OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador pecado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pecado. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

UPANIXADE ISHAVASYA

"Os virtuosos que comem os restos do sacrifício estão livres de todos os pecados, mas os ímpios que preparam o alimento para seu próprio benefício – verdadeiramente comem pecado.

Comer os restos do sacrifício, isso é que de fato está indicado na expressão tena tyaktena bhunjitha, desfrutar aquilo que nos cabe, aquilo que foi separado para nós. Por que cobiçamos a riqueza de outro? É porque não descobrimos nossos próprios tesouros. (...).

Aceitar o que nos é dado não é um evangelho de passividade. É realmente a base da verdadeira felicidade e ponto de partida para a correta ação. (...)

A aceitação daquilo que nos é designado também não é um evangelho de procrastinação. Muitas vezes uma pessoa adota uma atitude em que diz que deve aceitar o destino na esperança de que o futuro lhe traga felizes novidades. Isso não é aceitação de modo algum, é submissão, e, também, com ressentimento interior. Aceitar o que é dado, aquilo que está separado para nós, é comprometer-se com a correta Percepção. Muitas vezes o homem recusa receber aquilo que lhe é dado porque não vê o que é. Quando percebemos acertadamente, então vemos na coisa dada a qualidade da Verdade, Beleza e Felicidade, a qualidade do Próprio Brahman. (...) Aceitar o que é dado é perceber a qualidade do nosso próprio Ser. O processo de vir-a-ser que emerge dessa percepção é naturalmente livre dos elementos da tristeza e frustração. (...)"

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 20)


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O PECADO

"Pergunta-se qual é o verdadeiro significado do pecado. No sentido em que a palavra costuma ser empregada, ao menos pelos pregadores cristãos, creio que se pode definir o pecado como uma fantasia da imaginação teológica. Supõe-se, popularmente, que ele indica um desafio lançado à lei divina – a execução de algum ato que o autor sabe ser errado. É muito para duvidar que esse fenômeno venha a ocorrer alguma vez. Em quase todos os casos concebíveis, o homem infringe a lei por ignorância ou desatenção, e não por intenção deliberada. Quando o homem realmente conhece e vê a intenção divina, harmoniza-se inevitavelmente com ela, por duas razões: primeira, porque, num estágio antecedente, percebeu a futilidade de proceder de outra maneira, e, segunda, porque, mais tarde, ao ver a glória e a beleza do projeto, não pode deixar de atirar-se à sua execução, com todas as forças do coração e da alma.

Uma das mais sérias dentre as muitas concepções errôneas, que herdamos da Idade Média, é que o chamado ‘pecado’ é uma perversidade que deve ser enfrentada com castigo e uma perseguição implacável, e não o que ele realmente é, ou seja, o resultado de uma situação de ignorância, que só deve ser tratada com esclarecimento e educação. Pode objetar-se que, na vida cotidiana, vemos as pessoas fazendo o que devem saber que está errado, mas este é um jeito errôneo de expor o caso. Eles estão fazendo o que lhes disseram que está errado, o que é muito diferente. Quando o homem realmente sabe que uma ação é má e que ela será seguida, inevitavelmente, de más consequências, tomará o cuidado de evita-la. O homem realmente sabe que o fogo o queimará, e, portanto, não põe a mão no fogo. Verificar-se-á que todo aquele que comete um erro justifica-o para si mesmo no momento de cometê-lo, seja o que for que venha a pensar sobre ele, mais tarde, a sangue frio. Por isso digo que o pecado, tal como é comumente entendido, não passa de uma fantasia da imaginação teológica; o que de fato existe é uma situação infeliz de ignorância que, muitas vezes, conduz à violação da Lei divina. Temos a obrigação de tentar dissipar a ignorância com a luz da Teosofia."

(C.W. Leadbeater – A Vida Interior – Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 – p. 78)


domingo, 22 de dezembro de 2013

FUMAÇA E FOGO

"Quando a fumaça se torna muito intensa e quente passa de preta ou cinzenta a ser branca, de branca se torna radiante, depois vítrea, ígnea - e, por fim, rompe em chama de fogo.

Assim, por vezes, os meus pensamentos humanos, conscientes, se tornam tão intensos que deixam de ser meus e passam a ser uma vibração do Infinito, radiação cósmica, inspiração divina. E então me sinto simples canal passivo, e não mais fonte ativa do meu pensamento, que deixou de ser meu, do meu ego consciente.

De ego-pensante me torno cosmo-pensado.

Vida, pensamento, intuição - estas coisas não são produzidas pelo homem, mas são substâncias do Infinito, radiação cósmica que o homem capta e canaliza, assim como a antena de um receptor capta as ondas de uma estação emissora, tornando-as audíveis ou visíveis através do receptor.

Todo pecado consiste no fato de o homem se considerar fonte em vez de simples canal. Só Deus é Fonte, ele, o Uno, o Único, o Todo. 

O Universo é uma gigantesca estação emissora de Vida, Pensamento, Intuição. Basta que haja um Finito para captar algo da irradiação do Infinito - e aparecem as maravilhas da Vida, do Pensamento, da Inspiração.

Os pais não causam o filho.

O pensador não causa o pensamento.

O místico não causa a inspiração.

Todos recebem do Infinito, na medida da sua receptividade, e canalizam essa parcela do Todo, de acordo com a sua idoneidade.

Quem considera fonte, quando é apenas canal, ignora a sua função. Na natureza infra-humana nenhuma criatura se considera fonte, todas funcionam instintivamente como canais do Infinito, e por isto, na natureza, tudo é harmonia e beleza. Com o homem começa a possibilidade do grande erro, de considerar o seu canal como fonte - e isto é o pecado do ego, a grande hybris.

A redenção está em ultrapassar esse erro e entrar na zona da verdade, fazendo conscientemente o que a natureza faz inconsciente: 'As minhas obras não são minhas, mas são do Pai que em mim está... Eu de mim mesmo (do meu ego) nada posso fazer.'"

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 117/118)
www.martinclaret.com.br


sábado, 12 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (2ª PARTE)

"(...) 'O homem não é uma criatura desprezível, nascido do pecado e na lama, condenado a viver uma existência sofredora para sempre. O homem é imortal; é eterno. Dessa maneira, quando o chamado vem da região da imortalidade, ele responde com todo o seu coração.' Ele 'busca libertação de sua escravidão ao trivial e temporário. Todos suplicam por isto no seu coração dos corações. E tudo se obtém de uma única maneira, ou seja, na contemplação do Atma, o mais elevado Ser, que é a base de toda essa aparência'.

Mas libertação é uma batalha que se prolonga por um longo período de tempo. Não vem automaticamente com a morte, como se pode pensar. Após se alojar no corpo físico, o Atma ainda está imerso em outros veículos; ainda tem vínculos com a Terra, vínculos de memória e desejo que o trazem à reencarnação repetidamente. Para alcançar a libertação e a felicidade eterna, o homem deve se livrar de todos os desejos e apegos terrenos. Em uma de suas comparações, Baba diz: 'O homem é como o arroz. Após sua casca ter sido retirada, não crescerá mais. A casca do homem é seu corpo de desejos; se liquidado, ele não mais reencarnará.'

Naturalmente, a vitória sobre os desejos e apegos terrenos é algo que requer longas práticas espirituais ou sadhana. A maior parte dos ensinamentos de Baba se destina a auxiliar as pessoas nessa luta, e usa muitas ilustrações singelas para ajudá-las a aprender e lembrar os princípios básicos envolvidos. Por exemplo, diz ele: 'Muitos desejos do homem são como as pequenas moedas de metal que traz em seu bolso. Quanto mais as tem, mais pesados seus bolsos se tornam. Mas se puder trocá-las por uma nota de valor alto, não mais sentirá qualquer peso. Da mesma maneira, se puder converter seus muitos desejos em um só, isto é, na aspiração de união com Deus, então não haverá peso para empurrá-lo para baixo, para o nível da Terra.' (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 330/332)


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

MATA TODO O SENTIDO DE SEPARAÇÃO

"Não te iludas imaginando que podes apartar-te do mau ou do insensato. Eles são tu mesmo, embora em grau menor do que o teu amigo ou o teu Mestre. Porém, se permitires que cresça no teu interior a ideia da separação de qualquer coisa ou pessoa má, ao fazê-lo estarás criando um carma que te ligará a essa pessoa ou coisa até que tua alma reconheça que não pode permanecer isolada. Lembra-te de que o pecado e a vergonha do mundo são o teu pecado e a tua vergonha, pois tu és parte do mundo. Teu carma está inextricavelmente entrelaçado com o grande Carma. E, antes que possas atingir o conhecimento, deves ter passado por todos os lugares, tanto os repugnantes como os puros. Portanto, lembra-te de que a veste maculada que hoje evitas tocar pode ter sido tua ontem, ou pode ser tua amanhã. E se dela te desviares com horror, quando lançada sobre teus ombros, tanto mais firmemente grudará em ti. O homem que se tem por justo cria para si um leito de lama. Abstém-te porque é correto abster-se – não para te conservares limpo."

(Mabel Collins - Luz no Caminho - Ed. Teosófica, Brasília, 1999, p. 36/38)


sábado, 3 de agosto de 2013

SOMOS DEUSES (PARTE FINAL)

"(...) O yoguin nunca se preocupa com seus pecados ou com o pecado. Prefere atender ao oposto, e afirma sua unidade com o Divino, imitando Jesus ao dizer: 'Eu e o Pai somos um'. Jesus realizou isso. Convidados estamos nós a imitá-lo. Potencialmente, somos divinos. E a existência nos foi dada para que possamos atualizar essa potencialidade. Divinizar-nos é desafio.

Religiosos - dogmáticos e fanáticos - acharão mesmo que comete profanação quem não se humilha, quem não se afirma degradado e pecador. Acreditar-se herdeiro do Absoluto é tido por irreverência e pecado, aos olhos de muitas vítimas da nociva pedagogia religiosa da autodepreciação piedosa. 

Tais pessoas precisam aprender de Ramakrisna que 'nenhum orgulho que exprima a glória da Alma chega a ser orgulho. Nenhuma humildade que procure humilhar nosso Ego verdadeiro merece o nome de humildade'. Para tais pessoas que confundem humildade com humilhação autodestrutiva, um dia escrevi: 'Quando eu disse ao caroço da laranja que dentro dele dormia um laranjal inteirinho, ele sorriu e zombou de mim, e se mostrou estupidamente incrédulo. Tu és a semente da Eternidade, do Infinito...' (Hermógenes, Mergulho na paz).

Um dos caminhos da divinização é repetir 'Ham Sa, Sa Ham' ou seja 'Eu sou Ele, Ele é eu'. É um mantram universal que, à força de ser repetido com fé, convicção e tranquila insistência, acaba por realizar-se.

Reflexão: Perdoa, Suprema Beatitude, meu erro de considerar-me ínfimo e desgraçado. Perdoa, Verdade Suprema, o erro que me tem feito presa da mentira. Perdoa, Infinitude, a 'crença' que me tem limitado. Perdoa, Vida, a minha crença da morte. Perdoa, Paz, meu viver, que tem sido intranquilo. Perdoa, Luz, que tenho sido a treva que tenho admitido ser. Perdoa, Pai, por não poder dizer ainda que somos um só. Mesmo assim, estarei sempre a afirmar: Eu sou Tu, Beatitude, Verdade, Infinitude, Vida Eterna, Plenitude e Paz..."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 162/163)


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

SOMOS DEUSES (1ª PARTE)

"É linguagem de um psicólogo ilustre. É bem igual à linguagem de um yogue.
'Cada alma é essencialmente divina.
O fim a alcançar é manifestar este íntimo divino, para controlar a natureza externa e interna.
Faça isso ou pelo trabalho ou pela adoração ou pelo controle psíquico ou filosófico ou por um ou mais ou todos esses caminhos, e se liberte.
Esse é papel da religião. Doutrinas ou dogmas, ou rituais, ou livros, ou templos, ou imagens, são somente detalhes secundários' (Vivekananda, Works).
Desde os anos de nossa infância aprendemos que somos todos 'filhos do pecado', que, 'degradados', somos frágeis, imperfeitos e indignos de olharmos para Deus. Supondo e pretendendo, com isto, em nós cultivar a virtude da humildade, piedosos instrutores religiosos nos encheram dessa funesta autodepreciação e, para mais acentuá-la, ensinaram-nos também ser Deus algo infinitamente diferente, distanciado e absolutamente fora de nosso alcance.

Colocar Deus tão alto, lá no inacessível e, simultaneamente, nós mesmos no mais tenebroso pélago da inferioridade, tem-nos feito tanto mal!... Por isso, Deus tem sido temido, mas não amado. Está tão longe, que não temos a audácia de pensar esteja ao alcance de nossa busca. E, não obstante enunciemos sua onipresença, vivemos na convicção do contrário. E, assim, nos sentimos desamparados. O desalento resultante da inacessibilidade à Bem-aventurança Suprema faz-nos ou ficar parados onde estamos ou mesmo regredir e tornar-nos ainda mais frágeis e pecadores. O que imaginamos ser, somos. 

Afirmar imperfeições e concentrar a consciência sobre inferioridades só têm conseguido conduzir ao padecimento, à falência. Ninguém desconhece o poder da autossugestão, seja para curar, melhorar, elevar, ou ao contrário, seja para enfermar, inferiorizar e piorar. Tudo depende de seu conteúdo ser positivo ou negativo. 

O ocidental, mercê de tão bem-intencionado, mas funesto, ensino religioso generalizado, tem enraizado no subconsciente a autossugestão eficaz que diz ser ele mísero padecente e pecador. Essa sugestão tem dado mais frutos: sofrimento, doença, vícios, ansiedades, complexo de inferioridade e até amoralismo patológico. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 161/162)


domingo, 28 de julho de 2013

KSHAM (PARTE FINAL)

"(...) O verdadeiro perdão - o terapêutico - é tão raro, que muitas pessoas a quem foi ensinado perdoar como quem toma remédio, acabam por dizer: 'Perdoei, mas não melhorei!' O perdão terapêutico não é tíbio, limitado ou parcial. Ao contrário, é generoso, bravo e total. Tão completo que quem perdoa esquece o ato ofensivo e nem mais se lembra que perdoou. Quem diz 'eu perdoei, mas não consigo esquecer o que fizeste' realmente não perdoou. Só há perdão quando já não se sabe mais o que foi perdoado. Também não perdoa aquele que diz: 'Não se esqueça de quanto fui bom ao te perdoar.'
O perdão que é lembrado, mantido no pensamento, infecciona de novo a ferida que pretendemos cauterizar. Se você se sente orgulhoso de seu perdão ou o relembra frequentemente, é porque com certeza acha que a outra pessoa lhe deve alguma coisa por você lhe ter perdoado. Você perdoa-lhe uma dívida, mas ao fazê-lo impõe outra, mais ou menos como acontece com as pequenas empresas de financiamento, que reformam uma promissória de duas em duas semanas (Maltz, opus cit.).
Perdoe também a si mesmo. Conheço entre meus alunos senhoras e senhores que levaram uma longa vida de austeridade e retidão, impolutos e honrados. Através de tremendos sacrifícios frequentes evitaram cometer os mínimos enganos ou pequenos deslizes. Lá um dia, por invigilância, ou por qualquer outro motivo próprio da natureza humana, erraram o passo, praticando um pequeno desvio do dever, e ai sentiram-se como que arruinados perante si mesmos, caíram em arrasador abatimento, do que resultou sofrimento moral e, consequentemente, distúrbios funcionais orgânicos.

Sem ombridade, sem honradez, sem retidão este mundo será um inferno. É preciso que existam aqueles em que se pode acreditar. A humanidade sem pessoas de caráter nobre viraria pântano de mau cheiro e traiçoeiro. Abençoados os honrados que dão estrutura e consistência à sociedade. Que a probidade deles, no entanto, não os atormente. Que a retidão não lhes peses como um sacrifício crucial. Que sua inflexibilidade não os arrisque à brusca implosão de seu elevado moral diante de um pequeno pecado. Que sua exagerada autosseveridade não lhes venha a ser prejudicial.   

Desde que somos seres humanos e vivemos num mundo muito humano (ou desumano?!), precisamos dosar nossa obsessão pelo dever com a prudência de não sermos demasiadamente rigorosos diante de nossas quase inevitáveis quedas. A linha de equilíbrio e da saúde corre, na vida, equidistante da autosseveridade dos probos e da autocomplacência dos canalhas. Para tanto, é preciso que o austero aprenda a necessidade de perdoar a si mesmo e não somente aos outros. Evite sentir-se culpado. Brandura aperfeiçoa qualquer julgamento. Remorso, sentimento de culpa ou autocondenação em demasia causam tanto mal como o mal que deveria ter sido evitado."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 248/249)


segunda-feira, 20 de maio de 2013

ALMAS REDIMIDAS VIGIAM E SOFREM

"Ter anseio pela Realização Espiritual é divino. Ter ansiedade por qualquer coisa, mesmo as espirituais, não é prudente.
Almas redimidas, reinantes no além dos aléns, vigiam e sofrem.
Sofrem pelo que somos, pelo que fazemos, desejamos, sentimos, dizemos e pensamos.
Sofrem pelo que sofremos.
Choram pelo que ainda não conseguimos ser, pelo que ainda não deixamos de fazer, pelo que esquecemos de querer, pelo pranto que ainda choramos, pelos desvios que inventamos e frequentamos, pelas destruições que multiplicamos, pelos conflitos que nutrimos, pelas pseudonecessidades que produzimos, pelos vícios que instruímos, por todos os desatinos, por nossos tontos destinos, pelas guerras, violências, domínios e predomínios, exclusivismos, perversões, diversões, pelo incêndio que estupidamente acendemos em nós, nos outros e no mundo. 
As almas libertas têm ainda um "pecado" - o angustiante anseio de salvar-nos. 
Ai de nós de elas renunciarem a tal anseio! Ai de nós se nós as convencermos da inutilidade de suas lágrimas espalhadas e visíveis todas as noites em cristalinas estrelas. 
Se elas nos deixarem, para elas será o Nirvana.
Para nós... Nem quero pensar."

(Hermógenes - Mergulho na Paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 70/71)


quarta-feira, 1 de maio de 2013

O CÉU E O INFERNO

"O céu e o inferno não são geográficos, eles são psicológicos, eles são a sua psicologia. E esta não é uma pergunta a ser decidida no dia do juízo final. A mente humana é tão esperta para evitar, para escapar. Os cristãos, os maometanos e os judeus criaram o conceito do dia do juízo final, quando todos serão julgados, você será retirado do seu túmulo e será julgado. Aqueles que seguiram Jesus, que foram bons, que se comportaram, irão para o céu; os que se portaram mal, que não seguiram Jesus, que não foram à igreja, deverão ser lançados no inferno. E esse inferno será eterno.  

O inferno (...). É eterno não tem fim. Isto parece ser uma injustiça, completamente injusto; qualquer que seja o pecado que tenha cometido, nenhuma pena eterna pode ser justa. Se, como dizem os hindus, você cometeu milhões de pecados em milhões de vidas, pode parecer lógico enviar uma pessoa ao inferno pela eternidade. Mas os cristãos acreditam somente numa vida, uma vida de setenta anos. Como você pode cometer tantos pecados para merecer o inferno eterno? Se você pecar continuamente, a cada momento, durante setenta anos, mesmo assim, até mesmo nesse caso o inferno eterno não parece justo. Todo o conjunto parece ser vingativo. Então Deus não o está lançando ao inferno por causa de seus pecados, mas só porque você foi desobediente, só porque foi rebelde, porque não o escutou. (...)

A mente humana criou um último dia de julgamento. Por quê? Para que esperar pelo último dia do juízo? A mente sempre adia, empurra as coisas para a frente; o problema não está aqui e agora, é assunto do último dia do juízo. Veremos. O problema não é urgente, nós veremos o que acontece. Há modo e meios... No último instante você pode seguir Jesus, no último instante pode render-se e dizer a Deus: "Eu era um pecador". Confesse e seja perdoado. E Deus é compaixão infinita, Deus é amor; ele vai perdoá-lo.

Os cristãos desenvolveram uma técnica de confissão. Você comete pecado? Vá ao padre e confesse. Confessando, você é perdoado. Se você confessa honestamente, está pronto para pecar novamente; o pecado do passado é perdoado. Uma vez que você conhece o truque, a chave, que você pode cometer um pecado e pode ser perdoado, quem vai lhe impedir de pecar mais? Assim, as mesmas pessoas continuam indo ao padre todos os domingos e se confessam. (...) 

O juízo final e a confissão são truques da mente. Céu e inferno não estão no final, eles estão aqui e agora. A cada momento que a porta se abre; a cada momento você vai oscilar entre o inferno e o céu. É uma pergunta de um instante para outro, é urgente; num único instante você pode ir do inferno ao céu, do céu ao inferno. Céu e inferno não são muito distantes, eles são vizinhos; só uma pequena cerca os divide. Você pode saltar aquela cerca até mesmo sem um portão. Você continua a saltar de um para o outro. Pela manhã você pode estar no céu; antes da noite você pode estar no inferno. É só uma atitude, é só um estado da sua mente, é só como você está se sentindo. Muitas vezes, numa única vida você pode visitar o inferno, e muitas vezes você pode visitar o céu. Num só dia também..."

(Osho - Um pássaro em voo - Conversas sobre o Zen - Ed. Planeta, São Paulo - p. 76/78)


segunda-feira, 25 de março de 2013

A ATITUDE CORRETA EM RELAÇÃO A ERROS PASSADOS (PARTE FINAL)

"A escuridão pode reinar numa caverna por milhares de anos, mas leve a luz para lá e as trevas se esvaecerão como se nunca tivessem existido. Analogamente, quaisquer que sejam os seus defeitos, eles já não mais serão seus quando você levar para dentro a luz da bondade. Tão grande é a luz da alma que encarnações do mal não a podem destruir. 

Não há pecado que não possa ser perdoado; não há mal que não possa ser superado, pois o mundo da relatividade não abriga absolutos.

Deus jamais abandona alguém. Quando você acredita, depois de ter pecado, que sua culpa seja imensurável, sem redenção; e quando o mundo declare que você não vale nada e que jamais chegará a ser qualquer coisa, pare um momento para pensar na Mãe Divina. Diga a ela: "Mãe Divina, eu sou Teu filho, Teu filho travesso. Perdoa-me, por favor." Quando você apelar para o aspecto materno de Deus, não há recusa - você simplesmente derrete o Coração Divino. Entretanto, Deus não o apoiará se continuar agindo mal. Ao rezar, você tem de abandonar as más ações.

Os santos são pecadores que não desistiram. Quaisquer que sejam as suas dificuldades, se não desistir, você estará progredindo na sua luta contra a corrente. Lutar é ganhar a graça de Deus. 

Um diamante terá menos valor só por estar coberto de lama? Deus vê a beleza imutável da sua alma. Ele sabe que nós não somos os nossos erros.

Por algumas encarnações você tem sido um ser humano, mas ao longo da eternidade tem sido filho de Deus. Nunca se considere um pecador, pois o pecado e a ignorância são apenas pesadelos mortais. Quando despertarmos em Deus, veremos que nós - a alma, a consciência pura - jamais fizemos algo errado. Imaculados pela experiências mortais, somos e sempre fomos filhos de Deus.

Cada um de nós é filho de Deus. Nascemos do Seu Espírito, em toda a pureza, glória e alegria. Essa herança é inalienável. Condenar-se a si próprio como pecador, comprometido com o caminho do erro, é o maior de todos os pecados. A Bíblia diz: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" Lembre-se sempre: o Pai o ama incondicionalmente."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 106/108)


domingo, 20 de janeiro de 2013

MANTENHAM-SE PUROS


“Mentir é o maior dos pecados. É possível confiar num alcoólatra ou em alguém que frequenta lugares de má fama, mas nunca em um mentiroso. A mentira é o mais sóbrio dos pecados!

Nunca procure as faltas alheias nem critique ninguém. Hábitos como esses prejudicam vocês mesmos. Pensar continuamente nas maldades alheias impregna a mente com o mal e oculta o bem que existe dentro de vocês.

Brinquem com Deus, cantem Suas glórias, divirtam-se com Ele! Por que razão criticar os outros? Associem-se a todos livremente. Sejam felizes junto com eles. Não se dediquem aos mexericos. Somente um homem de mau coração pode ocupar sua vida em procurar as faltas alheias.

Mantenham-se puros e prossigam firmes em busca de seus próprios ideais.

Aprendam a ver o bem em todas as pessoas. Se um homem demonstrar um pouco de bondade, pensem nele como alguém exageradamente bom. Respeitem e reverenciem a todos. Façam isso e sentirão crescer sua simpatia por eles. Quem respeita todos os seres, também é respeitado.

Jamais humilhem ou desprezem alguém. Todo mundo é capaz de enxergar as faltas alheias. Dê a ele seu amor, trate-o como alguém que faz parte de você e ajude-o a superar suas fraquezas. O ser humano traz simultaneamente em si o bem e o mal. Identifica o mal nos outros é tarefa fácil. Um homem santo, porém, é capaz de fechar os olhos às más qualidades de alguém e ajudá-lo a tornar-se puro e virtuoso.

Lembrem-se, meus filhos, vocês são homens santos. Devem ser sempre tranquilos, gentis, modestos e ternos em suas palavras. Bondade e pureza devem fluir em cada frase que pronunciarem, em cada ação que praticarem, em seu comportamento e em seus gestos. Eu os abençoo  meus filhos, para que qualquer um que se associe a vocês encontre paz no coração. Deus adormecido despertará em cada um deles."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo - p. 297/298)


domingo, 18 de novembro de 2012

O PECADO



“Qual a diferença entre o homem e Deus? O homem, se você o ferir apenas uma vez, esquecerá toda a bondade anterior que você lhe fez e se lembrará sempre da única vez em que você falhou. Mas, se você se esquecer de Deus e pecar contra ele centenas de vezes, ainda assim ele olvidará todas as faltas e se lembrará das poucas vezes em que você rezou a ele com sinceridade. O pecado existe apenas nos olhos no homem. Deus não olha para os pecados do homem.”

(Swami Prabhavananda – O Sermão da Montanha segundo o Vedanta – p. 28)