OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 20 de outubro de 2015

A BUSCA MÍSTICA (PARTE FINAL)

"(...) As duas estórias que se seguem servem para ilustrar o tema de que a realização espiritual direta é alcançável e que, uma vez obtida, pode transformar e iluminar: 1) um velho camponês estava sentado sozinho num banco de trás de uma igreja vazia. 'O que você está esperando?', foi-lhe perguntado. 'Estou olhando para Ele,' respondeu, 'e Ele está olhando para mim'; 2) um grupo de estudantes num colégio teológico pediu a um professor muito instruído para ler o Salmo do Bom Pastor (Sl 23). Ele leu-o com muito sentimento e bela ênfase. Depois alguém convidou um clérigo aposentado para entrar e repetir o Salmo 23. Quando ele repetiu as mesmas palavras com reverência e intenção, sua face suave brilhou com uma luz interior. Quando terminou, não havia um olho enxuto na sala. Mais tarde, um dos estudantes perguntou ao professor porque ele, com seu grande conhecimento, não pode produzir aquele profundo efeito. O professor foi honesto e humilde em sua resposta: 'Bem,' ele disse ao rapaz, 'eu tenho estudado a Bíblia e conheço tudo sobre o Bom Pastor, mas, veja você, nosso amigo conhece o Bom Pastor.'

Aí, sugiro, está o âmago do problema religioso: conhecer, por experiência direta, o poder e a Presença de Deus e de Seu Filho, Cristo, Nosso Senhor. Uma palavra grega para tal conhecimento espiritual direto é gnosis e, na época da fundação do cristianismo, aqueles que o possuíam eram conhecidos como gnósticos. Tragicamente, por causa dos erros aparentes de alguns gnósticos, eles foram proscritos e acusados de heréticos. A contribuição da religião para a cura das atuais doenças da humanidade é o conhecimento espiritual baseado na experiência interior. Colocado de maneira simples, os cristãos tanto necessitam saber a respeito do Bom Pastor quanto conhecer o Bom Pastor. À medida que cresça o número de homens e mulheres iluminados e inspirados, há razão para crer que o cristianismo se tornará mais poderoso do que presentemente para a paz e o progresso mundiais.

Se, de novo, a religião cristã pode se tornar um centro e uma fonte de luz espiritual nascidos do conhecimento direto e, assim oferecer ensinamento espiritual verdadeiro concernente à relação íntima do homem com Deus e de como essa relação pode ser realizada; se ela pode restaurar o conhecimento perdido do propósito da existência humana; se ela pode estabelecer a razão e a exata justiça para o homem, como parte de seu ensinamento, e prover os meios da aplicação inteligente delas na obtenção da felicidade humana e na solução dos problemas da vida; se ela pode dar à humanidade orientação segura e sã na busca do conhecimento interior de Deus e da união consciente com Deus; se o cristianismo pode verdadeiramente iluminar as mentes humanas, então, sugere-se, ele poderia levar a humanidade a abandonar sua presente militância, dirigindo-a para a paz mundial, e a renunciar as ações que dividem, em favor da unidade de ação para o bem-estar de toda a humanidade."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília 2007 - p. 29/30)

terça-feira, 13 de outubro de 2015

NÃO COLOQUE CONDIÇÕES PARA AMAR (1ª PARTE)

"Precisamos nos apaixonar pela espécie humana, como o Mestre da Vida. Devemos ficar fascinados com as reações de um mendigo, com as alucinações de um paciente psicótico, com as peraltices de uma criança, com as reflexões dos idosos. Cada ser humano é uma caixa de segredos. Cada ser humano merece o Oscar e o Prêmio Nobel pela vida misteriosa que pulsa dentro de si. 

Ao analisar a personalidade de Jesus, mais uma vez me convenci de que a unanimidade é estúpida. A beleza reside em amar as diferenças, em não exigir que os outros sejam iguais a nós para que possamos amá-los. Jesus foi afetuoso com Judas no ato da traição e acolheu Pedro no ato da negação. Ele os amou, apesar das suas diferenças. Se amou pessoas que o decepcionaram tanto, foi para mostrar que não devemos exigir condições para amar. 

O exemplo do mestre me levou a amar pessoas tão diferentes de mim! Pessoas que possuem pontos de vista diferentes do meu, que adotam práticas das quais não participo. Apesar de discordar das crenças e convicções das pessoas, você deve preservar seu amor por elas e respeitar sua lógica, inteligência, verdades, pontos de vista, e não simplesmente descartá-las. 

Se Jesus perdoou seus carrascos quando todas as suas células morriam, quem somos nós para exigir, em nosso conforto egoísta, que pessoas que pensam diferentemente de nós mudem para que possamos amá-las? Não apenas os cristãos deveriam amar outros cristãos de religiões distintas, mas, se realmente viverem o que Jesus viveu, amarão, com intensidade, budistas, islamitas, bramanistas e ateus. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre Inesquecível - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 141)


domingo, 6 de setembro de 2015

DEUS E O HOMEM (1ª PARTE)

"Dizem muitas vezes que esta é uma era não de Deus e de religião, mas do homem e seus triunfos. C. Jinarajadasa (falecido presidente da Sociedade Teosófica) expressou esta ideia lindamente ao descrever o tipo de religiosidade que seria a suprema realização dos tempos atuais como a realização de "Deus, o Homem-Irmão'. Temos de aprender a perceber a luz de Deus nos rostos de nossos irmãos. A doutrina da transcendência, pelo fato de estar tão além do alcance do homem, prestou-se a todo tipo de perversão, e à imaginação de um estado de absolutismo além de qualquer relação com a ordem natural relativa. O homem criou Deus segundo a imagem de suas próprias fantasias e baixezas, e o colocou num pedestal de onde ele reina como um déspota caprichoso dotado dos atributos de seu adorador, ou onde permanece como uma abstração com a qual não precisamos nos preocupar em nossa conduta prática.

Toda verdade que está além da compreensão humana está fadada a ser assim travestida e desonrada. Uma criatura que percebe apenas duas dimensões não pode, vivendo num mundo de três dimensões, compreender tudo que acontece, exceto em termos fantásticos e altamente complicados. No entanto, a total incapacidade para compreender a realidade sólida não refuta sua existência. A teoria da relatividade não pode, por sua própria natureza, desestabilizar o absoluto, embora o absoluto descrito apenas em termo do que 'não é', pode ser não mais do que uma frase para uma mente relativa. Podemos compreender nossas próprias limitações que impedem o conhecimento da Realidade; os sábios que compreenderam e assim transcenderam as limitações prestaram testemunho à Realidade em suas próprias consciências, vista como por uma luz refletida dessas mesmas limitações.

A tônica da mentalidade da era atual é a exploração do concreto e o estabelecimento das leis que o governam. Desde o tangível e concreto até o intangível e abstrato, tudo está na ordem do dia do moderno progresso científico e filosófico, desbravada extraordinariamente por Lord Bacon. Este método tinha necessariamente de começar a partir da demolição de crenças e suposições preexistentes que governavam as atividades daquele período, as quais diziam respeito não apenas às coisas objetivas, mas também aos homens e às mulheres, e sua negação abria a estrada, no campo das relações humanas, para a democracia entre outros concomitantes. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 41/42)


quarta-feira, 22 de julho de 2015

ENSINAMENTOS SOBRE A ORAÇÃO

"E quando orares, não sejas como os hipócritas; porque eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam sua recompensa.

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê ocultamente, te recompensará abertamente.

Neste ponto, Cristo começa seus ensinamentos sobre a oração. Diz-nos que, se quisermos algo menor do que Deus, poderemos obtê-lo. Se a nossa felicidade estiver na reputação, poderemos dirigir-nos a algum recinto público e rezar onde todos nos possam ver. E podemos receber nossa recompensa - isto sem a menos sombra de dúvida. A oração pública recebe recompensas públicas - reconhecimento, riqueza, seguidores e poder.

Porém, a verdadeira religião não é matéria para exibições. É algo muito sagrado e, portanto, secreto. Por isso, adverte-nos Cristo para não fazermos aparato da adoração. A pureza e a espiritualidade genuínas não precisam de promoção. Se rezas a Deus por amor dele mesmo - não para fazer dele um meio para outras finalidades - então pouco importa o mundo, pouco importa se ele te condena ou te admira. Retira-te a um lugar afastado e pede-lhe, com a certeza de que ele se entregará a ti. Ele há de te recompensar com sua própria presença."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 86/87


terça-feira, 30 de junho de 2015

A VIDA É CÍCLICA (PARTE FINAL)


"(...) O homem está passando da ideia do Deus Transcendental para a do Deus Imanente: Deus Imanente, acima de tudo, no mais profundo do coração do homem. Daí o rápido e extraordinário crescimento do interesse das pessoas pelo Misticismo, no Ocultismo, na Yoga e pela vida dos grandes Santos e Sábios. Há oitenta anos, um Mestre de Sabedoria fez notar que uma onda de misticismo estava varrendo a Europa. Agora ela está inundando o mundo inteiro e milhares de pessoas, voltando-se para dentro de si, tateiam em busca de Deus, procuram encontrá-Lo, buscam no seu interior o Reino dos Céus e a felicidade duradoura.

Esta é a verdadeira religião; como Dean Inge disse, o misticismo - o conhecimento direto de Deus - é a religião real, e sem seus grandes santos, conhecedores e amantes do Real, nenhum sistema religioso exotérico poderia durar. Mais e mais almas estão perscrutando seu próprio interior, tentando encontrar a realização divina. Isso nos leva a outro grande princípio da Natureza: tudo vem-a-ser. Dentro da bolota¹ está o futuro gigante da floresta; dentro da semente a adorável flor; e dentro da alma do homem, o futuro Deus, o Homem Perfeito. Está no destino do homem que um dia ele aprenda a mergulhar na misteriosa profundidade de seu glorioso ser, pois somente aí se encontra a verdadeira sabedoria e o verdadeiro poder de ajudar.

Essa necessidade humana está sendo preenchida hoje por numerosas escolas de pensamento oculto e místico, algumas sinceras e verdadeiras e outras menos sábias e não devidamente informadas.

(...) A Realidade é o fato puro e simples em toda parte, sem nome, sem rótulo, sem partido. Quando a Ela nos dirigimos, revestimo-la com roupas do pensamento, no qual fomos educados, ou estamos imersos. Mas a Realidade é Una, Simples e Bela. É o topo resplandecente da grande Montanha de Deus, e o homem minúsculo começa a ascendê-la, partindo de qualquer ponto em sua base e escolhe o caminho que melhor lhe parece. Mas, chega ao Cume Resplandecente, vê que todas as estradas se juntaram, e apenas resta aquilo que o nobre Plotino chamou ‘o voo do um para o Uno’."

¹ Bolota (acorn, no original) é o pequeno fruto do carvalho. (N.T.)

(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 11/12)
www.editorateosofica.com.br


quinta-feira, 11 de junho de 2015

LEALDADE AO GURU E AOS SEUS ENSINAMENTOS (PARTE FINAL)

"(...) Paramahansaji falou várias vezes sobre o assunto. Ele disse: 'Muitas pessoas temem se tornar mentalmente limitadas, antes mesmo de terem aprendido a terem equilíbrio. Os buscadores artificiais, no afã de ostentarem mente aberta absorvem indiscriminadamente ideias diferentes sem antes destilar, através de sua própria realização, a essência da verdade nelas contida. O resultado de semelhante atitude é uma consciência espiritualmente fraca, diluída. Mesmo estimando e respeitando todos os verdadeiros caminhos religiosos e todos os verdadeiros instrutores espirituais, notem que sou totalmente fiel ao meu caminho e ao meu mestre'.

'Todas as religiões verdadeiras levam a Deus', disse ele. 'Procura até encontrares o ensinamento espiritual que atraia  e satisfaça plenamente teu coração. E, ao encontrá-lo, não permitas que nada afete a tua lealdade. Dedica a esse caminho toda a tua atenção. Focaliza a tua consciência totalmente nele e alcançarás os resultados que procuras.'

Referindo-se à lealdade, nosso Gurudeva¹ Paramahansaji fazia, às vezes, a seguinte comparação: 'Suponhamos que alguém esteja doente e consulte um médico que lhe receita um determinado remédio para curá-lo. Ao obter o remédio, o indivíduo o leva para casa e o usa de acordo com as instruções médicas. Mas, ao receber a visita de amigos que tomam conhecimento do seu estado, pode ser que cada um exclame: 'Ah, eu sei tudo a respeito desta doença! Você deve tentar isto e aquilo'. Se dez pessoas lhe oferecessem dez remédios diferentes e se o indivíduo tentasse tomá-los todos, suas possibilidades de cura seriam muito duvidosas. O mesmo princípio se aplica à importância da lealdade às instruções do guru. Não misture remédios espirituais'.

Lealdade divina significa reunir a atenção, afeição e esforço dispersos, concentrando-os unicamente na meta espiritual. O discípulo fiel avança rapidamente no caminho que leva a Deus. Paramahansaji expressou o papel do guru da seguinte forma: 'Posso te ajudar ainda mais, se evitares dispersar tuas forças. A sintonia com o guru é alcançada através da lealdade total a ele, a seus representantes e à sua obra; através da obediência voluntária aos seus conselhos (sejam estes verbais ou escritos); visualizando-o no olho espiritual; e também pela devoção incondicional. (...) Nas almas dos que estão em sintonia com ele, o guru pode construir um templo de Deus'. É somente através da lealdade que somos capazes de canalizar nossos esforços, concentrando-os efetivamente na busca de Deus. A consciência do discípulo fiel é magnetizado pelo amor divino, e é irresistivelmente atraída para Deus."

¹. 'Mestre Divino', termo sânscrito comumente usado pelo discípulo para designar seu preceptor espiritual.

(Mrinalini Mata - O Relacionamento Guru-Discípulo - Self-Realization Fellowship - p. 14/17)


sexta-feira, 29 de maio de 2015

A GRAÇA DIVINA E O ESFORÇO HUMANO

"'Na história da religião, há um debate eterno quanto ao que é importante: a graça divina (kripa, como é chamada na Índia) ou o esforço humano. A resposta é muito simples, e os mestres repetidas vezes têm tentado levá-la às pessoas nos seus ensinamentos.

'O homem deve fazer o melhor que puder, é claro. Entretanto, o melhor que fizer haverá de se coroar de êxito na medida em que ele compreenda que não é ele, como ser humano, que está agindo, mas que é Deus que age por intermédio dele, inspirando-o e orientando-o.

'Pensar em Deus como o Agente não faz com que a pessoa seja passiva. Requer uma grande força de vontade ser receptivo a Ele. O fiel deve se oferecer positiva e alegremente para o fluxo da graça divina. 

'O poder que está em você é seu, mas é dado por Deus. Faça uso dele; Deus não o utilizará por você. Quanto mais você harmoniza a sua vontade com relação à Sua infinita vontade, durante a atividade, mais você terá o poder de Deus e a Sua infinita vontade, mais você terá o Seu poder e a Sua bênção, fortalecendo-o e orientando-lhe os passos em tudo o que fizer.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 111) 


domingo, 24 de maio de 2015

O ENSINO FUNDAMENTAL (2ª PARTE)

"(...) A natureza mental da criança deve ser formada estritamente de acordo com os fatos; em nossos dias é sumamente difícil conseguir isso, porque a maioria das palavras que usamos não significam o que deveriam significar. Palavras que têm significado já bem definido e aceito são amiúde empregadas de uma maneira exagerada ou como gíria, o que produz confusão na mente sensível da criança. É preciso, pois, tomarmos o maior cuidado, a fim de que as crianças ouçam apenas palavras verdadeiras, isto é, palavras que tenham uma relação clara e precisa com o que elas indicam. A natureza mental da criança é extremamente ativa e, portanto, difícil de manter-se numa determinada direção; por conseguinte, é preciso dar-lhes e ainda exigir delas descrições claras das coisas. A exatidão mental introduzida na educação permitirá à sua inteligência adormecida manifestar-se de um modo mais completo no decorrer dos anos; a exatidão no pensamento e nas descrições é necessária por uma razão imperiosa: é ela que faz baixar ao cérebro da criança a consciência da alma que, em ocasiões anteriores, já formulou pensamentos exatos com respeito às experiências pelas quais passou em suas vidas precedentes.

Não é necessário dizer que a mente da criança deve ser exercitada por meio de contos. A mente é um dos melhores instrumentos construtivos que possuímos: em verdade, a razão de ser da mente, é construir. Devemos, portanto, proporcionar-lhe materiais adequados às diversas etapas de seu crescimento e, desde a idade mais tenra, mostrar-lhe o que torna belas suas criações. Por esta razão, a utilidade dos contos de fada e especialmente dos mitos é evidente; os mitos têm em sua estrutura algo de beleza intrínseca, e as faculdades imaginativas da mente infantil se desenvolvem muito, quando são postas em contato com os grandes romances dos mundos invisíveis e visíveis.

Um elemento necessário na educação é dar à criança, ainda em sua mais tenra idade, uma síntese definida sobre a qual ela possa basear sua imaginação; para obter este resultado, é fundamental a religião. Não devemos entender por religião uma série de dogmas teológicos; o que a criança precisa no início é algum grande pensamento universal que relacione com um sentimento também universal. Cada religião possui vários destes pensamentos que estão ao alcance da mentalidade até das crianças, e é perfeitamente possível rodear os pequenos seres de uma esplendida atmosfera religiosa. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosófica Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 34/36)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

TORNE-SE UM DISCÍPULO

"Todo mestre espiritual, seja uma encarnação divina ou uma alma iluminada, tem dois conjuntos de ensinamentos - um para a multidão, outro para os discípulos. O elefante possui dos conjuntos de dentes: as presas com que se defenda das dificuldades exteriores e os dentes com os quais come. O mestre espiritual prepara o caminho de sua mensagem com lições genéricas - seriam suas presas. A verdade profunda da religião ele a revela apenas aos discípulos íntimos. Porque a religião é algo que pode de fato ser transmitido. Um mestre verdadeiramente iluminado pode transmitir-nos o poder que revela a consciência divina, latente em nós. Mas é preciso que o campo seja fértil e o solo esteja pronto antes que a semente possa ser semeada. (...)

Cristo ensinava desse mesmo modo. Ele não pronunciou o Sermão da Montanha para as multidões, e sim para os discípulos, cujos corações estavam prontos para recebê-lo. As multidões ainda não estão aptas para entender a verdade de Deus. De fato, nem a desejam. Meu mestre, Swami Brahmananda, costumava dizer: 'Quantos estão prontos? Sim, muita gente vem até nós. Temos o tesouro a dar-lhes. Mas eles querem apenas batatas, cebolas e berinjelas.'

Qualquer um de nós que deseje sinceramente o tesouro, que busque a verdade, pode beneficiar-se da mensagem dada no Sermão da Montanha e pode tornar-se um discípulo. Cristo, como veremos em nosso estudo do Sermão, fala das condições que temos de possuir para sermos discípulos e para as quais precisamos preparar-nos. Ele ensina os caminhos e os meios para atingirmos a purificação de nossos corações, de modo que a verdade de Deus possa revelar-se por inteiro dentro de nós."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo, 2007 - p. 19/21)
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sexta-feira, 13 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (3ª PARTE)

"(...) Existe hoje demasiada rebeldia nas crianças. É porque elas nunca souberam que uma parte da vida se destina a aprender a respeitar a autoridade e os direitos dos outro. Quantos pais, alguns anos atrás, acreditavam na idéia de que um filho é um jovem adulto que deve ter completa liberdade para se expressar. Santo Deus! Por que você acha que Deus pôs pais aqui na Terra? Se ele não pretendesse que os filhos tivessem a orientação de pai e mãe, teria feito com que os pais botassem ovos, para que, uma vez que os filhos tivessem saído da casca, os pais pudessem afastar-se, deixando-os à sua própria sorte, como fazem as tartarugas. Deus espera que os pais assumam a responsabilidade de formar sua prole. Casais que geram filho neste mundo não têm o direito de falhar com ele.
   
Acredito que uma criança deve ser estimulada a ir à escola dominical, mas nunca ser obrigada a fazer isso. É um erro procurar forçar uma criança a seguir qualquer forma particular de religião. Primeiro, ela precisa ter desejo e interesse por coisas espirituais. Essa inclinação estará ali se desde a mais tenra idade ela for encorajada a cultivar atitudes espirituais; o amor por Deus, fé em Deus, o sentimento de companheirismo com Ele. Paramahansaji ensinava que devia haver períodos regulares em que pais e filhos se reunissem para orar e meditar. Dessa maneira, a criança começa a relacionar-se com Deus, seguindo o exemplo dos pais. Entretanto, o culto em família não deve ser muito longo, porque as crianças são inquietas e sua mente não está controlada. É difícil para elas se sentarem muito tempo de cada vez. Uma prática excelente é ler ou contar às crianças histórias que desenvolvam nelas o senso de moralidade, fé, conduta correta e amor a Deus. (...)"

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 55/56)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (1ª PARTE)

"(2:41) Neste yoga, só há uma direção (sem oposto polar). Os arrazoados da mente indecisa, apanhada na dualidade, são infinitamente vários e divergentes. 

Krishna não diz apenas que o caminho para Deus é reto, sem desvios, mas também que só ele devemos seguir na vida! Há, de fato, inúmeros rodeios na busca de Deus em religião - para não falar do 'rodeio' supremo, que é a ilusão. Os porta-vozes das religiões só têm explicações vagas para 'perfeição', limitando-se a esclarecer que Deus espera do homem apenas a prática do bem. O céu é usualmente oferecido como isca: um lugar onde as pessoas passam a eternidade num cenário idílico, de inefável beleza natural, cercadas de 'anjos'. Aos olhos do aspirante espiritual sincero, nada pode ser mais aborrecido do que passar a eternidade aferrado a um ego, ainda que o corpo onde viva permaneça para sempre saudável, flexível, jovem e cheio de energia. 

Poucas pessoas conseguem imaginar um período maior que mil anos - o milênio que Jesus Cristo, de fato, reservou aos cristãos como promessa de perfeição suprema. Hoje, sabemos graças à ciência da astronomia que todas as estrelas vistas no céu são apenas a orla de uma única galáxia, e que existem pelo menos cem bilhões de galáxias no universo físico, esse número, mil, parece verdadeiramente insignificante! Ora, quantas pessoas conseguem imaginar um milhão de anos? Um bilhão? Cem bilhões? Tais números são inconcebíveis. A consciência divina, porém, é eterna. E também 'um centro em toda parte, uma circunferência em parte alguma', portanto dotada de onipresença, ou seja, conscientemente presente na maior das estrelas e no menor 'grão de terra' de um planeta da mais distante galáxia - em verdade, no seixo minúsculo do nosso jardim, e até, num dos incontáveis átomos que se agrupam num fragmento desse seixo.

É espantoso constatar até que ponto as verdades divinas foram distorcidas pelos chamados líderes ou apóstolos religiosos - sacerdotes, imãs, rabinos, panditas e outros que ostentam honrosos títulos eclesiásticos por todo o mundo. Com efeito, apenas o hinduísmo (e digo isso como alguém que foi, ele próprio, educado no cristianismo ortodoxo) ensina formalmente a moksha, ou libertação do ego interior, em conjunção com a consciência divina e onipresente. Jesus Cristo ensinou-a. Mas poucos, se algum, de seus autoproclamados seguidores acreditam que, quando ele falava do céu, referia-se a esse mesmo estado de moksha: libertação absoluta. Quando, na igreja aos domingos, os pregadores cristãos citam a parábola do grão de mostarda, quando deles entendem a comparação que Jesus Cristo traçou entre o céu e essa pequenina semente - comparação que não tem nenhum vínculo perceptível com o paraíso astral de que falam os tais pregadores? O céu que Jesus descreveu como um grão de mostarda cresce, a partir de proporções minúsculas, até o porte de uma árvore frondosa em cujos galhos 'as aves do céu vêm se aninhar'. No versículo seguinte, Mateus 13:33, ele compara o 'reino dos céus' ao fermento usado no fabrico do pão, que faz crescer a massa. Crescimento, expansão: Jesus falava da expansão rumo à onipresença. Uma vez que só nos acenam com verdades espirituais inferiores, os mestres religiosos, pela maioria, desmentem sua própria doutrina. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 100/102)
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sábado, 13 de dezembro de 2014

ESPIRITUALIDADE

"Ser espiritualizado significa ter mais compaixão, mais cuidado e mais bondade. Significa lidar com as pessoas com amor no coração, sem esperar nada em troca. Significa saber que há algo maior que nós mesmos, uma força que existe numa esfera que temos que perseverar para descobrir. Significa entender que há lições mais elevadas para serem aprendidas e, depois que as tivermos aprendido, haverá outras ainda mais elevadas. O potencial para a espiritualidade existe em cada um de nós e precisa ser acessado.

Já vi pessoas religiosas cometendo atos de violência e incitando outras à guerra. Matem, dizem elas, porque esses outros não compartilham de nossas crenças e, portanto, são nossos inimigos, Essas pessoas não aprenderam a lição que mostra que só existe um universo e uma única alma. Para mim, a atitude delas é totalmente antiespiritual, não impora qual seja sua religião. De fato, esta é a diferença entre religião e espiritualidade. Você não precisa ser religioso para ter espiritualidade; você pode ser ateu e de ser bom e cheio de compaixão. Você pode fazer trabalho voluntário, por exemplo, não para obedecer à vontade de Deus, mas porque se sente bem ao fazê-lo e acha que os seres humanos deviam agir assim uns com os outros. Este é um caminho de evolução para esferas mais altas.

Em minha concepção, Deus é uma energia sábia e amorosa que está em todas as células de nossos corpos. Para mim ele não é aquele velho clichê do homem barbado, sentado numa nuvem fazendo julgamentos. A questão importante em relação à espiritualidade não é 'qual é o seu Deus', mas se você é verdadeiro em relação à sua alma. Será que você está vivendo uma vida espiritual? Você é uma boa pessoa aqui na Terra? É capaz de encontrar alegria em sua existência? Não prejudica ninguém e faz bem aos outros?

Esta é a essência da vida, aquilo que é fundamental para nossa viagem de elevação, e que não é complicado. Mas muitos ainda não aprenderam essas lições espirituais. Somos egoístas, materialistas, faltam-nos empatia e compaixão. Nosso desejo de fazer o bem é subjulgado pelo desejo do conforto físico. E, enquanto a bondade e o egoísmo lutam dentro de nós, ficamos confusos e infelizes."

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 163/164)

O PRECONCEITO (2ª PARTE)

"(...) O estudante teosófico tem por obrigação aprender a ver as coisas como elas são, e isso significa controle, vigilância e muito trabalho. No Ocidente, por exemplo, as pessoas estão cheias de preconceitos na área religiosa, pois, tendo nascido numa determinada religião, somos ensinados, perseverantemente, a considerar todas as outras meras superstições. Nossas ideias, por conseguinte, são desequilibradas desde o início, e até quando aprendemos a conhecer um pouco de outras religiões e a respeitá-las, fica difícil para nós figurar-nos nascidos nelas. (...)

Quanto mais ignorantes forem as pessoas, maior será a sua desconfiança daquilo a que não estão acostumados. Os camponeses, por exemplo, desconfiam instintivamente de todos os estrangeiros, e em muitos lugares no interior da Inglaterra, um francês, por exemplo, se não estiver na pobreza e necessitado de auxílio, será, por certo, olhado com desconfiança. Se estiver com fome, será alimentado e tratado com compaixão; mas se se apresentar como colega de trabalho, tudo o que fizer será criticado, metido a ridículo e objeto de suspeita. Ora, está visto que tudo isso promana da ignorância e ocorre porque os camponeses não estão acostumados a conviver com estrangeiros. (...)

Do modo como andam as coisas, nossas opiniões se alicerçam em fundamentos muito leves; encontramos uma pessoa pela primeira vez, e uma palavra sua, ou algum gesto trivial, desperta em nós uma pequena antipatia, de modo que se ergue um murozinho entre nós e ela. Isso pode parecer uma questão sem importância, mas, se não tomarmos cuidado, a antipatiazinha pela pessoa se avolumará e transformará em barreira, que nos impedirá, para sempre, de compreendê-la. Até certo ponto, poderemos vê-la através da forma de pensamento que nós mesmo fizemos, e não podemos vê-la corretamente, pois é o mesmo que olhar por um vidro torcido e colorido que tudo deforma. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 99/100)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O PRECONCEITO (1ª PARTE)

"Acautelamo-nos contra os primórdios da suspeita: ela distorcerá tudo. Tenho-a visto surgir entre amigos e notado que uma suspeitazinha logo se transforma em gigantesco mal-entendido. Qualquer palavra inofensiva é deformada e mal-interpretada, como se fosse a expressão de algum motivo maldoso ou impróprio, ao passo que, durante todo o tempo, a pessoa que fala não tem consciência da suspeita. Acontece o mesmo quando as opiniões diferem a respeito de livros ou de religião; uma ligeira diferença de opinião é alimentada pela insistência em tudo o que diz respeito a um lado e contra o outro, até que o resultado seja uma visão absurdamente distorcida. Tornamos a encontrá-la no preconceito de cor, se bem que os que ora usam corpos brancos já usaram corpos escuros, e vice-versa, e os hábitos de uns foram, ou serão, os hábitos do outro. Fraternidade significa, para a gente, livrar-se de preconceitos; o conhecimento do fato da reencarnação nos ajuda a superar nossas limitações e descaridade. 

Nós, estudiosos da vida superior, precisamos alçar-nos acima dos preconceitos. A tarefa é difícil, porque eles estão arraigados - preconceitos de raça, de casta, de religião; mas precisam ser todos desarraigados, porque impedem a visão clara e o julgamento verdadeiro. (...)

É sempre muito fácil atribuir algum motivo mau a outros com os quais antipatizamos e descobrir uma explicação má para os seus atos. Essa tendência representa um impedimento muito sério no caminho do progresso. Precisamos arrancar nossas próprias personalidades, pois só então seremos capazes de ver a outra pessoa tal como é. O preconceito é uma espécie de tumor que nasce no corpo mental, e, naturalmente, quando o homem procura olhar através dessa parte do corpo, não consegue ver claramente. (...)

Era ao efeito nocivo do preconceito que se referia Aryasangha quando disse, em A Voz do Silêncio, que a mente é a grande matadora do real. Com essas palavras, chamava a atenção para o fato de que não vemos nenhum objeto como ele é. Vemos tão somente as imagens que dele somos capazes de formar, e tudo, por força, é colorido para nós pelas formas de pensamento de nossa própria criação. Reparemos em como duas pessoas com ideias preconcebidas, diante do mesmo conjunto de circunstâncias, e concordes no tocante aos acontecimentos reais, referirão histórias totalmente diversas. Esse tipo de coisa se processa, o tempo todo, com todo homem comum, e nos damos conta do modo com que deformamos absurdamente as coisas. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 98/99)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SERES ILUMINADOS

"A pessoa que viu Deus não carece de conhecimento acadêmico para ensinar religião. Seu coração foi purificado e iluminado e sua luz se irradia e conforta a todos. Ele não precisa sair à cata de discípulos. Sri Ramakrishna constumava dizer que, quando a flor de lótus desabrocha, as abelhas afluem de toda parte, espontaneamente, em busca do mel. 'Façam a lótus florir!' - repetia ele aos discípulos.

Quando um iluminado desse tipo aparece e os aspirantes espirituais se lhe agrupam em torno, eles não podem deixar de pensar em Deus e de amá-lo. Na presença dessa alma, eles sentem que a manisfestação de Deus é fácil. Essa foi a minha experiência aos pés dos discípulos de Sri Ramakrishna. Não é difícil de entendê-lo: não há mistério nisso. Quando se visita um advogado, que espécie de pensamentos nos ocorre? Pensamentos de natureza jurídica. Junto de um médico, pensamos sobre doenças e remédios. Tais pensamentos nos vêm porque a pessoa com quem estamos vive nessa atmosfera particular. Assim também com o homem santo. Você pode não saber nada a respeito dele, mas a prova será esta: quando se chega à sua presença, o pensamento de Deus nos advém, ainda que a pessoa santa possa estar falando de algo absolutamente diferente.

Na verdade, é preciso ser um buscador da verdade de Deus para que se tenha essa susceptibilidade à atmosfera espiritual. Se não estivermos interessados na manifestação de Deus, pode o próprio Cristo pôr-se a nossa frente para ensinar-nos - e nós não lhe daremos valor nem reconheceremos sua grandeza. Dar-lhe-emos as costas, como o fez a maioria das pessoas há dois mil anos passados. Mas, se formos aspirantes da espiritualidade e nos virmos diante de uma alma iluminada, não saberemos fazer outra coisa senão glorificar a Deus, porque em sua presença sentiremos a presença do Pai."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamentos, São Paulo - p. 42/43)

sábado, 20 de setembro de 2014

VER PARA CRER: A CIÊNCIA DA RELIGIÃO

"Tudo o que é visível provém do Invisível. Como você não vê Deus, não acredita que Ele esteja aqui. E, no entanto, cada árvore, cada folha de grama é controlada pelo poder divino que lá está mas que não é externamente visível. O que se vê é apenas o resultado do Poder nas sementes plantadas no solo, que surgem como árvore e relva. Você não vê o que acontece por dentro, na fábrica do Infinito. Cada objeto no universo, e o potencial nele existente, foi antes produzido na fábrica da mente de Deus, que empresta esse poder à fábrica da mente humana. É desta última que vem tudo que o homem realiza: grandes livros, máquinas complicadas, fantásticas conquistas em todos os setores. Acima de tudo, nesta mente-fábrica está a capacidade que só o ser humano possui: encontrar Deus.

A mente se torna um instrumento perfeito de conhecimento quando se aprende a fundamentar a vida na verdade. Então, enxerga-se tudo claramente, sem distorções, exatamente como é. Portanto, aprenda a experimentar com a mente; aprenda a seguir a ciência da religião, e você poderá ser o maior cientista, o maior inventor, o senhor de seu próprio destino.

Se puder lembrar e aplicar as verdades de que falei, não há nada que não possa realizar na vida. E a maior de todas as conquistas é encontrar Deus. Mediante a aplicação da ciência na religião, uma crença vacilante nas possibilidades espirituais pode se tornar a concretização de sua mais elevada aspiração. Então, você será o  mais bem-sucedido de todos os seres humanos, maior do que todos os cientistas da Terra. Os grandes mestres que descobriram Deus nunca têm dúvidas, pois vivem na verdade. 'E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará'. Tudo tem aquele que encontra Deus."

(Paramahansa Yogananda - O Romance Com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 42/43)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html


domingo, 14 de setembro de 2014

TOLERÂNCIA E SABEDORIA (PARTE FINAL)

"(...) A liberdade religiosa é uma das maiores virtudes enfatizadas por Buda. Ele pregou o evangelho da tolerância, da compaixão, da caridade e da não-violência. Ensinou os homens a não desprezarem as outras religiões nem diminuí-las.

Na sua época, Asoka praticou o princípio áureo da tolerância. Sob seu patrocínio o budismo floresceu. Como budista, ele foi tolerante para com as outras religiões. Um de seus decretos diz: ‘Todas as religiões merecem reverência por uma razão ou por outra. Agindo dessa maneira, o homem exalta a sua religião, ao mesmo tempo em que valoriza a religião das outras pessoas.’

Buda fez soar o clarim que anunciava a alvorada da libertação humana. Ele disse: Refugie-se em si mesmo e seja sua própria luz. Com fervor e grande determinação, trabalhe pela sua própria salvação.’ Segundo  o Kalama-Sutta, Buda declarou que ninguém deveria aceitar nem mesmo os seus ensinamentos,a não ser que sentisse afinidade mental por eles.

Em resumo, Buda, pela primeira vez na história da Índia e talvez do mundo, proclamou a igualdade entre os homens e entre os sexos. Enfatizou a importância de se dar condições dignas ao homem na velhice e na doença; enfatizou também o direito à educação e os direitos da criança. O direito ao trabalho está corporificado no Nobre Caminho Óctuplo de Buda, onde ele exorta o homem a escolher o modo correto de ganhar a vida (nobre e útil). Com isso, proíbe a prática da escravidão e da ‘escravidão branca’, que é a exploração de homem ou mulher para obter ganho financeiro. De acordo com o Maha Parinibbana-Sutta, Buda preferia a forma representativa de governo, em oposição ao domínio autocrático, comum na sua época.

Os direitos humanos básicos formulados por Buda são tão importantes hoje quanto no século VI a.C. Eles estão presentes em todas as declarações da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. São as fundações sobre as quais o prédio das Nações Unidas foi construído."

(Buddhadasa P. Kirthisinghe - Buda e os direitos humanos - Revista Sophia, Ano 4, nº 16 - p. 38)


sábado, 13 de setembro de 2014

PERMANEÇA INABALÁVEL EM MEIO AO ESTRONDO DE MUNDOS EM COLISÃO

"Com o passar do tempo, chegará o dia em que perceberá que você é parte do grande Ser. Faça da realização divina a sua meta. Mahavatar Babaji disse que mesmo um pouco desse dharma - ação correta, procurar conhecer a Deus - o salvará de terríveis temores.

A perspectiva da morte, do fracasso ou de outros problemas graves gera grande medo no ser humano. Quando está sem ânimo de ajudar a si mesmo, quando sua família nada pode fazer por você, quando ninguém mais pode socorrê-lo, como fica seu estado mental? Por que se permitir chegar a essa situação? Encontre Deus e ancore-se Nele.

Antes que qualquer pessoa estivesse a seu lado, quem estava com você? Deus. E quando deixar a Terra, quem estará com você?  Só Deus. Mas você não poderá conhecê-Lo a menos que faça amizade com Ele agora. Se buscar a Deus profudamente, você O encontrará.

Chegou a hora de conhecer e entender o propósito da religião: como entrar em contato com a sublime Alegria que é Deus, o grandioso e eterno Consolador. Se puder encontrar essa Alegria e conservá-la o tempo todo, independentemente do que lhe aconteça na vida, você permanecerá inabalável em meio ao estrondo de mundos em colisão."

(Paramahansa Yogananda - Viva Sem Medo - Self-Realization Fellowship - p.67/68)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

COMO LEMBRAR-SE DO VERDADEIRO EU (1ª PARTE)

"Estamos no início do século XXI, uma época de incríveis descobertas. Nunca antes os seres humanos estiveram tão conectados uns aos outros, mas nunca pareceram tão sozinhos. Para onde quer que olhemos, vemos pessoas insatisfeitas e infelizes. Por quê? Acho que isso se deve ao sistema de valores da nossa sociedade, que se baseia em ilusões e na falsidade. Fomos ensinados a venerar a busca do dinheiro e a acreditar que riqueza é sinônimo de felicidade. Ao honrar os deuses falsos do poder e do dinheiro, a sociedade constantemente valoriza aspectos inadequados da existência.

Entregamos nosso poder aos outros e, quando eles nos frustram, nos sentimos vitimados. No momento em que nos declaramos 'vítimas', ficamos aprisionados numa vibração de revanche. Quando vivemos com medo, raiva e ressentimento, atraímos situações que criam ainda mais medo, raiva e ressentimento. Quanto mais envolvidos ficamos na consciência do mundo exterior, mais nos afastamos do caminho do espírito.

Existe uma tremenda carência espiritual no nosso mundo. É uma fome que não está sendo satisfeita. Idealmente, a religião deveria ser o portal para nossa espiritualidade, mas muitas vezes isso não acontece. É preciso mais do que ir à igreja, rezar, cantar, pregar e dar dinheiro aos pobres para desenvolver a espiritualidade. É necessário ter uma compreensão das verdades espirituais e colocá-las em ação nas nossas vidas cotidianas. Infelizmente, às vezes as verdades ensinadas pela religião são distorcidas pela interpretação pessoal, e o medo de Deus substitui o amor a Deus. Resta a cada um de nós separar a verdade do dogma, o joio do trigo. (...)"

(James Van Praagh - Em Busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 79)

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A VERDADE A SERVIÇO DA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) A verdade está no altar; na mente que vasculha os segredos da natureza para saudar e manter a vida; naquele que ensina por respeito à grandeza do outro; na lei que organiza e sustenta o movimento dos astros.

A verdade está guardada no templo do coração humano; invocada ou não, está sempre presente. Nada consegue macular sua real natureza, nem mesmo a ignorância daqueles que abrigam esse sagrado tesouro.

A verdade está a serviço da vida, a religião está a serviço da verdade. A religião carrega, em seu cerne, os argumentos para sustentar a esperança e a fé na vida; a verdade é a esperança. A religião oferece a chave para o paraíso; a verdade é o paraíso.

Quando o homem ousar penetrar na caverna do coração, encontrará a verdade como uma luz bendita que ilumina todos os cantos obscuros da existência; como um calor suave que aquece o frio da existência, ou como uma brisa fresca que refresca a sufocante angústia da solidão de ser. Então, não serão mais necessárias as religiões, os ritos e as orações, pois o homem terá visto Deus face a face, e descobrirá que diante de si existe apenas um espelho."

(Miriam Morata Novaes - A Verdade a serviço da Vida - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 17)