OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 24 de agosto de 2014

MAPEANDO A ALMA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Qual foi o resultado de tantos anos de investigação e análise da alma humana? O resultado não poderia ser mais surpreendente. As palavras que ele disse causaram assombro até para um ateu radical. Quando abriu a boca ao mundo, era de se esperar que Jesus Cristo condenasse e punisse com veemência a humanidade, pois detectou todos os seus defeitos. Todavia, eis que ele bradou com a mais alta eloquência palavras com doçura e brandura como ninguém jamais falou, nem antes nem depois dele. O perdão em sua boca virou uma arte; o amor se tornou poesia; a solidariedade, uma sinfonia; a mansidão, um manual de vida.

O mestre da vida, por amar intensamente o ser humano e perceber as falhas contínuas que permeavam sua alma, ao invés de tecer críticas às pessoas, acolheu calorosamente a todos. Sabia que o homem, em sua grande maioria, gostaria de ser paciente, gentil, solidário, amável, mas não tinha estrutura para submeter a energia emocional e o processo de construção de pensamentos ao pleno controle de sua vontade.

Compreendeu que o homem, apesar de ter capacidade de controlar o mundo à sua volta, não conseguia controlar o mundo dentro de si. Quando dizia aos seus discípulos que eles eram homens de pequena fé, muitas vezes não se referia a milagres sobrenaturais, mas ao maior de todos os 'milagres naturais' expresso pelo domínio do medo, da inveja, da ira, da ansiedade, da angústia, do desânimo.

Aquele que esquadrinhou o funcionamento da mente humana não considerou a humanidade um projeto falido, ao contrário, veio consertá-la de dentro para fora, veio trazer mecanismos para resgatá-la. Por isso, honrou e valorizou cada ser humano do jeito que ele é, na esperança de poder transformá-lo."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 212/213)

sábado, 23 de agosto de 2014

MAPEANDO A ALMA HUMANA (1ª PARTE)

"O filho de Deus apareceu sorrateiro num estábulo, cresceu de modo simples. Ninguém percebia claramente quem ele era. Desejava respirar o mesmo ar que eles, tocá-los e conviver sem barreiras. Aprendeu cedo o ofício da carpintaria. Para aquele que se colocou como autor do mundo era um verdadeiro teste construir telhados. Para aquele que disse ter a mais alta posição do universo, escalar casas e encaixar peças de madeira era uma grande limitação, mas não se importou, não teve vergonha do seu humilde trabalho. Embora tivesse a mais elevada cultura de todos os tempos, teve a humildade de ser criado por pais humanos e frequentar a escola da vida. Foi um grande mestre porque aprendeu a ser um grande aluno.

O Carpinteiro de Nazaré tinha dois grandes ofícios. O primeiro era trabalhar com a madeira e construir telhados; o segundo, o mais importante, o que escondia sua verdadeira missão, era mapear a alma humana. Veio compreender as raízes mais íntimas do universo consciente e inconsciente do ser humano. O mestre da vida mapeou o mundo dos pensamentos da psiquiatria e da psicologia.

Enquanto encaixava e pregava as peças de madeira e os raios de sol queimavam-lhe o rosto, atuava como o mais excelente observador do comportamento humano. João, seu discípulo, escreveu que ninguém precisava dar relatos para ele sobre o que era ser homem e quais suas intenções subjacentes, pois ele mesmo se tornou um homem e como tal analisava atentamente a natureza humana. Perscrutava embevecidamente cada expressão facial e cada gesto das pessoas. Transcendia a cortina do comportamento e investigava com exímia habilidade os fundamentos de cada reação humana.

Enquanto fazia calos nas mãos, ele compreendia as dificuldades do ser humano em lidar com as perdas, críticas, ansiedades, frustrações, solidão, sentimento de culpa, fracassos. Enquanto visitava seus amigos e andava pelas ruas da pequena Nazaré, analisava a ira, a inveja, o ciúme, a impaciência, a instabilidade, a simulação, a prepotência, o desânimo, a baixa autoestima, a angústia, tudo que consumia diariamente a vida das pessoas. Ninguém imaginava que escondido na pele de um carpinteiro se encontrava o mais excelente mestre da vida. Ninguèm poderia imaginar que um homem que bateu martelos estava fazendo uma análise detalhadíssima da humanidade. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 211/212)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

AS LIÇÕES INESQUECÍVEIS PARA NOSSA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Recorde que Jesus Cristo passou pelos mais dramáticos sofrimentos como um ser humano igual a você e os superou com a mais alta dignidade. Seja apaixonado pela vida como ele foi. Lembre-se de que por amar apaixonadamente a humanidade ele teve o mais ambicioso plano da história. Recorde que, neste plano, você não é mais um número na multidão.

A vida que pulsa na sua alma o torna uma pessoa especial, inigualável, por mais dificuldades que atravesse, por mais conflitos que tenha. Portanto, erga seus olhos e olhe para o horizonte! Enxergue o que ninguém consegue ver! Veja um oásis no fim do seu longo e escaldante deserto!

Saiba que as flores mais lindas sucedem os invernos mais rigorosos. Tenha convicção de que dos momentos mais difíceis de sua vida você pode escrever os mais belos capítulos de sua história...

Nunca disista de você! Dê sempre uma chance para si mesmo. Nunca desista dos outros! Ajude-os a corrigir as rotas de suas vidas. Mas se não conseguir, poupe energia, proteja a sua emoção, aguarde que eles decidam ser ajudados. Enquanto isso, aceite-os do jeito que eles são, ame-os com todos os seus defeitos. Amar traz saúde para a emoção.

Jesus encantava as pessoas com suas palavras. As multidões, ao ouvi-lo, renovavam suas forças e reencontravam um novo sentido para viver! Reacendeu a esperança de muitos, mesmo quando não tinha energia para falar. Compreendeu o que é ser homem e fez poemas sobre a vida até sangrando. Pagou um preço caríssimo para lavrar o árido solo de nossas emoções. Brilhou onde não havia nenhum raio de sol. Nunca mais pisou nesta terra alguém tão fascinante como o mestre da vida..."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 225/226)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

AS LIÇOES INESQUECÍVEIS PARA NOSSA VIDA (1ª PARTE)

"Ninguém disse o que Jesus disse quando todas as células do seu corpo morriam. Ele nos deu lições inesquecívieis da aurora ao ocaso de sua vida, enquanto proferia belíssimos discursos até às suas reações ofegantes. Mostrou-nos que a vida é o maior espetáculo do mundo!

A vida que pulsa na criatividade das crianças, na despedida dos amigos, no abraço apertado dos pais, na solidão de um doente, no choro dos que perdem seus amados era para o mestre dos mestres a obra prima do Autor da existência. Por isso planejou derramar a sua alma na morte para que a vida humana continuasse a pulsar.

Quando você estiver só no meio da multidão, quando errar, fracassar e ninguém o compreender, quando as lágrimas que você nunca teve coragem de chorar escorrerem silenciosamente em sua emoção e sentir que não tem mais forças para continuar sua jornada, não se desespere!

Pare! Faça uma pausa na sua vida! Não dispare o gatilho da agressividade e do autoabandono! Enfrente seu medo! Faça do seu medo nutriente para sua força. Destrave a sua inteligência, abra as janelas da sua mente, areje o seu espírito! Não seja um técnico na vida, mas um pequeno aprendiz. Permita-se ser ensinado pelos outros, aprenda lições dos seus erros e dificuldades. Liberte-se do cárcere da emoção e dos pensamentos negativos. Jamais se psicoadapte à sua miséria!

Lembre-se do mestre da vida! Ele nos convidou para sermos livres, mesmo diante das turbulências, perdas e fracassos, mesmo sem haver nenhum motivo exterior para nos alegramos. Tenha a mais legítima de todas as ambições: ambicione ser feliz! A matemática da sua emoção agradece. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 224/225)

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (2ª PARTE)

O Iluminado de Nazaré

"Jesus Cristo (do hebraico ‘Jeová é a salvação’ e do grego Christos, ‘ungido’) nasceu numa aldeia da Judeia, Belém, a pouca distância de Jerusalém. Para os cristão representa a salvação, e, para o povo hebreu, é o eleito do Senhor, o Messias esperado durante séculos e anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Tendo se refugiado no Egito com a sua família, depois de um sonho premonitor de José, retornou a Nazaré, onde teria levado, até os 30 anos, uma vida obscura. Tal fato não é explicado nem mesmo pela própria Bíblia, o que levou alguns pesquisadores a levantar a hipótese de que o Nazareno teria realizado prováveis viagens ao Extremo Oriente. Anunciado por João Batista, reconhecido por este como o Messias, Jesus retirou-se para o deserto, onde permaneceu 40 dias em jejum e meditação. Depois disso iniciou sua predicação, donde surgiria uma nova visão religiosa, moral e social destinada a operar uma profunda transformação no mundo. Juntamente com os doze apóstolos, que ele próprio havia chamado para si e que continuariam a sua obra com a fundação das primeiras comunidades cristãs, Jesus andou pela Palestina, predicando às multidões e realizando milagres. Como filho de Deus, sua pessoa reúne duas naturezas, a humana e a divina, pelo que é considerado o Deus-homem que se encarnou e apareceu na Terra para anunciar o advento do reino de Deus.

O Grande Trabalhador

Ramatis nasceu por volta do século X, no ano de 993, na Indochina, onde fundou e dirigiu um grande templo iniciático. Portador de profundos conhecimentos esotéricos, alcançou através das práticas alto grau de perfeição espiritual. Ramatis tem laços indiretos com as estruturas da ioga. Foi um dos que em vida também obteve alto grau de perfeição, chegando em muitas citações serem evidenciadas suas qualidades e características de iluminado espiritual. Seu trabalho na Terra foi em grande parte a favor dos necessitados, material ou espiritualmente. Sua grande obra não foi esquecida e teve continuidade nas mais diversas regiões do mundo."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS

"Diz-nos Jesus que façamos distinção entre profetas falsos e verdadeiros e entre religião falsa e verdadeira. A religião verdadeira mostra-nos como vencer o mundo e alcançar o conhecimento de Deus, mas os mestres da religião falsa oferecem a promessa de sucesso e a riqueza no mundo. Os frutos da religião verdadeira são a iluminação, o amor generoso e a compaixão por todos. Sri Ramakrishna seguiu os caminhos de muitas religiões durante sua vida terrena e aplicou sempre a cada uma delas o mesmo teste: 'Será que ela me dará a iluminação de Deus?' Quando lhe falavam de uma nova seita, perguntava: 'Ela ensina o amor a Deus? Ensina como as pessoas alcançam a percepção de Deus?' Em caso negativo, nada tinha a fazer com elas.

O líder religioso deveria ser uma alma iluminada. Se ele prega o conhecimento de Deus sem ele próprio possuir esse conhecimento, será como um cego guiando outro cego. Todavia, é difícil para o aspirante da espiritualidade julgar a idoneidade de um mestre ou profeta, porque o homem verdadeiramente religioso não faz alarde de sua santidade. Há, porém, certas qualidades que são características de um autêntico líder espiritual. Antes de mais nada, ele conhece o espírito das escrituras. Depois, possui o coração puro e sem pecados, o que significa que ele vive aquilo que prega - não basta o conhecimento intelectual da verdade religiosa. Em terceiro lugar, ele labuta por puro amor pela humanidade: não ensina movido por segundas intenções, como o desejo de riqueza ou de fama. O líder espiritual ou profeta que possui essas três qualidades merece confiança e o aspirante espiritual que dele se aproxima com humildade e reverência é um abençoado."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 128/129)

terça-feira, 22 de julho de 2014

TREINE SEU CORAÇÃO PARA SENTIR A FRATERNIDADE HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Alguns ocidentais consideram os hindus pagãos; não sabem que muitos hindus também consideram hereges os ocidentais - a ignorância de cada lado está bem dividida. Às vezes, perguntam-me se creio em Jesus. Respondo: 'Por que essa pergunta? Nós, na Índia, reverenciamos Jesus e seus ensinamentos, talvez mais do que vocês.'

Para amar Cristo, deve-se viver o que ele ensinou, deve-se seguir o exemplo de sua vida. Jesus disse: '(...) a quem te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.' (Mateus 5:39) A Índia tem praticado este ensinamento mais do que qualquer outra nação. Muitos dos que se dizem cristãos nem sequer são praticantes; dizem que é uma bela filosofia, mas se você lhes batesse, devolveriam doze bofetadas, um pontapé e talvez um tiro! Quem revida não é um verdadeiro cristão ou seguidor de Cristo, pois este não é o espírito de Jesus, que a todos perdoou.

Sempre que vir o símbolo da Cruz, recorde-se do que representa - que você deve carregar sua cruz com a atitude correta, como Jesus o fez. Quando sua inteção é boa e, apesar disso, você é incompreendido e maltratado, em vez de zangar-se, deve dizer: 'Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem.' Por que perdoar quem lhe faz mal? Porque, se revidar, raivosamente, você desfigura a própria natureza divina de sua alma - e então, será igual a seu ofensor. Mas se mostrar força espiritual, será abençoado, e o poder do comportamento correto também ajudará seu oponente a superar a falta de entendimento.

Os eternos princípios de verdade e justiça ensinados por Jesus são encarados com muita seriedade na Índia - nós os tomamos ao pé da letra, sem interpretá-los para adaptá-los a nossos propósitos. Jesus disse: 'E todo aquele que deixar, casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, ou terras, por amor ao meu nome, receberá cem vezes mais e herdará a vida eterna.' (Mateus 19:29) Esse espírito de renúncia por Deus está bem difundido na Índia. Especialmente em tempos idos, o ideal de todo homem era dedicar ao menos uma parte de sua vida inteiramente a Deus."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 285/286)


segunda-feira, 21 de julho de 2014

TREINE SEU CORAÇÃO PARA SENTIR A FRATERNIDADE HUMANA (1ª PARTE)

"Toda a humanidade deve abrir o coração para a grande mensagem de Jesus: '[Deus] fez, de um único sangue, todas as nações dos homens.' (Atos 17:26) Essa é, de Cristo, a inspiração que eu tanto amo. Queria tornar essa mensagem uma realidade viva, dar-lhe uma aplicação prática. O preconceito de cor é a mais absurda de todas as exibições de ignorância humana. A cor é somente epidérmica. Deus deu pigmentos mais escuros à pele das raças que, originalmente, viviam sob condições climáticas que exigem maior proteção contra o sol. Uma medida puramente prática; portanto, ter pele branca, cor de oliva, amarela, vermelha ou negra não é motivo especial de orgulho para ninguém. Afinal de contas, a alma veste um sobretudo corporal de determinada cor durante uma vida e, em outras encarnações, de outras tonalidades. Logo, a cor da pele é algo muito superficial. Ter preconceto de cor é ter preconcento contra Deus, que está nos corações de todos os povos do mundo: vermelhos, brancos, amarelos, oliváceos e negros. Além disso, é bom lembrar que quem odeia uma raça certamente reencarnará em um corpo dessa raça: é assim que a lei cármica força o homem a superar os preconceitos que sufocam a alma. Treine seu coração para sentir a fraternidade humana - isto é importantíssimo.

Embora os ensinamentos de Jesus estivessem predestinados a estabelecer seus mais sólidos fundamentos no Ocidente, ele escolheu encarnar em um corpo oriental e da raça judia, que conta com uma longa história de perseguições, para demonstrar o absurdo que é julgar os outros segundo diferenças de raça e de cor. O verdadeiro Cristianismo deve ser vivido; divisões raciais devem ser eliminadas. O preconceito e a falta de autêntica fraternidade causam guerra e desunião entre os filhos de Deus. Devemos trabalhar para erradicar todos os incitamentos à guerra; no ódio e no preconceito, ocultam-se bombas e desgraças. Jesus advertiu: '(...) pois todos os que lançarem mão da espada perecerão pela espada.' (Mateus 26:52) Não será a espada, mas a prática dos princípios de Cristo que finalmente libertará o mundo. No sentido mais elevado, só Deus protege o homem. A melhor ajuda que você pode dar ao mundo é pôr em prática um ideal de vida segundo os ensinamentos de Cristo e de todos os mestres espiritualmente iluminados. Acima de tudo, ame a Deus; não vê que toda a resposta está nas mãos Dele? Quando Ele descerrar o véu do mistério, você terá as respostas para tudo o que era obscuro e indecifrável. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 284/285)

quarta-feira, 19 de março de 2014

QUANDO A ATITUDE É CORRETA, TORNA-SE CRÍSTICA

" 'Quando morrer este 'eu', então saberei quem sou Eu.' Quando a atitude do devoto é correta, torna-se crística. Ninguém conseguia insultar Jesus, ninguém conseguia destruir seu espírito amoroso ou despertar sua ira, porque sua consciência estava ancorada não no pequeno eu, mas no Eu Maior: Deus. E, assim, ele nunca se ofendia com nada nem com ninguém.

Suponha que o mundo inteiro nos acuse injustamente. Quando a mente está segura em Deus, o que o mundo pensa é de pouca importância. Não significa que você deva desdenhar o mundo, mas deve ficar tão absorto na Consciência Única (e talvez todos vocês tenham tido um vislumbre dela) que sinta compaixão pelas pessoas e procure compreendê-las. Acima de tudo, você sabe de apenas uma coisa: 'Se o mundo inteiro me elogiar, mas eu não sentir a bênção de meu Deus, estarei privado de qualquer conforto. Se, porém, o mundo inteiro me insultar, e apesar disso eu sentir a força de meu Deus atrás de mim, estarei sublimemente realizado Nele.'

Essa realização é o que a vida espiritual é. E enquanto eu viver, continuarei tentando trazer minha consciência e a consciência de cada um de vocês de volta para essa Meta Única. Quero ver a mensagem de Gurudeva Paramahansa Yogananda trazer consolação a todos; as colmeias do trabalho organizacional devem ser preenchidas com mel de almas que amam a Deus. 

Todo ser humano quer ser livre. Uma vez que você se torne consciente de que é realmente um prisioneiro nesta vida, vai implorar a liberdade. Nasci com este anseio, e não deixava que nada se pusesse no meu caminho em busca da liberdade. Se não a conseguisse, sabia que não podia culpar ninguém. Agora, nada pode interferir em minha relação com Deus. As pessoas podem me tentar dissuadir, ou pensar que podem me influenciar a abandonar este caminho, mas nunca conseguirão fazer isso. Por quê? Porque sei o que quero. Nunca procuro me enganar, e não me iludo com anseios por nada deste mundo. Deus vem em primeiro lugar. 

Quando o devoto tem essa consciência, sua vida se torna muito mais fácil. Torna-se segura e estável. Ele conhece e percebe seu verdadeiro relacionamento com outras pessoas, e tudo em sua vida converge para a perspectiva correta."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 33/34)


segunda-feira, 3 de março de 2014

O QUE É A VERDADE? (PARTE FINAL)

"(...) Uma mulher em nosso grupo disse que o cristianismo era a Verdade; outros achavam que o budismo era a Verdade e um dos nossos amigos hindus acreditava que o Gita continha toda a Verdade. Se um homem diz que o catolicismo é a Verdade, imediatamente é desafiado por um batista ou qualquer outro.

Vamos supor que uma porção de pessoas, alegando ser cientistas cristãos, unitários, cientistas divinos, cientistas religiosos, católicos, protestantes, budistas etc., afirmem que possuem a Verdade. Seria parecido com a fábula dos cegos descrevendo um elefante. Só existe uma única Verdade, uma Lei, uma Vida, um Poder, uma Substância, um Deus - o Pai de Todos, o Princípio Vital - do qual provém todas as coisas. Por isso é que Jesus ficou em silêncio quando lhe fizeram a pergunta. A verdade é a Presença Silenciosa, o EU SOU ou Deus em todos nós. A Bíblia diz: ... eu sou o caminho, a verdade e a vida... (João 14:6). EU SOU significa Existência, Vida, Consciência, Deus, o Espírito Infinito dentro de você, sem rosto, forma e figura.

Se você alega que o budismo é a Verdade, pode ter um argumento. Mas sempre que aplica um rótulo, não tem a Verdade. O velho ditado que se perdeu na névoa dos tempos é bastante apropriado: 'Quando se lhe dá um nome, não se pode encontrá-lo; quando se o encontra, não se pode dar-lhe um nome.' É o Desconhecido dentro de você, sem rosto, forma ou figura, sem tempo, sem formato definido, sem idade. Como se pode aplicar-lhe um rótulo?

Como podemos, por exemplo, rotular paz, amor, harmonia, alegria, boa vontade, inspiração, orientação, beleza, riso, honestidade, integridade ou justiça? Não se pode certamente considerar tais qualidades e atributos como católicos, protestantes, judeus ou hinduístas. Assim como não se pode também rotular os princípios da química, física, astronomia, matemática etc. Todos são cósmicos e universais, estão disponíveis a todos os homens. Deus não faz acepção de pessoas.

... Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas (Atos, 10:34)."

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 59/60)


sábado, 15 de fevereiro de 2014

OBTENDO UM NOVO HALO

"Deus habita em todos os homens. Contudo, alguns homens estão expressando mais de sua Divindade que outros. Um homem pode fracassar e cair, mas não pode perder sua Divindade. É inviolável. O mais miserável dos vagabundos que você encontra nas ruas é uma manifestação ou expressão de Deus e nada pode impedir sua revelação final.

Jesus percebeu-o, apesar da confusão sobre um inferno duradouro que Seus seguidores inventaram, com base nos ensinamentos recebidos. Ele não castigou ou criticou ninguém, exceto os hipócritas. Não fez a menor objeção em manter o que os fariseus chamavam de más companhias. O mesmo aconteceu com Buda. Ambos sabiam que em todas as pessoas – que fossem patifes ou santos – residia a Presença de Deus.

Exalte Deus que habita em você. Faça isso muitas vezes por dia. Deve também saudar a Divindade em cada pessoa que encontra. Na medida em que assim fizer, a glória de Deus irá brilhar mais e mais através de você, pois não há limite à glória que é o homem."

(Joseph Murphy – Sua Força Interior – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 – p. 96)


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

PROCURE PRIMEIRO O REINO DE DEUS

"Tanto o céu quanto a Terra estão dentro de nós. Quando as pessoas dizem ‘isto é divino’, elas querem dizer que aquilo que experienciam é agradável, que sentem um bem-estar fora do comum. Esta experiência é um estado de consciência, para todas as experiências subjetivas. Quer sejam de felicidade e paz ou de medo e dor, elas estão na consciência. Um campo de flores maravilhoso poderia ser bem descrito como ‘algo divino’, embora esteja mesmo é na Terra. A divinização é a experiência da consciência. E deste modo ‘céu’ é um estado interno de ser, e não um local em outro plano ou região.

‘Busque primeiramente o reino de Deus” significa ‘busque primeiro o reino dos céus’. Algumas pessoas podem não estar familiarizadas com a história de Jesus, que conta que as terras de um certo indivíduo rico lhe trouxeram abundância, e tanta que ele pensou em construir estábulos maiores para guardar a produção. Ele disse para si mesmo: ‘Agora posso levar uma vida folgada. Poderei comer, beber e ser feliz para o resto da minha vida.’ Mas Deus disse: ‘tolo, a sua alma lhe deixará esta noite’.

Para que serve então a riqueza? O conselho de Jesus para o homem rico foi: ‘busque aquilo que serve para comer e beber, nem tenha uma mente duvidosa.’ Uma outra versão é: ‘Busque primeiramente o reino de Deus e a Sua justiça.’ Esta bela parábola ocorre em outro contexto (Lucas 12:15): ‘Cuide-se e acautele-se da cobiça, pois a vida do homem consiste não na abundância das coisas que ele possui.’"

(Radha Burnier - Procure primeiro o reino de Deus - Revista Sophia, Ano 1, nº 1 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 12)


domingo, 2 de fevereiro de 2014

PROCURE E ACHAREIS...

"2. Quem procura, não cesse de procurar até achar; e, quando achar, ficará estupefato; e, quando estupefato, ficará maravilhado – e então terá domínio sobre o Universo.

Comentário: Repetidas vezes, nos quatro Evangelhos, Jesus insiste: ‘Procure e achareis...’ Também em outros documentos encontramos a insistência no procurar: ‘Quem procura, não desista até que ache, e depois de achar ficará estupefato, e, maravilhado, achará o Reino, e, depois de achá-lo, terá domínio sobre o Universo’.

A vida do ego humano é como a periferia de uma roda a girar: quanto mais no exterior, tanto maior é o movimento e menor a força; mas, quando o homem entra no eixo da roda, cessa o movimento, porque no centro há força sem movimento, energia tranquila. Na periferia há quantidade no tempo e no espaço; no centro há qualidade no Eterno e no Infinito. Vida empírico-analítica lá fora – vida intuitiva cá dentro.

Procurar rumo à periferia acaba em morte. Procurar rumo ao centro leva à vida. E esse procurar se torna tanto mais intenso quanto mais o homem se aproxima do centro. Ele sofre e goza a sua procura. Tanto mais procura quanto mais acha. Só quando possui totalmente, deixa de sofrer. Mas, enquanto não atingir o centro de si mesmo, o eixo centro do seu Ser, admira-se de que procurar a verdade seja um misto de gozo e sofrimento. Entretanto, esse homem prefere gozar sofrendo a gozar gozando, porque sente que este é o caminho certo.

Se o homem não fosse potencialmente Deus, não poderia atualmente encontrar Deus. O homem só pode procurar explicitamente o que ele é implicitamente. ‘Se o olho não fosse solar, jamais poderia ver o sol.’ (Goethe). (...)

O homem sempre satisfeito consigo, ou ainda não soletrou o a-bê-cê do seu ego, ou já ultrapassou esse ego e repousa no Eu. A transição do ego para o Eu é envolta em estupefação e admiração, porque vai em demanda de um novo mundo desconhecido. Mas, uma vez que o homem entre nesse mundo desconhecido de Deus, terá domínio sobre o Universo"”


(O Quinto Evangelho - A Mensagem do Cristo - Tradução e comentários: Huberto Rohden - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 23/24)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

FAÇA DA CRENÇA UMA FERRAMENTA PARA O SEU PROGRESSO ESPIRITUAL (1ª PARTE)

"'Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado.’ Esta passagem também realça o papel da ‘crença’ na condenação ou não condenação do homem. As pessoas que não compreendem a imanência do Absoluto no mundo relativo tendem a tornar-se céticas ou, então, dogmáticas, pois em ambos os casos a religião torna-se uma questão de crenças cegas. Incapaz de conciliar a ideia de um Deus bom com as aparentes crueldades da criação, o cético rejeita a crença religiosa de forma tão obstinada quando o dogmático se apega a ela.

As verdades ensinadas por Jesus estavam muito além da crença cega, que aumenta e diminui sob a influência de pronunciamentos paradoxais de clérigos e céticos. A crença é um estágio inicial do progresso espiritual, necessário para admitir o conceito de Deus. Mas tal conceito tem de ser transformado em convicção, em experiência. A crença é o precursor da convicção; é preciso acreditar em algo a fim de se proceder a uma investigação imparcial. Se, porém, alguém se satisfazer apenas com a crença, esta se converte em dogma – estreiteza mental, um impedimento para a verdade e o progresso espiritual. O necessário é cultivar, no solo da crença, a safra da experiência direta e do contato com Deus. Tal conhecimento incontestável – e não a mera crença – é o que nos salva.

Se alguém me diz: ‘Creio em Deus’, eu lhe pergunto: ‘Por que você crê? Como sabe que Deus existe? Se a resposta é baseada em suposição ou conhecimento indireto, eu lhe digo que ele não crê realmente. Para manter uma convicção, é preciso per premissas que a sustentem; de outra forma, trata-se apenas de um dogma – uma presa fácil para o ceticismo.

Se eu apontasse para um piano e afirmasse que ele é um elefante, a razão de uma pessoa inteligente se revoltaria contra tal absurdo. Da mesma maneira, quando dogmas acerca de Deus são propagados sem a validação da experiência ou percepção direta, mais cedo ou mais tarde, quando forem submetidos ao teste de uma experiência contrária, a razão questionará com especulações a verdade acerca de tais ideias. Quando os raios abrasadores do sol da investigação analítica se tornam cada vez mais ardentes, as frágeis crenças insubstanciais murcham e secam, originando um ermo de dúvida, agnosticismo ou ateísmo. (...)"

(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Self-Realization Fellowship – p. 75/76)


domingo, 26 de janeiro de 2014

SEDE, POIS, PERFEITOS

Sede, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.

Com esta frase, dá-nos Jesus o tema central do Sermão da Montanha. Todo o sentido da vida humana resume-se nisso. E o mesmo tema acha-se no cerne de toda religião: Procura a perfeição! Tem consciência de Deus!

Temos ideia do que possa ser a perfeição quando se trata de objetos materiais ou de metas intelectuais ou morais, embora os padrões individuais possam variar. Mas, o que se entende por perfeição divina?  Uma vez que nossa mente se circunscreve num mundo de relatividade – dentro do tempo, do espaço e da causalidade – não temos condição de saber o que seja esta perfeição, porque ela é absoluta. Temos apenas a vaga ideia de que ela se refere a um estado de plenitude, de paz permanente e de realização. Todo ser humano deseja encontrar a realização e a perfeição – em suas relações com outros seres humanos, em seu trabalho, em cada segmento da vida. Todavia, ao atingir os objetivos que o mundo tem a oferecer, não se sente ainda satisfeito. Pode estar rodeado por uma boa família e por amigos leais, Pode gozar de riqueza e de boa saúde, de beleza e de fama – e, não obstante, ser perseguido por uma sensação de carência e de frustração.

Naturalmente, é verdade inconteste que nossos desejos podem ser aplacados temporariamente neste mundo. Podemos gozar de alguns prazeres e sucessos. Mas, esquecemo-nos sempre de que eles são passageiros. Se aceitamos os prazeres e o sucesso, devemos estar prontos a aceitar também a dor e o fracasso.

Kapila, filósofo da Índia antiga, expressou de forma negativa a perfeição, como ‘a cessação completa da desolação’. Os sábios védicos procuram exprimi-la positivamente, como Sat, a vida imortal; Chit, o conhecimento infinito, e Ananda, o amor e o êxtase eternos. Por detrás de cada esforço humano existe o desejo (por inconsciente e mal orientado que possa ser) de encontrar Sat-chit-ananda – noutras palavras, a realidade suprema, Deus. Mas, desde que a maioria de nós não tem consciência de que a finalidade real da vida é encontrar Deus, continuamos a repetir as mesmas alegrias e tristezas indefinidamente. Gastamos nossa energia em realizações efêmeras, buscando recompensa infinita no que é finito. Somente após passarmos por muitas experiências de prazeres e de dor, ocorre-nos o discernimento espiritual. Começamos então a ver que nada neste mundo pode dar-nos satisfação duradoura. Aí, entendemos que o desejo da felicidade permanente, de perfeição, só pode ser satisfeito na verdade eterna de Deus. (...)”

(Swami Prabhavananda – O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta – Ed. Pensamento, 15ª Edição – p. 73/74)


domingo, 15 de dezembro de 2013

SEM COMUNICAÇÃO, AUMENTA A INCOMPREENSÃO (PARTE FINAL)

"(...) Uma dificuldade com a maioria de nós é que estamos tão ocupados em fazer prevalecer nosso próprio ponto de vista, tentando convencer disso a outra pessoa, que não lhe damos a oportunidade de manifestar a sua opinião. Quando você tiver dificuldades com alguém, sempre lhe dê atenção suficiente, deixando que ele 'desabafe'. Não importa quão detestável, emotivo, ele seja, não o interrompa. Deixe-o falar. A seguir, responda com tranquilidade e gentileza. Mesmo que possa estar dizendo as coisas mais cruéis sobre você, escute-o com respeito ao mesmo tempo em que interiormente diz a Deus: 'É assim mesmo? Estou interessado na verdade. Se sou assim, Tu deves ajudar-me, Senhor, a superar minha falha e modificar-me.' Mas se a pessoa for abusada a ponto de esquecer as conveniências e ofender princípios espirituais, e não apenas o ego e o orgulho pessoal, é nosso dever resistir com a mesma tenacidade do aço. Ofender princípios divinos é ofender a Deus, e nunca devemos ser cúmplices nisso. Jesus nunca se defendeu, mas foi enérgico em atos e palavras quando a retidão era violada.

Nosso dever como filhos de Deus neste mundo, portanto, é buscar a compreensão: compreensão de si mesmo, dos outros, da vida e, acima de tudo, de Deus. Este mundo poderá ser um lugar melhor somente quando reinar a compreensão no coração e na mente das pessoas. Os indivíduos precisam aprender a conviver uns com os outros antes que as nações algum dia possam ter a esperança de consegui-lo."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 47/48)


sábado, 3 de agosto de 2013

SOMOS DEUSES (PARTE FINAL)

"(...) O yoguin nunca se preocupa com seus pecados ou com o pecado. Prefere atender ao oposto, e afirma sua unidade com o Divino, imitando Jesus ao dizer: 'Eu e o Pai somos um'. Jesus realizou isso. Convidados estamos nós a imitá-lo. Potencialmente, somos divinos. E a existência nos foi dada para que possamos atualizar essa potencialidade. Divinizar-nos é desafio.

Religiosos - dogmáticos e fanáticos - acharão mesmo que comete profanação quem não se humilha, quem não se afirma degradado e pecador. Acreditar-se herdeiro do Absoluto é tido por irreverência e pecado, aos olhos de muitas vítimas da nociva pedagogia religiosa da autodepreciação piedosa. 

Tais pessoas precisam aprender de Ramakrisna que 'nenhum orgulho que exprima a glória da Alma chega a ser orgulho. Nenhuma humildade que procure humilhar nosso Ego verdadeiro merece o nome de humildade'. Para tais pessoas que confundem humildade com humilhação autodestrutiva, um dia escrevi: 'Quando eu disse ao caroço da laranja que dentro dele dormia um laranjal inteirinho, ele sorriu e zombou de mim, e se mostrou estupidamente incrédulo. Tu és a semente da Eternidade, do Infinito...' (Hermógenes, Mergulho na paz).

Um dos caminhos da divinização é repetir 'Ham Sa, Sa Ham' ou seja 'Eu sou Ele, Ele é eu'. É um mantram universal que, à força de ser repetido com fé, convicção e tranquila insistência, acaba por realizar-se.

Reflexão: Perdoa, Suprema Beatitude, meu erro de considerar-me ínfimo e desgraçado. Perdoa, Verdade Suprema, o erro que me tem feito presa da mentira. Perdoa, Infinitude, a 'crença' que me tem limitado. Perdoa, Vida, a minha crença da morte. Perdoa, Paz, meu viver, que tem sido intranquilo. Perdoa, Luz, que tenho sido a treva que tenho admitido ser. Perdoa, Pai, por não poder dizer ainda que somos um só. Mesmo assim, estarei sempre a afirmar: Eu sou Tu, Beatitude, Verdade, Infinitude, Vida Eterna, Plenitude e Paz..."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 162/163)


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

CRIANDO BONDADE, CONHECIMENTO E PODER

"Temos sido muito ingênuos em nossa busca espiritual, e em vez de cultivar e investigar a mente temos mantido crenças, confundindo crença com religião e crescimento espiritual. É por isso que a ciência antagoniza com a religião na sociedade, mas será a crença verdadeiramente uma religião? Não foi assim que começou. Jesus Cristo não se tornou Cristo através de uma igreja ou de uma crença, mas através de sua própria compreensão e de sua própria investigação. Buda atingiu a iluminação, a compreensão, através de sua própria meditação, de sua própria investigação. Devemos compreender isso e corrigir a situação em nosso sistema educacional. Se assim não fizermos, o risco é nosso. Em educação certamente é melhor não produzir uma mente conformista, que obedeça, que aceite e aprenda por imitação, mas produzir uma mente investigativa, questionadora, desejosa de mudanças, que esteja tentando descobrir. Atualmente as crianças árabes aprendem de pais árabes e herdam seus preconceitos, e crianças judias crescem sob a imagem de seus pais e herdam os preconceitos dos judeus e o mesmo se dá com hindus, muçulmanos e cristãos. (...)

Como irá mudar a condição do mundo, a não ser que os jovens sejam encorajados a questionar esse tipo de coisa, e se lhes diga que não tem que ser como seus pais? Mas somos tão orgulhosos do que chamamos nossa cultura, que questioná-la é considerado heresia. E assim nada muda, o mundo continua com essas divisões, cada um sentindo que sua cultura é superior, sua religião é superior, seus profetas foram os verdadeiros salvadores, odiando o outro grupo; e o outro grupo pensa de modo semelhante exatamente pelas mesmas razões. E assim em nome da religião tem havido mais morte, mais tortura, mais guerras, sendo tudo isso a própria antítese da religião ou busca espiritual. Se aconteceu que adquirimos um poder enorme, mas não o usamos com sabedoria, então devemos compreender que não deve ser assim, e começar a corrigir isso agora. Devemos ser suficientemente inteligentes para usar esse poder de modo correto."

(P. Krishna - Educação, Ciência e Espiritualidade - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27/29)


quarta-feira, 31 de julho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, PORQUE ELES VERÃO A DEUS (PARTE FINAL)

"(...) Deus é percebido com a visão da alma. Em seu estado natural, toda alma é onisciente, contemplando diretamente a Deus ou a Verdade por meio da intuição. Tanto a razão pura quanto o sentimento puro são intuitivos; quando, porém, a razão é restringida pela intelectualidade da mente limitada aos sentidos, e o sentimento degenera em emoção egoísta, esses instrumentos da alma produzem percepções distorcidas. 

O restabelecimento da perdida clareza da visão divina é o significado dessa Bem-aventurança. A beatitude conhecida por aquele que tem perfeita pureza de coração é a mesma a que se refere o Evangelho de São João: 'Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus'. A todo devoto que recebe e reflete a onipresente Luz Divina, ou a Consciência Crística, através da transparência purificada do coração e da mente, Deus confere o poder para reivindicar a bem-aventurança da filiação divina, assim como fez Jesus.

A transparência à Verdade é cultivada quando libertamos a consciência, o sentimento do coração e a razão da mente, das influências dualísticas de atração e aversão. A Realidade não pode refletir-se perfeitamente em uma consciência agitada pelo gostar e não gostar, com suas inquietas paixões e desejos e as emoções perturbadoras daí resultantes - ira, ciúme, ganância, suscetibilidade temperamental. Todavia, quando chitta - conhecimento e sentimento humano - se tranquiliza por meio da meditação, o ego comumente agitado dá lugar à abençoada tranquilidade da percepção espiritual.  

A pureza do intelecto nos concede o poder do raciocínio correto, mas a pureza do coração nos confere o contato com Deus. A intelectualidade é um atributo do poder da razão, e a sabedoria é uma qualidade libertadora da alma. Quando a razão é purificada por meio de um tranquilo discernimento, ela se transforma em sabedoria. A pura sabedoria e a divina compreensão de um coração puro são os dois aspectos de uma mesma faculdade. De fato, a pureza de coração, ou sentimento, referido por Jesus, depende de serem todas as ações guiadas pela sabedoria discernidora - o comportamento e as atitudes humanas ajustadas pelas sagradas qualidades da alma: amor, misericórdia, serviço, autocontrole, autodisciplina, consciência e intuição. A visão pura da sabedoria deve ser combinada com o sentimento imaculado do coração. A sabedoria revela o caminho correto, e o coração purificado deseja e preza trilhar tal caminho. Todas as qualidades da alma reveladas pela sabedoria precisam ser seguidas de todo o coração (não apenas teórica ou intelectualmente). 

A visão obstruída do homem comum percebe a aparência externa grosseira da matéria, mas é cega para o Espírito que tudo permeia. Pela perfeita harmonia entre o puro discernimento e o puro sentimento, abre-se o olho penetrante da intuição que tudo revela, e o devoto alcança a autêntica percepção de Deus como presente em sua própria alma e onipresente em todas as criaturas - o Morador Divino cuja natureza consiste em uma harmoniosa combinação de infinita sabedoria e infinito amor."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 90/91)


sexta-feira, 26 de julho de 2013

PERDÃO

"O Deus de algumas escrituras é vingativo e sempre pronto a nos punir. Mas Jesus nos mostrou a verdadeira natureza de Deus (...) Ele não destruiu seus inimigos com "doze legiões de anjos", mas, em vez disso, superou o mal com o poder do amor divino. Sua ação demonstrou o supremo amor de Deus e o comportamento dos que são uns com Ele.

"Deve-se perdoar, qualquer que seja a ofensa", diz o Mahabharata. "Foi dito que a continuidade da espécie se deve à capacidade que o homem tem de perdoar. Perdão é santidade. Graças ao perdão, o universo se mantém coeso. O perdão é o poder do poderoso. O perdão é sacrifício. O perdão é a quietude da mente. O perdão e a gentileza são as qualidades de quem tem Autodomínio. Eles representam a virtude eterna."

"Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete! Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete." Orei profundamente para compreender esse conselho intransigente. "Senhor", protestei, "é isso possível?" Quando a Voz Divina finalmente respondeu, trouxe, numa torrente de luz, uma renovação de humildade: "Quantas vezes por dia, ó Homem, Eu perdoo a cada um de vocês?"

Assim como Deus está constantemente nos perdoando, mesmo conhecendo todos os nossos [maus] pensamentos, aqueles que se encontram em total sintonia com Ele sentem naturalmente o mesmo amor. Em seu coração precisa brotar uma simpatia que aplaca todas as dores dos corações alheios, aquela mesma simpatia que possibilitou a Jesus dizer: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Seu imenso amor abrangia tudo. Ele poderia ter destruído seus inimigos com um olhar. Entretanto, assim como Deus está nos perdoando ininterruptamente, embora conheça todos os nossos maus pensamentos, essas grandes almas que estão em sintonia com Ele também nos dão esse mesmo amor.

Se você quer desenvolver a Consciência Crística, aprenda a ser solidário. Quando um genuíno sentimento pelos outros entra em seu coração, você está começando a manifestar essa grande consciência. (...) O Senhor Krishna disse: "O mais elevado iogue é aquele que vê com igual atitude todos os homens". 

A ira e o ódio nada constroem. O amor traz recompensa. Você pode derrubar uma pessoa, mas quando ela se levantar novamente, tentará destruí-lo. Como então a conquistou? Você não a conquistou. A única maneira de conquistar é pelo amor. E quando não puder conquistar, apenas guarde silêncio, ou vá embora e reze pela pessoa. Esse é o modo como você tem de amar. Se colocar isso em prática na sua vida, você terá uma paz maior do que pode imaginar."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 142/144)