OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

AMOR

"'O amor nos põe à disposição o mais frutífero e abençoado dos terrenos para o crescimento interior. Esse 'solo fecundo', quando fertilizado pelo afeto real, nos faz abrir mão da ilusão de possuir toda a verdade, eliminando, em consequência, nossas síndromes de inflexibilidade'.

A condição primordial para que possamos realmente partilhar o amor é não impedir o outro de crescer como indivíduo distinto de nós. Quando bloqueamos o crescimento de quem amamos, a relação de afetividade fica segmentada por montanhas de frustração e desapontamento.

'A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um. (...) O direito estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça. Aliás, ele não regula senão certas relações sociais, enquanto que, na vida particular, há uma imensidade de atos que são unicamente da alçada do tribunal da consciência'.

O 'respeito aos direitos de cada um', a que se referem os Guias Espirituais, está fundamentado, acima de tudo, nos bens imortais ou valores íntimos que conquistamos e que nos dão o direito de uso, desfrute e disposição, sem desacatar, afrontar ou impedir, no entanto, o crescimento das pessoas com quem convivemos.

O ultraje e o desrespeito no amor tem como 'pano de fundo' certas características psicológicas de indivíduos que negam seus próprios temores, inseguranças e fraquezas e que se compensam utilizando comportamentos autoritários, possessividade e arrogância.

No amor não é preciso viver como se estivéssemos num 'torneio de competições', tentando medir forças ou exibir a importância de nosso valor por meio de imposições, discussões e disputas diárias. O respeito legitima e valoriza o amor, que sempre vem acompanhado de atenção, colaboração, companheirismo e afetuosidade.

Quando amamos alguém, o melhor a fazer é mostrar-lhe nossa 'visão de mundo'. No entanto, devemos dar-lhe o direito de aceitar ou de recusar nossas ideias e pensamentos, sem causar-lhe nenhum constrangimento nem utilizar expressões de subordinação.

Eis algumas notas importantes para todos aqueles que pretendem cultivar o amor pleno:

⚫ respeitar o valor das diferenças pessoais;

⚫ evitar atitudes de possessividade afetiva;

⚫ admitir que todos estamos sujeitos ao erro;

⚫ abandonar a ideia de ser compreendido em tudo;

⚫ assumir a responsabilidade pelos atos que praticar;

⚫ não esquecer a própria identidade;

⚫ jamais querer mudar as pessoas pelos seus pontos de vista;

⚫ usar sempre a sinceridade como defesa;

⚫ perceber suas limitações para poder compreender as dos outros;

⚫ entender que, em se tratando do amor, todos somos ainda aprendizes.

No que diz respeito a laços afetivos, por mais envolvimento que haja em termos de simpatia, ternura e anseio, a dinâmica que nos manterá unidos a outra pessoa será invariavelmente o respeito mútuo. Se desejarmos conviver bem afetivamente, deveremos nos empenhar na aquisição da sabedoria interior, que é sempre uma tarefa pessoal.

Para atingirmos a plenitude do amor, é necessário nos libertarmos das crises de onipotência, pois somente admitindo nossa vulnerabilidade é que criaremos uma situação favorável para o êxito no amor.

O amor nos põe à disposição o mais frutífero e abençoado dos terrenos para o crescimento interior. Esse 'solo fecundo', quando fertilizado pelo afeto real, nos faz abrir mão da ilusão de possuir toda a verdade, eliminando, em consequência, nossas síndromes de inflexibilidade."

Texto extraído do livro "Os prazeres da alma', de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, ed. e dist. de livros espíritas, Catanduva, SP, 2003, p. 185/187.
Imagem: Pinterest


quinta-feira, 20 de março de 2025

PAIXÃO E AMOR (1ª PARTE)

"(...). '907. Será substancialmente mau o principio originário das paixões, embora esteja na natureza?

"Não; a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.'


O desenvolvimento da afetividade decorre do amadurecimento psicológico do ser que cresce, a esforço moral, ampliando a capacidade de entendimento emocional e cultural. Nem sempre, porém, resulta da aquisição de cultura, mas sim da perfeita harmonia entre sentir e saber, de modo que se possam evitar os distúrbios que, não raro, surgem durante o processo de evolução.

A afetividade é de incomparável necessidade para a afirmação dos sentimentos e da consciência humana, em razão da constituição espiritual, emocional e psíquica de que todos são constituídos.

Quando irrompem as emoções em catadupas, ante o encontro com outra pessoa, que produz impacto de alta expressão, que se transforma em desejo, esse não é um real sentimento de amor, mas sim de paixão. A paixão, invariavelmente, é um fenômeno de transferência psicológica, mediante o qual o indivíduo se deslumbra por si mesmo, refletido naquele que o atrai e lhe provoca encantamento. A sua porção feminina, quando se trata de um homem, ou masculina, quando seja mulher, expressa nos conteúdos psicológicos anima e animus, é projetada para o outro, que passa a habitar uma galeria mitológica, tornando-se um alguém irreal que necessita ser conquistado. 

Todo o empenho é desenvolvido para consegui-lo, e os estímulos orgânicos se tornam poderosos em face da atração magnética de ordem sexual que é experienciada, atuando de maneira a levar o apaixonado a triunfar sobre a sua presa que, adorada, sintetiza todas as ambições e necessidades do conquistador. É semelhante às ocorrências do mesmo gênero no panteão mitológico dos deuses. O ser humano, no entanto, não é deus algum, mas ser com sensibilidade e sentimentos comuns...

No começo o relacionamento é intenso, a admiração é constante, porque a imagem projetada inspira todo esse encantamento e interesse.

À medida, porém, que a convivência demitiza o sobrenatural da afetividade desequilibrada, a realidade assume o inevitável papel de controle das emoções, e o despertamento traz o desencanto e a amargura que passam a conviver com os parceiros, quando não o desentendimento, a agressividade, a violência, o crime...

Normalmente, após o estabelecimento de qualquer fenômeno de paixão afetiva, surgem o acordar da consciência e o conflito de comportamento, que levam a sofrimentos que poderiam ser evitados, caso se houvesse agido com equidade e maturidade psicológica.   

Esse tipo de arrebatamento que conduz ao imaginoso, à fantasia, ao mítico, atribuindo virtudes e belezas a outrem, que os não possui, de um para outro momento, é como o fogo fátuo, de efêmera duração, sendo efeito da combustão de gases que evolam dos cemitérios e pântanos, que brilham e logo desaparecem...

Nessa projeção de belezas com promessas de felicidade perene, em breve tempo sucumbem as aspirações cultivadas e logo surgem os conflitos perturbadores, que também são reflexos da personalidade atribulada e insatisfeita, que busca prazeres sexuais e outros, distante das emoções enriquecedoras e de alto significado.

Esse tipo de busca - a do sexo sob impulsos de desordenadas aspirações do prazer - não satisfaz, deixando sempre um sentimento de culpa, quando não se dá também o de frustração, que envilece e amargura.

Raramente se transforma em motivo de aprimoramento moral, porque o indivíduo se escraviza e se entrega, perdendo a sua realidade, quando se prolonga por algum tempo mais esse tipo de chama abrasadora.

As consequências são sempre infelizes. A história da literatura oferece exemplos muito significativos que merecem reflexão.(...)." 

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 151/153.
Imagem: Pinterest