OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 4 de outubro de 2014

A MORTE E O ETERNO (2ª PARTE)

"(...) Claro que você sabe que um dia vai morrer, mas isso permanece apenas como uma ideia, até que você seja confrontado pela primeira vez com a morte. Ela pode chegar através de uma doença grave, de um acidente que atinja você pessoalmente ou da morte de um ente querido. Nesse momento a morte entra em sua vida e você toma consciência de que é um ser mortal.

A maioria das pessoas procura ignorar esse fato, mas, se enfrenta a realida de que seu corpo é passageiro e pode acabar a qualquer instante, você consegue separar sua forma física do seu 'eu'. Quando admite e aceita a natureza fugaz e passageira de todas as formas de vida, você é invadido por uma estranha sensação de paz. Ao encarar a morte de frente, sua consciência se liberta até certo ponto da identificação com a forma física. (...)

A cultura ocidental ainda nega amplamente a morte. Até as pessoas idosas procuram não falar ou pensar na morte, e os corpos dos mortos são mantidos a distância. Uma cultura que nega a morte torna-se inevitalmente superficial, preocupada apenas com a aparência das coisas. Quando se nega a morte, a vida perde a profundidade. A possibilidade de saber quem somos para além do nome e da forma física - a nossa dimensão transcendental - desaparece, pois a morte é a abertura para essa dimensão.

As pessoas, de um modo geral, se sentem profundamente pertubadas com qualquer coisa que acaba, porque todo fim é uma pequena morte. É por isso que em muitas culturas as pessoas preferem se despedir dizendo algo equivalente a 'até logo', o que significa 'nos vemos depois'. Sempre que uma experiência termina - uma mudança de endereço, as férias, os filhos indo embora de casa -, você passa por uma pequena morte. A 'forma' que essa experiência tinha na sua consciência desaparece. Muitas vezes isso faz com que você sinta um vazio do qual a maioria das pessoas tenta fugir.

Se você aprender a aceitar e até acolher os pequenos e grandes fins que acontecem em sua vida, pode descobrir que o sentimento de vazio que a princípio causou tanto desconforto se transforma num espaço interno profudamente cheio de paz. Aprendendo a morrer assim a cada dia, você se abre para a Vida. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 65/66)

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

MEMÓRIA CONSTANTE

"Através da pureza do intelecto surge a memória constante, e ao chegarmos à recordação correta todos os elos são completamente rompidos.


Memória Constante: esse é o caminho indicado no Upanixade Chandogya. O que torna a memória inconstante? É a pletora de imagens criadas pela mente, cada imagem demandando atenção da mente. A memória só pode ser constante se a percepção for constante. Somente se o homem vê os fatos e não as projeções da mente é que surge uma memória constante dos fatos. Um poeta inglês escreveu que nosso nascimento é esquecimento. Esquecemos de onde viemos, esquecemos nossa real natureza. Através da projeção de imagens foi construída uma natureza adquirida. Perdemos a base original da memória constante. Quando surge o vazio da plenitude aparente da mente, então naquele vazio surge uma recordação, o nascimento de uma memória constante. Vemos o que somos e é com esse conhecimento que retornamos ao mundo da ação de todo dia. Para aquele que viu sua real natureza o processo do vir-a-ser é alegria indescritível. Sua jornada na vida pode ser longa, mas o final não está distante, ele existe no próprio começo. Quando o final está no começo, a jornada com todos os seus perigos é uma experiência sensacional. Não se está preocupado em chegar. Para ele não há chegada, apenas a própria jornada. Quando a tensão e antecipação da chegada desaparecem, cada passo da jornada se torna uma experiência fascinante. Essa jornada para o aparente vazio leva-nos a uma experiência de intensa Plenitude, uma plenitude que permanece plena mesmo com a passagem do tempo. Porque é uma Plenitude que o tempo não pode tocar. É uma Plenitude que não conhece decadência, porque não é uma plenitude que foi preenchida com alguma coisa. É uma Plenitude de total vazio, de total nada, de absoluto vazio. A Plenitude do Vazio é realmente o Atman, o imortal e destemido, aquele que se expressa em todas as formas e ainda assim permanece supremamente Sem Forma."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003, p. 224/225)

A MORTE E O ETERNO (1ª PARTE)

"Quando você anda numa floresta intocada, onde não houve qualquer interferência humana, vê muito verde exuberante, muita planta brotando, mas também encontra árvores caídas, troncos se deteriorando, folhas podres e, a cada passo, matéria em decomposição. Para onde quer que olhe, vai encontrar vida e morte.

Se prestar mais atenção, vai descobrir que o tronco de árvore em decomposição e as folhas apodrecendo não só dão origem a nova vida como estão cheios de vida. Há micro-organismos em ação. As moléculas estão se reorganizando. Portanto, não há morte em parte alguma dessa floresta. Há apenas a transformação da vida. O que você pode aprender com isso? Aprende que a morte não é o contrário da vida. A vida não tem oposto. O oposto da morte é o nascimento. A vida é eterna.

Sábios e poetas de todas as épocas reconheceram o caráter de sonho da existência humana - A vida, aparentemente tão concreta e real, é ao mesmo tempo tão fugaz que é capaz de acabar a qualquer instante.

Na hora da morte, a história da sua vida pode realmente lhe parecer um sonho que está terminando. Mas até no sonho há uma essência que é real. É preciso haver uma consciência para que o sonho aconteça. Do contrário, não haveria sonho. Mas será que é o corpo que cria a consciência ou é a consciência que cria o sonho do corpo? Por que será que a maioria das pessoas que estiveram à beira da morte perdem o medo de morrer? Pense nisso. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 64/65)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CONSIDERE A FONTE

"É um absurdo encarar seus pais, avós ou ancestrais como a fonte de seus poderes, qualidades, tendências, aptidões e características. Assim fazendo, você limita seu pontencial. Deve compreender que provém de Deus. Deus reside dentro de você e é seu Pai Celestial. Toda a Sua sabedoria, poder e glória estão à sua disposição, esperando que você recorra ao Seu inesgotável reservatório de força e inteligência. Você não é uma mera confluência de átomos, moléculas, genes e tendências herdadas. Em vez disso, você é filho do Deus Vivo e herdeiro de todas as riquezas de Deus, espirituais, mentais e materiais.

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos, 12:2). Essa é a chave para uma nova vida. Sua mente é uma máquina que tudo registra; todas as convicções, impressões, opiniões e ideias teológicas que aceitou e lhe foram incutidas na infãncia estão impressas em sua mente subconsciente.

Mas você pode mudar sua mente. Pode começar a preenchê-la agora com padrões de pensamentos divinos, aliando-se ao Espírito Infinito interior, alcançando a beleza, amor, paz, alegria, sabedoria, poder e ideias criativas. O Espírito em você irá reagir, transformando sua mente, corpo e condições. Seu pensamento é o veículo entre o Espírito, seu corpo e o mundo material."

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 32/33)

SAMA BHAVA (PARTE FINAL)

"(...) O caçador de prazeres, de conpensações, de fortuna, de posições, de aplausos, de lucros, de tudo que julga desejável, é em geral um débil, pois, na mesma medida com que se alegra com a conquista daquilo que busca, desespera-se, sente-se desamparado e perdido diante dos menores vetos e negativas que o destino lhe impõe. Quase sempre sente medo de perder o que tem ou o que pensa que é, e adoece de medo diante das ameaças a ele ou a seu patrimônio. Ao primeiro prenúncio de dor de cabeça, se acovarda e, assim, a agrava.

Quem faz da equanimidade sua fortaleza interna é inexpugnável. Não teme perder nem se perturba na ansiedade de conquistar. Equânime não é a pessoa fria, indiferente e inconsequente. Embora se apercebendo da significação de ser favorecido ou desfavorecido, embora participe ativamente dos fatos, consegue um sadio isolamento emocional, colocando-se acima deles. Na estratosfera do espírito reside sua tranquilidade. Tufões e muita chuva só perturbam as camadas inferiores da atmosfera da mente e da matéria.

Aprenda a ser equânime, amigo, e se torne invencível. Para isso, procure fazer uma noção exata do mundo que o cerca. Aprenda a tomar as coisas como vêm. Liberte-se dos óculos escuros do pessimismo e igualmente dos óculos azuis do otimismo. Contemple com isenção os dois polos perenes da realidade. Vício e virtude, bom e mau, bem e mal, fácil e difícil, verso e reverso, junções e separações, queda e ascensão, estão aí e aqui, estiveram e sempre estarão em toda a parte, quer você goste, quer não, quer lucre ou perca, sofra ou goze. Na obra do Absoluto 'tudo é necessário' e em nossa vida 'nada é imprescindível' a não ser o amor de Deus. Aprenda a aceitar com equanimidade o que a vida lhe der. Só assim poderá seguir o que o Epíteto ensinou: 'Não faça sua felicidade depender daquilo que não depende de você.'

Quando a ansiedade lhe impedir o sono ou estiver querendo impacientar-se na fila de atendimento; quando o patrão disser que não lhe vai conceder o aumento ou a chuva estragar seu domingo na praia; quando sua úlcera começar a dar sinais. quando sentir ímpetos de desespero, de desânimo ou outra emoção perniciosa, diga a si mesmo: 'Devo aproveitar esta oportundade que a vida me apresenta e aprender a ser equânime. Vou fazer tapas, isto é, austeridade; vou aceitar sem reclamar, sem me sentir vítima da má sorte; vou colocar-me acima das circunstâncias. Não vou perder a paz de Deus dentro de mim por causa desse aborrecimento temporário.'"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 210/213)