OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

CELEBRA O NATAL DO TEU CRISTO

"Quantas vezes celebrei o aniversário do Natal de Jesus! Agora anseio por celebrar o Natal do meu Cristo.

Do meu Cristo interno - sempre nascituro, e jamais nascido.

Do meu Cristo dormente - que não despertou.

Quando li, nos Atos dos Apóstolos, de Mestre Lucas, que em 120 pessoas havia despertado o Cristo no primeiro Pentecostes - pasmei...

O nascimento do Cristo Carismático - que maravilhoso Natal!

Naquela gloriosa manhã, às 9 horas, em Jerusalém.

E perguntei a mim mesmo: por que não me acontece esse Natal?

Eu sei por que não...

Não me acontece porque não passei pelo silêncio da meditação, como aqueles 120.

Ando sempre nos ruídos profanos do meu ego humano - e não entro no silêncio sagrado do meu Eu divino.

O Cristo interno não nasce do ruído - só nasce no silêncio.

No silêncio da presença...

No silêncio da plenitude...

Vou fazer de mim uma humana vacuidade - para ser plenificado pela divina plenitude.

A minha ego-vacuidade clamará pela cristo-plenitude.

E celebrarei o Natal do meu Cristo.

Em tempos antigos, só sabia eu do Jesus humano, que vivera uma única vez na terra da Palestina.

Como poderia esse Jesus nascer e viver em mim?

Hoje sei que o mesmo Cristo que encarnou em Jesus pode encarnar também em mim.

Não foi ele mesmo que disse que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos?

E não afirmou ele: "Eu estou em vós, e vós estais em mim"?

Minha alma pode ser uma manjedoura para o Natal do Cristo.

O Natal de Jesus degenerou em festa social e comercial - o Natal do meu Cristo jamais será profanado nem profanizado."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 141/142)


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O FILHO DO HOMEM

"Apareceu um homem, entre esses milhões de habitantes terrestres...

E esse homem veio tornar-se o centro da história da humanidade.

Não fez descobertas nem invenções, não derrotou exércitos nem escreveu livros - esse homem singular.

Não fez nada daquilo que a outros homens garante imortalidade entre os mortais - o que nele havia de maior era ele mesmo...

Pelo ano do seu nascimento datam todos os povos cultos a sua cronologia.

Possuía esse homem exímios dotes de inteligência - e infinita delicadeza de coração.

A sua vida se resume numa epopéia de divino poder - e num poema de humano amor.

Havia na vida desse homem uma pátria e uma família - mas também um exílio e uma solidão.

Havia inocentes com um sorriso nos lábios - e doentes com lágrimas nos olhos.

- Havia apóstolos - e apóstatas...

Brincava nos caminhos desse homem a mais bela das primaveras - e espreitava-lhe os passos a mais negra das mortes.

Esse homem vivia no mundo - mas não era do mundo...

Quando chegou, "não havia lugar para ele na estalagem" - e quando partiu, só havia lugar numa cruz, entre o céu e a terra.

Esse homem não mendigava amor - mas todas as almas boas o amavam...

Era amigo do silêncio e da solidão - mas não conseguia fugir ao tumulto da sociedade, porque "todos o procuravam"...

Irresistível era o fascínio da sua personalidade - inaudita a potência das suas palavras...

Todos sentiam o envolvente mistério da sua presença - mas ninguém sabia definir esse estranho magnetismo...

Era uma luminosa escuridão - esse homem...

Não bajulava nenhum poderoso - e não espezinhava nenhum miserável...

Diáfano como um cristal era o seu caráter - e, no entanto, é ele o maior mistério de todos os séculos...

Poeta algum conseguiu atingir-lhe as excelsitudes - filósofo algum valeu exaurir-lhe as profundezas...

Esse homem não repudiava Madalenas nem apedrejava adúlteras - mas lançava às penitentes palavras de perdão e de vida...

Não abandonava ovelhas desgarradas nem filhos pródigos - mas cingia nos braços a estes e levava aos ombros aquelas...

Esse homem não discutia - falava simplesmente...

Não esmiuçava palavras nem contava sílabas e letras, como os rabis do seu tempo - mas rasgava imensas perspectivas de verdade e beatitude...

Por isso diziam os homens, felizes e estupefatos: "Nunca ninguém falou como esse homem fala!"...

Para ele, não era o esquife o ponto final da existência - mas o berço para a vida verdadeira...

Por isso, vivem por ele e para ele os melhores dentre os filhos dos homens - porque adoram nesse homem o homem ideal, o homem-Deus...".

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 35/36)


NÃO SEJA SUSCETÍVEL


“A suscetibilidade se expressa como falta de controle do sistema nervoso. A ideia de estar sendo ofendido percorre a mente, e os nervos se rebelam. Ao reagir, algumas pessoas fervem de raiva internamente ou sofrem com os sentimentos feridos e não mostram a irritação externamente. Outras exprimem as emoções por meio de uma reação óbvia e instantânea nos músculos dos olhos e da face – e frequentemente também com a língua, numa resposta ríspida. Em qualquer caso, ser suscetível é tornar-se infeliz e criar uma vibração negativa que afeta igualmente os outros de maneira adversa. Ser sempre capaz de difundir uma aura de bondade e paz deveria ser a razão da vida. Mesmo que haja um bom motivo para estar exaltado por causa de maus-tratos, a pessoa que, em vez disso, controla-se nessa situação é senhora de si mesma.

Nada se consegue ruminando silenciosamente algo que percebemos como uma ofensa. É melhor remover, pelo autocontrole, a causa que produz essa suscetibilidade.

Quando alguma coisa o aborrece, não importa quão justificada seja sua insatisfação, saiba que está sucumbindo a uma suscetibilidade indevida, e você não pode se permitir isso. A suscetibilidade é um hábito contrário à vida espiritual, um hábito nervoso, um hábito que destrói a paz, tira o controle de si mesmo e rouba sua felicidade. Sempre que uma atitude de suscetibilidade visita o coração, a estática que produz impede que você ouça a divina canção de paz curativa que toca em seu interior no rádio da alma. Quando a suscetibilidade aparecer, procure imediatamente dominar essa emoção.”

(Paramahansa Yogananda – Paz interior – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 102/104)


domingo, 23 de dezembro de 2012

TOLERÂNCIA


Fragmento de um diálogo ocorrido entre Swami Bravananda (Maharaj) e Swami Prabhavananda, extraído do livro “O Eterno Companheiro”, de Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda – Ed. Vedanta, São Paulo – p. 38:

“- Você sabia que os ocidentais dão muita importância ao conceito de tolerância? Para eles, a tolerância é uma virtude superior. Não há nenhuma dúvida sobre isso. Peço, também, que você se supere. Quando as pessoas vierem lhe pedir conselhos, trate-as com simpatia em vez de tolerância. Você verá que a ideia de tolerância implica piedade e, até certo ponto, menosprezo. Com tais conceitos em seu coração, você jamais poderá tocar o coração dos outros. Só se pode servir e ajudar as pessoas com simpatia. Além disso, muitos desconhecem algo muito importante que eu vou lhe dizer agora. Inconscientemente, quem age apenas com tolerância deixa que sua vaidade aumente cada vez mais e se torna arrogante; isso o impede de ajudar a quem quer que seja e logo todos se afastam dele. Ninguém gosta de sentir-se sempre ignorante, equivocado, inútil e pecador. Em contrapartida, por meio da simpatia, você se posiciona ao lado da pessoa que pretende ajudar. Você lhe insufla coragem, faz com que ela se erga; isso tudo sem ferir seus sentimentos ou fazê-la sentir-se inferior. É impossível ajudar alguém se você se mantém afastado, o que sucede com frequência quando se age com tolerância. (...)”


O QUE SIGNIFICA SER RELIGIOSO


Comentário de Paramahansa Yogananda a respeito do tema “O que significa ser religioso”, estampado no livro “A Ciência da Religião  – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 13/15

“(...) toda pessoa neste mundo é religiosa, porque cada uma está tentando livrar-se da carência e da dor e obter a Bem-aventurança. Todas trabalham para o mesmo objetivo. Em sentido estrito, porém, somente poucos neste mundo são religiosos, porque não são muitos os que conhecem os métodos mais eficazes para remover, permanentemente, toda dor e carência – física, mental ou espiritual – e obter a verdadeira Bem-aventurança.

O devoto genuíno não pode se aferrar a um conceito rigidamente estreito e ortodoxo da religião, mesmo que tal conceito esteja remotamente relacionado à ideia da religião que estou procurando elucidar aqui. Se você, durante algum tempo, não frequentar igreja ou templo, nem participar de qualquer cerimônia ou formalidade religiosa – mesmo que se comporte religiosamente em sua vida diária sendo tranquilo, equilibrado, concentrado, caridoso, e extraindo felicidade até das situações mais difíceis -, então as pessoas comuns de tendências marcadamente ortodoxas ou estreitas moverão a cabeça e afirmarão que, embora você esteja tentando ser bom, ainda assim, do ponto de vista da religião ou aos olhos de Deus, você está “se perdendo”, já que nos últimos tempos não tem entrado nos limites dos lugares sagrados.

É claro que, embora não possa haver desculpa válida para a pessoa se excluir permanentemente de tais lugares sagrados, não pode haver, por outro lado, razão legítima para ela ser considerada mais religiosa por frequentar a igreja se, ao mesmo tempo, não aplica na vida cotidiana os princípios que a religião sustenta, quer dizer, aqueles que contribuem afinal para a  obtenção da Bem-aventurança permanente. A religião não está atarraxada aos bancos da igreja, nem tampouco limitada às cerimônias que ali se realizam. Se você tem uma atitude de reverência, se vive cotidianamente sempre com a perspectiva de trazer a imperturbável consciência de Bem-aventurança para sua vida, será tão religioso dentro quanto fora da igreja.

Naturalmente, isso não deve ser entendido como argumento para abandonar a igreja, a qual é, geralmente, um grande auxílio em muitos aspectos. O que se deseja destacar é que não basta se sentar no banco da igreja e apreciar passivamente uma pregação, é indispensável não economizar esforços para alcançar a felicidade eterna também nas horas em que se está fora do templo. Não se trata de que ouvir uma pregação não seja em si uma coisa boa; certamente que é.”


ACREDITO EM DEUS, POR QUE ELE NÃO ME AJUDA?


“Acreditar em Deus e ter fé em Deus são coisas diferentes. Uma crença não tem valor se você não a submete à prova e não vive segundo ela. A crença que se converte em experiência torna-se fé. Eis por que nos disse o profeta Malaquias: “Fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e derramar sobre vós uma bênção tal que não haja espaço suficiente para recebê-la.”

A fé ou experiência intuitiva da verdade plena, está na alma. Ela gera a esperança humana e o desejo de realizar. (...) Os seres humanos comuns praticamente nada sabem dessa fé intuitiva latente na alma, que é o manancial secreto de todas as nossas mais incríveis esperanças.

A fé significa o conhecimento e a convicção de que fomos feitos à imagem de Deus. Quando nos sintonizamos com a consciência Dele em nós, podemos criar mundos. Lembre-se: na sua vontade reside a onipotência de Deus. Quando chega uma multidão de dificuldades e, a despeito delas, você se recusa a desistir, quando sua mente fica “pronta”, então você descobre Deus lhe respondendo.

A fé tem de ser cultivada, ou melhor, descoberta em nosso interior. Ela está lá, mas é preciso fazê-la surgir. Se observar sua vida, você verá os inúmeros modos por que Deus age nela; assim, sua fé será fortalecida. Poucas pessoas procuram pela oculta mão Dele. A maior parte das pessoas considera o curso dos acontecimentos natural e inevitável. Mal sabem que mudanças radicais são possíveis por meio da oração!”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization Fellowship – Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro – p. 26/27)


sábado, 22 de dezembro de 2012

COMO ASSOCIAR A NOSSA CONSCIÊNCIA COM DEUS


“Alguns buscadores queixam-se de que é difícil conhecer Deus. Contudo, Ele é o mais fácil de conhecer; como não está separado de nós, Ele nunca esteve longe de nós. Se estivesse, não estaríamos aqui, nem mesmo seríamos. Deus não se separou de nós; o homem se separou de Deus. Quando nossos pensamentos se voltam para fora, envolvidos na multiplicidade do mundo finito, divorciamo-nos Dele. Esta é a simples verdade.

Como associar de novo nossa consciência com Deus? Ao despertar de manhã, não pense primeiro no trabalho; torne um hábito levantar-se uns minutos mais cedo do que tem sido seu costume, de modo que, antes de começar as obrigações do dia, você possa passar quinze minutos, ou meia hora, meditando e comungando com Deus. Nesse período, esqueça o tempo e as responsabilidades mundanas; se houver uma sensação de urgência para terminar a meditação, você não terá a receptividade necessária para sentir a presença de Deus. Durante a meditação, esqueça todos os pensamentos estranhos, pense somente em Deus. Fale com Deus na linguagem de seu coração. Depois da meditação, leve a todas as suas atividades, da melhor maneira que puder, a paz da meditação que você acumulou no coração.”

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 115/116)


APRENDER A ARTE DO RELAXAMENTO MENTAL


“Algumas pessoas aprenderam a relaxar-se fisicamente, mas não mentalmente.

O relaxamento mental consiste na capacidade de libertar a atenção, à vontade, das incômodas preocupações a respeito das dificuldades passadas e presentes, da permanente consciência de um dever a ser cumprido, do receio de acidentes e outros temores persistentes, e da cobiça, da paixão ou de outros pensamentos e apegos negativos ou perturbadores. O domínio do relaxamento mental vem com a prática fiel. Ele é alcançado quando a pessoa é capaz de, à vontade, livrar a mente de todos os pensamentos inquietos e fixar a atenção plenamente na paz e no contentamento interiores.

Quando você está se debatendo na água, não é tão consciente da água quanto o é da sua luta contra ela. Mas quando se abandona e se descontrai, você flutua. E sente, então, todo o lago à volta de seu corpo acalentando-o de maneira reconfortante. É assim que Deus é. Quando você estiver tranquilo, sentirá todo um universo de felicidade balançando suavemente sob sua consciência. Essa felicidade é Deus.

Quando você pode permanecer tranquilo o tempo todo, a despeito das provações difíceis, e quando você estiver firme na fé imorredoura em Deus, estará mentalmente descontraído.

Mesmo o relaxamento mental é apenas um dos primeiros estados do relaxamento metafísico ou super-relaxamento, no qual há uma retirada voluntária e completa da consciência e da energia do corpo todo e uma plena absorção na verdadeira identidade da pessoa: o Espírito. Esse libertar-se da consciência em relação à ilusão de dualidade possibilita o modo mais elevado de relaxamento mental.

Voltando a mente para o interior, fixe-a entre as sobrancelhas, no lago ilimitado da paz. Observe o círculo eterno de paz ondulante em torno de você. Quando mais observar atentamente, mais sentirá as pequeninas ondas de paz difundindo-se das sobrancelhas para a testa, da testa para o coração e do coração para todas as células do corpo. Agora, as águas da paz estão transbordando das margens de seu corpo e inundando o vasto território da mente. A inundação de paz flui por sobre as fronteiras de sua mente e se move em direções infinitas.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 49/52)


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

DESENVOLVA O HÁBITO DE CONVERSAR COM DEUS


“O hábito de amar a Deus e com Ele conversar interiormente deveria ser cultivado não apenas por aqueles que vivem em mosteiros, mas também pelos que vivem no mundo. Isso pode ser feito – é necessário apenas um pouquinho de esforço. Todos os hábitos que você desenvolveu até agora são ações que desempenhou de maneira regular, quer física, quer mentalmente, até se tornarem uma segunda natureza em você. Mas foi preciso, algum dia, começar a criar esses hábitos. Agora é a hora de iniciar aqueles tipos de ações e de pensamentos que desenvolvam o hábito de conversar silenciosamente com Deus.”

(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 28)


SEGURE-SE FIRME NAQUELE QUE É IMUTÁVEL


“Tudo o que você tem a lembrar nesta vida é fazer o melhor que puder, cada momento, cada dia. Deus quer de você continuidade de esforço. Ele não deseja que fique desanimado e desista, e acabe fugindo. Lembre-se disto: no meio de todas as suas atividades e durante todas as provações e testes, Deus está sempre com você. A Santo Antão, que passou mais de sessenta anos no deserto orando a Cristo, Jesus disse: Antão, embora estivesse sofrendo, eu estava contigo o tempo todo”. Lembremo-nos dessa garantia sempre que enfrentarmos circunstâncias desanimadoras.

Dualidade é a natureza do mundo. Nunca se concentre no lado negativo. Precisamos aprender a aceitar o que é bom e o que é mau com intensa fé em Deus. Precisamos compreender como Guruji ensinava, que as provações que enfrentamos na vida são apenas a sombra da mão divina estendida para nos abençoar. Aprenda a encarar tudo na vida com uma só consciência: “Senhor, Tu és o Autor. De Tua mão recebo o suave afago e também a palmada, porque Tu sabes o que é melhor para mim. Tu me amas através dos que são meus amigos e me disciplinas através dos que se julgam meus inimigos.”

Com essa consciência, encaremos o novo ano com fé, coragem, vigor, disposição para fazer tudo quanto é colocado à nossa frente e, acima de tudo, com o anseio constante por sentir o amor de Deus. Ele não Se afastou de nós; nós afastamos a nossa consciência Dele ao correr atrás das coisas deste mundo, ao abusar de nossos sentidos e emoções. É apenas aprendendo a aquietar a nossa consciência, como os grandes mestres nos ensinaram, que poderemos perceber dentro de nós a presença do Divino.² Ele tem estado conosco desde o início dos tempos; Ele está conosco agora, e estará conosco por toda a eternidade. Segure-se firme naquele que é imutável.”

2 “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Salmos 46:10).

(Sri Daya Mata – Só o Amor - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 94/95)


TORNE A VIDA UMA AGRADÁVEL EXPERIÊNCIA DA ALMA


“Pratique a tranquilidade equânime o tempo todo. Torne-se um rei, um monarca absoluto de seu próprio reino mental de tranquilidade. (...) Não permita que coisa alguma perturbe seu reine pacífico de tranquilidade. Dia e noite leve com você a alegria da “Paz de Deus, que excede todo o entendimento”.

Essa equanimidade mantida pela meditação profunda e regular remove o tédio, o desencanto e a tristeza da vida cotidiana, tornando-a, em vez disso, uma experiência da alma muito interessante e agradável.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 14)


SUGESTÕES PRÁTICAS PARA A VIDA DIÁRIA - II

"O motivo correto para a busca do autoconhecimento é aquele que pertence ao conhecimento e não ao eu.  O autoconhecimento vale a pena ser buscado em virtude de ser conhecimento, e não em virtude de pertencer ao eu. O principal requisito para a aquisição do autoconhecimento é o amor puro. Busca o conhecimento por puro amor, e o autoconhecimento finalmente coroará o teu esforço. O fato de um estudante progredir com impaciência é a prova evidente de que ele trabalha por recompensa, e não por amor, o que por seu turno prova que ele não merece a grande vitória que está reservada para aqueles que realmente trabalham por puro amor. 

O "Deus" em nós - isso é, o Espírito de Amor e Verdade, Justiça e Sabedoria, Bondade e Poder - deve ser o nosso único, verdadeiro e permanente Amor, nossa única confiança em tudo, nossa única , em que, permanecendo tão firme como uma rocha, podemos confiar para sempre; nossa única Esperança, que nunca nos abandonará mesmo que tudo o mais pereça; e a única coisa que temos de procurar obter, com nossa Paciência, esperando com contentamento até que o nossa mau Carma tenha se extinguido, quando então o divino Redentor nos revelará sua presença dentro de nossa alma. A porta através da qual ele entra é chamada Contentamento; pois aquele que está descontente consigo mesmo está descontente com a lei que o fez tal como ele é; e como Deus é Ele mesmo a Lei, Deus não se manifestará àqueles que estão descontentes com Ele. Se admitirmos que estamos na corrente da evolução, então cada circunstância deve ser considerada totalmente justa para nós. E o fracasso de nosso desempenho numa linha de ação deveria ser considerado a nossa maior ajuda, pois não podemos aprender de nenhum outro modo aquela serenidade na qual insiste Krishna. Se todos os nossos planos fossem bem-sucedidos, então nenhum contraste se apresentaria a nós. Também aqueles planos assim feitos poderiam estar baseados em nossa ignorância e, portanto, ser errôneos, de modo que a bondosa Natureza não nos permitirá realizá-los. Não somos culpados pelo plano, mas através da não-aceitação de sua realização, podemos adquirir demérito cármico. Se tu, por qualquer motivo, encontra-te abatido, então, na mesma proporção, os teus pensamentos enfraquecerão em poder. Pode-se estar confinado numa prisão e ainda assim ser um trabalhador pela causa. Desta forma, rogo-te para tirar de tua mente qualquer desgosto pelas circunstâncias presentes. Se conseguires olhar para tudo isso justamente como sendo aquilo que tu de fato desejaste, então isso não apenas fortalecerá teus pensamentos, como também atuará reflexivamente sobre o teu corpo, tornando-o mais forte.

Agir, e agir sabiamente quando chegar o tempo da ação, esperar, e esperar pacientemente, quando for tempo para repouso, põe o homem em harmonia com os altos e baixos das marés (da vida), e deste modo, tendo a lei e a Natureza como seu respaldo, e a verdade e a caridade como faróis luminosos a lhe indicarem o caminho, ele poderá realizar maravilhas. A ignorância deste lei resulta em períodos de entusiasmo irracional de um lado, e depressão e até mesmo desespero de outro. O homem torna-se assim vítima de suas flutuações, quando deveria ser o Senhor delas. (...)

A energia acumulada não pode ser aniquilada, deve ser transferida para outras formas, ou ser transformada em outros tipos de movimento; ela não pode permanecer para sempre inativa e ainda assim continuar a existir. É inútil tentar resistir a uma paixão que não podemos controlar. Se a sua energia acumulado não for conduzida para outros canais, crescerá até que se torne mais forte que a vontade, e mais forte que a razão. Para controlá-la, tens de conduzi-la para um outro canal superior. Desse modo, o amor por alguma coisa vulgar pode ser modificado, transformando-o em amor por algo elevado, e o vício pode ser transmutado em virtude, se o seu curso for alterado. A paixão é cega, vai para onde for conduzida, e a razão é um guia mais seguro para ela que o instinto. A ira contida (ou o amor) acabará por descobrir algum objeto sobre o qual descarregar sua fúria, de outro modo poderá produzir uma explosão que destruirá o seu agente; após a tempestade vem a bonança. Os amigos diziam que a Natureza tem aversão ao vácuo. Não podemos destruir ou aniquilar uma paixão. Se ela for expulsa, uma outra influência elemental tomará o seu lugar. Não deveríamos, portanto, tentar destruir o inferior sem pôr algo em seu lugar, mas de fato deveríamos substituir o inferior pelo superior; o vício pela virtude, e a superstição pelo conhecimento." 

(Helena Blavatsky - Ocultismo Pático - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23/33)


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

AME A ESSÊNCIA


“Amor não é aquele que só consegue amar a perecível forma.

Por ser fácil, é vulgar amar a formosura da forma.

Esse amor, que não vai além do apetite estético, é tão vulnerável quanto a própria beleza transitória. Dura somente o tempo que dura aquilo que o tempo, a doença e a morte desfiguram e extinguem.

O Amor liberto do tempo, das injunções existenciais, o Amor que perdura, os vulgares não conhecem, pois não entendem o que é amar a Essência, que transcende as formas.

Somente os que já conseguiram penetrar em algumas camadas mais sutis e profundas de seu próprio universo interno, portanto, mais longe do ilusório, são capazes da libertadora aventura, da transcendente ventura de Amar.

Este amar Real também goza a forma.

Mas, em realidade, ama a Essência, que lhe dá Eternidade, Infinitude, Transcendência, Felicidade, Plenitude.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 223)


BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS, PORQUE ELES ALCANÇARÃO MISERICÓRDIA


"A misericórdia é uma espécie de angústia paternal diante das imperfeições de um filho que incidiu no erro. É uma qualidade intrínseca da Natureza Divina. A história da vida de Jesus está repleta de relatos de uma misericórdia divinamente manifestada em suas ações e personalidade. Nos sublimes filhos de Deus que alcançaram a perfeição, vemos revelado o oculto Pai transcendente assim como Ele é. O Deus de Moisés é descrito como um Deus de ira (embora eu não acredite que Moisés, que falava com Deus “face a face como um homem fala a seu amigo”, tenha alguma vez considerado Deus como o tirano vingativo retratado no Antigo Testamento). Mas o Deus de Jesus era tão bondoso! Foi essa bondade e misericórdia do Pai que Jesus expressou quando, em vez de condenar e destruir seus inimigos que o crucificavam, pediu ao Pai que os perdoasse, “porque não sabem o que fazem”.

Com o paciente coração de Deus, Jesus considerava a humanidade como pequenas crianças sem compreensão. Se uma pequenina criança apanhasse uma faca para atacá-lo, você não desejaria matá-la em retaliação. Ela não sabe o que faz. Quando consideramos a humanidade assim como um bondoso pai vela por seus filhos e está disposto a sofrer por eles, para que possam receber algo da luz e do poder de seu espírito, então nos tornamos semelhantes a Cristo: Deus em ação.

Somente os sábios podem ser realmente misericordiosos, pois, com divino discernimento, percebem até mesmo os malfeitores como almas – filhos de Deus que merecem compaixão, clemência, ajuda e orientação quando se desviam do caminho. A misericórdia abrange a capacidade de ser útil; somente almas qualificadas ou evoluídas são capazes de ser úteis de uma forma prática e misericordiosa. A misericórdia se expressa de forma útil quando a angústia paternal abranda a severidade do julgamento rigoroso e oferece não apenas perdão, mas genuíno auxílio espiritual para eliminar o erro de um indivíduo.

Os que são moralmente fracos mas desejam ser bons, o pecador (aquele que contraria sua própria felicidade desprezando as leis divinas), os que sofrem de senilidade física, deterioração mental e ignorância espiritual – todos necessitam do amparo misericordioso de almas cujo desenvolvimento interior as qualifica para oferecer compreensiva ajuda. As palavras de Jesus estimulam o devoto: “A fim de receberdes a misericórdia divina, sede misericordiosos para convosco, tornando-vos espiritualmente qualificados; e sede misericordiosos também para com os outro filhos de Deus que se encontram na ilusão. As pessoas que de todas as formas estão sempre progredindo e que compassivamente reconhecem e suavizam a carência de um desenvolvimento integral nos demais irão certamente enternecer o coração de Deus, obtendo para si próprias Sua misericórdia infinita e incomparavelmente benévola.”

 (Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 87/88)


A ORIGEM DO SECTARISMO


“As práticas religiosas são estabelecidas pelos profetas na forma de doutrinas. Homens de intelecto limitado, não conseguindo interpretar o verdadeiro significado dessas doutrinas, aceitam sua expressão exotérica ou externa e, gradualmente, caem nas formalidades, convenções e práticas rígidas. Essa é a origem do sectarismo.

O descanso no dia de sábado foi erroneamente interpretado como a obrigação de evitar todo tipo de trabalho – inclusive o trabalho religioso. Esse é o perigo em que incorrem os homens de entendimento limitado. Devemos recordar que não fomos feitos para o sábado, mas o sábado foi feito para nós; não fomos feitos para as regras, mas as regras foram feitas para nós; elas mudam conforme mudamos. Devemos aderir à essência de uma regra, e não nos aferrar dogmaticamente à sua forma.

Para muitos, mudar as formas e os costumes implica mudar de uma religião para outra. Não obstante, o significado mais profundo das doutrinas de todos os diferentes profetas é essencialmente o mesmo. A maioria das pessoas não compreende isso.

Há um perigo semelhante no caso daqueles que são dotados de grande capacidade  intelectual; eles tentam conhecer a Verdade Suprema apenas pelo exercício do intelecto; mas a Verdade Suprema só pode ser conhecida por experiência direta. A experiência direta é diferente da mera compreensão. Não nos é possível compreender intelectualmente a doçura do açúcar se não o tivermos provado. Do mesmo modo, o conhecimento religioso decorre da experiência mais profunda de nossa própria alma. Frequentemente nos esquecemos disso quando procuramos aprender a respeito de Deus, dos dogmas religiosos e da moralidade. Raramente buscamos conhecer essas coisas através da experiência religiosa interior.

É lamentável que homens de grande capacidade intelectual – bem-sucedidos no uso da razão para descobrirem as verdades profundas das ciências naturais e de outros campos do saber – pensem que também serão capazes de compreender intelectualmente as verdades religiosas e morais superiores. É também lamentável que o intelecto ou a razão desse s homens, em vez de lhes servir de ajuda, frequentemente constituem barreiras à sua compreensão da Verdade Suprema pelo único meio possível: experimentá-la na própria vida .”

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 59/60)


ENCONTRO CONTIGO MESMO

"Quantas vezes te encontras com teus amigos?

E nunca te encontras contigo mesmo?

Não com o teu ego externo - sim com o teu Eu interno...

O encontro com o teu centro resolveria os problemas das tuas periferias.

O encontro com tua alma resolveria os problemas da tua mente e do teu corpo.

Marca, cada manhã cedo, um encontro com tua alma.

Longe de todos os ruídos da tua mente e do teu corpo.

Isola-se em profundo silêncio e solidão.

Esvazia-te de tudo que tens - e serás plenificado pelo que és.

Faze do teu ego uma total vacuidade - e serás plenificado pelo Eu divino.

Onde há vacuidade acontece uma plenitude - é esta a maravilhosa matemática do Universo.

Entra, cada manhã, num grande silêncio - num silêncio pleniconsciente.

No silêncio da presença.

No silêncio da plenitude.

Abre os teus canais rumo à fonte cósmica - e as águas vivas do Universo fluirão através de teus canais.

E nunca mais te sentirás frustrado, angustiado, infeliz.

Esse encontro com o teu centro de energia beneficiará todas as periferias da tua vida diária.

Até os trabalhos mais prosaicos de parecerão poéticos.

E as pessoas antipáticas te serão simpáticas.

Nenhuma injustiça te fará injusto.

Nenhuma maldade te fará mau.

Nenhuma ingratidão te fará ingrato.

Nenhuma amargura te fará amargo.

Nenhuma ofensa te fará ofensor nem ofendido.

E estenderás o arco-íris da paz sobre todos os dilúvios das tuas lágrimas.

Se te encontrares contigo mesmo...

Isola-te, numa hora de profundo silêncio e solidão.

Mais tarde, serás capaz de estar a sós contigo em plena sociedade, no meio da tua atividade profissional.

E então terás resolvido definitivamente o problema da tua vida terrestre.

O mundo de Deus não te afastará mais do Deus do mundo."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 166/167).


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

FAZER O BEM


“Fazer o bem aos outros tem sido enunciado como o dever-síntese da caridade.

Mas... Ninguém consegue fazer bem somente aos outros.

Igualmente, ninguém consegue fazer o bem somente a si mesmo. Refiro-me, evidentemente, ao verdadeiro bem, àquele que não implica prejuízo para outrem e não se confunde com interesses e nem com objetivos imediatistas tacanhos.

O suposto bem que os egoístas buscam, em realidade, é o mal para todos.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 184)


VENCER A BATALHA DA VIDA COTIDIANA


“Um torrão de areia não pode suportar o efeito erosivo das ondas do mar; uma pessoa a quem falte paz interior imperturbável não pode permanecer tranquila durante o conflito mental. Mas, do mesmo modo que o diamante permanece imutável não importa quantas ondas rodopiem em torno dele, também um indivíduo cuja paz está consolidada permanece radiante e sereno mesmo quando as provações o acometem de todos os lados. Por meio da meditação, vamos resgatar das tormentosas águas da vida o diamante da imutável consciência da alma, que cintila com a alegria sempiterna do Espírito.

Do mesmo modo que certo treinamento é necessário para o empenho na arte da guerra, também é necessário um treinamento para nosso envolvimento com as batalhas da vida ativa. Os guerreiros destreinados logo são mortos no campo de batalha; assim também, na vida ativa, os indivíduos que não têm treino na arte de preservar sua paz interior são rapidamente perfurados pelas balas da preocupação e da inquietude.

Se você puder manter a paz interior, nisso reside sua vitória suprema. Não importa sua situação na vida, jamais a considere uma justificativa para você perder a paz. Quando a paz desaparece e você não pode pensar com clareza, perdeu a batalha. Se jamais perder a paz, você descobrirá que será sempre vitorioso, não importa o resultado de seus problemas. Este é o modo de conquistar a vida.” 

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 12/13)


TIRE DA MENTE QUALQUER DÚVIDA DE QUE DEUS RESPONDERÁ


 “Você precisa tirar da mente qualquer dúvida de que Deus responderá. A maior parte das pessoas não obtém resposta por causa da descrença. Se você estiver absolutamente determinado no sentido de que vai conseguir algo, nada poderá detê-lo. Quanto desiste é que você dita o veredicto contra você mesmo. O homem de êxito não conhece a palavra “impossível”.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization Fellowship – Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro – p. 100)


SUGESTÕES PRÁTICAS PARA A VIDA DIÁRIA - I

"Levanta cedo, logo que tenhas despertado, sem ficar deitado indolentemente na cama, meio sonolento e meio desperto. Então reza com fervor pedindo para que toda a Humanidade possa ser regenerada espiritualmente, que aqueles que estão lutando no caminho da verdade possam ser encorajados por tuas preces, que trabalhem com mais ardor e que obtenham sucesso, e que tu possas ser fortalecido e não ceder às seduções dos sentidos. (...) Quando estiveres tomando banho, exercita, durante todo o tempo, a tua vontade, para que as tuas impurezas morais sejam levadas pela água juntamente com as demais impurezas do teu corpo. Em teu relacionamento com os outros, observa as seguintes regras.

1. Nunca faças aquilo que não estejas comprometido a fazer como teu dever; isto é, nunca faças qualquer coisa desnecessária. Antes de fazer algo, pensa se é teu dever fazê-lo.

2. Nunca digas uma palavra desnecessária. Pense nos efeitos que tuas palavras podem produzir antes de pronunciá-las. Nunca te permitas violar teus princípios por força de tuas companhias.

3. Nunca permitas que qualquer pensamento desnecessário ou vão ocupe a tua mente. Isso é mais fácil de dizer do que fazer. Não podes esvaziar tua mente de uma só vez. Por isso, no início, tenta evitar pensamentos maus ou ociosos, antes ocupando a tua mente com a análise de tuas próprias faltas, ou com a contemplação daqueles que são Perfeitos.

4. Durante as refeições exercita a tua vontade, de modo a que o teu alimento seja apropriadamente digerido a fim de formar para ti um corpo em harmonia com tuas aspirações espirituais, que não gere paixões maléficas e maus pensamentos. Come apenas quando tiveres fome e bebe apenas quando tiveres sede, nunca de outro modo. Se um prato especial atrai o teu paladar, não te permitas ser seduzido a comê-lo para satisfazer aquele desejo ardente. Lembra-te de que o prazer não existia alguns segundos antes, e que cessará de existir alguns segundos depois; de que é um prazer transitório, e que aquilo que agora é um prazer irá tornar-se dor se tu o ingerires em demasia; de que dá prazer apenas à língua; lembra-te de que se te afligires em demasia para obter tal prato, e te permitires ser seduzido por ele, não terás qualquer tipo de pudor para consegui-lo; de que uma vez que existe outro objeto que te possa trazer felicidade eterna, convergir teus desejos para algo transitório é pura tolice; de que tu não és nem o corpo nem os sentidos, e portanto o prazer e as dores que eles experimentam jamais poderão realmente te afetar, e assim por diante. Pratica a mesma série de raciocínios no caso de qualquer outra tentação, e ainda que venhas a falhar muitas vezes, mesmo assim, com toda a certeza, chegarás ao êxito. Não leias em demasia. Se leres por dez minutos, reflete por outras tantas horas. Habitua-te à solidão e a permanecer só com os teus pensamentos. 

Acostuma-te ao pensamento de que ninguém além de ti pode dar-te assistência, e desapega-te de tuas afeições em relação a todas as coisas gradualmente. Antes de dormir, reza como fizeste pela manhã. Faz uma revisão das ações do dia, vê onde tu falhaste e resolve então que não falharás nas mesmas coisas amanhã¹.

1. The Theosophist, ago, 1889, p. 647.

(Helena Blavadsky - Ocultismo Prático - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13/22


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

BUSCAI PRIMEIRO O REINO DE DEUS E TODAS AS COISAS VOS SERÃO ACRESCENTADAS

“As pessoas, na maior parte, pensam que se primeiro adquirirem prosperidade e segurança material podem, em seguida, pensar em Deus. Esse adiamento, porém, apenas leva a um círculo vicioso de insatisfação infinda. É preciso que Deus seja encontrado primeiro. Ele é a maior necessidade da vida, porque Ele é a Fonte da felicidade e da segurança duradouras. Se a consciência da presença Dele vier a você uma só vez, você saberá o que é a verdadeira felicidade. Se, por uma única vez, você tiver esse real contato com Deus, compreenderá que quando você O tem o universo está a seus pés. Deus é aquele que lhe dá tudo; é preciso que ele esteja sempre com você.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma - Self-Realization Fellowship – Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro - p. 67)


O PRECONCEITO É FRUTO DA IGNORÂNCIA

“Todos somos filhos de Deus, desde nossa origem até a eternidade. As diferenças surgem de preconceitos, e o preconceito é fruto da ignorância. Não devemos nos identificar orgulhosamente como americanos, indianos, italianos, ou qualquer outra nacionalidade, pois isso é apenas um acidente de nascimento. Acima de tudo, devemos nos orgulhar de sermos filhos de Deus, feitos à Sua imagem. Não é essa a mensagem de Cristo? 

Jesus, o Cristo, é um excelente modelo a ser seguido, tanto pelo Oriente quanto pelo Ocidente. O divino selo “filho de Deus” está oculto em cada alma. Jesus citou as escrituras: “Sois deuses”. 

Retirem as máscaras! Revelem-se como filhos de Deus – não por meio de proclamações vãs e preces decoradas, demonstração de sermões formulados intelectualmente e planejados para glorificar a Deus e angariar convertidos, mas por meio da realização! Identifiquem-se não com o intolerante fanatismo disfarçado de sabedoria, mas com a Consciência Crística. Identifiquem-se com o Amor Universal, expresso no serviço material e espiritual a todos; então saberão quem foi Jesus Cristo e poderão afirmar, em suas almas, que somos todos uma só família, filhos do Deus Único!” 

 (Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 20/21)



AMOR - CAMINHO PARA DEUS


“Há muitos modos de encontrar Deus; mas, em todos, a necessidade de devoção é fundamental. Qual é a base de todos os relacionamentos entre pessoas, o que as atrai, senão o amor? O que nos atrai a uma criança senão o amor? O que nos atrai a um indivíduo senão o amor? É uma tremenda força neste mundo. Quando você olha atentamente para uma criança e diz “Eu te amo, meu filho”, o pequenino acredita em você. Mas se a mãe diz “eu te amo” enquanto sua atenção está em outro lugar, a criança diz: “Mamãe, olhe para mim. Diga isso para mim.” Você não acha que o Divino sente a mesma coisa?”

(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 92)


ROUPA SUJA


"Terminara, finalmente, o insigne poeta o seu árduo trabalho; grandioso poema sobre as maravilhas de Deus na ordem do cosmos. 

E agora, numa roda de amigos e admiradores, declamava o mais belo capítulo da obra-prima do seu engenho.

Foi um assombro!...

De tamanha beleza eram as idéias, tão profundos os conceitos, tão cintilantes as frases, tão suaves as cadências dos períodos, que os ouvintes se quedaram como que extáticos de enlevo...

E quando o poeta, no auge do entusiasmo, perorava a mais grandiosa página do estupendo poema - ouviu-se bater à porta da sala...

Mais se avolumou a voz do inspirado bardo, mais vibrante se tornou o seu estro, para abafar o ruído do inoportuno visitante. 

Persistem, porém, na porta, os golpes indiscretos. 

Interrompe então o cantor das grandezas de Deus a faiscante cadeia de idéias e, contrariado, com um arranco violento, abre a porta.

"Por obséquio, sr. doutor, a sua roupa suja" - diz uma vozinha tímida, coando dos lábios pálidos duma menina magríssima.

É a filha da pobre lavadeira.

"Agora não posso, menina! Venha amanhã!...

"Mas... a mamãe fica sem serviço... e sem pão... Somos tão pobres... Por favor, sr. doutor, a sua roupa suja..."

"Não posso, já disse!"

Com estrondo infernal se fecha a porta na cara da menina pálida.

Por entre tempestades de aplausos termina a declamação da grande apoteoso, que elaborou pela maior glória de Deus.

Felicitações, abraços, sorrisos, elogios, luminosas perspectivas...

Altas horas da noite...

Surge do seio das trevas o rosto pálido duma menina paupérrima...

Corre pelo quarto olhares sonâmbulos... Apanha da mesa os originais do poema - folha por folha, e rasga-as em mil pedaços...

E jogando-as ao cesto de papéis, murmura: "Roupa suja". E desaparece...

O poeta acorda... Os originais lá estão, intatos...

E põe-se a pensar, pensar, a pensar...

É verdade que escrevi este poema pela maior glória de Deus?...

Se é verdade, por que não cantei, ontem à noite, o mais belo de todos os poemas do mundo - o poema da caridade?...

Por que não entreguei à pobrezinha a minha roupa suja?...

Por que preferi à caridade a minha vaidade?...

Levantou-se e resolveu, logo de manhã, enregar à filha da lavadeira a roupa suja que ela pedira - e lavou com as lágrimas de arrependimento a "roupa suja" que tinha dentro da alma...

E o seu coração cantou em silêncio o mais lindo poema de humanidade...

O poema divino do Nazareno..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 65/66)


A TRANQUILIDADE É O ALENTO DA IMORTALIDADE


“Aqueles que meditam profundamente sentem um maravilhoso silêncio interior.

A tranquilidade é um dos atributos da imortalidade em você. (...) Quando você está preocupado, há uma estática no seu rádio mental. A canção de Deus é o cântico da tranquilidade. O nervosismo é a estática; a tranquilidade é a voz de Deus falando com você pelo rádio da alma.

O nervosismo é o servo da transformação e da morte. Quando você é tranquilo, nem mesmo a morte pode atemorizá-lo, porque você sabe que é um deus.

A tranquilidade é o alento vivo da imortalidade de Deus em você.

Quanto mais você sente paz na meditação, mais próximo está de Deus. Ele se chega a você, cada vez mais perto, à medida que você entra mais profundamente em meditação. A paz na meditação é a linguagem e o abraço confortador de Deus.

Aprenda a viver na eterna felicidade e paz que Deus é.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 08/09)


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O SIGNIFICADO DO ATO DE "DAR"


“Atirando a moeda ao mendigo, pensava um homem:

- Com isto, afasto do meu destino vir a ser igual a ele.

Era um covarde.

Um outro deu a esmola, convencido de que “dar aos pobres é emprestar a Deus”.

Era um mercenário.

Um homem ajudou ao mendigo porque via na esmola, no mendigo, no ato de dar, e em si mesmo o próprio Ser Supremo.

Era um santo.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Nova Era, Rio de Janeiro – p. 156)


OS OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO


“Educação é muito mais do que transmitir conhecimentos e habilidades por meio dos quais se atingem objetivos limitados. É também abrir os olhos das crianças para as necessidades e direitos dos outros.

Precisamos mostrar às crianças que suas ações têm uma dimensão universal e encontrar uma forma de estimular seus sentimentos naturais de empatia para que venham a ter uma noção de responsabilidade afetiva em relação aos outros.

É isso que nos motiva a agir.”

(Dalai-Lama – O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 42)


AGUARDA, NÃO QUEREM TE OUVIR



“Guarda teu violino. Não insistas, Ninguém te quer escutar. Não agridas com a maviosidade de teu instrumento, com a beleza de tua melodia, a batucada dos que desejam apenas divertir-se, atordoar-se. Espera. Depois, toca.”


(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 61)




EXAMINE SUA VIDA COM SINCERIDADE


“Olhando o imenso panorama deste mundo, as multidões que passam a vida em corre-corre, não há como não se indagar para que tudo isso. Aonde estamos indo? Por que motivo? Qual é o modo melhor e mais seguro de chegarmos ao nosso destino?

A maior parte de nós corre precipitadamente, sem nenhum objetivo ou plano, como automóveis descontrolados. Correndo irrefletidamente pela estrada da vida, sem saber para onde, deixamos de perceber o propósito de nossa viagem, dificilmente reparamos se entramos por um desvio colateral que não leva à parte alguma ou se estamos na reta que conduz diretamente ao nosso destino. Como podemos encontrar a meta se jamais pensamos nela?

Você permitiu que se vida ficasse envolvida por forças aparentemente mais fortes que você mesmo? Sua vida está sob controle? Não se afunde na rotina da mediocridade. Eleve-se da multidão. Saia da monotonia sufocante para um vida mais refinada e colorida de realização e paz sempre renovada.

Pergunte-se qual é o propósito de sua vida. Você foi feito à imagem de Deus, que é seu verdadeiro Eu. Perceber a imagem de Deus em seu interior é o êxito definitivo – alegria infinita, realização de todos os desejos, vitória sobre todas as dificuldades do corpo e ataques do mundo.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 10/11)


O "EU"


“A única dor verdadeira – eu.

Apenas um verdadeiro mal – eu.

Só uma cruz eu vejo – eu.

A mais desgraçada de todas as distâncias – eu.

Não há outra doença senão – eu.

Quem usurpa minha essência? – eu.

Fragilidade, conflito, neurose são – eu.

Os grilhões que limitam são feitos de – eu.

Mas, o que mais admiro, a quem mais sirvo, alimento e defendo, ainda, infelizmente, é - meu eu.

Este é o drama de todos os homens.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Nova Era, Rio de Janeiro – p. 171/172)


ALCANCE O REINO DE DEUS


"Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus"
  
“Estas palavras escolhidas por Jesus sugerem sua familiaridade com a doutrina espiritual do Oriente relativa à reencarnação. Um dos significados que decorrem desse preceito é que a alma precisa nascer repetidas vezes, em vários corpos, até que tome consciência novamente de sua perfeição inata. É uma falsa esperança acreditar que, por ocasião da morte corporal, a alma ingresse automaticamente em uma eterna existência angelical no céu. A menos e até que seja alcançada a perfeição, removendo-se da imagem divina individualizada da alma os resíduos do karma (efeitos das próprias ações), não se pode entrar no reino de Deus.² Ao criar constantemente novos vínculos cármicos por meio de ações erradas e desejos materiais, e ao adicioná-los aos efeitos acumulados de numerosas encarnações anteriores, a pessoa comum não consegue libertar sua alma em uma só vida. Muitas vidas de evolução física, mental e espiritual lhe são necessárias para desfazer-se de todos os obstáculos cármicos que bloqueiam a intuição da alma, o conhecimento puro sem o qual não se pode “ver o reino de Deus”.

O principal significado das palavras de Jesus a Nicodemos está além de uma referência implícita à reencarnação. Isso fica claro com o pedido de Nicodemos por maiores esclarecimentos sobre como um adulto poderá alcançar o reino de Deus: precisaria ele entrar novamente no ventre de sua mãe e renascer? Nos versículos seguintes, Jesus explica como uma pessoa pode “nascer de novo” em uma encarnação atual: como a alma, identificada com o corpo e com as limitações dos sentidos, pode obter, por meio da meditação, um novo nascimento da Consciência Cósmica.”

² “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48)

(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 50/51)


domingo, 16 de dezembro de 2012

ESTABELEÇA A UNIÃO COM O DIVINO


“Na tradição hindu, nada é tão sublime quanto ter um caminho, ser um caminhante e se colocar humildemente as orientações dos ensinamentos. Neste processo, a compreensão do caminho vai se dando pela prática constante e ininterrupta, favorecendo uma amplitude de visão que revela a Realidade de forma mais limpa e genuína. Os véus da ignorância, do apego e do egoísmo vão se atenuando para se descortinar a nossa frente a poderosa percepção daquilo que somos.

Muitos são os meios de se estabelecer a união com o Divino, e cada peregrino necessita encontrar um caminho que faça diferença no processo. A senda precisa ser trilhada com o coração banhado de fé e sustentada nas instruções que vêm de dentro, pois esta é a verdadeira forma de se atingir a outra margem. (...)

A busca é constante, pois aquele que já iniciou sua jornada não tem como regressar. Cada passo para frente é um abismo que se abre atrás e retroceder significa cair no abismo. Sigamos em frente, sentindo o caminho sendo sinalizado pela luz interior, permitindo à mente se abrir e serenizar para perceber que outras sinalizações também surgem como auxílio para os que firmemente desejam realizar a senda.”

(Maria Laura Garcia Packer – A Senda do Yoga - Nova Letra Gráfica & Editora, Blumenau - p. 18/19)