OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sexta-feira, 3 de março de 2017

O PODER DA NÃO VIOLÊNCIA

"Revela a experiência que o mundo
Não pode ser plasmado à força.
O mundo é uma entidade espiritual,
Que se plasma por suas próprias leis.
Decretar ordem por violência
É crear desordem.
Querer consolidar o mundo à força
É destruí-lo,
Porquanto, cada membro
Tem sua função peculiar:
Uns devem avançar,
Outros devem parar.
Uns devem clamar,
Outros devem calar.
Uns são fortes em si mesmos,
Outros devem ser escorados.
Uns vencem na luta da vida,
Outros sucumbem.
Por isto, ao sábio não interessa a força,
Não se arvora em dominador,
Não usa de violência.

EXPLICAÇÃO: 'Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra' - esta beatitude não é só do Cristo, mas também de Gandhi, de Tolstoi, de Thoreau, de Lao-Tse e de todos os conhecedores da natureza humana integral. O animal, que só é impelido pelos sentidos, e o homem ego, que ampliou a sua violência pela inteligência - todos eles apelam para a força.

Mas o homem racional espiritual sabe que o espírito é o maior poder, que não necessita de violência, porque violência é prova de fraqueza.

E, por mais estranho que pareça, o homem não violento também possuirá a terra, porque ninguém pode possuir algo ou alguém sem que o possuído concorde em ser possuído. Somente um possuidor não violento possui realmente o possuído."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 87/88)


domingo, 22 de janeiro de 2017

BONDADE EXISTE

"Como está ficando difícil e traumatizante viver nesta hora em que não se fala bem dos outros, não se pensa bem dos outros, não se deseja o bem dos outros, não se pratica o bem aos outros... - esta é uma reclamação generalizada, que vive na mente de quase todos.

Tudo indica que estamos todos nos afogando numa terrível tempestade de violência, e afundando num imenso pantanal de degradação.

Será assim tão dramática e desesperada a situação?!

É isto o que ficamos sabendo através dos órgãos noticiosos.

Se os jornais, as rádios, as TVs, embora continuando a difundir as notícias alarmantes concedessem ainda que apenas 10% do tempo e do espaço por elas dedicados à divulgação do que anda sendo feito diariamente por pessoas e instituições caridosas, poderíamos mudar nosso julgamento sobre o momento atual do mundo.

É preciso dar vez ao bem. É necessário restaurar a esperança.

Que possamos saber que a bondade ainda existe."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 65)


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A PRÁTICA DO AMOR (PARTE FINAL)

"(...) Em vez de perder o controle e reagir com ira e medo, podemos fazer um esforço consciente para manter o amor em nossos corações, incluindo nesse amor todos os seres humanos, individualmente ou em grupos. Isso não implica aprovar o que eles fazem ou concordar com eles. Podemos praticar a compaixão mesmo com aqueles cujos atos condenamos, particularmente se compreendermos que a violência, a agressão, o ódio e a ganância surgem, afinal, da ignorância e da limitação, assim como acontece em nossa própria vida. Afinal, por que agimos de maneira egoísta, magoamos os outros, criticamos, dominamos, manipulamos? Somos maus, merecemos o ódio e a condenação dos outros ou de nós mesmos?

Cada um de nós pode verdadeiramente dizer que 'nenhum ser humano é estranho a mim', porque os homens são um em origem, essência, potencial e destino. Somos também um com os átomos, os minerais, as plantas, os animais, as estrelas e as galáxias - com tudo que conhecemos ou podemos imaginar. Vendo a nós mesmos como essencialmente cósmicos, podemos adotar uma visão mais ampla e restringir a irrefletida ascendência do nosso ego. Se tivermos fé em nossos recursos internos, não precisaremos nos sentir ameaçados pelos outros ou por eventos, nem permitir que nosso ego fique inflamado, torne-se crítico e farisaico - respostas que são dolorosas à vida em toda parte. Em vez disso, podemos reconhecer o ódio, os impulsos destrutivos e os sentimentos violentos pelo que são, e buscar reagir com autocontrole, gentileza e compreensão compassiva não apenas em nossos atos, mas em nossas atitudes e pensamentos.

Julgar asperamente, afrontar ou odiar aqueles de quem discordamos ou que achamos perniciosos somente contribui para o fardo de influências negativas que aflige a humanidade. Agir assim dá continuidade e expande as condições e os pensamentos a que desejamos pôr fim. A proposta de Jesus de pagar o mal com o bem é de fato a mais prática que podemos adotar, pois o ódio jamais cessa pelo ódio, somente pelo amor."

(Sarah Belle Dougherthy - A prática do amor - Sophia, Ano 12, nº 49 - p. 12)


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A PRÁTICA DO AMOR (1ª PARTE)

"Dia após dia, semana após semana, somos confrontados com uma ampla seleção de sofrimento, ódio e violência, oriunda de todo o mundo. Percebemos não apenas os problemas em nossa própria comunidade, mas em cidades e nações distantes. Vendo e ouvindo esses eventos de modo quase imediato, muitas vezes repetidos durante um longo período de tempo, começamos a assumi-los pessoalmente, como assumimos algo que aconteceu a um amigo ou a nós mesmos. Começamos a nos deter nessas coisas. Logo que nosso ego se identifica com aqueles que pensamos estar certos, é fácil ficarmos zangados, tornar-nos intolerantes e condenarmos aqueles que julgamos estar errados. Ou simplesmente nos sentirmos deprimidos, impotentes ou temerosos.

Precisamos perguntar a nós mesmos, no entanto, se a qualidade da nossa resposta está aliviando ou contribuindo para os problemas da humanidade. Assim como odiar e temer são escolhas ruins em nossa vida pessoal, também o são nos grandes afazeres. Infelizmente é fácil demais refletir o que quer que nos cause aversão. Quando nos permitimos ser negativamente afetados por alguém, imediatamente começamos a nos identificar com aquela mesma qualidade, despertando-a em nós. Isso ocorre porque cada um de nós tem internamente todos os potenciais da humanidade para o bem e para o mal, para o egoísmo e a crueldade, para o sacrifício e o amor, para o mais elevado altruísmo e a mais abjeta depravação.

Além disso, responder na mesma moeda parece quase instintivo. É preciso muita autodisciplina para responder com uma qualidade oposta àquela que nos ofende. Os ensinamentos de Jesus para amarmos nossos inimigos, oferecermos a outra face, abençoarmos os que nos amaldiçoam, fazermos o bem aos que nos odeiam e orarmos pelos que abusam de nós parecem ir contra a nossa natureza; parece ser virtualmente impossível praticar isso na vida diária. Qual a explicação de Jesus para esses ensinamentos? Ele diz para os seguirmos 'para que possais ser filhos de vosso Pai no céu; pois Ele faz o sol nascer sobre o bom e o mau, e faz chover sobre o justo e o injusto'; 'pois Ele é gentil para com o ingrato e o perverso. Portanto, sede compassivos tal como vosso Pai é compassivo.' (Mateus 5:45, Lucas 6-35-6). (...)"

(Sarah Belle Dougherthy - A prática do amor - Sophia, Ano 12, nº 49 - p.11


segunda-feira, 25 de julho de 2016

NUNCA MACHUQUE (PARTE FINAL)

"(...) Há muitas pessoas, especialmente na América, que evitam matar porque julgam que a matança e o dano que são feitos atualmente terão incontáveis sofrimentos. Isso é verdade, e quanto mais profundamente a compreendermos, melhor será se acreditarmos na não violência (ahimsa). Ahimsa é uma das marcas de um ser humano que não deseja infringir sofrimento, e devemos pertencer a esta categoria até que o mundo mude de direção. 

(...) C.W. Leadbeater escreveu sobre nosso dever com os animais...

Ninguém é obrigado a ter um gato ou um cão, mas se tiver, terá maior responsabilidade com esse animal do que o fazendeiro com qualquer integrante de seu rebanho. Seria egoísmo imperdoável de quem possuir esse animal pensar apenas no prazer que ele lhe proporciona e não na evolução do animal. O animal doméstico é como uma criança - com a diferença de que, enquanto uma criança já é um ego e deve ser auxiliada para controlar seus novos veículos, o animal ainda não é um ego separado e deve ser auxiliado para isso. O processo de individualização de um animal já foi descrito: notas sobre o assunto serão encontradas em: Introdução à Teosofia, A Vida Interna, O Homem Visível e Invisível e O Credo Cristão. Uma leitura cuidadosa do que aí foi escrito mostrará a linha de deveres que temos com os animais. Devemos nos esforçar para desenvolver sua afeição e seu intelecto, cujo principal fator é o afeto que temos por eles. Escrevi longamente em A Vida Interna sobre os erros que frequentemente o homem faz na relação com os animais domésticos. Todos esses erros devem-se a atitudes egoístas com o animal, um esforço para usá-lo para gratificar nossas paixões inferiores - por exemplo, quando um cão é treinado para caçar e assim fazer mais mal do que seus ancestrais fizeram como animais selvagens. Porque o animal selvagem mata apenas por alimento, impelido pela fome; mas o cão é treinado para matar pelo prazer de matar e por isso se degrada na escala da evolução em vez de se elevar.

C.W, Leadbeater entendia isso como algo semelhante à 'longa' jornada do homem para a perfeição, e escreveu muito a respeito disso. Concluirei com algumas de suas palavras: Quando compreendemos que o que habitualmente chamamos de nossa vida é apenas um dia na vida real, e que devemos ter só os dias que são necessários para nossa evolução, vemos que o mandado de Cristo: 'Sê perfeito como teu Pai que está no céu é perfeito' não é um hipérbole vazia, mas uma clara direção a que no tempo devido devemos obedecer."

(Radha Burnier - Maya em toda parte - Revista Theosophia, Ano 102, Julho/Agosto/Setembro 2013 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 10/11) 
www.sociedadeteosofica.org.br

sexta-feira, 22 de julho de 2016

FANATISMO

"Qualquer que seja o movimento ou instituição a que você se filiou, seja político, econômico, filosófico, artístico ou religioso, só merecerá sua permanência e lealdade enquanto não pretender transformá-lo num sectário fanático nos moldes dos que dizem 'somente nós temos razão; somente nós prestamos; os outros estão errados e merecem desaparecer'.

Não aceite tornar-se um robô cheio de ódio e disposto à violência.

Se um movimento ou ideologia apela para a violência, a menor que seja, desde a violência apenas em pensamentos até a física, ela não lhe serve, se é que você se reconhece um investimento de Deus.

Nenhuma ideologia é aceitável, nesta hora da humanidade, se, para triunfar, recorre à violência como um meio. Um meio impuro não pode conduzir a um fim grandioso.

O mundo só precisa é de muito amor.

O mundo precisa de homens lúcidos e livres, e não de fanáticos robotizados.

Só quando totalmente livre de seitas e fanatismos posso Te encontrar."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 129/130)


domingo, 1 de maio de 2016

BENEVOLÊNCIA

"Você é pessoa que evolutivamente há muito ultrapassou o nível de comportamento que lhe permitiria empunhar um revólver e sair à rua a ameaçar transeuntes, arrancando-lhes os haveres, agredindo-os, humilhando-os.

Felizmente, você já está muito acima de tal horror.

Mas, sinceramente, já terá transcendido a faixa em que ainda está sujeito a, invigilantemente, no íntimo de seu ser, deixar-se levar por pensamentos, projetos e desejos de que algo ruim aconteça a alguém que o preteriu, prejudicou, agrediu?...

Analise-se bem a fim de que, embora não exercendo a violência em suas expressões objetivas, não se entregue à violência subjetiva.

Ambas as formas são expressões de um mesmo mal - a violência.

Que seja eu sempre benevolente e misericordioso."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 64)


sexta-feira, 1 de abril de 2016

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO HUMANA (1ª PARTE)

"Vimos, de modo muito sumário e perfunctório, a evolução a qual é emanação ou centelha divina.

Esta inicialmente 'desce' profundamente até a matéria mais grosseira e, gradualmente, vai 'subindo' e se expandindo em plenitude, por meio de veículos cada vez mais afinados.

A 'alma', no início, tem necessidade de passar pelas experiências fortes, brutais, dos homens primitivos, porque os veículos são grosseiros e ela está, por assim dizer, entorpecida.

Os veículos (ou corpos) astral e mental só se desenvolvem, nestes princípios, pelas sensações terríveis, e a alma tem que perceber as diferenças entre as sensações, o que acontece pelo choque dos contrastes enérgicos e violentos. Daí, prazeres desregrados e dores brutais que 'martelam' a alma nos primórdios da evolução.

À medida que as sensações se apuram e se desenvolvem, também o pensamento e o raciocínio progridem; estes só podem se alargar em toda sua pujança quando as sensações também se tornam mais perfeitas e afinadas; as comparações são melhores, as deduções mais profundas e a capacidade de raciocínio mais perfeita. 

A noção do bem e do mal, quase imperceptível no homem primitivo, vai se firmar somente após certo estágio evolutivo. As sensações, as reações intelectuais e afetivas transmitem-se por vibrações do corpo físico e dos corpos mais sutis, ao corpo causal, onde impressionam diretamente a alma.

Esta, à custa das experiências, se expande e, por sua vez, quanto mais ampliada em suas qualidades, tanto mais perfeitos serão os veículos com os quais se cerca.

A memória das experiências, isto é, das vidas passadas, permanece no corpo causal, imperecível. Ela não sobrevive como imagem no homem encarnado, mas os germes causais provocam a formação de novos corpos, de acordo com as qualidades adquiridas e estes corpos manifestam, então, as tendências desenvolvidas nas vidas anteriores. (...)"

(Alberto Lira - O ensinamento dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 195/196)


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

MANSUETUDE

"Para sermos violentos basta-nos a ignorância, o agir instintivo, basta ser ególatra, basta ser um fraco, basta padecer frustração e infelicidade.

Aí está por que é tão espontâneo e fácil ser cruel e movido pela ira, ser queimado pelo ressentimento, ser levado pelo revanchismo...

Ao contrário, para ser não violento, muitas qualidades espirituais devem ser cultivadas: coragem, generosidade, sabedoria, fortaleza e bem-aventurança.

O indivíduo bruto, sempre disposto ao ódio, à inveja, muito suscetível ao medo, ao apego, às aversões, comporta-se como uma inquieta e perturbadora máquina de agressão, erros, injustiças e contravenções.

O mundo precisa que aumente o número de pessoas não violentas, de pessoas benevolentes.

'Onde houver ódio, que eu leve o Amor'."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 198/199)


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

PACIFICAÇÃO

"Quer acabar a violência? Pois comece em você mesmo.

Reduza suas ambições.

Controle seus ódios.

Apague seus ressentimentos.

Cultive honestidade.

Fale a verdade.

Faça o maior bem que puder.

Apague as lágrimas do que choram.

Ampare os que estão sofrendo.

Perdoe aqueles que, por ignorância e inferioridade, o feriram.

Reduza suas tensões.

Alegre-se com a felicidade dos outros.

Pense no bem dos outros antes de pensar no seu.

Que meu coração em Paz propicie Paz a todos."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 86/87)


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (PARTE FINAL)

"(...) Enquanto a humanidade não se libertar da terrível e doce tirania do príncipe deste mundo, aceitando realmente, e não apenas verbalmente, a mensagem da Luz do Mundo, não temos esperança alguma de superar os males da velha humanidade e entrar na glória da nova humanidade.

Todos os poderes que governam a humanidade trabalham sob o signo da inteligência, da violência e do dinheiro - que são os embaixadores plenipotenciários do poder das trevas, que continua a dar o que prometeu a seus servidores: 'todos os reinos do mundo e a sua glória'.

No caso que algum governo quisesse libertar-se da tirania do príncipe deste mundo e proclamar a soberania do Cristo, seria imediatamente boicotado por seus colegas e inutilizado.

O mal da nossa humanidade não é este ou aquele mal isoladamente, é a maldade coletiva mancomunada em protesto contra a 'Luz do Mundo'.

Nos países chamados cristãos acresce a agravante de que, para guardar as aparências, se acha hasteada sobre o quartel-general do Anticristo a bandeira do Cristo. Destarte, continua o Mestre a ser traído por um beijo de seu discípulo: 'Amigo, a que vieste? com um beijo tu atraiçoas o Filho do Homem?'

A nossa humanidade, que nasceu sob o signo do poder das trevas, acabará, segundo os videntes, num suicídio coletivo, sob o signo do príncipe deste mundo."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 25

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A RELIGIÃO DE AHIMSA

"O mundo está repleto de violência (himsa). De fato, a natureza parece estar pronta para cravar seus dentes afiados e suas longas garras em tudo o que aparecer à sua frente. No entanto, se tivermos em mente que o homem é mais elevado que uma fera, então veremos que ele é superior à natureza. Se o homem tem uma missão divina a praticar – e que se transformará nele próprio – é a da não violência, ahimsa

Não sou um visionário. Descrevo a mim mesmo como um idealista prático. A religião da não violência não é direcionada somente aos rishis² e aos santos. Ela também é voltada para as pessoas comuns. A não violência é a lei de nossa espécie, uma vez que a violência é a lei dos brutos. A dignidade do homem exige obediência a essa lei maior, para assim fortalecer o espírito.

O homem enquanto animal é violento, mas enquanto espírito não o é. E, no momento em que acorda para esse espírito que abriga dentro de si, ele não consegue permanecer irascível. Ou ele progride em direção à ahimsa ou ruma direto para a danação. É por isso que profetas e avatares sempre ensinaram a lição da verdade, da harmonia, da irmandade, da justiça, etc. – todos atributos de ahimsa.

Então, não permita que ninguém duvide que a salvação de todos os povos explorados da terra e, portanto, do mundo, reside na estrita confiança na moeda em cujas faces estão cunhadas as palavras ‘verdade’ em um dos lados e ‘não violência’ no outro, em letras grandes. Sessenta anos de experiência me ensinaram que não existe outro método."

¹ Trata-se de um princípio ético religioso presente no Hinduísmo e em outras crenças orientais. Consiste na plena e constante rejeição à violência e no respeito absoluto a toda forma de vida. 
² Sábios antigos na tradição hindu. Foram os compiladores dos textos sagrados do Sanatana-Dharma (no Hinduísmo) e responsáveis por difundir o conhecimento dos antigos, visando o aperfeiçoamento dos povos indianos e de outras regiões próximas.

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.49/50)  


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

UMA ALEGRIA INFINITA (2ª PARTE)

"(...) Perdidos entre os muros das prisões do ego, nós percorremos constantemente seus labirintos, intoxicados pelos sentidos corporais, embriagados por nossa ignorância e praguejando contra eles como se isso fosse sabedoria. Até iniciar nossa caminhada, não temos a mínima ideia de que a vida além dos muros desse mundo é algo profundo, eterno e sábio, impossível de ser descrito em palavras.

O planeta está passando por uma transformação crucial, onde a sombra luta para sobreviver à luz que cada vez brilha mais no inconsciente e no supraconsciente de cada um. Se analisarmos atentamente veremos que nunca antes estivemos numa condição tão singular de compreensão e entendimento do ser humano. O anormal que normalizamos está de novo se tornando anormal; assim, as pessoas não estão mais aceitando a violência, a corrupção, a brutalidade, a mentira e outras coisas do gênero como normais.

É claro que temos muito ainda para caminhar, pois o mundo está num ponto de caos; as ecologias pessoal, social e a ambiental estão sendo afetadas tremendamente. Segundo Laszlo, a pobreza está em ascensão, a violência está cada vez mais intensa e frequente ao redor do mundo, os gastos militares são astronômicos, a insuficiência de alimentos é um fato, a diminuição do nível de água potável é assustadora, a destruição da natureza está num ritmo acelerado, o terrorismo é mais frequente, as restrições das liberdades civis estão cada vez mais evidentes e assim por diante. (...)"

(Antonio Monteiro dos Santos - O silêncio e a verdade interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 21)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

A PRESENÇA DO ETERNO (1ª PARTE)

"(...) É muito fácil colocar a culpa nos outros achando que não temos nada a ver com a condição deplorável em que a humanidade se encontra, com a competição brutal que existe nas chamadas relações empresariais, com a miséria, a doença e a fome que estão presentes em tantas partes do mundo e também aqui mesmo, ao nosso lado. Nós somos responsáveis pelo mundo, que apenas reflete tudo o que existe em nossa subjetividade: medo, arrogância, desejo de se sobressair, enfim, o 'eu' com sua permanente busca pelo sucesso, gerando insensibilidade, ganância e consequentemente, violência.

Portanto, a transformação do mundo passa necessariamente pela mudança em nós mesmos, pelo aprendizado com tudo o que ocorre em nossa vida, com nossos desejos e motivações secretas e com as relações que estabelecemos na família, no trabalho, na vida social, comercial, etc. Devemos honestamente nos perguntar se nossa vida é harmônica. Se constatamos a presença de problemas, com relações conflituosas, ânsias e frustrações não compreendidas, cabe-nos observar a nós mesmos cuidando-se e pacientemente até descobrirmos, em cada momento, a origem da desarmonia, que não está nos outros, como estamos acostumados a pensar, mas sempre dentro de nós, em um recanto não percebido do nossos próprio ser. Em nossa inconsciência e inconsequência, criamos uma vida de busca de prazer e fuga à dor e, atabalhoadamente, geramos conflito dentro de nós e nas relações com os outros. Os problemas e as dificuldades que vemos nos outros deixam de existir quando nos relacionamos corretamente, respeitando a liberdade essencial inerente a cada ser humano. (...)"

(Marcos Luís Borges de Resende - A presença do eterno - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 04)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

CONVITE A NÃO-VIOLÊNCIA

"O mundo e cada pessoa estão carentes de compreensão, cordialidade, ternura, caridade, amparo, compaixão, amor...

Sem que nos dediquemos a oferecer tais coisas aos demais, não adiantarão as passeatas, os slogans, as campanhas contra a violência.

A violência, que é ódio, só será suprimida com a doação de amor.

Violência é brutalidade. Temos que cultivar a sabedoria.

Violência é fruto do egoísmo. Devemos promover o altruísmo.

Violência é insanidade. Se queremos a não-violência, melhoremos o nosso estado de saúde.

Violência é obscurantismo. Cultivemos e cultuemos a Luz.

Violência é paixão. Sejamos compassivos.

Melhor do que, firme e veementemente, lutarmos contra a violência, é aceitarmos um gentil convite à simpatia,à lucidez, à bondade, à complacência, à cordialidade, ao amor..."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 185)


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

AHIMSA (1ª PARTE)

"Evite ser agressivo ou violento. Aprenda a não reação. Gandhi, para conquistar a independência da Índia, usou a mais poderosa de todas as armas contra o Império Britânico: a mansidão. Ele acreditou em Jesus, que no 'sermão do monte' prometeu que os pacíficos herdarão a terra.

Da próxima vez, quando você tiver ímpeto de ferir seja com gesto, seja com palavras, olhares de ira, com desejos de prejudicar alguém (um empregado, um desconhecido, um parente), procure lembrar-se de que ele é uma expressão de Deus e assim, nem com pensamento, nem com olhar, nem com palavras, nem com os nervos você o ofenderá.

Mais eficiente do que evitar agredir é no entanto passar à atitude de benevolência, isto é, querer bem a todos. Transforme-se em estação emissora de vibrações benevolentes, assim não terá de reprimir nada e não terá de sufocar emoções.

Se o ahimsa em relação aos outros lhe traz tanto bem, em relação a você mesmo chega a tornar-se condição indispensável à libertação. Se você é benevolente para os outros, por que há de ser demasiado severo em relação a si mesmo?! Use ahimsa para quando se reconhecer fraco e imperfeito.

Digamos que você quer deixar o álcool e não consegue, apesar dos grandes esforços que tem feito. Pois bem, não seja drástico. Principalmente não diga coisas negativas de si mesmo a si mesmo. Não se agrida. Isso complica tudo, pois funciona como autossugestão negativa. Diante de suas capitulações ou quedas, use ahimsa. Relaxe. Você vai deixar de beber, mas sem violência. 'Deixe cair a casca da ferida. Não cometa a imprudência de arrancá-la.' (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 214/215)

sábado, 19 de julho de 2014

O HOMEM PECA POR IGNORÂNCIA

"O homem peca porque é ignorante. Ele ignora a Realidade de Deus. Ignora que ele e o Pai são um só. Ignora que ele e o próximo (e até mesmo seu inimigo) também são um só. Ignora a lei do karma e que ele, consequentemente, é o artífice de seu próprio destino. Por outro lado, vive sob a convicção de ser um degradado, um cão sem dono, uma presa de satã ou das enfermidades, mas achando ter o direito de vir a ser feliz, de qualquer modo, até mesmo à custa do sofrimento dos 'outros'. Por ignorância, crê num Deus antropomórfico a quem recorre somente nas horas de necessidade. Por ignorância já não acredita num Deus que não tem atendido a suas orações egoístas. Sendo ignorante, tem a ilusão de impunemente poder fazer  todas as formas de maldades, desde que 'ninguém sabe que fui eu o autor'. Por ignorância, tem cometido, vem comentendo e cometerá toda sorte de violência contra a infalível lei do karma e, portanto, contra si mesmo, embora enganosamente queira ferir os outros. Por ignorância, cria para si mesmo as algemas de seus distúrbios neuróticos e os desesperos de sua alienação.

A filosofia do yoguin desenvolve no jiva a inteligência (viveka), que o faz 'rei da criação', que lhe faculta optar por ser bom ou ser mau, pelo viver enfermo ou sadio, pelo efêmero ou pelo eterno, dedicar-se às coisas finitas ou ao infinito... Dá-lhe sabedoria (vidya), com a qual, pode, algum dia, vir a deslumbrar-se na contemplação do Absoluto e então compreender, em toda plenitude, a promessa: 'Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.' A isso é que poderíamos chamar vidyaterapia ou a cura pela sabedoria. No Ocidente, logoterapia."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p.114)

segunda-feira, 14 de julho de 2014

MEDO (1ª PARTE)

"Assim como o amor é a grande força unificadora, o medo é a grande força divisora. Nossa identidade é desenvolvida e formada pelas pessoas que nos cercam e pelo ambiente em que vivemos. O que acontece é que, à medida que crescemos, deixamos que os julgamentos e crenças dos outros ditem a nossa identidade. Gradualmente, se caímos nessa armadilha e nos esquecemos de quem somos verdadeiramente - da nossa dimensão divina - sentimos medo.

O medo é uma criação enganosa das nossas mentes. Não é real. Não há dúvida de que existem coisas muito reais a serem temidas no mundo, mas não estou falando do medo que acompanha os instintos básicos de sobrevivência. Refiro-me aos medos emocionais que surgem de impressões e ilusões falsas. Fomos tão condicionados por eventos ameaçadores e pela violência, que passamos a acreditar que o mundo é um lugar assustador. Crescemos com medo de coisas ou de pessoas que achamos que querem nos agredir. Tentamos viver de acordo com os padrões de outras pessoas e nos transformamos em algo que não somos. Essencialmente, não somos fiéis a nós mesmos.

Quando nossas mentes são envolvidas pelo medo, muitas vezes este medo é sentido fisicamente. O corpo físico fica tenso à medida que revivemos mentalmente uma situação assustadora, e o medo cresce cada vez mais. Então, a nossa energia enfraquece. Às vezes, ficamos literalmente paralisados e tememos o futuro. (...)" 

(James Van Paagh - Em Busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 59)

sábado, 10 de maio de 2014

CONHECENDO O VEGETARIANISMO (2ª PARTE)

"(...) É bem recente a ideia do vegetarianismo como um movimento ético em defesa dos animais, que surge como forma de estabelecer um novo paradigma frente à necessidade urgente de proteger o ecossistema e de tornar a vida sustentável no planeta. Nos dias atuais o vegetarianismo não é apenas uma opção diferente de vida, mas acima de tudo, uma atitude a ser tomada para reduzir a forte pegada ecológica movida pelo comércio de carne.

O consumo de carne (bovina, suína, aves, peixes, etc.) contribui em grande parte para o desequilíbrio ecológico, pois a produção de carne em grande escala tornou-se um fator consideravelmente poluidor, já que as fezes animais são 130 vezes maiores que os excrementos humanos, e o gás metano liberado das fezes animais e de suas flatulências é responsável em grande parte pelo efeito estufa. Atualmente milhares de criaturas do reino animal, especialmente as aves, os suínos, bovinos e caprinos são abatidos diariamente para a utilização da carne e derivados. Estes animais para abate são criados e mantidos em extremas condições abomináveis, vivendo em habitat totalmente antinatural, em gaiolas ou confinados em pequenos espaços, não tendo o direito natural de exercer os seus instintos. São engordados quimicamente em condições constante de estresse. Quando chega o momento do abate, suas vidas são brutal e cruelmente ceifadas, espalhando pelo ar um profundo sofrimento e muita adrenalina, e cheiro de morte e violência.

Os dados atuais são preocupantes e impossíveis de serem sustentados, pois o consumo de carnes produz um impacto devastador no meio ambiente e hoje sabemos que ‘30% de todo o território do planeta é destinado para pasto animal e 70% das plantações de grãos são destinados para a ração animal. A pecuária é responsável por 37% do metano liberado na atmosfera. O metano é 23 vezes pior do que o CO2 em termos de aquecimento global. (...) com a água gasta para um quilo de bife, poderia se produzir 122 quilos de batatas. Usam-se 20 quilos de grãos para cada quilo de bife. A criação de gado é responsável pelo desmatamento de 93% da Mata Atlântica, 80% da caatinga, 505 do cerrado e 18% da Amazônia. (...) Os bois pastam onde havia floresta.’¹

A partir destas informações não temos como sustentar uma alimentação cárnea, sendo que no passado o vegetarianismo era exaltado como uma premissa espiritual e filosófica, porém hoje o vegetarianismo é uma necessidade emergente de equilíbrio do planeta,  pelo animais, pela saúde e por uma vida livre de sofrimento. (...)"

¹ Reportagem do Jornal do Bem Estar em outubro de 2007, com o biólogo Sergio Greif – ‘Uma outra verdade inconveniente’.

(Maria Laura Garcia Packer - Viver Vegetariano - Nova Letra Gráfica & Editora, Blumenaus/SC, 2010 - p. 14)


sábado, 5 de abril de 2014

NÓS SOMOS A PRÓPRIA MUDANÇA

"Violência e não violência originam-se na mente. Gerar uma mente não violenta nos assegura um modo de seguir em frente com esperança. Depende de cada indivíduo responder aos outros com violência ou não.

A violência tem extensões sutis, no pensamento, na fala e nas intenções. Podemos atuar sobre isso imediatamente, para efetuar mudanças na sociedade e em nós mesmos. Logicamente não podemos condenar atos de violência praticados por aqueles que achamos ser nossos ‘inimigos’, por um lado, e tentar justificar atos de violência dos nossos ‘amigos’, por outro. Toda violência causa dano. Devemos trabalhar para remediar as causas da violência, como a indiferença, o ódio, a intolerância religiosa e cultural, o nacionalismo estreito, a degradação ambiental e as disparidades econômicas. O papel individual é de vital importância, ao dar pequenos passos rumo à construção da paz. (...)

Reduzir a violência na mente pode ser uma tarefa difícil, que requer coragem e determinação. Desenvolver uma mente não violenta é parte de um fluxo incessante, reflete uma tradição ininterrupta de quatro mil anos de história.

Quando começamos esse processo, podemos ver benefícios individuais imediatos. Tornamo-nos pessoas mais felizes, mais relaxadas; montanhas de frustração e sofrimento começam a se transformar em montículos. As pessoas com quem interagimos também começam a sentir benefícios. Como disse Mahatma Gandhi, ‘devemos ser a mudança que queremos ver, e não as trevas que desejamos deixar para trás.’"

(Anna Alomes - A opção pela não violência - Revista Sophia, Ano 5, nº 18 – Pub. da Ed. Teosófica - p. 7)