OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 21 de dezembro de 2014

O PODER DO DISCERNIMENTO

"A única maneira de livrar-se desta terrível roda de karma - em que damos voltas e voltas, como esquilos que correm dentro de uma gaiola giratória - é aderir ao caminho e ideais espirituais expostos por nosso abençoado Gurudeva, sabendo que suas bênçãos e orientação nunca estão ausentes. Em sua onipresença em Deus, ele está logo atrás da escuridão de nossos olhos fechados, observando-nos silenciosamente. Conforme retemos essa consciência, que nos mantém receptivos à sua ajuda sempre presente, aumentamos nossa habilidade para usar a espada do discernimento que ele nos entregou na sabedoria de seus ensinamentos. Corajosamente, eliminaremos as distrações mundanas que seduzem e levam nossa mente para os caminhos materialistas. Estaremos em condições de optar, de bom grado por viver de acordo com aqueles ideais que nos aproximam de Deus. Pelo poder do discernimento, aprendemos a fazer as coisas que devemos fazer quando devemos fazê-las - não impelidos por influência externa, mas agindo tranquila e sabiamente, com nossa inteligência e vontade concedidas por Deus.

Devemos aprender a nos examinar todo dia: 'Como estou indo? Em que direção vou? Que fiz hoje que me levou para Deus em pensamento, palavra e ação?' E: 'Que maus hábitos continuo a seguir que afastam minha mente de Deus?'.

Quando, muitas e muitas vezes, pela meditação e pelo constante esforço espiritual, lembramos a nós mesmos que não somos seres mortais, mas almas imortais, gradualmente rompemos as correntes que há muito tempo nos mantêm atados à limitada consciência da carne e ao mundo de incessante e aflitiva mudança. Uma vez que começarmos a abandonar aqueles grilhões, teremos lampejos de nós mesmos como almas feitas à imagem de Deus. Quanto mais avistamos essa imagem divina em nosso interior, mais sentimos o amor Dele em nossos corações, a sabedoria Dele em nossas mentes e a alegria Dele em nossas almas."

(Sri Daya Mata, Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 270/271)

sábado, 29 de novembro de 2014

COMO FAZER A ESCOLHA CERTA EM QUALQUER SITUAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Quando o nosso discernimento é toldado por desejos e emoções, torna-se uma forma de cegueira - psicológica e espiritual. Sob a influência das emoções, as pessoas ficam confusas e não conseguem raciocinar claramente.

Esse era um dos pontos que Paramahansa Yogananda frequentemente enfatizava para nós. (...) Ele dizia: 'Não fiquem correndo pra lá e pra cá como uma galinha com a cabeça cortada!' Nos primeiros tempos, ele me dava tantas responsabilidades que era difícil manter a calma, mas lembro-me de ele ter dito: 'Seja como o aço por dentro. Não seja emotiva.'

A emoção é prejudicial, pois paralisa a habilidade de pensar claramente e de perceber uma situação de modo preciso. (...) Quando aprendemos a separar os fatos das opiniões pessoais, o nosso discernimento não fica tão influenciado pelos desejos egoístas. Se cada ser humano aprendesse a fazer isso, haveria muito mais compreensão e paz no mundo.

Veja, essas são coisas práticas. Alcançar e expressar a Autorrealização é o propósito deste caminho: amar a Deus, saber que estamos unidos a Ele; e então aplicar esse amor e realização de modo prático na vida diária."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 16/17)

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

COMO FAZER A ESCOLHA CERTA EM QUALQUER SITUAÇÃO (1ª PARTE)

"Para saber como fazer a escolha certa em qualquer situação, precisamos guiar o nosso raciocínio pelo poder da intuição. Todos possuem o dom do 'sexto sentido', mas a maioria das pessoas não o usa. Em vez disso, preferem confiar nos relatórios dos cinco sentidos inferiores. Todavia, os cinco sentidos nem sempre fornecem dados precisos para que possamos reagir corretamente ou tomar as decisões certas. Além de terem âmbito e poder limitados, os sentidos (e sua 'chefe', a mente identificada como ego) interpretam tudo conforme seus próprios gostos e aversões, e não segundo a verdade e aquilo que, em última análise, seria benéfico para a alma. Ao tomar decisões baseadas apenas no que os sentidos externos e a mente inferior dizem, não é de admirar que o ser humano tenha problemas com tantas frequência!

Espero que chegue o dia em que o mundo inteiro entenda a importância de um período diário de recolhimento interior para sua orientação e comunhão com Deus. Ao fazer assim, você fica mais equilibrado e mais calmo; a sua capacidade de discernimento desperta. Você fica mais livre das amarras de hábitos, desejos, emoções e apegos que o impelem a comportar-se de determinado modo, certo ou errado. O discernimento (que, como a intuição, é uma qualidade da alma) capacita-o a perceber o que você deve fazer, e quando deve fazê-lo. É com a meditação que se desenvolvem essas faculdades da alma.

Aprenda a analisar claramente as situações, sem os 'antolhos' da emoção. (...)"

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 15/16)

sábado, 1 de novembro de 2014

SEGURANÇA NUM MUNDO INCERTO (3ª PARTE)

"(...) A solidariedade ampla e o discernimento intuitivo, necessários para curar os males terrestres, não podem resultar de mera consideração intelectual da diversidade humana, mas sim do conhecimento da unidade profunda dos homens: seu parentesco com Deus. Para atingir o supremo ideal do mundo - paz por meio da fraternidade - possa a yoga, a ciência da comunhão pessoal com a Divinidade, espalhar-se com o tempo entre todos os homens, em todas as terras. A sombria marcha dos acontecimentos políticos no mundo aponta para a verdade inexorável de que, sem visão espiritual, os povos perecem. A ciência, se a religião não o fez, despertou na humanidade uma inquietante sensação da insegurança e, também, da insubstancialidade de todas as coisas materiais. Para onde pode o homem ir agora, com certeza, se não para a sua Fonte e Origem, o Espírito que nele habita?

A Era Atômica verá a mente dos homens tornar-se mais sensata e mais aberta pela verdade - agora cientificamente inegável - de que a matéria é, em realidade, uma concentração de energia. A mente humana pode e precisa liberar dentro de si mesma energias maiores do que as contidas nas pedras e nos metais, a fim de que o gigante atômico material, recentemente desencadeado, não se volte contra o mundo em insana destruição. Um benefício indireto da preocupação da humanidade com as bombas atômicas pode ser um maior interesse prático pela ciência Yoga, um verdadeiro 'abrigo à prova de bombas'. Neste mundo sempre haverá tumultos e dificuldades. Por que se preocupar? Dirija-se ao abrigo de Deus, para onde os Mestres têm ido e de onde estão observando e auxiliando o mundo. Você terá segurança para sempre, não apenas para você, mas também para todos os entes queridos que foram confiados aos seus cuidados, por nosso Senhor e Pai.

Felicidade verdadeira, felicidade duradoura só existe em Deus, 'Aquele a quem, quando se tem, nada que se venha a obter é maior'. Nele está a única segurança, o único abrigo, a única salvação para todos os nossos temores. Você não tem nenhuma outra segurança no mundo, nenhuma outra liberdade. A única liberdade verdadeira está em Deus. Portanto, esforce-se seriamente para estabelecer um contato com Ele na meditação, pela manhã e à noite, e também ao longo do dia, em todo trabalho e tarefa que você executar. A yoga ensina que onde Deus está, não há temor nem tristeza. O iogue bem-sucedido pode ficar sem ser abalado em meio ao choque de mundos em colisão. Ele está seguro, na compreensão de que : 'Senhor, onde eu estou, ali Tu tens de vir'. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 45/47)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

SEGURANÇA NUM MUNDO INCERTO (1ª PARTE)

"Os cataclismos que subitamente ocorrem na natureza, provocando destruição e danos em massa, não são 'obras de Deus'. Essas catástrofes resultam dos pensamentos e das ações do homem. Onde quer que o equilíbrio vibratório do mundo entre o bem e o mal seja perturbado por um acúmulo de vibrações nocivas, resultantes de pensamentos e ações errôneas do homem, veremos destruições. As guerras ocorrem não por uma ação divina fatal, mas pela disseminação do egoísmo material. Elimine-se o egoísmo - individual, industrial, político e nacional - e não haverá mais guerras.

As caóticas condições modernas existentes no mundo resultam do padrão de vida afastado dos ideais divinos. Indivíduos e nações podem ser protegidos contra a destruiçao total, se viverem segundo os ideais celestiais de fraternidade, cooperação industrial e intercâmbio internacional de experiências e bens materiais. Acredito que virá uma época em que, por força de uma compreensão superior, não teremos mais fronteiras. Chamaremos a Terra de nossa pátria. E, graças a meios jurídicos e à integração internacional, distribuiremos altruisticamente os bens do mundo segundo as necessidades das pessoas. A igualdade, porém, não pode ser implantada à força; ela tem de vir do coração. (...) Temos de começar agora, com nós mesmos. Deveríamos tentar ser como os entes divinos que vêm e tornam a vir à Terra para nos mostrar o caminho. Amando-nos uns aos outros e mantendo claro o nosso discernimento, tal como eles exemplificaram e ensinaram, a paz chegará.

Você pode pensar que não há esperança de conquistar o ódio e inspirar a humanidade a seguir os caminhos crísticos do amor, mas jamais a necessidade foi tão grande quanto agora. Ideologias ateias estão lutando para expulsar a religião. O mundo está marchando rumo a um grande drama existencial. Tentando aplacar as violentas tempestades, parecemos nada mais do que minúsculas formigas nadando no oceano. Mas não subestime o poder que você tem.(...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 42/43)

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A ETERNA BUSCA DO HOMEM

"As flores lá fora são muito lindas, mas por trás delas existe um jardim ainda mais belo. Embora muito sutil e difícil de discernir a princípio, você o descobrirá, se entrar no reino interior pela porta do olho espiritual. Eu vivo nesse jardim - uma região de raras qualidades e ternos pensamentos, mais doces e perfumados que qualquer flor. Ali, a abelha de minha mente bebe continuamente o mel da presença de Deus.

Quando interiorizamos nossa concentração e vivemos cada vez mais na região invisível que há dentro de nós, descobrimos que as faculdades da alma assumem formas especiais: cada materialização é uma janela pela qual percebemos a indescritível doçura do Senhor. Não pense que a busca de Deus consiste só em meditação. Se sua percepção interna for suficientemente profunda, todas as boas qualidades que você expressar em pensamento e ação produzirão o néctar oculto da presença de Deus.

Quando passamos pela porta do olho espiritual, vemos dentro de nós a fábrica da Energia Vital inteligente que criou o universo inteiro. Como não nos interiorizamos, ficamos mistificados pelas impressões do Espírito invisível deixadas na natureza. Contemplamos as produções do Senhor; Seu nome está escrito na flor, no firmamneto, em tudo - mas Ele é silencioso. Como seres humanos, somos muito privilegiados, pois de todas as criaturas de Deus só o homem tem os predicados físicos, mentais e espirituais necessários para buscá-Lo, encontrá-Lo, conhecê-Lo e compreender Sua linguagem de silêncio."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 380)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

TRANSFORMAÇÃO INTERIOR

"Nós contatamos o mundo através da sensação. Todas as sensações são agradáveis ou dolorosas. Quando a sensação é agradável, a mente agarra-se a esta, nela se prendendo. O desejo é o produto, e este desejo permeia a mente e opera através da memória. Queremos que o desejo seja satisfeito repetidamente e não há fim nisso. Quando o desejo se faz sentir, o seu ardor impera, e a mente cai sob o seu fascínio; ela é escravizada pelo desejo. O desejo é infindável em sua escravização. Ele nos prende ao nosso passado, é repetitivo, fascina o nosso pensamento, impede a consciência de estar totalmente no presente. Não podemos dizer ‘não é isto’ até que nos coloquemos acima disso. O nosso pensamento está em um casamento desigual com o desejo, e isso é chamado de kᾱma-manas. Até que vejamos o seu processo e compreendamos as suas ilusões, não podemos mudar a nós mesmos.

Isso não significa que o agradável deveria ser evitado. Pode-se desfrutar algo de modo puro, isto é, sem adição, sem criar complicações. Esse desfrute é uma percepção pura. É a luz que se projeta sobre todas as coisas e as torna conhecidas.

É somente pela nossa automudança que conheceremos a Realidade. A Realidade está dentro de nós, e uma consciência purificada é necessária para senti-la. Presentemente é uma consciência dopada pelo desejo de gratificação de qualquer espécie, enfraquecida pela indulgência. Precisa ser despertada do sono.

Se pudermos dar plena atenção ao que está dentro de nós, rapidamente chegaremos à Realidade. Mas essa plena atenção não é possível enquanto a mente estiver dardejante, caçando borboletas, ou correndo atrás de si própria, em algum argumento capcioso. É o vinho do desejo que faz a mente ser obstinada e tola.

O caminho para a realidade espiritual está dentro de nós mesmos. É o caminho do discernimento, da autopercepção, um discernimento entre o verdadeiro e o falso em tudo que nos deparamos. Esse discernimento é possível porque há um raio de Realidade dentro de nós. A menos que haja alguma luz dentro de nós, nunca saberemos onde está a luz e onde está a escuridão. O discernimento deve ser praticado ao longo de todo o caminho que abrimos à medida que prosseguimos. Não é um caminho estabelecido para nós por alguém, exceto quanto a algumas afirmações gerais em termos de experiência comum. Palmilhar o caminho é um processo de liberação em relação a embaraços, complicações, ilusões, uma carga opressiva. É um caminho de crescente unidade com tudo – a Natureza e os seres humanos – um caminho de felicidade, que se cria e se compartilha."

(N. Sri Ram - O Homem sua Origem e Evolução - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 80/82)


domingo, 28 de setembro de 2014

O APEGO AOS OBJETOS DOS SENTIDOS


"(2:62, 63) Fixar mentalmente objetos dos sentidos faz com que nos apeguemos a eles. Do apego brota o desejo. Do desejo (quando insatisfeito) brota a cólera. A cólera gera a ilusão. A ilusão produz o esquecimento (do Eu). A perda da memória (memória de quem a pessoa é verdadeiramente) faz decair o poder do discernimento. À perda do discernimento segue-se à aniquilação do reto pensar.

Cada passo nessa descida tem um único responsável: o ego. Para guindar-se de novo à sabedoria, o ego iludido precisa atingir o ponto onde chegue a compreender que sua compreensão da vida até o momento só lhe trouxe sofrimento. Sua primeira pergunta, então, será: 'Acaso gosto de sofrer?' (Não, é claro!) E em seguida: 'O que aumenta o sofrimento e o que, ao contrário, o diminui?' A resposta é que a dor diminui quando diminui também o interesse exagerado por si mesmo. A apreensão dessa verdade leva aos primeiros lampejos de reconhecimento de uma realidade maior que o ego e o corpo. A névoa da ilusão começa a dissipar-se na mente e já ninguém se insurge contra o mundo por ele não lhe ter dado o que queria. Da aceitação do que é vem o afrouxamento dos laços do apego mundano. Do desapego vem a diminuição do interesse pelos objetos dos sentidos e o aumento do anseio pela sabedoria autêntica - anseio que desperta a devoção no coração, o amor à verdade e o desejo intenso de conhecer a bem-aventurança verdadeira e duradoura."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 125/126)


sábado, 27 de setembro de 2014

CHAVES PARA A VIDA MAIOR (3ª PARTE)

"(...) EQUILÍBRIO - Temos a impressão de que o equilíbrio é outra qualidade ausente no ritmo acelerado do mundo atual. Parece muito mais fácil deixar as partes inferiores da nossa natureza dominarem e prevalecerem. Para trazer o equilíbrio às nossas vidas, precisamos harmonizar a personalidade material ou terrena com a personalidade espiritual. A ênfase excessiva em qualquer parte do nosso ser tende a nos enfraquecer, em vez de nos fortalecer. Quando estamos desequilibrados tendemos a agir a partir do medo, em vez de seguir o amor.

DISCERNIMENTO - Atualmente é preciso muito discernimento para descobrir a verdade nas coisas. Muitos ficam presos a detalhes e tornam-se incapazes de perceber o todo. Quando você se apressa em criticar e julgar, sem dispor de todos os dados de uma situação, aprende muito pouco. Sugiro que você sempre questione o que está por trás de qualquer pessoa ou situação para certificar-se de que há uma verdade espiritual no núcleo de tudo.

FÉ - A fé é a consciência de que sempre recebemos tudo o que desejamos e de que precisamos. A fé é uma crença na natureza invisível do universo. Ela segue de mãos dadas com a confiança. Quando temos fé em nós mesmos e em Deus, sabemos que estamos seguros, que somos amados e que nunca estaremos sozinhos.

CRIATIVIDADE - A criatividade é a capacidade de formar ideias, sentimentos e expressões capazes de transformar o mundo físico. Ela não se limita a artistas, músicos ou escritores. Todos nós somos criativos e podemos usar essa energia divina em tudo para tornar a vida mais fácil. Sempre que existe um problema nos relacionamentos, na família, na carreira, nas finanças ou em qualquer parte da vida cotidiana, temos a capacidade de resolver a situação através da nossa fagulha criativa. Quando usamos a criatividade, usamos a energia da Força Divina na sua mais elevada manifestação, especialmente quando empregamos a criatividade para o bem maior da humanidade. (...)"

(James Van Praagh - Em Busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 91/92)

sábado, 20 de setembro de 2014

NÃO SE CULPE PELOS ENGANOS NA ESCOLHA DO CAMINHO ESPIRITUAL

"(2:66) Aqueles cuja consciência não se enraizou carecem de discernimento. Quem não medita não tem paz. E, se não tem paz, como será feliz?
(2:67) Assim como um barco pode ser desviado da rota por um vento repentino, assim o discernimento pode desgarrar-se pelas fantasias da influência sensorial.

Aquele que busca as coisas espirituais pode às vezes ver-se desviado de seu curso ascendente por tentações exteriores - não apenas os prazeres sensoriais, mas também o desejo de conquistas intangíveis acenadas por maya a fim de alimentar a consciência de seu ego: nome, fama, poder, importância e todo um bando de outras ilusões lisonjeiras. Longe de esfalfar-se com sentimentos de culpa e de autorrecriminações (que só aguçarão sua suscetibilidade à ilusão), deve ele regressar calmamente ao curso antigo.

Enganos no caminho são sempre possíveis. O devoto precisa identificá-los (ao menos no foro íntimo) honesta e francamente para depois esquecê-los sem cometer mais o erro de irritar-se consigo mesmo. Tem de manter a mente firmemente voltada para a estrela-guia de seu objetivo autêntico: a união com Deus. Porquanto o ego é uma ilusão, tudo o que o induzir a afirmar a sua própria realidade isolada será uma ilusão também. Dá-se o mesmo com o desengano que a pessoa sente por ter sucumbido às tentações ilusórias.

Quando se atira um seixo a um lago, surgem ondulações. De igual modo, quando ocorre na vida algo que provoca reação emocional, ondas de sentimentos afloram. As ondas levantadas pelo seixo vogam para a margem e retornam, só aos poucos serenando novamente. Assim também as reações da pessoa a pressões externas vão e vêm, dando forma ao engano suscitado pela reação original.

Com efeito, devemos transformar em prática o ato de separar-nos, na mente, da identificação com seja lá o que for - mesmo em se tratando de identidade de pensamento - e voltar à assertiva 'Deus é o Único que Faz'. Graças a essa dissociação dos erros que o ego possa cometer, nossa tendência a falhar irá diminuindo aos poucos, os ventos pararão de soprar e a mente se centrará calmamente e se fixará, outra vez, no objetivo divino.  

De outro modo, se errarmos espiritualmente, poderá suceder, graças à identificação do ego com o erro, que vagueemos à cata de reencarnações, enveredemos por outros becos sem saída e lutaremos o tempo todo para encontrar o caminho de volta ao curso verdadeiro que outrora tomamos."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 127/128)
www.pensamento-cultrix.com.br



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (2ª PARTE)

"(...) O bom julgamento é uma expressão natural de sabedoria, mas depende diretamente da harmonia interna, que é o equilíbrio mental. Quando lhe falta harmonia, a mente não tem paz, e, sem paz, não há nela discernimento nem sabedoria. A vida é cheia de trancos e solavancos. Nas horas difíceis, que demandam o mais agudo discernimento, se preservar seu equilíbrio mental, você alcançará a vitória. A harmonia interna é o seu melhor apoio para suportar a carga da vida.

A inquietude - que agita e distrai a mente - tolda a visão e causa mal-entendidos. A emoção tolda sua visão. As variações do humor toldam sua visão. A maioria das pessoas age não em função do entendimento, mas segundo seus estados de ânimo. A compreensão é a visão de seu interior, a contemplação de sua alma, o telescópio de seu coração. A compreensão é um equilíbrio entre inteligência calma e pureza de coração. (...) A emoção é um sentimento distorcido que o levará a agir mal. (...) Você tem de ter uma compreensão equilibrada. Se a sua compreensão for governada tanto pelo coração quanto pela cabeça, aí, então, você terá uma visão clara para enxergar a si mesmo e aos outros.

Você deve analisar os inúmeros preconceitos a que seu entendimento está sujeito. Sempre que estiver tomando uma decisão ou agindo, pergunte a si mesmo se está sendo movido pelo entendimento, pela emoção ou por alguma outra influência preconceituosa em sua mente. Enquanto estiver sujeito à ira ou à ambição, enquanto estiver influenciado pelo pensamento equivocado a respeito dos outros, enquanto isso ocorrer, o seu próprio entendimento não terá clareza.

A razão humana pode sempre achar 'prós e contras' tanto para as boas quanto para as más ações. Ela é intrinsecamente desleal. O discernimento reconhece, como sua estrela polar, apenas um critério: a alma. Imaginem dois homens. À direita deles está o vale da vida e à esquerda, o vale da morte. São ambos racionais, mas um vai à direita e o outro à esquerda. Por quê? Porque um deles usou corretamente seu poder de discernir, enquanto o outro usou mal esse poder, entregando-se com indulgência às falsas racionalizações. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 54/56)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (1ª PARTE)

"Quando a mente está tranquila, como é belo, rápido e suave o modo como se percebe tudo! Uma pessoa tranquila reflete quietude nos olhos, aguda inteligência no rosto e receptividade apropriada na mente. É homem de ações prontas e decisivas, mas não é levado por impulsos e desejos que subitamente lhe ocorram.

Sempre pense, primeiro, no que vai fazer, e no modo como isso o afetará. Agir por impulso não é liberdade, pois você ficará amarrado aos efeitos nefastos das más ações. No entanto, ser capaz de fazer coisas que o seu discernimento lhe diz serem boas para você, isso sim é ter liberdade plena. Essa espécie de ação guiada pela sabedoria resulta numa existência divina.

O homem não deve ser um autômato psicológico, como um animal, que age apenas movido pelo instinto. Não pensar é um grande pecado contra o Espírito que habita em você. Fomos feitos para ser conscientes do que fazemos. Devemos refletir antes de agir. Devemos aprender a usar a mente para que possamos evoluir e realizar a nossa unidade com o Criador. Tudo o que fazemos deveria ser o resultado de um pensamento premeditado.

Certa estudante cometera um erro grave. E se lamentava: 'Sempre cultivei bons hábitos. Parece incrível que essa desgraça me tenha acontecido.' 'Seu erro foi confiar demais nos bons hábitos e negligenciar o permanente exercício do juízo correto', disse-lhe Paramahansa Yogananda. 'Seus bons hábitos ajudam em circunstâncias comuns e conhecidas, mas podem não ser suficientes para guiá-la quando surge um problema novo. Aí, então, o discernimento é necessário. Pela meditação profunda você aprenderá a escolher o caminho certo, sempre, mesmo quando se confrontar com circunstâncias extraordinárias. 'O homem não é um autômato, Portanto, nem sempre pode viver de maneira sábia simplesmente guiando-se por regras fixas e preceitos morais rígidos. Na grande variedade de problemas e acontecimentos diários encontramos campo para desenvolver o bom discernimento.' (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 52/54)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (4ª PARTE)

O Iluminado em discernimento

"Vivekananda foi um líder religioso, fundador da Missão Ramakrishna. Nasceu em 12 de janeiro de 1863, em Calcutá. Ele se tornou um discípulo de Ramakrishna, porque este preencheu suas exigências de um mestre que, apesar de suas experiências diretas com Deus, desse ensinamentos que não contradissessem a razão. (...)

Em 1893, Vivekananda representou o hinduísmo no Parlamento Mundial das Religiões, em Chicago, onde ele pregou a unidade da existência, a divindade da alma, a não-dualidade do supremo e a harmonia das religiões.

Vivekananda inaugurou o movimento Vedanta nos Estados Unidos e visitou a Europa.(...)

Ele morreu a 4 de janeiro de 1902, aos 39 anos.

O Grande Iniciado

Abhedananda foi um outro fiel discípulo de Ramakrishna, amigo pessoal de Vivekananda. Além de ter conseguido a perfeição em ioga, deixou obras sobre esse assunto, expressando exclusivamente seus conhecimentos e experiências pessoais. Escreveu sobre a essência a verdadeira compreensão da ioga, tornando os ensinamentos dessa ciência milenar claros e compreensíveis.


O Poeta Iluminado

Rabindranath Tagore foi um escritor bengali, nascido em Calcutá, em 1861. Descendente de família rica e aristocrática que desempenhou papel importante, muito ativo, no reflorescimento védico no início do século XIX, educado no clima de fermentação espiritual e social que caracterizava a Índia de então. Rabindranath descobriu o mundo ocidental ao ir estudar Direito na Inglaterra em 1879. Em 1880 teve início sua verdadeira iniciação literária, profundamente mística. Sua principal preocupação já nessa época era encontrar um traço de união entre a cultura do Oriente e a do Ocidente e em seu espírito se forjava um novo humanismo que resultaria na fundação, em 1921, da Universidade Viçva Pharati, para o ensino da música, dança, belas-artes e artes decorativas (...).

Ele morreu em 1941."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

OS FUNDAMENTOS DA FÉ

"Tenha fé em si mesmo e em sua própria capacidade de cumprir um estrito horário de disciplina espiritual (sadhana); tenha cerrteza de sua própria habilidade de atingir a meta da autorrealização. Se você não tem fé na onda, como pode ter fé no oceano? Uma pequena lamparina de aço pode tornar-se um belo e eficiente relógio mediante a aplicação de inteligência e habilidade. Não pode então ser transmutado em um sábio um homem que tenha apreendido a Realidade Última através do discernimento (viveka) e do desapego (vairagya)? Os livros sagrados de todas as religiões ajudam o homem a atingir sua Eterna Morada de Paz. Tais livros são como pousadas no deserto, construídas para ajudar o caravaneiro em seu caminhar para o objetivo. Ele se deixa ficar na pousada apenas por algum tempo; depois é instruído sobre o próximo trecho da jornada, após o que move-se ele, revigorado pela parada feita.

Obstáculos que surgem no caminho são muitas vezes tratados com ressentimento pelos peregrinos, no entanto, são testes a serem vistos como propiciadores de segurança. Você bate um prego na parede para pendurar um quadro, mas antes de o colocar, tenta ver se o prego está em condições de suportar o peso. Quando se certifica de que não o abala, mesmo quando usa toda força, fica tranquilo para pendurar o quadro. Receba bem os testes porque eles lhe darão confiança e lhe assegurarão avanço.

Não dê ouvidos ao que os outros dizem. Acredite em sua própria experiência. Acredite naquilo que lhe dê paz e alegria (Atmanandam). Esta é a base real para a fé. Por que haveria você de sair a perguntar a todos se alguma coisa é sal ou açúcar? Não é mesmo ridículo vagar por aí consultando pessoas sobre isso? Ponha um pouco sobre a língua, e isso bastará para resolver o assunto. O que você agora está fazendo é negar-se a ter como sal o que sua própria experiência provou ser açúcar, simplesmente porque alguém, que não provou, tal como você, proclama que é sal ou porque outra pessoa, estando com febre, acha a coisa amarga."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 34/35)


terça-feira, 5 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (1ª PARTE)

"Quando o ser atinge a perfeição real e verdadeira, torna-se essência. Assim sabe evitar o que é desnecessário, rompe as ligações materiais, reconhece a verdade, passa a ter o verdadeiro e único discernimento e os grandes sentimentos interiores e inerentes ao ser comum são despertados em sua absoluta grandeza e a verdadeira essência divina pode florescer, surgindo daí os grandes iluminados, portadores de dons divinos. (...)

A biografia e as experiências pessoais de cada um desses seres traz grande conhecimento espiritual.

É importante lembrar que foram eles que mostraram à humanidade o verdadeiro caminho do amor, da sabedoria, do progresso, da harmonia e da paz espiritual.

Entre eles, há pobres e ricos, mas nenhum precisou de seus bens materiais para a sua autorrealização e iluminação. Todos a obtiveram por seus atos e feitos nobres, humildes mas profundos, e também pelo alcance de uma grande harmonia espiritual.

Pudesse o homem de hoje, através das práticas de raja ioga, seguir os passos e os exemplos desses verdadeiros mestres. Esse talvez fosse o primeiro passo para a criação de uma nova ordem, onde todos pudessem viver livres, felizes, amando e jamais odiando, tendo o direito à verdadeira dignidade e justiça e, acima de tudo, gozando de plena harmonia espiritual.

O Iluminado Buda

Siddharta Gautama, o Buda ou Iluminado, nasceu em 563 a.C. e morreu 483 a.C. Filho do príncipe Suddhodana, Buda abandonou a família, as glórias e riquezas que possuía, para seguir a vocação ascética que lhe foi despertada ao ver um funeral, um doente e um asceta vagabundo. Retirou-se na selva para meditar sob a orientação dos brâmanes e iniciar seu caminho na busca da verdade. Depois de passar por muitas provas, Buda alcançou a iluminação interior e reconheceu as chamadas Quatro Verdades. Seu primeiro sermão foi proferido no Jardim das Gazelas, perto de Benares, em 530 antes de Confúcio. Durante cerca de 40 anos pregou na Índia setentrional seus ensinamentos, que só foram escritos a partir do séc. II a.C. Ao morrer, deixou uma florescente comunidade de monges e milhares de seguidores de uma doutrina (dharma) de serenidade, ternura e aceitação estoica do mal, cuja essência é atingir a libertação ou a iluminação, o nirvana, que é a libertação do círculo vicioso do viver-morrer-reviver."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)


domingo, 20 de julho de 2014

O PODER DO DISCERNIMENTO

"Existe um forte empurrão da força vital, o desejo de viver. Se ele entra em ação num campo favorável, ele se transforma em amor; de outra maneira, ele permanece como desejo. Se o desejo é expresso em um campo favorável, é manifestado como amor. Então surge o conhecimento, depois a bem-aventurança. O poder, a força, a energia, a motivação no desejo é Deus. Se o desejo é bom ou mau, isso é relacionado ao tempo, lugar e pessoa. Nos primeiros anos, o desejo por realização material pode ser bom. Mais tarde na vida,  o mesmo desejo pode ser mau. A fruta que é boa um dia, pode apodrecer em alguns dias mais. Um lado da maçã pode tornar-se bom e outro apodrecer. O discernimento diz para você comer o lado bom e jogar fora o mau. Existe outra força em você, através da qual Deus trabalha, e ela é o discernimento. Essa força deve ser usada para pôr de lado a ação errada. O poder do discernimento sabe o que é certo e o que é errado. O desejo errado é Deus obscurecido por Maya (ilusão), enquanto que discernimento é Deus sem obscurecimento por Maya."

(J.S. Hislop - Conversações Com Sathya Sai Baba - Fundação Bhagavan Sri Satya Sai Baba do Brasil - p. 112) 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O CAMINHO DA ESPIRITUALIDADE (1ª PARTE)

"Segundo a Vedanta, uma das seis escolas filosóficas da Índia, são quatro as qualificações para o Caminho Espiritual. Em sânscrito, elas são assim descritas: Viveka, Vairagya, Shatsampatti e Mumukshutva. Viveka significa Discernimento entre o irreal e o real, entre o falso e o verdadeiro, entre o útil e o inútil. Viveka é aquela percepção atenta que busca sempre o essencial e desvincula-se do superficial. É a falta desta percepção que faz as pessoas correrem atrás da fama, do poder, do dinheiro, crendo que tais coisas são as únicas coisas essenciais da vida. Viveka é aquela percepção purificada que distingue o real do ilusório e assim nos aproxima da Realidade das coisas como elas são.

Vairagya significa Desapego, desprendimento, ausência de interesse pessoal. Decorre, necessariamente, de Viveka. Quando se percebe que uma coisa é ilusória, não nos apegamos a ela. As gotas de água não se aderem às pétalas da flor de lótus. Vairagya implica estado interior de liberdade em relação às coisas transitórias. Não se apegando ao que é irreal e falso, a mente fica livre para investigar ainda mais profundamente acerca da vida e de seu imenso significado.

Depois vem Shatsampatti, as ‘seis joias da conduta’, que delineiam os princípios de uma conduta equilibrada e harmônica. Elas são o Domínio da Mente, que implica prestar atenção no que se faz e não deixar a mente vaguear. (...) A seguir, vem o Domínio da Ação, que implica agir com equilíbrio, sem tensão, fazendo aquilo que nos cabe. (...) Uma vez que nosso pensamento foi dominado, a ação seguirá seu curso, com harmonia e responsabilidade. (...)"

(Ricardo Lindemann & Pedro Oliveira - A Tradição-Sabedoria, uma introdução à filosofia esotérica - Ed. Teosófica, Brasília, 3ª edição - p. 146/148)


quinta-feira, 19 de junho de 2014

SABEDORIA E FORÇA INTERIOR PARA SER VITORIOSO NA VIDA

"Estas são as qualidades que nos capacitam a fazer escolhas acertadas quando as decisões da vida se apresentam diante de nós:
  • tranquilidade interior; o estado em que as nossas faculdades de intuição e discernimento podem despertar;
  • esforço para ser menos emotivo e mais objetivo, distanciando-se de apegos pessoais e preconceitos;
  • humildade para pedir orientação a Deus em vez de confiar na própria 'sabedoria'.
Ao meditarmos profundamente todos os dias, começamos a desenvolver e nutrir todas essas qualidades.

Como seria bom se Deus dissesse: 'Agora, meu filho, é só você se sentar que Eu lhe direi exatamente o que deve fazer, e quando. Basta seguir o que lhe digo e a sua vida será um mar de rosas!' Mas não é assim que funciona. Se Ele fizesse isso, não desenvolveríamos nossa natureza divina. Não poderíamos, pois é com esforço árduo e com o exercício do discernimento concedido por Deus que nossa divindade é revelada. Nós é que temos de trazer isso à tona. 

Enquanto não o fizermos, jamais perceberemos que realmente somos parte Dele. Intelectualmente talvez o compreendamos, mas isso tem pouco valor prático. Só quando percebemos a verdade diretamente - quando tivermos enfrentado todos os testes da vida e encontrado dentro de nós a orientação divina e a força para vencer - é que podemos dizer com convicção, como Cristo e todos os grandes seres: 'Eu e meu pai somos um; eu sei. Sou feito à Sua imagem invencível.'

Assim, desempenhamos o papel que nos cabe no lila do Senhor; no divino drama da vida, com a coragem, a fé e a sabedoria de um filho de Deus."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 28/29)


quarta-feira, 16 de abril de 2014

O PERIGO DOS DESEJOS INSATISFEITOS (PARTE FINAL)

"(...) Há dois modos de acabar com os desejos: satisfazendo-os ou compreendendo, seja por raciocínio e discernimento, seja pela sabedoria, que somente Deus pode dar (...). Em muitos casos, os desejos ocultam-se no subconsciente. Você pensa que acabaram, mas estão ali. A vida é realmente um grande mistério, mas o mistério acaba quando se disseca a vida com o bisturi da razão. Se, todos os dias, você se senta em silêncio por alguns momentos e analisar-se, descobrirá que tem muitos desejos insatisfeitos. São como germens perigosos que você carrega pela vida e que o acompanharão por onde for, nesta existência ou na próxima.   

Usando de discernimento, o melhor é acabar com todos os desejos perigosos nesta vida e concentar-se em satisfazer os bons. Caso você se sinta inclinado a cometer suicídio ou a fazer alguma maldade, livre-se desses desejos agora. Convença-se, usando o raciocínio e praticando boas ações, de que você é filho de Deus feito à imagem Dele, e eleve-se acima de estados de ânimo e hábitos corporais. Seja mais desapegado. Desse modo, você vencerá. Se sofre de doença crônica, procure separar-se, mentalmente, da consciência do corpo. Pelo discernimento, você pode dominar os sentidos. O discernimento é o fogo que incinera o desejo. 

Em muitas casas, costuma-se acumular no sótão toda a 'sucata' inútil e desnecessária e, de vez em quando, fazer uma boa faxina. Da mesma forma, ocultos no sótão de sua mente subconsciente, há muitos desejos potencialmente nocivos que, um dia, poderão causar grandes transtornos. Assim, é importante fazer uma autoanálise. Talvez você seja do tipo rancoroso, mal humorado, ou colérico. Se assim for, esses traços armazenados resultam de seu próprio comportamento passado. Para limpar o sótão mental dos móveis inúteis, você deve se empenhar em praticar ações construtivas, positivas, amorosas."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 123/124)


sexta-feira, 28 de março de 2014

A MENTE COMUM (PARTE FINAL)

"(...) Pratiquem, pratiquem com determinação (...) Pratiquem com o espírito de um verdadeiro investigador e verão que tudo o que acabo de dizer é verdade. Assim como a agulha de uma bússola aponta sempre para o norte, o ponteiro de suas mentes devem apontar sempre para Deus.

Raciocinem como um jñana yogi, atuem como um karma yogi e sintam como um bhakti yogi. Raciocinem com discernimento, sem ideias preconcebidas, e constatarão que o mundo deixará de ser algo real. Em qualquer ação que praticarem, pensem mais nos outros do que em si mesmos. Trabalhem sempre com abnegação, mas sem apego aos resultados do trabalho e sem procurar a própria satisfação. Vocês logo verão que a mente sentirá um contentamento jamais antes experimentado e permanecerá tranquila durante a maior parte do dia. 

Como verdadeiros devotos, vocês devem sentir que Deus, o Antaryamin (Aquele que tudo conhece), reside em seu próprio interior. A mente deve sentir Deus, unicamente, através de todo seu movimento. É claro que, a princípio, a mente deve idealizar tudo isso, mas depois, com a prática e a dedicação ela se transformará completamente. Todas as janelas usadas pela mente para experimentar o mundo sensório devem ser hermeticamente fechadas. Trata-se de praticar yama e niyama (controle interno e externo). 

Mente pura significa mente sem apegos; dediquem-se, meus filhos, dediquem-se plenamente a Deus, pois assim sua vida inteira será glorificada. Qualquer ideia de 'farei amanhã' deve ser eliminada. Se vocês não dominarem tamas (indolência, entorpecimento), como irão controlar depois a tremenda força de rajas (atividade) que fará com que vocês se agitem sem parar? Somente com o desenvolvimento de sattva (tranquilidade, serenidade) se obtém a verdadeira compreensão da Realidade e, com ela, o conhecimento interior e direto que não necessita de qualquer outra comprovação. A partir de então, vocês conhecerão e desfrutarão da verdadeira independência, e o propósito da vida será alcançado."   

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo, 2011 - p. 48/49)