OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador interior. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador interior. Mostrar todas as postagens

domingo, 17 de maio de 2015

A SABEDORIA DO SOFRIMENTO (PARTE FINAL)


"(...) Ninguém se torna sábio na escola primária das circunstâncias de fora - mas sim na Universidade da sua substância de dentro. 

Para escutar a sabedoria da substância interna, deve o homem silenciar de vez em quando o ruído das circunstâncias externas e auscultar a voz de dentro.

Deve o homem entrar, a cada dia, por meia hora, no silêncio de dentro e fechar todas as portas aos ruídos de fora.

Não somente aos ruídos físicos da natureza e da sociedade, mas também aos ruídos mentais e emocionais do seu próprio ego.

Para todo o principiante é difícil fechar as portas aos pensamentos e às emoções, mas com paciência e persistência, domina ele a dificuldade e encontra a facilidade.

No fim, pode o homem ficar no silêncio de dentro em plena sociedade dos ruídos externos.

E, na razão direta que cresce o silêncio de dentro, decresce o amargor do sofrimento.

Por fim, pode o homem dizer a si mesmo: eu sou o senhor do meu destino, eu sou o comandante da minha vida.

Ninguém é senhor do seu destino de fora, mas pode e deve ser senhor do seu destino de dentro.

O destino de fora obedece à natureza e à sociedade, e não a nós - mas o destino de dentro obedece ao homem e o faz feliz ou infeliz.

Gozos e sofrimentos são coisas que nos acontecem à-toa - mas a felicidade ou infelicidade são creações nossas.

Eu sou o senhor da minha felicidade ou infelicidade - outros são autores dos meus gozos ou sofrimentos.

Eu tenho gozo, eu tenho sofrimento - mas eu sou a minha felicidade ou infelicidade."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 69
www.martinclaret.com.br


domingo, 26 de abril de 2015

COMO TESTAR SEU DESEJO (PARTE FINAL)

"(...) Reivindique o que lhe seja favorável na lei e ordem Divinas. Há milhões de canais, mas só Uma Única Fonte. Sempre recorra a essa Fonte, para tudo o que desejar. A natureza interior do ser é a tendência de dar. Assim, se você tem qualquer dúvida sobre a natureza dos seus próprios desejos, procure testá-los pela qualidade de dar. A realização do seu desejo contribuirá para o seu bem-estar? Irá lhe permitir expressar mais de vida, amor e energia?

A Energia Divina, segundo o evangelho, veio à terra a fim de que possamos ter vida e tê-la mais abundantemente. ... Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância (João, 10:10). Esse desejo de dar seus talentos, faculdades, amor, bondade, cordialidade e boa vontade jamais será desapontador. Tudo isso está apoiado na verdade secular: 'Quanto mais você dá, mais tem.'

Seu desejo de 'ser' - o grande curador, o grande médico, o grande mestre, o grande cantor, de expressar no nível mais elevado e lançar luz a todos que o cercam - é à imagem e semelhança de Deus e muito bom."

(Joseph Murphi - Sua Força Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 14ª Edição - p. 95/96)


domingo, 28 de dezembro de 2014

COMO APRENDER COM UM GURU

"'Devemos também aprender a não nos aproximarmos apenas das pessoas cujas vibrações sejam iguais às nossas. É normal sentir-se atraído por alguém do mesmo nível. Mas está errado. Você deve também se aproximar de pessoas cujas vibrações sejam contrárias... às suas. Esta é a importância... de ajudar... essas pessoas. O nosso caminho é interno. Esse é o caminho mais difícil, a jornada mais dolorosa. Somos responsáveis por nosso próprio aprendizado. Esta responsabilidade não pode ser delegada a outra pessoa, não pode ser jogada em cima de algum guru.'

Há muitos mestres extremamente sábios entre nós, capazes de nos mostrar a direção e de aliviar nossos fardos durante a jornada espiritual. Infelizmente, há também muitos impostores que, levados pelo orgulho, ganância ou por suas próprias inseguranças, se apresentam como mestres ou gurus. Dizem o que devemos fazer, quando eles mesmos não fazem. Obviamente é perigoso seguir tais pessoas.

O segredo para distinguir um verdadeiro mestre de um impostor é seguir a sua própria sabedoria intuitiva. Os ensinamentos parecem corretos para você? Eles são pessoas amorosas, compassivas, não violentas e contribuem para diminuir seu medo e sua culpa? Incluem todos os outros grupos humanos como iguais, como almas divinas na mesma trilha do destino? Ensinam que ninguém é melhor do que ninguém, que estamos todos no mesmo barco? E afirmam que podem apenas apontar a direção, mas não podem levar-nos até lá? Tenha certeza de uma coisa: só você pode atingir seu objetivo. Só você pode experimentar o amor, a felicidade, o equilíbrio e a harmonia, porque a sua viagem para casa é uma jornada interior, um retorno para si. (...)

Como o reino dos céus realmente existe dentro de nós, toda a alegria e felicidade vêm do nosso interior. Não seremos resgatados por outra pessoa. Em vez disso, teremos a sensação de despertar, como se estivéssemos acordando de um longo sono. Iremos nos 'salvar' quando experimentarmos o amor verdadeiro e nos tornarmos iluminados. (...)"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 156/157)


sábado, 27 de dezembro de 2014

A ARTE DE CALAR E NÃO VER

"Não te esqueças, amigo ignoto, de que todo homem, mesmo o mais positivo e dinâmico, é essencialmente fraco, indigente, necessitado de socorro.

Todo homem tem as suas horas de solidão interior, horas de trevas e desânimo, horas de desorientação e negro pessimismo.

É preciso que saibas adivinhar, nos olhos e na alma do próximo, essas horas noturnas...

Deves saber quando convém visitá-lo - e quando convém deixá-lo a sós...

Quando falar com ele - e quando calar com ele...

Quando o animar - e quando o tolerar, porque até os santos devem ser tolerados...

É preciso que saibas ver a seu tempo - e não ver a seu tempo...

É preciso que saibas silenciar em face das suas derrotas íntimas - e fechar os olhos ante as suas fraquezas...

Quem espera de seu irmão perfeição absoluta cairá de decepção em decepção - e está sempre disposto a lhe tirar do olho o argueiro.

Há na vida de todo mortal momentos trágicos em que se apagam todos os faróis da praia, em que se eclipsam todas as estrelas do firmamento, em que vacilam todas as colunas sob a veemência do terremoto...

Há na vida humana transes de suprema angústia em que o pobre mártir do próprio ego tem de disfarçar com a serenidade dum sorriso convencional o candente vulcão da sua tragédia interior...

Nem sempre a sociedade permite ao homem ser o que ele é...

Feliz de quem encontra uma alma compreensiva no meio da incompreensão! 

Feliz de quem sabe ignorar, na discreta reticência dum grande amor, aquilo que desune os homens e acende nas almas infernos de infelicidade!

Muitos são os homens que enxergam com admirável precisão - poucos os que sabem ser cegos quando convém...

Eterno silêncio envolve os cumes excelsos das grandes montanhas - e as ínfimas profundezas do mar...

Mudos são os mais humanos e os mais divinos momentos da nossa vida - os abismos da dor e as alturas do amor. 

Nas mais altas alturas e nas mais profundas profundezas do seu ser - o homem está só...

E a sós consigo e com Deus tem de resolver os mais trágicos problemas da vida...

Ninguém o pode acompanhar nessa grande solidão...

Nem pai nem filho...

Nem esposo nem esposa...

Nem irmão nem amigo...

Ele só com Deus..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 - p. 175/176)


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

EXCESSO DE SUSCETIBILIDADE

"A suscetibilidade se deve à falta de controle sobre o sistema nervoso. Às vezes, os nervos se rebelam contra um pensamento que atravessa a mente. Mesmo havendo razões para o descontrole, não devemos nos melindrar nem ficar irritados. Se, com todos os motivos para o descomedimento, você se refreia, então é dono de si mesmo. 

Não sejamos por demais irritadiços nem tenhamos piedade excessiva de nós mesmos, pois isso aumenta a suscetibilidade. Talvez você esteja agastado com alguma coisa e ninguém o saiba. É melhor olhar para dentro de si mesmo e remover a causa desses melindres.

Muitas pessoas sentem pena de si mesmas e acham que isso lhes traz algum alívio. Mas a autopiedade é um vício como o do ópio. Toda vez que o viciado em ópio toma a droga, mais se afunda na dependência. Seja forte como o aço contra a autopiedade.

Você deve ser capaz de controlar seus arroubos prontamente. Se o fogo da suscetibilidade devorar seu coração e você permitir que ele ali permaneça, as fibras de sua paz serão consumidas. Controle-o você mesmo, sabendo que o excesso de suscetibilidade nada mais é que um agente de Satã empenhado em destruir sua paz de espírito. Sempre que o ressentimento visitar seu coração, será como a estática no rádio de sua alma, pronta a desconectá-la da canção divina da serenidade, que deve soar em seu íntimo caso você não seja excessivamente suscetível. Quando a suscetibilidade se manifestar, tente vencer a emoção e não se queixe dos outros. Responsabilize-se por ela. É a única maneira de superá-la."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 27/28)
www.editorapensamento.com.br


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O SILÊNCIO E A VERDADE INTERIOR (1ª PARTE)

"O grande mestre indiano Kabir escreveu: 'Conhecendo-a, o ignorante se torna sábio / E o sábio se torna mudo e silencioso / O adorador fica completamente inebriado, / Sua sabedoria e seu desapego tornam-se perfeitos: / Ele bebe do copo das endogamias e das exogamias do amor.' (Tagore, 1915)

Essa poesia maravilhosa, fala da redescoberta da verdade interior, essa sabedoria que emana do fundo do nosso ser e que nos torna mudos e silenciosos com sua presença. Quando a verdade desabrocha na nossa mente, não queremos mais nada a não ser o seu perfume. O amor que dela exala é tão forte que nos faz ir além dos muros de nossa tribo, nacionalidade, condição social e intelectual, de nossa orientação religiosa e filosófica, para amar o outro como amamos a nós mesmos.

Conhecer a verdade interior é diferente de perceber essa verdade através de uma teoria religiosa ou espiritual, de uma compreensão ou um entendimento filosófico ou de qualquer outro processo intelectual. Conhecê-la é ter um contato direto com ela, sem subterfúgios ou alegorias de qualquer tipo. Todos nós temos potencial para chegar a esse conhecimento, para provar desse cálice, que está cheio do vinho da sabedoria e do amor. Basta fazermos o trabalho necessário para despertar esse conhecimento.

O trabalho do silêncio é um caminho para alcançar a verdade. Quando vivenciamos a verdade por meio do silêncio da mente e da inspiração do nosso coração, damos as mãos ao Deus interior, diretamente, sem intermediários. Sua luz é extraordinária e difícil de ser colocada em palavras. (...)"

(Antonio Monteiro dos Santos - O Silêncio e a verdade interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 19)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A CONQUISTA DO EGO

"Assim como somos, sem rumo, o nosso interesse egocêntrico não se harmoniza com o interesse de nosso eu mais profundo. Nós não buscamos primeiro o reino interno e somente depois o externo; ao contrário da verdadeira ordem, nós primeiro nos esforçamos pelo domínio do mundo. Se necessário, nós até mesmo negamos e sacrificamos o superior pelo inferior. Mas, ‘o que aproveitará o homem, se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida?’¹ É o falso eu, o ego, que está obsecado com a conquista do mundo. É este ego que devemos sobrepujar a fim de ‘nascer de novo... do Espírito’.² A conquista do ego é na verdade a vitória sobre o mundo psíquico abstrato, construído por nós mesmos, o qual habitamos e nos mantém sobrecarregados e pesados. Aquele que sobrepujou o mundo é do alto e não deste mundo; uma tal pessoa vivendo no mundo não é impelida por desejos mundanos ou ambições. Ela faz o que lhe é exigido pelo alto, não para sua satisfação ou glória pessoal.

Os traços distintivos do egoísmo são o eu, separado do resto do Universo, e o meu. Estes são o seu próprio âmago e substância, e é através destes que um homem ‘prende-se a seu eu como um pássaro em uma armadilha’.³  Estes são os núcleos ao redor dos quais tudo no mundo revolve. Um homem do mundo diz: eu faço isto, eu tenho aquilo; ele é autocentrado mesmo quando faz boas obras no serviço a outros. Enquanto qualquer atividade – orar, meditar, dar esmolas – for controlada por nosso eu, ela será uma atividade egoísta."

¹ Mateus 16:26
² João 3:7-8
³ Maitri Upanishad 3:2

(Ravi Ravindra - Sussurros da Outra Margem - Ed. Teosófica, Brasília - p.33/34)


domingo, 30 de novembro de 2014

DINHEIRO E SEGURANÇA SÃO COISAS DIFERENTES

"O dinheiro é uma coisa neutra. Nem bom nem mau. O que importa é o que fazemos com ele. Podemos usar o dinheiro para ajudar quem necessita ou podemos escolher usá-lo egoisticamente, desperdiçando a oportunidade de ser generosos. A escolha é nossa, e todas as lições serão, cedo ou tarde, aprendidas.

Dinheiro e segurança são coisas diferentes. Segurança só pode vir de nosso interior. É uma coisa espiritual, não terrena. Dinheiro é terreno. Não se pode levá-lo, quando partimos daqui.

Podemos perder tudo da noite para o dia, se este for nosso destino ou a lição que precisamos receber. A segurança vem de uma paz íntima e do conhecimento da nossa essência verdadeira, que é espiritual. Nunca podemos ser feridos, porque somos imortais e eternos, porque somos seres espirituais, não corpos físicos. Porque nunca estamos sós. Porque Deus e todo um exército de espíritos amorosos nos protegem. Porque somos todos uma mesma essência.

E não há necessidade de ter medo. De fato, essa verdade é o segredo de nossa segurança e da nossa alegria. 'Amem-se uns aos outros, de todo o coração, não temam, não se contenham. Quanto mais derem, mais receberão.'"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 93/94)

domingo, 23 de novembro de 2014

QUAL É A PROVA DA AUTORREALIZAÇÃO

"O que você imaginar com muita intensidade se tornará visível como uma alucinação, não tendo realidade intrínsica. Você deve compreender a diferença entre imaginação e Autorrealização. A prova essencial da Autorrealização - da consciência de Deus dentro de você - é ser verdadeira e incondionalmente feliz. Se você receber cada vez mais alegria na meditação, incessantemente, saiba que Deus está manifestando Sua presença em você. Se houver interrupção no fluxo da felicidade divina, há algo errado em sua consciência, algum nó que precisa ser desatado com o auxílio de seu guru. Pela comunhão assídua com ele, por meio da meditação diária e pela obediência a seus preceitos - o sadhana¹ que ele lhe deu - o guru desatará esse nó para você. 

Você não pode estar com o Senhor simplesmente pensando que é divinamente iluminado. Você precisa melhorar - deve se aperfeiçoar. Há uma enorme diferença entre a realização potencial e a verdadeira realização divina. Você jamais poderá conhecê-Lo, a não ser cultivando a humildade, a sabedoria e a devoção. O homem humilde é o que conhecerá a Deus.

Os que se aprofundam na superconsciência desenvolvem, automaticamente, poderes espirituais incomuns e controle sobre as forças naturais. Mas nenhum homem de autêntica percepção de Deus usa os poderes insensatamente, para exibição egoísta. Os sábios compreendem que o Senhor é o Único Autor e, humildemente, desenvolvem os dons extraordinários que ele lhes confiou. Não é tudo um milagre neste universo? Pelo simples fato de existir, não é o homem um milagre? Se os seres humanos não estão satisfeitos com todas as maravilhas que Deus criou, por que deveriam Seus santos realizar novos milagres? Eles nunca o fazem, a menos que - por alguma razão especial, muitas vezes insondável - o Senhor assim lhes ordene."

¹ O caminho de disciplina e instruções espirituais dada a alguém por seu guru.

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 161/162)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

SEM AUTOANÁLISE O HOMEM VIVE COMO UM ROBÔ

"Milhões de pessoas nunca analisam a si próprias. Mentalmente, são produtos mecânicos da fábrica do ambiente em que vivem, preocupadas com o café da manhã, almoço e jantar, trabalhando, dormindo, indo daqui para ali para se divertirem. Elas não sabem o que, nem por que estão procurando, e tampouco compreendem por que jamais encontram felicidade perfeita ou satisfação duradoura. Esquivando-se da autoanálise, permanecem como robôs, condicionadas pelo seu meio. A verdadeira autoanálise é a melhor arte do progresso.

Todos deveriam aprender a se analisar imparcialmente. Anote diariamente seus pensamentos e aspirações. Descubra o que você é - não o que imagina ser! - porque quer fazer de você aquilo que deveria ser. A maioria das pessoas não muda porque não vê seus próprios erros.

Cada um é produto da hereditariedade e do ambiente. Se você nascer nos Estados Unidos, apresentará características americanas inconfundíveis. Se nascer na China ou na Inglaterra, provavelmente refletirá as influências dessas nacionalidades. Seu ambiente é o resultado de sua verdadeira hereditariedade - traços e desejos adquiridos em vidas passadas. Essa herança de encarnações anteriores levou-o a nascer exatamente na família e no ambiente em que agora se encontra.

Quando lemos sobre famílias de pessoas importantes, notamos frequentemente que os filhos de grandes homens não são, necessariamente, da mesma fibra mental que os pais. Esta falha na hereditariedade biológica do homem suscita uma grande dúvida em nossa mente: por que não encontramos, na vida humana, os mesmos resultados que observamos nos reinos vegetal e animal, onde bons ancestrais costumam produzir bons descendentes? Temos de investigar a vida interior do homem para obter a resposta." 

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 73/74)

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A ETERNA BUSCA DO HOMEM

"As flores lá fora são muito lindas, mas por trás delas existe um jardim ainda mais belo. Embora muito sutil e difícil de discernir a princípio, você o descobrirá, se entrar no reino interior pela porta do olho espiritual. Eu vivo nesse jardim - uma região de raras qualidades e ternos pensamentos, mais doces e perfumados que qualquer flor. Ali, a abelha de minha mente bebe continuamente o mel da presença de Deus.

Quando interiorizamos nossa concentração e vivemos cada vez mais na região invisível que há dentro de nós, descobrimos que as faculdades da alma assumem formas especiais: cada materialização é uma janela pela qual percebemos a indescritível doçura do Senhor. Não pense que a busca de Deus consiste só em meditação. Se sua percepção interna for suficientemente profunda, todas as boas qualidades que você expressar em pensamento e ação produzirão o néctar oculto da presença de Deus.

Quando passamos pela porta do olho espiritual, vemos dentro de nós a fábrica da Energia Vital inteligente que criou o universo inteiro. Como não nos interiorizamos, ficamos mistificados pelas impressões do Espírito invisível deixadas na natureza. Contemplamos as produções do Senhor; Seu nome está escrito na flor, no firmamneto, em tudo - mas Ele é silencioso. Como seres humanos, somos muito privilegiados, pois de todas as criaturas de Deus só o homem tem os predicados físicos, mentais e espirituais necessários para buscá-Lo, encontrá-Lo, conhecê-Lo e compreender Sua linguagem de silêncio."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 380)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

TRANSFORMANDO A ESSÊNCIA DA ALMA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Temos superabundância de alimentos, mas milhões de crianças e de adultos morrem de fome todos os anos. Será que não há um grupo de líderes políticos que é capaz de estabelecer critérios para se produzir um imposto mundial no comércio exterior que subsidie a oferta de alimentos para os miseráveis de nossa espécie?

Somos brancos, negros, americanos, alemães, franceses, brasileiros, chineses, mas perdemos o sentido de espécie. Não parece que pertencemos à mesma espécie, não somos apaixonados uns pelos outros. Quantos de nós temos prazer de entrar no mundo das crianças, dos colegas de trabalho e das pessoas íntimas que nos circundam? Uma das maiores gratificações que tenho como psicoterapeuta é descobrir o mundo interessante de pessoas que me procuram. Cada ser humano, ainda que viva no anonimato, possui uma história espetacular, mas nós não nos damos conta disso. Temos o privilégio de ser uma espécie pensante, mas nem sempre honramos nossa inteligência.

O Mestre dos mestres da escola da existência deixou claro em seus pensamentos, parábolas, reações e nas críticas dirigidas aos fariseus que a essência da alma humana estava adoecida. Estava convicto de que o homem era líder do mundo exterior, mas não do interior. Percebia que a insatisfação e a ansiedade aumentava pouco a pouco à medida que passavam os anos. Por isso convidava as pessoas a beber do prazer que dele emanava, da sabedoria que dele fluía, do amor que dele jorrava, da mansidão que dele borbulhava.

Almejando mudar a essência da alma humana. Planejou que o homem conquistasse uma vida lúcida, serena, sábia, alegre, tranquila e saturada de paixão pela existência. Enxergava longe, queria mudar os paradigmas humanos e fazer a humanidade alcançar o sucesso de dentro para fora. Objetivava alcançar metas nunca alcançadas pela filosofia e ciências sociais. Os mais excelentes capitalistas e os mais notáveis socialistas ficariam perturbados se compreendessem os detalhes do plano do carpinteiro da vida. Ele veio com a maior de todas as incumbências, com a missão de produzir um novo homem: feliz e imortal."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida -  Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 206/207)
www.academiadeinteligencia.com.br


domingo, 10 de agosto de 2014

SOZINHO, EU PERMANEÇO UNIDO

"Por mais isolado que possa se sentir às vezes, na verdade você nunca está só, pois a presença de Deus está sempre no seu interior. Quer esteja numa praia à beira-mar ou no centro de uma cidade moderna, numa reunião social ou a sós consigo mesmo, sempre poderá invocar essa presença interior. E uma vez que estiver unido a essa divindade íntima, jamais se sentirá isolado novamente.

Na presença Divina, você vive, age e nela encontra a sua essência. Quando está totalmente imerso nessa presença, você se sente inteiro, pleno, ligado e amado. E esse sentimento se revela mais importante do que nunca em situações de perda no plano material. Pode ser que alguma coisa ou alguém de quem você dependia tenha desaparecido. Talvez uma esperança, algum desejo ou sonho tenha sido frustrado. Contudo, em meio ao vazio, restou uma afinidade. Lá no seu íntimo, há um sinal de amizade, uma ponte que jamais será demolida.

Sua situação se compara à daquele homem que andando pela praia vê duas pegadas, a dele próprio e a de Deus. Nos momentos de depressão e tristeza, porém, ele só vê um rastro. Achando que foi abandonado, chora amargamente e indaga o porquê de seu abandono. E o Infinito então lhe responde: ’Eu jamais o abandonei. Quando você viu apenas um rastro é porque eu o carregava.’

Feche os olhos e sinta essa conexão. Sinta a paz e a serenidade que acontecem quando estiver bebendo a água dessa fonte que irá saciar para sempre a sua sede.

Quando você está só é que permanece unido."

(Douglas Bloch - Palavras que Curam - Ed. Cultrix, São Paulo, 1993 - p. 50)


quinta-feira, 10 de julho de 2014

ENCONTRE A VERDADE EM SEU INTERIOR

"Nada é 'oculto' àquele que investiga seu interior encontrando no mais recôndito de sua alma, respostas para os mais intrigantes mistérios. Nenhum santo em nenhuma época ou religião encontrou qualquer verdade senão dentro de Si mesmo (Self ou Atman). Deus ou Espírito não está fora do homem. Os grandes santos, tais como Krishna, Shankara, Jesus ou Budha, afirmaram a existência do Reino de Deus dentro do homem.

Tais homens, renunciantes do mundo, do luxo ou da luxúria, da ganância e de tudo o que diz respeito às relatividades e subjetividades da vida mundana, vivem em plena comunhão com a Divindade. Sentem-se na concavidade de suas almas preenchendo-os como o vinho preenche o cálice até a borda. Cada vórtice de energia (chackra), como os sete candelabros de ouro em plena força, brilham como sóis de vida e força em sua potência. Caminham com o Espirito, percebendo-O em Sua graça e majestade. (...)

'Ébrios' de Deus, do mais doce néctar, vivem absortos n'Ele. Não há maior ventura que essa. Nem mesmo toda a riqueza do mundo, nem toda a fama, nem todo o bem mundano poderia equiparar-se a ser um 'Rei' no trono da suprema liberdade interior, um príncipe, ou príncipes da eternidade, filhos do Patrono do Universo. Tendo como teto as estrelas do céu, como alimento a energia vital oferecida profusamente das mãos do Dador da vida, não têm necessidade de nada, a não ser de Deus, Deus, Deus.

Tais homens-deuses, super-homens, 'riem-se' do mundo, porque não são eles os renunciantes. Os grandes renunciantes somo nós. (...) Nós renunciamos ao maior dos tesouros, a maior das felicidades: Deus. Porque não O conhecemos, não conhecemos a nós mesmos. O que sabemos a respeito do mundo e, de nós mesmos, é mera especulação e, frivolidades, relatividades, dualismos. A única realidade, a única permanente em todo o Cosmos é Ele, nada mais." (...)

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 312/314)

sábado, 21 de junho de 2014

CAMINHOS PARA A TRANSFORMAÇÃO (1ª PARTE)

"A verdadeira ciência do espírito deve se basear na compreensão de seres humanos transformados, com acesso a vários níveis de realidade quantitativamente diferentes dos níveis até agora estudados pelas ciências naturais. As ciências sagradas como o yoga, zen, alquimia, certos aspectos do sufismo e do cristianismo monástico existiram durante séculos, mas muitas vezes caíram em mãos sectárias. A consequência disso é que as mentes iluminadas e os corações sensíveis da era moderna afastarem-se delas. Quando essa ciência do espírito estiver liberta do domínio exclusivamente sectário, racionalista e obscurantista, ela será cada vez mais apreciada pelo seu verdadeiro valor, como instrumento para que as pessoas descubram e realizem seus objetivos interiores.

A maior conquista da ciência moderna é a descoberta de suas próprias limitações e a crescente apreciação do fato de que aquilo que conhecemos depende não apenas do que está fora, mas também do que somos e do modo como vivemos. Nosso conhecimento não pode ser visto como separado da nossa natureza interior e da qualidade de nossa atenção. Ele deve considerar que existem muitos níveis de ‘ser’ dentro de nós.

É importante que seja feita uma investigação prática sobre os caminhos que conduzem à transformação do ser humano escravo do medo e da ambição em um ser livre. Nesse processo investigativo a ciência natural pode ajudar, mas também pode atrapalhar, em função do tipo de relacionamento que temos com ela. (...)"

(Ravi Ravindra - A conquista da Liberdade -  Revista Sophia, Ano 8, nº 32 - p.10/12)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A RESPOSTA DIVINA

"Sei que a resposta ao meu problema está no Deus interior. Ponho-me quieto, sereno e relaxado. Estou em paz. Sei que Deus fala em paz e não em confusão. Estou agora sintonizado com o Infinito; sei e creio que a Inteligência infinita está me revelando a resposta perfeita. Penso a respeito da solução para os meus problemas. Vivo agora no ânimo que teria se meu problema estivesse resolvido. Vivo sinceramente nessa fé e confiança permanentes que são o ânimo da solução; é o espírito de Deus operando dentro de mim. Esse Espírito é Onipotente; manifesta-se por si mesmo; todo o meu ser se regozija na solução; estou contente. Vivo nesse sentimento e dou graças.

Sei que Deus possui a resposta. Todas as coisas são possíveis com Deus. Deus é o Espírito Vivo Todo-Poderoso dentro de mim; é a fonte de toda a sabedoria e iluminação.

A indicação da Presença de Deus em mim é um senso de paz e equilíbrio. Suspendo agora todo o senso de tensão e luta; confio absolutamente em Deus. Sei que estão em mim toda a sabedoria e Poder de que preciso para levar uma vida gloriosa e bem-sucedida. Relaxo o corpo inteiro; tenho fé em sua Sabedoria; estou livre. Proclamo e sinto a paz de Deus inundando a minha mente, coração e todo ser.  Sei que a mente serena encontra a solução para seus problemas. Apresento agora o pedido à Presença de Deus, sabendo que tem uma resposta a me oferecer. Estou em paz."

(Joseph Murphy - Conversando com Deus – Ed. Record, 2ª edição - p. 74/75)


sexta-feira, 6 de junho de 2014

VERDADE

"O que é verdade afinal? Trata-se de uma pergunta difícil, mas acho que consegui respondê-la ao concluir que a verdade é aquilo que sua voz interior diz a você. Então você poderia perguntar: Por que pessoas diferentes abrigam verdades distintas e até mesmo contraditórias?

É porque no momento em que vivemos cada pessoa afirma possuir o direito à consciência individual, sem, entretanto, obedecer a qualquer tipo de disciplina. O fato é que há muitas inverdades sendo proferidas e proliferadas neste mundo completamente estupefato e desnorteado. Assim, tudo o que posso lhes dizer, e com a mais profunda humildade, é que a verdade não será encontrada por ninguém que não possua um abundante senso de reverência e autoentrega. Se pretendemos navegar pelo oceano da verdade, precisamos reduzir a nós mesmos ao completo nada.

A verdade está dentro de nós mesmos. Em cada ser humano existe um núcleo central em que a verdade plena habita. Cada indivíduo que atua de maneira incorreta sabe perfeitamente que suas ações são erradas; a inverdade jamais pode ser confundida com a verdade. Justiça e verdade devem permanecer para sempre como leis supremas no mundo de Deus.

A lei da verdade é compreendida meramente como o nosso dever de dizer a verdade. Todavia, compreendemos que essa palavra tem um sentido muito mais amplo. A verdade deve prevalecer no que pensamos, no que dizemos e em todas as nossas ações."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.36)


domingo, 25 de maio de 2014

APERFEIÇOAMENTO PESSOAL

"Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto.

A tarefa do homem é ajudar os outros. Este é o meu ensinamento mais constante, esta é a minha mensagem. É a minha crença. Para mim, a questão fundamental é estabelecer melhores relacionamentos, sobretudo entre as pessoas – e de que forma podemos contribuir para isso.

O exílio de alguma forma serviu-me de ajuda. Quando em determinado momento de nossas vidas, passamos por uma tragédia de verdade – o que pode acontecer com todos nós -, podemos reagir de duas maneiras diferentes. Evidentemente, uma delas é perdermos as esperanças ou nos entregarmos ao álcool, às drogas ou a uma tristeza interminável. A outra alternativa é o despertar de nós mesmos, é descobrir uma energia que estava escondida, e passar a agir com mais lucidez e mais força."

(Sua Santidade o Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2000 - p. 10/12)

domingo, 4 de maio de 2014

QUE É DEUS?

"Agora: que é Deus? Se Deus não for Bem-aventurança e se Seu contato não produzir em nós Bem-aventurança, ou se nos trouxer apenas dor, ou se Seu contato não afastar de nós a dor, haveremos de desejá-Lo? Não. Se Deus é inútil para nós, não O queremos. Para que serve um Deus que permanece sempre desconhecido, cuja presença não se manifesta interiormente em nós, pelo menos em algumas circunstâncias de nossa vida?

Qualquer concepção que formemos de Deus pelo exercício da razão (por exemplo: 'Ele é transcendente' ou 'Ele é imanente') sempre permanecerá vaga, confusa, a menos que Deus seja realmente sentido como tal. Para falar a verdade, mantemos Deus, cautelosamente, distante de nós, concebendo-O às vezes apenas como um ser pessoal, e depois, também teoricamente, pensando que Ele está em nosso interior.

Por essa imprecisão de nossa ideia e experiência de Deus, não somos capazes de compreender a verdadeira necessidade que temos Dele e o valor pragmático da religião. Essa teoria ou ideia monótona deixa de ser convincente para nós. Não muda nossa vida, não influencia nossa conduta de modo apreciável, nem nos induz a tentar conhecer Deus."

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 42/43)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/a-ciencia-da-religiao.html


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

FELICIDADE: PROBLEMA PRINCIPAL DA HUMANIDADE

"O problema da felicidade é o problema central e máximo da humanidade.

Desde tempos antiquíssimos existem duas ideologias filosófico-espirituais sobre o segredo da felicidade humana - 'essa felicidade que supomos... toda arreada de dourados pomos', como diz Vicente de Carvalho, mas que 'está sempre apenas onde a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos'.

Existe essa felicidade, 'árvore milagrosa, que sonhamos'?  Em que consiste? Como alcançá-la? Como conservá-la?

A felicidade existe, sim, não fora de nós, onde em geral a procuramos, mas dentro de nós, onde raras vezes a encontramos. 

Em que consiste a felicidade?

A célebre escola filosófica de Epicuro (hedonismo) faz consistir a felicidade na posse e plenitude de bens externos; tanto mais feliz é o homem, segundo os epicureus, quanto mais possui, tem, goza.

A escola de Diógenes (cinismo) ensina que a felicidade consiste na vacuidade ou renúncia de todos os bens externos; quanto menos o homem possui ou deseja possuir, tanto mais feliz é ele, porquanto a infelicidade consiste a) ou no medo de perder o que se possui, b) ou no desejo de possuir o que não se pode possuir; quem renuncia espontaneamente à posse de bens externos e ao próprio desejo de os possuir, ensinam os discípulos de Diógenes, é perfeitamente feliz.

Entretanto, embora haja elementos de verdade nessas filosofias, tanto Epicuro como Diógenes, e todos os seus seguidores, falharam no ponto central da questão. A felicidade não consiste nem em possuir nem em não possuir bens externos, mas sim na atitude interna que o homem crea e mantém em face da posse ou da falta desses bens. O que decide não é, em primeiro lugar, aquilo que o homem possui ou não possui, mas sim o modo como ele sabe possuir ou não possuir.

Quer dizer, o que é decisivo não é a maior ou menor quantidade objetiva das coisas possuídas, mas a qualidade subjetiva do possuidor. Esta qualidade, porém, é conquista do próprio homem, e não algum presente de circunstâncias fortuitas. A felicidade do homem só pode depender de algo que dependa dele.

É possível que a posse, ou mesmo o desejo da posse, de uns poucos cruzeiros escravize o homem - e é possível que a posse real de milhões e bilhões de cruzeiros não escravize o seu possuidor. A questão central não é de ser possuidor ou não possuidor - mas, sim, de ser possuído ou não possuído de bens externos. Não há mal em possuir - todo mal está em ser possuído. Ser livre é ser feliz - ser escravo é ser infeliz.

A verdadeira felicidade, portanto, não pode consistir em algo que nos aconteça, mas em algo que seja creado por nós. As quantidades externas nos 'acontecem' - a qualidade interna é creada por nós.

Tudo depende, pois, em última análise, da nossa atitude interna, do modo como possuímos ou não possuímos; ou, no dizer do Nazareno, depende da 'pobreza pelo espírito' e da 'pureza de coração', quer dizer, na liberdade e no desapego interior do homem.

Pode o possuidor ser livre daquilo que possui - e pode o não possuidor ser escravo daquilo que não possui."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 11/13)