OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

UPANIXADE ISHAVASYA

"Os virtuosos que comem os restos do sacrifício estão livres de todos os pecados, mas os ímpios que preparam o alimento para seu próprio benefício – verdadeiramente comem pecado.

Comer os restos do sacrifício, isso é que de fato está indicado na expressão tena tyaktena bhunjitha, desfrutar aquilo que nos cabe, aquilo que foi separado para nós. Por que cobiçamos a riqueza de outro? É porque não descobrimos nossos próprios tesouros. (...).

Aceitar o que nos é dado não é um evangelho de passividade. É realmente a base da verdadeira felicidade e ponto de partida para a correta ação. (...)

A aceitação daquilo que nos é designado também não é um evangelho de procrastinação. Muitas vezes uma pessoa adota uma atitude em que diz que deve aceitar o destino na esperança de que o futuro lhe traga felizes novidades. Isso não é aceitação de modo algum, é submissão, e, também, com ressentimento interior. Aceitar o que é dado, aquilo que está separado para nós, é comprometer-se com a correta Percepção. Muitas vezes o homem recusa receber aquilo que lhe é dado porque não vê o que é. Quando percebemos acertadamente, então vemos na coisa dada a qualidade da Verdade, Beleza e Felicidade, a qualidade do Próprio Brahman. (...) Aceitar o que é dado é perceber a qualidade do nosso próprio Ser. O processo de vir-a-ser que emerge dessa percepção é naturalmente livre dos elementos da tristeza e frustração. (...)"

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 20)


APROVEITE O TEMPO COM SABEDORIA

"A maioria das pessoas gasta o tempo em coisas inúteis. Tente, a cada dia, fazer algo que valha a pena, para sentir que prestou uma contribuição e que sua vida tem sentido. Você desenvolverá grande magnetismo se realizar todos os dias uma coisa que achava que não conseguiria fazer.

Vigie seus pensamentos. Todas as suas experiências são filtradas pelo que você pensa. É a companhia de seus pensamentos que o eleva ou degrada. O corpo é uma carruagem filtrada por cinco cavalos: os sentidos. Você, a alma, é o proprietário e condutor da carruagem. Se não usar as rédeas da mente para controlar os cavalos, a carruagem perderá o rumo e tombará nas valas da doença, do sofrimento e da ignorância. Se quiser que a carruagem o carregue com êxito pela vida, conduzindo-o ao reino de Deus - seu verdadeiro destino -, é necessário que controle os cinco cavalos dos sentidos. Isso lhe dará autodomínio e, assim, a verdadeira felicidade.

Por que perder tempo? Use as horas de que dispõe para meditar e ler revistas como a Inner Culture,¹ que o inspirarão com pensamentos corretos. É tão fácil desperdiçar tempo - uma vida inteira pode ser inutilizada assim. Você é dono dos momentos de sua vida. Use-os sabiamente, para que lhe tragam a salvação. Por que gastar tempo com jogos de baralho e coisas inúteis? Eu vi que as pessoas ficam sentadas jogando cartas por horas e horas, em salas cheias de fumaça de cigarro. Desperdiçar a vida é a pior coisa que se pode fazer com a alma. Consome-se tanto tempo e não há nenhum retorno. Para relaxar, é melhor sair e caminhar, ou praticar um pouco de exercício saudável."

¹ Em 1948 Paramahansaji mudou o nome da revista para Self-Realization.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 136/137)


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O QUE É A MEDITAÇÃO

"A meditação é uma prática antiga e imemorial, realizada por todos aqueles que sempre se esforçaram por compreender as próprias possibilidades interiores e resolver o enigma do Universo. Esta pergunta atemporal é respondida somente no interior do homem, e sua evolução se encontra nas profundezas do pequeno universo que é o ser humano. A meditação é encarada basicamente como um processo mental dirigido por um fim espiritual, e isto é verdade até certo ponto. Mas ela significa muito mais, visto que o conjunto dos poderes despertos do homem é, em essência, concebido e orientado para o objetivo supremo. (...)

Ver-se-á que a meditação é uma tentativa de desenvolver e utilizar estes poderes e de direcioná-los à realização de objetivos espirituais. (...) A meditação não é, como algumas vezes se supõe, uma arte difícil e antinatural. Ela é a gloriosa expansão e sublimação dos poderes normais do coração e da mente, e pode ser, em alguma medida, praticada por toda alma viva."

(Clara M. Codd - Meditação, sua prática e resultados – Ed. Teosófica, Brasília, 2ª Edição - p. 07/09)

O PROPÓSITO DA CRIAÇÃO

"Deus, como o Cristo Onipresente, é o único responsável por todas as expressões de vida. O Senhor está pintando o glorioso cenário dos céus e das nuvens sempre cambiantes. Ele está criando altares de Sua fragrante beleza nas flores. Em tudo e em todos - amigos e inimigos, montanhas, florestas, oceanos, ar, a abóbada galáctica a girar encobrindo a todos -, o devoto de Cristo percebe a luz única de Deus, em que se fundem todos os matizes. Ele descobre que as miríades de expressões dessa Luz única, que frequentemente parecem caóticas em conflitos e contradições, foram criadas pela inteligência de Deus, não para iludir ou afligir os seres humanos, mas para persuadi-los a buscar o Infinito de onde emergiram. Aquele que contempla o todo - e não parte dele - discerne o propósito da criação: todos nós, sem exceção, nos movemos inexoravelmente rumo à salvação universal. Todos os rios dirigem-se para o oceano, os rios de nossa vida dirigem-se para Deus.

As ondas na superfície do oceano modificam-se continuamente ao brincar com as forças naturais dos ventos e das marés, mas sua essência oceânica permanece constante. Quem se concentra em uma onda isolada de vida terá de sofrer, pois essa onde é instável e não perdurará. Isso é o que Jesus quis dizer com 'condenado': o homem que é um prisioneiro do corpo cria sua própria condenação ao isolar-se de Deus. A fim de ser salvo, ele precisa restabelecer a percepção de sua inseparável unidade com a Imanência Divina. 
Despertando, comendo, trabalhando, sonhando, dormindo,
Servindo, meditando, cantando, amando divinamente,
Minha alma sussurra o tempo todo, sem que ninguém ouça:
Deus! Deus! Deus!¹
Dessa forma, ele sempre permanece consciente de sua conexão com a imutável Inteligência Divina - o Bem Absoluto subjacente aos desafiadores enigmas da criação." 

¹ Do livro Songs of the Soul, de Paramahansa Yogananda (publicado pela Self-Realization Fellowship).

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 74/75)


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

OS UPANIXADES

"A herança cultural e espiritual da Índia é ao mesmo tempo vasta e rica. Mas nela nada há de sectário ou regional. Ela é tão universal em seu apelo e tão universal em sua abordagem que pertence ao mundo todo. Seus comentários, sem dúvida, são indianos, mas seu conteúdo cobre todos os aspectos da vida humana, independentemente de unidade geográficas ou expressões históricas. É tanto universal quanto atemporal e, assim, aplica-se a pessoas de todas as idades e de todos os países. Pode-se perguntar, ‘qual é realmente a fonte de onde surgiu uma herança tão vasta e rica – uma herança que permaneceu nova e vital embora muito séculos tenham passado desde que fez sua primeira aparição na vaga aurora do tempo?’ Pode se dizer sem a menor hesitação que a fonte dessa herança se encontra nos Grandes Upanixades. Os videntes e sábios da Índia Antiga, sentados debaixo de uma árvore, em uma longínqua floresta, revelavam os princípio fundamentais da filosofia perene aos estudantes que iam até eles com questões de profundas e séria investigação sobre a natureza da vida. Os Upanixades contêm os princípios essenciais dessa Imutável Filosofia Perene e não podem de modo algum ser descritos como religiosos – se à ideia de religião associamos dogmas  e credos, política clerical e autoridade, recompensas e punições. (...)

Nesta época em que a ciência e a tecnologia se movem de vitória a vitória, precisamos da mão refreadora da filosofia, pois sem ela, a ciência e a tecnologia podem nos levar a um mundo destituído de significado. Podemos ser levados a uma vasta extensão de conquistas, mas uma extensão sem profundidade é como possuir uma técnica perfeita de expressão sem ter nada para expressar. (...) O homem precisa hoje de uma filosofia significativa se quiser que as conquistas da ciência não o levem a uma destruição cada vez maior, mas sim às sublimes e majestosas alturas do viver criativo. Mas onde ele pode reunir o material necessário para a formação de uma filosofia correta da vida? A resposta para essa pergunta pode ser encontrada nos Grandes Upanixades. É na visão da vida dada pelos Upanixades que o homem pode encontrar a filosofia fundamental do Viver Criativo – uma filosofia que pode servir como um Farol Iluminador mesmo no meio da escuridão que nos cerca, uma filosofia que pode nos levar do irreal para o Real, das trevas para a Luz, da morte para a Imortalidade."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades - Editora Teosófica, Brasília, 2003 - p.07/14)