OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A ESPIRITUALIDADE E O FEMININO (1ª PARTE)

"A espiritualidade é parte integrante de qualquer ser humano. Pode estar ausente ou guardada no íntimo do ser, mas lá está disponível, esperando o momento de se manifestar. Muito do que conhecemos sobre ela vem de um histórico focado no masculino. Poucas referências e estudos dedicam-se ao enfoque feminino.

Haveria diferenças nas manifestações da espiritualidade quanto ao sexo? Certamente, visto que há condicionamentos históricos e sociais que impediram a expressão da espiritualidade feminina e, às vezes, também a masculina, pois poderiam abalar o sistema social vigente. Mas, de modo geral, os homens foram sempre mais favorecidos pela liberdade de ação. Os homens que largaram tudo para viver a espiritualidade plena, da forma que escolheram, sempre foram admirados e respeitados. Mas seria impensável tal atitude partindo de uma mulher.

Mulheres eram perigosas e deveriam estar sempre sob o controle da tribo, da família ou de um homem. Estavam expostas a muitos perigos, o que também era um impedimento, além de desempenharem um papel indispensável e fundamental na manutenção das famílias. Sem a liberdade de se dedicar à busca pessoal por respostas, restou às mulheres a manifestação de uma espiritualidade espontânea, menos passível de controle externo e capaz de fluir em casa, no seio da família e no exercício de suas atividades diárias. 

A investigação interna surgiu no amor pelo semelhante, no serviço ao próximo, no cuidado com tudo, na execução de suas obrigações rotineiras, sozinha e em silêncio. Se os homens precisam desenvolver essas características no trabalho espiritual, elas, ao contrário, teriam de ir ao mundo, perder o medo de sair do conforto familiar e dedicar o tempo à vivência espiritual com desapego e decisão.

Atualmente, com a liberdade, o estudo e o trabalho fora de casa, esse aspecto pode parecer pouco importante, mas não é. Mulheres se sentem culpadas ao usar o tempo que seria dedicado à família para uma realização pessoal, e na maior parte das vezes não se concedem esse direito. Além disso, a liberdade de investigação, de questionar e buscar estudo e conhecimento ainda não é real em grande parte do planeta, onde mulheres ainda são consideradas seres de segunda classe. Essa liberdade, nos locais em que já existe, levou milênios para chegar. (...)"

(Regina Celi Medina - A espiritualidade e o feminino - Revista Sophia, Ano 11, nº 43 - p. 15)


sábado, 26 de setembro de 2015

MEDITAÇÃO PARA SINTONIA COM A SUBLIMIDADE INTERIOR

"Ensina-me a não me drogar com o narcótico da impaciência. Hoje, meditarei mais profundamente que ontem. Amanhã, meditarei mais profundamente que hoje. 

Hoje, com o toque suave da intuição, sintonizarei o rádio de minha alma e livrarei minha mente da estática da impaciência para ouvir a vibração cósmica de Tua voz, a música dos átomos e a melodia do amor ecoando em minha supraconsciência. 

Dentro de mim, encontrarei perpétua felicidade celestial. A paz reinará tanto no silêncio quanto em plena atividade. Deixa-me ouvir Tua voz, ó Deus, na caverna da meditação!

Ensina-me, ó Espírito, a interromper pela meditação a tempestade da impaciência mental e das perturbações sensoriais que assolam o lago de minha mente. Que a varinha mágica de minha intuição faça cessar os ventos das paixões e dos desejos inúteis. No lago sereno de minha mente, que eu contemple o reflexo não distorcido da lua de minha alma, refulgindo com o brilho de Tua presença.

Cerre as pálpebras e ignore a dança selvagem das cenas tentadoras. Mergulhe a mente no poço sem fundo do seu coração. Mantenha a mente no coração, borbulhante com seu sangue vital. Concentre-se no coração até sentir suas pulsações rítmicas. A cada pulsação, ouça o som da Vida onipotente. Visualize a mesma vida universal batendo à porta do coração de todos os seres humanos e de todas as criaturas vivas.

O coração pulsa o tempo todo, suavemente, anunciando o poder infinito que se oculta atrás das portas de sua percepção. As tênues batidas da Vida universal dizem a você em pleno silêncio: 'Não receba apenas algumas gotas da corrente de Minha vida, mas expanda a abertura dos poderes do sentimento e deixe que Meu fluxo invada teu sangue, corpo, mente, emoções e alma com Minhas pulsações da vida abundante.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 113/115)
www.editorapensamento.com.br



domingo, 9 de agosto de 2015

A YOGA ENSINA O HOMEM A MUDAR A SI MESMO (1ª PARTE)

"(...) É preciso que o devoto que queira conhecer Deus aprenda a ser mais silencioso e a escutar a voz do Amor em seu íntimo. Deve aprender a viver o amor em sua vida, a praticá-lo primeiro dentro do coração, e depois expressá-lo externamente.

Quantas vezes na vida magoamos as pessoas com nossas palavras e ações. Isso é o que se chama crueldade mental; em muitos sentidos, é pior que a brutalidade física. Nunca diga nada sob a emoção da mesquinhez. É melhor 'passar um zíper na boca' se você não consegue falar com o coração livre da mesquinhez. O desejo de magoar alguém - filho, marido, pais - é brutal!

A ciência da Yoga ajuda a superar fraquezas. Ensina o indivíduo a mudar a si mesmo e a seus hábitos diários, de modo que se torne uma pessoa melhor, não apenas o que se chama de 'anjo na rua e demônio em casa' - o que fala magnificamente diante dos outros, mas não é esse tipo de pessoa em seu próprio lar. (...) 'O que sou? Sou mesquinho? Sinto prazer em magoar as pessoas, em falar mal dos outros? Se assim for, seria melhor eu aprender a vencer esses hábitos horríveis.' Isso é o que significa introspecção. 

O próprio primeiro sloka do Gita diz (simbolicamente): 'Reunidas no campo de batalha de minha consciência, estão minhas qualidades boas e minhas qualidades ruins. Que me sucedeu hoje? Quem venceu?' Mantive a tranquilidade no meio da agitação? Foram amáveis minhas palavras quando eu estava querendo dizer uma coisa maldosa para ferir alguém? Fui generoso ou fiquei com a melhor parte para mim?

Viva o amor internamente. Quando você quiser fazer ou dizer alguma coisa indelicada, pense no amor em seu coração. E depois expresse-o externamente, com algum ato ou ação amável. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 166/168)


terça-feira, 16 de junho de 2015

CONHECE OS MILIONÁRIOS DA FELICIDADE! (1ª PARTE)

"No meio das trevas da infelicidade aguda e das penumbras do descontentamento crônico, convém que o homem levante os olhos para as luminosas alturas de algum dos grandes milionários da felicidade. 

Tem havido, e há, na história da humanidade, muitos homens felizes, homens que tiveram o bom senso de construir a sua felicidade de dentro, e não a esperavam, de fora, das circunstâncias fortuitas do ambiente. Verdade é que a verdadeira felicidade é silenciosa como a luz, ao passo que a infelicidade costuma ser barulhenta; e por isto sabemos de tantos infelizes e tão pouco de homens felizes. De quando em quando, porém, a silenciosa felicidade dos felizes se irradia pelo ambiente de tal modo que até os infelizes percebem algo dessa luminosidade. E, por via de regra, os homens felizes são encontrados lá onde os profanos não os esperavam encontrar - no meio dos sofrimentos... 

Job, Moisés, Buda, São Francisco de Assis, Jesus, Paulo de Tarso, e tantos outros, encheram séculos e milênios com a exuberância da sua felicidade - sua felicidade sofrida.

Em nossos dias, houve dois homens eminentemente felizes: Mahatma Gandhi e Albert Schweitzer. O primeiro, assassinado na Ásia; o outro, que viveu mais de meio século, nas selvas da África, a fim de repartir com seus irmãos negros o grande tesouro da sua felicidade. 

Naturalmente, quem confunde felicidade com prazer, e infelicidade com sofrimento, jamais compreenderá que homens dessa natureza possam ser milionários da felicidade. No entanto, eles o foram. E nenhum deles jamais se arrependeu do preço pelo qual adquiriu esta felicidade: a renúncia voluntária. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 99/100)


sábado, 6 de junho de 2015

OBSERVE A NATUREZA

"Ao caminhar ou descansar em meio à natureza, respeite esse reino deixando-se estar totalmente nele. Pare e fique em silêncio. Olhe. Ouça. Veja como cada planta e cada animal são completos em si mesmos. Ao contrário dos seres humanos, eles não se dividem. Não precisam afirmar-se criando imagens de si mesmos, e por isso, não precisam se preocupar em proteger e realçar essas imagens. O esquilo é ele mesmo. A rosa é ela mesma.

Tudo na natureza é um e, ao mesmo tempo, é um com o todo. Nenhum elemento se afastou do tecido do todo em busca de uma existência separada: 'eu' e o resto do universo.

Contemplar a natureza pode libertar você desse 'eu', que é o grande causador de problemas.

Preste atenção nos inúmeros pequenos sons da natureza: o farfalhar das folhas ao vento, os pingos da chuva, o zumbido de um inseto, o primeiro trinar de um pássaro no alvorecer. Dedique-se inteiramente ao ato de ouvir. Para além dos sons existe algo maior: um sentido de sagrado que não pode ser entendido através do pensamento." 

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 51


domingo, 17 de maio de 2015

A SABEDORIA DO SOFRIMENTO (PARTE FINAL)


"(...) Ninguém se torna sábio na escola primária das circunstâncias de fora - mas sim na Universidade da sua substância de dentro. 

Para escutar a sabedoria da substância interna, deve o homem silenciar de vez em quando o ruído das circunstâncias externas e auscultar a voz de dentro.

Deve o homem entrar, a cada dia, por meia hora, no silêncio de dentro e fechar todas as portas aos ruídos de fora.

Não somente aos ruídos físicos da natureza e da sociedade, mas também aos ruídos mentais e emocionais do seu próprio ego.

Para todo o principiante é difícil fechar as portas aos pensamentos e às emoções, mas com paciência e persistência, domina ele a dificuldade e encontra a facilidade.

No fim, pode o homem ficar no silêncio de dentro em plena sociedade dos ruídos externos.

E, na razão direta que cresce o silêncio de dentro, decresce o amargor do sofrimento.

Por fim, pode o homem dizer a si mesmo: eu sou o senhor do meu destino, eu sou o comandante da minha vida.

Ninguém é senhor do seu destino de fora, mas pode e deve ser senhor do seu destino de dentro.

O destino de fora obedece à natureza e à sociedade, e não a nós - mas o destino de dentro obedece ao homem e o faz feliz ou infeliz.

Gozos e sofrimentos são coisas que nos acontecem à-toa - mas a felicidade ou infelicidade são creações nossas.

Eu sou o senhor da minha felicidade ou infelicidade - outros são autores dos meus gozos ou sofrimentos.

Eu tenho gozo, eu tenho sofrimento - mas eu sou a minha felicidade ou infelicidade."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 69
www.martinclaret.com.br


quarta-feira, 29 de abril de 2015

ORIENTAÇÃO PRÁTICA PARA TOMAR DECISÕES INTUITIVAS

"'Se temos que tomar uma decisão imediata e, aparentemente, não conseguimos o contato interior com Deus que nos dará orientação, como devemos fazer?'

Primeiro, pergunto-lhe: o que quer dizer com 'contato com Deus'? Você espera que Ele apareça numa visão e lhe dê instruções precisas sobre o que tem de fazer? Não é assim que crescemos espiritualmente.

Em vez de esperar demonstrações milagrosas, o verdadeiro devoto se esforça por sintonizar sua mente e sentimentos com Deus. As pessoas que meditam sabem como é o estado de sintonia: assim que a mente se interioriza, a gente sente a paz e a consciência da presença de Deus. Ele está sempre aí; nunca distante. Descobrimos isso com a meditação, e podemos nos manter nessa consciência durante nossas atividades ao praticar a Presença, ao tentar viver sempre conscientes de Deus em nossos pensamentos.

Se as circunstâncias permitirem, antes de tomar uma decisão importante, sente-se em silêncio por alguns momentos, orando profundamente por orientação para fazer a escolha certa. Não deixe que isso seja uma distraída viagem mental; fale com Deus ou com o Guru - e faça-o com sinceridade. Depois de meditar e orar sobre a decisão que tem a tomar, coloque sua consciência no sentimento do coração. Pergunte a si mesmo, e tente sentir, o curso que mais atrai o seu coração e o seu bom senso. E então aja - tome a decisão naquela hora."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 44/45)


segunda-feira, 6 de abril de 2015

NÃO MANCHE A ALMA COM INTRIGAS

"Lembre-se: não manche sua alma andando com pessoas que gostam de fazer intrigas. Abençoe-as. Dê-lhes amor e aprenda a não permitir que façam você descer ao mesmo nível. Recuse-se a se sentir insultado. Fique em silêncio. Deus poderia falar e sacudir o mundo, mas não o faz, porque isso significaria usar a força para que tivéssemos bom comportamento. Ele nos deu a liberdade de agir de modo certo ou errado e, silenciosamente, espera que mudemos o comportamento errado. Assim se comportam os que amam a Deus: eles sofrem em silêncio. Se alguém lhes causa sofrimento, dizem: 'Muito bem, se meu sofrimento o alegra, vá em frente'. É um ideal maravilhoso. É a filosofia que me dá mais alegria na vida. 

Da mesma forma, sempre que se sentir ferido, permaneça em silêncio. E não sinta ódio nem raiva por dentro. Se alguém lhe disser alguma coisa de modo agressivo, fique quieto, ou responda. 'Lamento se fiz alguma coisa para ofendê-lo' e não diga mais nada. Se você agir assim, o que a outra pessoa poderá fazer? Isto é o que pratico em minha vida. Ninguém pode fazer com que eu brigue, nem mesmo se me esbofeteasse, pois eu me ajoelharia e pediria perdão. Uma pessoa não consegue lutar se você se recusar a lutar. Quem acredita em Cristo não deve retaliar se alguém quiser 'tirá-lo do sério'. O exemplo de Cristo é que estamos aqui para amar ao próximo. Jamais se deve retaliar. Você nem imagina a força proveniente de tanto amor e autodomínio: contempla-se a humanidade como criancinhas, que não sabem o que fazem."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 270/271)


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

AS FERIDAS DA ALMA SÃO MAIORES DO QUE AS FERIDAS DA GUERRA

"Quando menino, eu tinha um gênio terrível. Mas um dia disse a mim mesmo: 'Se você quiser fazer o bem aqui, não pode se descontrolar'. Prometi a mim mesmo que destruiria os inimigos de minha alma, e até hoje nunca feri ninguém por raiva ou rancor. As feridas da alma são maiores do que as feridas da guerra. Não permita que a alma seja ferida pelo ódio e pela raiva. Embora seja terrível ver pessoas incapacitadas e mortas nesta guerra, existe um certo consolo: por um lado, sabem que são almas imortais e que apenas o corpo foi ferido. As cicatrizes físicas perecem com o corpo, mas as feridas que a alma sofre no campo de batalha espiritual são terríveis, pois a tortura que infligem é muito mais mortífera. Os que perdem a batalha da vida, sucumbindo ao ódio e à mesquinhez, perdem a si mesmo. As cicatrizes permanecem na alma e os acompanham no além-túmulo por muitas encarnações. Se você é uma pessoa que sente raiva ou ódio, quem sabe poderá retornar à Terra por muitas encarnações, ferindo as pessoas e sendo ferido por elas.

Nada se logra com o ódio e a raiva. O amor compensa. Você pode derrubar alguém, mas depois que a pessoa se reerguer, ela tentará destruí-lo. Você acha que venceu? Não, não venceu. A única vitória é pelo amor. E quando não conseguir vencer, fique em silêncio ou vá embora, e ore pela pessoa. É assim que se deve amar. Se praticar isso, terá paz além do imaginado. E saberá que Cristo existe. Seja vitorioso desta maneira. Vença as qualidades obscuras que causam grandes sofrimentos e ferem a alma. Livre-se delas; pulverize-as. Eu destruí esses inimigos; agora estou livre. Destrua-os você também."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 270)


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

OÁSIS

EM DIA DE treva,
é bom lembrar que a Luz está apenas temporariamente
oculta.

No tumulto dos conflitos,
necessário é pressentir a Paz.

Em meio à multidão sem rumo,
é gostoso falar da riqueza da Solidão.

Ensurdecido pela disfonia dos ruídos,
bom é ser tangido pelo acalanto do Silêncio.

No festival do amoralismo cultivado,
como é bom pensar e desejar e praticar o Bem!

Afogando-me em mar de ódios,
é sublime cultivar o Amor.

Vítima da injustiça dos potentados
o remédio é esperar pela Justiça de Deus.

Desgarrados e desolados na imensidade do grande deserto,
abriguemo-nos no Oásis de Deus.

Interrompamos o tropel agitado de todas as formas de fuga.

Paremos.

Sentemo-nos.

Vamos orar!

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 176/177)


sábado, 27 de dezembro de 2014

A ARTE DE CALAR E NÃO VER

"Não te esqueças, amigo ignoto, de que todo homem, mesmo o mais positivo e dinâmico, é essencialmente fraco, indigente, necessitado de socorro.

Todo homem tem as suas horas de solidão interior, horas de trevas e desânimo, horas de desorientação e negro pessimismo.

É preciso que saibas adivinhar, nos olhos e na alma do próximo, essas horas noturnas...

Deves saber quando convém visitá-lo - e quando convém deixá-lo a sós...

Quando falar com ele - e quando calar com ele...

Quando o animar - e quando o tolerar, porque até os santos devem ser tolerados...

É preciso que saibas ver a seu tempo - e não ver a seu tempo...

É preciso que saibas silenciar em face das suas derrotas íntimas - e fechar os olhos ante as suas fraquezas...

Quem espera de seu irmão perfeição absoluta cairá de decepção em decepção - e está sempre disposto a lhe tirar do olho o argueiro.

Há na vida de todo mortal momentos trágicos em que se apagam todos os faróis da praia, em que se eclipsam todas as estrelas do firmamento, em que vacilam todas as colunas sob a veemência do terremoto...

Há na vida humana transes de suprema angústia em que o pobre mártir do próprio ego tem de disfarçar com a serenidade dum sorriso convencional o candente vulcão da sua tragédia interior...

Nem sempre a sociedade permite ao homem ser o que ele é...

Feliz de quem encontra uma alma compreensiva no meio da incompreensão! 

Feliz de quem sabe ignorar, na discreta reticência dum grande amor, aquilo que desune os homens e acende nas almas infernos de infelicidade!

Muitos são os homens que enxergam com admirável precisão - poucos os que sabem ser cegos quando convém...

Eterno silêncio envolve os cumes excelsos das grandes montanhas - e as ínfimas profundezas do mar...

Mudos são os mais humanos e os mais divinos momentos da nossa vida - os abismos da dor e as alturas do amor. 

Nas mais altas alturas e nas mais profundas profundezas do seu ser - o homem está só...

E a sós consigo e com Deus tem de resolver os mais trágicos problemas da vida...

Ninguém o pode acompanhar nessa grande solidão...

Nem pai nem filho...

Nem esposo nem esposa...

Nem irmão nem amigo...

Ele só com Deus..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 - p. 175/176)


sábado, 20 de dezembro de 2014

O SILÊNCIO E A VERDADE INTERIOR (PARTE FINAL)

"(...) São muitos os exemplos daqueles que têm procurado resgatar esse conhecimento puro e muito antigo. Krishna, Shiva, Buda, Sócrates, Jesus e muitos outros sábios podem nos inspirar na nossa caminhada para conhecer nossa verdade interior. Essa verdade, quando conhecida, se refletirá no nosso cotidiano através da nossa bondade e compaixão com o outro. Esse conhecimento recupera nossa condição de seres criativos, pacíficos, silenciosos, harmoniosos e sábios, que em essência sempre fomos, e nos conduz a uma felicidade imensa. Esquecemos esse conhecimento quando nos separamos frequentemente de nossa sabedoria interna, e, consequentemente, de tudo que nos rodeia. E esse esquecimento é que nos faz ignorantes da nossa sabedoria e força internas, o que, por sua vez, nos fez sofrer sem necessidade.

O trabalho para chegar a essa verdade interior requer, entre outras coisas, silêncio interno para que possamos limpar a sujeira engendrada pelas percepções errôneas do nosso ego. Com o silêncio concluímos que raramente percebemos e interpretamos algum assunto importante com a presença e a inocência necessárias. A mente livre de crenças, preconceitos e conceitos nos permite conhecer a verdade real por trás das aparências. A mente está cheia de ideias e filosofias que não foram ainda suficientes para o ser humano deixar sua condição de sofredor neurótico. Precisamos perceber e vivenciar a verdade porque só o conhecimento intectual, mesmo que seja vasto, não soma muito na redescoberta da alegria de viver. A falta de respostas para nos conduzir a uma vida feliz e de qualidade por parte de todos os sistemas que construímos, como a religião, a escola, o estado e a sociedade, leva-nos a concluir que é preciso silenciar a mente e estudar em nossa própria escola interna.

A riqueza, a beleza e o manancial inexplorado existente dentro de cada ser vivo precisam ser despertados. Urge que despertemos o que existe de vivo dentro de nós e que nunca tivemos tempo de explorar. O mundo mais do que nunca precisa do ser humano com toda a sua força e potencial, para que sejam realizadas as mudanças necessárias. Segundo Krishnamurti (1964), a sociedade  que habita esse mundo está caótica e decadente, em completa desarmonia, irmão lutando contra irmão e crianças sendo educadas para se adaptar a um sistema que se move a duras penas, sem nenhuma substância, sem a luz da vida."

(Antonio Monteiro dos Santos - O Silêncio e a verdade interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 20)


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O SILÊNCIO E A VERDADE INTERIOR (1ª PARTE)

"O grande mestre indiano Kabir escreveu: 'Conhecendo-a, o ignorante se torna sábio / E o sábio se torna mudo e silencioso / O adorador fica completamente inebriado, / Sua sabedoria e seu desapego tornam-se perfeitos: / Ele bebe do copo das endogamias e das exogamias do amor.' (Tagore, 1915)

Essa poesia maravilhosa, fala da redescoberta da verdade interior, essa sabedoria que emana do fundo do nosso ser e que nos torna mudos e silenciosos com sua presença. Quando a verdade desabrocha na nossa mente, não queremos mais nada a não ser o seu perfume. O amor que dela exala é tão forte que nos faz ir além dos muros de nossa tribo, nacionalidade, condição social e intelectual, de nossa orientação religiosa e filosófica, para amar o outro como amamos a nós mesmos.

Conhecer a verdade interior é diferente de perceber essa verdade através de uma teoria religiosa ou espiritual, de uma compreensão ou um entendimento filosófico ou de qualquer outro processo intelectual. Conhecê-la é ter um contato direto com ela, sem subterfúgios ou alegorias de qualquer tipo. Todos nós temos potencial para chegar a esse conhecimento, para provar desse cálice, que está cheio do vinho da sabedoria e do amor. Basta fazermos o trabalho necessário para despertar esse conhecimento.

O trabalho do silêncio é um caminho para alcançar a verdade. Quando vivenciamos a verdade por meio do silêncio da mente e da inspiração do nosso coração, damos as mãos ao Deus interior, diretamente, sem intermediários. Sua luz é extraordinária e difícil de ser colocada em palavras. (...)"

(Antonio Monteiro dos Santos - O Silêncio e a verdade interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 19)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

UMA ALEGRIA INFINITA (PARTE FINAL)

"(...) o livro Um Curso em Milagres (Glen Ellen, Foundation for Inner Peace) ensina que o que acontece no mundo é apenas uma cortina de fumaça com o objetivo de encobrir uma luz que não pode ser encoberta; quando descobrimos isso procuramos eliminar a cortina para olhar e vivenciar o que está além dela. Somos prisioneiros da fumaça até o momento que nos voltamos para dentro e do fundo do nosso silêncio interno redescobrimos, nas asas do silêncio, a sabedoria da luz. Essa sabedoria fala da necessidade de mudar nossa visão de mundo e de deixar de lado, a visão egotista para abraçar a visão iluminadora que transborda dos ensinamentos dos grandes mestres de todos os tempos.

Tentar mudar o mundo sem fazer nada para mudar nosso interior é tentar mudar o efeito sem fazer nada para mudar a causa. A causa da destruição está dentro de nós, no nosso ego, e só quando a causa é modificada as mudanças duradoras realmente acontecem. O sistema de pensamento egotista destrói o altar divino interior, e, com nosso altar profanado, normalizamos a loucura e cometemos atos de violência contra nossas ecologias pessoal, social e ambiental.

Esse é o momento de, por meio do silêncio interior, soltar o prisioneiro das ilusões do ego, dissolver as barras que bloqueiam o que temos de mais caro e rico dentro de nós. Livres como um passarinho, poderemos voar até o pico mais alto das montanhas do Himalaia mental, e, assim, adquirir uma visão que não depende dos olhos físicos. Isso nos abrirá para uma compaixão genuína por tudo e por todos e alimentará nossa felicidade eterna."

(Antonio Monteiro dos Santos - O silêncio e a verdade interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 21)

domingo, 30 de novembro de 2014

UMA ALEGRIA INFINITA (1ª PARTE)

"Não existe nada mais forte do que silenciar a mente, ao ponto de todos os pensamentos desaparecerem por completo. Nenhuma palavra ou nenhum livro, por mais sofisticados que sejam, podem levar a essa vivência, e são limitados para descrever esses momentos. O silêncio é tão profundo, o espaço é tão vasto, a felicidade é tão rica, a alegria é tão infinita, a liberdade é tão grande e o amor tão profundo que tudo se torna secundário, mesmo a sua própria vida.

A trajetória não é fácil, uma vez que muitas pedras surgem a cada segundo no caminho, o mato está sempre crescendo no jardim do ego e muitas ilusões são plantadas diariamente na mente em um mundo egoico e cruel. Contudo, nada é impossível, principalmente quando entramos em contato com a sabedoria infinita interna e nos mantemos firmes, determinados, perseverantes e persistentes em busca do silêncio interior, cultivando o que há de mais profundo e de mais belo em nosso ser.

É preciso lembrar que, quando encontramos a felicidade maior no exterior, é porque ela está presente no nosso interior; o que está fora é simplesmente um reflexo de sua luz. Um dia a grande mestra sufi Rabia Al Basri estava meditando dentro da casa e Hasan, seu amigo, chamou por ela: 'Venha aqui fora ver que dia maravilhoso está fazendo!' Rabia respondeu: 'Hasan, aí fora você está vendo a luz refletida do Senhor, mas aqui dentro está o Senhor puramente presente.'(...)"

(Antonio Monteiro dos Santos - O silêncio e a verdade interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 20/21)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SAKSHI (PARTE FINAL)

"(...) Mas seria justo ficar 'sentado na margem', assistindo silenciosamente ao drama da humanidade? Seria isso honesto? Alguém tem o direito de ficar indiferente?

Quem foi que disse que para ser atuante, eficaz, fecundo na busca de uma ordem melhor para a humanidade é indispensável deixar-se conturbar, contaminar, envolver emocionalmente?! Ao contrário, quem melhor ajuda é quem, acima da crise, conserva luzes e calma, perspectiva e serenidade, pois os que estão dentro dela já as perderam. Pobre do psiquiatra que, no tratamento de um paciente neurótico, se comprometa emocionalmente. Ele tem de praticar sakshi, se não quiser perder-se e ao doente. A ninguém é lícito ficar nas arquibancadas enquanto a humanidade, na arena, se agita e sofre, mas é imprudente deixar-se agitar e sofrer junto.

Diante de suas próprias desventuras, procure galgar um ponto em que, sereno e silente, possa observar emocionalmente isento o que está acontecendo. Quando interferir, seja para acertar. Procure ficar à distância da arrebentação da ressaca, que está abalando a humanidade. A humanidade 'estressada' está precisando da ajuda dos poucos isentos homens sadios e sábios, que ainda conservam lucidez e coerência e que, portanto, podem fazer algo por ela."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 155/156)

terça-feira, 4 de novembro de 2014

SAKSHI (2ª PARTE)

"(...) Se você estiver metido na multidão e houver correrias e atropelos por causa de um conflito de rua, o pânico geral poderá contaminá-lo, a menos que você consiga se comportar como um 'espectador silente', observando o que se passa, a menos que exercite sakshi.

Muitos alunos meus têm obtido proveitosos resultados no controle de crises da 'coisa' mediante se comportar como 'testemunha silente'. Saem mentalmente, da condição de pacientes e de envolvidos, e se conduzem como se a taquicardia, ou ataque de asma, ou quaisquer sintomas que antes os alarmavam, estivessem se processando em algo que não eles mesmos. Tomam consciência apenas do que se passa no corpo, sem se deixar cair presas do medo. As coisas desagradáveis, que antes conseguiam deixá-los apavorados, eles agora conseguem 'desmoralizar', por se colocarem a distância, como se não fosse com eles. O interessante é que essa atitude tem efeito tranquilizante imediato, afrouxa a tensão e consequentemente o mal-estar. Esse sentar-se na margem e ficar vendo o rio correr atua como os tranquilizantes comprados em farmácia. Desenvolva esse instrumento de redenção.

Os acontecimentos internacionais, cada dia mais dramáticos, com o choque de ideologias; os acontecimentos econômicos, políticos, sociais, realmente são assustadores pelos maus presságios. A iminência de uma guerra nuclear, os atos terroristas, as greves e as sabotagens, as injustiças sociais, os golpes de estado, mil e um acontecimentos, que a voz caprichosamente emocionada dos locutores e as manchetes da imprensa fazem ainda mais traumatizantes, estão aí para liquidar com seus nervos. Você precisa ficar imune a isso.

Como? Sakshi é a resposta. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 154/155)

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A FÉ MAIS ELEVADA: ENTREGAR-SE A DEUS SEM RESERVAS (PARTE FINAL)

"(...) Nem um só corpúsculo de sangue pode mover-se e nem um fio de ar pode entrar em suas narinas sem o comando do Senhor. Portanto, a entrega absoluta a Deus é o critério da fé. Deus é o critério da fé. Essa entrega não significa ser preguiçoso, nem esperar que Deus faça tudo por você - um extremo esforço de sua parte para gerar o resultado desejado também é necessário; em vez disso, é uma entrega por amor a Deus e veneração à Sua supremacia.

O meu trabalho estará cumprido se eu tiver despertado em você nem que seja a mais ínfima fagulha do amor que sinto por meu Pai. [Na juventude] levei muito tempo para conhecê-Lo melhor; parecia que nesta vida eu nunca conseguiria, pois minha mente era muito inquieta. No entanto, sempre que a mente tentava enganar-me para me fazer abandonar a meditação, eu é que enganava a mente: 'Vou ficar sentado aqui, apesar dos ruídos ou distrações que apareçam. Não me importo se eu tiver que morrer tentando; continuarei até o fim.' Eu perseverava e, de vez em quando, tinha um vislubre do Espírito Divino: como uma centelha, tão perto e ao mesmo tempo tão longe, aparecendo e logo desaparecendo. Mas eu continuava resoluto. Como esperei com infinita determinação no silêncio invisível! Quanto mais profunda era a concentração, mais nítida e forte tornava-se a certeza de Deus. Agora Ele está sempre comigo.

Abençoado é você que ouve esta mensagem divina, a mensagem do Espírito, a mensagem que soluciona o mistério do universo. De que você tem medo? Jogue fora todo o medo! Não há mais nada a temer depois que se toca o Grande Poder do Espírito, que controla as próprias forças da criação, o mecanismo inteiro do universo. Que maior esperança você poderia ter, que maior segurança poderia buscar, além do contato com o Ser Infinito que é a essência de tudo o que existe?

Ele é o único porto seguro durante as tempestades do mundo. 'Abriga-te Nele com todo o empenho de teu coração. Por Sua graça, obterás a paz suprema e o Abrigo Eterno.' Nele encontrei a alegria de minha vida, a indescritível bênção de minha existência, a maravilhosa percepção de Sua onipresença bem dentro de mim. Desejo isso para todos."

(Paramahansa Yogananda - Viva Sem Medo - Self-Realization Fellowship - p. 63/66)

domingo, 26 de outubro de 2014

CONVIDA A DEUS PARA TEU SÓCIO!

"Meu amigo! Se eu te dissesse que, para solveres certos problemas dolorosos da vida, devias 'orar' ou 'rezar', talves terias um gesto de desilusão ou pouco caso. E eu te compreendo, porquanto, para milhares e milhões de cristãos 'orar' quer dizer pedir, mendigar ou recitar determinada fórmula - e depois aguardar a decisão de Deus, de um Deus que, como eles entendem, reside em algum misterioso recanto do universo, para além das estrelas e vias-lácteas, e , por exceção, visita a nossa terra.

Por isto, não vamos falar em 'oração'. Em vez disto sugiro o seguinte: quando te achares em dificuldade de qualquer natureza, ou quando tua mente estiver repleta de amargura ou revolta, suspende por alguns minutos todo e qualquer pensamento nessa direção; não penses em nada; faze de tua mente uma espécie de vácuo, carta branca, um silencioso deserto. E, quando estiveres inteiramente calmo e sereno, dize pausadamente: 'Convido-te, Senhor, para seres meu sócio e meu conselheiro neste impasse em que me encontro! Ilumina os caminhos da minha vida, para que eu veja claramente o que, neste momento, devo fazer ou deixar de fazer! Dá-me a força necessária para que eu possa fazer o que está certo! Ajuda-me, Senhor! Sê meu sócio e companheiro, tu que sabes mais do que eu!'...

Repete, muita vezes, o mesmo pedido, ou melhor dize positivamente: 'Tu, Senhor és meu sócio, e eu estou certo de que me ajudarás eficazmente, com teu poder e tua sabedoria. Eis-me aqui às tuas ordens! Não fales a esse 'senhor' como se fosse alguém ausente; esse 'senhor' é teu próprio centro, teu Eu central; desperta-o do seu sono. Depois de te manteres uns cinco minutos nesse clima, verificarás que os horizontes se vão desanuviando lentamente; as nuvens da amargura e revolta dissipam-se ao avanço da luz da serenidade; o teu despeito cederá lugar a uma atitude de compreensão e benevolência.

Em vez de esbarrares, qual besouro estonteando, contra as vidraças de uma janela fechada e caires, finalmente, exausto, sobre o peitoril da janela para morrer; em vez dessa manobra ridícula e estúpida, olha calmamente em derredor - e acabarás por descobrir, com grata surpresa, que, a dois passos da janela fechada, há uma porta aberta de par em par, pela qual poderás ganhar sem esforço a liberdade e sair da tua prisão voluntária."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda, São Paulo, 1982 - p. 95/96)

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (PARTE FINAL)

"(...) Preste atenção as suas motivações em tudo o que fizer. Tanto o glutão quanto o iogue comem. Mas você diria que comer é pecado por ser frequentemente associado à gula? Não. O pecado está no pensamento, na motivação. O homem mundano come para satisfazer a gula e o iogue come para manter seu corpo em forma. Há uma enorme diferença. Analogamente, um homem comete um homicídio e é enforcado por isso; um outro mata muitos seres humanos no campo de batalha, defendendo a pátria, e é condecorado. Aqui, novamente, é a motivação que faz a diferença. Os moralistas fixam regras absolutas, mas estou dando-lhe exemplos para mostrar como você pode viver neste mundo de relatividades, com o autocontrole dos sentimentos, mas sem se tornar um autômato.

A maneira científica de viver é interiorizar-se e se perguntar se está agindo certo ou errado, e ser absolutamente sincero consigo próprio. Se for sincero com você mesmo, é pouco provável que aja errado e, ainda que o faça, será capaz de se corrigir rapidamente.

Todas as manhãs e todas as noites mergulhe no silêncio, ou seja, na meditação profunda, pois a meditação é o único caminho para se distinguir a verdade do erro. Aprenda a ser guiado por sua consciência, o divino poder do discernimento dentro de você.

Deus é o sussurro no templo de sua consciência e a luz da intuição. Você sabe quando está agindo errado. Todo o seu ser lhe diz, e essa sensação é a voz de Deus. Se você não O escuta, Ele fica calado. Mas quando você despertar da ilusão e quiser agir corretamente, Ele o guiará.

Seguindo todo o tempo a voz interna da consciência, que é a voz de Deus, você se tornará uma pessoa verdadeiramente moral, um ser altamente espiritualizado, um homem de paz."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 56/57)