OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 21 de dezembro de 2013

SABEDORIA PARA RESOLVER PROBLEMAS E TOMAR DECISÕES NA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Quando surge um problema, em vez de ficar o tempo todo remoendo-o, procure encontrar as alternativas possíveis para se livrar dele. Se você for incapaz de pensar, compare suas dificuldades com as dificuldades semelhantes de outras pessoas e aproveitando suas experiências, aprenda quais caminhos levaram ao êxito e quais levaram ao fracasso. Escolha os passos que lhe parecem lógicos e práticos e, então, ponha mãos à obra para implementá-los. Toda a biblioteca do universo está oculta em você. Todas as coisas que você quer saber estão dentro de você. Para fazer aflorar esse conhecimento, pense de modo criativo.

Talvez você esteja seriamente preocupado com um filho, ou com a saúde, ou com o pagamento de uma hipoteca. Não achando uma solução imediata, começa a se preocupar com a situação. E o que ganha com isso? Dor de cabeça, nernovismo e problemas cardíacos. Você não sabe como controlar os sentimentos e as condições com que se confronta, porque não analisa com clareza, nem a si próprio, nem aos seus problemas. Em vez de perder tempo preocupando-se, pense positivamente a respeito de como eliminar as causas do problema. Se você quer se livrar de uma dificuldade, analise-a calmamente, identificando todos os pontos positivos e negativos da situação e, então, decia os passos que seriam os melhores para alcançar seu objetivo.

Sempre existe um modo de resolver seus problemas, e se você, com calma pensar com clareza como livrar-se da causa de sua dificuldade, em vez de apenas se preocupar com ela, se tornará um mestre [da situação].

Todos os homens e mulheres bem-sucedidos dedicam muito tempo à profunda concentração. Eles são capazes de mergulhar fundo em suas próprias mentes e achar as pérolas das soluções corretas para os problemas que enfrentam. Se aprender a retirar sua atenção dos objetos de distração e colocá-la num único objeto de concentração, você também saberá como atrair, à vontade, o que quer que necessite."  

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 51/52)


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DE, EM, PARA

"Tudo vem do Infinito.

Tudo está no Infinito. 

Tudo volta para o Infinito.

Mas o mundo de voltar varia. Os seres infra-humanos voltam para o Infinito, donde vieram, dissolvendo-se nele e deixando de existir como indivíduos finitos; continuam a ser como Realidade Universal, mas dixam de existir como Indivíduos Realizados. O Real do seu ser coincide com o Irreal do seu existir.

Somente o homem, dentre as criaturas da terra, pode perpetuar a sua existência individual, o seu Eu existencial, quando regressa ao grande Todo Universal, donde veio e no qual está. O homem, graças à sua experiência espiritual, pode integrar-se no Infinito, em vez de dissolver o seu Finito no Infinito e deixar de existir como homem.

Tudo, quando morre, deixa de existir e continua a ser - somente o homem, quando morre, pode continuar a existir individualmente; não necessita de se diluir no oceano do Nirvana Universal.

De que depende essa perpetuação da existência individual?

Depende da experiência vital 'Eu e o Pai somos um.' Eu, o Finito, sou uma forma existencial da Essência Universal.

O que é essa experiência vital imortalizante, ninguém o sabe a não ser que a tenha vivido em toda a sua veemência e plenitude.

Saber é Ser. Quem não é aquilo que quer saber não o sabe.

sei realmente aquilo que sou.

Quando meu saber coincide com o meu ser, então eu sei realmente, e então o meu saber é uma força criadora irresistível.

Esse dinâmico ser-saber é um carisma, que não pode ser manufaturado pelo ego consciente, mas é recebido do Infitinto pelo Eu cosmosciente, suposto que o Eu seja idôeno para conceber essa prole divina. Em face do Infinito, a alma humana é essencialmente feminina, que não pode dar, antes de receber, ou conceber, o germe da Vida Divina, se permitir ao Pai Eterno que a fecunde com o poder da sua graça. 'Eis aqui a serva do Senhor - faça-se em mim segundo o teu Verbo' - somente esta atitude de humilde receptividade é que torna a alma idônea para conceber o Verbo - e então o Verbo se faz carne e habita a alma, cheio de graça e de verdade."

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 57/58)
www.martinclaret.com.br


SABEDORIA PARA RESOLVER PROBLEMAS E TOMAR DECISÕES NA VIDA (1ª PARTE)

"O mundo continuará tal como é, com seus altos e baixos. Onde haveremos de buscar orientação? Não será nos preconceitos criados dentro de nós pelos hábitos e pelas influências ambientais de nossas famílias, do nosso país, ou do mundo, mas sim na voz da Verdade que nos guia interiormente.

A Verdade não é uma teoria, nem um sistema filosófico especulativo, nem um descortino intelectual. A Verdade é a correspondência exata com a Realidade. Para o homem, a verdade é o inabalável conhecimento da sua natureza real, do seu Eu como alma.

No viver cotidiano, a verdade é uma consciência guiada pela sabedoria espiritual que nos impele a fazer determinadas coisas, nao porque alguém acha que deva ser assim, mas porque são certas. 

Quando você está em contato direto com o Criador do universo, está em contato direto com toda a sabedoria e todo o entendimento. 

Não é uma injeção desde o exterior que produz sabedoria; o poder e a extensão de sua receptividade interna é que determinam o quanto você pode assimilar do verdadeiro conhecimento, e quão rapidamente pode assimilá-lo. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 50/51)


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SUICÍDIO ESPIRITUAL

"85 - Mata a si mesmo quem atende somente às necessidades do seu próprio corpo, nada fazendo de bom para os outros, constantemente evitando o seu próprio dever e não buscando a liberação da servidão causada pela ignorância.

COMENTÁRIO - O suicídio não é somente o término abrupto da vida pelas próprias mãos. Esse nasce do desespero dos que perderam a esperança de encontrar uma saída. O pior suicídio é o espiritual, quando definhamos interiormente devido a nossa própria ignorância, quando não encontramos o nosso dever, a nossa vocação. Todos os seres possuem em si, muitas vezes de forma indistinta, esse dever que nos levará até uma plenitude que existe potencialmente em tudo. Quando não permitimos que esse potencial se expresse em nossas vidas, estamos nos suicidando e cada vez mais submersos na ignorância que, por sua vez, produz mais sofrimento."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 43)

A LEI DA HARMONIA UNIVERSAL (PARTE FINAL)

"(...) Pelo fato de a harmonia ser a ordem universal, nosso progresso interior, como seres morais e espirituais, depende de readquirirmos o senso de harmonia que perdemos. Os outros filhos da natureza não têm problemas como nós, pois são inteiramente parte do todo e livres do sentido de ego. Mas nós, seres humanos, alienamo-nos da natureza, nossa mãe, e dos seus outros filhos de muitas espécies. Portanto, viver em paz é um problema para os seres humanos. Harmonia, felicidade e paz caminham juntas. Prova disso é quando nos desentendemos com alguém; sempre nos sentimos infelizes, ou pelo menos constrangidos. Assim, para seguir além na estrada que leva à felicidade, devemos recuperar a harmonia. Como diz aquele belo texto em A Voz do Silêncio: ‘Antes que a alma possa ver, a harmonia interior deve ser atingida, e os olhos da carne devem tornar-se cegos à ilusão’.

As tradições religiosas estimulam as pessoas a se tornarem inocentes como as crianças. A inocência existe quando a mente purga o sentido de ego e as imagens ilusórias. (...)

A harmonia interior se expressa  espontaneamente no viver inofensivo, na preocupação ecológica, no respeito e no senso de justiça com relação a todas as formas de vida, na ausência de exploração, na recusa em ceder à ganância, no viver simples e no sentimento profundo, evitando toda forma de desperdício e de luxo desnecessário. Obediência à lei da harmonia é a grande necessidade do mundo atual." 

(Radha Burnier - A lei da harmonia universal - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A FELICIDADE NÃO ME ACONTECE

"Tudo me pode acontecer, menos a felicidade, nem a infelicidade. A felicidade e seu contrário não são produtos de circunstâncias externas, mas sim criação do meu ser interno; nascem das profundezas do meu centro cósmico, divino, eterno. Queixar-se de injustiças alheias é pura cegueira e ignorância; porquanto ninguém me pode fazer mal a não ser eu mesmo, pelo abuso do meu livre-arbítrio. O meu livre-arbítrio é a chave para o céu e para o inferno, para o ser feliz e para o ser infeliz - é a onipotência divina em mim.

Eu habito num castelo inexpugnável.

As portas do meu castelo encantado não abrem pelo lado de fora - só abrem pelo lado de dentro. Se eu abrir as portas do meu baluarte e for invadido pelo inimigo - de quem é a culpa?

I am the captain of my soul...¹

Circunstâncias externas podem, sem dúvida, facilitar ou dificultar o exercício do meu livre-arbítrio - mas nunca o podem forçar nem impedir; em última análise, eu sou o autor da minha vitória ou da minha derrota. O meu livre-arbítrio é a onipotência de Deus em mim. Na zona do meu livre-arbítrio cessa a lei férrea da causalidade automática; aí impera a causalidade espontânea da 'gloriosa liberdade dos filhos de Deus'. No plano da causalidade, como bem diz a ciência, nada se cria e nada se aniquila, tudo se transforma apenas; mas nas alturas da liberdade algo se cria e algo se aniquila; aí o homem é realmente autor de algo antes inexistente, ou destruidor de algo existente."

¹ Eu sou o capitão da minha alma (N. do E.).

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 75/76)
www.martinclaret.com.br


A LEI DA HARMONIA UNIVERSAL (3ª PARTE)

"(...) A verdadeira percepção espiritual é a percepção da vida como um estado de harmonia absoluta. A palavra yoga tem sido traduzida de muitas maneiras, mas talvez a melhor tradução seja a de Annie Besant: harmonia. Todas as práticas associadas à ioga têm por objetivo culminar na harmonia universal. Os instrutores que inspiraram a fundação da Sociedade Teosófica declararam ‘Reconhecemos apenas uma lei no universo, a lei da harmonia, do perfeito equilíbrio’.

Toda a natureza é harmonia. Não existem cores em desarmonia na natureza; somente as cores produzidas artificialmente podem ser desarmônicas. Um outro instrutor espiritual afirmou: ‘Com o farfalhar das folhas e o tamborilar da chuva, com o estrondo do trovão e o rugir da arrebentação, a natureza tece uma harmonia maravilhosa para acompanhar a canção da vida.’ A nossos olhos pode parecer haver discordância e conflito na natureza, mas aqueles que a estudaram de perto durante anos sabem que, na verdade, existe beleza e amor embutidos em tudo. É no mundo humano que o mal existe. Nenhuma criatura não-humana pratica a crueldade deliberadamente, nem a ganância. O desperdício não é encontrado fora da sociedade humana. Toda ação é inocente de egoísmo até que o estágio humano de evolução é atingido. (...)"

(Radha Burnier - A lei da harmonia universal - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 12)


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

KARMA ATIVO E KARMA PASSIVO

"Karma Ativo, ou Karmabhava, é o Karma que esta­mos formando agora com os nossos pensamentos, ações e nossa vida em geral, bem como o que nela há de bom ou de mau. Isso produzirá o que vai ser o Karma Passivo da próxima vida, isto é, seu ambiente e condições. Da mes­ma maneira, o Karma Ativo da existência passada produ­ziu o Karma Passivo desta vida.

Karma Passivo, ou como é chamado tecnicamente, Upapattibhava, refere-se ao ambiente, às condições e ao caráter com os quais nascemos: todas essas coisas que nos dão, na vida, a impressão de que exercemos controle sobre elas, levando-nos a cogitar porque temos tal ambiente e tais obstáculos ao nosso progresso. Há, no Mahâbhârata, uma estranha passagem que merece consideração, em­bora, recordem bem, não se trate de doutrina autorizada, mas de certas palavras ditas por Bhishma a Yudhisthira, para explicar que o fruto de um ato aparecerá no período correspondente da vida, na próxima existência. Pode haver, e provavelmente há, muita verdade nessa declaração, e é muito possível que ações bastante sérias e fortes tenham seu efeito da maneira assim exposta. É possível atribuir isso a acontecimentos inquietantes e inesperados de nossa vida? É possível contra-arrestar esses efeitos? Alguns en­tre nós andam sob uma nuvem durante anos, quando, de repente, a nuvem sobe e as coisas parecem tomar novo caminho e novo aspecto. Tudo pode ser atribuído a al­gum Karma passado e poderoso demais para ser anulado enquanto não se esgote completamente."

(Irmão Atisha - A Doutrina do Karma - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 26)

A LEI DA HARMONIA UNIVERSAL (2ª PARTE)

"(...) Sabemos que realmente existem campos de energia invisíveis. Esses campos, como o eletromagnético ou o morfogenético, conhecido como investigador moderno, não são tangíveis. Mas os efeitos dessas forças em área intangíveis são perceptíveis. Apesar de tudo, existe uma cegueira peculiar, obstinada, que não permite que as pessoas considerem esses campos como dignos de estudo. Quanto sabemos a respeito das leis que governam a gênese das formas, sua evolução ou mutação?

No curso da evolução aconteceram desenvolvimentos inexplicáveis. O famoso biólogo Alister Hardy, no seu livro The Livin Stream, refere-se às complicadas e belas marcas nas penas das asas do pavão. Ele diz que as teorias existentes a respeito da seleção natural não explicam como o padrão das penas do pavão surgiu. Essas coisas continuam a ser inexplicáveis por causa do atual condicionamento da mente humana. Ela resiste à possibilidade de haver forças, leis e propósitos nos níveis mais sutis que influenciam ou dirigem o que acontece nos níveis físico e mental.

Todos os homens inteligentes devem fazer uma séria consideração quanto à questão da felicidade e do sofrimento. Obviamente, uma grande riqueza, com excesso de prazeres e de luxos não produz felicidade. Existe uma enorme miséria, física e psicológica, em todo o mundo. Devemos perguntar: será por sermos tão ignorantes das leis não-físicas do universo que estamos continuamente violando-as e ferindo a nós mesmos? Podemos ser como a pessoa que se recusa a aceitar a força de gravidade e, do terraço, salta nos espaço, apenas para quebrar os ossos. (...)"

(Radha Burnier - A lei da harmonia universal - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 10)


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

RESISTA AOS APELOS DOS SENTIDOS

"84 - Se o desejo pela liberação existe em ti, os objetos sensoriais têm de ser mantidos à grande distância, como se fossem veneno. Deves constante e fervorosamente buscar a alegria como se fosse ambrosia, bem como a bondade, o perdão, a sinceridade, a tranquilidade e o autocontrole.

COMENTÁRIO - Exercita constantemente a tua vontade, deixando de lado aquilo que desejas. O desprendimento aumenta à medida que começamos a ver mais nitidamente os perigos do apego aos objetos dos sentidos. Ao mesmo tempo procura estimular a alegria, sorrindo para os teus interlocutores ou apresentando uma face tranquila para o mundo; cultiva a alegria, a bondade, o perdão, a sinceridade, a tranquilidade e o autocontrole. Aos poucos as sementes florescerão e transformarão a tua vida e os que estão à tua volta. Transformamo-nos em um centro de paz e equilíbrio no meio da convulsão que caracteriza a nossa época. Veremos então que tudo se torna diferente."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 43)

A LEI DA HARMONIA UNIVERSAL (1ª PARTE)

"As leis do universo aplicam-se igualmente a todos o tempo todo. Elas são onipenetrantes, imutáveis e intransgredíveis. As leis feitas pelo homem podem ser  arbitrárias ou opressivas, tendenciosas a favor de certos grupos. Portanto, a justiça não pode estar invariavelmente associada às leis humanas. No entanto, as leis da natureza corporificam a justiça perfeita, pois ninguém tem o poder de distorcê-las, mudar ou anular qualquer parte delas. Elas são absolutas.

Para a humanidade progredir, é necessário que as pessoas compreendam as leis naturais, pois somente pela compreensão podem ser empregadas as forças da natureza, que são todas sujeitas às suas leis. Se alguém se rebelasse contra a lei da gravidade, ou se dissesse ‘vou ignorá-la’, poderia cair e se ferir gravemente. Mas se ele estudou a lei, poderia facilitar sua própria vida de várias maneiras. Todo o progresso tecnológico que aconteceu no mundo é resultado do estudo da natureza e da compreensão de suas leis.

Infelizmente, o esforço tem sido dirigido quase inteiramente para a obtenção de conhecimento do universo físico. Por essa razão, o assim chamado progresso tem sido em grande parte na esfera material, simplesmente uma questão de prover cada vez mais conforto físico e de melhorar os meios de se obter satisfações físicas. De um  modo geral, nenhum esforço foi feito para penetrar no funcionamento das forças mais sutis nos planos não-físicos da existência, e compreender as leis não-físicas."

(Radha Burnier - A lei da harmonia universal - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 10)


domingo, 15 de dezembro de 2013

O HOMEM PERFEITO: UM ELO NA CORRENTE DA EVOLUÇÃO

"Há uma etapa, na evolução humana, imediatamente anterior à meta do esforço humano, que, uma vez atravessada, o homem, enquanto homem, não tem mais nada a realizar. Ele torna-se perfeito; sua carreira humana terminou. As grandes religiões dão nomes diferentes a esse Homem Perfeito, mas, qualquer que seja o nome, o conceito é o mesmo; Ele é Mitra, Osíris, Krishna, Buda ou Cristo, mas sempre simboliza o Homem que se tornou perfeito. Ele não pertence a uma única religião, nação ou família humana; não está limitado por um único credo; em todo lugar ele é o mais nobre, o mais perfeito ideal. Todas as religiões o proclamam; todos os credos têm nele sua justificação; ele é o ideal pelo qual se esforçam todas as crenças, e cada religião cumpre sua missão com maior ou menor eficiência, conforme a claridade com que ilumina e a precisão com que ensina o caminho pelo qual ele pode ser alcançado.

O nome de Cristo, atribuído ao Homem Perfeito pelos Cristãos, designa mais um estado do que o nome de um homem. "Cristo em você, a esperança da glória", é o pensamento do mestre Cristão. Os homens, no longo percurso da evolução, atingem o estado de Cristo, pois todos concluem com o tempo a peregrinação secular, e aquele que especialmente no Ocidente está conectado a esse nome é um dos "Filhos de Deus", que atingiram o objetivo final da humanidade. A palavra sempre trouxe consigo a conotação de um estado: "o sagrado". Todos devem atingir esse estado: "Olhai dentro de ti; tu és Buda". "Até que o Cristo surja em ti". Assim como aquele que deseja tornar-se músico, deveria ouvir as obras-primas dessa arte e mergulhar nas melodias dos grandes mestres da música, deveríamos nós, filhos da humanidade, erguer nossos olhos e nossos corações, em contemplação constantemente renovada, para as montanhas onde habitam os Homens Perfeitos da nossa raça. O que nós somos, eles já foram; o que eles são, nós seremos. Todos os filhos dos homens podem fazer o que um Filho do Homem já fez, e vemos neles a garantia do nosso próprio triunfo; o desenvolvimento de semelhante divindade em nós é apenas uma questão de evolução."

(Annie Besant - Os Mestres - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 05)


SEM COMUNICAÇÃO, AUMENTA A INCOMPREENSÃO (PARTE FINAL)

"(...) Uma dificuldade com a maioria de nós é que estamos tão ocupados em fazer prevalecer nosso próprio ponto de vista, tentando convencer disso a outra pessoa, que não lhe damos a oportunidade de manifestar a sua opinião. Quando você tiver dificuldades com alguém, sempre lhe dê atenção suficiente, deixando que ele 'desabafe'. Não importa quão detestável, emotivo, ele seja, não o interrompa. Deixe-o falar. A seguir, responda com tranquilidade e gentileza. Mesmo que possa estar dizendo as coisas mais cruéis sobre você, escute-o com respeito ao mesmo tempo em que interiormente diz a Deus: 'É assim mesmo? Estou interessado na verdade. Se sou assim, Tu deves ajudar-me, Senhor, a superar minha falha e modificar-me.' Mas se a pessoa for abusada a ponto de esquecer as conveniências e ofender princípios espirituais, e não apenas o ego e o orgulho pessoal, é nosso dever resistir com a mesma tenacidade do aço. Ofender princípios divinos é ofender a Deus, e nunca devemos ser cúmplices nisso. Jesus nunca se defendeu, mas foi enérgico em atos e palavras quando a retidão era violada.

Nosso dever como filhos de Deus neste mundo, portanto, é buscar a compreensão: compreensão de si mesmo, dos outros, da vida e, acima de tudo, de Deus. Este mundo poderá ser um lugar melhor somente quando reinar a compreensão no coração e na mente das pessoas. Os indivíduos precisam aprender a conviver uns com os outros antes que as nações algum dia possam ter a esperança de consegui-lo."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 47/48)


sábado, 14 de dezembro de 2013

A ONIPRESENÇA DE DEUS

"Nebulosas, constelações, estrelas, letreiros luminosos na imensidão que transcende dimensões e a própria imaginação...

Em vós posso ler sobre Aquele que vos acende todas as noites.

Brisa fresca, nem me tocaste ainda. Mas eu já te sinto em mim com o ver ao longe tuas carícias na epiderme enluarada da lagoa. 

Não preciso ver a aflição do peixinho que as ondas escondem. Basta-me ver o trágico mergulho elegante da gaivota que o vai pegar.

Vendo apenas a palhinha no bico do pardal, sinto a tepidez do ninho e nele, a presença do amor.

Da mesma forma, para mim: a sombra afirma a luz; a fumaça, o fogo que está lá atrás da serra; o efeito proclama a causa; o finito, o Infinito; o transitório, a Eternidade...

O que escuto canta para mim a canção do Inaudível.

Nunca, Realidade, estás ausente.

O pecado e a dor existem porque não Te vemos, embora estejas onipresente em tudo que Te oculta.

Na ansiedade da procura, é-nos impossível ouvir-Te, ó Silêncio!, no tumulto sonoro que Te revela."

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 104/105)


SEM COMUNICAÇÃO, AUMENTA A INCOMPREENSÃO (1ª PARTE)

"Quando alguém não nos compreende e fica zangado, nada que possamos dizer irá esclarecê-lo, seja como for,enquanto ele estiver sob a influência da emoção. É melhor esperar até que nosso suposto antagonista esteja calmo e procurar comunicar-se depois. Quando as pessoas param de se comunicar, surge o mal-entendido. Enquanto houver comunicação - não discussão acalorada, mas debates sem preconceitos - haverá esperança de se cultivar a compreensão e a harmonia.

É importante nunca ter a mente fechada. Nosso gurudeva, Paramahansa Yogananda, não a tolerava naqueles que buscavam seu treinamento. Quem quer que desejasse ficar perto dele tinha de manter-se imparcial, tornar-se um ser humano razoável.

Ao procurar nos comunicar com os outros, devemos sempre prestar atenção aos nossos motivos. Se, sob o disfarce de buscar compreensão, nossa verdadeira intenção é impor, goela abaixo, nossas próprias ideias aos outros, nosso motivo é impuro e, portanto, errado. Devemos sempre fazer um esforço sincero para compreender os outros, deixando de lado, momentaneamente, nosso próprio ponto de vista de modo a nos identificarmos com o pensamento da outra pessoa. Temos que fazer isso se queremos nos comunicar com os outros com êxito. Se estamos buscando a verdade, não uma simples justificativa para nossas próprias convicções, precisamos estar aptos para esquecer, por ora, o que achamos que está correto e ver o assunto com os olhos da outra pessoa. Deixemos que ela se expresse. Depois, tendo ouvido o lado dela e tendo-o analisado imparcialmente conforme seu ponto de vista, podemos apresentar nossa visão. Em outras palavras, haverá uma franca troca de ideias. Os dois lados, portanto, podem ver que erraram em sua opinião e que a verdade se situa em algum lugar entre as posições contrárias. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 46/47)


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

AS TRÊS VERDADES

"Há três Verdades que são absolutas e não podem ser perdidas, mas podem permanecer em silêncio por falta de quem as expresse.

A alma do homem é imortal e o seu futuro é o futuro de algo cujo crescimento e esplendor não têm limites.

O princípio que dá a vida habita em nós e fora de nós; é imortal e eternamente benéfico; não é ouvido, nem visto, nem sentido pelo olfato, mas é percebido pelo homem que deseja a percepção.

Cada homem é o seu próprio absoluto legislador, produzindo para si glória ou trevas; é o decretador de sua vida, da sua recompensa e da sua punição.

Estas Verdades, que são grandes como a prória vida, são tão simples como a mais simples das mentes humanas. Alimenta com elas os famintos."

(Mabel Collins - Luz no Caminho - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 69/70)


RESTABELECER UM RELACIONAMENTO COM DEUS (PARTE FINAL)

"(...) Há pessoas que descrevem seu Criador como alguém que, autoritariamente, submete o homem à prova com a fumaça da ignorância e o fogo do castigo, e que julga os atos humanos com insensível severidade. Elas deturpam assim o verdadeiro conceito de Deus como Pai Celestial, afetuoso e compassivo, atribuindo-Lhe a falsa imagem de um tirano vingativo, inflexível, incapaz de perdoar. Mas os devotos que comungam com Deus sabem que é tolice concebê-Lo diferente de um Ser Compassivo, receptáculo infinito de todo amor e bondade.

Deus é Bem-aventurança Eterna. Seu ser é amor, sabedoria e alegria. Ele é tanto impessoal quanto pessoal e Se manifesta de qualquer modo que Ele queira. Aparece aos Seus santos na forma preferida por cada um deles; um cristão vê Cristo, um hindu vê Krishna ou a Mãe Divina, e assim por diante. Devotos que O adoram na forma impessoal tornam-se conscientes do Senhor como Luz infinita ou como o maravilhoso som de Om, o Verbo primordial, o Espírito Santo. A suprema experiência que o homem pode ter é sentir essa Bem-aventurança, na qual todos os outros aspectos da Divindade – amor, sabedoria e imortalidade – estão plenamente incluídos. Mas como poderia eu transmitir com palavras a natureza de Deus? Ele é inefável, indescritível. Só por meio da meditação profunda é que você conhecerá Sua singular essência."

(Paramahansa Yogananda – Onde Existe Luz – Self-Realization Fellowship – p. 187/188)


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A CONSCIÊNCIA

"Ao vos tornardes cônscio do vosso condicionamento compreendereis a totalidade de vossa consciência. A consciência é o campo total onde funciona o pensamento e existem as relações. Todos os motivos, intenções, desejos, prazeres, temores, inspiração, anseios, esperanças, dores, alegrias, se encontram nesse campo. Mas nós dividimos a consciência em ativa e latente, em nível superior e nível inferior; quer dizer, na superfície todos os pensamentos, sentimentos e atividades de cada dia e, abaixo deles, o chamado subconsciente, as coisas que não nos são familiares, que ocasionalmente se expressam por meio de certas sugestões, intuições e sonhos.

Ocupamo-nos com um pequeno canto da consciência, que constitui a maior parte de nossa vida; quanto ao resto, a que chamamos subconsciente, com todos os seus motivos, temores, atributos raciais e hereditários, não sabemos sequer como penetrá-lo. Agora, pergunto-vos: Existe mesmo tal coisa — o subconsciente? Empregamos muito livremente essa palavra. Admitimos que essa coisa existe e todas as frases e terminologias dos analistas e psicólogos se insinuaram na nossa linguagem; mas, existe ela? E, por que razão lhe atribuímos tamanha importância? A mim ela parece tão trivial e estúpida como a mente consciente, tão estreita, tão fanática, condicionada, ansiosa e sem valor quanto ela.

Assim, será possível ficarmos completamente cônscios de todo o campo da consciência e não meramente de uma parte, de um fragmento? Se puderdes tornar-vos cônscios da totalidade, agireis sempre com vossa atenção total e não com uma atenção parcial. Importa compreender isso, porque, quando se está cônscio de todo o campo da consciência, não há atrito. Quando se divide a consciência — toda ela constituída de pensamento, sentimento e ação — em diferentes níveis, é então que há atrito."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Editora Cultrix, São Paulo,1969 - p. 15)
www.pensamento-cultrix.com.br


RESTABELECER UM RELACIONAMENTO COM DEUS (1ª PARTE)

"– Parece-me pouco prático pensar em Deus o tempo todo – observou um visitante. Paramahansaji respondeu:

- O mundo concorda com você, e por acaso o mundo é um lugar feliz? A verdadeira felicidade foge do homem que abandona a Deus, porque ele é a própria Bem-aventurança. Seus devotos na Terra vivem num paraíso interior de paz, mas aqueles que O esquecem passam seus dias num inferno de insegurança e decepção criado por eles próprios. ‘Fazer amizade’ com o Senhor é ser realmente prático!

Cultive o relacionamento com Ele. É possível conhecer Deus tão bem quanto você conhece seu amigo mais querido. Essa é a verdade.

Primeiro é preciso ter um conceito correto de Deus, uma ideia definida por meio da qual se possa estabelecer um relacionamento com Ele. E, em seguida, você tem de meditar e orar até que essa concepção mental se transforme numa percepção real. Então você O conhecerá. Se você persistir, o Senhor virá. (...)"

(Paramahansa Yogananda – Onde Existe Luz – Self-Realization Fellowship – p. 186/187)


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

RAZÕES CONSIDERADAS PARA A PRÁTICA DA IOGA

"Sugiro pelo menos cinco razões pelas quais devemos praticar ioga:

1. Para responder a um apelo interior ou 'chamado' que finalmente se torna tão irresistível que 'não existe mais nenhum outro caminho a seguir'.

2. Para ajudar a alcançar a realização da unidade com o Divino.

3. Para ser cada vez mais efetivo na ajuda aos outros no sentido de que atinjam esta mesma realização. Isto ocorre naturalmente, pois quando um indivíduo torna-se iluminado, os que estão a seu lado também se iluminam. (Malcolm Muggeridge, referindo à Madre Tereza de Calcutá, disse: 'Nunca conheci nenhuma outra pessoa mais memorável. O mero fato de encontrá-la de passagem por um momento causa uma impressão inesquecível. Presenciei pessoas caindo em pratos quando ela passava.')

4. Para elevar-se além da autodegradação em qualquer forma. 

5. Para ser continuamente inspirado a acelerar a própria evolução por causa dos outros, com os quais cada passo é inevitavelmente compartilhado; o motivo de suma importância: 'para benefício de todos.'

Por que isto é tão difícil? O obstáculo físico é a não responsividade das células do cérebro ao pensamento impessoal e universal. Durante o atual Esquema Planetário, o pensamento e o sentido de separatividade torna difícil atingir a plena consciência espiritual de unidade com o todo. Isto irá tornar-se normal no desenvolvomento futuro do homem, porém, neste ínterim, a prece, a meditação, a contemplação ou a ioga bem-sucedidas aceleram este progresso evolucionário. Consequentemente, as células do cérebro, quando usadas para a contemplação de ideais supramentais e espirituais, tornam-se cada vez mais responsivas ao pensamente abstrato e intuitivo."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Ioga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 32/33)


A CURA PELA GENTILEZA (PARTE FINAL)

"(...) Um desejo de boa vontade sentido no fundo do coração é um ato de gentileza. Quando queremos doar mas estamos de mãos vazias, tudo que podemos fazer é uma oração quieta e sincera para que tudo corra bem com uma determinada pessoa. A gentileza começa consigo mesmo. Cuidado com a autocondenação; ninguém nos leva ao inferno senão nós mesmos. Cultivamos a gentileza ouvindo profundamente, ouvindo com o coração aberto. Ouvir é manter-nos quietos para que possamos ouvir a voz silenciosa de nosso irmão.

O amor é um conceito abstrato, mas a gentileza ajuda a entendê-lo. A ternura para com um irmão ou irmã pode ser expressa por meio de um olhar gentil, uma presença quieta e amorosa, um sorriso ou um tapinha no ombros. Guerras e conflitos existem porque não somos gentis. Nossas mentes e coraçóes abrigam sentimentos de agravo. Podemos ajudar a curar a humanidade por meio de uma pequena e persistente gentileza. (...) 

Algumas pessoas são naturalmente gentis. Se você não o é, decida tornar-se. Essa decisão deve vir sem preconceitos, com gentileza em todas as circunstâncias. Quando se é provocado, a coisa mais difícil é nada fazer - e isso também pode ser gentileza. Quando as pessoas à sua volta não são gentis, quando lançam sobre você emoções negativas, o reflexo natural é retrucar. Mas quando você não retalia em sua mente, está sendo gentil. Gentileza em pensamentos significa percepção; percepção significa não julgamento.

Podemos estudar e conversar a respeito de coisas profundas e sublimes, mas no final toda essa informação pode ser esquecida. Podemos ouvir muitas coisas, mas sempre relembraremos o que sentimos. O que permanecerá conosco é a gentileza que experenciamos entre nós."

(Gina Paraoan - Revista Sophia, Ano 10, nº 40 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BUSCA PELO SUPREMO

"Os Upanishads afirmam que a realização do Atman produz uma mudança em nossa vida, e que não é possível comparar essa nova vida à nossa vida atual. A glória, a felicidade e a paz não são palavras vazias e sem sentido; expressam o estado de uma pessoa que alcançou a experiência espiritual. (...)

Um homem sem equilíbrio, cheio de orgulho e apegado ao mundo, não pode alcançar a realização. É necessário um espírito humilde para aceitar os conselhos do mestre e querer purificar a mente. Muito raramente temos consciência de nossos próprios defeitos. É preciso encontrá-los e corrigi-los. A purificação da mente produz uma modificação importante, que transforma o nosso modo de pensar.

Seguir os conselhos de um guru e as disciplinas da yoga torna tudo isso possível. A partir desse momento, a busca pelo Senhor Supremo é realizado com todo amor. Ao praticar o autocontrole e a meditação descobrimos nosso verdadeiro ‘eu’. Um dia alcançaremos a Realidade Suprema e saberemos que o Ser Supremo, e apenas Ele, dirige o mundo em sua totalidade."

(Swami Ritajananda - A Prática da Meditação - Ed. Lótus do Saber, São Paulo,2006 - p. XXVII)
www.lotusdosaber.com


A CURA PELA GENTILEZA (1ª PARTE)

"Se existe uma medida de espiritualidade observável em nosso relacionamento com as pessoas e com o mundo, é a gentileza amorosa. Se a humanidade se voltasse para a gentileza provavelmente auxiliaria a cura de doenças adquiridas ao se causar dano aos corpos físico, mental e emocional. Provavelmente não precisaríamos de instituições de saúde mental, onde os pacientes não sabem mais como ser gentis consigo mesmo. Se já tivessem experenciado a gentileza suficientemente, para que ela deixasse uma marca indelével em sua consciência, eles certamente teriam uma mente sã.

Gentileza é o resultado natural da unidade, de uma consciência de que aquilo que me cria e me constitui é a mesma vida em você e em todas as coisas. A vida em mim é a vida em você. Deus em mim é Deus em você. Deus não é menor no portador de deficiência ou no mendigo que pede esmolas.

Você já observou quando um amigo lhe ofende? Sua tendência é desviar o olhar, mas quando a pessoa não está por perto, a irritação se infiltra. Você quer manter o rancor, e por isso se mantém distante. Porém, tente olhar a pessoa nos olhos. A gentileza falará ao seu coração dizendo que este é o seu irmão. A dor que ele infligiu provavelmente é um momento de não reconhecimento da vida una, esse fio de vida que une toda a humanidade como uma família, como um organismo indivisível. Esse não reconhecimento ocorre porque nossa visão interior às vezes fica turva, quando nossas necessidades pessoais nos oprimem. 

Gentileza não é condescendência. Não sou forçado a ser gentil porque levo vantagem sobre você. Sou gentil porque aquilo que eu sou você pode se tornar. Somos iguais. Esse tipo de gentileza responsabiliza aqueles que esqueceram sua força interior. Deixemos a face de nosso Deus na porta de nossos templos, porque o Cristo, o Maomé, o Buda que conhecemos não são reais; porque na verdade Deus simplesmente não tem um rosto ou um nome. Você consegue olhar para alguém em algum lugar e dizer, em seu coração, 'és Deus?' Se não colocarmos Deus numa caixinha, é mais fácil conhecê-lo. Mas, certamente, será difícil explicá-lo.Se digo que Deus é gentil e encontro alguém zangado, não consigo reconhecer Deus nessa pessoa; então, será difícil ser gentil. Gentilieza não significa apenas doar. É mais uma atitude de coração. Se você a possui, as pessoas irão senti-la, porque você se tornará uma presença benevolente. (...)"

(Gina Paraoan - Revista Sophia, Ano 10, nº 40 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A TEIA DOS APARENTES

"Enredados na teia dos aparentes - agora gemendo, depois desvairados de prazer - os imaturos vivem tentando evitar desencantos, desenganos, desilusões.

São os enganos suas frágeis seguranças. E é por isso que os desenganos lhes são dolorosos.

Os imaturos gostariam de sempre ficar enganados. As desilusões, que o sábio aproveita, a eles fazem sofrer.

Gostaria de que todo mundo descobrisse que desencanto quer dizer livrar-se de encantamentos frustradores; desilusão significa libertar-se das ilusões que nos desviam do caminho; desengano é o que evita que continuemos enganados.

Vale a pena pagar o preço.

Se eu pudesse, fundaria uma nova religião. Chamá-la-ia desilusionismo."

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 109)


O MEDO (PARTE FINAL)

"Neste momento em que estou aqui sentado, não estou com medo; não tenho medo do presente, nada me está acontecendo, ninguém me está fazendo ameaças nem me tomando nada. Mas, além deste momento presente, uma camada mais profunda da mente está, consciente ou inconscientemente, a pensar no que poderá acontecer no futuro, ou a preocupar-se com algum fato passado que me possa prejudicar. Portanto, tenho medo do passado e do futuro. Dividi o tempo em passado e futuro. O pensamento interfere, dizendo ‘Tem cuidado, para que isso não torne a acontecer’, ou ‘Prepara-te para o futuro! O futuro pode ser perigoso. Agora tens alguma coisa, mas podes perdê-la. Podes morrer amanhã. Tua esposa pode abandonar-te. Podes perder teu emprego. Talvez nunca te tornes famoso. Podes ver-te na solidão. Precisas estar perfeitamente seguro do amanhã’. (...)

Estamos vendo, pois, que o pensamento engendra uma espécie de medo. Mas, separado desse, existe realmente medo? É o medo sempre resultado do pensamento? Se é, existe alguma outra forma de medo? Tememos a morte — uma coisa que acontecerá amanhã ou depois de amanhã, no tempo. Há uma distância entre a realidade e o que será. Ora, o pensamento experimentou esse estado; observando a morte, ele diz: ‘Eu vou morrer’. O pensamento cria o medo da morte; e, se não o cria, existe então realmente o medo?

É o medo resultado do pensamento? Se é, uma vez que o pensamento é sempre velho, o medo é sempre velho. Como dissemos, não há pensamento novo. Se o reconhecemos, ele já é velho. Portanto, o que tememos é a repetição do velho — o pensamento sobre o que foi, projetando-se no futuro. Por conseguinte, o pensamento é o responsável pelo medo. Isso é um fato que podeis observar por vós mesmos. Quando vos vedes diretamente em presença de alguma coisa, não há medo. Só quando surge o pensamento é que há medo.

Por conseguinte, perguntamos agora: É possível à mente viver de maneira completa, total, no presente? Só assim a mente não tem medo. Mas, para compreender isso, tendes de compreender a estrutura do pensamento, da  memória  e  do tempo. E, compreendendo-a, não intelectual nem verbalmente, porém de maneira real, com vosso coração, vossa mente, vossas entranhas, ficareis livre do medo; a mente pode então servir-se do pensamento, sem criar medo."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 23)

domingo, 8 de dezembro de 2013

NÃO DESPERDICE A SUA VIDA COM FUTILIDADES

"Anos de vida são desperdiçados em futilidades. O homem preenche a tarefa de malbaratar os anos que lhe foram designados, mas quão inútil é a performance! Cada um compõe as quatro linhas¹, mas fazem algum sentido? Merecem atenção ou apreço? Não. Os homens minuciosamente perseguem cada desejo fortuito, cada fieira de pensamento, e ficam satisfeitos por terem ‘vivido’. Esta complacência é inteiramente mal colocada. Quando as contas são fechadas e calculados o débito e o crédito, que lucro foi obtido? Você não tem mais que perambulado ao longo e ao largo, tendo no entanto sua casa. Você contempla as estrelas no espaço, mas conserva inexplorado o céu interior. Vasculha a vida alheia assinalando erros e falando mal das pessoas, mas não cuida de analisar seus próprios pensamentos, atos e emoções para julgar se são bons ou maus. Os erros que nos outros você vê não passam de projeções dos seus próprios; o bem que nos outros observa é o reflexo de sua própria bondade. Só mediante a meditação (dhyana) você poderá cultivar o bem-ver, o bem-ouvir, o bem-pensar e o bem-agir."

¹. Na falta de contexto, suponho que “as quatro linhas” sejam os ashrams ou fases da vida ou os varna, isto é, classes ou castas.

(Sathya Sai Baba – Sadhana O Caminho Interior – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 – p. 97)


O MEDO (2ª PARTE)

"Uma das causas principais do medo é que não desejamos encarar-nos tais como somos. Assim, temos de examinar tanto os nossos temores como essa rede de vias da fuga que criamos para nos libertarmos deles. Se a mente, que inclui o cérebro, procura dominar o medo, se procura reprimi-lo, discipliná-lo, controlá-lo, traduzi-lo em coisa diferente, daí resulta atrito e conflito, e esse conflito é um desperdício de energia.

A primeira coisa, portanto, que devemos perguntar a nós mesmos é: ‘Que é o medo, e como nasce?’ Que entendemos pela palavra medo, em si? Estou perguntando a mim mesmo o que é o medo e não de que é que tenho medo.

Vivo de uma certa maneira; penso conforme um determinado padrão; tenho algumas crenças e dogmas, e não quero que esses padrões de existência sejam perturbados, porque neles tenho as minhas raízes. Não quero que sejam perturbados porque a perturbação produz um estado de desconhecimento de que não gosto. Se sou separado violentamente das coisas que conheço e em que creio, quero estar razoavelmente seguro do estado das coisas que irei encontrar. As células nervosas criaram, pois, um padrão, e essas mesmas células nervosas recusam-se a criar outro padrão, que pode ser incerto. O movimento do certo para o incerto é o que chamo medo."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 22)

sábado, 7 de dezembro de 2013

A NATUREZA UNIVERSAL DO AMOR

"No sentido universal, o amor é o poder divino de atração, que harmoniza, une e vincula. Seu oposto é a força de repulsão, a energia cósmica que materializa a criação a partir da consciência cósmica de Deus. A repulsão mantém todas as formas em estado manifesto através de maya, o poder da ilusão, que divide, diferencia e desarmoniza. A força de atração do amor contrapõe-se à repulsão cósmica para harmonizar toda a criação e, finalmente, levá-la de volta a Deus. Quem vive em sintonia com a primeira, alcança a harmonia com a natureza e com seus semelhantes, sendo atraído para a reunião beatífica com Deus.

Neste mundo, amor pressupõe dualidade; nasce de uma troca ou sugestão de sentimentos entre duas ou mais formas. Até os animais expressam certo tipo de amor um pelo outro e pelos filhotes. Em muitas espécies, quando um companheiro morre, em geral o outro também logo sucumbe. Mas é um amor instintivo; os animais não são responsáveis por ele. Os seres humanos, entretanto, possuem considerável autodeterminação consciente da reciprocidade do amor. 

No ser humano, o amor se expressa de várias formas. Encontramos amor entre marido e mulher, pais e filhos, entre irmãos, entre amigos, patrão e empregado, guru e discípulo - como Jesus e seus discípulos ou os grandes mestres da Índia e seus chelas - e entre o devoto e Deus, a alma e o Espírito.

O amor é uma emoção universal, que se expressa de acordo com a natureza do pensamento em que se move. Por isso, quando o amor passa pelo coração do pai, a consciência paternal o traduz em amor paterno; quando passa pelo coração da mãe, é traduzido em amor materno; e a consciência do amante empresta ao amor universal ainda outra qualidade. Não é o instrumento físico, e sim a consciência em que o amor se move que determina a qualidade do amor expressado. Assim, um pai pode expressar amor materno, uma mãe pode expressar amor amistoso, e um amante, amor divino.

Todo reflexo do amor vem do Amor Cósmico único; mas, ao expressar-se como amor humano em variadas formas, ele possui sempre alguma imperfeição. A mãe sabe por que ama o filho; este não sabe por que ama sua mãe. Nenhum dos dois sabe de onde vem o que sentem. É o amor de Deus que se manifesta neles; e quando puro e altruísta, reflete esse amor. Assim, ao investigar o amor humano, podemos aprender alguma coisa sobre o amor divino, pois no primeiro vislumbramos o segundo."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 05/06)


O MEDO (1ª PARTE)

"O medo é um dos mais formidáveis problemas da vida. A mente que está nas garras do medo vive na confusão, no conflito, e, portanto, tem de ser violenta, tortuosa e agressiva. Não ousa afastar-se de seus próprios padrões de pensamento, e isso gera a hipocrisia.   Enquanto não nos livrarmos do medo, ainda que galguemos o mais alto cume, ainda que inventemos toda espécie de deuses, ficaremos sempre na escuridão.

Vivendo numa sociedade tão corrupta e estúpida, em que a educação nos ensina a competir — o que gera medo — vemo-nos oprimidos por temores de toda espécie; e o medo é uma coisa terrível, que torce e deforma, que ensombra os nossos dias.

Existe o medo físico, mas esse é uma reação herdada do animal. É o medo psicológico que nos interessa aqui, porque, compreendendo os temores psicológicos em nós profundamente enraizados, estaremos aptos a enfrentar o medo animal, ao passo que, se primeiramente nos interessamos no medo animal, jamais compreenderemos os temores psicológicos.

Todos nós temos medo de alguma coisa; não existe o medo como abstração, porém o medo só existe em relação com alguma coisa. Sabeis quais são os vossos temores — o medo de perder vosso emprego, de não ter comida ou dinheiro suficiente; medo do que pensam de vós os vizinhos ou o público, de não serdes um "sucesso", de perderdes vossa posição na sociedade, de serdes desprezado ou ridicularizado; medo da dor e da doença, de serdes dominado por outrem, de não chegardes a conhecer o amor, ou de não serdes amado, de perderdes vossa esposa ou vossos filhos; medo da morte ou de viver num mundo que é igual à morte, um mundo de tédio infinito; medo de vossa vida não corresponder à imagem que os outros fazem de vós; medo de perderdes a vossa fé — esses e muitos outros e incontáveis temores; conheceis vossos temores pessoais? E que costumais fazer em relação a eles? Não é verdade que fugis dele ou que inventais ideias e imagens para encobri-los? Mas, fugir do medo é torná-lo maior."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 21)