wosien - Eu Sou Você, Mensagem de Babaji, o Mestre do Himalaia - TRIOM Centro de Estudos Mariana e Martin Harvey, Editorial e Comercial, 1ª edição, São Paulo, 2002, p. 48/49)
www.triom.com.br


quinta-feira, 21 de julho de 2016

CULTIVE A PROSPERIDADE PARA PODER AJUDAR O PRÓXIMO

"A lei da prosperidade não pode ser manipulada pelo homem para obter vantagens egoístas. O funcionamento desta lei é controlado por Deus e Ele não permite que Suas leis sejam torcidas ou quebradas arbitrariamente. Se o homem trabalha em harmonia com a lei divina do sucesso, ele recebe abundância; mas se, agindo erradamente, quebra o fluxo generoso da abundância divina em sua vida, está punindo a si mesmo.

É como trabalhar em harmonia com os princípios da lei divina. Antes de tudo, como eu já disse, deixe para trás desejos e apegos por luxos; desenvolva poder mental para se satisfazer com coisas simples. Depois diga: 'Bem, minhas necessidades são apenas parte da minha responsabilidade. tenho dependentes e também preciso cumprir as obrigações que tenho para com eles.' Cuide de sua família, mas nunca estrague seus filhos dando-lhes dinheiro demais.

A menos que inclua o bem-estar do próximo em sua prosperidade, você jamais será idealmente próspero. Não estou falando só de dar dinheiro desinteressadamente a pessoas carentes, mas do sincero interesse em ajudar os outros a ajudarem a si mesmos. Então você verá uma tremenda lei de oferta operando em sua vida. Independentemente da situação em que se encontre, a lei da colheita dos frutos que semeou estará sempre com você, ajudando-o.

A maioria das pessoas pensa em si mesma em primeiro lugar e depois de tudo, e em como ganhar dinheiro para satisfazer os próprios desejos. Se você é assim, cedo ou tarde será desapontado. Em vez disso, comece com este pensamento: 'Meu dever na vida é trazer felicidade aos outros'. Motive-se pensando em como suas ações e planos poderiam beneficiar o próximo. Depois idealize um meio de alcançar seus objetivos. Para servir, você precisa dos recursos necessários. Se quer ordenhar uma vaca, precisa alimentá-la. A ambição de ser próspero e viver bem se torna espiritualizada quando o objetivo é servir melhor ao próximo e lhe dar a possibilidade de ser incluído na sua prosperidade. Ao prestar bons serviços, você está fadado a um bom retorno, e quando tem um bom retorno consegue melhorar o seu próprio padrão de vida e fazer ainda mais pelo próximo. É assim que funciona a lei divina."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 68/69)


sábado, 26 de março de 2016

OS CAMINHOS DA SAÚDE (PARTE FINAL)

"(...) A negação da unidade da vida assume comumente o aspecto de crueldade. A desumanidade do homem para com o homem é proverbial. As prisões e os relatórios de sociedades de proteção a mulheres e crianças fornecem as provas. Os crimes praticados contra os animais vêm de longa data e abrangem o mundo inteiro. O homem é o maior inimigo dos animais. Nos abatedouros, a humanidade alcança o ápice da selvageria, pois a brutal matança é desnecessária e os animais são indefesos. 

O resultado inevitável, de acordo com as leis que acabamos de enunciar, é a miséria e a doença. Aqueles que matam animais e consomem suas carcaças não podem ser indivíduos felizes ou saudáveis. Eles estão em conflito com a unidade da vida e com o poder, o propósito e o impulso da natureza, pois toda a criação se move rumo à plenitude da liberdade de manifestação. 

A chave para a saúde e a felicidade é a clemência, definida como benevolência, compaixão e gentileza para com todos os seres sencientes. Existem quatro razões básicas para a clemência. A primeira é que somente a clemência ratifica o fato da unidade da vida. O dano a uma única criatura pode ter amplas consequências, pois a vida em todos os seres é a vida una. A crueldade traz sofrimento a todos, inclusive ao autor. A vida una é uma energia consciente e criativa. Efeitos agradáveis ou dolorosos são comunicados através de toda a existência manifestada. 

A segunda razão é que na conduta clemente, a mais elevada ratificação da unidade, está o amor universal. Deve-se ser clemente por causa do amor. Tudo o mais são trevas. A terceira razão é que a saúde e a felicidade de todos os seres dependem de seu relacionamento mútuo. Todos nós dependemos muito uns dos outros para o nosso bem-estar, progresso e realização. A quarta razão para a clemência é que, sob a lei de causa e efeito, o homem colhe aquilo que semeia. A crueldade inevitavelmente traz sofrimento, e a gentileza com toda certeza traz felicidade."

(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 38/39

sexta-feira, 25 de março de 2016

OS CAMINHOS DA SAÚDE (2ª PARTE)

"(...) O homem não é apenas um corpo. Ele é um ser triplo: corpo, inteligência e espírito. Essa unidade de força torna-se cada vez mais sensível à medida que a evolução prossegue. O equilíbrio e a responsividade nervosa e psíquica da humanidade tornam-se continuamente mais delicados. Em consequência, a violação da lei básica produz uma maior perturbação, produz no homem uma dor mais aguda.

Qual é a mensagem que o eu espiritual transmite, a mente recebe e o corpo precisa ratificar? Se fosse possível - e de fato é - ascender ao estado de consciência espiritual e ver o universo com os olhos do espírito, o que se veria? Se, com os ouvidos do espírito, a canção da vida pudesse ser ouvida, qual seria o tema? A resposta para essas perguntas é: 'a vida é una'. Uma vida, uma luz, um poder, um amor - essa é a verdade espiritual fundamental.

A unidade é a mensagem que o eu espiritual transmite ininterruptamente ao homem através da mente. No egocentrismo do homem de mente material, unidade e amor ainda são negados. 'Cada um por si' é o lema. Indivíduos, grupos e até mesmo nações, quando não são ameaçados por um perigo comum, ainda se mostram como unidades egocêntricas, com pouca ou nenhuma consideração para com o próximo, sem mencionar para com a natureza. Os resultados saltam à vista: a grande maioria dos seres humanos está  propensa a doenças; o caos e a doença do mundo são os resultados diretos da negação do homem em relação à unidade da vida.

Mas essa não é uma situação incorrigível; há cura para a humanidade que teme a guerra e é oprimida pela doença. O homem está evoluindo gradualmente. A gentileza para com o próximo e o tratamento gentil dos animais estão aumentando. A caridade está se estendendo. Para um número crescente de pessoas a voz interior se torna mais forte e mais insistente, afirmando a vida una. Consequentemente, a mente responde e o corpo cumpre. O amor se aprofunda, torna-se menos egoísta e mais universal. A saúde e a felicidade aumentam de modo correspondente.

Por fim, a mensagem da unidade da vida é reconhecida como uma instrução divina e se torna uma ordem irresistível. A mente concorda, o cérebro responde e a conduta se adapta à consciência. A clemência torna-se o evangelho da vida. A caridade arde como uma chama no coração. O autointeresse se perde no altruísmo. Esse é o segredo da saúde perfeita, da vitalidade radiante e da felicidade interior, pois o reconhecimento da unidade é a panaceia individual e universal. (...)"

(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 37/38
www.revistasophia.com.br


quinta-feira, 24 de março de 2016

OS CAMINHOS DA SAÚDE (1ª PARTE)

"A saúde é a maior necessidade física do ser humano. Contudo, apesar do progresso da ciência, a incidência de doenças como câncer, diabetes, hipertensão e problemas cardíacos tende a aumentar. Mais e maiores hospitais estão sempre sendo construídos. Quais são as leis fundamentais da saúde e do bem-estar, e de que maneira elas são violadas, a ponto de um indivíduo perfeitamente saudável ser uma raridade?

Saúde é uma condição de harmonia e unidade de pensamento, sentimento e conduta. Quando essa unidade é atingida e mantida, duas leis básicas são obedecidas. Uma é a lei de equilíbrio sobre a qual todo o universo está estabelecido; a outro é a lei de compensação pela qual todo o universo é governado. Quando nenhuma lei natural é violada, não há dor pessoal; quando é, o sofrimento é inevitável. A natureza e a extensão da dor são sempre proporcionais ao grau de violação.

A aplicação desse conhecimento à nossa conduta na vida e a obediência a essas leis constituem a única fundação sobre a qual a saúde perfeita pode ser assegurada, a felicidade perfeita pode ser mantida e ambas, quando perdidas, podem ser totalmente restauradas. A cura do doente depende do retorno à harmonia e da obediência à lei natural.

Também podemos definir a saúde como o resultado da interação harmoniosa entre as forças do espírito e da mente, por um lado, e as do corpo e da emoção, por outro. A partir do interior, as forças e os impulsos espirituais e mentais vibram. Do exterior, os impulsos físicos e emocionais respondem e modificam os primeiros. Essa interação harmoniosa é essencial para a saúde.

A saúde, portanto, é quase inteiramente uma questão de ética e de conduta harmônica. O eu espiritual interior continuamente transmite impulsos. A mente os recebe e os retransmite. O corpo físico recebe-os e os manifesta e ratifica em vários graus. O grau de ratificação decide a extensão da felicidade e da saúde. Similarmente, o grau em que esses impulsos são ignorados determina a extensão da infelicidade e da doença. Quando a harmonia é preservada, a saúde está assegurada. Quando não é, a doença é inevitável. Com o tempo, a discórdia interior produz doença exterior. (...)"

(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 37)


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

MAGIA BRANCA E MAGIA NEGRA

"Magia é o uso da vontade para guiar os poderes da natureza externa, e é verdadeiramente, como implica o nome, a grande ciência. A vontade humana, sendo o poder do divino no homem, pode subjugar e controlar as energias inferiores produzindo assim os resultados desejados. A diferença entre magia branca e magia negra jaz no motivo que determina a vontade; quando essa vontade é empregada para beneficiar os outros, para ajudar e abençoar todos que entram em seu escopo, então o homem é um mago branco, e os resultados que produz pelo exercício de sua vontade habilitada são benéficos e auxiliam o andamento da evolução humana. Ele está sempre se expandindo por meio de tal exercício, tornando-se cada vez menos separado dos outros, e é um centro de ajuda de longo alcance. Mas quando a vontade é exercida para a vantagem do eu inferior, quando é empregada para fins e objetivos pessoais, então o homem é um mago negro, um perigo para a Raça, e seus resultados obstruem e retardam a evolução humana. Ele está continuamente se estreitando com o exercício da magia negra, tornando-se cada vez mais separado dos outros, fechando-se no interior de uma concha que o isola, e que se torna cada vez mais compacta e densa com o exercício de seus treinados poderes.

A vontade do mago é sempre forte, mas a vontade do mago branco tem a força da vida - flexível ou rígida quando necessário, sempre se equiparando à grande Vontade, a lei do universo. A vontade do mago negro tem a força do ferro, apontando sempre para o fim pessoal; chocando-se contra a grande Vontade, mais cedo ou mais tarde deve despedaçar-se contra ela."

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 243/244)


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

JUSTIÇA PUNITIVA

"Crime dá dinheiro sim. Com o dinheiro se pode comprar gozo material e até altas posições na sociedade e na política.

É o que se tem visto.

Mas, chegará a dar paz verdadeira, verdadeira segurança, amor autêntico?...

A ação cruel e injusta acarreta dívidas com a Lei Maior, aquela que não erra, e da qual ninguém escapa.

Só os que insistem em ficar na ilusão da posse e do gozo dos frutos imediatos, e supondo que podem fugir às penas da Lei, isto é, à dor infalível que algum dia os alcançará, optam pela ação criminosa.

Tenho compaixão de todos os iludidos, que, ou ignoram a Lei Divina, ou ainda acreditam que são bastante espertos a ponto de se esconderem, fugindo do ajuste de contas."

Quero apenas, Senhor, aquilo que Tua Graça de concede."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 103/104)


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

OS PASSOS CIENTÍFICOS PARA MEDITAR COM ÊXITO

"Existem princípios científicos definidos a serem aplicados na busca por Deus. São os princípios da yoga, que na Índia foram pesquisados, praticados e provados por muitos séculos. (...) A ciência da religião baseia-se em leis imutáveis.

Algumas pessoas já me perguntaram: 'Por que a minha relação com Deus deve ser governada por tantas regras? Não posso simplesmente ser guiado por minha própria intuição no caminho espiritual?' Eu respondo: 'Sem dúvida alguma, use a intuição para guiar você, mas primeiro tenha certeza de que é uma intuição verdadeira (a qual provém da sintonia com Deus), e não apenas o seu desejo subconsciente de fazer o que quer'.

A autodeterminação errada é uma cilada para muitas pessoas. Primeiro, siga a ciência; aprenda a perceber Deus com a aplicação adequada dos métodos da yoga. Quando você O conhecer acima de qualquer dúvida - quando você conseguir ter a mente tão tranquila que, em todas as experiências da vida, puder manter uma atitude de beatífica devoção a Deus, de autoentrega constante a Seus pés - então há a possibilidade de seus esforços espirituais serem guiados pela intuição, e não antes. 

Os grandes mestres têm mostrado os passos que eles mesmos deram para chegar à realização divina. Qualquer pessoa de bom senso seguirá esses passos, em vez de tentar forjar o próprio caminho. Para que 'reinventar a roda'? Você tem liberdade, é claro; mas não seria mais lógico seguir o caminho que já se comprovou que leva a Deus, em vez de passar anos, talvez encarnações, tentando encontrar o seu próprio caminho por meio de laboriosas experiências de tentativa e erro?

As leis são conhecidas; a profundidade da meditação provém da aplicação paciente e firme dessas leis. É como aprender a tocar piano. O êxito provavelmente não virá de tentativas não científicas, a esmo. Antes de poder tocar um concerto de Rachmaninoff no piano, você precisa saber quais são as teclas certas e então, gradualmente, ganhar habilidade com a diligente prática diária. O mesmo ocorre com a meditação - ela requer a aplicação dos passos científicos de yama, niyama, asana e a contínua determinação de perseverar na prática das técnicas de pranayama, até que os pensamentos se aquietem completamente. Por meio de Hong-Só, a mente e a respiração sincronizam-se perfeitamente; é como se tivessem sido forjadas numa só espada afiadíssima que repentinamente corta os grilhões internos que nos aprisionam. A mente fica livre e clara. Você sente dentro de si a presença de Deus por trás desta forma física, além de toda a vida. Estas percepções maravilhosas e estimulantes surgem quando praticamos a ciência da meditação."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 41/43)


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A CONVIVÊNCIA COM OS OPOSTOS (1ª PARTE)

"Em Luz no Caminho aprendemos: 'Nenhum homem é inimigo nem amigo. Todos são igualmente seus instrutores.' O mesmo princípio aplica-se a todas as circunstâncias. Não existem situações hostis ou favoráveis. Elas parecem adversas ou não por causa das nossas concepções mentais, inclinações e desejos. Somente na ausência dessas reações mentais podemos entender o funcionamento da lei divina, que a maioria de nós não percebe. 

O pensamento de que alguém não é amigo ou de que uma circunstância é adversa nada mais é que uma opinião. Um pensamento assim não pode ser comparado ao conhecimento da alma que está se expandindo em sua experiência no mundo. A circunstância 'adversa' é um meio de seguir em frente, tanto quanto a circunstância 'agradável'. Mas nós nos identificamos com o complexo de desejos e pensamentos do eu inferior, da personalidade, com suas opiniões insignificantes e desejos mesquinhos, e dizemos: 'Isso não me agrada; quero outra coisa.'

Isso é parte das trevas da ignorância espiritual. Como afirma o Bhagavad-Gita, 'pela ilusão dos pares dos opostos que surgem da atração e repulsão, os seres andam nesse universo totalmente iludidos'. Mesmo quando compreendemos que atração e repulsão, o par de opostos básico, é uma expressão imediata do egoísmo, geralmente aplicamos essa compreensão apenas em relação às pessoas. No entanto, ela se aplica a todo momento, quando lutamos e nos sentimos infelizes ou quando ficamos muito satisfeitos ao receber admiração e afeto. Existem armadilhas em toda parte. (...)"

(Radha Burnier - A convivência com os opostos - Revista Sophia, Ano 12, nº 49 - p. 18)


domingo, 10 de janeiro de 2016

A TRANSCENDÊNCIA DO EGO

"Os decretos inalteráveis do karma governam o destino humano apenas enquanto o homem continua a viver pelos sentidos, reagindo aos acontecimentos externos. Aos olhos de uma pessoa assim, o raciocínio moral se situa na consciência do ego. O saber oriundo das escrituras situa-se na consciência do ego. As lágrimas de autopiedade situam-se na consciência do ego. A consciência do ego é que é o problema. Quanto maior o seu domínio da mente, maior a influência do karma na nossa vida. 

A Lei Cósmica não é um déspota irracional (...). Suas sentenças não são proferidas ao acaso, contra uma humanidade acovardada e indefesa. Toda consequência prescrita pela Lei Divina é certa e justa; brota de realidades profundas da própria natureza humana e contempla ações já cometidas. Afinal, não é razoável colher o fruto daquilo que se planta?

Depois que o ego é transcendido na consciência da alma, transcendida é também a esfera da lei kármica. A alma permanece para sempre imperturbada, pois as consequências kármicas só se acumulam em detrimento do ego. Dissipam-se quando já não há um vórtice centrípeto atraindo-as para a consciência do 'eu' e do 'meu'.

Ao tomar consciência de si mesma, a alma se liberta ao menos da sujeição à lei kármica. As boas ações dos grandes santos se projetam como ondas de luz para abençoar a humanidade inteira."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 38/39)


domingo, 13 de dezembro de 2015

SOFRIMENTO SUBSTITUTIVO (PARTE FINAL)

"(...) Enquanto a humanidade for pecadora, haverá sofredores, ainda que inocentes.

O Apocalipse fala da abolição de todo o sofrimento - mas isto só acontecerá quando houver 'um novo céu e uma nova terra', e quando 'o reino dos céus for proclamado sobre a face da terra', isto é, quando não houver mais uma humanidade pecadora, então deixará de haver sofrimento individual.

Há quem julgue que uma grande espiritualidade possa diminuir ou mesmo abolir o sofrimento. Mas é experiência universal que são precisamente os homens espirituais, os santos, os iniciados, os que mais sofrem. Por quê? Porque, quando o homem já não tem débito próprio, se torna ele um sofredor ideal por débito alheio. É esta a razão por que os santos e os iniciados costumam sofrer serenamente, por que se sentem como pecadores de débitos alheios.

Sofrer por débito próprio é vergonhoso - sofrer por débito alheio é honroso.

Enquanto a nossa humanidade for adâmica, vigorará este lei de solidariedade. Somente uma humanidade cósmica, como a de Jesus, não teria sofrimento compulsório; nesta nova humanidade, o homem poderia dizer: 'Ninguém me tira a vida; eu é que deponho a minha vida quando eu quero, e retomo a minha vida quando eu quero'. Assim fala o 'Filho do Homem', mas nós somos 'filhos de mulher'.

A alergia ao sofrimento é da humanidade adâmica - a imunidade é da humanidade cósmica. Na humanidade cósmica, do Cristo e dos grandes avatares, não há o sofrimento e morte compulsórios, embora possa haver sofrimento e morte voluntários. Neste humanidade impera absoluta libertação e liberdade.

Enquanto vivermos na humanidade adâmica, haverá sofrimento, tanto de culpados como de inocentes. E, durante este vivência, a sabedoria do sofredor consiste em sofrer serenamente. Quem puder dizer como Paulo de Tarso: 'Eu exulto de júbilo no meio de todas as minhas tribulações', esse atingiu elevado grau de evolução humana."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 27/28)


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

SOFRIMENTO SUBSTITUTIVO (1ª PARTE)


"Além do sofrimento evolutivo, que abrange toda a natureza dos seres vivos, há um sofrimento substitutivo, que é próprio da humanidade.

Onde há livre-arbítrio, pode haver, e, onde há culpa, deve haver reação em forma de pena ou sofrimento. É esta a expressão das leis cósmicas, que exigem reequilibramento de qualquer desequilíbrio.

Por isto, sofre o justo pelo pecador. O justo não desequilibrou o equilíbrio das leis cósmicas, mas, como o pecador as desequilibrou, e não as reequilibrou, deve o justo ajudar a fazer o que o injusto não fez.

É esta a justiça do Universo - a sua justeza, o seu ajustamento.

A humanidade é um todo orgânico e solidário; deve a parte justa da humanidade sofrer pelo que a parte injusta pecou.

Não há nisto injustiça. Injustiça seria, se o justo, sofrendo pelo pecador, se tornasse também pecador, o que é impossível. A sofrência do inocente não diminui em nada o valor dele, podendo mesmo aumentá-lo. Pode o justo aumentar o seu próprio crédito, enquanto ajuda a pagar débito alheio. 

A finalidade da existência do homem aqui na terra não é sofrer nem gozar, mas é realizar-se - e isto é possível tanto no gozo como no sofrimento. Gozo e sofrimento são fenômenos facultativos da vida, o necessário é somente a realização do homem, como dizia o Mestre: 'Uma só coisa é necessária' (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Marin Claret, São Paulo, 2004 - p. 26)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O MEDO NÃO PODE ENTRAR EM UM CORAÇÃO TRANQUILO

"O medo é outra forma de estática que afeta seu rádio mental. Como os bons e os maus hábitos, o medo tanto pode ser construtivo quanto destrutivo. Por exemplo, quando uma esposa diz: 'Meu marido não vai gostar se eu sair esta noite, portanto, não irei', ela é motivada pelo temor afetuoso, que é construtivo. O temor afetuoso é o medo servil são diferentes. Refiro-me ao temor afetuoso, que torna prudente a pessoa que não quer ferir outra sem necessidade. O medo servil paralisa a vontade. Os membros de uma família deveriam cultivar apenas o temor afetuoso e jamais recear dizer a verdade uns aos outros. Realizar ações gentis, ou sacrificar seus próprios desejos por amor a outra pessoa é muito melhor do que fazê-lo por temor. E quando você se recusa a transgredir as leis divinas, deve fazê-lo por amor a Deus, não por medo do castigo.

O medo vem do coração. Se alguma vez você se sentir dominado pelo medo de alguma doença ou acidente, deve inspirar e expirar profunda, lenta e ritmicamente várias vezes, relaxando a cada expiração. Isso ajuda a normalizar a circulação. Se o coração estiver realmente calmo, você não sentirá medo nenhum.

A consciência da dor desperta a ansiedade no coração; por isso, o medo depende de alguma experiência prévia - talvez um dia você tenha caído e quebrado a perna, e daí aprendeu a temer a repetição dessa experiência. Ao permitir que semelhante apreensão o domine, a vontade e os nervos paralisam-se, e você pode realmente cair outra vez e quebrar a perna. Além disso, quando o coração fica paralisado de medo, sua vitalidade diminui, dando aos germes nocivos a oportunidade de invadir seu corpo."

(Paramahansa Yogananda - E Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 93/94)


sábado, 14 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (1ª PARTE)

"Quando os rishis definiram o Código de Deus, este ficou para sempre inalterado. É tão definitivo que mesmo o Ocidente, quando d'Ele tomou conhecimento, não ousou alterá-lo. Suas 4 Leis básicas, simples e claras, nortearam e ainda norteiam todos os outros códigos. (...)

A Lei do Carma - ou Lei da Interdependência - estabelece que toda ação gera uma reação proporcional. Quem com ferro fere com ferro será ferido. Um sorriso por um sorriso. Um dente por um dente. Um olho por um olho. O Carma não é uma Lei de punição, pois Deus não pune ninguém. Ele apenas deixou suas Leis e estas leis causam a autopunição se forem infringidas. o Carma, a primeira Lei básica de Deus, estabelece que tudo chega a alguém, ou alguma coisa, com um nível de qualidade e de quantidade e sai desse alguém, ou dessa coisa, como resultado da sua chegada e da sua transformação laboratorial, também com um nível de qualidade e quantidade, e com ou sem fator agregado. Sai desse alguém para alcançar outro com uma intensidade qualitativa e quantitativa proporcional à qualidade e à quantidade de ação inicial. O 'saldo' deixado como resultado da ação e da reação é o resíduo cármico que cada um deve carregar para descarregar, curar, purgar ou simplesmente entesourar. É um saldo que tanto pode ser negativo como positivo. A Lei do Carma é como um livro caixa. Entram e saem de um lado e de outro as boas e más ações. Um balanço dessas saídas e entradas define o valor do saldo do seu Carma. Uns têm um alto saldo bom, outros, o contrário. Uns observaram a Lei do Carma, via Código do Comportamento, já outros ignoraram essa Lei Divina. A Lei do Carma mostra que nós e os outros dependemos mutuamente uns dos outros. 

No lar, no trabalho, nas forças armadas, a constância é a mesma. É a interdependência estrutural, uma lei adaptada pelos homens a partir de uma Lei Divina. É a Lei do Carma que anula os conceitos de importância emitidos pelo Homem. O limpador de ruas é tão importante quanto o Governador, pois sem aquele a cidade se afoga no lixo e o Governador será caçado pelo povo, já que o Sistema exige limpeza e não sujeira. Portanto, Governador, Povo e Limpador são interdependentes, nivelados quanto aos conceitos de importância, mas desnivelados no que se refere às responsabilidades de cada um. A arrogância é um ilícito que fere a Lei do Carma, assim como um sorriso sincero é um benefício valioso à progressão positiva dessa Lei. Não existe causa sem efeito nem efeito sem causa. É também a Lei que disciplina a Ação e fiscaliza a Reação de efeito coletivo, pois a Lei do Carma não se aplica apenas a uma pessoa, mas a um grupo, a uma empresa, a uma cidade e até a uma nação. Israel não estaria carregando um Carma Coletivo, até nossos dias, só porque em passado remoto destruiu populações inteiras, usando o nome de Deus para ocupar suas terras? Será que os palestinos, em nome dos seus ideais, não estarão formando um Carma coletivo conseguido por suas ações terroristas contra a humanidade? E o Carma Coletivo gerado pela Inquisição do Santo Ofício dos católicos que imolou pelo fogo cerca de 32 mil inocentes na Idade Média? Será que um dia a Igreja Católica também não terá que responder por esse seu débito cármico? (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 32/33)


domingo, 8 de novembro de 2015

A EXPERIÊNCIA DE DEUS (1ª PARTE)

"Atualmente estamos atravessando um período de grande crise - talvez a maior jamais conhecida pelo homem. A humanidade avançou muito, tecnologicamente falando. O homem desvendou os segredos do átomo, os mistérios do espaço, as profundezas de seu corpo e de sua própria mente. Mas, embora viva num mundo de promessas ilimitadas, ele se sente confuso e desnorteado, pois não fez qualquer tentativa de compreender seu próprio eu, seu verdadeiro ser, seu propósito. Seu coração se sente solitário e sobrecarregado por inúmeros temores, muitos dos quais ele não consegue nomear.

Porém, a hora escura da noite é a que precede a aurora. Todos os grandes instrutores espirituais da humanidade vislumbraram a beleza de uma nova era que se aproxima, uma era de compreensão espiritual. Pois, ainda que o homem não saiba, seu coração está faminto pelo pão do espírito, pela verdade da alma e das leis que a governam. O homem precisa saber que ele é essencialmente um ser espiritual, que está sujeito a leis espirituais. Como nos disse repetidamente Sadhu Vaswani, 'a única necessidade do homem é Deus'.

Deus não é para ser discutido: é para ser experienciado. Os grandes seres espirituais foram homens que passaram por essa experiência. E todos eles assinalaram que aquilo que se antepõe no caminho do nosso desabrochar espiritual é a identificação com o ego. O ego é apenas a sombra do real, a causa da ignorância que nos mantém impiedosamente presos à roda de nascimentos e mortes. O ego vive, move-se e trabalha num mundo de separação - um mundo infeliz. A cura está na busca de união com o coração da realidade, o eu que é eterno e imortal, sem início e sem fim. Esse é o verdadeiro eu, que, embora não tenha nome, é chamado por muitos de Deus. (...)"

(J.P. Vaswani - A experiência de Deus - Revista Sophia, Ano 13, nª 56 - Ed. Teosófica - p. 41/43)


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O AMOR CONQUISTA TODAS AS COISAS

"No mundo em geral, existem muitas dificuldades a serem vencidas, criadas pelas forças das trevas ou resistência e as forças de luz ou progresso, entre as quais os destinos da humanidade sempre oscilam para trás e para diante. 

Pelo fato de ser lei, somente o amor é que consegue conquistar as forças das trevas.

Podemos perceber a lei por nós mesmos, pois o homem é uma partícula na qual a onda de vida universal está centrada ou expressa.

Em nós, também, existem luz e trevas: as forças que contribuem para a unidade, para a criatividade na beleza, e para a oniabarcante felicidade, surgindo por si mesmas e irrestringíveis; também os seus opostos. 

Mas, em longo prazo, a unidade prevalece, a separatividade é destruída. Toda força enviada de nós retorna à sua origem com um ricochete infalível. Assim, aquilo que pode ser destruído pela força é destruído; mas o assassino é sempre a própria pessoa.

O amor é a única força conhecida do homem impossível de ser derrotada por qualquer ameaça, por mais terrível, ou por qualquer provação a que possa ser submetida. Em sua pureza, ele inspira ao sacrifício voluntário, convertendo-o em alegria.

Onde ele reina em perfeição, existe a bem-aventurança de uma consumação, uma integralidade, além da qual não há necessidade nem ímpeto de buscar experiência agregada. No amor existe a experiência na eternidade.

O que é verdadeiro com relação ao amor é verdadeiro com relação àquela forma temperada de amor, que é devoção, quando se rende à verdade, seja sua infinitude ou como se manifesta em um caso de encantamento humano.

Pela força do amor, o microcosmo pode ser vencido. Por esse mesmo poder, à medida que se expande, o macrocosmo é conquistado, pois é divino. Aquele que se torna mestre de si mesmo pode tornar-se mestre de um universo, (o que é um modo de falar) pois então ele não mais é ele, como se conhece, mas alguém com o poder que é o mestre do universo.

Autodomínio implica autoconhecimento e autossuficiência; e nada do mundo é autossuficiente, exceto aquele eu ou natureza que tem raízes numa condição de amor e daí floresce."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 78/79)


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (3ª PARTE)

"(...) No meu livro recente A Nova Humanidade expliquei detalhadamente as duas fases evolutivas da velha e da nova humanidade.

Da velha humanidade, diz o Cristo: 'O príncipe deste mundo, que é o poder das trevas, tem poder sobre vós'. Da nova humanidade diz ele: 'Sobre mim ele não tem poder algum, porque eu venci o mundo'.

O príncipe deste mundo é o poder da serpente, da inteligência, que é um poder tenebroso, causador de maldades e de males de toda a espécie.

Jesus não teve pecado nem sofreu doenças e morte compulsória, porque tinha vencido o mundo adâmico da serpente intelectual, e estava num mundo cósmico do sopro espiritual.

Os nossos males não terão fim enquanto não nos libertarmos do poder do príncipe deste mundo, a que a humanidade se entregou inicialmente, e da qual se deve libertar finalmente.

As leis cósmicas são inexoráveis: o que o homem faz pelo poder do seu livre-arbítrio pode ele desfazer pelo mesmo poder. 

Por ora, o grosso da humanidade está dominado pelo poder das trevas, que se manifesta pelo ego intelectual: o triunfo da inteligência e a derrota do espírito. Nenhuma medicina, nenhuma psicologia, nenhuma psiquiatria podem melhorar substancialmente o estado calamitoso da nossa humanidade sofredora, porque pecadora. Tudo o que estamos fazendo são paliativos, camuflagens, charlatanismos, que tentam remover sintomas do mal, mas não erradicam a raiz do mal. Todos os nossos paliativos são ditados pelo próprio príncipe deste mundo, que é responsável pelo estado calamitoso da humanidade, sobre a qual ele tem poder.

Em face desse tenebroso círculo vicioso, deverá a maior parte da humanidade atual passar por tragédias, talvez pelo extermínio. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 24


domingo, 6 de setembro de 2015

DEUS E O HOMEM (1ª PARTE)

"Dizem muitas vezes que esta é uma era não de Deus e de religião, mas do homem e seus triunfos. C. Jinarajadasa (falecido presidente da Sociedade Teosófica) expressou esta ideia lindamente ao descrever o tipo de religiosidade que seria a suprema realização dos tempos atuais como a realização de "Deus, o Homem-Irmão'. Temos de aprender a perceber a luz de Deus nos rostos de nossos irmãos. A doutrina da transcendência, pelo fato de estar tão além do alcance do homem, prestou-se a todo tipo de perversão, e à imaginação de um estado de absolutismo além de qualquer relação com a ordem natural relativa. O homem criou Deus segundo a imagem de suas próprias fantasias e baixezas, e o colocou num pedestal de onde ele reina como um déspota caprichoso dotado dos atributos de seu adorador, ou onde permanece como uma abstração com a qual não precisamos nos preocupar em nossa conduta prática.

Toda verdade que está além da compreensão humana está fadada a ser assim travestida e desonrada. Uma criatura que percebe apenas duas dimensões não pode, vivendo num mundo de três dimensões, compreender tudo que acontece, exceto em termos fantásticos e altamente complicados. No entanto, a total incapacidade para compreender a realidade sólida não refuta sua existência. A teoria da relatividade não pode, por sua própria natureza, desestabilizar o absoluto, embora o absoluto descrito apenas em termo do que 'não é', pode ser não mais do que uma frase para uma mente relativa. Podemos compreender nossas próprias limitações que impedem o conhecimento da Realidade; os sábios que compreenderam e assim transcenderam as limitações prestaram testemunho à Realidade em suas próprias consciências, vista como por uma luz refletida dessas mesmas limitações.

A tônica da mentalidade da era atual é a exploração do concreto e o estabelecimento das leis que o governam. Desde o tangível e concreto até o intangível e abstrato, tudo está na ordem do dia do moderno progresso científico e filosófico, desbravada extraordinariamente por Lord Bacon. Este método tinha necessariamente de começar a partir da demolição de crenças e suposições preexistentes que governavam as atividades daquele período, as quais diziam respeito não apenas às coisas objetivas, mas também aos homens e às mulheres, e sua negação abria a estrada, no campo das relações humanas, para a democracia entre outros concomitantes. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 41/42)