OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 11 de junho de 2017

A MORTE E O DESPERTAR (PARTE FINAL)

"(...) À luz do cenário maior de muitas vidas, cada vida é verdadeiramente apenas um ponto na eternidade, uma 'pequena vida' cercada ou temporariamente completada por um repouso e um interlúdio que são bem-vindos. Dependendo da qualidade de nosso pensamento e de nossa vida, esse sono mais longo, em seu derradeiro pós-morte, é cheio de sonhos maravilhosos que jamais foram realizados durante a vida aqui na Terra - uma realização de nossas aspirações mais elevadas.

Embora a alma humana esteja desfrutando seus sonhos de bem-aventurança, a parte mais elevada de nós, a divindade imortal, está livre para voar até seu lar estelar. Reconhecer esse elo entre sono e morte, e saber que nada completamente estranho ou assustador acontece quando morremos, é em si mesmo um alívio e um consolo tanto para aquele que está enfrentando a morte quanto para aqueles que são deixados para trás. Simplesmente compreendemos tudo que fomos e que esperávamos ser enquanto encarnados; compreendemos a essência do que somos.

É vital aprender o padrão subjacente à continuidade do espírito por trás do fluxo e refluxo da vida manifestada. Podemos nos ver como parte de um esquema divino de infinito desabrochar evolutivo, com horizontes cada vez mais amplos diante de nós. Um panorama assim oferece perspectiva à vida atual. Sabendo que nosso destino é feito por nós mesmos, vemos a justiça das circunstâncias nas quais nos encontramos, que foram criadas por nós no passado.

Nessa estrutura, podemos compreender que para cada um de nós existe o momento certo para nascer e o momento certo para morrer, e que isso está em consonância com as leis cíclicas da existência que transcendem o tempo e o espaço. Obviamente, se interferimos nessas leis, há problemas. Como é triste ver aumentar o número de suicídios entre os jovens de hoje, pois esse é um exemplo característico de que tirar a vida é um distúrbio da harmonia da natureza e do tempo interior. É uma agonia não apenas para aqueles que ficam, mas para aqueles que escolheram dar esse passo; em vez de trazer paz e repouso imediatos, a condição duvidosa e desesperada que levou a esse ato intensifica-se num sonho depois que o corpo se foi. Se eles ao menos pudessem saber a tempo como a vida é preciosa, e como as profundezas do desespero podem extrair de nós novas dimensões, novos insights, novas forças..."

(Ingrid van Mater - A morte e o despertar - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 23/24)

sábado, 10 de junho de 2017

A MORTE E O DESPERTAR (1ª PARTE)

"A morte é inevitável, familiar, e contudo ainda permanece um dos grandes mistérios da consciência. Nosso dilema humano é o de estarmos literalmente entre dois mundos. Prendemo-nos como escravos ao que podemos ver, e ficamos insatisfeitos. Queremos saber mais, mas nos sentimos inseguros a respeito do que podemos ver.

É lógico que aceitamos o nascimento com mais felicidade do que a morte, pois o nascimento é essencialmente um processo visível, uma soma, enquanto a morte é, para nosso mundo tangível, uma subtração. Além disso, para cada morte há dois aspectos: existe aquele que está morrendo e aqueles que ficam para trás. A iminência de nossa própria morte, ou a perda de um membro da família, costuma nos lançar de volta a nós mesmos, trazendo novamente questões essenciais: quem sou eu? Por que estou aqui? O que realmente acontece na morte?

Shakespeare, ao escrever sobre a impermanência deste mundo, responde à pergunta 'quem sou eu?' dessa maneira: 'Somos do mesmo material/de que são feitos os sonhos/e nossa pequena vida/está cercada de sono...' Que pensamento confortante é reconhecer que a morte está ligada ao sono, no qual penetramos com confiança, sabendo que despertaremos no dia seguinte. Mas o que sabemos realmente a respeito do sono? 'Sono', diz Shakespeare, é 'a morte de cada dia de vida'.

Se combinarmos esses dois pensamentos, temos o quadro revelador do sono como uma pequena morte, e a morte como um longo sono que circunda nossa 'pequena vida'. Entre os antigos, a morte era muitas vezes chamada de 'o sono maior', ou 'o sono perfeito'. Sabemos como o sono é necessário ao nosso bem-estar. É uma lei da natureza tanto para o homem quanto para o animal.

O 'material de que são feitos os sonhos' sugere que a verdadeira parte de nós não é o corpo nem a personalidade, pois ambos são transitórios, mas a consciência interior. Quando vamos dormir, estamos obviamente num estado de consciência diferente. Sonhamos, mas, via de regra, pouco nos lembramos do que aconteceu, exceto que quando despertamos estamos revigorados, e simplesmente reassumimos nossos afazeres no ponto em que os deixamos no dia anterior. Às vezes, no entanto, temos sonhos perturbadores, ou excepcionalmente belos, que nos parecem  mais intenso até mesmo do que aquilo que experienciamos no estado de vigília. Existem profundos mistérios sobre aonde vamos quando dormimos e sobre os vários estágios do sonho. (...)"

(Ingrid van Mater - A morte e o despertar - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 22/23)

sexta-feira, 9 de junho de 2017

COMO EU ENCARO A RAIVA?

"Obviamente, eu encaro a raiva como um observador com raiva. Eu digo: 'Estou com raiva'. No momento da raiva não há 'eu', ele vem imediatamente depois, o que significa tempo. Consigo encarar o fato sem o fator do tempo, que é o pensamento, a palavra? Isso acontece quando há o olhar sem o observador. Veja aonde isso me levou. Agora começo a perceber uma maneira de olhar - a percepção sem opinião, conclusão, condenação, julgamento. Por isso, percebo que pode existir o 'ver' sem o pensamento, que é a palavra. Então, a mente está além dos aglomerados de ideias, do conflito da dualidade e de todo o resto. Desse modo, como posso encarar o medo sem que ele seja um fato isolado?

Se você isolar um fato que não abriu a porta para todo o universo da mente, então vamos voltar ao fato e começar de novo, considerando outro fato para que você mesmo comece a ver como a mente é extraordinária, para que você tenha a chave, possa abrir a porta e possa irromper dentro dela.

...A mera consideração de um medo - de morte, do vizinho, do seu cônjuge dominador, você conhece toda a questão da dominação - irá lhe abrir a porta? Isso é tudo o que importa - não como se livrar dele -, porque no momento em que você abre a porta, o medo é completamente varrido dali. a mente é o resultado do tempo, e o tempo é a palavra - como é extraordinário pensar nisso! Tempo é pensamento. Acredita-se que ele gera medo, que ele gera o medo da morte. E houve uma época em que se acreditava que ele tinha em suas mãos todas as complexidades e as sutilezas do medo."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 109)


quinta-feira, 8 de junho de 2017

A COMUNHÃO DOS SANTOS (PARTE FINAL)

"(...) Temos de aprender a nos doar em serviço, em todos os lugares e de todas as maneiras possíveis. À medida que assim fizermos, encontraremos o Senhor em cada forma, a cada momento, e sua presença estará refletida em nós em cada ângulo.

Além de honrar todos os santos - 'Não fazemos distinção entre profetas', disse o Profeta Maomé - é bom reconhecermos e compreendermos o valor do santo viver, isto é, uma vida de pureza e de serviço altruísta, especialmente nestes dias quanto a pressão do mundo é tão insistente e se lança sobre nós de tantas direções, que a beleza do outro mundo desaparece na obscuridade.

Não precisamos orar tanto para os santos no sentido de lhes suplicar favores, quanto a pensar em suas maravilhosas qualidades, para pôr seu exemplo perante nós e buscar sua inspiração. Na medida em que pensarmos neles, sua bênção certamente estará conosco.

O homem, segundo o conceito oriental, é, em seu ser interior, uma pequenina estrela que nasce e se põe muitas vezes na vida terrena, mas eventualmente - sua claridade aumentada a um poder mais elevado, e livre do apego a uma personalidade humana restrita - assume o lugar a ele alocado nos céus. Essas estrelas constituem a glória de nosso céu espiritual. Segundo a ordem de sua claridade, elas iluminam os degraus que levam ao altar de Deus."

(N. Sri Ram - o Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 61/62)

quarta-feira, 7 de junho de 2017

A COMUNHÃO DOS SANTOS (2ª PARTE)

"(...) Todas as coisas belas surgem da mesma fonte, e dizem que secretamente estão em afinidade entre si. No caso dos Homens Perfeitos, este elo secreto torna-se um vínculo vivo e consciente, resultando em perfeita cooperação mútua.

Os grandes santos são retratados trajando mantos brancos, por causa de sua pureza. No processo de evolução o conhecimento, a princípio, destrói a inocência, mas posteriormente, com a crescente perfeição do conhecimento, a inocência é recuperada e temos, com a sabedoria da idade, a combinação de todas as qualidades que marcam as fases prévias de nosso crescimento.

No momento oportuno, cada filho do homem atingirá esse estágio e herdará o reino preparado para ele, que não está fora, mas dentro de seu coração, 'preparado desde a fundação do mundo'; porque na consciência oniabarcante o futuro está simultaneamente presente com o passado.

Em cada um de nós existe o germe da bondade e da beleza espiritual; e, à medida que o nutrirmos assiduamente, ele se tornará uma bela planta e produzirá na plenitude do tempo a flor de sua unicidade, e lançará sobre o mundo um perfume diferente de qualquer outro que já tenha existido.

Uma maneira de nutri-lo é participar em serviços para Deus, de tal ordem que abram nos participantes cada canal espiritual e o inunde com vida crescente. Outra maneira está indicada nas palavras: 'Porquanto fizestes a um dos meus pequeninos, a mim o fizestes'. (...)"

(N. Sri Ram - o Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 61)