OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A TROCA


“Chega à Verdade aquele que:

- dá o vazio de tudo que tem pela plenitude do Nada;

- troca o concreto do existir pelo abstrato do Ser;

- prefere o suposto irreal do Espírito à suposta realidade da matéria;

- deixa a liberdade do mundo pela servidão a Deus.”
Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 96)

OS MALEFÍCIOS DO MEDO

"O medo desenvolve um magnetismo maligno, atraindo para si os objetos temidos, assim como o imã atrai um pedaço de ferro; com isso, nossos sofrimentos aumentam. O medo intensifica e amplia cem vezes as dores físicas e as agonias mentais; é destrutivo para o coração, para o sistema nervoso e para o cérebro. O medo paralisa a iniciativa mental, a coragem, o discernimento, o bem senso, a força de vontade e a consciência de evitar o perigo. O medo contamina o sentimento e a criatividade e, assim, pode exercer grande influência sobre a mente subconsciente, a ponto de aniquilar completamente os esforços voluntários da mente consciente. O medo lança um véu sobre a intuição, encobrindo a força onipotente da sua confiança natural, que brota intuitivamente da alma toda-poderosa. (...)

Quando você se sente ameaçado pela possibilidade de sofrer algum dano, não deixe que o temor mental interfira na máquina interna da consciência, que tudo cria. Em vez disso, use o medo como estímulo para manipular a máquina interna da consciência e fazê-la produzir algum dispositivo mental que instantaneamente elimine a causa do medo. Os dispositivos mentais para escapar do medo são tão numerosos que precisam ser especialmente fabricados na máquina da consciência - que tudo consegue - de acordo com as necessidades específicas e extraordinárias do indivíduo. Assim, quando confrontado com o perigo ou com qualquer experiência prejudicial, não fique parado. Faça logo alguma coisa com calma, mas faça alguma coisa, reunindo toda a força de sua vontade e discernimento. A força de vontade é o combustível ou poder motivador que faz funcionar a máquina da atividade." 

(Paramahansa Yogananda - Viva sem Medo - Self-Realization Fellowship - p. 15/17)


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O HOMEM PUNE A SI PRÓPRIO QUANDO LHE FALTA FÉ


“É uma incoerência pensar que Deus condene como pecadores aqueles que não creem Uma vez que o Próprio Senhor habita em todas as criaturas, a condenação significaria Sua própria e completa ruína. Deus jamais pune o homem por não acreditar Nele; é o homem que pune a si próprio. Se alguém não acreditar no dínamo e corta os fios que conectam sua casa àquela fonte, ele se priva das vantagens da energia elétrica. Da mesma forma, rejeitar a inteligência que é onipresente em toda a criação significa negar à consciência o seu vínculo com a Fonte de sabedoria divina e o amor que possibilita o processo de ascensão ao Espírito.” 

(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 72)


DEUS CONHECE AS TUAS FRAQUEZAS

“Uma de nossas maiores fraquezas é que temos medo de Deus. Receamos reconhecer, diante Dele, as coisas que afligem profundamente nossa alma, coração e consciência. Mas isso está errado. O Amado Divino é o primeiro a quem você deveria relatar todos os seus problemas. (...) Por quê? Porque, muito antes de você mesmo reconhecer suas fraquezas, Deus já as conhecia. Você não vai contar nada de novo a Ele. Mas há um maravilhoso alívio para a alma quando você pode desabafar com Deus.”

(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração - Ed. Self-Realization Fellowship, p. 49)


A IMANÊNCIA DE DEUS

“O reconhecimento da imanência de Deus pode ter início de forma muito simples, com a expansão do amor em um círculo cada vez mais amplo. O homem se condena à limitação sempre que pensa apenas em seu pequeno eu, sua família, sua nação. Intrínseco à evolução da natureza e do homem de volta para Deus está o processo de expansão. O exclusivismo da consciência de família – “nós quatro e ninguém mais” – é errado. Excluir a família mais vasta da humanidade significa excluir o Cristo Infinito. Aquele que se desvincula da felicidade e do bem-estar dos outros já se condenou ao isolar-se do Espírito que permeia todas as almas, pois quem não se expande em amor e serviço ao Deus presente nos outros, desconsidera o poder redentor da conexão com a universalidade de Cristo. Todo ser humano recebeu o poder de fazer o bem; se ele deixa de utilizar tal atributo, seu nível de evolução espiritual não é muito superior ao egoísmo instintivo do animal.
O amor puro nos corações humanos irradia o amor universal de Cristo. Expandir continuamente o círculo do amor significa sintonizar a consciência humana com o Filho unigênito. O amor aos membros da família é o primeiro passo para a expansão do amor que sentimos por nós mesmos, de modo a incluir os que nos são próximos; amar todos os seres humanos, de qualquer raça ou nacionalidade, significa conhecer o amor de Cristo.”
 (Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 73/74)


domingo, 9 de dezembro de 2012

DEUS ESTÁ SEMPRE PRESENTE


“O Divino está sempre presente. Não é que apareça subitamente de algum ponto no espaço e se aproxime de nós. Está sempre conosco, mas não o sabemos, porque nossas mentes não estão com Ele. Permitimos que estado de ânimo, agitações emocionais, sensibilidade excessiva, raiva e a incompreensão que se origina disso tudo perturbem e obscureçam tanto a nossa percepção que continuamos alheios à presença Dele.”


(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 36)





A CONSCIÊNCIA CRÍSTICA UNIVERSAL

“A confusão entre “filho do homem” e “unigênito Filho de Deus” criou muito fanatismo na comunidade do “igrejismo”, que não compreende ou reconhece o elemento humano em Jesus – que ele era um homem, nascido em um corpo mortal, e que havia desenvolvido sua consciência para tornar-se um com o Próprio Deus. Era a consciência presente em Jesus – e não o seu corpo – que estava unida ao Filho unigênito, a Consciência Crística, o reflexo único de Deus-Pai na criação. Ao exortar as pessoas a crerem no Filho unigênito, Jesus se referia a essa Consciência Crística, plenamente manifestada nele próprio e em todos os mestres de realização divina ao longo das eras, e que está latente em cada alma. Jesus afirmou que todas as almas que levantem sua consciência material (consciência de Filho do homem) para o céu astral, unindo-se em seguida à Inteligência Crística unigênita presente em toda a criação, conhecerão a vida eterna.
Acaso esta passagem bíblica significa que todos os que não aceitem Jesus, ou não creiam nele como seu Salvador, serão condenados? Esse é um conceito dogmático de condenação. O que Jesus quis dizer foi que todo aquele que não se perceba como unido à Consciência Crística universal está condenado a viver e a pensar como um mortal em luta, limitado pelas fronteiras dos sentidos, pois terá essencialmente se dissociado do Princípio Eterno da vida.
 Jesus jamais se referiu à sua consciência de filho do homem ou a seu corpo como o único salvador através dos tempos. Abraão e muitos outros foram salvos antes mesmo do nascimento de Jesus. É um erro metafísico referir-se à pessoa histórica de Jesus como o único salvador. A Inteligência Crística é o redentor universal. Como reflexo único do Espírito Absoluto (o Pai) onipresente no mundo da relatividade, o Cristo Infinito é o único mediador ou elo entre Deus e a matéria, por meio do qual todos os indivíduos constituídos de matéria – independentemente das diferentes castas ou credos – precisam passar a fim de alcançar Deus. Todas as almas podem libertar sua consciência confinada à matéria e imergir na vastidão da Onipresença, sintonizando-se com a Consciência Crística.
Jesus disse: “Quando levantardes o filho do homem, então conhecereis quem Eu sou”. Ele estava ciente de que seu corpo físico permaneceria no plano terreno por pouco tempo. Assim, deixou claro àqueles para quem ele era o salvador que, quando seu corpo (filho do homem) tivesse partido da Terra, as pessoas ainda poderiam encontrar Deus e a salvação crendo no Filho de Deus unigênito e onipresente, e conhecendo-o. Jesus enfatizou que todo aquele que viesse a crer em seu espírito como o Cristo Infinito nele personificado descobriria o caminho para a vida eterna, por meio da ciência meditativa da ascensão interiorizada da consciência.”
 (Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self Realization Fellowship – p. 69/70)

sábado, 8 de dezembro de 2012

CORAGEM E RESIGNAÇÃO - CAMINHOS PARA A FELICIDADE


“Sem resignação impossível é ser feliz.

Ai daqueles que esperam, desejam ou supõem poder viver sem a presença de algumas lágrimas!

Sem coragem e resignação a felicidade não existe.

Sem coragem, a resignação pode ser apenas covardia.

Não faz ninguém feliz a pseudo-resignação dos que se dão por vencidos mesmo antes de a luta começar. O mesmo digo da resignação pelo inevitável imposta.

A resignação-bênção é a resignação-oferenda com que santos e sábios depõem aos pés do Senhor tudo o que são e o que ainda não são, tudo o que têm bem como todas as carências de que padecem.

A felicidade é daqueles que continuam valentes, embora batidos, ulcerados, preteridos, despojados, desprezados, traídos, injustiçados... É daqueles que sempre se levantam do chão onde a adversidade os lançou.

A felicidade é patrimônio dos que limpam o sangue dos olhos para poderem continuar vendo o horizonte que os atrai.”
(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 64/65)

AUTO-AMOR E ALO-AMOR

“Amar o próximo como a mim mesmo?

Então eu devo amar a mim mesmo?

Não me devo odiar?

Mas, se eu amo a mim mesmo, não é isso egoísmo? Não é amor-próprio?

Sim, amar a si mesmo é amor-próprio – mas não é egoísmo.

Amor-próprio é auto-amor incluindo alo-amor.

Egoísmo é auto-amor, excluindo alo-amor.

Todos os Mestres mandam que o homem ame os outro como ama a si mesmo.

Todos recomendam auto-amor como ponto de referência para o alo-amor.

Quem não tem auto-amor não existe.

Ausência de auto-amor é inexistência.

Se o meu Eu central não fosse Deus, não me poderia eu amar sem ser egoísta.

Se o meu Eu não fosse idêntico ao Deus no Tu, não poderia eu amar o Tu.

Se Eu e o Pai não fôssemos um, como poderia eu amar a Deus com toda a minha alma, com toda minha mente, com todo o meu coração e com todas as minhas forças?

Todo o amor verdadeiro é auto-amor, porque é teo-amor.

E esse teo-amor é tu-amor.

Por isso posso eu amar o Deus no Eu como amo o Deus no tu – como amo o Deus em Tudo.

Quem vê Deus em tudo pode amar tudo em Deus.

O Deus do mundo no mundo de Deus.

Mas, como poderia eu amar o Deus em si, se não conheço o Deus em mim?

Conhecer a verdade em mim é conhecer o Deus da verdade.

Verdade é liberdade – liberdade é felicidade.

Por isso, orava Santo Agostinho: “Deus, conheça eu a ti, para que me conheça a mim”.

Quem conhece o seu Eu central, e não apenas o seu ego periférico, esse conhece Deus.

Por isso, dizia o Mestre: “Amarás o Senhor, teu Deus”.

Não por acaso, a palavra Eu está contida na palavra D(EU)S.

Como poderia eu amar a Deus que não estivesse em mim?

E como poderia eu amar um Tu sem amar o Eu?

Deus no Eu e Deus no Tu.”

(Huberto Rohden, De Alma para Alma – Ed. Martin Claret, São Paulo – p. 181/182)


APRENDA A AMAR A DEUS PROFUNDAMENTE


“Aprenda a amar a Deus profundamente. Se não souber como, então ore incessantemente: “Senhor, ensina-me a Te amar. (...) Dá-me amor. Encontro-me diante de Ti com todas as minhas frustrações, angústias, tristezas e decepções, ansiando por compreensão. (...) Ensina-me o que é o amor.” Vai chegar a hora em que a mente estará tão completamente assentada na beatífica presença de Deus em seu interior, que apenas pronunciar o nome Dele uma vez fará com que esse amor venha até você.”  

(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração - Ed. Self-Realization Fellowship, p. 62)


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

DESVELAR O SIGNIFICADO DOS SÍMBOLOS


“REPARA, AMIGO: O MUNDO, os homens, a paisagem...

Tudo é símbolo.

Um símbolo nada consegue ser se não puder manifestar a alguém o seu significado, se não puder desvelar aquilo que ele oculta...

Desvelar é desafio.

Descobrir o que o véu esconde é experiência redentora. É ação criadora. É participação na obra e nos mistérios Daquilo que, embora Onipresente, ainda não conseguimos ver”

Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 133)

A CAUSA FUNDAMENTAL DA DOR E DO SOFRIMENTO


“(...) devemos afirmar, com base em nossa experiência universal, que estamos sempre conscientes de nós mesmos como o poder ativo que desempenha todos os nossos atos mentais e corporais. Com efeito, estamos desempenhando muitas funções diferentes: perceber, pensar, recordar, sentir, agir, etc. Contudo, sob essas funções podemos perceber que existe um “ego” ou “eu” que as governa e que se julga substancialmente o mesmo ao longo de toda a sua existência passada e presente.

Diz a Bíblia: “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Coríntios 3:16). Todos nós, como indivíduos somos muitos Entes espirituais, reflexos do bem-aventurado Espírito Universal: Deus. Assim como aparecem muitas imagens do único sol quando este se reflete em diversas vasilhas cheias d’água, também a humanidade está dividida em muitas almas, que ocupam esses veículos corporais e mentais, estando portanto externamente separados do único Espírito universal. Na realidade, Deus e o homem são um, e a separação é apenas aparente.

Então, se somos bem-aventurados Entes espirituais refletidos, por que é que somos totalmente inconscientes de nosso estado de bem-aventurança, estando sujeitos à dor e ao sofrimento físico e mental? A resposta é que o Eu espiritual foi trazido ao presente estado (não importa por qual processo) quando se identificou com um veículo corporal transitório e uma mente inquieta. Assim identificado, o Eu espiritual sente-se triste ou feliz quando o corpo e a mente experimentam, respectivamente, um estado doentio e desagradável ou um estado saudável e agradável. Por causa dessa identificação, o Eu espiritual está sendo o tempo todo perturbado pelos estados transitório do corpo e da mente. 

Tomemos como exemplo um fenômeno de identificação imaginária: a mãe que se identifica profundamente com seu filho único sofre e sente dor intensa ao saber da morte dele – seja uma morte real, seja um simples boato -, embora ela possa não sentir tal aflição se vier a saber da morte do filho de uma vizinha com o qual não se identifica. Agora podemos ter uma idéia da consciência quando a identificação é real e não apenas imaginária. Portanto, o sentimento de identificação com o corpo transitório e com a mente inquieta é a fonte ou a causa fundamental da infelicidade de nosso Eu espiritual.

“Em virtude dessa identificação (identificação do Eu espiritual com o corpo e a mente ser a causa primordial da dor), o Eu espiritual parece ter certas tendências mentais e físicas. O desejo de satisfazer essas tendências cria uma carência, e carência produz dor. Pois bem, essas tendências ou inclinações são naturais ou artificiais: tendências naturais que produzem necessidades naturais, e tendências artificiais que produzem necessidades artificiais.

Com o tempo, devido ao hábito, uma carência artificial torna-se uma necessidade natural. A carência, seja de que espécie for, produz dor. Quanto mais carência temos, maiores as possibilidades de sofrer; porque, quanto mais carência temos, mais difícil é satisfazê-las, e quanto mais elas permanecem insatisfeitas, maior é a dor. Aumentemos nossos desejos e carências, e a dor também aumentará. Portanto, se um desejo não encontra uma perspectiva de satisfação imediata, ou se encontra um obstáculo, a dor surge imediatamente.

E o que é o desejo? Nada mais que uma nova condição de “excitação” assumida pela mente – um capricho mental criado por causa das companhias. Assim, o desejo, ou o aumento das condições de excitação da mente, é a origem da dor ou da infelicidade e, também, do equívoco de procurar satisfazer as carências – primeiro, criando-as e aumentando-as e, depois, tentando satisfazê-las com objetos, em vez de diminuí-las desde o início.

Pode parecer que a dor seja algo produzido sem a presença de um desejo prévio, como, por exemplo, a dor de um ferimento. Devemos, porém, observar aqui que o desejo de permanecer saudável – o qual está, consciente ou subconscientemente, presente em nossa mente e cristalizado em nosso organismo fisiológico – foi contrariado, no caso acima, pela presença de um estado patológico, ou seja, a presença do ferimento. Desse modo, quando determinada condição mental de excitação, na forma de um desejo não é satisfeita ou removida, o resultado é a dor. 

Assim como o desejo leva à dor, também leva ao prazer, sendo a única diferença a de que, no primeiro caso, a carência envolvida no desejo não é satisfeita, ao passo que, no segundo, a carência envolvida no desejo parece ser satisfeita pela presença de objetos externos. Mas essa experiência de prazer – resultante da satisfação da carência por meio de objetos – não dura, se desvanece, e retemos apenas a lembrança dos objetos que pareciam te removido essa carência. Eis porque, no futuro, o desejo desses objetos, introduzidos pela memória, ressuscita e desperta uma sensação de carência, a qual, se não satisfeita, novamente leva à dor.”

(Paramahansa Yogananda, A Ciência da Religião, Ed. Self-Realization Fellowship - p. 23/27)


COMUNGUE COM DEUS NA LINGUAGEM DO CORAÇÃO


“Encontre um lugar de recolhimento em sua casa onde possa ficar a sós. Esteja você com o coração pesado ou cheio de alegria e paz de espírito, sente-se tranquilamente e comungue com Deus na linguagem do coração. Se perseverar, definitivamente receberá Sua resposta; não pode ser de outra maneira. Quanto mais conversar com Ele – não em orações pomposas ou papagueadas, mas relacionando-se pessoalmente com Ele nas profundezas de seu coração – tanto mais verá que, de formas inesperadas, começará a sentir a resposta Dele dentro de você. Nós podemos conhecer Deus, podemos comungar com Ele e sentir Seu amor em nossa vida.”

(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração – Ed. Self Realization Fellowship – p. 110/111)



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

AS LEIS E OS HOMENS


“São os homens e não as leis que precisam mudar.

Quando os homens forem bons, melhores serão as leis.

Quando os homens forem sábios, as leis, por desnecessárias, deixarão de existir.

Mas, isto será possível somente quando as leis estiverem gravadas e atuantes no coração de cada um de nós.”

(Hermógenes – Mergulho na Paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 165)





PREPARA-TE PARA A VIDA

“Disseste-me, alma amiga, que a grande tarefa da tua vida era preparar-te para a morte.

Que só desejavas uma boa morte – e nada mais.

Se pensaste às direitas – falaste às avessas.

Tu, que tens saúde, inteligência, preparo –

Tu, que vives a primavera da vida –

Tu, que entras no mundo de braços abertos –

Tu, que inicias a grande viagem –

Não deves falar em preparar-te para a morte – prepara-te para a vida!

Se boa for tua vida – não será má tua morte.

Não sabes que a morte é o corolário da vida?

Ignoras que o morrer é o eco do viver?

Como podia ser má tua morte se boa foi tua vida?

Receais a morte qual negro fantasma?

Por que hesitaria a fruta madura em desprender-se da haste?

Por que se desprenderia com dor o que amadureceu com amor?

Não te prepares para desapegar-te da árvore – vive como deves, e será espontâneo e natural o teu desapego...

Não morras antes de viver – não faças o segundo antes do primeiro!

Não faças a causa depender do efeito!

Não penses no sono noturno – antes de entregar-te aos labores diurnos!

Não chores o ocaso – antes do sorriso da aurora!

Enche de grandes tesouros o barquinho de tua vida – e entra contente nas águas do porto!

Semeia mãos cheias de áureos cereais – e recolhe farta messe de fruto maduro!

Carrega de flores a primavera da vida – para que de frutos te carregue o outono da morte!

Prepara-te para a morte – enriquecendo tua vida!

A morte não faz o que a vida não fez – colhe-te como és.

A morte não retoca tua alma – revela apenas o que a vida fotografou.

Sombras e luzes – boas e más perspectivas...

Revela às claras o que às escuras diziam imagens latentes...

Eternamente serás o que em tempo a vida te fez...

Prepara-te, pois, para a vida – e a morte dirá o que foi tua vida...

Faze da vida uma sementeira do bem – e será a morte uma colheita de felicidade...

Liberta o espírito das algemas do ego – e a morte te levará ao seio de Deus.

À vida eterna...

Ao amor imortal...”

(Huberto Rohden – De Alma para Alma – Ed. Martin Claret, São Paulo – p. 87/88)


VIRTUDE - CAMINHO PARA A FELICIDADE


“As indagações fundamentais da existência humana – tais como por que estarmos aqui, para onde vamos – produziram respostas diversas em diferentes tradições filosóficas.

Mas é indiscutível que um coração generoso e ações íntegras levam a uma paz maior.

É igualmente claro que seus opostos têm consequências indesejáveis.

A felicidade provém de causas virtuosas. Se a desejamos de fato, não há outro meio de proceder a não ser pela virtude: ela é o caminho pelo qual se alcança a felicidade.

E podemos acrescentar que a base da virtude, o solo onde estão suas raízes, é a disciplina ética.”

(Dalai-Lama – O Caminho da Tranquilidade – Ed. Sextante, Rio de Janeiro – p. 61)


A INFINITUDE DE DEUS

"Somente Deus conhece os caminhos sutis pelos quais o homem pode ser iludido.

Aquele que conheceu Deus, não impõe limites à Sua infinitude. Para ele, Deus não é questão de opinião: Ele é. Ele é ilimitado amor, para além do alcance do intelecto. Aquele para quem Deus, em Sua infinita misericórdia, Se revela, esse conhece e compreende Seus mistérios. Para ele não há nada oculto. As portas do infinito conhecimento se abrem. Quando um homem alcança a iluminação, sabe que ele pertence a Deus e Deus pertence a ele. 

A inteligência comum é apenas outro nome para a ignorância, pois seu alcance é limitado. Por essa razão, se alguém deseja obter todo o conhecimento e desvendar todos os mistérios, que se dedique ao conhecimento de Deus.

Assim como as crianças, que quando brincam de girar em torno de um pilar agarram-se firmemente a ele para se sustentar, assim também vocês devem se agarrar a Deus - o Pilar da Vida. Qualquer que seja o caminho que escolherem, seja o da ação, da devoção ou do conhecimento, vocês O alcançarão. Agarrem-se fortemente ao Pilar, suas vidas serão abençoadas e vocês se tornarão uma bênção para a humanidade."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo - p. 230/231)


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A ILUSÃO DAS APARÊNCIAS

“Triste mundo onde ainda quase todos vivemos insensíveis à miséria dos ricos; à fragilidade dos violentos; à torpeza dos valentes; à ignorância dos eruditos; ao tédio dos eróticos; à indigência espiritual dos malvados; à dúvida dos dogmáticos; à insegurança dos opulentos; à tragédia das meretrizes; ao desalento dos fortes; à imaturidade dos corruptos; às lágrimas que os sorrisos, em vão, tentam esconder; aos dramas que as comédias disfarçam...
Que mundo triste esse, no qual nos distraímos com as aparências, iludimo-nos com as máscaras, divertimo-nos com as fantasias e pantomimas que todos representam!”
 
(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 86/87)
 
 

RELIGIÃO - UNIÃO DA INDIVIDUALIDADE COM A UNIVERSALIDADE


“Religião é, realmente, nada mais do que a união de nossa individualidade com a universalidade. Portanto, na consciência desse estado de bem-aventurança galgamos os degraus da religião. Abandonamos a atmosfera nociva dos sentidos e pensamentos errantes, chegando a uma região de Bem-aventurança celestial.

Aprendemos por este processo o que se verificará ser de caráter universalmente aplicável. Quando, pela prática constante, a consciência desse estado bem-aventurado do Eu espiritual torna-se real, encontramo-nos sempre na santa presença do Deus de bem-aventurança dentro de nós. Cumprimos melhor nossas obrigações, dando mais atenção ao nosso próprio dever do que ao nosso egoísmo e à sua resultante consciência de prazer ou de dor. Podemos, então, resolver o mistério da existência e conferir um significado verdadeiro à vida.

Nos ensinamentos de todas as religiões – cristianismo, islamismo, hinduísmo, etc. – uma verdade é posta em destaque: até que o homem se conheça como Espírito, a fonte da Bem-aventurança, ele estará limitado a conceitos mortais e sujeito às leis inexoráveis da natureza. O conhecimento do que ele verdadeiramente é lhe trará a liberdade eterna.

Só podemos conhecer Deus conhecendo a nós mesmos, pois nossa verdadeira natureza é semelhante à Dele. O homem foi criado à imagem de Deus. Aprendendo os métodos aqui sugeridos e praticando-os com seriedade, você se conhecerá como espírito bem-aventurado e experimentará Deus.”

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Ed. Self Realization Fellowship - p. 78/79)


CONHECIMENTO SEM COMPAIXÃO


“Quando educamos nossas crianças para adquirirem conhecimentos sem compaixão, é muito provável que sua atitude com os outros venha a ser uma combinação de inveja daqueles que ocupam posições superiores às suas, competitividade agressiva para com seus pares e desdém pelos menos afortunados, o que leva a uma propensão para a  ganância, para a presunção, para os excessos e, muito rapidamente, para a perda da felicidade.

Conhecimento é importante. Muito mais importante, porém é o uso que fazemos dele. Isso depende da mente e do coração de quem o faz.”

(Dalai-Lama – O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro  - p. 41)


TEMPLO INTERIOR


“A cada um de nós Deus deu um silencioso templo interior, onde ninguém mais pode entrar. Ali, podemos estar com Deus. Não precisamos falar muito sobre isso. E isso não nos afasta de nossos entes queridos. Ao contrário: fortalece e torna mais afetuosos e permanentes todos os nossos relacionamentos.

Quando vamos diretamente para a Fonte de que se originam todos os amores – o amor dos pais pelos filho, do filho pelos pais, do marido pela mulher, da mulher pelo marido, do amigo pelo amigo – bebemos de um manancial que nos sacia além de toda a imaginação.”  

(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração – Ed. Self Realization Fellowship – p. 72)



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

APRIMORAMENTO PESSOAL


“Se todos os dias nos analisarmos com cuidado e atenção, verificando nossos pensamentos, nossas motivações e suas manifestações no comportamento externo, abriremos em nosso íntimo uma boa possibilidade de fazer mudanças e efetuar um aprimoramento pessoal.

Embora eu próprio não possa afirmar com toda a convicção que tenha feito algum progresso notável no decorrer dos anos, meu desejo e minha determinação de mudar e melhorar são sempre firmes.

Desde o momento em que acordo até a hora de dormir e em todas as situações da minha vida, sempre tento analisar minhas motivações e ser meticuloso e atento a cada momento.

Pessoalmente, acho que isso é de grande utilidade para minha vida.”

(Dalai-Lama – O Caminho da Tranquilidade – Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 35 )


O DESTINO E O LIVRE-ARBÍTRIO

“O destino e o livre-arbítrio sempre existiram. O destino é o resultado de ações passadas e diz respeito ao corpo. Deixe o corpo agir como lhe aprouver. Por que ficar preocupado com isso? Por que prestar atenção nele? O livre-arbítrio e o destino durarão enquanto o corpo durar. Mas a Sabedoria (Jñana) transcende a ambos. O Eu Real está além do conhecimento e da ignorância. O que quer que aconteça, é resultado de nossas ações passadas, da Vontade Divina e de outros fatores.

Só há duas maneiras de conquistar o destino ou ficar independente dele. Uma é investigar para quem existe esse destino e descobrir que só o ego é aprisionado pelo destino e não o Ser, e que o ego não existe. A outra é extinguir o ego através da entrega completa a Deus, compreendendo a nossa própria impotência e dizendo o tempo todo, “Não eu, mas Vós, ó Senhor”, assim renunciando todo sentimento de “eu” e “meu”, e deixando que Deus faça o que lhe aprouver com você. Uma anulação completa do ego é necessária para a conquista do destino, seja através da autoinvestigação, seja pela senda da devoção (bhakti mãrga).

Tudo está predeterminado. Mas o homem é sempre livre para não se identificar com o corpo e não ser afetado pelos prazeres ou dores decorrentes das atividades do corpo.

Apenas aqueles que não têm conhecimento da Fonte de onde surge o destino e o livre-arbítrio discutem qual dos dois prevalece. Aquele que realizou o Eu Real, que é a Fonte tanto do destino quanto do livre-arbítrio, deixou tais disputas para trás e já não tem nada mais a ver com eles.

Sucesso e fracasso são consequências do prãrabdha karma (destino) e não da força de vontade ou da falta dela. Devemos tentar obter equilíbrio mental em quaisquer circunstâncias. Isto é força de vontade.”

(Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi - Ed. Teosófica, Brasília-DF - p. 75/76)


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

VONTADE DE APRENDER


“Pela janela, eu ia vendo a paisagem mudando, as coisas ficando para trás. Numa encosta nua, num pé de milho. Nele, uma lição.

A haste falou-me da verticalidade elegante, mas efêmera.

As raízes, ocultas aos olhos, em trabalho fecundo e anônimo, disseram-me sobre servir com humildade.

As folhas, tangidas pelo vento, eram eloquentes em demonstração de volubilidade.

As espigas, doação generosa.

Cada grão prometia uma safra.

Há uma lição em cada pé de milho.

É preciso que haja em cada um de nós a vontade de aprender.”

(Hermógenes – Mergulho na Paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 161) 


CARMA


“Carma” é uma palavra do sânscrito que significa “ação”. Designa uma força ativa, no sentido de que o resultado dos acontecimentos futuros pode ser influenciado por nossas ações. Supor que o carma é uma espécie de energia independente que predestina o curso de toda a nossa vida é incorreto.

Quem cria o carma? Nós mesmos. O que pensamos, dizemos, fazemos, desejamos e omitimos cria o carma.

Não podemos, portanto, sacudir os ombros sempre que nos defrontamos com o sofrimento inevitável.

Dizer que todo o infortúnio é mero resultado do carma equivale a dizer que somos totalmente impotentes diante da vida. Se isso fosse verdade, não haveria motivo para se ter qualquer esperança.

(Dalai-Lama – O Caminho da Tranquilidade – Ed. Sextante. Rio de Janeiro -  p. 52)


O ESTADO POSITIVO DA PAZ


“A meditação é a “ativa tranquilidade”. A calma passiva, como no sono ou na divagação inútil, é essencialmente diferente da tranquilidade ativa – o estado positivo de paz que se encontra pela meditação científica.

Todas as noites durante o sono, você prova um pouquinho da paz e da alegria. Embora esteja profundamente adormecido, Deus faz com que você viva na tranquilidade da super-consciência, na qual todos os temores e preocupações desta existência são esquecidos. Pela meditação, você pode experimentar esse estado sagrado da mente mesmo desperto e permanecer o tempo todo imerso em uma paz curativa.

Embora você possa realizar grandes feitos no mundo, jamais conhecerá alegria igual à que surge da meditação quando os pensamentos estiverem silenciosos e a mente sintonizada com a paz de Deus. (...)

A meditação escancara todas as portas fechados do seu corpo, de sua mente e de sua alma, para deixar o ímpeto do poder de Deus entrar. Todo o seu corpo e todo o seu ser se transformam quando você pratica a meditação regularmente. O contato com Deus traz a harmonia interior à sua vida à medida que você mergulha na paz Dele, Mas você precisa meditar de maneira pertinaz, consistente e contínua para perceber por inteiro os efeitos recompensadores dessa Força Suprema.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior – p. 25/26)


FELICIDADE


“Todos os seres desejam sempre a felicidade, uma felicidade sem qualquer traço de tristeza. Ao mesmo tempo, todos amam a si mesmos acima de tudo. A causa para o amor é só a felicidade. Assim sendo, essa felicidade deve residir dentro de nós mesmos. E mais, essa felicidade é experimentada diariamente por todos ao dormir, quando não há mente. Para atingir essa felicidade natural temos que conhecer a nós mesmos. Para tal, a autoinvestigação “Quem sou eu?” é a melhor maneira.

A natureza do Eu Real é felicidade. Elas não são diferentes. A única felicidade que existe é a do Ser. Eis a verdade. Não existe felicidade nos objetos do mundo. É por causa da ignorância que imaginamos que ela deriva deles.

Se, como os homens normalmente imaginam, a felicidade depende de causas externas, é razoável concluir que sua felicidade deve aumentar com o acúmulo de posses e diminuir com a sua redução. Portanto, sua felicidade deveria ser nula se ele fosse desprovido de posses. No entanto qual é a experiência do homem? Será que ela confirma esse ponto de vista? No sono profundo, o homem fica desprovido de todas as suas posses, inclusive o próprio corpo. Ao invés de ser infeliz, ele é completamente feliz. Todas as pessoas gostam de dormir profundamente. A conclusão, portanto, é que a felicidade é inerente ao homem, não se originando de causas externas. Você deve realizar o Eu a fim de acessar a fonte da pura felicidade.”

(Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – p. 17/19)


domingo, 2 de dezembro de 2012

LEI DO RETORNO



“Por uma lei infalível, cada um responde por seus atos, atraindo para si o bem ou o mal, a bem-aventurança ou a amargura, o riso ou o pranto, como consequência exata e justa...

É sábio nunca esquecermo-nos disto, pois estaremos sempre a atuar enquanto a vida dure.”

(Hermógenes – Mergulho na Paz – p. 67)



DEUS "FALA" POR MEIO DE VIBRAÇÕES

"Deus, de fato, aparece-nos em forma física. Ele é mais pessoal do que vocês imaginam. Ele é tão real e presente como vocês mesmos. Isto é o que lhes quero dizer hoje. O Senhor está sempre nos respondendo. A vibração de Seus pensamentos está constantemente sendo irradiada; isto requer energia; a energia se manifesta como som. Este ponto é muito importante. Deus é consciência. Deus é energia. "Falar" significa vibrar. Na vibração de Sua energia cósmica Ele está falando o tempo todo. Ele se tornou a Mãe da criação, que se materializa em forma de sólidos, líquidos, fogo, ar e éter.

A Mãe invisível está continuamente expressando-se em formas visíveis nas flores, nas montanhas, nos mares e nas estrelas. O que é a matéria? Nada mais do que uma certa frequência vibratória da energia cósmica de Deus. Nenhum objeto no universo é realmente sólido. Aquilo que nos parece sólido é apenas uma vibração mais compacta ou densa da Sua energia. O Senhor está nos falando através das vibrações. Mas a questão é: como se comunicar diretamente com Ele? Esta é a tarefa mais difícil de todas: falar com Deus.

Se vocês falarem com a montanha, ela não responderá. Falem com as flores, como fazia Luther Burbank, e talvez possam sentir nelas uma tênue resposta. E também podemos, é claro, falar com as outras pessoas. Mas será que Deus é menos comunicativo do que as flores e os seres humanos? Será que Ele nos deixa falando sozinhos e não nos responde? Às vezes parece que é isto o que acontece, não é mesmo? Mas o problema não é com Ele, e sim conosco. É que o nosso sistema telefônico intuitivo está com defeito. Deus está nos chamando e falando conosco, mas nós não O ouvimos."

(Paramahansa Yogananda - Como Falar com Deus - p. 26/29)


sábado, 1 de dezembro de 2012

CONHECE-TE A TI MESMO


“O homem está fugindo.

Foge dos outros.

Foge do tédio, do perigo, da ansiedade, do vazio, da fome, da guerra, da privação, da morte...

Mas a fuga principal é aquela por meio da qual procura escapar do encontro consigo mesmo.

Cada um se sente, para si mesmo, a maior ameaça, a decepção maior.

O homem tem medo de saber o que ele é. Todas as portas de escape são buscadas, contanto que se aliene do que supõe ser.

LSD, aquisições, aplausos, divertimentos, prazeres, euforizantes, vícios, pervertidos ócios, negócios sufocantes... As portas são muitas...

Que pavor da solidão!

Todas as portas parecem válidas, mas são frustradoras.

Que pavor de escutar o silêncio!

Silêncio e solidão lhe parecem ameaças. Por isto são temidos e evitados.

Lastimável e trágico erro!

 Poucos podem aceitar que a salvação está na direção oposta à da fuga.

A libertação, o remédio e a paz estão no fim da estrada do silêncio e da solidão.

Foi-nos insistentemente ensinado “conhece-te a ti mesmo”. Têm-nos insistentemente repetido que a verdade nos salvará.

Mas até agora não aceitamos.

E o escapismo universal segue devastando o homem e tudo.

A procura de si mesmo – em silêncio e só – é a esperança.

E a minha esperança é que se voltem para ela todos os homens.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - p. 27/28)


A REVOLUÇÃO


“Viva a Revolução!

Tem de haver uma Revolução!

Uma Revolução que mude as coisas, que feche feridas; apague ressentimentos;

Dê comida e teto; dê alegria e segurança; liberte o homem do medo que o desgraça; defenda todos nós do tédio; ilumine nossas vidas e vença a angústia.

Viva a Revolução que há de unir todos no bem!

É preciso mudar a sociedade.

É preciso antes mudar o homem e fazê-lo dizer:

- Se alguém muito além chora, lágrimas me vêm ao rosto.

- Se muito longe alguém se põe a rir, a mesma alegria move meus lábios.

- Sinto-me nascer quando, muito longe ou perto, alguém nasce. E morro com a morte dos outros.

- Se a dor fere alguém – não sei em que distante ou próximo povoado – eu, aqui, nas minhas carnes, sinto a mesma dor.

- Se um pecador cai em tentação, sou eu a pecar.

- Se algum santo – não sei onde – abençoa alguém, sou eu o santo, sou o outro, sou a benção.

- Eu sou tu mesmo em teus sofrimentos, em teus erros, em tuas nobrezas, vitórias e perdas. Somos um.

Quando cada homem tenha realizado empatia, identidade, simpatia... haverá lugar para espoliações, terrorismos, injustiças, passeatas, polícia, agitações, greves, choques, ogivas, colônias, psicodélicos, neuróticos, massacres, fomes, destruições, desnutrição, corrupção?

Vitoriosa a Grande Revolução Interior, para que a pretensa revolução exterior?”

(Hermógenes – Mergulho na Paz – p. 32/33)


A PROCISSÃO DOS HOMENS IGUAIS


“Eu vi passar a procissão dos homens iguais, tristemente iguais, mesquinhamente, miseravelmente, acomodadamente, doentiamente iguais.

Cada um, em si mesmo, convencido de ser autêntico, ia a cantar desentoado a canção de sua própria autenticidade inexistente.

Todas, arrastando medroso e maquinal mesmismo, iam inventando um poema de suposta liberdade.

Iam tangidos pela espora da cobiça, perdidos no erótico, fugindo do tédio, caçando novas sensações, buscando acumular, tentando preencher o grande vazio.

Todos massificados no mesmo caminho, defendendo desgastadas crenças ou gritando pseudo-rebeliões extremistas, repetindo ideologias ocas mais aliciantes, mantendo as mesmas aspirações, lutando pelas mesmas confortadoras ilusões.

Iam vestindo as mesmas vestes; falando de forma igual; preferindo as mesmas coisas, detestando as mesmas coisas; alienando-se da mesma forma.

Ainda estou vendo passar agitada a patética procissão dos homens-máquinas iguais, com seu tropel de normais pés acorrentados, tentando esmagar os raros rebeldes divinos que falaram da verdadeira liberdade e da autenticidade que liberta.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 25/26)


ORAÇÃO, ANTÍDOTO PRÁTICO PARA O MEDO E A ANSIEDADE

"Muitas pessoas me procuram para conversar sobre suas preocupações. Exorto-as a ficar em silêncio, meditar e orar; então, depois de estarem interiormente tranquilas, que pensem nas alternativas com que possam resolver ou eliminar o problema. Quando a mente está tranquila em Deus, e quando a fé em Deus é forte, elas encontram a solução. O fato de ignorar os problemas não os resolverá, mas preocupar-se com eles também não.

Medite até ficar tranquilo; então, focalize a mente no seu problema e ore profundamente pedindo a ajuda divina. Concentre-se no problema e encontrará uma solução, sem passar pela terrível angústia de estar preocupado.

Lembre-se: melhor do que raciocinar um milhão de vezes é sentar-se e meditar em Deus até ficar interiormente calmo. Então, diga ao Senhor: "Eu não poderia resolver este problema sozinho, mesmo que tivesse um número ilimitado de pensamentos diferentes; mas posso resolvê-lo colocando-o em Tuas mãos, pedindo primeiro a Tua orientação e, em seguida indo até o fim sem deixar-me desviar ou abater, analisando-o sob vários ângulos, buscando uma possível solução."

Deus realmente ajuda a quem se ajuda. Quando sua mente estiver tranquila e cheia de fé, após orar a Deus em meditação, você será capaz de ver várias respostas para os seus problemas; e porque sua mente se acalmou, você poderá escolher a melhor solução. Siga essa orientação e terá êxito. Isso é aplicar a ciência da religião na sua vida diária."

(Paramahansa Yogananda - Viva sem Medo - p. 14/15)


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O CORPO FÍSICO NÃO É MATÉRIA, MAS ENERGIA


 “A energia que sentimos no corpo implica na existência de um poder superior àquele necessário para simplesmente movimentar o veículo físico individual. O poder da energia cósmica que sustenta os universos está também vibrando em nossos corpos. A Energia Cósmica é um dos aspectos de Deus. Portanto, somos feitos à Sua imagem, até mesmo do ponto de vista físico.

O que é esta energia que temos no corpo? Nosso corpo físico é constituído de moléculas; moléculas são feitas de átomos; átomos são feitos de força vital, ou “vitátrons”, isto é, incontáveis bilhões de minúsculas partículas de energia. Através do olho espiritual pode-se ver o corpo como uma cintilante massa de corpúsculos luminosos – a energia que emana das suas vinte e sete mil bilhões de células. É somente através da ilusão que vemos o corpo como um conjunto de carne e ossos. Na realidade ele não é matéria, mas energia.

É por pensarmos que somos feitos de carne e de sangue que às vezes nos sentimos frágeis. Mas se percebermos a consciência Divina em nosso corpo, compreenderemos que a carne nada mais é do que a manifestação física dos cinco elementos vibratórios: terra, água, fogo, ar e éter.”

(Paramahansa Yogananda – Como falar com Deus – p. 20/21)


SÓ EM DEUS A PAZ É ETERNA, INFINITA, PERFEITA


“Não haverá perfeita paz sem a Realização de Deus.

A paz de que somos capazes ainda não se fez.

Enquanto nos encontramos no estado de separatividade e ilusão, a paz que temos não é mais que passageira trégua dentro do perene conflito, da inquietude e do tédio dominantes.

Só em Deus a Paz é eterna, infinita, perfeita.

É-nos a um tempo convite e promessa.

Ironia: está em nós, e nós...

E nós, quando a seremos?”

(Hermógenes – Mergulho na Paz – p. 54)