OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador alma. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador alma. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 27 de abril de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (2ª PARTE)

"(...) Deixe a consciência fazer o trabalho. Pessoas que seguem essa diretriz são altamente subjetivas, mas sua subjetividade não é voluntária, elas não se alteram com cada mudança de humor. Em vez disso, são autoconscientes, o que significa que sabem quando estão em posição desconfortável em uma situação e não avançam até que se sintam bem. Seus corpos enviam sinais de estresse e tensão que são levados a sério. Tais pessoas confiam em si mesmas, um estado inteiramente subjetivo, embora extremamente poderoso. Confiar em um 'eu' enraizado no ego seria insensatez, mas quando você verdadeiramente sabe quem é, pode confiar em si mesmo no nível da alma. Nesse nível, a consciência não é meramente subjetiva. Ela flui através do universo, da alma da mente e do corpo. Deixar a consciência fazer o trabalho significa render-se a um princípio organizador mais amplo que você, amplo o suficiente para manter toda a realidade concentrada. 

Não interfira no fluxo. Existe uma profunda doutrina budista que fala de um grande rio que flui por toda a realidade. Uma vez que você encontra a si próprio, deixa de haver motivo para ação. O rio pega e o arrasta para todo o sempre. Em outras palavras, o esforço pessoal, o tipo de esforço a que todos nós estamos acostumados na vida cotidiana, torna-se sem sentido depois de um certo ponto. Aí se inclui o esforço mental. Uma vez autoconsciente, você percebe que o fluxo da vida não precisa de análise ou controle, porque tudo é você. O grande rio apenas parece pegá-lo. Na verdade, foi você que pegou a si próprio - não como uma pessoa isolada, mas como um fenômeno do cosmos. Ninguém lhe deu a função de dirigir o rio. Você pode apreciar o passeio e observar a paisagem.
Aprender a evitar suas falsas responsabilidades significa desistir de seu impulso para controlar, defender, proteger e prevenir-se contra riscos. Tudo isso é falsa responsabilidade. À medida que abre mão, você para de interferir no fluxo. À medida que você se agarra, a vida continuará a lhe trazer ainda mais coisas para controlar e se defender. Riscos aparecerão por toda parte. A questão não é que o destino esteja contra você. Você está simplesmente testemunhando reflexos de suas convicções mais profundas, à medida que a consciência desdobra, o drama preparado antecipadamente em sua cabeça. É a tarefa do universo desdobrar a realidade; a sua é de apenas plantar a semente.

Enxergue a todos como uma extensão de você. Quando alguém entra no caminho espiritual, geralmente se sente mal compreendido. A acusação (quando não é pelas costas) é de que ficam centrados em si mesmos. A insinuação é 'você não é o centro do universo'. Se esse 'você' representar o ego isolado, então é totalmente verdade. Mas no nível da alma, o eu muda. Perdendo seus limites, ele se mescla ao fluxo da vida. No caminho espiritual, você passa a sentir o fluxo e desejosamente integrar-se nele. Depois então - e somente depois - todos se tornarão um extensão de você. Como pode saber que chegou a esse ponto? Em primeiro lugar, você não tem inimigos. Em segundo, sente a dor de uma outra pessoa como se fosse sua. Em terceiro, descobre que uma empatia comum une a todos. 
À medida que essas três verdades despontam, é sinal de que a realidade está mudando. Você está reivindicando seu novo lar na paisagem infinita do espírito. Mas antes mesmo que isso se realiza, você está conectado com todas as demais pessoas. Nada o impede de viver essa verdade. Sempre haverá diferenças de personalidade. O que muda é o interesse próprio. Em vez de ser sobre 'eu', começa a ser sobre 'nós', a consciência coletiva que une a todos. Na prática, significa buscar entendimento, consenso e reconciliação. Esses são os objetivos essenciais para quem vive no fluxo." ...continua

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 257/258)


quinta-feira, 25 de março de 2021

O SIGNIFICADO DA DOR - 3

"A primeira coisa que é necessária a ser realizada pela alma humana, a fim de envolver-se neste grande esforço de descobrir a verdadeira vida, é o mesmo realizado pela criança em seu primeiro desejo de atividade no corpo - ela deve ser capaz de ficar de pé. É claro que o poder de manter-se firme, do equilíbrio, da concentração, da retidão na alma são qualidades de um caráter forte. A palavra que se apresenta mais prontamente como descritida dessas qualidades é 'confiança'.

Permanecer imóvel em meio à vida e às suas mudanças, firme no lugar escolhido, é uma façanha que só pode ser realizada por aquele que confia em si mesmo e em seu destino. Caso contrário, as apressadas formas de vida, a maré apressada dos indivíduos, as grandes inundações de pensamento, inevitavelmente os levarão consigo, e então ele perderá aquele lugar de consciência de onde era possível iniciar o grande empreendimento. Este ato do indivíduo recém-nascido deve ser levado a cabo conscientemente, e sem pressão externa. Todos os grandes da Terra possuíram essa confiança e permaneceram firmemente naquele lugar que para eles era o único ponto sólido no Universo. Para cada indivíduo este lugar é necessariamente diferente. Cada um deve encontrar sua própria terra e seu próprio céu. 

Temos o desejo instintivo de aliviar a dor, mas para isso, como em tudo o mais, trabalhamos externamente. Nós simplesmente a aliviamos; e se fizermos mais, e a expulsarmos da primeira fortaleza escolhida, ela reaparecerá em algum outro lugar com vigor reforçado. Se for finalmente expulsa do Plano Físico por um esforço persistente e bem-sucedido, reaparece nos Planos Mentais ou Emocionais, onde nenhum indivíduo pode tocá-la. Que isto é assim é facilmente visto por aqueles que conectam os vários planos da sensação, e que observam a vida com aquela iluminação adicional. Os seres humanos geralmente consideram essas diferentes formas de sentimento como realmente separadas, ao passo que, na verdade, elas são evidentemente apenas lados diferentes de um centro - o ponto da personalidade. Se aquilo que brota no centro, a fonte da vida, exige alguma ação impeditiva, e consequentemente causa dor, a força assim gerada, sendo expulsa de uma fortaleza deve encontrar outra; não pode ser expulsa. E todas as combinações da vida humana que causam emoção e angústia existem para seu uso e propósitos, da mesma forma aquelas que geram prazer. Ambas têm seu lar no ser humano; ambas exigem sua expressão de direito. O maravilhoso e delicado mecanisno da estrutura humana. é construído para responder ao seu mais leve toque; as extraordinárias complexidades das relações humanas evoluem, por assim dizer, para a satisfação desses dois grandes opostos da alma.

A dor e o prazer estão distantes e separados, assim como ambos os sexos; e é na fusão, tornando os dois em um, que a alegria, a profunda sensação e a paz são obtidas. Onde não há nem macho nem fêmea, nem dor nem prazer, há o deus no indivíduo dominante, e assim é a vida real.

Assim, afirmar esta questão pode ter muito das características do dogmático que pronuncia suas afirmações a partir de um púlpito seguro, sem contradições; porém, é unicamente dogmatismo, como é dogmatismo o registro do esforço de um cientista em uma nova direção. A menos que se possa provar que a existência dos Portais de Ouro é real, e não mera fantasmagoria de visionários fantasiosos, então não vale a pena falar sobre eles. No Século XIX, fatos concretos ou argumentos legítimos só apelam para a mente dos seres humanos; e tanto melhor. Pois, a menos que a vida em que avançamos seja cada vez mais real e efetiva, é inútil o tempo desperdiçado em ir atrás dela. A realidade é a maior necessidade do ser humano, e ele a exige a qualquer custo, a qualquer preço. Então que seja. Ninguém duvida que ele tenha razão. Deixe-nos assim irmos em busca da realidade."

(Mabel Collins - Através dos Portais de Ouro - Ed. Teosófica, Brasília, 2019 - p. 95/98)


terça-feira, 23 de março de 2021

O SIGNIFICADO DA DOR - 2c

"(...) Não podemos encontrar nenhum ponto da escala do ser em que a causação da alma cesse ou possa cessar. A ostra vagarosa deve ter em si mesma aquilo que a faz escolher a vida inativa que leva; ninguém mais pode escolher por ela, mas somente a alma por detrás, o que ela se tornará. De que outra forma ela pode, de algum modo, ser ou estar onde está? Somente pela intervenção de um criador impossível, chamado por um ou outro nome.

É porque o indivíduo é tão ocioso, tão indisposto a assumir ou aceitar a responsabilidade, que ele recorre a um paliativo temporário de um criador. É de fato temporário, pois só dura durante a atividade do poder de um cérebro pessoal que encontra seu lugar entre nós.

Quando o indivíduo deixa essa vida mental para trás, ele necessariamente parte com sua lanterna mágica e as ilusões agradáveis que ele invocou através de sua própria ajuda. Esse movimento deve ser bastante desconfortável, e deve produzir uma sensação de nudez não corrompida por nenhuma outra sensação. Recusando-se a aceitar fantasmas irreais como sendo de carne, osso e poder, ele, aparentemente, também se salva dessa experiência desagradável.

O ser humano gosta de empurrar a responsabilidade não apenas de sua capacidade de pecar e da possibilidade de sua salvação, mas de sua própria vida, sua própria consciência, sobre os ombros do Criador. Ele se contenta com um pobre Criador - aquele que se satisfaz com um universo de fantoches, e diverte-se ao puxar suas cordas. Se ele é capaz de tal prazer, deve estar ainda em sua infância. Talvez seja assim, afinal de contas do Deus dentro de nós está em sua infância, e recusa-se a reconhecer seu elevado estado.

Se, de fato, a alma do ser humano está sujeita às leis do crescimento, da decadência e do renascimento de seu corpo, então não é de admirar sua cegueira. Evidentemente, isso não é assim; pois a alma do ser humano é daquela ordem da vida que origina estrutura e forma, não sendo afetada por tais coisas - daquela ordem da vida que, como a chama pura e abstrata, queima onde for acesa. Isso não é afetado ou alterado pelo tempo, e o crescimento e a decadência são de sua natureza superior. Permanece naquele lugar primitivo, que é o único trono de Deus; aquele lugar de onde emergem as formas de vida e para onde elas retornam. Esse lugar é o ponto central da existência, onde há um ponto permanente de vida, como existe no centro do coração humano. Por meio do desenvolvimento igual - primeiro pelo reconhecimento do mesmo e, então, por seu harmônico desenvolvimento sobre as muitas linhas radiantes da experiência - que o homem é finalmente habilitado a alcançar o Portal de Ouro e erguer o trinco. O processo é o reconhecimento gradual do deus em si mesmo; a meta é alcançada quanto essa divindade é conscientemente restaurada à sua justa glória." 

(Mabel Collins - Através dos Portais de Ouro - Ed. Teosófica, Brasília, 2019 - p. 92/94)


quinta-feira, 18 de março de 2021

O SIGNIFICADO DA DOR - 2b

"(...) O indivíduo do mundo, puro e simples, é de longe o melhor observador prático e filosófico a respeito da vida, porque não está cego pelos preconceitos. Sempre o encontraremos acreditando que colherá aquilo que semeia. E isso é tão evidentemente verdadeiro, que ao ser considerado com uma visão mais ampla, incluindo toda a vida humana, torna compreensível o horrível Nêmesis⁵, que parece perseguir, conscientemente, a raça humana - essa inexorável aparência de dor no meio do prazer.

Os grandes poetas gregos viram essa aparição tão claramente que o registro de suas observações deu a ideia, a nós, observadores mais jovens e mais cegos, desse fato. É improvável que uma raça tão materialista como a que cresceu no Ocidente tenha descoberto por si mesma a existência dessa fator terrível na vida humana, sem a assistência dos poetas mais antigos - os poetas do passado. A propósito, podemos notar nisso um valor distinto do estudo dos clássicos - que grandes ideias e fatos sobre a vida humana, que são inseridos em suas poesias, pelos antiquíssimos anciões, não serão absolutamente perdidos, como acontece em suas artes. 

Sem dúvida o mundo florescerá novamente, e pensamentos mais amplos e descobertas mais profundas do que as do passado serão a glória dos seres humanos que surgirão no futuro; mas até esse longínquo dia chegar, os tesouros deixados não foram demasiadamente valorizados.

Há um aspecto da questão que, à primeira vista, parece positivamente negativo quanto a este modo de pensar; é o sofrimento no corpo físico, aparentemente puro, dos seres ignorantes, das crianças pequenas e dos animais - e a necessidade desesperada do poder, que advém de qualquer tipo de conhecimento, para ajudá-los em seus sofrimentos.

A dificuldade que surge na mente com relação a isso vem da ideia insustentável da separação da alma do corpo. Supõem-se que todos aqueles que olham apenas para a vida material (especialmente os médicos) que o corpo e o cérebro são pares, que convivem lado a lado, e reagem um sobre o outro. Além disso, eles não reconhecem e não admitem nenhuma causa. Esquecem que tanto o cérebro quanto o corpo são evidentemente meros mecanismos, assim como a mão ou o pé. Há o ser interno - a alma - por detrás, usando todos esses mecanismos; e isso é, evidentemente, a verdade, conhecida por todos nós, em relação a todas as existências e também no que diz respeito ao próprio indivíduo. (...)" continua...

⁵. Na mitologia grega, deusa da vingança e da justiça distributiva. (N.E.)

(Mabel Collins - Através dos Portais de Ouro - Ed. Teosófica, Brasília, 2019 - p. 89/92)


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

O AMOR DESPERTA A ALMA

"Uma ruptura no nível da alma faz o amor expandir, mas também traz desafios. A alma capta o amor infinito de Deus e o converte para a escala humana. O grau de intensidade do amor que você pode receber depende de muitas coisas. A maioria das pessoas sonha com mais amor em suas vidas, ainda que na verdade a porção que desfrutam neste exato momento corresponde àquela a que se adaptariam. Existe também a questão do grau de aceitação de uma demonstração de amor intenso. Nem todas se sentiriam confortáveis se você repentinamente as confrontasse com uma investida de amor incondicional. Ficariam desconfiadas se esse novo tipo de amor é confiável. Teriam dúvidas se é real ou duradouro. Bem no fundo de seus corações, iriam achar que não são merecedores de um amor tão aberto, completo.

Muitas pessoas já fizeram um contato momentâneo com o amor mais puro e intenso da alma. Quando isso acontece, há uma maravilhosa sensação de acordar. O amor desperta a alma. Isso acontece porque os semelhantes de atraem. A alma não é passiva. Ela vibra em simpatia com você todas as vezes em que tenta libertar-se de limitações. Há uma sensação parecida, de expansão e liberação, quando você experimenta a beleza ou a verdade. Você está liberando energia potencial e deixando que ela flua. A eletricidade em sua casa não produz luz e calor antes de você apertar o interruptor. Algo bem parecido ocorre quando você desperta a energia da alma.

Na maioria das vezes, as pessoas experimentam uma oscilação da energia da alma sem saberem exatamente como. Sem nenhum aviso, têm um vislumbre do amor incondicional ou sentem a presença de Deus. Existe uma sensação de serem abençoadas e ilimitadas. Subitamente torna-se real a quebra de todos os limites. Por que, então, a vida diária as puxa para baixo novamente? Essas expedições privilegiadas ao reino da consciência expandida são quase sempre breves - uma questão de momentos, talvez alguns dias e raramente mais que alguns meses.

Ano após ano o cérebro se adaptou a um modo de vida no qual é normal ser pouco amoroso e alegre. Já que você não tem como se obrigar a adotar uma nova atitude, o que seria capaz de fazê-lo? A resposta, creio, é o desejo. O desejo de amar e ser amado impulsiona qualquer pessoa pra a frente.Quando esse desejo está mais vivo, procuramos o melhor da vida. Quando ele bate as asas, a vida se torna estática.

Inúmeras pessoas preferem viver sem amor porque têm medo demais de arriscar qualquer forma de conforto que tenham; outras fracassaram no amor e se sentem feridas, ou acabaram se enjoando da pessoa que uma vez amaram. Para toda essa gente, o amor chegou ao fim, o que significa que um aspecto da alma ficou entorpecido. Dizer a alguém nessas condições que o amor é infinito pode ser inspirador, mas a inspiração é vazia, a menos que ela possa experimentar não o amor infinito, mas o passo seguinte. E o passo seguinte é sempre o mesmo: despertar a alma. Pelo fato de cada pessoa ser diferente, não existe um método pronto para se obter êxito. Pode funcionar dizer a uma pessoa solitária para sair de casa e procurar gente nova, marcar um encontro ou procurar um serviço na internet que junte casais. Como também pode não funcionar."

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., 2010 - p. 177/178)


quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A ALMA E DEUS

"'Deus é o oceano do Espírito, e os seres humanos são como as ondas que se levantam e se quebram na superfície do oceano.

'Vistas de um barco a remo, as ondas parecem infinitamente variadas. Algumas são grandes e ameaçadoras; outras pequenas, e é fácil remar sobre elas; porém, quando a pessoa está num avião, tudo o que se vê é o oceano, não as ondas na superfície. 

'Ainda assim, a alguém que está absorto na encenação de maya - à pessoa ligada ao sucesso e receosa do fracasso; preocupada com a saúde e com medo da doença; presa à existência terrena e com medo da morte - as ondas da experiência humana parecem reais e infinitamente variadas. Ao homem do desapego, entretanto, tudo é Brahama: Tudo é Deus.

'Quanto maior a tempestade, mais elevadas as ondas do oceano. Ainda assim, quanto mais violenta a tempestade da ilusão na mente da pessoa, mais essa pessoa se exalta com relação aos outros, e mais afirma a própria independência, tanto do homem como também de Deus.

'Poderá alguém escapar de seu Criador? Todos fazemos parte de Deus, da mesma forma que as ondas fazem parte do oceano. Nossa separação de Deus não passa de simples aparência.

'Quando as pessoas afirmam sua individualidade, e, por isso, se engrandecem na vaidade e no orgulho, elas se chocam agressivamente contra outras ondas do ego, instigadas todas elas pela tempestade de ilusão. Assim como as ondas do aceano numa tormenta, elas ondulam e se encapelam em toda parte, às vezes conquistando, às vezes sendo conquistadas, num frenesi sem fim de conflitos e rivalidades.

'Numa tempestade, a superfície do oceano ignora a paz. De modo semelhante, enquanto a tormenta da ilusão ruge na mente humana, uma pessoa não sabe o que é ter paz, mas só conhece a tensão e a ansiedade.

'A paz chega quando a tempestade se aquieta, quer externamente, na natureza, quer internamente, na consciência da pessoa. Quando se amaina a tempestade de maya, as ondas do ego se amainam também. Quando o ego do devoto diminui, ele relaxa e aceita uma vez mais sua ligação com o Espírito infinito.

'Pessoas espiritualmente desenvolvidas não disputam entre si, porém mergulham na água alegremente, em feliz harmonia umas com as outras, com a natureza e com Deus."

(Paramhansa Yogananda - A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., 2012 - p. 36/37)


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

KARMA⁵

"Imagina comigo que a existência individual é uma corda que está esticada do infinito até o infinito, e não tem nem começo nem fim, nem é possível que se rompa. Esta corda é formada por inúmeros fios finos que, estreitamente unidos, formam a sua espessura. Estes fios são incolores e perfeitamente retos, resistentes e nivelados. Esta corda, ao passar, como tem de passar, por todos os lugares, sofre acidentes estranhos. Frequentemente, um fio fica preso ou é puxado violentamente para longe de seu caminho normal. Então, por muito tempo ele permanece desordenado e desordena o todo. Algumas vezes um deles é manchado com sujeira ou com cor, e a mancha não apenas se espalha para além do ponto de contato, mas descolore outros fios. Lembra-te de que os fios estão vivos - eles são como fios elétricos, ou melhor, como nervos tensos. Como se espalha para longe a mancha tortuosa! Porém, no devido tempo, as longas cordas e os fios vivos, que em sua continuidade ininterrupta formam o indivíduo, emergem das sombras na direção da luz. Então os fios deixam de ser incolores e passam a ser dourados, e mais uma vez eles se nivelam em unidade. Mais uma vez a harmonia é restabelecida entre eles e, com base nesta harmonia interior, a harmonia maior é percebida.

Esta ilustração apresenta uma pequena porção, um único aspecto, da verdade. Ela é menos do que um fragmento. No entanto, medita sobre ela e, através da ajuda desta ilustração, tu serás levado a perceber mais. O que importa saber em primeiro lugar não é que o futuro é formado arbitrariamente por atos isolados do presente, mas sim que há uma continuidade indivisível entre todo o futuro e o presente, assim como entre o presente e o passado. Quando percebida a partir de um plano, de um ponto de vista, a ilustração da corda está correta.

Diz-se que um pouco de atenção para o Ocultismo produz resultados kármicos consideráveis. Isto ocorre porque é impossível dar qualquer atenção ao Ocultismo sem fazer uma escolha definida diante do que é comumente chamado de bem e mal. O primeiro passo no Ocultismo leva o estudante à árvore do conhecimento. Ele precisa colher e comer; precisa escolher. Ele não poderá mais ficar indeciso por ignorância. Ele prossegue tomando o caminho do bem ou do mal. E dar definida e conscientemente um passo que seja em qualquer um dos caminhos produz grandes resultados kármicos. O homem comum anda sem rumo, sem certeza da meta a ser atingida; seu padrão de vida é indefinido e, consequentemente, seu karma opera de forma confusa. Mas, uma vez que o umbral do conhecimento é atingido, a confusão começa a se dissipar e, consequentemente, os resulados kármicos aumentam consideravelmente, porque a ação se dá na mesma direção em todos os planos. Pois o ocultista não pode se dedicar pela metade, nem pode voltar atrás uma vez que tenha atravessado o umbral⁶. Essas coisas são tão impossíveis como um homem voltar a ser criança novamente. A individualidade, através do processo de crescimento, alcançou o estado da responsabilidade e não pode recuar deste estado. 

Aquele que quiser escapar dos grilhões do karma deve elevar a sua individualidade das trevas à luz. Ele deve elevar a sua existência de tal maneira que estes fios não possam entrar em contato com substâncias impuras, e que eles não se tornem tão apegados que sejam levados para longe de seu rumo. Ele simplesmente se eleva acima da região onde o karma opera. Ele não abandona por causa disso a existência que está experimentando. O solo pode estar áspero e sujo, ou cheio de flores formosas cujo pólen mancha, e de substâncias doces que encantam e transformam-se em apegos - mas acima há sempre o céu livre. Aquele que deseja não ter karma deve ver o ar como sua casa; e depois dele, o éter. Aquele que deseja criar bom karma encontrará muita confusão e, no esforço de plantar sementes de boa qualidade para a sua própria colheira, pode plantar mil ervas daninhas e, entre elas a gigante.

Não desejes plantar sementes para a tua própria colheita. Deseja apenas plantar a semente do fruto que alimentará o mundo. Tu és parte do mundo. Ao alimentar o mundo tu estarás alimentando a ti mesmo. No entanto, mesmo neste pensamento paira um grande perigo sobre o discípulo que por muito tempo imaginou estar trabalhando para o bem comum enquanto, no fundo de sua alma, ele estava percebendo apenas o mal; isto é, pensando estar fazendo um grande benefício para o mundo, na realidade ele estava conscientemente sempre pensando no karma e no grande benefício que ele estaria produzindo para si. Um homem pode se recusar a pensar em recompensas. Mas na própria recusa pode-se notar o fato de que a recompensa é desejada por ele. E é inútil para o discípulo se esforçar para aprender através da autovigilância. A alma deve estar sem grilhões, os desejos livres. Mas, até que os desejos estejam fixados apenas naquele estado no qual não há nem recompensa nem punição, nem bem nem mal, o seu esforço será em vão. Pode parecer que ele está fazendo um grande progresso, mas um dia ele se verá cara a cara com a sua própria alma, e reconhecerá que quando esteve diante da árvore do conhecimento escolheu a fruta amarga e não a doce, e então a máscara cairá definitivamente, e ele desistirá da liberdade e se tornará um escravo do desejo. Portanto, fica consciente, tu que estás começando a te voltar para a vida do Ocultismo. Aprende agora que não há cura para o desejo, que não há cura para a busca de recompensa, que não há cura para o sofrimento de estar ansioso por algo, a não ser na fixação do olhar e da audição naquilo que é invisível e inaudível. Começa já a praticar. Desta forma mil serpentes deixarão de se apresentar no teu caminho. Vive no eterno. 

As operações das reais leis do karma não podem ser estudadas antes que o discípulo tenha alcançado o ponto no qual elas não o afetam mais. O iniciado tem o direito de exigir os segredos da Natureza e de conhecer as regras que governam a vida humana. Ele obtém este direito por ter saído dos limites da Natureza e por ter se libertado das regras que governam a vida humana. Ele tornou-se uma parte reconhecida do elemento divino e não pode mais ser afetado por aquilo que é temporário. Ele então obtém o conhecimento das leis que governam as condições condições temporais. Portanto, tu que desejas conhecer as leis do karma, tenta antes te libertar destas leis; e isto só pode ser feito fixando a atenção naquilo que não é afetado por estas leis."

⁵. Este ensaio, atribuído ao Mestre Veneziano, já fez parte da 1ª edição da obra, em 1885. (N. ed. bras.). 
⁶. Umbral do Ocultismo ou Senda Espiritual.

(Mabel Collins - Luz no Caminho - Ed. Teosófica, 5ª edição - p. 97/111)


terça-feira, 24 de novembro de 2020

LIBERDADE E MORAL (1ª PARTE)

"Proíba-se e liberte sua alma - assim disseram as religiões. Mas como ser livre andando nos trilhos do permitido e proibido? É como sentir dor e ter que sorrir ao mesmo tempo. Tomar remédio amargo em vida em troca do néctar após a morte. Mas e se tudo acabar com a morte? 'Largue isso', disseram alguns filósofos; 'religião é opressão'. E muita gente acreditou. 

Depois dessa suposta libertação, perguntemos a nós mesmos, mas sejamos honestos: realmente estamos livres? Pense comigo: o que é ser livre? É fazer o que se quer? Por exemplo, se eu precisar de atendimento médico e for a um hospital, e todos lá fizerem só o que quiserem, talvez ninguém queira me atender. Então volto a perguntar: é possível sentir-se livre em uma sociedade assim?

Você pode me dizer: posso fazer só o que quero e livremente serei solidário e farei o bem. Mas quem garante que o outro fará? E o bem que cada um faz, ou pensa que faz, é bom na opinião de quem? Então precisamos de leis, baseadas em consenso, e, como as leis não podem regular tudo, precisamos de ética, prescrições morais. Assim, voltamos às religiões.

Podemos andar em círculos, da moral, da religião, para a quebra dos padrões de conduta, e depois voltar, sucessivamente. Ou podemos procurar outra via. Se você tem um filho, por exemplo, o qual você ama, diga-me: você o trata bem para cumprir a legislação ou um código de ética, ou porque o bem-estar dele repercute no seu próprio bem-estar? A maioria das pessoas vai responder que é sensível às condições dos filhos e parentes, mas talvez nem todas elas tenham a mesma sensibilidade com a situação dos 'outros'. Na verdade, todos nós queremos viver onde os outros estão bem, mas não nos damos conta disso. Quando estamos distraídos com o nosso próprio sofrimento, não vemos nada, mas quando estamos felizes, percebemos que a nossa alegria não consegue se expandir quando os próximos estão tristes. Se somos ricos, nos sentimos ameaçados com a falta de segurança, e então desejamos morar em um país onde todos são prósperos. No entanto, não refletimos sobre isso. Somos capazes de sentir fome, portanto sabemos que precisamos comer, mesmo não havendo normas que tornem a alimentação obrigatória. Mas como não percebemos o quanto as condições dos outros nos afetam, não sentimos que precisamos de códigos de conduta para o convívio em sociedade. Pois o nosso sentimento de unidade com o resto da vida ainda não está desenvolvido como a fome. Porque temos consciência do corpo, mas não temos consciência do verdadeiro Eu. (...)"

(Cristiane Szynwelski - Liberdade e moral - Revista Sophia, Ano 18, nº 86 - p. 22)


terça-feira, 3 de março de 2020

A RELAÇÃO ENTRE HOMENS E ANIMAIS (PARTE FINAL)

"(...) O homem por mais evoluído ou primitivo que seja, possui um corpo astral, um corpo mental e um corpo causal, com o espírito protegendo e vivificando tudo. Mas o animal possui um corpo astral, uma nuvem vaga representando um corpo mental embrionário e o espírito protetor; o corpo causal, aquilo que torna possível o 'eu' autoconsciente, está ausente. Aqui reside a diferença entre o homem e o animal, entre o mais nobre animal e o mais brutal ser humano.

Quando um animal se torna intensamente devotado a um ser humano, e se apega a esse humano com fidelidade apaixonada, a atividade da inteligência humana estimula o despertar da inteligência do animal e acelera o desabrochar de suas potencialidades. Finalmente, um lampejo, como uma centelha elétrica, salta sobre o abismo entre o espírito que cuida e a mente embrionária; uma ponte de luz se estende sobre o abismo, e uma alma individual nasce. Daí em diante aquele animal se separa de sua espécie, tendo completado o limite da evolução animal. Sua morte será seguida de um grande período de repouso e crescimento interior, e, após um longo tempo ele nascerá como ser humano, para começar outro longo curso de evolução.

Esses caso são, na verdade, raras exceções, mas todos os animais estão trilhando o caminho que leva à individualização espiritual, e seu progresso é acelerado ou retardado pelos seres humanos com os quais entram em contato. O cão, o gato e o cavalo são três espécies capazes de obter maior proveito da associação com o homem, e seu progresso no reino animal pode ser muito acelerado pelo treinamento sábio, firme e compassivo oferecido por seus irmãos mais velhos, os homens. Mesmo se não alcançarem o ponto de individualização, podem ser levados até muito perto dele; um elo se forma entre eles e o dono, elo que no futuro será uma fonte de benefícios e felicidade.

O homem deve aprender a se considerar o irmão mais velho do mundo animal e usar seus poderes para apoiar e auxiliar esses jovens companheiros, não para explorá-los e maltratá-los. Deve deixar de considerar que os animais existem para seu uso e conforto; deve tratá-los como irmãos mais novos na família divina, sabendo que para esses seres ele é o representante do divino, a quem deve responder pela responsabilidade colocada em suas mãos."

(Annie Besant - A relação entre homens e animais - Revista Sophia, Ano 11, nº 42 - p. 23)
www.revistasophia.com.br


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A RELAÇÃO ENTRE HOMENS E ANIMAIS (1ª PARTE)

"A relação do homem com os animais é compreendida de maneira bastante incompleta, principalmente porque os animais normalmente são considerados seres 'sem alma', e por isso separados do homem por um abismo insuperável. Mesmo entre os que evitam cometer crueldades há uma ideia generalizada de que os animais são meros acessórios para o homem - 'Deus fez os animais para uso do homem', como muitas vezes se diz. Essa postura de considerar o animal somente à luz de sua utilidade faz com que as pessoas considerem sem sentido questões como o bem-estar e a evolução dos animais.

Mas tudo isso muda se eles forem vistos como criaturas em evolução - se o animal, tal como o homem, tiver uma 'alma'. Nos animais encontramos afeto fraternal, capacidade de amar, medo da dor, uma inteligência que está despertando, e em alguns vemos grande coragem, resignação, fidelidade e devoção ao dono. Por maiores que sejam as diferenças entre essas qualidades e as suas correspondente no homem, elas são diferenças em grau, não em espécie; é possível encontrar um melhor caráter moral num cachorro domesticado do que em alguns seres humanos.

Um cão valente, amoroso, fiel até a morte, merece mais a imortalidade espiritual do que um criminoso sanguinário e cruel. Contudo, a ortodoxia religiosa comum condena aquele à extinção e concede a este a imortalidade. É verdade que existe uma diferença importante entre o animal e o homem; ambos são vivificados por um espírito imortal, cujos poderes são desenvolvidos e ativos em maior ou menor grau, mas a ponte entre o espírito imortal e um corpo que perece, aquilo que às vezes é chamado de 'alma', o 'eu' inteligente, autoconsciente, está presente no homem, mesmo num homem brutal e normalmente está ausente no animal. 

Vejamos um rebanho de ovelhas, uma manada de bois, ou qualquer outro grupo de animais semelhantes, selvagens ou domesticados; observa-se entre eles características semelhantes de pensamento, sentimento e ação. São em grande parte guiados por instintos que compartilham, e comparativamente pouco guiados pelo raciocínio individual. É como se houvesse uma 'alma de grupo' guiando a todos.

Mas quando um animal entre em estreito contato com o homem - um animal como o gato ou o cão - uma mudança gradual torna-se visível ao observador criterioso. Se o animal for uma espécie apropriada, e se for fortemente devotado ao dono, gradualmente começará a demonstrar sinais de individualidade; desenvolverá preferências, seguirá caminhos próprios, manifestará crescente capacidade de raciocínio. (...)"

(Annie Besant - A relação entre homens e animais - Revista Sophia, Ano 11, nº 42 - p. 23)


quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

AS CAUSAS GERADORAS DO CARMA (PARTE FINAL)

"O desejo dos frutos das ações, a recompensa que esperamos por tudo o que fazemos, desperta a alma a cada instante à atividade, embora forjando novas cadeias kármicas. 

No início da nossa evolução o desejo e a ambição representam o papel de aguilhões que nos conduzem à atividade.

Todos nós sabemos a história de Fernão Dias Paes Leme, o heróico paulista, o destemido bandeirante que, abandonando a família, conforto, tranquilidade, penetrou pelo interior do Brasil heróicamente em busca das sonhadas esmeraldas. Anos, muitos anos, levou desbravando sertões incultos, florestas virgens, lutando com o índio bravio, vadeando rios caudalosos, dominando sedições da própria gente, vendo dia a dia seus companheiros dizimados pelas febres, devorados pelas feras, mas sempre embalado pelo sonho verde das esmeraldas. 

Nada conseguiu depois de muitos anos; mas uma coisa ficou de sua louca ambição: o conhecimento do nosso sertão. Foi ele o semeador de cidades, o grande povoador dos nossos sertões. Assim, impelido por um móvel egoísta e subalterno, ele cooperou no entanto na grande obra da civilização brasileira.

Podemos conceder o papel preponderante que o aguilhão do desejo representa na evolução das qualidades mentais. A luta, estimulada pelo desejo, e pela ambição, desenvolve a perseverança, a destreza, a calma, o golpe de vista. Mas, quando o homem já atingiu certo grau da evolução, o desejo deve ser vencido, embora aquelas qualidades já tenham se incorporado ao corpo causal.

Por isso, quando o homem aspira libertar-se dos liames do desejo, e procura elevar seu pensamento a mais nobres ideais, sente necessidade da renúncia aos frutos da ação, e assim muda sua atitude mental, modifica as intenções que o conduzem à ação.

Mas, esta atitude não impede que continuemos a trabalhar, dispendendo o mesmo esforço anterior. Todo o Teosofista tem o dever de conhecer o célebre aforismo da 'Luz do Caminho': 'Mata a ambição, mas trabalha como trabalham os que são ambiciosos'.

Há somente uma diferença entre as duas atitudes: o homem vulgar trabalha pensando em si; o homem evoluído esquece-se de si, trabalhando por amor da própria obra sem pensar nos resultados finais.(...)"

(E. Nicoll, A Lei da Ação e Reação (Karma), Sociedade Teosófica no Brasil, São Paulo, 3ª edição, 1960, pg. 37/39)


quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

CONHEÇA-SE A SI MESMO (PARTE FINAL)

"(...) Embora alguns de vocês possam conhecer suas fraquezas, a maioria das pessoas ignora uma boa parte delas, e isso é um grande obstáculo, mesmo para aqueles que atingiram uma certa altura neste caminho ascendente. Você não pode superar aquilo que não conhece. Cada defeito não é nada mais e nada menos que uma corrente que o prende. Pelo abandono de cada imperfeição você rompe uma cadeia e assim torna-se mais livre e mais próximo da felicidade. A felicidade é o destino de cada indivíduo, mas ela é impossível de obter sem que sejam eliminadas as causas da sua infelicidade, que são os seus defeitos - bem como qualquer tendência que viole uma lei espiritual.

Você pode descobrir o quanto avançou nesse caminho pela revisão da sua vida e dos seus problemas. Você é feliz? O que está faltando na sua vida? Na medida em que a infelicidade ou descontentamento exista na sua vida, nessa mesma medida você não terá preenchido o seu potencial.

Para aqueles que realmente se realizam haverá um contentamento profundo e cheio de paz, segurança e uma sensação de plenitude. Caso isso esteja faltando na sua vida, você não está completamente no caminho certo, ou ainda não alcançou a liberação que necessariamente se experimenta depois que as dificuldades iniciais deste Pathwork são superadas.

Só você saberá a resposta, só você saberá em que ponto se encontra. Ninguém mais pode ou poderia responder a essa pergunta para você. Se você estiver no caminho certo, contudo, e tiver aquele profundo sentimento de satisfação e realização, e ainda assim existirem problemas exteriores na sua vida, isso não deve desencorajá-lo. A razão é que a forma externa do conflito interior no qual você está trabalhando agora não pode ser dissolvida tão rapidamente.

Quanto mais você dirige as correntes internas da alma para os canais corretos, mais as formas exteriores correspondentes mudarão, de forma gradual porém segura. Até que esse processo seja completamente efetuado o problema externo não pode dissolver-se automaticamente. A impaciência só pode atrapalhar. Se estiver no caminho certo, você viverá e sentirá a grande realidade do Mundo de Deus na sua vida diária. Ele se tornará tão real, se não mais, quanto o seu ambiente humano; não será mais uma teoria, um mero conhecimento intelectual. Você viverá nesse mundo e sentirá o seu efeito."

(Eva Pierrakos, Donovan Thesenga - Não Temas o Mal - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2006 - p. 24/25)

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A BEM-AVENTURANÇA DA ALMA

Resultado de imagem para A BEM-AVENTURANÇA DA ALMA"Alimentar o desejo do luxo é o caminho mais seguro para a desgraça. Não seja escravo de coisas ou posses; elimine até suas 'necessidades'. Empregue o tempo na busca da felicidade duradoura ou bem-aventurança. A alma imortal e imutável está por trás da cortina de sua consciência, onde foram pintados o fracasso, a doença e a morte. Erga o véu da mudança ilusória e assuma sua natureza imortal. Entronize sua consciência volúvel na imutabilidade e serenidade que traz dentro de si e que são o trono de Deus, deixando que sua alma manifeste bem-aventurança dia e noite.

A natureza da alma é bem-aventurança - um estado interior perene de alegria sempre nova, incessante, que eternamente nos domina até mesmo quando passamos pelas provas do sofrimento físico e da morte. 

Não desejar não é negar; é obter o autocontrole de que necessitamos para recuperar a herança eterna de realização plena dentro da alma. Primeiro, pela meditação, dê à alma a oportunidade de manifestar esse estado e depois, permanecendo sempre nele, cumpra seus deveres para com o corpo, a mente e o mundo. Você não precisa renunciar às suas ambições e ser negativo; ao contrário, permita que a alegria duradoura, sua verdadeira natureza, o ajude a concretizar seus sonhos mais elevados. Usufrua de experiências dignas com a alegria de Deus. Cumpra seus nobre deveres com júbilo divino."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 137/138)
www.editorapensamento.com.br


terça-feira, 12 de novembro de 2019

O QUE É A GRAÇA?

Resultado de imagem para a graça "'O que é a graça? As pessoas a confundem com o favor divino, como se Deus pudesse ser comprado ou adulado no sentido de fazer algo que de outro modo não faria.

'Certa vez, conheci um homem que colocou cem dólares no prato de coleta durante um serviço da igreja numa manhã de domingo. Depois, ele expressou desapontamento quanto ao fato de Deus não lhe ter atendido às preces que acompanharam a sua oferta. Bem, Deus já era aquela oferta! Deus observa o coração, não o prato da coleta!

'Com respeito a isso, é quase tão ruim o fato de as pessoas dizerem que, para ser salvo, você precisa 'Acreditar! Acreditar!'; será que pensam que Deus precisa se afirmar por meio da crença que essas pessoas têm nEle? Ele observa o que elas são por dentro, e não a opinião que elas têm sobre as coisas.

'Um homem que se considera ateu, de fato pode algumas vezes estar mais próximo de Deus, em virtude do seu amor com relação às outras pessoas, do que muitos que acreditam em Deus, mas cujos atos com respeito ao próximo não são caridosos. Deus, também nesse caso, observa as ações das pessoas, não as suas palavras.

'Evidentemente, é sempre bom dar dinheiro a uma causa espiritual. A pessoa cria um bom karma procedendo assim. Também é melhor acreditar em Deus do que negá-Lo, pois sem a crença você não se esforçará no sentido de O encontrar. Mas não pense que Deus possa ser subornado ou adulado no sentido de lhe conceder Sua graça. A única coisa que pode vencê-Lo é o seu amor.

'O que é, pois, a graça? É o poder de Deus, que é diferente e maior do que qualquer outro poder. Devido ao fato de Deus ser a única Realidade, dEle também é o único poder na existência. Vistos a essa luz, nossos esforços humanos são ilusórios. É o poder dEle, até mesmo quando recorremos a ele inconscientemente, que realiza todas as coisas que alcançamos na vida. E os nossos fracassos se devem à falta de harmonia da nossa parte com esse poder.

'A graça de Deus flui até nós à medida que nos tornamos cada vez mais receptivos a Ele. Ela não vem até nós do mundo exterior. Trata-se de um processo da nossa própria realidade superior, e esse processo ocorre dentro de nós. A graça é concedida quanto vivemos mais com a consciência da alma e menos concentrados no ego.'"

(Paramhansa Yogananda - A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2010 - p. 109/110)


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A ILUSÃO É PASSAGEIRA

"O homem pode usar equivocadamente seu livre-arbítrio por algum tempo, considerando-se mortal, mas essa ilusão passageira nunca conseguirá apagar em seu íntimo a marca da imortalidade e a imagem divina da perfeição. A morte prematura de uma criança talvez não lhe haja permitido usar seu livre-arbítrio para a virtude ou para o vício. Mas a Natureza trará sua alma de volta à Terra, dando-lhe a oportunidade de usar o livre-arbítrio a fim de redimir o karma passado, que a fez morrer tão jovem, e praticar as boas ações que propiciam a libertação.

Se uma alma imortal não conseguiu, ao longo de uma existência, eliminar as ilusões que a subjugam, precisa de mais períodos de aprendizado para tomar conhecimento de sua imortalidade inata. Só então poderá retornar ao estado de consciência cósmica. As almas comuns reencarnam compelidas por seus desejos mundanos; as almas superiores, ao contrário, apenas em parte vêm à Terra para cumprir o karma, pois seu principal objetivo é atuar como filhos nobres de Deus e apontar às criaturas perdidas o caminho para a morada celeste do Pai."

(Paramhansa Yogananda - Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2009 - p. 16)


quinta-feira, 11 de julho de 2019

A MANIFESTAÇÃO DO AMOR NA ALMA

"(...) A Vida Divina ama todos os filhos que envia a este mundo, seja qual for sua posição, seja qual for o grau de sua evolução, por muito inferior que seja. Porque o amor do Divino, de onde tudo emana, nada tem fora de si próprio. A Vida Divina é o âmago de tudo o que existe, e Deus está presente tanto no coração do malfeitor como no coração do santo. No Pátio Externo, o Divino deve ser reconhecido, não importando quão espessos sejam os véus que o escondem, pois ali os olhos do Espírito abri-se-ão e não haverá véus entre ele e o Eu dos outros homens. Portanto, aquela nobre indignação tem de ser depurada de tudo quanto seja cólera, e transformada numa energia que nada marginaliza do seu âmbito auxiliador, amparando tanto o tirano como o escravo, e encerrando, no mesmo abraço, tanto o opressor como o oprimido. Porque os Salvadores dos homens não fazem acepção entre os que Eles devem servir - Seu Serviço não conhece limitações. O que são servidores de todos não odeiam ninguém no Universo. O que antes era cólera tornou-se, pela purificação, proteção aos fracos, oposição impessoal aos grandes males, justiça perfeita pra todos.

E o que fez com a cólera deve fazer com o amor. O amor começa a manifestar-se na Alma sob seu aspecto mais pobre, sob seu aspecto inferior, quando ela começa a progredir. Talvez sob o aspecto que só conhece a procura exterior do outro, e que, em sua autossatisfação, nem mesmo se preocupa com o que acontece àquela que amou. Quando a Alma se faz mais elevada, o amor transforma seu aspecto, faz-se mais nobre, menos egoísta, menos, pessoal, até ligar-se aos elementos superiores do bem-amado, em vez de ligar-se ao invólucro externo. O amor, que era sensual, torna-se moralizado e purificado. (...)"

(Annie Besant - Do Recinto Externo ao Santuário Interno - Ed. Pensamento, São Paulo,1995 - 26/27)
www.pensamento-cultrix.com.br


terça-feira, 2 de julho de 2019

COMO ENFRENTAR OS DESAFIOS KÁRMICOS

"As pessoas raramente investigam as causas ocultas daquilo que acontece em suas vidas. Não conseguem entender por que sofrem. O sofrimento estende uma grossa cortina sobre suas mentes, ocultando a origem dos males.

Só por intermédio de uma comunhão íntima e profunda com estados superiores de consciência torna-se claro que todas as deficiências, mentais ou físicas, são consequências necessárias do mau comportamento da pessoa no passado. O sábio tem lucidez interior para determinar a causa exata de cada vicissitude. Pode, pois, prescrever ações que removerão essa causa, de influência deletéria na vida da pessoa.

Quem nasceu com desvantagem em alguma área deve resistir à tentação da autopiedade. Lamentar-se é diluir a força interior de superação. Melhor seria que dissesse: 'Obstáculos não existem. Existem oportunidades.'

Não acuse ninguém, muito menos a si próprio. Queixa e acusação não apagam o que está feito, ao contrário, só reforçam sua dependência de circunstâncias cujo controle você de fato perdeu.

Busque Deus no silêncio interior. Reconcilie-se com a realidade e com o que precisa ser feito. Você pode remodelar seu karma desde que, doravante, passe a viver pela consciência da alma. Repudie os ditames do ego: eles são o fruto perene da ilusão.

Quanto mais perto você chegar de Deus, mais seguramente O conhecerá como o próprio Amor Divino: Aquele que está mais próximo, Aquele que é mais Caro."

(Paramhansa Yogananda - Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 34/35)

domingo, 22 de abril de 2018

CERQUE-SE DE PESSOAS QUE SE DEVOTAM À VIDA MAIS ELEVADA

"Mantenha-se cercado sempre por pessoas que se devotaram à vida mais elevada - aquelas que o encorajarão a avançar no caminho para a Meta. Por esse meio, vocêo pode atingir chithasudhi (pureza da mente); tanto que possa refletir-se nela a Verdade. Sathsanga (associação com santos e sábios) conduz gradualmente à retração das atividades escravizantes. Quando um pedaço de carvão frio é colocado no meio de cinzas quentes e quando o fogo é atiçado, o pedaço de carvão também se aquece. Jnana-agni, isto é, o 'fogo da sabedoria' age de forma semelhante.

Cada um é um sadhu (um santo) por que é Prema-swarupa (encarnação do Amor), Santhiswarupa (encarnação da Paz) e Amritha-swarupa (encarnação da imortalidade). No entanto, permitir que a crosta do ego se engrosse e se consolide, vale por embaciar a verdadeira natureza. Pela ação do sathsanga, isto é, pela companhia de pessoas de mente divina, pela sistemática atenção ao autocontrole e ao automelhoramento, o homem pode vencer a ilusão que o faz se identificar com o corpo e suas necessidades e apetites.

Sathsanga faz você encontrar-se com outras almas (indivíduos) de natureza sintônica, e cria o contato que se manifesta o Fogo Interior. Sathsanga significa o Sath, o Sath de que se fala quando se refere a Deus como Sath-Chith-Ananda¹. Sath é o princípio da Existência; e é a verdade básica do Universo. Alinhe com a Verdade, isto é, com o Ser (Sath) em você, com a Verdade (Sathya) sobre a qual mithya² é imposto pelas mentes que não veem a luz. Persistindo em Sath, a chama é acesa, a Luz se faz, então as sombras emigram e o Sol da Realização nasce (jnana bhaskara)."

¹ Sath-Chit-Ananda - o Ser é Verdade, Consciência e Bem-aventurança.
² Mithya - aquilo que está entre ser real e irreal, entre ser verdade e inverdade. 

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 58/59)


quinta-feira, 19 de abril de 2018

RECUANDO PARA O INTERIOR, AVANÇANDO PARA O EXTERIOR

"Buscar é prosseguir em duas direções opostas. Primeiramente devemos 'buscar o caminho recuando para o interior'. 'Inquirir do mais recôndito' envolve esse recuo para o interior a que chamamos de meditação. Mas obviamente que a meditação não é suficiente se verdadeiramente queremos buscar o caminho, isto é, viver a vida. Devemos também 'buscar o caminho avançando resolutamente para o exterior'. Dito de maneira muito simples, tanto a meditação quanto a ação são necessárias. Como já foi dito, temos de externar na vida diária o que aprendemos ou descobrimos internamente.

Talvez possamos dizer que a meditação deva tornar-se ação (o que inclui pensamento e sentimento), que devem ter raízes no silêncio ou na mente tranquila. 

Existem muitas pessoas que gostariam de recuar para o interior, viver separadas do mundo, ganhar sabedoria e conhecimento para si mesmas, e atingir a meta em esplêndido isolamento sem preocupação para com o bem-estar dos outros ou para com o trabalho do mundo. Muitas vezes sentimo-nos bastante satisfeitos com nosso próprio progresso quando podemos passar muito tempo meditando, lendo ou estudando, afastados do bulício das preocupações do mundo. Numa tal condição frequentemente parecemos alcançar um tipo de conhecimento que somente nos ilude quando estamos preocupados com o trabalho do dia a dia. Mas não podemos, na verdade não devemos, permanecer isolados no estado meditativo, satisfeitos em deixar os outros desempenharem as funções mundanas tão necessárias para o sustento quanto para o crescimento da vida à nossa volta.

Assim, devemos 'avançar resolutamente para o exterior', testar nosso conhecimento interno, nossas percepções e compreensões internas, o fruto de nossa quieta reflexão na fornalha da vida diária e no mercado da cidade. Agora se exige uma certa coragem, um certo destemor, uma bravura da alma. Devemos estar desejosos de exibir nosso conhecimento, não apenas de 'falar por falar', mas 'caminhar o caminho', dar o testemunho de nosso saber agindo segundo nossa visão interior - ou, talvez devamos dizer, agindo a partir dessa visão."

(Joy Mills - Buscai o caminho - TheoSophia, Ano 100, Julho/Agosto/Setembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 45/46)

quinta-feira, 22 de março de 2018

CLARIVIDÊNCIA

"Há muitos clarividentes sinceros mas não treinados, que transmitem mensagens e ensinamentos supostamente vindos dos Mestres de Sabedoria. Quando pela primeira vez encontrei clarividentes e médiuns, fiquei imensamente impressionada. Mas uma longa experiência ensinou-me desde então a ser extremamente cautelosa em relação a qualquer expressão psíquica ou visão. Uma sensitiva nata que eu conheci bem na África do Sul - e que, ao mesmo tempo, é dotada de considerável força de caráter e bom-senso, disse-me várias vezes ter, em sua própria experiência, descoberto que quase todas as aparições astrais são 'mentirosas'. O plano astral é o que H.P.B. chama 'o mundo da grande ilusão,' e diz que 'nenhuma flor colhida nessas regiões foi transportada para a Terra sem sua serpente enrolada em sua haste.' Ela comenta aqui as palavras de A Voz do Silêncio que chamam o plano astral de Sala do Aprendizado, e diz: 'Nela a Alma encontrará a floração da vida, mas sob cada flor, haverá uma serpente enrolada.' Somente pela compreensão dos planos espirituais mais elevados é que esses fenômenos podem ser corretamente entendidos e avaliados.

Isso requer treinamento longo e estrito, bem como uma iniciação que capacite quem vê a ver corretamente. Depende especialmente da pureza desinteressada do sensitivo. O Mestre escreve: 'Muitas das comunicações espirituais subjetivas - em sua maioria quando os sensitivos têm a mente pura - são reais; mas é bastante difícil para o médium não iniciado fixar em sua mente os quadros corretos daquilo que vê e ouve.' (C.M.) Mais uma vez ele escreve: 'Há aqueles que são voluntariamente cegos, e outros que o são involuntariamente. Os médiuns pertencem à primeira classe e os sensitivos, à segunda. A menos que iniciados e treinados regularmente - no que concerne à compreensão espiritual das coisas e supostas revelações feitas ao homem em todos os tempos desde Sócrates, passando por Swedenborg... nenhum vidente ou clarividente autodidata viu ou ouviu de maneira completamente correta.' (M.C.)

Facilmente se pode ver a razão disso. Consciente ou inconscientemente - estamos criando e espalhando incontáveis 'formas-pensamento.' Povoamos nossa corrente no espaço, como disse o Mestre, com criações de nosso pensamento, num mundo de memórias, esperanças, satisfação de desejos. É com este mundo, e através da janela colorida de sua condição psíquica, que o vidente não adestrado entra em contato. A mais leve satisfação do desejo aí toma forma. Tal 'forma-pensamento' pode ser animada por um espírito da natureza que não tenha senso moral ou sentimento de certo ou errado como nós temos, e assim aparece como anjo de luz, dizendo-nos exatamente o que desejamos ouvir. C.W.L. sempre nos advertiu que tomássemos cuidado com qualquer visão que nos bajulasse. (...)"

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 1999 - p. 85/87)