OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O DESPERTAR

"449 – O que quer que seja feito, bom ou mau, em sonhos, de nada adianta para nos levar para o céu ou para o inferno quando o sonhador desperta.

COMENTÁRIO – Poucos são aqueles que estão verdadeiramente despertos. O estado de vigília para a maioria dos seres nada mais é do que um sonho, pois apesar de nos movimentarmos, agirmos e falarmos, o fazemos de forma puramente repetitiva. Estar acordado é viver na plenitude da plena atenção. A nossa vida de vigília é verdadeiramente um sonho; tudo de bom ou de mal que fizermos só irá intensificar a força da evolução que é produto do karma individual ou coletivo. Somente ‘acordaremos’ de fato quando se der a fusão de Ãtman com Brahman, a bem-aventurança do Ser além do espaço e do tempo.

"Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 168






quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A ATIVIDADE DO DESEJO (PARTE FINAL)

"(...) O desejo, se é desejo sexual, atua sobre o sistema nervoso. Toda sensação é uma excitação dos nervos, isto é, de todo o corpo. Quando a mente relembra essa excitação, quando se demora sobre ela na memória, o desejo sobe à cabeça e a excitação aumenta até alcançar o clímax. A mente torna-se escrava dessa excitação e não consegue funcionar separada dela. Ela se torna ativa e reúne os sentidos por meio de todo artifício possível, com o objetivo de aumentar o desejo e alimentá-lo.

Vemos isso ilustrado num show erótico ou numa revista erótica. O produtor representa a mente. É a sua mente que elabora e desenha cada detalhe que atrai os espectadores ao atuar sobre as associações em suas mentes, incita-lhe o desejo sexual, que por sua vez intensifica as antigas associações e se espalha para sensações novas. Cada detalhe torna-se uma corrente que aumenta o fluxo do desejo e da excitação, resultando num estado de interação, um vicioso círculo de ação entre a mente, instigada pelo desejo, e os nervos.

Quanto maior a excitação dos nervos, maior a vivificação do corpo e o desfrute da sensação corporal. Quanto maior o gozo, maior o apego ao gozo e ao anelo por sua repetição. A ‘arte’ em qualquer romance erótico ou em qualquer tipo de apelo sexual consiste igualmente na ênfase de associações.

Assim grande número de pessoas se deixa influenciar por uma luxúria intensificada e crescente que, eventualmente, as torna autômatos existindo para a satisfação da luxúria, ‘monstros’ a quem nada deterá sob sua tirania incessante. Na ocasião oportuna a autoindulgência sufoca e destrói todo instinto altruísta. Pois a mente está entrincheirada na sensação. A luxúria torna-se crueldade, sadismo. Mesmo em sua forma débil, luxúria e indulgência produzem indiferença para com os outros, destroem o amor no único sentido verdadeiro, expansivo e belo do termo.

É através da mente que o desejo pode ser controlado e dominado. O homem sábio é aquele que não diz: ‘eu desejo’, pois é capaz de se separar do desejo. Logo ele aprende que ‘sua’ mente é um amplo processo de pensar que ele contraiu.

Quando o coração está pleno de amor que busca dar e não arrebatar ou desfrutar, que não busca intensificação do eu pela sensação enraizada no eu, todos os anelos devem morrer. Onde o sexo é um problema, o amor é o antídoto. Quando existe a sacralidade do amor puro – no qual existe ausência do eu – pode-se olhar, sem interesse (como através dos olhos de uma criança inocente), para todas as coisas que poderiam ser excitantes a uma mente afetada pelo sexo. Na vida moderna, ‘amor’ está associado a posse e prazer. Mas seu verdadeiro relacionamento é com a ausência de desejo sob qualquer forma, sutil ou grosseira."

(N. Sri Ram – O Interesse Humano – Ed,. Teosófica, Brasília, 2015 – p. 28/29)


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A ATIVIDADE DO DESEJO (1ª PARTE)

"A sensação nasce do sentido do tato, que é a base de nossa relação com o mundo fenomenal. É um modo de resposta ao mundo externo e tem seu valor como meio de conhecimento, felicidade e crescimento, no seu lugar apropriado. Quando a sensação é psicologicamente elaborada, convertida em necessidade e indiscriminadamente misturada com o nosso processo pensante, é que o problema começa.

Quando a sensação é agradável, Manas ou mente - que é o instrumento de percepção - apega-se à sensação particular. O desejo de repetição da experiência surge com a forma ativa vitalizada desse apego. Toda repetição é essencialmente mecânica e pertence à natureza material; é, na verdade, uma forma de inércia. A memória é repetitiva. O desejo também é repetitivo. Ele tem seu ciclo de origem, crescimento, fim da satisfação, e renascimento imediato. 

A atividade do desejo é produzida pela mente. Mesmo nos animais, o desejo surge por causa de uma mente subliminar. Mente e sensação juntas geram desejo, quando a mente trabalha arduamente para se tornar sensação. A sensação é mentalizada. É o modo como a mente identifica a sensação posteriormente, retendo-a como base do pensamento e como memória. A mente tem o seu pensamento colorido pela sensação de prazer ou dor, e a reação a esse prazer ou a essa dor penetra o pensamento e o condiciona. Não fosse este o caso, a sensação existiria apenas por um momento, quando existe o contato excitante, e não produziria desejo. O desejo é uma força que remete ao passado e aparece como um fantasma do passado influenciando o presente.

É a mente que, em seu lado material (pois também está ligada ao princípio espiritual), une o passado ao presente, que associa uma coisa a outra por meio de observação e comparação. Ela rastreia a memória; cria teias de associação. 

O desejo, que é um impulso criado pelo impacto da mente sobre a sensação, invade a mente. Ele assim se perpetua e se expande. A sensação, com origem no passado, estende-se ao presente. Suas vibrações originais continuam diminuindo (a não ser que sejam intensificadas) como os tons de um diapasão através do meio contínuo da mente. A mente relembra a sensação passada, e como a sensação está envolta em desejo, ela desfruta da sensação e se esforça por prolongá-la e intensificá-la. Através das associações feitas pela mente, o desejo penetra os conteúdos mentais. Então, toda associação torna-se maculada e excita o desejo. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 27/28)


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

SÁDHANA

"Sob o título de Sádhana, que significa caminho ou disciplina espiritual, procuro, respeitando os limites e fins desta obra, expor os mais interessantes ensinos do Yoga, que podem servir de profilaxia e cura filosófica - psíquica - moral.

Sádhana, como preventivo, é naturalmente, muito mais eficaz e compensador do que como método de curar. 

Em verdade, o sádhana não é ensinado pelos mestres e pelas escrituras da Índia como um tratamento para nervosos, mas como um método de alcançar a libertação (moksha). Seu fim é a fusão do jiva (ego ou alma individual em evolução) em Paramatman (alma universal).

Sádhana, como eu imagino para o nervoso, é apenas uma adaptação que visa à conquista da saúde, à restauração da paz e a uma razoável dose de felicidade para o ser humano vulgar e sofredor.

Sádhana é uma forma de viver orientada para o encontro da paz, da perfeição, da beatitude, da libertação. É caminho divinizante, que transforma em realidade todas as infinitas promessas que há em cada ser humano. É a evolução do ser, através do saber, do fazer e do amar sem egoísmo e, portanto, sem dissabor ou limitação."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 141)


domingo, 29 de novembro de 2015

FELICIDADE

"Muitas vezes a chamada 'felicidade' não passa de sofrimento disfarçado. Você talvez goste de comer muito, mas a consequência poderá ser uma indigestão aguda ou uma dor de estômago. A melhor maneira de assegurar a felicidade não é permitir que prazeres sensuais ou maus hábitos o controlem, mas refrear com firmeza uns e outros. Assim como não poderia matar a sua própria fome dando de comer a outra pessoa, não encontrará a felicidade satisfazendo às exigências constantes dos sentidos.

O excesso de luxo, longe de gerar felicidade, afasta-a da mente. Não desperdice a maior parte do tempo procurando coisas que o façam feliz. Sinta-se sempre satisfeito, tanto na luta pela prosperidade quanto depois de obtê-la. Você poderá ser o Rei da Felicidade numa cabana ou viver torturado pela desgraça num palácio. A felicidade é um fenômeno exclusivamente mental. Primeiro, você deve implantá-la firmemente dentro de si mesmo e depois, com a infatigável resolução de ser sempre feliz, caminhar pelo mundo buscando saúde, prosperidade e sabedoria.

Encontrará mais felicidade se procurar o sucesso com uma atitude jovial do que se tentar satisfazer ao desejo de seu coração com uma mente sombria, não importa qual desejo seja esse." 

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como ser feliz o tempo todo - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 63)
ww.editorapensamento.com.br


sábado, 28 de novembro de 2015

A ENERGIA DA VONTADE-PODER

"Imagine Krishna guiando uma carruagem puxada por três cavalos fortes e potentes. Ele está segurando as rédeas e assim chega ao seu destino.

Essa imagem oferece a chave para começarmos a perceber o que é a energia da Vontade-Poder, ou energia do primeiro raio, aí representada por Krishna que, com as rédeas nas mãos, faz com que os cavalos conduzam a carruagem para onde ela deve ir. Essa energia sabe tudo o que se passa com os cavalos, aonde eles devem chegar e conhece, também as medidas exatas de seu potencial. Está ciente, ainda, do destino da carruagem, do caminho a ser percorrido, da velocidade para se atingir a meta e, por meio das rédeas, tem o controle dos cavalos. Krishna é símbolo do eu superior, da alma do homem, que tem Vontade-Poder em seu aspecto espiritual, transcendente. 

Os três cavalos que puxam a carruagem simbolizam os corpos físico, emocional e mental do homem. Nesta imagem eles aparecem fortes e correm harmoniosamente entre si, já que representam corpos sadios e alinhados, que desejam chegar à meta. A força que os impulsiona é o desejo.

Esclareça-se, a propósito, que este símbolo expressa uma diferença entre desejo e vontade, que é preciso salientar: se os cavalos não tivessem a rédea (a Vontade) que os conduz e os equilibra, controlando a velocidade e dirigindo-se para um lado ou para o outro, provavelmente não chegariam juntos, porque cada um seguiria o seu próprio ritmo, segundo seu desejo individual, e consequentemente não levariam a carruagem para a sua meta. A carruagem, por sua vez, equivale a nosso ser, que contém o eu superior, ligado por rédeas a três corpos: físico, emocional e mental. São eles que puxam a carruagem, levando-a para onde deve ir. 

Se conseguirmos visualizar essa cena. poderemos descobrir muitas coisas a respeito da vontade. Colocando-nos numa atitude amorosa e observadora, vamos perceber até que ponto somos cada um dos cavalos, ou os três trabalhando em conjunto; até que ponto estamos conscientes da carruagem que deve chegar a uma meta. Vamos ver, também, se nos sintonizamos com Krishna, que está guiando e segurando as rédeas, ou se preferimos levar a carruagem por conta própria. Podemos, assim, fazer um estudo da nossa própria situação atual.

Se refletirmos bem sobre os três cavalos alinhados e subordinados a uma rédea que está por trás deles, vamos contatar melhor esse símbolo universal, obtendo dele energia para o nosso equilíbrio. Se nos concentrarmos em Krishna, e o visualizarmos conduzindo os cavalos, segurando as rédeas e sabendo aonde quer chegar, estabeleceremos contato com um outro aspecto e realizaremos um alinhamento superior. Esse trabalho de imaginação criativa ajuda a descobrir as características da energia da Vontade-Poder, desconhecida dos cavalos, ou seja, de nós. O físico, o emocional e o mental têm desejos, não vontade. Os cavalos querem chegar à meta, mas sozinhos não saberiam como fazê-lo, pois não conhecem o caminho e não têm consciência da dimensão das próprias forças. Dificilmente chegariam juntos sem se perder uns dos outros; e, no entanto, a carruagem, para seguir viagem, necessita dos três, juntos e alinhados."

(Trigueirinho - A energia dos raios em nossa vida - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p.21/22



sexta-feira, 27 de novembro de 2015

SIGA O SADHANA DO GURU

"O sadhana ensinado por nosso gurudeva, Paramahansa Yoganada, mostra-nos como aplicar o 'Caminho Óctuplo da Yoga" delineado pelo sábio Patânjali. Vem primeiro yama-niyama, os preceitos morais e espirituais que todos os seres humanos precisam seguir a fim de levar uma vida em harmonia com a lei divina. Depois, vem asana ou postura correta para meditação, com a coluna vertebral ereta. O asana correto é importante para impedir que o corpo distraia a mente enquanto ela procura ir em direção a Deus. 

A seguir vem pranayama, ou controle da força vital, que é necessário para que a respiração não mantenha a consciência amarrada ao corpo. Logo depois, a interiorização da mente, ou pratyahara, que nos liberta das distrações mundanas que nos chegam através dos cinco sentidos. Então, estamos livres para a concentração e a meditação, dharana e dhyana, que levam ao samadhi: a experiência superconsciente da união com Deus.

O Senhor não tem prediletos; Ele ama a todos igualmente. O sol brilha da mesma forma no carvão e no diamante, contudo o diamante recebe e reflete a luz. Quase todas as pessoas têm mentalidade semelhante ao 'carvão'; eis por que pensam que Deus não as abençoa. O amor e as bênçãos estão aí; o homem só precisa recebê-los. Por meio de bhakti, ele pode transformar sua consciência em mentalidade diamantina para receber e refletir plenamente o amor e a graça de Deus. Então, terá paz e satisfação em sua vida. Mesmo uma pequena meditação e amor sincero por nosso Criador Divino trarão paz aos corações dos homens, e consequentemente as condições do mundo irão realmente melhorar. 

Ao oferecer a devoção de nossos corações ao guru e ao receber dele, em troca, o amor divino e a amizade incondicionais, aprendemos o que é amar a Deus sinceramente. O guru desperta dentro de nós o verdadeiro amor por Deus, e nos ensina de que maneira amá-Lo."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 179/180)


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ARREPENDIMENTO REDENTOR

"É frequente encontrar-se alguém que andou errando, se corrompendo e degradando nos descaminhos do mundo, a expressar-se nestes termos: 'Tenho até vergonha e medo de Deus. Perdido por um, perdido por mil. Deus não pode querer nada comigo...' É um tremendo erro, fruto de desinformação.

Há redenção para quem sincera e definitivamente se arrepende, se converte, e, humildando-se e amando, se entrega a Deus e agora O deseja acima de tudo, com toda força de seu ser. Muitos dos verdadeiramente arrependidos não chegam a se dar conta de quanto sua conversão alegra o Senhor. (...) Mas, muito além de tudo, procure escutar a voz de Cristo, o mahaguru, a repetir milhões de vezes:
Os sãos não precisam de médicos, mas sim os enfermos; não vim chamar os justos, mas os pecadores. (Mc 2:17)
Como se vê, nunca é tarde demais. Ninguém se sinta excluído. O absolutamente essencial é o que, na terminologia do Yoga, tem o nome de vairagya, que se traduz por des-apaixonar-se pelo que antes era tentador; renunciar ao que antes tinha grande valor; trocar a 'di-versão' mundana pela 'com-versão' a Deus; cambiar radicalmente a escala de valores; optar irreversivelmente pelo caminho redentor. Sem esta mudança na mente, que os filósofos gregos denominavam metanóia, o processo de re-ligação a Deus não tem como começar, e tudo que se fizer a título de religião é infrutífero e até hipócrita."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1996 - p. 87)
www.record.com.br


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MAHA LILAH*

"E naquele dia, num espaço que não era espaço e muito além do tempo que nem existia, o Criador, o Absoluto que era Nada, acordou e resolveu brincar. 

Ele decidiu se multiplicar, tornar-se vários.

Colocou a si mesmo como regra que, uma vez em um corpo, ele esqueceria quem era. O objetivo da brincadeira seria tentar se lembrar de si.

E assim foi.

Transformou-se em homem, mulher, flores, animais. Em vários seres.

E elaborou um mundo só para si.

E se pôs a dormir.

Como homem e mulher, decidiu ser

Bom e mau.

Pintor e médico.

Eletricista e engenheiro.

Músico e encanador.

Professor e esportista.

Mendigo e rei.

Ele não se lembrava mais de quem era, mas cada ser multiplicado intuía que tinha poderes.

E construíam casas, pontes, parques.

Foram cada vez mais se esquecendo de sua origem e achavam realmente que eram quem eram.

Destruíam florestas, matavam, faziam guerras.

Morriam e voltavam desempenhando novos papéis.

Numa vida era professor, noutra rei.

Noutra mendigo, noutra soldador.

Em todas, esses personagens do Criador tinham alegrias, mas também sofriam.

E se cansavam.

Intuitivamente inventaram um deus, para quem pediam e com quem brigavam.

Eles se revoltavam, outras vezes amavam.

E quando se cansavam de sofrer, buscavam aquele algo que sentiam dentro de si como distante.

Era o Absoluto sentindo saudades de si mesmo.

E então buscavam, rezavam, meditavam, acendiam incensos, se contorciam em posições.

Jejuavam.

Dançavam em círculos.

Alguns assim achavam que chegavam mais próximo do que buscavam.

E chegavam. Porém, eles se identificavam tanto com isso, achando que o que buscavam estava longe e fora de si, que se perdiam igual.

Alguns, cansados disso também, começaram a prestar atenção no que faziam.

Não julgavam nada, apenas observavam o que faziam, o que sentiam, com uma curiosidade sem fim.

E, nessa atenção, o personagem inventado pelo Absoluto perdia a força.

E era então que aquele que pensava ser o que era parava, silenciava.

E nesse silêncio espontâneo, o Criador acordava.

Espiava pra si mesmo.

E de tão tolo e simples que era essa descoberta o ser gargalhava.

O Criador, no seu esconde-esconde, havia se redescoberto.

E fazia a dança cósmica da expansão e da alegria.

O jogo havia terminado."

* Termo hindi que significa “Suprema diversão; Grande brincadeira” 

Sílvia Correr
Jan./2012