OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O DRAMA DA ALMA

"Podemos considerar as repetidas encarnações da Alma divina nos mundos de manifestação externa como uma atividade especial do Ego, com o determinado propósito de adquirir o conhecimento que só desse modo lhe é possível. A tragédia se dá com a descida da consciência divina aos três corpos – físico, emocional e mental -, a verdadeira queda do homem na matéria, que é a causa de todo o subsequente sofrimento na peregrinação da alma. Assim é que o Ego ao infundir-se uma porção de si mesmo em cada um dos três corpos, identifica-se com o corpo em que se infunde; e, por essa identificação, percebe a si próprio como sendo o corpo destinado a servir-lhe de instrumento.

Ao identificar-se com os seus veículos, a consciência encarnada já não compartilha da oniabarcante consciência do divino Ser a que pertence, mas participa da separatividade dos corpos e se converte numa entidade dissociada dos demais seres e oposto a eles, isto é, numa personalidade. É a velha lenda de Narciso, que ao contemplar sua imagem refletida na água do lago anseia por abraçá-la; e ao fazer tal tentativa, morre submerso na água. Assim a consciência encarnada está submersa no mar da matéria; e, ao identificar-se com os distintos corpos, separa-se do Ser a que pertence e já não se reconhece como o que verdadeiramente é: um filho de Deus.

Então começa a longa tragédia da Alma exilada, que se esquece de sua divina herança e se degrada na inconsciente submissão aos corpos que deveriam ser instrumentos de sua Vontade. É o antigo mito gnóstico de Sophia: a Alma divina exilada vive entre ladrões e salteadores que a humilham e maltratam, até que Cristo a redime e restitui à sua divina morada.

Pode haver maior tragédia e mais profunda degradação que aquela onde a Alma divina, membro da suprema Nobreza, a própria divindade, esteja sujeita às humilhações e indignidades de uma existência na qual, esquecida de sua alta categoria, consente em escravizar-se à matéria?

Às vezes, quando vemos a humanidade em seu pior aspecto, horrenda em sua odiosidade, discordante em seu desvio da Natureza, grosseira e brutal ou estúpida e frívola, nos apercebemos dessa intensa tragédia da Alma exilada e temos pungente consciência da degradação sofrida pelo imortal Ser interno."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 18/19)

terça-feira, 2 de setembro de 2014

CONTRABANDO

"Meu amigo, por que viajas com tanta bagagem, rumo à fronteira do Além?

Terrenos e casas, dinheiro em papel e moeda, apólices e títulos – para que tanta bagagem?

Não sabes que tudo isso vai ser apreendido como contrabando, lá na fronteira do outro mundo?

Aprende a possui o necessário – sem seres possuído pelo supérfluo.

Riquezas, honras e prazeres – tudo será confiscado, nem um só átomo passará para além...

O que é material fica para o mundo do espírito.

Pobre de ti milionário da matéria – e mendigo do espírito!

Veres-te subitamente de mãos vazias – tu, que andavas sempre de mãos repletas!

Não poderes salvar dos teus capitais um centavo sequer!

Por que não queres compreender, pobre analfabeto do espírito, a filosofia da eternidade?

Por que não procuras valores que possas levar para além da fronteira deste mundo?

Valores que não se desvalorizem naquele mundo espiritual?

Valores que circulem como moeda corrente no país em vais imigrar?

Se tivesses de emigrar daqui e imigrar para o Japão ou a China, não te interessarias pelos valores que nesses países circulam?

E porque não pensas em cambiar em valor espiritual os teus títulos materiais?

Se a isto não te levar a religião e a fé – levem-te a isto a filosofia e o bom senso.

Que aproveita ao homem possuir mil valores materiais – se lhe faltar o único valor espiritual? (...)

Aprende a possuir o que merece ser possuído – e despossuir-te do que não merece a tua posse.

Liberta-te da cobiça material com espontânea liberdade – antes que da matéria te despoje compulsoriamente morte cruel!

Ser despojado é sorte de escravo – libertar-se é virtude de herói...

Abre o Evangelho de Jesus Cristo e aprende a filosofia da vida – porque é a filosofia da vida eterna...

A sabedoria da eterna felicidade..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Fundação Alvorada, 8ª edição - p. 185/186)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE

Investigações complementares

"A busca espiritual e a científica são investigações complementares rumo à realidade. Qualquer sentimento de antagonismo é produto de uma visão mesquinha. A ciência lida com o mensurável; a religião com o imensurável. Um cientista não é inteligente se nega a existência do imensurável. Nada há que seja anti-ciência, mas há muita coisa que está além da ciência. As duas buscas têm de andar de mãos dadas.

Precisamos entender as leis que governam os fenômenos do mundo, como também precisamos descobrir ordem e harmonia em nossa consciência. A compreensão humana está incompleta se não abarca ambos os aspectos da realidade: matéria e consciência.

Na verdade, a divisão é uma criação da mente. A realidade é indivisível, é tanto matéria quanto consciência. São os pensamentos que separam o mundo externo do interno, quase da mesma forma como a mente separa tempo e espaço, embora sejam, ambos, dois aspectos de um mesmo continuum.

Tanto o cientista quanto o religioso precisam estar muito atentos às limitações da mente para transcendê-las, se aspiram a uma percepção holística da realidade. A educação precisa estimular uma mente inquiridora, que seja tanto científica quanto religiosa, para enfrentar a crise da civilização moderna. Descartar toda investigação espiritual e todas as crenças religiosas em nome do secularismo é como atirar fora o bebê junto com a água do banho."

(Padmanabhan Krishna - Ciência e espiritualidade - Revista Sophia, Ano 2, Nº 5 - p. 19)


quinta-feira, 17 de julho de 2014

TRANSFORMAÇÃO INTERIOR (PARTE FINAL)

"(...) O mais difícil de se modificar é o nosso ambiente, porque nesse caso estamos tratando com a forma mais densa de matéria, aquela sobre a qual a força do nosso pensamento tem menos força. Nesse caso, nossa liberdade, fica muito limitada, porque estamos no ponto mais fraco, e o passado está em seu ponto mais forte. Ainda assim não estamos de todo desamparados, porque nesse ponto, seja pelo combate, seja pela aceitação, poderemos, finalmente, obter êxito. A parte indesejável do nosso ambiente que podemos modificar com vigoroso esforço é a que temos de modificar de imediato. O que não conseguirmos modificar, aceitamos e ficamos observando o que isso tem a nos ensinar. Quando tivermos aprendido essa lição, essa parte indesejada irá desprender-se de nós como uma roupa usada. Temos uma família indesejável: bem ela é formada pelos egos que chamamos para junto de nós no passado; realizamos todas as obrigações com ânimo e paciência, pagando com honradez nossas dívidas; adquirimos paciência através dos transtornos que ela nos causa, vigor através das irritações diárias e perdão através de seus erros. Nós a usamos como o escultor usa seus instrumentos de trabalho: para aplainar nossas excrescências e alisar e polir nossas arestas. Quando a utilidade desses egos terminar para nós, eles serão levados embora pelas circunstâncias ou afastados para outro lugar qualquer. O mesmo acontecerá com os outros aspectos do nosso ambiente, que, aparentemente, são aflitivos. Como o marinheiro experiente que move suas velas conforme o vento que ele não pode modificar e então força-as a colocá-lo na rota, usamos as circunstâncias que não podemos alterar adaptando-nos a elas, de forma que se vejam compelidas a nos ajudar.

Assim em parte somos compelidos, em parte somos livres. Temos de trabalhar entre e com as condições que criamos; mas somos livres, dentro delas, para trabalhar sobre elas. Nós próprios, Espíritos eternos, somos inerentemente livres, mas só podemos trabalhar dentro e através da natureza do pensamento e do desejo que criamos. Esses são os nossos materiais e as nossas ferramentas; não poderemos ter outros enquanto nós mesmos não os produzirmos."

(Annie Besant, Os Mistérios do Karma e a sua Superação, Editora Pensamento, 2001, p.97/99)


domingo, 29 de junho de 2014

OS CICLOS DO UNIVERSO FÍSICO

"Segundo a ciência ocidental, o Universo se expandiu a partir de um centro infinitamente concentrado de energia, dando origem ao que chamaram de 'Big Bang'. Tal ideia não está distante daquilo que os rishis nos ensinaram. Mas à medida que este Universo físico se expande, um dia, iniciará o processo inverso, caindo novamente no grande vazio ou na grande concentração de massa. Após nova idade de Brahma (314 trilhões de anos), ele retorna do Absoluto em ciclos intermináveis de nascimento, morte e renascimento.

- Tudo isso é semelhante ao que ocorre no coração, suas sístoles e diástoles.

Mas o que nos parece deprimente, é, em realidade, uma grande diversão do Espírito. Lembrem-se de que os tais nascimento, mortes e renascimentos de Brahma (o próprio Universo) que duram tantos trilhões de anos terrestres, constituem as bolhas de sabão lançadas no ar pela criança divina. Na verdade, não há morte, nem nascimento, e nem renascimento, pois tudo é parte de Seu grande sonho das idades.

- Os Universos são paradoxalmente reais e oníricos. Para aqueles que despertaram no Espírito, tudo é um sonho de Deus. Eles observam tais ciclos do lado de fora. Já não estão presos à dança de vida e morte, pois são vencedores. Para nós que ainda estamos do lado de cá, tudo parece muito real e desanimador, mas para eles, nossos irmãos mais velhos, tudo é apenas uma questão de 'despertar'.

- E eles nos dizem: 'Despertem! Despertem dessa ilusão do tempo e do espaço. Venham conosco desfrutar da eternidade onde as relatividades do mundo se dissolveram na alegria interminável do Espírito. Enquanto dormem, Shiva dança Suas danças de vida e morte, mas se despertarem, verão que tudo não passou de um sonho, um pesadelo, e que a realidade e os prazeres em Deus são imensamente maiores que no limitado reino da matéria'."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora, 2012 - p. 137)


terça-feira, 17 de junho de 2014

IDENTIFICAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) O 'normal' é o indivíduo sentir-se miserável e perdido só porque caiu doente. Muitas senhoras esnobes se danam quando a cronista deixou de citar seu nome na coluna social.

Aquilo que quando nos falta nos dá infelicidade é o objeto de nossa identificação. Somos identificados ao que ansiosa e desastrosamente queremos conservar, cultivar, desenvolver... Somos uns perdidos de nós mesmos porque nos identificamos a uma variedade sem conta de coisas, posições e pessoas. Nossa segurança e paz dependem de tudo isso com que nos identificamos.

Segundo o yoga, uma das maiores fontes de sofrimento é o identificar-nos com os níveis mais densos e materiais de nosso próprio ser. Os que se identificam com o corpo, e somos quase todos, costumam dizer: 'Eu estou doente', 'eu estou cansado'.

O yoguin, já desidentificado com o corpo, usa outra linguagem e diz: 'Meu corpo está doente.' O yoguin, em sua sabedoria, diz que seu corpo morre, pois sendo realmente um agregado de substâncias, algum dia se desfará, mas afirma que ele, em Realidade, é o Eterno, o Imutável, o Imóvel, o Perfeito, e portanto, jamais morrerá. Pode haver medo da morte para quem assim pensa?

Enquanto o homem comum adoece com os arranhões em seu carro ou em sua saúde, o sábio, desidentificado do grosseiro e do falível, mantém-se imperturbável, identificado que é com o eterno, o incorruptível e o imortal, que em Realidade ele é. Enquanto o pobre homem identificado é joguete ao sabor das circunstâncias incontroláveis na tempestuosa atmosfera da matéria, o yoguin, vivendo no Espírito, não se deixa apanhar nas malhas da ansiedade e da preocupação e não cai presa da 'coisa'. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 158/159)

domingo, 8 de junho de 2014

NÃO CREIAS NUMA MORTE REAL! (3ª PARTE)

"(...) Quanto tempo durará essa noite de semiconsciência? Ninguém o sabe. Para uns é longa, para outros breve. Depende do modo de vida que alguém levou na terra; depende do conteúdo e da qualidade das nossas experiências atuais. Para uma alma firmemente presa ao corpo físico, à matéria dos sentidos e do mundo, causa essa separação um choque violento, uma espécie de hemorragia interna, de maneira que, por largo tempo, ela não consegue recuperar equilíbrio e suficiente consciência para se orientar e saber o que aconteceu e onde está. 

Para outras almas, já devidamente habituadas ao desapego voluntário da matéria, é breve esse estado de inconsciência parcial, porque não houve choque violento; como São Paulo, podiam dizer em plena vida terrestre 'eu morro todos os dias, e é por isto que vivo - mas não sou eu que vivo, o Cristo é que vive em mim'.

Quando, então, a alma volta a recuperar consciência de si, não sabe ainda que se acha fora do corpo material. O longo hábito de sentir e pensar através da rede dos nervos orgânicos mantém a alma, por algum tempo, na ilusão de sentir e pensar ainda através desses mesmos veículos, já inertes. Mesmo quando conatempla o seu corpo imóvel, não se convence desde logo que esse invólucro não seja mais instrumento dela. O homem espiritual, porém, habituado a não se identificar com o seu corpo, durante a vida terrestre, rapidamente se habitua ao novo ambiente e se sente perfeitamente 'em casa'. E logo essa alma, levada por um impulso interno, vai em busca de outros seres que tenham afinidade espiritual com ela, porque vê nesses seres seus irmãos, suas irmãs, sua família espiritual. Cessaram os liames do parentesco material; começam a agir as forças da afinidade espiritual, segundo a eterna lei cósmica 'semelhante atrai semelhante'. E formam-se novos mundos e novas humanidades. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1982 - p. 125/126)


quinta-feira, 13 de março de 2014

EM TODA PARTE HÁ EVIDÊNCIA DE ORDEM E HARMONIA

"Percebendo que todo ser humano compõe-se de matéria e mente, os primeiros pensadores ocidentais acreditavam existir duas forças independentes: natureza e mente. Mais tarde, começaram a perguntar-se: 'Por que cada coisa na natureza tem uma distribuição peculiar? Por que o homem não tem um braço mais comprido que o outro? Por que as estrelas e os planetas não colidem? Em todo o universo encontramos evidência de ordem e harmonia.' Concluiram que mente e matéria não poderiam ser separadas e soberanas; uma Inteligência única devia governar tudo. Esta conclusão naturalmente levou à ideia de que só existe um Deus, simultaneamente a Causa da matéria e a Inteligência dentro e por trás dela. Quem atinge a sabedoria suprema percebe que tudo é Espírito - em essência, embora oculto pela manifestação. Se tivesse essa percepção, você veria Deus em tudo. Portanto, a questão é: como O encontraram pela primeira vez que O buscaram?

Como passo inicial, fecharam os olhos para interromper o contato imediato com o mundo e a matéria, de modo a poderem concentrar-se mais plenamente em descobrir a Inteligência subjacente a ela. Pelo uso da razão, compreenderam que não poderiam contemplar a presença de Deus no seio da natureza por meio das percepções ordinárias dos cinco sentidos. Assim, começaram a tentar senti-Lo dentro de si mesmos, por meio da concentração cada vez mais profunda. Acabaram descobrindo como desligar os cinco sentidos, desse modo afastando por completo, temporariamente, a consciência da matéria. O mundo interior do Espírito começou a abrir-se.¹ Deus finalmente revelou-Se a esses seres magníficos da Índia antiga que persistiram firmemente nessas investigações internas."

¹ ' (...) pois, em verdade, o reino de Deus está dentro de vós' (Lucas 17:21).

(Paramahansa Yogananda, A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 05/06)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/eterna-busca-do-homem.html


segunda-feira, 10 de março de 2014

UMA POSTURA POSITIVA

"Pode-se pensar na compaixão que o Dalai Lama fala como a luz da alma que encontra o caminho através dos véus de matéria e que dissipa as nuvens escuras do interesse egoísta. A mente, condicionada por muitas encarnações a promover o seu próprio interesse, cede lugar ao Eu onipresente, que nunca se separa de nada no cosmo. (...)

Tudo o que divide é contrário à lei da compaixão e da fraternidade universal. A seu próprio modo, as pessoas chegarão à verdade sobre todas as coisas no tempo devido; ninguém pode ser convertido à força. Somente a luz no interior de cada pessoa pode iluminar sua trajetória. Por isso, a compaixão não pode ser reservada apenas àqueles que acreditamos serem bons. Ela deve ser universal, não uma questão de escolha. Quando se dá prioridade à fraternidade universal e a compreender as outras pessoas, podemos testemunhar um progresso verdadeiro." 

(Radha Burnier - O cotidiano e o nirvana - Revista Sophia, Ano 2, nº 8 - p. 7)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O PRINCÍPIO DA VIBRAÇÃO

‘Nada está parado; tudo se move;
 Tudo vibra’ (O Caibalion)

"Este Princípio encerra a verdade de que tudo está em movimento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E contudo este Princípio hermético foi enunciado há milhares de anos pelos Mestres do antigo Egito.

Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. A vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada. (...)

O conhecimento deste Princípio, com as fórmulas apropriadas, permite ao estudante hermetista conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros. Só os Mestres podem aplicar este Princípio para a conquista dos Fenômenos Naturais, por diversos meios. ‘Aquele que compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do poder”, diz um escritor antigo."

(Três Iniciados - O Caibalion: estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia – Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 23)


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O PRINCÍPIO DO MENTALISMO

'O TODO é MENTE; o Universo é mental'
(O Caibalion)

"Este Princípio contém a verdade que Tudo é Mente. Explica que o TODO (que é a realidade substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, energia, numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais) é ESPÍRITO, é INCOGNOSCÍVEL e INDEFINÍVEL em si mesmo, mas pode ser considerado como uma mente VIVENTE INFINITA E UNIVERSAL. Ensina também que todo o mundo fenomenal ou universo é simplesmente uma Criação mental do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência. Este princípio, estabelecendo a Natureza Mental do Universo, explica todos os fenômenos mentais e psíquicos que ocupam grande parte da atenção pública, e que, sem tal explicação, seriam ininteligíveis e desafinariam o exame científico. A compreensão deste Princípio hermético do Mentalismo habilita o indivíduo a abarcar prontamente as leis do Universo Mental e aplicar o mesmo Princípio para a sua felicidade e adiantamento. O estudante hermetista ainda não sabe aplicar inteligentemente a grande Lei Mental, apesar de empregá-la de maneira casual.

Com a Chave-Mestra em seu poder, o estudante poderá abrir as diversas portas do templo psíquico e mental do conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente. Este Princípio explica a verdadeira natureza da Força, da Energia e da Matéria, como e por que todas elas são subordinadas ao Domínio da Mente. (...) Sem esta Chave-Mestra, o domínio é impossível, e o estudante baterá em vão nas diversas portas do Templo."

(Três Iniciados - O Caibalion: estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia – Ed. Pensamento, 2006, São Paulo - p. 13/19)


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

REENCARNAÇÃO: O COMEÇO DE UMA VIDA FÍSICA

"Uma vez que, a princípio, os movimentos mais sutis não conseguem afetar a alma, ela tem que juntar ao seu redor vestimentas de matéria mais densa, através das quais possa fluir as vibrações mais pesadas, e assim ela toma sobre si sucessivamente o corpo mental, o corpo astral e o corpo físico. Isso é um renascimento ou reencarnação – o começo de uma vida física. Durante essa vida ocorrem diferentes tipos de experiências através do seu corpo físico; dessas experiências, ela deve aprender algumas lições e desenvolver algumas qualidades dentro de si mesma.

Após algum tempo ela começa novamente a se recolher para dentro de si mesma, e gradativamente vai se desfazendo das vestimentas que fez uso. A primeira delas a ser descartada é o corpo físico, e a sua retirada desse corpo é o que chamamos morte. Não é o fim de suas atividades, como tão impropriamente supomos; nada poderia estar mais distante da realidade. Ela está simplesmente se afastando de um esforço, levando com ele os resultados; após um certo período de comparativo repouso, fará novamente um novo esforço do mesmo tipo.

Assim, como dito, aquilo que geralmente chamamos de sua vida é apenas um dia na vida real e mais ampla – um dia na escola, durante o qual ela aprende certas lições. Mas visto que uma curta vida de setenta ou oitenta anos, no máximo, não é suficiente para lhe dar uma oportunidade de aprender todas as lições que esse belo e maravilhoso mundo tem a ensinar, e visto que Deus deseja que ela as aprenda no tempo que dispõe, é necessário que ela retorne muitas vezes e viva em diferentes classes e sob diferentes circunstâncias, até que todas as lições sejam incorporadas; e então o seu trabalho escolar mais inferior terminará e ela passará a algo mais elevado e mais glorioso – a verdadeira vida divina de trabalho, para qual toda essa vida escolar na Terra a está capacitando."

(C. W. Leadbeater - Introdução à Teosofia - Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 41/42)


domingo, 3 de novembro de 2013

ALMA VERSUS EGO (1ª PARTE)

"Segundo a narrativa histórica da causa da guerra de Kurukshetra, os nobres filhos de Pandu reinaram de maneira virtuosa até que o rei Duryodhana, o perverso filho regente do rei cego Dhritarashtra, por meio da esperteza, tomou o reino dos Pandavas e os exilou.¹

Em termos simbólicos, o reino do corpo e da mente pertence por direito ao rei Alma e seus nobres súditos, as tendências virtuosas. Entretanto, o rei Ego e seus parentes das tendências perversas e ignóbeis usurpam astuciosamente o trono. Quando o rei Alma se levanta para reclamar de volta seu território, o corpo e a mente se tornam campo de batalha.² Como ocorreu de o rei Alma governar seu reino corporal, perdê-lo e recuperá-lo - eis a essência do Gita.

A organização do corpo e da mente do homem revela, em sua minuciosa perfeição, a presença de um plano divino. 'Não sabeis vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?'³ O Espírito de Deus, o reflexo Dele no homem, é a alma. A alma penetra na matéria, como centelha da vida e da consciência onipotentes, no núcleo formado pela união do espermatozoide com o óvulo. À medida que o corpo se desenvolve, essa 'sede da vida' original permanece no bulbo raquiano. Por isso, diz-se que o bulbo raquiano é o portão da vida, pelo qual o rei Alma faz sua entrada triunfante no reino corporal. (...)

As faculdades ou instrumentos criadores da alma são de natureza astral e causal. (...) Os centros de vida e consciência, a partir dos quais essas potências funcionam, são o cérebro astral (ou 'lótus de mil pétalas' de luz) e o eixo cerebrospinal astral (ou sushumna) que contém seis centros sutis ou chakras. (...)"

¹ O cego rei Dhritarashta tinha cem filhos. (...) O mais velho, Duryodhana, representa o Desejo Material - o primogênito, aquele que tem poder sobre todas as outras inclinações dos sentidos no reino corporal. É ele que é bem conhecido pelas guerras ou causas maléficas. A derivação metafórica de Duryodhana é duh-yudham yah sah, "alguém que é difícil de derrotar por qualquer meio". Seu próprio nome vem do sânscrito dur, "difícil", e yudh, "combater". O desejo material é extremamente poderoso, porque é o rei e o líder de todos os gozos mundanos e é a causa e o perpetrador da batalha contra a justa reivindicação do reino corporal pela alma.
² Aqui, os epítetos "rei Alma" e "rei Ego" são usados nesta metáfora e nas que se seguem com um sentido amplo, não se referindo necessariamente a seu uso específico na alegoria do Gita, em que Krishna é a alma e Bhishma, o ego.
³ I Coríntios 3:16.

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 24/25)


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CAUSA E EFEITO

"Há uma lei material pela qual uma perturbação produzida pela queda de uma pedra em um lago não afeta somente as gotículas d’água com que a pedra tem contato direto, mas distribui-se por todo o lago afetando todas as suas gotas, preservando assim a unidade do lago. Caso contrário o lago se partiria em pedaços e perderia sua unidade, ou seja, deixaria de ser um lago. Assim, aquilo que afeta uma parte (a gota), afeta o todo (o lago) e vice-versa. Tudo está interligado nesse oceano de energia que é a essência da matéria.

Desta forma, a perturbação produzida pelo impacto da pedra no lago é distribuída em ondas concêntricas ao ponto de colisão até que essas ondas atinjam as margens do lago e retornem, por reflexo nas margens, ao ponto de colisão novamente. Essa é uma expressão da lei de ação e reação pela qual a relação entre as partes de um todo se mantém equilibrada. A terceira Lei de Newton, também conhecida como lei da ação e reação, rege a própria relação entre as partes de um todo, ou mesmo entre diferentes corpos, ao afirmar: ‘A cada ação sempre se opõe uma reação igual, ou seja, as ações mútuas de dois corpos, um sobre o outro, são sempre iguais e dirigidas por partes contrárias.’

Em uma linguagem mais simples diz o Apóstolo Paulo: ‘tudo o que o homem semear; isso também ele colherá.’ A lei do Karma ou da causa e efeito, pode assim ser compreendida mesmo pela mente de uma criancinha."

(Ricardo  Lindemann - A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 244)


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

LEIS DO ÊXITO MATERIAL

"Obtém-se o êxito pela obediência às leis divinas e às leis materiais. Tanto o êxito material quanto o espiritual devem ser alcançados. O êxito material consiste em possuir as coisas necessárias da vida.

A ambição de fazer fortuna deve incluir o desejo de auxiliar os outros. Adquira todo dinheiro que puder, melhorando, de algum modo, sua comunidade, seu país ou o mundo; jamais, porém busque o lucro financeiro agindo contra os interesses deles.

Nos níveis subconsciente, consciente e superconsciente, existem leis do êxito material e de como superar uma atitude mental derrotista.

No nível subconsciente, a lei do êxito é que se repitam afirmações, com intensidade e atenção, imediatamente antes de dormir e depois de acordar. (...)

No nível consciente, a lei do êxito é planejar e agir de maneira inteligente, sentindo, o tempo todo, que Deus o está auxiliando em seu planejamento e em seu esforço contínuo e laborioso.

No nível superconsciente, a lei do êxito é posta em funcionamento pelas orações do homem e por sua compreensão da onipotência do Senhor. Não interrompa seus esforços conscientes nem dependa exclusivamente das suas aptidões naturais, mas peça a ajuda divina em que tudo fizer.

(Paramahansa Yogananda - Afirmações Científicas de Cura - Self-Realization Fellowship - p. 103/105)


sábado, 17 de agosto de 2013

ATEUS E MATERIALISTAS (PARTE FINAL)

"(...) Materialista não é aquele que verbalmente nega o espírito. É quem, não obstante se diga espiritualista, vive neste mundo como se só acreditasse na matéria. Materialista é o 'líder espiritualista', cuja vida é uma busca incessante de satisfações materiais, de haveres e prazeres.

Espiritualista não é apenas uma doutrina, mas uma forma de viver. Ateísmo não é uma escola filosófica de negação de Deus, mas uma forma de ser e viver, da qual Deus foi em verdade expulso.

Se você expulsou Deus de sua vida, seja por inconsciência, seja por andar zangado com Ele, seja por sua vaidosa atitude pseudocientífica, mude. Mude radicalmente. Purifique o templo e convide-O a entrar e governar sua vida. Seja sábio e humilde oferecendo-se a Ele. Não viva um segundo sem que seja para Ele. Sirva seus semelhantes, vendo-o em cada um deles. Adore-O na paisagem à sua frente. Ame-O, mesmo em seus momentos mais dolorosos. Viva, daqui por diante, em função de Deus, procurando cada vez maior aproximação. Contemple-O como a Única Realidade e então a indigência em que você tem vivido - seja indigência física, de recursos financeiros, de paz, de consolação, de sabedoria, de finalidade e conteúdo na vida - perderá a sua pseudorrealidade e, assim, sua vida se transformará. Ofereça a Deus suas vitórias e também suas frustrações e dores, e então, triunfos e derrotas passarão a ser o que, em verdade, são - efêmeros fantasmas, sem realidade, sem perenidade e sem capacidade de perturbar."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 168/169)


sábado, 6 de julho de 2013

YOGA: O MÉTODO PARA ALCANÇAR A VITÓRIA

"O metafísico prático, no curso de suas tentativas para libertar a alma dos laços da matéria, aprende o método exato para alcançar a vitória. Por meio de ações e pensamentos consistentemente corretos, em harmonia com a lei divina, a alma do homem ascende lentamente no transcurso  da evolução natural. Mas o iogue prefere o método mais rápido que acelera a evolução: a meditação científica, pela qual o fluxo da consciência é invertido e, da matéria, volta-se para o Espírito pelos mesmos centros cerebrospinais de vida e consciência divina que foram os canais para a descida da alma ao corpo. 

Por trás das forças energéticas de cada centro está um expressão da consciência divina da alma. (...) Por meio de cada contato triunfante com o Espírito, a consciência da alma torna-se fortalecida e detém com mais firmeza o domínio do reino corporal. 

Mesmo o principiante na meditação rapidamente descobre que é capaz de captar o poder espiritual e a consciência do mundo interior da alma e do Espírito para iluminar seu reino corporal e suas atividades - físicas, mentais e espirituais. Quanto mais capacitado ele se torna, maior é a influência divina." 

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 28)


quinta-feira, 20 de junho de 2013

SARVA YOGA - O HOMEM HOLÍSTICO (2ª PARTE)

" Cada ser humano é um complexo e vasto sistema.* Hoje se fala em "homem holístico". Sábia noção que não é de agora. O termo holístico vem do idioma grego - holos - que significa total, inteiro, integral. O século passado, dominado pela miopia materialista mecanicista, só via o componente material do homem e, além deste, apenas um comportamento psicológico, assim mesmo predominantemente determinado pela matéria. De uns tempos para cá, principalmente a Medicina, vencendo empedernidos dogmas, redescobriu a milenar concepção do homem psicossomático. Ainda mais recentemente, a Ciência, em particular a Física, conseguiu vislumbrar o modelo holístico do homem, entendendo-o em sua imensa totalidade, que transcende em muito o sistema psicossomático até agora em voga. Pois bem, há mais de cinco milênios o Yoga vê o homem como um prodigioso sistema de amplidão estonteante, participando de diversos níveis existenciais, desde o da pesada densidade de seu organismo físico ao transcendente Espírito, o  Ser Real e Eterno (Brahman), que é sua verdadeira e última Essência. A cosmovisão dos vedas sempre foi, é e será holística. O termo sânscrito sarva, comunicando a ideia de totalidade, é sinônimo do termo grego holos."

* O microcosmo é igual ao macrocosmo. O que está em cima é igual ao que está embaixo.

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 135/136)


quarta-feira, 13 de março de 2013

O UNIVERSO É O SONHO DE DEUS

"Nas filosofias Vedanta e Ioga, o universo é considerado um sonho de Deus. Matéria e mente - o cosmos com suas estrelas e planetas; as densas ondas da superfície e as sutis correntezas da criação material; as faculdades humanas do sentimento, da vontade e da consciência, e os estados de vida e morte, dia e noite, saúde e doença, sucesso e fracasso - são realidades segundo a lei de relatividade que governa este sonho de Deus. 

Todas as dualidades percebidas através da lei da relatividade são reais para o sonhador, o homem mortal que desempenha seu pequeno papel no grande sonho cósmico. Para escapar de maya, ilusão, a lei da relatividade, é preciso acordar do sonho para a eterna vigília de Deus. Não é possível modificar o sonho legítimo pela imaginação ou pela negação de sua existência, aceitando a "vida" e rejeitando a "morte", ou reconhecendo a saúde, mas ignorando a doença. Cada estado é parte do seu estado oposto, como as duas faces de um tecido. As dualidades são, inerentes e essencialmente, uma coisa só. O buscador da verdade não tenta separá-las em sua mente, mas elevar-se acima delas, pela sabedoria.

O homem que considera seu corpo diferente da mente, e que só quer aceitar como "reais" os aspectos positivos, felizes e benéficos de um universo de natureza inalteravelmente dual, é um homem profundamente adormecido nas ilusões no mundo de sonho.

Assim como uma pessoa tem sonhos que parecem reais por algum tempo, mas que perdem a validade quando volta ao estado de vigília, também é possível despertar do sonho da realidade material e viver no reino imutável do Espírito.

Somente um super-homem que aprendeu a expandir e transferir sua consciência para o Infinito, pode perceber que a criação é um sonho de Deus; só ele pode dizer, com verdadeiro conhecimento, que a matéria não tem existência. Por meio de uma série de passos autodisciplinares - seguindo o caminho científico da ioga ou qualquer outra senda de aperfeiçoamento espiritual, como a do amor, da sabedoria, do serviço ou da renúncia - o buscador de Deus dissolve as dualidades e discerne a Unidade Eterna. "Quem, livre da ilusão, conhece-Me como Espírito Supremo, alcança a onisciência. Ele Me adora de todo o seu ser."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 59/60)


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O VIVER NATURAL E O DESNATURAL - PARTE III

"(...) O desejo sexual. Algo mais deveria ser dito aqui a respeito do instinto natural de propagação, que é, depois do instinto de autopreservação, o mais forte no corpo animal. O desejo sexual, como todos os outros desejos, tem um estado normal e um estado anormal ou doentio, resultando este último apenas da matéria estranha acumulada pelo viver desnatural, conforme mencionado acima. No desejo sexual, cada pessoa tem um termômetro exato para indicar a condição de sua saúde. Esse desejo é arrancado de seu estado normal pela irritação dos nervos resultante da pressão de matéria estranha acumulada no organismo, pressão esta que é exercida sobre o aparelho sexual e, a princípio, se manifesta por um aumento do apetite sexual, seguido por uma diminuição gradual da potência.

Em seu estado normal, o desejo sexual torna o homem completamente livre de todas as luxúrias inquietantes e atua no organismo (despertando um desejo de apaziguamento) apenas esporadicamente. Aqui, mais uma vez, a experiência demonstra que esse desejo, como todos os outros, é sempre normal em pessoas que levam uma vida natural como foi mencionado.

A raiz da árvore da vida. O órgão sexual - a junção de importantes extremidades nervosas, particularmente dos nervos simpáticos e espinais (os nervos principais do abdome), os quais, por meio de sua conexão com o cérebro, são capazes de vitalizar todo o organismo - é, em certo sentido, a raiz da árvore da vida. O homem bem instruído no uso apropriado do sexo pode manter o corpo e a mente em perfeita saúde e viver uma vida feliz do começo ao fim.

Os princípios práticos da saúde sexual não são ensinados porque o público encara o assunto como impuro e indecente. Cega dessa maneira, a humanidade atreve-se a cobrir a Natureza com um véu porque esta lhe parece impura, esquecendo-se de que ela é sempre casta e que todas as coisas impuras e inconvenientes estão nas ideias do homem, e não na Natureza em si. É claro, portanto, que o homem não conhecendo a verdade sobre os perigos do abuso do poder sexual e sendo compelido a práticas erradas pela irritação dos nervos resultantes do viver desnatural, sofre doenças perturbadoras durante a vida e, por fim, torna-se vítima da morte prematura.

Habitação do homem. Em segundo lugar, vem o que diz respeito ao nosso local de habitação. Podemos compreender facilmente quando sentimos desprazer ao entrar em um recinto lotado, depois de respirar ar fresco no alto de uma montanha ou na amplidão de um campo ou de um jardim, que a atmosfera da cidade ou de qualquer lugar lotado é um lugar de moradia completamente desnatural. A atmosfera refrescante do topo de uma montanha, ou do campo, ou do jardim ou de uma área seca sob árvores que cobrem um amplo pedaço de terra e livremente ventilada com ar fresco, é o lugar apropriado para o homem morar de acordo com a Natureza.

A companhia que devemos manter. E, em terceiro lugar, é a respeito da companhia que devemos manter. Aqui também, se escutarmos os ditames de nossa consciência e consultarmos nossa inclinação natural, descobriremos de imediato que preferimos aquelas pessoas cujo magnetismo nos afeta harmoniosamente, que acalmam nosso organismo, revigoram interiormente nossa vitalidade, desenvolvem nosso amor natural e, assim nos aliviam de nossos sofrimento e nos proporcionam paz. Isso quer dizer que devemos estar na companhia do Sat ou Salvador, e evitar a do Asat, como descrito anteriormente, Permanecendo na companhia do Sat (o Salvador), somos capazes de gozar perfeito saúde física e mental, e nossa vida é prolongada. Se, por outro lado, desobedecemos à admoestação da Mãe Natureza, sem ouvir os ditames de nossa consciência pura, e mantemos a companhia de tudo o que foi designado como Asat, um efeito oposto é produzido, nossa saúde é prejudicada e nossa vida encurtada.

A necessidade do viver natural e de pureza. Assim, o viver natural é proveitoso para a prática de Yama, as abstenções ascéticas, como explicado anteriormente. Sendo igualmente importante a pureza do corpo e da mente na prática de Niyama (as observâncias ascéticas já explicadas), todo esforço deveria ser feito para alcançar tal pureza."

(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 66/69)