OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sexta-feira, 11 de julho de 2014

AGRADAR A DEUS DEVE SER NOSSA MOTIVAÇÃO NA VIDA

"Palavras de devoção a Deus têm pouquíssimo significado no sentido último. A única maneira de expressarmos realmente o que sentimos por Deus é pelas nossas ações. Talvez isso explique por que a Bíblia diz que você conhecerá um homem por sua obra. Pouco importa se ninguém demonstrar apreço pelo que fazemos. Jamais devemos ficar descontentes, mesmo que, depois de um grande esforço para ser bom e fazer o bem, ninguém pareça se importar ou ficar agradecido. Estamos na Terra para trabalhar não para o homem, mas para Deus. Cada ato deve ser realizado como uma oferenda de devoção a ser depositada com reverência a Seus pés. É com Deus que temos a ver, a cada momento de nossa vida e em tudo que fazemos. Ele é a Força Viva que nos guia e sustenta. Só Ele está sempre conosco e consciente de cada pensamento nosso. Eis por que é importante que nossos pensamentos sejam sempre os mais sublimes e nobres. Nossa motivação deve ser para agradar-Lhe. Ao agradar a Deus, podemos esperar que nossa vida e nosso serviço também possam estar agradando a Seus filhos.

A incompreensão e a dor que dela decorre não se manifestam naqueles cujos corações são puros. O coração estará bem apenas se não perdermos de vista o Objetivo: Deus. O devoto não poderá se extraviar se ele se lembrar de seguir os passos que conduzem à Meta: constante anseio por Deus, que surge da prática de Sua presença e da conversa com Ele; meditação diárias, mesmo quando não há o desejo de meditar; e doação a Deus de sua vida e serviço, de todo o coração e com espírito de dedicação.

Deus não necessita de nós, mas nós necessitamos desesperadamente Dele. Necessitamos da Verdade. Precisamos nos apoderar da Realidade neste grande mar de irrealidade, agarrando-nos a essa balsa da Realidade até que alcancemos, com segurança, as praias da infinita e eterna percepção de Deus."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 112/113)
http://www.omnisciencia.com.br/so-o-amor.html


quinta-feira, 3 de julho de 2014

NÃO SOMOS O RESULTADO DE UMA CASUALIDADE CEGA

"Não somos o resultado de uma casualidade cega, e sim uma criação altamente inteligente. Portanto, é lógico imaginar que fomos criados por uma inteligência muito maior. Não há menor dúvida quanto a isso. Certamente, um Deus inteligente não nos colocaria na Terra, com tantas desigualdades, sem oferecer oportunidades iguais de rejeitar o mal e manifestar o bem. Ele teria que nos dar tempo de praticar a bondade e de colher as bênçãos da ação correta. Se só há uma vida, de que adiantam as escrituras sagradas ou as leis divinas? Onde estariam o amor e a justiça de Deus se o paraíso estivesse reservado a uns poucos escolhidos e se os que erram estivessem destinados ao interminável fogo do inferno? A divina lei da reencarnação mostra que, quando uma pessoa é má - e ninguém pode ser tão completamente mau a ponto de ser impedido, para sempre, de entrar no reino de Deus - sempre tem a chance de resgatar o mal feito ao seguir o bom caminho. O mal é como um enxerto: não é uma qualidade permanente no ser humano, pois todos somos filhos de Deus. Todas as noites Deus o faz recordar durante o sono que você não é o corpo humano nem seus hábitos. Você é livre e feliz. O objetivo da reencarnação é proporcionar ao ser humano a oportunidade de realizar todos os seus desejos e de dar vazão a tudo o que quiser expressar, até perceber sua verdadeira natureza como filho de Deus, compreendendo que a reunião com o Criador é o verdadeiro propósito de toda busca, o Objetivo de toda a humanidade. 

Buscamos a religião porque queremos eliminar o sofrimento para sempre. Os métodos mundanos não são a resposta. Deus é a resposta; a verdadeira religião que promove a realização divina é a resposta. Está na hora de acordar: empunhe a espada da sabedoria e despedace os maus hábitos. Quase todos conhecem a história bíblica dos servos que pararam de trabalhar quando o amo se ausentou. Apenas um continuou cumprindo seus deveres. Quando o amo retornou inesperadamente e viu o que ocorrera, despediu todos os empregados, recompensando o que continuara a cumprir suas responsabilidades. Portanto, lembre-se: o Senhor se ausentou por certo período, mas disse: 'Voltarei e verei se fizeram seu trabalho ou não. Verei se os encontro dormindo ou criando desejos materiais, ou se estão dedicando os devidos cuidados à casa da vida que deixei sob sua responsabilidade.'"

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 278/279)


domingo, 15 de junho de 2014

EMPATIA

"A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro - sentir o que ele sente; ficar em sua situação e ver com seus olhos. Se somos capazes de empatia, podemos sofrer com quem está sofrendo, nos alegrar com o amor de alguém, sentir prazer com o sucesso do outro, entender a raiva de um amigo e a tristeza de um desconhecido. É uma qualidade que, quando desenvolvemos e usamos corretamente, nos ajuda a evoluir. Quem não tem empatia não consegue evoluir espiritualmente.

O princípio que fundamenta a empatia é o fato de estarmos todos conectados. Comecei a entender este princípio na época do auge da Guerra Fria, quando vi um filme sobre um soldado russo. Eu sabia que se esperava que eu o odiasse, mas ao vê-lo realizar seu ritual doméstico - fazer a barba, tomar seu café da manhã, ir para o campo de treinamento - me lembro de ter pensado: 'Esse soldado é só um pouco mais velho do que eu. Deve ter mulher e filhos que o amam. Talvez ele esteja sendo obrigado a lutar por ideias políticas de seus lideres com as quais não concorda. Disseram-me que ele era meu inimigo, mas quando olho em seus olhos é a mim mesmo que vejo. Será que me mandaram odiar a mim mesmo?'

O soldado russo de ontem e o soldado árabe de hoje são iguais a você, porque têm alma, assim como você, e todas as almas são uma só. Em nossas vidas passadas mudamos de raça, sexo, situação econômica, condições de vida e religião. Em nossas vidas futuras também mudaremos. Então quando odiamos, guerreamos e matamos, estamos odiando, guerreando e matando a nós mesmos.

A empatia ensina essa lição. Fomos colocados na Terra para aprendê-la, é um aspecto fundamental em nossa preparação para a imortalidade. É uma lição difícil, porque precisa ser aprendida em nossas mentes e em nossos corpos, e em ambos temos dor, emoções sombrias, inimigos, perdas e tristezas. Por isso tendemos a esquecer os outros e a nos concentrar em nós mesmos. Mas também possuímos amor, beleza, arte, dança, natureza e ar, e queremos compartilhá-los. Sem empatia não conseguimos transformar o negativo em positivo, e não podemos entender de verdade a empatia sem experimentá-la em nossa vida presente, no passado e no futuro. (...)"

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 56/58)
www.esextante.com.br


sábado, 7 de junho de 2014

AMOR É VIDA

"Se o amor não fosse a lei da vida, a vida não teria persistido em meio à morte. A vida é um perpétuo triunfo sobre o túmulo. Se existe uma distinção fundamental entre homem e besta é o reconhecimento progressivo por parte do primeiro da lei da vida e de sua aplicação na prática de sua própria existência pessoal. Cada santo do mundo, seja ele antigo ou moderno, representa uma ilustração viva da lei suprema do nosso ser, sempre de acordo com a própria luz e capacidade. Que o bruto em nós pareça triunfar com frequência já é evidente. Afinal, como poderia ser de outro modo com uma lei que é tão importante quanto a própria verdade? Quando a prática dessa lei se tornar universal, Deus reinará na terra como já faz no Paraíso. (...) Não preciso ser lembrado de que a terra e o paraíso estão dentro de cada um de nós. Conhecemos a terra, mas somos estranhos ao paraíso que vive em nós.

Acredito piamente que o amor sustente a terra. Somente prevalece a vida onde existe o amor. Vida sem amor é morte. O amor é o reverso da moeda cujo verso e a verdade.

O ódio sempre mata; o amor nunca morre. 

A diferença entre ambos é gigantesca. O que é obtido pelo amor é mantido por toda a vida. O que é alcançado pelo ódio na realidade se revela um fardo, pois só aumenta o rancor. A tarefa do ser humano é diminuir o ódio e promover o amor."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.48)


quinta-feira, 5 de junho de 2014

A FRATENIDADE DO HOMEM, A PATERNIDADE DE DEUS

"Permitam-me ler algo profético que Gurudeva disse (...): 'É com um novo mundo que nos deparamos (...) e precisamos nos adaptar às mudanças. Uma necessidade absoluta para a nova geração é o reconhecimento da divindade de toda a humanidade e a abolição de todas as barreiras divisórias. Não posso conceber Jesus Cristo, ou Senhor Krishna, ou os rishis de outrora, chamando qualquer homem de cristão, hindu, judeu, etc. Posso imaginá-los, sim, chamando cada homem de 'meu irmão'. Não haverá nova ordem construída sobre o desprezo de outras raças ou sobre o complexo de 'povo eleito', mas sim no reconhecimento da divindade de todo homem que caminha na face desta Terra e no reconhecimento da paternidade comum de Deus.'

Guruji dizia que, se Jesus Cristo, Bhagavan Krishna, Senhor Buda e todos os outros que comungaram com Deus se reunissem, não haverá disputa entre eles, porque bebem da mesma fonte de Verdade. Eles são um em Deus, e Ele Se manifesta em todos eles. É o entusiasmo mal orientado de discípulos intolerantes que causa a divisão. Temos que acabar com a intolerância se quisermos ser verdadeiros discípulos dos grandes mestres. Devemos honrar todas as religiões; e devemos amar todas as pessoas, sejam elas negras, amarelas, vermelhas, brancas ou pardas. É um contrassenso julgar o homem por sua cor. A eletricidade pode fluir numa lâmpada verde, numa lâmpada amarela, ou numa lâmpada azul; mas você diria que a eletricidade é diferente em cada uma delas? Não. De modo parecido, Deus brilha igualmente em todas as lâmpadas humanas como alma imortal. A cor da pele não faz diferença. Precisamos acabar com os preconceitos estreitos. Deus quer que tomemos o melhor dos ideiais e das qualidades de todos os povos, fazendo-os nossos."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 215/216)
http://www.omnisciencia.com.br/so-o-amor.html


segunda-feira, 12 de maio de 2014

O CARMA

"Estamos todos familiarizados com a expressão 'o que vai volta'. Esta é uma outra maneira de definir a lei universal como carma. Colocando de maneira simples, passamos pela vida plantando sementes ou atirando pedras, e colheremos os efeitos daquilo que criamos, seja bom ou ruim.

Como o tempo não existe no universo multidimensional, o ciclo de causa e efeito pode estender-se ao longo de várias vidas. A duração do tempo passado na Terra é apenas uma ilusão, pois trata-se de uma limitação do corpo físico e do mundo físico.

Na verdade, uma vida é um período muito curto de tempo no grande plano do universo. 

Assim, o resultado das nossas ações de hoje não acontece necessariamente na mesma vida ou na mesma existência. Mas todas as ações embutidas na membrana da alma permanecerão lá até serem compensadas e o equilíbrio estar restabelecido.

O carma é, na verdade, uma oportunidade de crescimento para a alma. Quando a alma aprende que suas ações têm consequências, não terá mais necessidade de criar um carma difícil no futuro. Assim, quando a alma retorna à Terra, terá, entre outras coisas, um plano de vida, lições cármicas armazenadas em sua memória, um corpo escolhido, pais e parentes, relacionamentos, hora e local de nascimento, uma posição na vida, e o momento e a forma de sua morte. Tudo isto reflete o tipo de trabalho espiritual que a alma deseja realizar.

As pessoas muitas vezes me perguntam: 'Por que nos esquecemos de quem somos e de onde viemos?' Minha resposta é que isto acontece pela graça divina. Em primeiro lugar, ao esquecer ficamos menos saudosos de nossa existência celestial. Em segundo, se conhecêssemos todos os nossos erros e fracassos do passado, poderíamos ficar obcecados por eles a ponto de não conseguirmos progredir e realizar o trabalho atual. Esquecer os domínios espirituais nos permite começar do zero, por assim dizer. Entretanto, esta informação cármica permanece alojada no átomo-semente e pode ser liberada à medida que a pessoa vai tomando mais consciência de si mesma. Nada está perdido, apenas esquecido. Cada um de nós tem muitas oportunidade de se lembrar do seu eu verdadeiro.

O momento do nascimento é muito importante para uma nova alma. Várias forças combinam-se em perfeita sincronicidade. As energias planetárias, psíquicas, físicas e espirituais interagem de modo totalmente ritmado. É por isso que a hora e o local de nascimento são da maior importância, pois essa combinação astrológica ajuda a determinar a raça, a família e o status na Terra. Há uma hora e lugar para todas as coisas. Assim como as ondas que batem em uma praia, o nascimento, tal como a morte, ocorre em uma hora perfeita e natural, mesmo os nascimentos que chamamos de 'prematuros'. No momento exato, o espírito encaixa-se perfeitamente em seu novo corpo, viaja através do canal de nascimento e emerge em um novo mundo. Ele está pronto para uma vida repleta de infinitas oportunidades espirituais."

(James Van Praagh - Em busa da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 48/49)
www.esextante.com.br


domingo, 11 de maio de 2014

CONHECENDO O VEGETARIANISMO (PARTE FINAL)

"(...) O vegetarianismo se apresenta em vários estilos que alicerçam a prática de acordo com a necessidade de cada indivíduo ou com o grau de sua consciência.

O ovo-lacto-vegetarianismo utiliza ovos, leite e derivados em sua dieta, excluindo todos os tipos de carne. O lacto-vegetarianismo utiliza leite e derivados, excluindo os ovos e todos os tipos de carnes.

O veganismo é o mais recente estilo da tradição vegetariana que está sustentada em uma visão ampla de proteção e defesa do reino animal. Evita todo alimento que venha de fonte animal, como mel, ovos, leite e derivados ou qualquer tipos de carnes, como também exclui inclusive todos os produtos que tenham sido testados em animais, como shampoos, cremes, materiais de limpeza ou objetos de subprodutos do couro como sapatos, cintos, bolsas e roupas de couro, lã e seda.

Dentro desta classificação, observamos que há um movimento crescente em direção à uma consciência mais plena e sutil, já que o propósito único da vida é a evolução, e aquilo que comemos nos ajuda a fazer este retorno de volta à Vida Pulsante no qual cada um de nós é uma parte viva.

Aos restringirmos o vegetarianismo apenas a uma dieta, amputamos todo o seu lado mais profundo e para o qual esta prática existe: que é o respeito irrestrito pelos seres vivos em todas as suas formas. (...)

O vegetarianismo é um caminho de vida, um estilo de se viver que busca respeitar tudo e todos no mais amplo sentido do termo. É compreender que nenhum animal está disponível ao sofrimento, que a terra e toda natureza têm seus limites de equilíbrio e que a vida é sagrada. Ser vegetariano é antes de tudo uma atitude interna de reverência para com toda a vida, para com a natureza e para com o divino. É viver uma vida que possa ser inserida na verdade, no respeito, na igualdade de direitos evolutivos.

Ser vegetariano requer que renunciemos a certas atitudes que provocam sofrimento e dor e que podemos realizar escolhas conscientes para mudar a vida, elevar a consciência e proteger a terra e os filhos da terra."

(Maria Laura Garcia Packer - Viver Vegetariano - Nova Letra Gráfica & Editora, Blumenaus/SC, 2010 - p. 14)

segunda-feira, 28 de abril de 2014

VIVENDO NO MUNDO FÍSICO

"À medida que as lembranças do mundo celestial de luz e alegria lentamente se desvanecem e são substituídas por uma sensação de peso e frio, a alma recém-chegada sente-se um pouco confusa ao entrar no mundo físico mais uma vez. Ela acabou de se afastar de um mundo organizado e acolhedor para ingressar em um lugar de insegurança e solidão. O espiríto não está mais flutuando em um mundo de cor, luz, sentimentos e deslumbramento. Ele já não viaja mais à velocidade do pensamento. Ninguém lê mais sua mente. O espírito está de novo aprisionado em um mundo onde a energia é densa, as cores fracas e insípidas, e a única luz natural emana de um sol.

Embora o espiríto que reencarna já seja muito 'velho', de certo modo é também novo em folha. É verdade que traz consigo um pacote de lições cármicas, mas também tem seus corpos mental, emocional e físico recém-formados para vivenciá-las. Em parte, o espírito conta com seus instintos inferiores para satisfazer suas necessidades físicas. Mas e as partes emocionais e mentais deste ser? Como se desenvolverão e se aperfeiçoarão? Equipado com seu plano de vida espiritual, o espírito deve entrar no mundo da carne para cumprir seu destino. Deve aprender a amar, a ser magoado e a crescer. O resto de sua vida na Terra será moldado por suas relações, sua religião, e pela sociedade em que vive. A vida completou seus ciclo, e a viagem do espírito avança mais uma vez através do tempo."

(James Van Praagh - Em busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro,2008 -  p. 49/50)
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terça-feira, 22 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (2ª PARTE)

"(...) Em uma das escrituras tibetanas está escrito que, mesmo se você tiver que correr, deve fazê-lo devagar. Se você correr, jamais atingirá lugar algum. Perceba o aparente paradoxo: sente-se e você atingirá seu objetivo, mas, se correr, não chegará a lugar algum. Nessa cadeia eterna, de milhões de vidas, há sempre tempo suficiente. A paciência, então, se torna possível. Mas no Ocidente, como há apenas uma vida, a cada momento um pouco dessa vida vai se transformando em morte. Há uma perda constante, nada é realizado, nenhum desejo é satisfeito, tudo está incompleto... Como você pode ser paciente? Como esperar? Tornou-se impossível esperar. Com essa ideia de uma única vida, junto com outra ideia, a do tempo linear, o pensamento cirstão criou uma forte ansiedade dentro da mente. (...)

O pensamento cristão diz que o tempo não se move em círculos, mas sim em linha reta. Nada se repetirá, então tudo é único. Todo o qualquer evento irá ocorrer uma única vez em toda a eternidade, não se repetirá jamais. Não é um círculo, não é como uma roda em movimento, na qual um aro irá girar várias vezes. No Oriente, o tempo é um conceito circular, como as estações se movendo em um círculo. Se o verão chega agora, então chegará sempre, Sempre foi assim e assim será para sempre.

Este conceito oriental está mais próximo da verdade: a Terra se move em um círculo, o Sol se move em um círculo, as estrelas se movem em um círculo e a vida também. Todo movimento é circular, e o tempo não pode ser uma exceção: se o tempo se mover, irá fazê-lo de forma circular. O conceito linar do tempo está absolutamente errado.

É por isso que, no Oriente, nunca nos interessamos muito por História. Estivemos interessados pelo mitos, mas não pela História. Foi o Ocidente que introduziu a História no mundo. É por isso que Jesus tornou-se o centro da História, o início do calendário. Medimos o tempo com a ideia de 'antes de Cristo' e 'depois de Cristo'. Cristo tornou-se o centro de toda a História, a primeira pessoa histórica.

Buda não é histórico, nem Krishna. Não é possível ter certeza sobre o nascimento de Krishna, se ele existiu de fato ou não, se foi apenas uma história ou se houve fatos históricos. Ninguém nunca se preocupou com isso no Oriente. Dizem simplesmente que todas as coisas são histórias, que já foram contadas muitas vezes e serão contadas de novo. Não é preciso, então, preocupar-se com os fatos, pois os fatos são repetitivos. É melhor preocupar-se com o tema. Caso contrário, coisas importantes podem passar desapercebidas. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 74/76)
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terça-feira, 8 de abril de 2014

AS LEIS QUE REGEM A NATUREZA (1ª PARTE)

"Quando falamos da lei da Terra, sabemos muito bem o que se quer dizer com isso. A lei da Terra é algo que está sempre mudando; a partir das ideias das autoridades que fazem a lei, seja a autoridade de um monarca autocrata, ou de uma Assembleia Legislativa, quer seja ela proclamada em nome da Soberania, ou da comunidade na qual a lei tem que agir e governar. A lei é sempre uma coisa que é feita, uma ordem emitida, e a autoridade que promulga a lei pode mudá-la; a autoridade que a cria pode também anulá-la. Não é somente isso que podemos observar a respeito das leis da Terra. As leis são ordens: ‘Faça isto’; ‘Não faça aquilo’; e as ordens são reforçadas pelas penalidades. Se infringirmos determinada ordem, teremos que arcar com a punição. (...)

Quando falamos das Leis da Natureza, não queremos dizer nenhuma das coisas que tomamos como característica das leis do homem. A Lei da Natureza não é uma ordem emitida por uma autoridade. É uma afirmação das condições sob as quais uma certa coisa invariavelmente acontece. Onde quer que estas condições estejam presentes, segue-se-lhes um certo evento; é a declaração de uma sequência, uma sucessão, imutável, irrevogável, porque estas leis são expressões da Natureza Divina, na qual não existe mudança, nem sombra de alteração. A Lei da Natureza não é uma ordem: ‘Faça isto”; ‘Não faça aquilo”. É uma afirmação: ‘Se tais e tais condições estiverem presentes, tais e tais resultados acontecerão’; se as condições mudarem, os resultados mudarão com elas. (...)"

(Annie Besant - As Leis do Caminho Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 16/18)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

CONEXÃO INTERROMPIDA

"A Terra pode ser pequena, mas tem lugar para todos. Porém, no mundo que criamos, nós não damos espaço para os outros, para suas crenças, seu direito de viver com dignidade. Tentamos erradicar tudo aquilo que não parece conveniente para nós. Serão as nossas crenças tão importantes que preferimos matar os outros a lhes dar espaço?

Houve muita violência em cada estágio da história do homem. Mas os atos de violência do homem moderno têm consequências muito mais abrangentes, porque são perpetrados em massa.

O homem está se afastando da totalidade da vida. Partindo do pressuposto de que o ser humano tem mais direitos que as outras espécies, ele se desconectou do esquema das coisas. Uma vez que a conexão foi interrompida, suas ações não podem deixar de ser violentas para si mesmo e para o meio ambiente.

Nós conhecemos a arte de matar, mas não a arte de viver, de coexistir em harmonia e paz. Precisamos de uma ética global para não causar dor a qualquer ser vivo, para respeitar, conservar e cuidar da vida. Só podemos obter essa ética através da humildade, percebendo que somos apenas uma minúscula parte do movimento da vida – e que toda parte, por minúscula que seja, é tão importante quanto qualquer outra.

A violência surgiu porque o homem perdeu sua ligação com a vida. O modo não-violento de viver é aquele que encoraja a diversidade – cultural, biológica, de opiniões, de crenças e de modos de pensar. Em suma, é aquele no qual tudo coexiste."

(Sonal Murali - O modo de vida não-violento - Revista Sophia, Ano 1, nº 4, p. 7)


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

PROCURE PRIMEIRO O REINO DE DEUS

"Tanto o céu quanto a Terra estão dentro de nós. Quando as pessoas dizem ‘isto é divino’, elas querem dizer que aquilo que experienciam é agradável, que sentem um bem-estar fora do comum. Esta experiência é um estado de consciência, para todas as experiências subjetivas. Quer sejam de felicidade e paz ou de medo e dor, elas estão na consciência. Um campo de flores maravilhoso poderia ser bem descrito como ‘algo divino’, embora esteja mesmo é na Terra. A divinização é a experiência da consciência. E deste modo ‘céu’ é um estado interno de ser, e não um local em outro plano ou região.

‘Busque primeiramente o reino de Deus” significa ‘busque primeiro o reino dos céus’. Algumas pessoas podem não estar familiarizadas com a história de Jesus, que conta que as terras de um certo indivíduo rico lhe trouxeram abundância, e tanta que ele pensou em construir estábulos maiores para guardar a produção. Ele disse para si mesmo: ‘Agora posso levar uma vida folgada. Poderei comer, beber e ser feliz para o resto da minha vida.’ Mas Deus disse: ‘tolo, a sua alma lhe deixará esta noite’.

Para que serve então a riqueza? O conselho de Jesus para o homem rico foi: ‘busque aquilo que serve para comer e beber, nem tenha uma mente duvidosa.’ Uma outra versão é: ‘Busque primeiramente o reino de Deus e a Sua justiça.’ Esta bela parábola ocorre em outro contexto (Lucas 12:15): ‘Cuide-se e acautele-se da cobiça, pois a vida do homem consiste não na abundância das coisas que ele possui.’"

(Radha Burnier - Procure primeiro o reino de Deus - Revista Sophia, Ano 1, nº 1 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 12)


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

POR QUE O MAL FAZ PARTE DA CRIAÇÃO DIVINA

"Alguns dizem que Deus não conhece o mal, pois não sabem explicar como um Deus bom pode permitir roubos, assassinatos doenças, pobreza e outras coisas horríveis que sempre acontecem na Terra. Esses infortúnios são certamente negativos para nós, mas será que Deus os considera maus? Se for o caso, por que permitiria tanta maldade? E, se o mal não veio de Deus, que é o Criador Supremo de todas as coisas, de onde veio, então? Quem criou a ganância? E o ódio? Quem criou a inveja e a raiva? Quem criou as bactérias nocivas? Quem criou a tentação do sexo e da cobiça? Isto tudo não foi inventado pelos seres humanos. O homem jamais poderia ter experimentado essas coisas se não tivessem sido previamente criadas.

Algumas pessoas tentam explicar que o mal não existe, ou que nada mais é do que um fator psicológico. Mas não é verdade. As evidências do mal estão no mundo e são inegáveis. Se o mal não existe, por que Jesus oraria: ‘E não nos deixe cair em tentação; mas livra-nos do mal’?¹ Ele está dizendo, claramente, que o mal existe.

Portanto, a verdade é esta: o mal está presente no mundo. E de onde terá vindo? De Deus.² A maldade proporciona o contraste que nos permite reconhecer e experimentar a bondade. Para existir a criação, o mal tinha que existir também. Se você escrevesse uma mensagem com giz branco num quadro branco, ninguém a veria. Portanto, sem o quadro-negro do mal, as coisas boas do mundo não poderiam se sobressair. Por exemplo: Judas foi o melhor agente de publicidade que Jesus podia ter. Com seu ato maligno, Judas tornou Cristo eternamente famoso. Jesus sabia do papel que devia representar e tudo o que ia acontecer para que pudesse demonstrar o amor e a grandeza de Deus; e era necessário um vilão para essa representação. No entanto, para Judas não foi bom escolher ser aquele cujo ato maldoso exaltou, por contraste, a glória do triunfo de Cristo sobre o mal."

¹ Mateus 6:13.
² “Eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas” (Isaias 45:6-7).

(Paramahansa Yogananda – O Romance com Deus – Self-Realization Fellowship – p. 110/111)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ONDE O SENHOR PENSA QUE ESTÁ?

"Um homem morreu e viu que se encontrava em um bonito lugar, cercado de todo o conforto que se podia imaginar. Então um sujeito todo vestido de branco se aproximou dele e lhe disse: 'Você pode ter tudo o que quiser, qualquer alimento, qualquer tipo de prazer, qualquer espécie de entretenimento.'

O homem ficou encantado e, durante dias seguidos, provou de todas as iguarias e teve todas as experiências com que havia sonhado na sua vida na Terra.

Um belo dia, porém, ficou enfastiado de tudo aquilo e, chamando o atendente disse:

'Estou cansado disso tudo aqui. Preciso fazer alguma coisa. Que tipo de trabalho você pode me oferecer?'

O atendente balançou tristemente a cabeça e respondeu:

'Sinto muito, senhor. Mas isso é a única coisa que não podemos lhe oferecer. Aqui não existe nenhum trabalho para o senhor.' Ao que o homem replicou: 'Ah, isso é ótimo! Eu estaria bem melhor no inferno!'

E o atendente disse tranquilamente: 'E onde o senhor pensa que estamos?'"

(Autor anônimo - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 115)
www.martinclaret.com.br


sábado, 23 de novembro de 2013

O MODO CORRETO DE ENCARAR A MORTE

"Pratique estas coisas e veja se o que digo não é verdade. Você pode aumentar a dor pela sensibilidade e diminuí-la pelo desapego mental. Quando perder um ente querido, em vez de desesperar-se irracionalmente, compreenda que ele foi para um plano mais elevado, segundo a vontade divina, e que Deus sabe o que é melhor. Alegre-se por ele estar livre. Reze para que seu amor e boa vontade sejam mensageiros do estímulo que você envia para ele, em seu caminho para diante. Essa atitude ajudará muito mais. Naturalmente, não seríamos humanos se não sentíssemos falta dos entes queridos mas, ao sentirmos a solidão provocada por sua ausência, não devemos permitir que apegos egoístas prendam os outros à terra. A tristeza excessiva impede que a alma que partiu continue progredindo em direção à paz e liberdade maiores.

A maioria das pessoas que hoje vive na Terra não estava aqui há cem anos. Outras estavam aqui antes de nós. E nós, que agora caminhamos pelas ruas do mundo, não estaremos aqui dentro de cem anos. Tudo terá terminado para nós e a nova geração nem se preocupará conosco. Ela sentirá, como nós agora, que o mundo lhe pertence; mas, um por um, todos também serão levados daqui. A morte deve ser boa, ou Deus não teria ordenado que acontecesse a todos. Por que viver com medo dela?

Os que temem a morte não podem conhecer a verdadeira natureza de sua alma. ‘Os covardes morrem muitas vezes antes da morte; o valente prova seu gosto só uma vez.’ O covarde vive em sua mente, repetidas vezes, um filme de dor e morte. O valente experimenta apenas a morte final, rápida e indolor. Se alguém morre de causas naturais ou é espiritualmente avançado, o corpo das sensações simplesmente adormece e, quando a consciência volta a despertar em outro plano, tem todas as sensações do corpo sem a forma física. Toda a consciência está na mente, exatamente como nos sonhos. Não é difícil imaginar isso. Quem morre apenas se desfaz do corpo físico denso, que é apenas uma forma inferior da mente e a causa de todos os problemas para a alma."

(Paramahansa Yognanda – A Eterna Busca do Homem – Self-Realization Fellowship – p. 338/339)


sábado, 2 de novembro de 2013

UNIDADE ESSENCIAL DA EXISTÊNCIA

"O universo é elaborado e dirigido de dentro para fora. Tal como é em cima, é embaixo, assim nos céus como na terra; e o homem, microcosmo e cópia em miniatura do macrocosmo, é o testemunho vivo dessa Lei Universal e de seu modo de funcionamento. Vemos que cada movimento, ação ou gesto externo – seja voluntário ou mecânico, orgânico ou mental – é produzido e precedido por um sentimento ou emoção, pela vontade ou volição e pelo pensamento ou mente internos. Pois nenhum movimento ou mudança exterior, quando é normal, pode ter lugar no corpo externo do homem se não for provocado por um impulso interno, comunicado por uma das três funções citadas, e o mesmo ocorre com o Universo externo ou manifestado. Todo o Kosmos é dirigido, controlado e animado por séries quase intermináveis de Hierarquia de Seres sencientes, tendo cada um deles uma missão a cumprir, os quais – chame-os por um nome ou outro, Dhyᾱn Chohans ou anjos – são ‘mensageiros’ no sentido único de serem agentes das Leis Kármicas e Cósmicas. Variam infinitamente em seus respectivos graus de consciência e inteligência; e chamá-los todos de Espíritos puros, sem qualquer influência terrena, ‘que o tempo, de costume, transforma em presa’ é somente uma licença poética. Pois cada um destes Seres, ou foi, ou se prepara para converter-se em um homem, se não no presente ciclo (Manvantara), em um dos passados ou futuros. São homens aperfeiçoados, quando não incipientes; e em suas esferas superiores, menos materiais, diferem moralmente dos seres humanos terrestres apenas por se acharem livres do sentimento de personalidade e de natureza emocional humana – duas características puramente terrenas."

(H. P. Blavatsky - fundamentos da Filosofia Esotérica - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 40/41)


quinta-feira, 6 de junho de 2013

SOMBRA E LUZ (1ª PARTE - II)

" (...) Além da necessidade de modéstia, enfatiza-se a importância, o poder e a glória de cada ser humano individual: "O homem é a medida de todas as coisas". Diz um Upanishad: "Isso sou eu dentro do coração, maior do que a Terra, maior do que a atmosfera, maior do que o céu, maior do que esses mundos."

Esses aspectos que nos reduzem à total insignificância e que ao mesmo tempo proclamam nossa grandeza não são contraditórios entre si. Referem-se a dois lados - à sombra em nossa veste e à luz interior que ainda deve brilhar. Somos nós que bloqueamos a luz e depois reclamamos da escuridão. Várias escrituras fazem referência a isso. A Bíblia diz que "a luz brilha nas trevas e as trevas não a compreendem". O Vedanta compara isso ao eclipse solar ou ao sol oculto por trás das nuvens. Nós, na Terra, vemos as trevas ou a sombra, mas na verdade o sol continua a brilhar com o mesmo esplendor de sempre. 

O caminho espiritual leva da sombra para a luz. Nós o trilhamos mudando o centro de nossa consciência de uma mente que é separativa, possessiva e dominada pelo desejo e a paixão, para uma que é compassiva, pacífica, intuitiva e que pensa e sente em termos de uma vida maior. Neste sentido, a humildade não é a morte dos sentidos e da mente, mas sua iluminação, o que leva a um crescente refinamento das percepções - uma mudança da vida egoica e da dualidade para a unidade consciente. Isso pode ser visto como uma mudança do movimento centrípeto para o centrífugo. Começa com a indiferença aos desejos e anseios dos corpos, mas não negligência esses corpos. Cresce pela dissolução da estreita esfera de nossos pensamentos limitantes, autoprotetores e que se autoprojetam.

Se uma folha cai num pequeno córrego ou num rio, num lugar sagrado ou numa rua, que efeito benéfico ou maléfico isso causa à árvore? O que se aplica à árvore e às suas folhas deve começar a ser aplicado ao elogio e à recriminação, aos chutes e às carícias que recebemos em nossa vida diária. Rumi, o famoso poeta e místico sufi do século III, escreveu: "As lamparinas são diferentes, mas a luz é a mesma; ela vem do além. Porém, se continuas olhando para a lamparina, estás perdido, pois então surge a aparência de número e pluralidade. Fixa teu olhar na luz, e serás retirado do dualismo inerente ao corpo finito. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia - Ed. Teosófica, Brasília - p. 32/33)
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quarta-feira, 5 de junho de 2013

SOMBRA E LUZ (1ª PARTE - I)

"É agradável sentar-se à sombra de uma árvore num dia de calor. Por outro lado, como dizem as escrituras, caminhamos através do "vale da sombra da morte", e nossos dias sobre a Terra são uma sombra que desaparece. Sombra geralmente representa trevas indesejáveis e deprimentes, obscuridade ou algo que é imaterial, irreal ou transitório. Em contraste, claridade e luz do sol significam esperança, ânimo e alegria. 

A sombra representa obscuridade do real, a natureza impermanente de tudo que compõe nossa vida normal no dia a dia - as posses físicas e mentais que nos esforçamos para conquistar, e o poder que muitas vezes é obtido em função da posição social ou econômica, seja na política, no aprendizado, na arte ou na religião, e que desesperadamente tentamos reter. Se essas coisas nos escapam, como deve acontecer algum dia, nós nos sentimos "criaturas miseráveis". Apegamo-nos a pessoas - esposa, marido, filhos, amigos, inimigos - num relacionamento de atração e repulsão. Permanecemos presos a ideias, tradições e teorias, que acreditamos serem as únicas certas, e assim criamos uma diferença entre nós e os outros, que têm suas próprias convicções.

Caminhamos através do "vale da sombra" porque essas posturas são a causa de dor, medo, conflito e sofrimento. O sofrimento chega até nós não porque Deus fez deste mundo um local de trevas, mas por causa de nossas próprias atitudes. O germe da dor é implantado no momento em que começamos a pensar e sentir em termos do estreito "eu" pessoal - de nossa própria felicidade exclusiva. Não é preciso uma fé cega em Deus ou em qualquer plano divino para compreender que a dor está na atitude autocentrada, na dualidade e na busca das sombras projetadas por nosso próprios pensamentos, na identificação do observador com o que é visto. 

É por isso que tanto se enfatiza o altruísmo, para arrancar a gigantesca raiz do "eu" e reduzi-la a zero. Essa ênfase no altruísmo é às vezes compreendida como supressão das emoções e da mente. Na verdade, a ênfase não está na negação compulsória, mas na correta compreensão. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 43 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 32)

  


quarta-feira, 1 de maio de 2013

ENTRE DOIS INFINITOS

"Abrange o "tempo histórico" da humanidade cerca de seis mil anos - um segundo apenas em face dos milênios do pretérito...
Um lampejo momentâneo - nessa noite imensa do passado pré-histórico...
Anterior ao nosso "tempo histórico", decorreu o período quaternário - mais de 1 milhão de anos, como diz a ciência...
Precederam a esse período a época terciária e os períodos cretáceo, jurássico e triásico - mais de 100 milhões de anos...
Expiraram antes desses tempos remotos os milênios do período permiano - uns 200 milhões de anos...
E, anterior a esse tempo, o período do carbono - uns 300 milhões de anos antes do nosso tempo, quando imensas florestas cobriam o orbe terráqueo, como atestam seus restos fossilizados nas camadas de carvão de pedra...
E, antes do tempo do carbono, decorrera a época devoniana - uns 400 milhões de anos...
E, antes dela, os períodos siluriano e cambriano - cerca de 500 milhões de anos...
E já nesse tempo remotíssimo rastejava sobre a face da terra a vida orgânica - moluscos, trilobitas, corais...
E antes que vida alguma se manifestasse na face do planeta, decorreram mais de centenas de milhões de anos, como atestam os minerais no seio da terra...
E antes que a terra se desprendesse do globo solar - quantas eternidades cósmicas terão passado?...
E antes que o próprio Sol se conglobasse dos átomos da primitiva nebulosa - que incontáveis milênios e bilênios, que inconcebíveis eons se terão sumido na voragem dos espaços e dos tempos?...
Nós, meu amigo, somos de ontem - e amanhã deixaremos de ser...
E, quando a humanidade deixar o cenário do universo, continuará o drama da terra e do cosmos - sem nós...
Sem nós - como milênios antes, como se nunca tivéssemos existido...
Somos um pequenino parêntese - entre dois infinitos...
Somos um subitâneo lampejo - na noite eterna...
Somos um grito apenas - no silêncio imenso do deserto cósmico...
Somos uma microscópica ilha de vida - no oceano da morte universal...
Somos um Nada...
E, no entanto, esse Nada do homem é grande - porque iluminado pelo Tudo da Divindade...
À luz do seu poder, alvo da sua sabedoria, objeto do seu amor - sou mais que todo o resto do mundo...
De ontem, apenas hóspede na terra - sou eterno no pensamento de Deus...
Partirei amanhã para longe da terra - e serei imortal no seio de Deus...
Como é grande a minha pequenez!
Como é sublime o homem!...
Este parêntese - entre dois Infinitos!..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 105/106)


sábado, 20 de abril de 2013

CINCO ELEMENTOS UNIVERSAIS COMPÕEM O CORPO HUMANO

"Todo o universo - que é o corpo de Deus - é constituído pelos mesmos cinco elementos que compõem o corpo humano. A forma estelar do corpo humano representa os raios desses cinco elementos. A cabeça, os dois braços e as duas pernas formam uma estrela de cinco pontas. Portanto, também sob este aspecto, somos feitos à imagem de Deus.

Os cinco dedos também representam os cinco elementos vibratórios da Vibração Cósmica Inteligente que mantém a estrutura da criação. O polegar representa o elemento vibratório mais denso, a terra, e por isto ele é mais grosso do que os outros. O dedo indicador representa o elemento água. O dedo médio representa o elemento fogo, daí o seu comprimento. O anular representa o ar. O dedo mínimo representa o éter, que é muito tênue.

Quando esfregamos um dedo, despertamos o poder que lhe é peculiar. Ou seja, esfregando-se os dedos médios (representando o elemento fogo) e o umbigo (oposto ao centro lombar ou centro do "fogo" da espinha dorsal, que governa a digestão e a assimilação) ajuda-se a combater a indigestão.

Deus manifesta movimentos na criação. O homem desenvolveu pernas e pés por causa do impulso de expressar movimentos. Os artelhos são materializações dos cinco raios de energia.

Os olhos simbolizam Deus Pai, Filho e Espírito Santo na pupila, íris e córnea. Quando nos concentramos no ponto entre as sobrancelhas, a corrente nos dois olhos se reflete como uma luz única e vemos, então o olho espiritual. Este olho único é o "olho de Deus". Nós desenvolvemos dois olhos por causa da lei da relatividade que predomina no nosso universo dualista. Jesus disse: "Se o teu olho for único, todo o teu corpo estará cheio de luz". Se olharmos através do olho espiritual, o "olho de Deus", veremos que toda a criação é feita de uma única substância: a Sua luz."

(Paramahansa Yogananda - Como Falar com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 21/23)