OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 4 de abril de 2014

SENTIMENTOS E EMOÇÕES OBSCURECEM A ALMA

"Até agora você achou que tinha certas qualidades, com emoções e sentimentos caraceterísticos. Patânjali declara que você está apenas usando uma máscara de paixões e desejos. Você a usa há tantas encarnações que esqueceu completamente sua verdadeira natureza. Quando perceber que só personifica, todos os dias, características diferentes, de acordo com a mudança dos sentimentos, não será mais a mesma pessoa, pois conseguirá se desfazer desses estados ilusórios. Quando perceber que a paixão e a raiva não fazem parte de sua verdadeira natureza, as emoções não terão mais controle sobre você. Cada pessoa é intrinsecamente maravilhosa - só precisa se livrar da máscara da consciência do ego. Lembre-se disso. 

Se você puser um diamante perto de um gato preto, o diamante refletirá a cor preta. Será que você pode afirmar que o diamante é preto? Não. Assim que você tirar o gato de lá e colocar o diamante sob a luz, esse ofuscará os olhos com seu brilho natural. O gato preto é a inquietude, que turva a consciência com emoções, obscurecendo a luz e a alegria da alma. A própria natureza da inquietude é tal que, na mesma hora em que você está sentindo prazer com alguma coisa, já começa a procurar outra coisa, com um persistente descontentamento que é agitado pelos sentimentos. Mas a bem-aventurança - a alegria divina oculta na alma - é sempre nova, sempre constante na consciência, e como proporciona satisfação completa, faz a inquietude desaparecer. Espero que compreenda o valor destas palavras. É o caminho para se libertar de todo o sofrimento."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 224)


quinta-feira, 3 de abril de 2014

PSEUDO-ESPIRITUALIDADE

"Algumas pessoas passam parte do dia em atividades religiosas que, segundo dizem, trazem benefícios espirituais. Milhões de hindus, budistas, cristãos e outros repetem orações e tomam parte em cultos, mas dedicam pouca atenção ao significado interno dos rituais.

Nesse caso, a religião é como um molde preparado para as pessoas pela sociedade em que vivem, e elas caem de imediato dentro desse molde. Em outras circunstâncias, naturalmente se adaptariam a outro molde. Elas não estão realmente se voltando para o plano espiritual; estão se conformando com o que é mais fácil e fazendo aquilo que se espera que façam.

A busca espiritual pode ser também uma expressão de medo, uma espécie de seguro contra dissabores futuros. Nesse caso, é como uma forma de investimento, uma precaução do homem de negócios contra tempo difíceis. Quanto mais ele peca e favorece a si mesmo, mais sente necessidade de pavimentar um caminho seguro para o outro mundo.

Portanto, quem deseja levar uma vida espiritual precisa se questionar e examinar seus motivos. O aspirante que iludir a si mesmo não encontrará a iluminação que procura. Ele deve indagar se realmente deseja seguir o caminho espiritual ou se está apenas procurando uma saída para seus problemas, uma adaptação à sociedade ou a garantia de uma segurança futura."

(Radha Burnier - A Busca Espiritual - Revista Sophia, Ano 3, nº 11 - p. 27)


O RUGIR DA TEMPESTADE (PARTE FINAL)

"(...) Temos de provocar tormentas e perturbações a fim de criar o entusiasmo de viver?  Este remédio parece ser pior que a doença! Afinal de contas o que é uma tormenta ou uma perturbação? Obviamente é um desafio da vida. Devido a estes desafios, ficamos perturbados. Mas como no rio da vida correm novas águas a todo momento, a vida é um desafio incessante. Não há momentos em que não exista o desafio da vida. Por que não ficamos em estado de alerta, embora o desafio deva tornar a pessoa alerta e vigilante? Se vivermos cercados por desafios e não estamos alertas e vigilantes, será que não estamos nos resguardando, sob uma falsa segurança?

Não há dúvida de que a vida está constantemente enviando, de maneira incessante, desafios de todos os lados e em diversos níveis. Porém, a mente, através de suas respostas, emanadas das esferas de sua memória, trabalha como um 'amortecedor de choques', em relação a estes desafios. É esta atividade da mente que nos leva a passividade. Somos, então, impedidos de enfrentar os desafios da vida, devido à intervenção da mente. A mente está interessada em agir como intermediária, porque só assim pode manter sua continuidade. Devido a essa mediação, nós nem mesmo nos tornamos conscientes dos desafios da vida. Algumas vezes, as suas fortificações desmoronam devido à natureza esmagadora do desafio, porém tais circunstâncias raramente acontecem na vida de uma pessoa comum. a pessoa não percebe os contínuos desafios da vida, devido às barreiras colocadas pela mente entre ela e o seu ambiente. Dessa forma a mente a mantém afastada de um contato direto com a vida. A maioria de nós está circunscrita a uma existência estagnada. Como haver entusiasmo numa existência assim?

Se a mente pudesse receber os desafios da vida, sem emitir qualquer resposta de seus centros de memória, permaneceria viçosa e vital. Da mesma forma como a naturezaa é purificada pela tormente que ruge, assim o será a mente humana pelos desafios da vida. Recebê-los, porém não reagir a ele, a partir dos centros de memória, é 'ficar impassível' no meio da tempestade, é ficar quieto onde se está, porque qualquer movimento da mente nesta hora de tormenta, conduzirá o peregrino espiritual a uma confusão cada vez maior.

Mas permenecer impassível numa tormenta requer tremenda coragem. Não resistir à tormenta, nem fugir dela implica em receber em cheio o impacto da tormenta. E ao receber este impacto, o homem fica absolutamente só. O desafio sem resposta é um estado de solidão. Quando uma tempestade ruge na Natureza, cada árvore está sozinha, pois tem que se apoiar em sua própria resistência. Porém naquela solidão, se a árvore não resiste, torna-se mais leve devido à queda das folhas e galhos mortos. Da mesma forma, se a pessoa puder permanecer quieta, sozinha e renovada. E na renovação subjetiva, as dificuldades do ambiente objetivo se dissolverão na atmosfera. A solidão criada pela tormenta está cheia de tremendas possibilidades espirituais."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 19/21)

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O SÁBIO

"O Adepto vive com o mundo, embora dele retirado, a fim de cumprir a sua missão de puro altruísmo. A atitude de alguém que está dedicado à sabedoria deve ser a mesma. Trata-se de viver com o mundo pelo dever de fazê-lo, porém não estando envolvido com ele de várias formas, e podendo liberar-se dele apenas na forma correta. Existem centenas de maneiras de errar, porém apenas uma maneira de agir acertadamente. O homem sábio pode permanecer com o mundo, compreendendo a importância do trabalho que aqui pode realizar, mas ele não tem objetivos mundanos. Isto distingue o filósofo do ignorante, ignorante não dos fatos comuns da vida, mas das verdades essenciais. Aquele que objetiva alcançar a sabedoria, que poderia ser caracterizada como divina porque originou-se do céu, não atribui muita importância à grandeza humana, o tipo de grandeza que geralmente é realçada pelas pessoas. O objetivo de ser grande surge do prazer de comparar-se com outros e achar-se de alguma forma superior ao seu nível. Deveríamos tentar libertar-nos da ideia de querermos ser grandes em comparação com outros, fazendo com que pareçam pequenos."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 14/15)

O RUGIR DA TEMPESTADE (5ª PARTE)

"(...) Diz LUZ NO CAMINHO:
'Procura pela flor que desabrocha durante o silêncio que segue à tormenta: não antes.
Ela crescerá, se desenvolverá, lançará ramos e folhas, formará botões enquanto a tempestade prosseguir, enquanto perdurar a batalha. Porém, só quando toda a personalidade do homem estiver dissolvida e desvanecida - só quando for mantida pelo divino fragmento que a criou como mero instrumento de experimentação e experiência - só quando toda a natureza houver cedido e sido submetida ao seu Eu Superior, é que o botão pode se abrir'.
O desabrochar da flor é a profunda experiência espiritual que advém após o terrível estrondo da tormenta. É na tormenta que se cria a profundeza do silêncio. A limpeza da Natureza pela tormenta é certamente a criação do espaço. O silêncio que se segue à tormenta é da mais alta significação. A tormenta revolve tão profundamente a natureza, que todas as coisas mortas são lançadas fora e o fardo do passado alijado. 

Da mesma forma, a mente humana poderá ser renovada, se o fardo do seu passado for descarregado e tornado mais leve e maleável. O silêncio profundo pode advir à mente, desde que ela tenha sido profundamente revolvida. A mente plácida, indiferente, despreocupada, impassível jamais pode experimentar as profundezas e, portanto, não pode conhecer o que seja renovação. Tal mente pode excitar-se, mas não entusiasmar-se. A capacidade de ser revolvida, remexida é uma precondição necessária para despertar o interesse e o entusiasmo. Se nada altera uma pessoa, então há nela algo de fundamentalmente errado! Felizmente há sempre alguma coisa que nos incomoda. Isso constitui a graça salvadora de nossa vida! Demonstra que não estamos mortos, embora possamos estar adormecidos.

Mas, se alterações convêm às nossas vidas e se tormentas rugem em nosso íntimo, por que é que não se criam profundidades em nossas consciências? Por que não limpam nossas mentes? Por que não ficamos renovados após tormentas mentais e emocionais? É porque resistimos às tormentas. Interferimos em seus movimentos, queremos controlá-las. Temos receio de permitir à tormenta que opere através de nós. Sentimos que seremos destruídos ao seu impacto, sentimos que seremos varridos por seu poderoso influxo. E assim, quando as tormentas psicológicas rugem em nós, resistimos à sua aproximação e, quando chegam, procuramos abrir nosso caminho, através delas.

Mas corre-se graves perigos ao procurar abrir caminho através de uma tormenta ou de uma perturbação. Quando uma tormenta ruge, a gente se sente confusa. Se não houvesse confusão, também não haveria tormenta! Em uma tormenta, levantam-se nuvens de pós e há a agitação de árvores e plantas. Naturalmente, se fica confuso no meio desta agitação e, assim, quaisquer passos dados, neste momento de confusão, tendem a levar-nos a uma confusão maior. Em tormentas e perturbações a gente precisa 'estar alerta', como se cada movimento da mente confusa possibilitasse o extravio do peregrino espiritual. Se deixarmos a tormenta operar sozinha e não houver resistência, haverá então uma completa limpeza da mente. A mente será refrescada e renovada. Um novo caminho e uma nova abordagem se abrirão a uma mente assim. E um novo caminho sempre  evoca entusiasmo no fundo do coração de cada ser humano. (...)"

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 16/19)