OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 20 de abril de 2016

A TRAIÇÃO ESCURECE NOSSA ÉPOCA

"A maior perda na Segunda Guerra Mundial tem sido descrita como o declínio da lealdade. Um atributo da natureza humana, a deslealdade, tem-se manifestado num grau incomum nos últimos tempos. Na verdade, um termo especial de más conotações vem sendo usado para designá-la. Este termo é 'quinta coluna', significando a traição como uma escolha política. Quando, em 1936, o General Emilio Mola anunciou que capturaria Madri porque tinha quatro colunas fora da cidade e uma quinta coluna de simpatizantes dentro, o mundo agarrou-se à frase com a voracidade de um homem que busca encontrar uma senha importante. A frase era, de fato, um alarme de calamidade, como a subversão que se seguiu demonstra. O que o General Mola fez foi indicar a dimensão da traição no nosso tempo. Outras épocas tiveram seus traidores individuais - homens que, por pusilanimidade ou por avidez, traíram suas causas - mas no século vinte, pela primeira vez na história, os homens reuniram-se aos milhões, em movimentos como o nazismo, o fascismo e o comunismo totalitário, dedicados ao propósito de trair as instituições sob as quais viviam. A traição tornou-se uma vocação, cuja forma moderna é especificamente a traição de ideias. Isso é, na verdade, parte da escuridão desses anos. 

A falta de fé encontra expressão no baixo padrão moral na vida pública, marcada como está pela corrupção. Isso é particularmente evidente na esfera dos políticos, nacionais e internacionais. Em palestra proferida durante o mês de setembro de 1951, Herbert Hoover, ex-Presidente dos Estados Unidos, disse: '(...) Temos um crescimento canceroso de desonestidade intelectual na vida pública que está principalmente por trás da lei. A discussão hoje é a decência na vida pública versus a indecência. (...) Nosso maior risco não é a invasão de exércitos estrangeiros. Nosso perigo é o de podermos cometer suicídio internamente por complacência com o mal ou por aceitação pública de comportamentos escandalosos."

Embora seja verdade que a própria natureza humana esteja inclinada a esses males que, admite-se, não se confinam apenas à cristandade, é também verdade que uma função do ensinamento e da prática religiosa é reduzi-los a um mínimo, inspirando os homens a elevarem-se acima deles. Se, entretanto, exemplos de prevalência desses males estão registrados na Bíblia e, numa interpretação literal, a Deidade ou Seus representantes encontram-se aí encorajando alguns deles, os que inculcam uma interpretação letra morta dessas e de outras passagens não podem se eximir de alguma responsabilidade por ações similares praticadas por pessoas cuja religião está fundada na Bíblia. Não obstante, o autor reitera aqui a opinião de que muitas instituições cristãs propõem  uma moralidade elevada, embora ela não seja suficientemente seguida. A cristandade, de fato, produziu um número formidável de homens e mulheres magníficos, muitos dos quais se tornaram grandes servidores da humanidade. Pode-se seguramente afirmar que muitas igrejas e seus pastores, escolas dominicais e seus instrutores, trabalhadores cristãos, pais e professores ensinam a restrição moral e, em particular, tendem a encorajar, entre os jovens, a conduta e um padrão moral elevado, semelhante ao de Cristo."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 24/25)


quarta-feira, 13 de abril de 2016

A DESCOBERTA DA ESPIRITUALIDADE (1ª PARTE)

"Você já se perguntou o que é espiritualidade? Para muitas pessoas, a espiritualidade é aquilo que é vivenciado por quem professa uma religião. De fato, dentro do universo das religiões, com seus ensinamentos e cultos, pode-se entrar numa atmosfera de profunda elevação espiritual. Além disso, nossa cultura religiosa ocidental ensina que não há espiritualidade fora da religião, e diferentes religiões disputam o privilégio de serem o único caminho para Deus.

No entanto, Gordon Allport, um dos mais importantes psicólogos do século XX, em um estudo sobre preconceito observou que, paradoxalmente, no meio religioso encontram-se tanto os mais impactantes exemplos de compaixão e tolerância, como os mais perturbadores exemplos de preconceito, violência ideológica e intolerância. Isso significa que professar uma religião não está necessariamente associado a uma genuína vivência espiritual. E, portanto, a pergunta continua: o que é espiritualidade?

Analisada do ponto de vista subjetivo, ou seja, naquela dimensão que se passa no interior de nossa mente, a espiritualidade surge como uma qualidade especial da consciência da ordem do amor, da sabedoria e da paz interior. Ela pode ser inspirada e estimulada pela prática religiosa ou, como percebeu Allport, pode ser suprimida por uma prática inadequada e imatura, tanto do ponto de vista existencial como ético. (...)"

(Marco Aurélio Bilibio Carvalho - A descoberta da espiritualidade - Revista Sophia, Ano 9, nº 33 - p. 5/6)


terça-feira, 29 de março de 2016

AUTOANÁLISE

"Para melhorar a sociedade - algo que todos desejamos - o método mais sábio e eficaz é começarmos a melhorar por nós mesmos.

É essencial que comecemos a assumir a coragem de pesquisar-nos, usando a mesma lente com a qual analisamos os demais.

Só conseguimos ver hipocrisia, ambição, incorreção, fraqueza, feiura, covardia, maldade, egoísmo, vaidade... nos outros, sempre nos outros. Facilmente lançamos sobre os outros a culpa de todas as crises, de todas as calamidades e injustiças, desta grande devastação... que está assolando a sociedade e o planeta.

É cômodo e fácil inculpar os demais. O difícil é exatamente o que pode melhorar tudo - conhecer-nos fria e objetivamente, para, depois, com a ajuda de Deus, oferecermos ao mundo mais um ser humano correto, que tanto 'falta na praça'.

Ensina-me, Senhor, a conhecer-me."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, São Paulo, 1995 - p. 137)


quarta-feira, 23 de março de 2016

DOAÇÃO ILIMITADA

"Talvez o aspecto mais importante do misticismo prático seja a compaixão. A noção que temos de 'minha vida' pode estar baseada numa suposição terrivelmente errada. Quando se olha cuidadosamente para a vida existe muitíssimo pouco que se pode chamar de 'meu'. Vida é interação e relacionamento em todos os níveis. O que acontece quando você vê alguém com a tristeza estampado no rosto? Aquela tristeza não se transforma, pelo menos momentaneamente, numa parte de sua vida? Você pode ignorar e dizer que não é problema seu. Mas a verdade da experiência é que durante um momento fugaz a vida de outro ser humano penetrou a sua. Provavelmente responderemos a esses momentos com insensibilidade ou indiferença, e geralmente tentamos nos explicar na esperança de afastar essa verdade. no entanto, nem todos respondem dessa maneira.

'Pois eu estava faminto, e me destes alimento; estava sedento, e me destes o que beber; era um estranho, e me acolhestes; estava nu e me vestistes; estava doente, e me visitastes; estava na prisão, e viestes a mim. Então o justo responde-lhe, dizendo: 'Senhor, quando Vos vi faminto, e Vos alimentei? Ou sedento, e Vos dei de beber? Quando Vos vi como um estranho, e Vos acolhi? Ou nu, e Vos vesti? Ou quando Vos vi doente, ou na prisão, e fui até Vós? E o rei responde: Verdadeiramente vos digo, o que fizestes ao menor destes meus irmãos, a mim o fizestes.' Marcos, 25:35-40.

Qual é a natureza de uma consciência que é una com aqueles que sofrem, que estão passando por necessidades, que estão doentes, ou na prisão, ou que nada têm? A mesma pergunta poderia ser feita a respeito daqueles que estão experimentando opressão, tortura, solidão, o que pode incluir milhares de animais trancafiados em laboratórios ao redor do mundo. Existe alguma diferença entre uma consciência assim e a compaixão? Pode ser fácil falar de compaixão, mas experimentá-la verdadeiramente é uma realidade completamente diferente. O ensinamento dado por Jesus a seus discípulos, mencionado acima, mostra enfaticamente a identidade fundamental entre unidade e compaixão. São uma só coisa.

Os ensinamentos dos místicos são essencialmente práticos e de grande relevância para a transformação da consciência humana. Talvez seu ensinamento prático mais direto seja que aquilo que consideramos ser nossa individualidade na verdade é apenas uma aparência, 'um convidado passageiro', uma miragem no deserto. Eles afirmam que viver dentro dessa prisão não é vida verdadeira, e que, quando o coração e a mente estão purgados de todo egoísmo e autoimportância, o terreno fica pronto para o divino ali habitar. Eles dizem que sem nada buscar tudo obtiveram, e que o divino deu de si sem reservas na profundidade de suas experiências místicas. Alguns deles disseram que o divino é apenas doação ilimitada, e que a vida, e cada uma de suas formas, é essa doação." 

(Pedro Oliveira - Misticismo como experiência prática - Revista Sophia, Ano 10, nº 37 - p. 17)


domingo, 23 de agosto de 2015

MEU KARMA SOU EU MESMO (PARTE FINAL)

"(...) 'Consta em Luz no Caminho que 'Nenhum homem é seu inimigo; nenhum homem é seu amigo. Todos são igualmente instrutores'. Mas esses instrutores, tanto amigos quanto inimigos, são ele mesmo; e, na realidade, é ele, por meio da instrumentalidade desses seres, que está ensinando a si mesmo os princípios da Unidade. O primeiro lampejo da verdadeira unidade de toda a existência surge quando o 'fora' e o 'dentro' são compreendidos como os dois lados de uma mesma moeda, sempre inseparáveis na unidade, embora cada um possa ser observado separadamente.

'Há um belo exemplo dessa verdade numa história narrada sobre um iogue hindu que viveu na época do Motim da Índia. Sua meditação constante era verdadeiramente para compreender a Unidade ou Deus. Um dia ele estava meditando num certo local, e à sua volta, aconteciam os eventos violentos do Motim. Os soldados ingleses que estavam combatendo os rebeldes chegaram até esse homem sagrado, mas não reconheceram que ele era um homem sagrado, alguém que estava tentando compreender a natureza de Deus, e não um dos rebeldes. A história conta que um dos soldados correu até ele e enfiou-lhe a baioneta. Contudo, enquanto o soldado corria em sua direção, o iogue olhou para ele calmamente e murmurou para si mesmo: 'Mesmo tu és Ele', Ele tinha esperado durante muito tempo pela chegado do Senhor, e o Senhor chegou à sua maneira.

'É este mesmo ensinamento da Unidade que temos na nossa Cadeia de União: 'Há uma Paz que ultrapassa o entendimento; mora no coração daqueles que vivem no eterno. Há um Poder que renova todas as coisas; vive e atua naqueles que conhecem o Eu como Uno'. O aspirante só começa a viver esse ensinamento em sua própria vida quando põe em prática a verdade subjacente às palavras: 'Mesmo tu és Ele'. Cada evento na vida, agradável ou desagradável, cada dor, cada fracasso, em suma tudo que consideramos como o não eu, deve, de alguma maneira misteriosa, ser compreendido como o Eu.

Porém, ainda mais do que isso, cada objeto e cada evento deve ser compreendido, mesmo que no início apenas em imaginação, como ele mesmo. As diversidades da manifestação são corporificações da Unidade, e, para aquele 'que vê', não existe separação entre ele mesmo e a Unidade. 'Eu sou Ele' deve não apenas significar que o homem e o Divino são um e não dois; deve significar também que 'eu' sou o mineral, o vegetal, o animal, o pecador, o santo, cada evento diário em minha vida e na vida do mundo. Deve significar, especialmente, já que somos homens e temos limitações humanas, que aquilo a que os homens fazem objeção como sendo 'desagradável' - luta, dor, desapontamento, fracasso - é também a Unidade, e assim 'eu mesmo'.'"

(Radha Burnier - Meu karma sou eu mesmo - Revista TheoSophia, ano 104, Abril/Maio/Junho de 2015 - Pub. Sociedade Teosófica no Brasil - p. 9/10)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


sexta-feira, 29 de maio de 2015

A GRAÇA DIVINA E O ESFORÇO HUMANO

"'Na história da religião, há um debate eterno quanto ao que é importante: a graça divina (kripa, como é chamada na Índia) ou o esforço humano. A resposta é muito simples, e os mestres repetidas vezes têm tentado levá-la às pessoas nos seus ensinamentos.

'O homem deve fazer o melhor que puder, é claro. Entretanto, o melhor que fizer haverá de se coroar de êxito na medida em que ele compreenda que não é ele, como ser humano, que está agindo, mas que é Deus que age por intermédio dele, inspirando-o e orientando-o.

'Pensar em Deus como o Agente não faz com que a pessoa seja passiva. Requer uma grande força de vontade ser receptivo a Ele. O fiel deve se oferecer positiva e alegremente para o fluxo da graça divina. 

'O poder que está em você é seu, mas é dado por Deus. Faça uso dele; Deus não o utilizará por você. Quanto mais você harmoniza a sua vontade com relação à Sua infinita vontade, durante a atividade, mais você terá o poder de Deus e a Sua infinita vontade, mais você terá o Seu poder e a Sua bênção, fortalecendo-o e orientando-lhe os passos em tudo o que fizer.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 111) 


quarta-feira, 27 de maio de 2015

A UNIVERSIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Uma verdadeira Universidade deveria preparar o homem de tal modo que, depois de terminados os estudos, ele tivesse sempre durante toda sua vida uma serena clareza de espírito como se um imortal estivesse desenvolvendo um trabalho temporal; tal é o verdadeira objetivo de qualquer cultura digna deste nome. Diz-se que a missão de uma Universidade é formar homens educados e sábios; pois bem, do ponto de vista teosófico, a Universidade deve produzir homens servidores e imortais. É justamente na Universidade onde os mais altos ideais da vida deveriam projetar-se como beleza e serenidade; e o mais alto ideal que se pode ensinar ali ao homem, nos tempos atuais, deveria ser a alegria de cooperar com todos os homens e com todas as nações, para conseguir o bem-estar da Humanidade. (...)

Todos aqueles que foram beneficiados com o que as nossas Universidades modernas podem ensinar, sabem quanta gratidão se deve ter por esses centros de educação; mas ao mesmo tempo é mister reconhecermos que se esses ensinamentos nos preparam de algum modo mentalmente, não os puseram em condições de compreender o problema da vida que enfrentamos ao deixarmos a Universidade. Tivemos que desaprender, lenta e dolorosamente, muitas lições do passado e aprender numerosas lições, estranhas e difíceis, das quais os nossos professores não nos haviam falado. Se pudéssemos mudar tudo isso radicalmente, se a Universidade pudesse transformar-se  num lugar onde nos indicassem o trabalho próprio para alimentar a nossa alma; se ali nos fizessem ver que, à medida que vamos executando esse trabalho espiritual, mais e mais nos aproximamos da Eternidade, então, estou seguro, a vida universitária se tornaria a parte principal da existência do indivíduo. Mas na situação atual, muitas pessoas que não passaram pelas aulas universitárias são Almas mais nobres e Servidores mais dedicados, do que aqueles que estudaram muitos anos na Universidade. Tudo isso há de mudar, seguramente, quando os princípios fundamentais da Teosofia permearem a educação e nossos professores ensinarem acima de tudo as grandes verdades que revelam ao homem sua natureza Divina e como essa natureza se desenvolve através do serviço à Humanidade."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 41/43)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O ENSINO FUNDAMENTAL (PARTE FINAL)


"(...) Cada criança deve aprender, no começo e no fim de cada dia, a lembrar-se de que é uma alma, através de uma simples oração. Isso pode ser conseguido por meio de uma simples invocação, como, por exemplo, a que empregam para esse fim os filhos dos teósofos, que pertencem ao agrupamento denominado 'Cadeia de Ouro do Amor', a qual diz assim: 

'Eu sou um elo da Cadeia de Ouro do Amor, que circunda o mundo, e devo manter meu elo brilhante e forte'. 
'Assim, procurarei ser bom e amável para com todos os seres vivos que encontrar e ainda proteger e ajudar todos aqueles que são mais fracos do que eu'. 
'Farei todo o possível para ter pensamentos puros e belos; para dizer palavras puras e verdadeiras e executar ações puras e nobres. Oxalá cada elo da Cadeia de Ouro torne-se puro e forte". 

A imaginação da criança poderá com facilidade compreender o simbolismo desta bela oração, que encerra a ideia da grande unidade da Vida, mais ampla do que a da própria criança. Uma obra, que ainda está faltando na área educacional, é a de livros didáticos e contos infantis, que apresentassem às crianças a vida universal da Humanidade, estimulando ao mesmo tempo sua imaginação. Poderíamos transformar as crianças em grandes filósofos, se simplesmente compreendêssemos que a filosofia não é um conjunto de sistema definidos ou de escolas, mas de pensamentos, sentimentos e aspirações comuns ao que de melhor existe na humanidade. 

Outro elemento de importância na educação da criança é o ensinamento que lhe possamos dar, através do cuidado com animais e plantas. Estas classes inferiores da criação deviam estar sempre em íntimo contato com sua vida, a fim de que ela se recordasse constantemente que forma parte de uma grande e única cadeia de vida; a fim de que aprendesse que não somente o servir aos seus semelhantes é coisa nobre, senão que também é necessário e proveitoso servir aqueles seres que no plano da vida ocupam lugares inferiores ao seu. Além disso devemos ter presente que cada flor, cada árvore, cada animal irradia uma influência própria e que podemos utilizar esses auxiliares invisíveis para fomentar o desenvolvimento dos bons sentimentos e pensamentos das crianças." 

(C. Jinarajadasa - Teosófica Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 36/38


quarta-feira, 1 de abril de 2015

TORNE-SE UM DISCÍPULO

"Todo mestre espiritual, seja uma encarnação divina ou uma alma iluminada, tem dois conjuntos de ensinamentos - um para a multidão, outro para os discípulos. O elefante possui dos conjuntos de dentes: as presas com que se defenda das dificuldades exteriores e os dentes com os quais come. O mestre espiritual prepara o caminho de sua mensagem com lições genéricas - seriam suas presas. A verdade profunda da religião ele a revela apenas aos discípulos íntimos. Porque a religião é algo que pode de fato ser transmitido. Um mestre verdadeiramente iluminado pode transmitir-nos o poder que revela a consciência divina, latente em nós. Mas é preciso que o campo seja fértil e o solo esteja pronto antes que a semente possa ser semeada. (...)

Cristo ensinava desse mesmo modo. Ele não pronunciou o Sermão da Montanha para as multidões, e sim para os discípulos, cujos corações estavam prontos para recebê-lo. As multidões ainda não estão aptas para entender a verdade de Deus. De fato, nem a desejam. Meu mestre, Swami Brahmananda, costumava dizer: 'Quantos estão prontos? Sim, muita gente vem até nós. Temos o tesouro a dar-lhes. Mas eles querem apenas batatas, cebolas e berinjelas.'

Qualquer um de nós que deseje sinceramente o tesouro, que busque a verdade, pode beneficiar-se da mensagem dada no Sermão da Montanha e pode tornar-se um discípulo. Cristo, como veremos em nosso estudo do Sermão, fala das condições que temos de possuir para sermos discípulos e para as quais precisamos preparar-nos. Ele ensina os caminhos e os meios para atingirmos a purificação de nossos corações, de modo que a verdade de Deus possa revelar-se por inteiro dentro de nós."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo, 2007 - p. 19/21)
www.pensamento-cultrix.com.br


domingo, 21 de dezembro de 2014

O PODER DO DISCERNIMENTO

"A única maneira de livrar-se desta terrível roda de karma - em que damos voltas e voltas, como esquilos que correm dentro de uma gaiola giratória - é aderir ao caminho e ideais espirituais expostos por nosso abençoado Gurudeva, sabendo que suas bênçãos e orientação nunca estão ausentes. Em sua onipresença em Deus, ele está logo atrás da escuridão de nossos olhos fechados, observando-nos silenciosamente. Conforme retemos essa consciência, que nos mantém receptivos à sua ajuda sempre presente, aumentamos nossa habilidade para usar a espada do discernimento que ele nos entregou na sabedoria de seus ensinamentos. Corajosamente, eliminaremos as distrações mundanas que seduzem e levam nossa mente para os caminhos materialistas. Estaremos em condições de optar, de bom grado por viver de acordo com aqueles ideais que nos aproximam de Deus. Pelo poder do discernimento, aprendemos a fazer as coisas que devemos fazer quando devemos fazê-las - não impelidos por influência externa, mas agindo tranquila e sabiamente, com nossa inteligência e vontade concedidas por Deus.

Devemos aprender a nos examinar todo dia: 'Como estou indo? Em que direção vou? Que fiz hoje que me levou para Deus em pensamento, palavra e ação?' E: 'Que maus hábitos continuo a seguir que afastam minha mente de Deus?'.

Quando, muitas e muitas vezes, pela meditação e pelo constante esforço espiritual, lembramos a nós mesmos que não somos seres mortais, mas almas imortais, gradualmente rompemos as correntes que há muito tempo nos mantêm atados à limitada consciência da carne e ao mundo de incessante e aflitiva mudança. Uma vez que começarmos a abandonar aqueles grilhões, teremos lampejos de nós mesmos como almas feitas à imagem de Deus. Quanto mais avistamos essa imagem divina em nosso interior, mais sentimos o amor Dele em nossos corações, a sabedoria Dele em nossas mentes e a alegria Dele em nossas almas."

(Sri Daya Mata, Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 270/271)

sábado, 13 de dezembro de 2014

O PRECONCEITO (2ª PARTE)

"(...) O estudante teosófico tem por obrigação aprender a ver as coisas como elas são, e isso significa controle, vigilância e muito trabalho. No Ocidente, por exemplo, as pessoas estão cheias de preconceitos na área religiosa, pois, tendo nascido numa determinada religião, somos ensinados, perseverantemente, a considerar todas as outras meras superstições. Nossas ideias, por conseguinte, são desequilibradas desde o início, e até quando aprendemos a conhecer um pouco de outras religiões e a respeitá-las, fica difícil para nós figurar-nos nascidos nelas. (...)

Quanto mais ignorantes forem as pessoas, maior será a sua desconfiança daquilo a que não estão acostumados. Os camponeses, por exemplo, desconfiam instintivamente de todos os estrangeiros, e em muitos lugares no interior da Inglaterra, um francês, por exemplo, se não estiver na pobreza e necessitado de auxílio, será, por certo, olhado com desconfiança. Se estiver com fome, será alimentado e tratado com compaixão; mas se se apresentar como colega de trabalho, tudo o que fizer será criticado, metido a ridículo e objeto de suspeita. Ora, está visto que tudo isso promana da ignorância e ocorre porque os camponeses não estão acostumados a conviver com estrangeiros. (...)

Do modo como andam as coisas, nossas opiniões se alicerçam em fundamentos muito leves; encontramos uma pessoa pela primeira vez, e uma palavra sua, ou algum gesto trivial, desperta em nós uma pequena antipatia, de modo que se ergue um murozinho entre nós e ela. Isso pode parecer uma questão sem importância, mas, se não tomarmos cuidado, a antipatiazinha pela pessoa se avolumará e transformará em barreira, que nos impedirá, para sempre, de compreendê-la. Até certo ponto, poderemos vê-la através da forma de pensamento que nós mesmo fizemos, e não podemos vê-la corretamente, pois é o mesmo que olhar por um vidro torcido e colorido que tudo deforma. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 99/100)

domingo, 7 de dezembro de 2014

ANTES DE BUSCAR DEUS, CONCILIA-TE COM O TEU ADVERSÁRIO (PARTE FINAL)

"(...) 'Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto está com ele no caminho...' Cristo está nos ensinando que não podemos perder tempo e energia em discussões e ressentimentos, mas que devemos refazer-nos tão rapidamente quanto possível no pensamento de Deus. Perceber Deus - eis o nosso propósito de vida; portanto, é preciso que procuremos manter-nos conscientes dele com poucas interrupções e que elas sejam as menores possíveis. 'Joga fora todas as conversações inúteis' - dizem-nos os Upanishads. 'Conhece apenas a Atman.' 

O desejo de discutir e de brigar é um sinal do ego. Se desejarmos encontrar Deus, precisaremos eliminar o ego e humilhar-nos - não diante de nosso adversário, mas diante do Deus, que está dentro dele. Não te submetas jamais a um adversário poderoso por temeres a consequência de desagradá-lo; isso seria covardia. Faze distinção, porém, entre princípios e opiniões. Diz um ditado hindu: 'Dize, ' sim, sim' para todos, mas conserva firme a tua posição!' Não te comprometas com ideais e princípios. Mas, em se tratando de opiniões, aprecia pontos de vista diferentes dos teus, e aceita-os quando valerem a pena. Swami Turiyananda dizia: 

'Teimosia não é força. A teimosia apenas mascara a própria fraqueza. Forte é quem é flexível como o aço e não quebra. Forte é quem pode viver em harmonia com muitas pessoas e pode dar atenção a opiniões que não sejam as suas.'"

(Swami Prabhavanda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 55/56)
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sábado, 6 de dezembro de 2014

ANTES DE BUSCAR DEUS, CONCILIA-TE COM O TEU ADVERSÁRIO (1ª PARTE)

"Até que alcancemos efetivamente a união com Deus, claro que é absolutamente natural a ocorrência de disputas e desentendimentos entre nós e os outros. É preciso, porém, que não deixemos o ressentimento permanecer em nós; caso contrário, ele nos corroerá os corações como um câncer. Cristo que, como todos os mestres verdadeiramente espirituais, era grande psicólogo, ensinou que devemos reconciliar-nos o mais cedo possível com nosso irmão, antes de oferecermos nossa oferenda a Deus. Todos quantos tenham praticado a meditação compreenderão imediatamente quão profundo é este ensinamento.

Suponha que alguém o tenha ofendido e que você se irritou. Ao começar a meditar, o que acontece? A oração e a meditação concentram a mente e intensificam as emoções. Consequentemente, o montículo de irritação converte-se numa montanha de raiva. Você começa a imaginar coisas terríveis sobre a pessoa que o ofendeu. Você acaba por sentir-se incapaz de meditar e de rezar, incapaz de achegar-se de Deus, enquanto não se reconciliar sinceramente com seu irmão. Só há um meio de sentir-se sinceramente reconciliado: procurar ver Deus em todos os seres e amá-lo neles todos. Se você se irritou com seu irmão, reze por ele como você o faz por você mesmo; reze para que ambos possam crescer no entendimento e na devoção a Deus. Logo você alcançará a espiritualidade. Mas, se guardar a raiva no coração, você ferirá tanto a si mesmo quanto a seu irmão.

Ensina-se no Budismo e no Vedanta que é dever do homem rezar pelos outros antes de rezar por si mesmo. Pede-se que mandemos um pensamento de boa-vontade a todos os seres antes de nos oferecermos a Deus. Semelhante prática é um estágio significativo na conquista do amor ao nosso próximo e a Deus. (...)"

(Swami Prabhavanda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 54/55)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (4ª PARTE)

O Iluminado em discernimento

"Vivekananda foi um líder religioso, fundador da Missão Ramakrishna. Nasceu em 12 de janeiro de 1863, em Calcutá. Ele se tornou um discípulo de Ramakrishna, porque este preencheu suas exigências de um mestre que, apesar de suas experiências diretas com Deus, desse ensinamentos que não contradissessem a razão. (...)

Em 1893, Vivekananda representou o hinduísmo no Parlamento Mundial das Religiões, em Chicago, onde ele pregou a unidade da existência, a divindade da alma, a não-dualidade do supremo e a harmonia das religiões.

Vivekananda inaugurou o movimento Vedanta nos Estados Unidos e visitou a Europa.(...)

Ele morreu a 4 de janeiro de 1902, aos 39 anos.

O Grande Iniciado

Abhedananda foi um outro fiel discípulo de Ramakrishna, amigo pessoal de Vivekananda. Além de ter conseguido a perfeição em ioga, deixou obras sobre esse assunto, expressando exclusivamente seus conhecimentos e experiências pessoais. Escreveu sobre a essência a verdadeira compreensão da ioga, tornando os ensinamentos dessa ciência milenar claros e compreensíveis.


O Poeta Iluminado

Rabindranath Tagore foi um escritor bengali, nascido em Calcutá, em 1861. Descendente de família rica e aristocrática que desempenhou papel importante, muito ativo, no reflorescimento védico no início do século XIX, educado no clima de fermentação espiritual e social que caracterizava a Índia de então. Rabindranath descobriu o mundo ocidental ao ir estudar Direito na Inglaterra em 1879. Em 1880 teve início sua verdadeira iniciação literária, profundamente mística. Sua principal preocupação já nessa época era encontrar um traço de união entre a cultura do Oriente e a do Ocidente e em seu espírito se forjava um novo humanismo que resultaria na fundação, em 1921, da Universidade Viçva Pharati, para o ensino da música, dança, belas-artes e artes decorativas (...).

Ele morreu em 1941."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)

terça-feira, 22 de julho de 2014

TREINE SEU CORAÇÃO PARA SENTIR A FRATERNIDADE HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Alguns ocidentais consideram os hindus pagãos; não sabem que muitos hindus também consideram hereges os ocidentais - a ignorância de cada lado está bem dividida. Às vezes, perguntam-me se creio em Jesus. Respondo: 'Por que essa pergunta? Nós, na Índia, reverenciamos Jesus e seus ensinamentos, talvez mais do que vocês.'

Para amar Cristo, deve-se viver o que ele ensinou, deve-se seguir o exemplo de sua vida. Jesus disse: '(...) a quem te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.' (Mateus 5:39) A Índia tem praticado este ensinamento mais do que qualquer outra nação. Muitos dos que se dizem cristãos nem sequer são praticantes; dizem que é uma bela filosofia, mas se você lhes batesse, devolveriam doze bofetadas, um pontapé e talvez um tiro! Quem revida não é um verdadeiro cristão ou seguidor de Cristo, pois este não é o espírito de Jesus, que a todos perdoou.

Sempre que vir o símbolo da Cruz, recorde-se do que representa - que você deve carregar sua cruz com a atitude correta, como Jesus o fez. Quando sua inteção é boa e, apesar disso, você é incompreendido e maltratado, em vez de zangar-se, deve dizer: 'Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem.' Por que perdoar quem lhe faz mal? Porque, se revidar, raivosamente, você desfigura a própria natureza divina de sua alma - e então, será igual a seu ofensor. Mas se mostrar força espiritual, será abençoado, e o poder do comportamento correto também ajudará seu oponente a superar a falta de entendimento.

Os eternos princípios de verdade e justiça ensinados por Jesus são encarados com muita seriedade na Índia - nós os tomamos ao pé da letra, sem interpretá-los para adaptá-los a nossos propósitos. Jesus disse: 'E todo aquele que deixar, casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, ou terras, por amor ao meu nome, receberá cem vezes mais e herdará a vida eterna.' (Mateus 19:29) Esse espírito de renúncia por Deus está bem difundido na Índia. Especialmente em tempos idos, o ideal de todo homem era dedicar ao menos uma parte de sua vida inteiramente a Deus."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 285/286)


segunda-feira, 9 de junho de 2014

TODO MUNDO É SEU MESTRE

"Na escola da vida, tudo o que lhe acontece traz algum ensinamento, e todo mundo é o seu mestre. Considere as suas experiências como mensagens codificadas, cujo significado diz: ‘Há sempre alguma coisa que você precisa aprender a fim de crescer e se expandir.'

A doença pode ser um excelente exemplo. Quando você pega uma gripe ou resfriado, é como se o universo estivesse querendo dizer: ‘Calma! Vá devagar; entre para dentro de si por alguns instantes – você precisa descansar e olhar para seu mundo interior.’ Se prestar atenção a essas mensagens, o universo apenas o cutucará quando quiser chamar sua atenção; mas, se ignorar essas pequenas sugestões, será forçado a encarar de frente a vida na forma de uma crise.

As lições de vida mais significativas vêm através de outras pessoas – particularmente daquelas que estão mais perto de você – pais, filhos, cônjuges, amigos e colegas. Por meio desses relacionamentos próximos você aprende as mais valiosas lições – o amor, a paciência, o sacrifício, a generosidade e o perdão.

Muitas vezes, os ensinamentos mais importantes surgem daqueles indivíduos e situações mais críticas. Dê uma olhada na sua vida. Quem ou o quê está lhe trazendo mais problemas? Como é que está reagindo a esse desafio? Em vez de ficar irritado ou frustrado, dê graças à situação ou à pessoa que o causou. Peça à sabedoria suprema que lhe revele o significado da experiência e o ajude a encontrar a solução.

Toda experiência na vida lhe oferece um presente especial. Peça e ele lhe será dado."

(Douglas Bloch - Palavras que Curam – Ed. Cultrix, São Paulo, 1993 - p. 56)


domingo, 25 de maio de 2014

APERFEIÇOAMENTO PESSOAL

"Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto.

A tarefa do homem é ajudar os outros. Este é o meu ensinamento mais constante, esta é a minha mensagem. É a minha crença. Para mim, a questão fundamental é estabelecer melhores relacionamentos, sobretudo entre as pessoas – e de que forma podemos contribuir para isso.

O exílio de alguma forma serviu-me de ajuda. Quando em determinado momento de nossas vidas, passamos por uma tragédia de verdade – o que pode acontecer com todos nós -, podemos reagir de duas maneiras diferentes. Evidentemente, uma delas é perdermos as esperanças ou nos entregarmos ao álcool, às drogas ou a uma tristeza interminável. A outra alternativa é o despertar de nós mesmos, é descobrir uma energia que estava escondida, e passar a agir com mais lucidez e mais força."

(Sua Santidade o Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2000 - p. 10/12)

segunda-feira, 17 de março de 2014

INVOCAÇÃO

Possa Brahman proteger-nos. Possa Brahman depositar diante de nós o fruto do conhecimento. Que possamos obter a energia para adquirir conhecimento. Possa nosso estudo revelar a Verdade. Que possamos não nutrir maus sentimentos um para com o outro.

"Como é evidente, a Invocação acima é recitada por ambos, o Instrutor e o Discípulo juntos. Ambos, ao mesmo tempo, pedem para obter a energia para adquirir conhecimento, pois a busca do conhecimento requer muita energia. Qualquer desperdício de energia seria prejudicial para a busca de conhecimento. Para que esse desperdício não ocorra, deve haver extraordinária clareza de parte de ambos, o instrutor e o discípulo. A Invocação acima diz: ‘Possa nosso estudo revelar a Verdade’. O Instrutor e o Discípulo estão preocupados com a Verdade – e a Verdade precisa ser descoberta. O método de ensinamento contido nos Upanixades conduz a ambos, o instrutor e o discípulo, a descoberta. O relacionamento entre o instrutor e o discípulo não é estático – é intensamente dinâmico – é um relacionamento no qual o instrutor e o discípulo aprendem juntos.

A última frase da invocação diz: ‘Que possamos não nutrir maus sentimentos um para com o outro’. Uma comunhão é possível quando há perfeito entendimento entre o instrutor e o discípulo. Quando a educação se torna uma jornada que os dois realizam juntos para os reinos da Verdade, então vem à existência um relacionamento de respeito e consideração entre o instrutor e o discípulo todo o tempo. Há uma disciplina, mas é uma disciplina nascida da liberdade, pois aqui não é um que ensina ao outro, são os dois juntos que aprendem a própria Verdade."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 52/53)

domingo, 16 de fevereiro de 2014

PLANTE O ENSINAMENTO NO CORAÇÃO

“Quando você joga sementes na superfície do solo elas não germinam. Terá de as manter dentro dele. Igualmente, o ensinamento, se ficar na superfície, não germinará, não se desenvolverá, criando a árvore do conhecimento, e assim, não produzirá o fruto da sabedoria.

Plante o ensinamento no coração; regue-o com prema (Amor), adube-o com fé e coragem; defenda-a contra as pragas com o defensivo sathsanga (companhia de pessoas santas, puras e sábias) e bhajana (cânticos devocionais), tanto que, no fim, possa beneficiar-se. Você nem começou o sadhana (disciplina espiritual), e ainda assim, deseja santhi  (Paz), e espera a Graça. Como é possível? Comece. Depois todas as coisas lhe serão acrescentadas.¹”

¹ Primeiro, que Deus exerça Seu reino, Sua justiça. O restante você terá como subproduto. (Lucas 12:31)

(Sathya Sai Baba – Sadhana O Caminho Interior – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 – p. 51/52)


domingo, 26 de janeiro de 2014

POR QUE REPETIR OS MESMOS ERROS (3ª PARTE)

"(...) Os ensinamentos da sabedoria perene fornecem uma indicação de como poderemos abordar esse problema. Eles descrevem o processo por meio do qual todas as coisas vêm à existência. Dito simplesmente, existe o espírito, a vida una, que se reveste de camadas cada vez mais densas de 'matéria', onde cada camada sucessiva serve como veículo para a expressão da camada prévia, menos material. Somos compostos de um todo que inclui desde o espírito mais elevado à matéria mais grosseira. Aquilo que descrevemos como nossas personalidades - a combinação dos corpos físico, emocional e mental - são os veículos mais densos do espírito oculto.

Uma variedade de termos tem sido usada para identificar esses diferentes veículos de consciência - koshas, princípios, planos, campos e até mesmo 'corpos'. Na terminologia teosófica temos a progressão atma (o espírito universal), budhi (mente ou alma universal) e manas (a faculdade mental do homem). A ideia principal é que esse processo tem seu princípio e fim no espírito - na vida una.

Assim, por que não conseguimos progredir? Um das razões foi expressa de diversas maneiras pelas tradições espirituais, e também na sabedoria dos ditados populares: 'quem não chora não mama', isto é, a voz mais alta será ouvida e atendida. No nosso caso, essa voz é o clamor dos desejos e pensamentos, constantemente pedindo para serem ouvidos e satisfeitos. O termo técnico usado para designar essa dimensão da consciência humana é kama-manas, a mente do desejo. Muito embora as dimensões mais poderosas do nosso ser estejam fora dessa estreita faixa de consciência, estamos habituados a servir às vontades dessa mente desejosa, que, por sua própria natureza, continuamente nos coloca em conflito com inúmeras outras pessoas, cujos diferentes desejos parecem competir com os nossos.

H.P. Blavatsky, no livro A Doutrina Secreta, coloca o dedo no problema e em sua solução: 'Em qualquer que seja o plano que nossa consciência esteja atuando, tanto nós quanto as coisas pertencentes a esse plano somos, sob as condições do momento, as únicas realidades. À medida que crescemos na escala de desenvolvimento, percebemos que nos estágios pelos quais passamos confundíamos as sombras com a realidade; o progresso ascendente do ego é uma série de despertares progressivos, cada avanço trazendo consigo a ideia de que agora, finalmente, alcançamos a 'realidade'; mas somente quando tivermos alcançado a consciência absoluta, e nela fundido a nossa própria consciência, estaremos livres das ilusões. (...)" 

(Tim Boyd - Revista Sophia, Ano 11, nº 46 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 35)