OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 25 de março de 2014

DA MENTE CONDICIONADA PARA A LUZ (2ª PARTE)

"(...) Os sábios da antiguidade afirmavam que existe uma grande diferença entre levar a vida conscientemente, agindo de forma plena, objetiva e inteligente e levar a vida de forma repetitiva e condicionada. Todos nós recebemos estímulos o tempo todo. Quando reagimos a esses estímlos com base no nosso conteúdo mental, executando rotinas automaticamente como se fôssemos um computador, não somos capazes de criar. Conseguimos apenas repetir aquilo que já estava armazenado em nossa memória.

Uma pessoa realizada, uma pessoa espiritualizada, está atenta à realidade à sua volta. Ela está integrada a todo o complexo da vida, atenta a todos os estímulos, a tudo o que está acontecendo ao seu redor naquele momento. Ao invés de reagir, ela age. A diferença entre ação e reação é que a reação é condicionada e automática, enquanto a ação consciente é pura, espontânea e está em sintonia com a realidade presente.

Quando a mente está alerta e receptiva é possível aprender muito de nossos relacionamentos. Na medida em que começamos a observar a nós próprios, começamos a entender os mecanismos psicológicos da mente. Por exemplo: uma pessoa nos agride verbalmente, fala alguma coisa que não nos agrada. Se deixarmos que a mente atue automaticamente, a tendência é devolvermos a agressão. Essa é a maneira como a maioria das pessoas reage. Deixam-se contaminar pela emoção negativa e reagem de forma condicionada e não inteligente.

A maioria dos homens foi educada para não levar desaforo para a casa. Quando são alvo de alguma agressão, dão o troco sem pestanejar. Pessoas que normalmente são tranquilas não conseguem se controlar quando alguém lhes barra o caminho no trânsito, atravessando o carro na frente do seu; elas partem para a agressão verbal. Se alguém bate em seu carro, a situação se agrava. A pessoa é capaz até de se envolver em uma briga. Mais tarde ela para, reflete e chega à conclusão de que não precisa ter agido daquela forma, mas aí já é tarde, o mal já foi feito. (...)" 

(Eduardo Weaver - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - Pub. da Ed. Teosófica - p. 13)


sexta-feira, 21 de março de 2014

CRIATIVIDADE E ADAPTAÇÃO

"Um filhote de pássaro numa árvore pode instintivamente praticar o bater de asas antes de ser capaz de voar, mas o instinto não é a base de todas as suas ações. Pode-se ver com frequência o pai próximo ao filhote, ensinando-lhe a bater as asas, enquanto o pequenino imita e aprende. Aprender através da imitação é necessário para a sobrevivência.

Por ser parte da sobrevivência, a imitação está enraizada no cérebro humano, que tem evoluído ao longo de um vasto período de tempo. Nós somos todos profundamente condicionados a fazer as coisas como os outros fazem. As línguas, por exemplo, são aprendidas através da imitação. As crianças copiam os sons dos adultos.

O comportamento e o pensamento são geralmente mecânicos, impensados. Por isso, a sociedade não muda facilmente. Toda geração herda, inconscientemente, atitudes e reflexos da geração que a precedeu. Uma vez que a maioria das pessoas são conformistas, criar uma nova sociedade, com melhores valores, é muito difícil. (...)

Temos, portanto, a obrigação de examinar a maneira como pensamos. Imitamos o mundo em geral e separamos o interesse da minha família do de outras famílias, da minha nação do de outras nações, e assim por diante? Para nos libertarmos de hábitos impressos em nossos cérebros, devemos aprender, de maneira crescente, a perceber que o conformismo e o pensamento imitativo são a causa da estagnação da sociedade e da ausência de criatividade individual."

(Radha Burnier - Criatividade e adaptação - Revista Sophia, Ano 3, nº 9 - p. 23/24)


quarta-feira, 12 de março de 2014

ANTES QUE A ALMA POSSA ERGUER-SE NA PRESENÇA DO MESTRE, SEUS PÉS DEVEM SER LAVADOS NO SANGUE DO CORAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) A visão do Mestre só poderá vir ao peregrino espiritual quando seus olhos, ouvidos e palavra tiverem sido purificados. E esta purificação é, com efeito, a profunda experiência da solidão. Ver e não verter lágrimas; ouvir e não sentir-se ofendido; falar e não ferir - isso somente é possível quando a mente recebe o desafio da vida, porém não emite qualquer resposta proveniente de sua esfera de memórias. Quando há somente o desafio e não há resposta, encontra-se o caminho, pois a mente é iluminada do alto. Enquanto a mente se debate no escuro para encontrar um caminho, ele não pode ser encontrado, pois a mente está perdida no matagal de suas próprias projeções. É somente quando a mente cessa de projetar - de lançar sua própria sombra - que a senda pode ser vista. 'Sua Luz mora sempre em nosso meio' - porém a mente, ao lançar suas próprias sombras, impede-nos de ver essa luz. A mente precisa perder a sua opacidade e tornar-se transparente, para que o caminho possa ser iluminado. A transparência da mente é, com efeito, um estado de solidão, porque ela foi despida de tudo quanto possuia. Ela nada tem a que se ater: nem substância nem sombra. É certamento o supremo estado espiritual, no qual a mente se tornou vazia."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 37/38)

segunda-feira, 10 de março de 2014

ANTES QUE A VOZ POSSA FALAR NA PRESENÇA DOS MESTRES, DEVE TER PERDIDO O PODER DE FERIR (PARTE FINAL)

"(...) Uma experiência representa um desafio, enquanto o ser humano não a tiver definido. Um objeto ou uma experiência inanimados requerem sua apurada e constante atenção. É por um desejo de segurança que o ser humano se mostra sequioso por definir um objeto ou uma situação. É bem verdade, que sem um nome a vida social se torna impossível. (...) Nos nomes, acumulam-se todas as nossas lembranças ou associações psicológicas. Assim, à diferenciação verbal, adicionamos este fator de associação psicológica. Destarte, quando uma palavra é proferida ou um nome é pronunciado, existe todo o lastro de associações passadas ou lembranças presentes. É este lastro que se torna a fonte de nossa linguagem. Em outras palavras, nossa linguagem surge da mente condicionada por associações e memórias passadas.

Raramente dizemos uma palavra pura ou pronunciamos um nome puro. Nossas palavras e nomes são contaminados pelo toque do passado. É esta contaminação que dá a força de ferir às nossas palavras. Mesmo as palavras polidas e agradáveis, se emergirem desta mente contaminada, produzem uma sensação dissonante nos que as ouvem. Não é, portanto, a forma da linguagem o que importa, e sim, a sua origem. Tudo que brota de uma fonte pura e não contaminada, tem de ser fresco e vital e não pode causar nenhum dano. Mas a mente não contaminada está totalmente solitária, porque um contato ou apego a qualquer coisa produz contaminação. A mente  deve tornar-se incorruptível, antes de ser uma fonte de linguagem pura e não contaminada. Assim, antes que tua voz possa falar na presença do Mestre, o corruptível deve revestir-se de incorruptibilidade; a mente contaminada deve tornar-se pura e imaculada. E a mente que é pura permanece absolutamente solitária. A voz que emerge desta solidão, pode, sem dúvida, não ter nenhuma possibilidade de ferir."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34/36)

domingo, 9 de março de 2014

ANTES QUE A VOZ POSSA FALAR NA PRESENÇA DOS MESTRES, DEVE TER PERDIDO O PODER DE FERIR (1ª PARTE)

"A linguagem é um dos instrumentos mais poderosos na mão do homem. Ele pode curar ou ferir os outros com a arma que possui. Muito frequentemente, nossa palavra contém um aguilhão consciente ou inconsciente. Mas o aguilhão de nossa palavra não está na própria palavra, porém, sem dúvida, na mente. A palavra em si não possui o poder de curar nem de ferir. Aquilo que é transmitido através da palavra a torna agradável ou desagradável. A palavra ou a linguagem é apenas um veículo. É a mente que lhe empresta qualidade. A palavra é um meio de comunicação. Sem ela, as relações sociais se tornariam quase impossíveis. No entanto, um meio de comunicação em si não tem nenhum significado. Aquilo que é comunicado torna a palavra ou a linguagem significativa. Todos nós usamos as mesmas palavras e seguimos as mesmas formas de linguagem e, contudo, há uma nítida diferença na qualidade do que cada uma delas transmite. É muito frequente nossa linguagem falada não possuir vitalidade em si, porém às vezes a palavra se torna intensamente viva; tal como a palavra de um amigo, pode curar a ferida que nos faz sofrer, em outra ocasião, uma palavra do mesmo amigo pode nos aprofundar a ferida. Por que acontece isso? Não é a palavra o que importa, e sim, certamente, a fonte donde emana a palavra, que é de importância fundamental: A qualidade curativa ou feridora da palavra reside na fonte e não na forma ou estilo de linguagem. 

Em nossas relações diárias com os outros, a fonte de nossa linguagem está na mente, que está condicionada pela memória de experiências passadas. Em outras palavras, o lastro condicionado da mente é a fonte donde emergem todas as nossas palavras. 

'No começo era o Verbo', diz a Escritura Cristã. No Hinduísmo, há um conceito de Shabda, Brahmã, a criação surgindo do Verbo. 'Em cima como em baixo' é a velha máxima de ouro. Indica que o que é verdade no nível macrocósmico, também o é no nível microcósmico. Assim, o mundo do ser humano surge do verbo, tal como o mundo macrocósmico surgiu do Verbo de Deus. Nosso mundo gira em torno de palavras que usamos. Ser capaz de pronunciar uma palavra com referência a uma coisa, pessoa ou situação implica, com efeito, um grande poder. Havendo proferido a palavra, ao redor dela o ser humano tece o seu próprio mundo. Proferir uma palavra é certamente o ato de nomear um objeto, uma pessoa ou uma situação. O ser humano não sente ter dominado uma coisa, enquanto não a tenha nomeado. Desde que uma experiência esteja nomeada, ele se sente completamente seguro. (...)"

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 32/34)


sábado, 8 de março de 2014

ANTES QUE O OUVIDO POSSA OUVIR, DEVE TER PERDIDO A SENSIBILIDADE

"Como se pode ouvir, se os ouvidos não tiverem sensibilidade? Tal como a primeira instrução não sugere a perda da vista, assim a segunda instrução não indica a perda da audição. Assim a palavra 'sensibilidade' tem aqui um sentido psicológico - não físico. Em outras palavras, a instrução refere-se à impressionabilidade da mente. É um fato que não é o ouvido, mas a mente que ouve. Apenas quando a mente cessa de ser impressionável é que surge a possibilidade de ouvir direito.

O que indica a impressionabilidade da mente? Sugere que este deseja ouvir algo diferente do que ouve. A mente não quer aceitar a vida tal como ela lhe vem através do sentido da audição. Deseja que a vida seja diferente. Deseja somente o que é agradável e quer evitar aquilo que ela determina ser desagradável. Ora, a distinção entre o agradável e o desagradável brota da memória de experiências anteriores. E, assim, a impressionabilidade da mente surge do passado e nele se radica. A maior parte da nossa audição, na qual os ouvidos não perderam sua sensibilidade ou impressionabilidade, está apenas cronologicamente no presente, mas psicológicamente está no passado. Só ouvimos as vozes do passado captadas por essa mente, enquanto ela se recorda do agradável e do desagradável. É só quando a audição, tanto física como psicológica, está no presente que a audição é correta. Mais uma vez, ouvir sem reação mental constitui uma condição de intensa tensão, comparável a um estado de solidão. Quando todas as vozes do passado estão em silêncio, então nossa mente está totalmente desacompanhada. Ela permanece solitária, em completo silêncio. E é somente o silêncio que pode ouvir. Assim, é absolutamente verdadeiro que, 'antes que o ouvido possa ouvir,' devem cessar todas as reações mentais da memória psicológica. É somente quando a mente está solitária, que pode haver audição; isto significa, na realidade, o ouvido perder a sua sensibilidade."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 31/32)

   

domingo, 29 de dezembro de 2013

POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (PARTE FINAL)

"(...) Lethe – o rio do esquecimento

No processo pós-morte as experiências da vida recém-vivida são digeridas, internalizadas e por fim absorvidas na corrente de consciência que é a individualidade reencarnante. Quando o indivíduo volta a nascer para obter novas experiências, todas as memórias específicas da velha personalidade foram descartadas. Assim, não existe elo consciente entre as personalidades velha e nova. Na mitologia grega esta retenção da memória é chamada de o rio Lethe do submundo, que causa o esquecimento do passado. H. P. Blavatsky cita o pensador neoplatônico Plotino, que diz que o corpo é o verdadeiro rio Lethe, pois ‘as almas que nele mergulham tudo esquecem’. Ela diz também que a consciência que preserva na individualidade encarnante o senso do ‘ru’ pessoal da última encarnação dura somente ao longo da fase final do processo pós-morte – o tempo bem-aventuroso de repouso no verdadeiro mundo céu. Depois disto ela é absorvida, primeiramente no indivíduo e depois na consciência universal. (...)

Experienciando vidas passadas

Enquanto é fato aceito que a consciência deve estar focada no nível da ‘mente superior’ para experienciar vidas passadas, existe uma evidência crescente de que sob certas condições a lembrança fragmentária de vidas passadas pode ocorrer pelo contato com a Mente Universal do que parece ser um nível inferior – talvez por meio das emoções. No entanto, alguns investigadores descobriram que esta experiência é acompanhada de um sentimento de se flutuar para fora do corpo e de se estar numa estrutura diferente de tempo-espaço. (...) A experiência está geralmente associada a uma forte emoção e é muitas vezes acompanhada pelo senso de se ter conhecido a situação anteriormente – chama déjà vue. A memória pode ser deflagrada ao se encontrar uma pessoa, ao se visitar um local particular, ou ao se ouvir uma peça musical. A memória pode também surgir durante um sonho de extraordinária  nitidez, ou enquanto se medita profundamente. Após um breve sentimento de foco alterado de consciência, a pessoa encontra-se num tempo diferente e num local diferente, experienciando o que parece ser um momento de uma vida passada. (...)” 

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 44/45)

sábado, 28 de dezembro de 2013

POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (2ª PARTE

"(...) O passado ainda está conosco

Em nossos estudos aprendemos como a nova personalidade é construída em torno do novo corpo e do novo cérebro. Evidentemente o cérebro desempenha a dupla função de lembrar e esquecer. Sem nossa habilidade para esquecer a vida seria muito difícil – talvez até mesmo impossível. O cérebro age como um filtro que deixa passar apenas aquilo que, num dado momento, é essencial para a vida. Quando éramos criança aprendemos a caminhar, a falar, a escrever e a andar de bicicleta, mas a memória detalhada de como aprendemos estas habilidades não mais está conosco. Ainda temos as habilidades, mas o que foi certa vez conscientemente adquirido é agora uma função automática. Da mesma maneira aquilo que foi apreendido em vidas passadas está embutido no nosso presente sob a forma de habilidades e tendências, e não como memória consciente.

O escritor teosófico C. Jinarajadasa diz que com nossas mentes podemos lembrar apenas uma pequena parte do passado. Mas por outro lado, o modo como sentimos e agimos é a resultante de todas as forças do passado convergindo sobre nossa individualidade.

As nossas únicas memórias do período em que estamos dormindo são sonhos que frequentemente são confusos e sem significado. Apesar disto, os investigadores teosóficos asseguram-nos que durante o sono um campo muito mais amplo de consciência está aberto a nós. Mas,  como no processo da reencarnação, essas experiências não podem ser facilmente lembradas pela consciência do cérebro desperto. (...)"

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 43)


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (1ª PARTE)

"A curta resposta para a pergunta ‘Por que não nos lembramos de vidas passadas?’ é que em cada vida adquirimos uma nova personalidade. Esta resposta parece ser correta para a maioria das pessoas e para a maioria das encarnações, mas não deve ser aceita como a resposta completa porque existem exceções que iremos considerar a seguir.

Em cada caso, quando se faz a pergunta ‘Por que não nos lembramos de vidas passadas?”, aquele que faz a pergunta é o ‘eu’, centrado na personalidade. Este ‘eu’ é a individualidade (Alma ou Eu superior) que existe ininterruptamente ao longo de todo o processo de reencarnação. A personalidade não reencarna; está intimamente ligada ao corpo e é na verdade, construída pelas impressões sensoriais, os pensamentos e sentimentos experienciados naquele corpo; portanto, ela se desenvolve com o novo corpo. Esta nova personalidade não experienciou nenhuma vida passada e (consequentemente) não pode lembrar-se de nenhuma parte dessas vidas.

H. P. Blavatsky em A chave para a Teosofia esclareceu isto. ‘Reencarnação significa que cada Ego (individualidade reencarnante, e não a personalidade) estará equipado com um novo corpo, um novo cérebro e uma nova memória’. Ela e outros investigadores disseram que a memória detalhada de vidas passadas existe, e que pode ser contatada no nível da individualidade reencarnante; mas somente de maneira ocasional esta memória chega à consciência da personalidade. Talvez seja melhor assim, porque existe evidência de que a nítida memória de vidas passadas pode ser psicologicamente devastadora. A maioria de nós tem preocupações demais nesta vida, sem ter de carregar o fardo de memórias confusas de estresses servis e emocionais experienciados em vidas prévias. (...)"

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 42)


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

ESQUEÇA OS ERROS DO PASSADO

"Evite remoer todas as coisas erradas que já fez. Isso já não lhe pertence: que seja esquecido. É a atenção que cria o hábito e a memória. Assim que você coloca a agulha num disco de vinil, ele começa a tocar. A atenção é a agulha que toca o disco das ações passadas. É por isso que você não deve colocar a atenção nas coisas ruins. Para que continuar a sofrer pelos atos impensados do passado: Elimine essas lembranças ruins da mente e cuide de não repetir os erros.

Deus não concedeu memória ao ser humano para que ele fique recordando coisas negativas. Há pessoas que lembram e relembram todo o sofrimento pelo qual já passaram, e também a dor terrível que sentiram quando fizeram uma operação... há vinte anos! Vivem e revivem a consciência daquele situação. Para que repetir a experiência? Recordar experiências dolorosas ou más, de propósito, é usar erroneamente a memória, além de ser um pecado contra a alma. Se nutrir lembranças desagradáveis, você as carregará para o futuro, o que não é bom para você. Se nutrir profundo ressentimento por alguém, remoer o sentimento todos os dias e, em retaliação, atacar essa pessoa mentalmente, tomará muitas encarnações para apagar a lembrança do ódio. É perigoso tornar-se vítima de uma memória repleta de feias lembranças. Cultive o esquecimento dos erros passados e dos sentimentos de vingança, incentivando somente as lembranças boas.

Poucas pessoas no mundo tentam, conscientemente, desenvolver o potencial do corpo, da mente e da alma. O resto é vítima das circunstâncias do passado. Arrastam-se lenta e vagarosamente, empurrados pelos hábitos errôneos do passado, impotentemente deixando-se abater por esta influência. Só conseguem lembrar: 'sou uma pessoa nervosa', 'sou muito fraco' ou 'sou um pecador', e assim por diante. Depende de cada um continuar preso ou cortar, com a espada da sabedoria, as cordas da servidão.

Deus concedeu a todos o liberdade de agir por escolha própria. Nunca imponha a sua vontade a ninguém, mas se persuadir outra pessoa a fazer o que você, humildemente, considera ser o melhor, exerça sua influência com amor. (...)"

(Paramahansa Yoganada - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 157/158)


terça-feira, 27 de agosto de 2013

A MENTE É TAGARELA (1ª PARTE)

"Quando uma criança nasce ela não tem uma mente. Não há tagarelice dentro dela. Leva de três a quatro anos para que a mente, que é apenas um biocomputador, comece a funcionar. A mente precisa ser alimentada com informações. É por isso que, se você tentar voltar no tempo através da memória, irá parar em algum momento em torno dos três ou quatro anos. Antes disso, está tudo em branco. Você estava lá, com certeza, e várias coisas aconteceram, vários incidentes, mas aparentemente os registros não foram gravados na memória, por isso você não pode se lembrar. A partir dos três ou quatro anos, contudo, as coisas começam a ficar mais claras.

A mente obtém seus dados dos pais, da escola, de outras crianças, de vizinhos, de parentes, da sociedade como um todo. Há fontes em toda a parte a seu redor. E você já deve ter visto crianças pequenas, quando começam a falar, repetindo várias vezes a mesma palavra. Quanta felicidade! Um novo mecanismo começou a funcionar dentro delas.

Quando elas puderem formular frases, irão fazê-lo com grande alegria também, repetindo-as várias vezes. Quando começarem a fazer perguntas, farão perguntas sobre tudo e mais um pouco. Note que elas não estão interessadas em suas respostas! Observe uma criança fazendo perguntas: ela está apenas se divertindo com o fato de poder fazer perguntas. Uma nova faculdade veio à tona dentro dela. É assim que a coleção começa. Depois a criança aprenderá a ler, e haverá mais palavras. E, em nossa sociedade, o silêncio não traz recompensas. As palavras pagam, por isso, quanto mais articulado você for, mais você irá ganhar.

Quem são seus líderes? Quem são seus políticos? Quem são seus professores? Quem são seus padres, teólogos, filósofos? Condensados em uma única coisa, são pessoas muito articuladas. Sabem como usar as palavras de forma significativa, pungente, consciente, de forma que possam impressionar as pessoas. 

Poucas vezes se fala a respeito do fato de nossa sociedade ser dominada por pessoas verbalmente articuladas. Algumas delas talvez não saibam nada: podem não ser sábias, podem não ser nem mesmo inteligentes, mas certamente sabem brincar com as palavras. É um jogo, e elas aprenderam a jogá-lo. O pagamento é feito de várias formas, com respeito, dinheiro ou poder. Todos tentam seguir o mesmo caminho, e a mente fica cheia de palavras e pensamentos. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 3ª  edição - p. 67/68)


quinta-feira, 25 de julho de 2013

A PERSEVERANÇA E O DESAPEGO (PARTE FINAL)

"(...) O Gênesis traz a mesma lição, embora com palavras diferentes: 'Instável como a água tu não vencerás.' A impaciência é um obstáculo no caminho. Queremos resultados rápidos para os esforços espirituais. Como a galinha, reviramos os ovos e os destruímos. Como um jardineiro impaciente, cavamos as raízes das plantas, para termos certeza de que elas se aprofundaram.

Em Aos Pés do Mestre, Krishnamurti lembra a importância da objetividade em nossa conduta: 'Nenhuma tentação, nenhum prazer mundano, nenhuma afeição mundana deverá jamais te pôr de lado. Pois tu mesmo deves tornar-te um com o caminho.' Krishnamurti também aconselhou: 'Mantém-te vivo, consciente, e não deixes que nada sufoque a chama. Não deixes um simples pensamento sequer escapar sem observares de onde veio, seus motivos e significação. Mantém-te acordado.'

O ditado 'pedra que rola não cria limo' também pode ser interpretado de maneira completamente diferente, num outro contexto. O limo numa pedra pode ser um estorvo. Ele faz a pedra parecer musgosa e suja, pois uma pedra limpa, clara e brilhante é mais agradável ao olhar.  

A pedra fica cheio de limo quando permanece apegada a um lugar. O mesmo se aplica a nós. Quando permitimos que o apego a pessoas, coisas e sensações prevaleça, a mente fica contaminada pelo limo dos pensamentos e das memórias, que passam a governar nossa vida. As percepções se turvam, tornam-se estreitas e limitadas. Em A Voz do Silêncio, Blavatsky recomenda: 'Luta com teus pensamentos impuros antes que eles ganhem poder sobre ti, (...) pois se lhes deres folga e eles crescerem e tomarem raiz, o sobrepujarão a ti e te matarão.' Nessa interpretação, rolar tem um sentido de desapego. 'Os sábios não se demoram nos jardins das delícias dos sentidos', como afirmou Krishnamurti. 

Uma pessoa bem estabelecida no caminho da santidade é chamada parivrajaka (andarilho), no saber religioso hindu. Os budistas também o chamam de sotapanna, 'aquele que entrou na corrente'. Uma pedrinha no leito do rio vai rolando na rápida corrente, não cria limo e gradualmente se torna mais lisa, limpa e menor, até que finalmente se funde à areia indiferenciada e brilhante."

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 7 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13)


sexta-feira, 19 de julho de 2013

MEMÓRIA CONSCIENTE, SUBCONSCIENTE E SUPERCONSCIENTE

"Enorme é o alcance da mente. Deus deu a você consciência de vigília, subconsciência e superconsciência. Sua mente consciente tem certas limitações; depois de alguns anos, começa a esquecer-se de muitas coisas. Mas o subconsciente tem uma capacidade maior de memorização; cada experiência e pensamento é armazenado no repositório da subconsciência. Sua mente consciente pode esquecer cada palavra que estou pronunciando, mas seu subconsciente está gravando todas elas. 

Por trás da mente subconsciente, está a mente superconsciente, que nunca se esquece de nada. A mente superconsciente grava tudo que você fez e cada pensamento seu. Na hora da morte, todos os pensamentos e experiências repassam como um relâmpago em sua mente, antes de você abandonar o corpo. As impressões mais fortes determinam o ambiente e os hábitos de sua próxima vida.

Na forma de ego, a consciência é onipresente dentro de você e, portanto, está presente em cada pensamento seu. Se puder expandi-la para além do ego, para a esfera da superconsciência, poderá observar, desse ângulo, os milhares de pensamentos que cruzam sua mente consciente. Os que desenvolveram a mente superconsciente podem lembrar-se de todos os pensamentos de uma vida, e de vidas anteriores também. Na memória divina nada é esquecido. Nossos pensamentos são reais e eternos, sempre presentes no éter. Todos os sons da Terra também estão gravados na mente superconsciente. Por isso, Jesus podia dizer: "Não se vendem dois pardais por um centavo? e nenhum deles cairá ao chão sem [o olhar de] vosso Pai."

Pense em um bilhão e quinhentos milhões de pessoas e nos doze mil pensamentos que cada uma tem por dia. Se sua consciência estiver ciente de todos esses pensamentos - muitos trilhões deles - então você tem Consciência Crística: onisciência, percepção consciente de tudo na criação.

Deus dá à pessoa uma barreira mental, de modo que ninguém mais possa conhecer os pensamentos dela. Você está sozinho com seus pensamentos, mesmo se estivesse entre muitas pessoas. Mesmo os que têm Consciência Crística não se intrometem nos pensamentos alheios, a não ser que tenham recebido de Deus a missão de guiar os outros, ou então, a pedido de seus discípulos, tomam essa liberdade para ajudá-los a aperfeiçoar seu sadhana."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 327/328)