OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

AME A ESSÊNCIA


“Amor não é aquele que só consegue amar a perecível forma.

Por ser fácil, é vulgar amar a formosura da forma.

Esse amor, que não vai além do apetite estético, é tão vulnerável quanto a própria beleza transitória. Dura somente o tempo que dura aquilo que o tempo, a doença e a morte desfiguram e extinguem.

O Amor liberto do tempo, das injunções existenciais, o Amor que perdura, os vulgares não conhecem, pois não entendem o que é amar a Essência, que transcende as formas.

Somente os que já conseguiram penetrar em algumas camadas mais sutis e profundas de seu próprio universo interno, portanto, mais longe do ilusório, são capazes da libertadora aventura, da transcendente ventura de Amar.

Este amar Real também goza a forma.

Mas, em realidade, ama a Essência, que lhe dá Eternidade, Infinitude, Transcendência, Felicidade, Plenitude.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 223)


BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS, PORQUE ELES ALCANÇARÃO MISERICÓRDIA


"A misericórdia é uma espécie de angústia paternal diante das imperfeições de um filho que incidiu no erro. É uma qualidade intrínseca da Natureza Divina. A história da vida de Jesus está repleta de relatos de uma misericórdia divinamente manifestada em suas ações e personalidade. Nos sublimes filhos de Deus que alcançaram a perfeição, vemos revelado o oculto Pai transcendente assim como Ele é. O Deus de Moisés é descrito como um Deus de ira (embora eu não acredite que Moisés, que falava com Deus “face a face como um homem fala a seu amigo”, tenha alguma vez considerado Deus como o tirano vingativo retratado no Antigo Testamento). Mas o Deus de Jesus era tão bondoso! Foi essa bondade e misericórdia do Pai que Jesus expressou quando, em vez de condenar e destruir seus inimigos que o crucificavam, pediu ao Pai que os perdoasse, “porque não sabem o que fazem”.

Com o paciente coração de Deus, Jesus considerava a humanidade como pequenas crianças sem compreensão. Se uma pequenina criança apanhasse uma faca para atacá-lo, você não desejaria matá-la em retaliação. Ela não sabe o que faz. Quando consideramos a humanidade assim como um bondoso pai vela por seus filhos e está disposto a sofrer por eles, para que possam receber algo da luz e do poder de seu espírito, então nos tornamos semelhantes a Cristo: Deus em ação.

Somente os sábios podem ser realmente misericordiosos, pois, com divino discernimento, percebem até mesmo os malfeitores como almas – filhos de Deus que merecem compaixão, clemência, ajuda e orientação quando se desviam do caminho. A misericórdia abrange a capacidade de ser útil; somente almas qualificadas ou evoluídas são capazes de ser úteis de uma forma prática e misericordiosa. A misericórdia se expressa de forma útil quando a angústia paternal abranda a severidade do julgamento rigoroso e oferece não apenas perdão, mas genuíno auxílio espiritual para eliminar o erro de um indivíduo.

Os que são moralmente fracos mas desejam ser bons, o pecador (aquele que contraria sua própria felicidade desprezando as leis divinas), os que sofrem de senilidade física, deterioração mental e ignorância espiritual – todos necessitam do amparo misericordioso de almas cujo desenvolvimento interior as qualifica para oferecer compreensiva ajuda. As palavras de Jesus estimulam o devoto: “A fim de receberdes a misericórdia divina, sede misericordiosos para convosco, tornando-vos espiritualmente qualificados; e sede misericordiosos também para com os outro filhos de Deus que se encontram na ilusão. As pessoas que de todas as formas estão sempre progredindo e que compassivamente reconhecem e suavizam a carência de um desenvolvimento integral nos demais irão certamente enternecer o coração de Deus, obtendo para si próprias Sua misericórdia infinita e incomparavelmente benévola.”

 (Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 87/88)


A ORIGEM DO SECTARISMO


“As práticas religiosas são estabelecidas pelos profetas na forma de doutrinas. Homens de intelecto limitado, não conseguindo interpretar o verdadeiro significado dessas doutrinas, aceitam sua expressão exotérica ou externa e, gradualmente, caem nas formalidades, convenções e práticas rígidas. Essa é a origem do sectarismo.

O descanso no dia de sábado foi erroneamente interpretado como a obrigação de evitar todo tipo de trabalho – inclusive o trabalho religioso. Esse é o perigo em que incorrem os homens de entendimento limitado. Devemos recordar que não fomos feitos para o sábado, mas o sábado foi feito para nós; não fomos feitos para as regras, mas as regras foram feitas para nós; elas mudam conforme mudamos. Devemos aderir à essência de uma regra, e não nos aferrar dogmaticamente à sua forma.

Para muitos, mudar as formas e os costumes implica mudar de uma religião para outra. Não obstante, o significado mais profundo das doutrinas de todos os diferentes profetas é essencialmente o mesmo. A maioria das pessoas não compreende isso.

Há um perigo semelhante no caso daqueles que são dotados de grande capacidade  intelectual; eles tentam conhecer a Verdade Suprema apenas pelo exercício do intelecto; mas a Verdade Suprema só pode ser conhecida por experiência direta. A experiência direta é diferente da mera compreensão. Não nos é possível compreender intelectualmente a doçura do açúcar se não o tivermos provado. Do mesmo modo, o conhecimento religioso decorre da experiência mais profunda de nossa própria alma. Frequentemente nos esquecemos disso quando procuramos aprender a respeito de Deus, dos dogmas religiosos e da moralidade. Raramente buscamos conhecer essas coisas através da experiência religiosa interior.

É lamentável que homens de grande capacidade intelectual – bem-sucedidos no uso da razão para descobrirem as verdades profundas das ciências naturais e de outros campos do saber – pensem que também serão capazes de compreender intelectualmente as verdades religiosas e morais superiores. É também lamentável que o intelecto ou a razão desse s homens, em vez de lhes servir de ajuda, frequentemente constituem barreiras à sua compreensão da Verdade Suprema pelo único meio possível: experimentá-la na própria vida .”

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 59/60)


ENCONTRO CONTIGO MESMO

"Quantas vezes te encontras com teus amigos?

E nunca te encontras contigo mesmo?

Não com o teu ego externo - sim com o teu Eu interno...

O encontro com o teu centro resolveria os problemas das tuas periferias.

O encontro com tua alma resolveria os problemas da tua mente e do teu corpo.

Marca, cada manhã cedo, um encontro com tua alma.

Longe de todos os ruídos da tua mente e do teu corpo.

Isola-se em profundo silêncio e solidão.

Esvazia-te de tudo que tens - e serás plenificado pelo que és.

Faze do teu ego uma total vacuidade - e serás plenificado pelo Eu divino.

Onde há vacuidade acontece uma plenitude - é esta a maravilhosa matemática do Universo.

Entra, cada manhã, num grande silêncio - num silêncio pleniconsciente.

No silêncio da presença.

No silêncio da plenitude.

Abre os teus canais rumo à fonte cósmica - e as águas vivas do Universo fluirão através de teus canais.

E nunca mais te sentirás frustrado, angustiado, infeliz.

Esse encontro com o teu centro de energia beneficiará todas as periferias da tua vida diária.

Até os trabalhos mais prosaicos de parecerão poéticos.

E as pessoas antipáticas te serão simpáticas.

Nenhuma injustiça te fará injusto.

Nenhuma maldade te fará mau.

Nenhuma ingratidão te fará ingrato.

Nenhuma amargura te fará amargo.

Nenhuma ofensa te fará ofensor nem ofendido.

E estenderás o arco-íris da paz sobre todos os dilúvios das tuas lágrimas.

Se te encontrares contigo mesmo...

Isola-te, numa hora de profundo silêncio e solidão.

Mais tarde, serás capaz de estar a sós contigo em plena sociedade, no meio da tua atividade profissional.

E então terás resolvido definitivamente o problema da tua vida terrestre.

O mundo de Deus não te afastará mais do Deus do mundo."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 166/167).


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

FAZER O BEM


“Fazer o bem aos outros tem sido enunciado como o dever-síntese da caridade.

Mas... Ninguém consegue fazer bem somente aos outros.

Igualmente, ninguém consegue fazer o bem somente a si mesmo. Refiro-me, evidentemente, ao verdadeiro bem, àquele que não implica prejuízo para outrem e não se confunde com interesses e nem com objetivos imediatistas tacanhos.

O suposto bem que os egoístas buscam, em realidade, é o mal para todos.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 184)


VENCER A BATALHA DA VIDA COTIDIANA


“Um torrão de areia não pode suportar o efeito erosivo das ondas do mar; uma pessoa a quem falte paz interior imperturbável não pode permanecer tranquila durante o conflito mental. Mas, do mesmo modo que o diamante permanece imutável não importa quantas ondas rodopiem em torno dele, também um indivíduo cuja paz está consolidada permanece radiante e sereno mesmo quando as provações o acometem de todos os lados. Por meio da meditação, vamos resgatar das tormentosas águas da vida o diamante da imutável consciência da alma, que cintila com a alegria sempiterna do Espírito.

Do mesmo modo que certo treinamento é necessário para o empenho na arte da guerra, também é necessário um treinamento para nosso envolvimento com as batalhas da vida ativa. Os guerreiros destreinados logo são mortos no campo de batalha; assim também, na vida ativa, os indivíduos que não têm treino na arte de preservar sua paz interior são rapidamente perfurados pelas balas da preocupação e da inquietude.

Se você puder manter a paz interior, nisso reside sua vitória suprema. Não importa sua situação na vida, jamais a considere uma justificativa para você perder a paz. Quando a paz desaparece e você não pode pensar com clareza, perdeu a batalha. Se jamais perder a paz, você descobrirá que será sempre vitorioso, não importa o resultado de seus problemas. Este é o modo de conquistar a vida.” 

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 12/13)


TIRE DA MENTE QUALQUER DÚVIDA DE QUE DEUS RESPONDERÁ


 “Você precisa tirar da mente qualquer dúvida de que Deus responderá. A maior parte das pessoas não obtém resposta por causa da descrença. Se você estiver absolutamente determinado no sentido de que vai conseguir algo, nada poderá detê-lo. Quanto desiste é que você dita o veredicto contra você mesmo. O homem de êxito não conhece a palavra “impossível”.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization Fellowship – Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro – p. 100)


SUGESTÕES PRÁTICAS PARA A VIDA DIÁRIA - I

"Levanta cedo, logo que tenhas despertado, sem ficar deitado indolentemente na cama, meio sonolento e meio desperto. Então reza com fervor pedindo para que toda a Humanidade possa ser regenerada espiritualmente, que aqueles que estão lutando no caminho da verdade possam ser encorajados por tuas preces, que trabalhem com mais ardor e que obtenham sucesso, e que tu possas ser fortalecido e não ceder às seduções dos sentidos. (...) Quando estiveres tomando banho, exercita, durante todo o tempo, a tua vontade, para que as tuas impurezas morais sejam levadas pela água juntamente com as demais impurezas do teu corpo. Em teu relacionamento com os outros, observa as seguintes regras.

1. Nunca faças aquilo que não estejas comprometido a fazer como teu dever; isto é, nunca faças qualquer coisa desnecessária. Antes de fazer algo, pensa se é teu dever fazê-lo.

2. Nunca digas uma palavra desnecessária. Pense nos efeitos que tuas palavras podem produzir antes de pronunciá-las. Nunca te permitas violar teus princípios por força de tuas companhias.

3. Nunca permitas que qualquer pensamento desnecessário ou vão ocupe a tua mente. Isso é mais fácil de dizer do que fazer. Não podes esvaziar tua mente de uma só vez. Por isso, no início, tenta evitar pensamentos maus ou ociosos, antes ocupando a tua mente com a análise de tuas próprias faltas, ou com a contemplação daqueles que são Perfeitos.

4. Durante as refeições exercita a tua vontade, de modo a que o teu alimento seja apropriadamente digerido a fim de formar para ti um corpo em harmonia com tuas aspirações espirituais, que não gere paixões maléficas e maus pensamentos. Come apenas quando tiveres fome e bebe apenas quando tiveres sede, nunca de outro modo. Se um prato especial atrai o teu paladar, não te permitas ser seduzido a comê-lo para satisfazer aquele desejo ardente. Lembra-te de que o prazer não existia alguns segundos antes, e que cessará de existir alguns segundos depois; de que é um prazer transitório, e que aquilo que agora é um prazer irá tornar-se dor se tu o ingerires em demasia; de que dá prazer apenas à língua; lembra-te de que se te afligires em demasia para obter tal prato, e te permitires ser seduzido por ele, não terás qualquer tipo de pudor para consegui-lo; de que uma vez que existe outro objeto que te possa trazer felicidade eterna, convergir teus desejos para algo transitório é pura tolice; de que tu não és nem o corpo nem os sentidos, e portanto o prazer e as dores que eles experimentam jamais poderão realmente te afetar, e assim por diante. Pratica a mesma série de raciocínios no caso de qualquer outra tentação, e ainda que venhas a falhar muitas vezes, mesmo assim, com toda a certeza, chegarás ao êxito. Não leias em demasia. Se leres por dez minutos, reflete por outras tantas horas. Habitua-te à solidão e a permanecer só com os teus pensamentos. 

Acostuma-te ao pensamento de que ninguém além de ti pode dar-te assistência, e desapega-te de tuas afeições em relação a todas as coisas gradualmente. Antes de dormir, reza como fizeste pela manhã. Faz uma revisão das ações do dia, vê onde tu falhaste e resolve então que não falharás nas mesmas coisas amanhã¹.

1. The Theosophist, ago, 1889, p. 647.

(Helena Blavadsky - Ocultismo Prático - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13/22


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

BUSCAI PRIMEIRO O REINO DE DEUS E TODAS AS COISAS VOS SERÃO ACRESCENTADAS

“As pessoas, na maior parte, pensam que se primeiro adquirirem prosperidade e segurança material podem, em seguida, pensar em Deus. Esse adiamento, porém, apenas leva a um círculo vicioso de insatisfação infinda. É preciso que Deus seja encontrado primeiro. Ele é a maior necessidade da vida, porque Ele é a Fonte da felicidade e da segurança duradouras. Se a consciência da presença Dele vier a você uma só vez, você saberá o que é a verdadeira felicidade. Se, por uma única vez, você tiver esse real contato com Deus, compreenderá que quando você O tem o universo está a seus pés. Deus é aquele que lhe dá tudo; é preciso que ele esteja sempre com você.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma - Self-Realization Fellowship – Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro - p. 67)


O PRECONCEITO É FRUTO DA IGNORÂNCIA

“Todos somos filhos de Deus, desde nossa origem até a eternidade. As diferenças surgem de preconceitos, e o preconceito é fruto da ignorância. Não devemos nos identificar orgulhosamente como americanos, indianos, italianos, ou qualquer outra nacionalidade, pois isso é apenas um acidente de nascimento. Acima de tudo, devemos nos orgulhar de sermos filhos de Deus, feitos à Sua imagem. Não é essa a mensagem de Cristo? 

Jesus, o Cristo, é um excelente modelo a ser seguido, tanto pelo Oriente quanto pelo Ocidente. O divino selo “filho de Deus” está oculto em cada alma. Jesus citou as escrituras: “Sois deuses”. 

Retirem as máscaras! Revelem-se como filhos de Deus – não por meio de proclamações vãs e preces decoradas, demonstração de sermões formulados intelectualmente e planejados para glorificar a Deus e angariar convertidos, mas por meio da realização! Identifiquem-se não com o intolerante fanatismo disfarçado de sabedoria, mas com a Consciência Crística. Identifiquem-se com o Amor Universal, expresso no serviço material e espiritual a todos; então saberão quem foi Jesus Cristo e poderão afirmar, em suas almas, que somos todos uma só família, filhos do Deus Único!” 

 (Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 20/21)



AMOR - CAMINHO PARA DEUS


“Há muitos modos de encontrar Deus; mas, em todos, a necessidade de devoção é fundamental. Qual é a base de todos os relacionamentos entre pessoas, o que as atrai, senão o amor? O que nos atrai a uma criança senão o amor? O que nos atrai a um indivíduo senão o amor? É uma tremenda força neste mundo. Quando você olha atentamente para uma criança e diz “Eu te amo, meu filho”, o pequenino acredita em você. Mas se a mãe diz “eu te amo” enquanto sua atenção está em outro lugar, a criança diz: “Mamãe, olhe para mim. Diga isso para mim.” Você não acha que o Divino sente a mesma coisa?”

(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 92)


ROUPA SUJA


"Terminara, finalmente, o insigne poeta o seu árduo trabalho; grandioso poema sobre as maravilhas de Deus na ordem do cosmos. 

E agora, numa roda de amigos e admiradores, declamava o mais belo capítulo da obra-prima do seu engenho.

Foi um assombro!...

De tamanha beleza eram as idéias, tão profundos os conceitos, tão cintilantes as frases, tão suaves as cadências dos períodos, que os ouvintes se quedaram como que extáticos de enlevo...

E quando o poeta, no auge do entusiasmo, perorava a mais grandiosa página do estupendo poema - ouviu-se bater à porta da sala...

Mais se avolumou a voz do inspirado bardo, mais vibrante se tornou o seu estro, para abafar o ruído do inoportuno visitante. 

Persistem, porém, na porta, os golpes indiscretos. 

Interrompe então o cantor das grandezas de Deus a faiscante cadeia de idéias e, contrariado, com um arranco violento, abre a porta.

"Por obséquio, sr. doutor, a sua roupa suja" - diz uma vozinha tímida, coando dos lábios pálidos duma menina magríssima.

É a filha da pobre lavadeira.

"Agora não posso, menina! Venha amanhã!...

"Mas... a mamãe fica sem serviço... e sem pão... Somos tão pobres... Por favor, sr. doutor, a sua roupa suja..."

"Não posso, já disse!"

Com estrondo infernal se fecha a porta na cara da menina pálida.

Por entre tempestades de aplausos termina a declamação da grande apoteoso, que elaborou pela maior glória de Deus.

Felicitações, abraços, sorrisos, elogios, luminosas perspectivas...

Altas horas da noite...

Surge do seio das trevas o rosto pálido duma menina paupérrima...

Corre pelo quarto olhares sonâmbulos... Apanha da mesa os originais do poema - folha por folha, e rasga-as em mil pedaços...

E jogando-as ao cesto de papéis, murmura: "Roupa suja". E desaparece...

O poeta acorda... Os originais lá estão, intatos...

E põe-se a pensar, pensar, a pensar...

É verdade que escrevi este poema pela maior glória de Deus?...

Se é verdade, por que não cantei, ontem à noite, o mais belo de todos os poemas do mundo - o poema da caridade?...

Por que não entreguei à pobrezinha a minha roupa suja?...

Por que preferi à caridade a minha vaidade?...

Levantou-se e resolveu, logo de manhã, enregar à filha da lavadeira a roupa suja que ela pedira - e lavou com as lágrimas de arrependimento a "roupa suja" que tinha dentro da alma...

E o seu coração cantou em silêncio o mais lindo poema de humanidade...

O poema divino do Nazareno..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 65/66)


A TRANQUILIDADE É O ALENTO DA IMORTALIDADE


“Aqueles que meditam profundamente sentem um maravilhoso silêncio interior.

A tranquilidade é um dos atributos da imortalidade em você. (...) Quando você está preocupado, há uma estática no seu rádio mental. A canção de Deus é o cântico da tranquilidade. O nervosismo é a estática; a tranquilidade é a voz de Deus falando com você pelo rádio da alma.

O nervosismo é o servo da transformação e da morte. Quando você é tranquilo, nem mesmo a morte pode atemorizá-lo, porque você sabe que é um deus.

A tranquilidade é o alento vivo da imortalidade de Deus em você.

Quanto mais você sente paz na meditação, mais próximo está de Deus. Ele se chega a você, cada vez mais perto, à medida que você entra mais profundamente em meditação. A paz na meditação é a linguagem e o abraço confortador de Deus.

Aprenda a viver na eterna felicidade e paz que Deus é.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 08/09)


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O SIGNIFICADO DO ATO DE "DAR"


“Atirando a moeda ao mendigo, pensava um homem:

- Com isto, afasto do meu destino vir a ser igual a ele.

Era um covarde.

Um outro deu a esmola, convencido de que “dar aos pobres é emprestar a Deus”.

Era um mercenário.

Um homem ajudou ao mendigo porque via na esmola, no mendigo, no ato de dar, e em si mesmo o próprio Ser Supremo.

Era um santo.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Nova Era, Rio de Janeiro – p. 156)


OS OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO


“Educação é muito mais do que transmitir conhecimentos e habilidades por meio dos quais se atingem objetivos limitados. É também abrir os olhos das crianças para as necessidades e direitos dos outros.

Precisamos mostrar às crianças que suas ações têm uma dimensão universal e encontrar uma forma de estimular seus sentimentos naturais de empatia para que venham a ter uma noção de responsabilidade afetiva em relação aos outros.

É isso que nos motiva a agir.”

(Dalai-Lama – O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 42)


AGUARDA, NÃO QUEREM TE OUVIR



“Guarda teu violino. Não insistas, Ninguém te quer escutar. Não agridas com a maviosidade de teu instrumento, com a beleza de tua melodia, a batucada dos que desejam apenas divertir-se, atordoar-se. Espera. Depois, toca.”


(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 61)




EXAMINE SUA VIDA COM SINCERIDADE


“Olhando o imenso panorama deste mundo, as multidões que passam a vida em corre-corre, não há como não se indagar para que tudo isso. Aonde estamos indo? Por que motivo? Qual é o modo melhor e mais seguro de chegarmos ao nosso destino?

A maior parte de nós corre precipitadamente, sem nenhum objetivo ou plano, como automóveis descontrolados. Correndo irrefletidamente pela estrada da vida, sem saber para onde, deixamos de perceber o propósito de nossa viagem, dificilmente reparamos se entramos por um desvio colateral que não leva à parte alguma ou se estamos na reta que conduz diretamente ao nosso destino. Como podemos encontrar a meta se jamais pensamos nela?

Você permitiu que se vida ficasse envolvida por forças aparentemente mais fortes que você mesmo? Sua vida está sob controle? Não se afunde na rotina da mediocridade. Eleve-se da multidão. Saia da monotonia sufocante para um vida mais refinada e colorida de realização e paz sempre renovada.

Pergunte-se qual é o propósito de sua vida. Você foi feito à imagem de Deus, que é seu verdadeiro Eu. Perceber a imagem de Deus em seu interior é o êxito definitivo – alegria infinita, realização de todos os desejos, vitória sobre todas as dificuldades do corpo e ataques do mundo.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 10/11)


O "EU"


“A única dor verdadeira – eu.

Apenas um verdadeiro mal – eu.

Só uma cruz eu vejo – eu.

A mais desgraçada de todas as distâncias – eu.

Não há outra doença senão – eu.

Quem usurpa minha essência? – eu.

Fragilidade, conflito, neurose são – eu.

Os grilhões que limitam são feitos de – eu.

Mas, o que mais admiro, a quem mais sirvo, alimento e defendo, ainda, infelizmente, é - meu eu.

Este é o drama de todos os homens.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Nova Era, Rio de Janeiro – p. 171/172)


ALCANCE O REINO DE DEUS


"Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus"
  
“Estas palavras escolhidas por Jesus sugerem sua familiaridade com a doutrina espiritual do Oriente relativa à reencarnação. Um dos significados que decorrem desse preceito é que a alma precisa nascer repetidas vezes, em vários corpos, até que tome consciência novamente de sua perfeição inata. É uma falsa esperança acreditar que, por ocasião da morte corporal, a alma ingresse automaticamente em uma eterna existência angelical no céu. A menos e até que seja alcançada a perfeição, removendo-se da imagem divina individualizada da alma os resíduos do karma (efeitos das próprias ações), não se pode entrar no reino de Deus.² Ao criar constantemente novos vínculos cármicos por meio de ações erradas e desejos materiais, e ao adicioná-los aos efeitos acumulados de numerosas encarnações anteriores, a pessoa comum não consegue libertar sua alma em uma só vida. Muitas vidas de evolução física, mental e espiritual lhe são necessárias para desfazer-se de todos os obstáculos cármicos que bloqueiam a intuição da alma, o conhecimento puro sem o qual não se pode “ver o reino de Deus”.

O principal significado das palavras de Jesus a Nicodemos está além de uma referência implícita à reencarnação. Isso fica claro com o pedido de Nicodemos por maiores esclarecimentos sobre como um adulto poderá alcançar o reino de Deus: precisaria ele entrar novamente no ventre de sua mãe e renascer? Nos versículos seguintes, Jesus explica como uma pessoa pode “nascer de novo” em uma encarnação atual: como a alma, identificada com o corpo e com as limitações dos sentidos, pode obter, por meio da meditação, um novo nascimento da Consciência Cósmica.”

² “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48)

(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 50/51)


domingo, 16 de dezembro de 2012

ESTABELEÇA A UNIÃO COM O DIVINO


“Na tradição hindu, nada é tão sublime quanto ter um caminho, ser um caminhante e se colocar humildemente as orientações dos ensinamentos. Neste processo, a compreensão do caminho vai se dando pela prática constante e ininterrupta, favorecendo uma amplitude de visão que revela a Realidade de forma mais limpa e genuína. Os véus da ignorância, do apego e do egoísmo vão se atenuando para se descortinar a nossa frente a poderosa percepção daquilo que somos.

Muitos são os meios de se estabelecer a união com o Divino, e cada peregrino necessita encontrar um caminho que faça diferença no processo. A senda precisa ser trilhada com o coração banhado de fé e sustentada nas instruções que vêm de dentro, pois esta é a verdadeira forma de se atingir a outra margem. (...)

A busca é constante, pois aquele que já iniciou sua jornada não tem como regressar. Cada passo para frente é um abismo que se abre atrás e retroceder significa cair no abismo. Sigamos em frente, sentindo o caminho sendo sinalizado pela luz interior, permitindo à mente se abrir e serenizar para perceber que outras sinalizações também surgem como auxílio para os que firmemente desejam realizar a senda.”

(Maria Laura Garcia Packer – A Senda do Yoga - Nova Letra Gráfica & Editora, Blumenau - p. 18/19)


ANSEIO



“Gostaria de que todos soubessem que ninguém consegue esconder-se dos resultados de suas próprias ações, de seus pensamentos e desejos, por mais escondidos que sejam. Nenhum abismo oceânico, nenhuma distante galáxia é esconderijo bastante.”


(Hermógenes – Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 79)





COMO PODEMOS DESENVOLVER A VONTADE?


“Todos os dias, encarregue-se de fazer algo que lhe seja difícil, e tente fazê-lo. Ainda que fracasse cinco vezes, continue e, logo que tenha tido êxito nessa direção, aplique a vontade concentrada a alguma outra coisa. Desse modo, sua vontade será capaz de realizar coisas cada vez maiores. A vontade é o instrumento da imagem de Deus em você. Na vontade está o poder ilimitado Dele, o poder que controla todas as forças da natureza. Como você foi feito à imagem Dele, esse poder é seu, para realizar tudo o que você desejar: você pode criar prosperidade; você pode transformar o ódio em amor. Ore até que o corpo e a mente estejam completamente subjugados; então, você receberá a resposta de Deus.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 89)


VIVA NA CONSCIÊNCIA DIVINA DA ALMA


“Somos almas – eternas, imutáveis – feitas à imagem de Deus, cheias de imortal bem-aventurança. Nossas vidas devem refletir ininterruptamente essa alegria sempre nova. Jamais permito que alguém roube minha felicidade interior, e você também deveria aprender essa arte da vida espiritual intrépida em que se pode manter o sorriso não importa que problemas possam surgir.

O verdadeiro estado do Eu, a alma, é bem-aventurança, sabedoria, amor e paz. É ser tão feliz que, não importa o que esteja fazendo, você tem prazer no que faz. Não é muito melhor isso do que andar pelo mundo atabalhoadamente como um demônio inquieto, incapaz de satisfazer-se com coisa alguma?”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 07/08)


SIMPLIFIQUE SUA VIDA


“O prazer do homem moderno é ganhar cada vez mais, não se importando com o que acontece a qualquer outra pessoa. Mas não é melhor viver de maneira simples, sem tanto luxo e com menos preocupações? Não há prazer em empenhar-se sempre para ganhar até o ponto de não poder desfrutar do que se tem.

Manter um excesso de bens em ordem toma muito tempo e muita energia. A verdade é que, quanto mais “necessidades” desnecessárias você tiver, menos paz terá, e quanto menos você for possuído pelos seus bens, mais felicidade terá. (...)

A maior necessidade do homem é ter mais tempo para desfrutar da natureza, é simplificar a vida e suas necessidades imaginárias, é desfrutar das verdadeiras necessidades da existência, aprender a conhecer melhor seus filhos e amigos e, acima de tudo, conhecer-se e conhecer a Deus que o fez.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 59/60)

sábado, 15 de dezembro de 2012

DEUS É O AMOR INFINITO


“Para mim, Deus não tem forma, é o Amor infinito. Algumas vezes penso nesse Amor como meu Amado, outras vezes como minha Divina Mãe, e ainda outras simplesmente como Amor. O conceito de Deus informe não é tão difícil de compreender quando lembramos que nós também não temos forma. Assim como a eletricidade está contida numa lâmpada, mas não é a lâmpada, assim você, a alma, está contida na lâmpada de um corpo, mas não é esse corpo. Quando vir que Deus é todas as coisas, pode ficar divinamente embriagado pelo simples pensar Nele em qualquer um de Seus aspectos.”

(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 45)


FINALIDADE DA VIDA: A PERCEPÇÃO E A VISÃO DE DEUS


“Não basta observar o mandamento: “Não matarás!” Mesmo o pensamento de matar, de odiar, é tão mortal quanto o próprio ato. Podemos achar que não importa o que pensemos, desde que ajamos corretamente. Mas, quando chega a hora da provação, acabamos por trair-nos, porque os pensamentos controlam os atos. Na hora da provação, se nossas mentes estão cheias de ódio, esse ódio se traduzirá em atos de violência, de destruição, de morte. Postar-nos no púlpito e falarmos sobre o amor não nos ajudará; não acabará com a guerra e com a crueldade – se faltar amor em nossos corações. O amor não virá a nós simplesmente porque dizemos que o possuímos, ou porque procuramos impressionar os outros com a doçura aparente de nossas naturezas. Ele ocorrerá somente quando tivermos controlado interiormente nossas paixões e tivermos dominado nosso ego. Então o amor divino crescerá em nós e, com ele, o amor aos nossos semelhantes. Mas o amor de Deus conquista-se com a autodisciplina, que deixamos de pôr em prática. Esquecemo-nos da finalidade da vida: a percepção e a visão de Deus. Esta é a nossa real dificuldade e é por isso que, quando Jesus nos pede que amemos nossos inimigos, somos incapazes de obedecer-lhe, mesmo que o queiramos. Não sabemos como fazer.

Não podemos amar a Deus e odiar nosso próximo. Se, de fato, amamos a Deus, nós o encontraremos em todos; assim, como podemos odiar alguém? Se prejudicamos alguém, prejudicamos a nós próprios; se ajudamos alguém, ajudamos a nós próprios. Todos os sentimentos de separação, de exclusivismo e de ódio não são apenas moralmente errados – são também ignorância, porque negam a existência da Divindade onipotente.”

(Swami Prabhavananda – O Sermão da Montanha segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 53/54)


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

REALIZE A SUA VERDADEIRA NATUREZA

"A ninguém é dado começar a reformar um país ou uma nação sem antes reformar a si mesmo. O primeiro dever de cada homem é realizar sua Verdadeira Natureza. Se, depois disso, ele sentir vontade de reformar o país ou a nação, que o faça, sem dúvida. Swami Ram Tirtha proclamou: "Precisa-se de reformadores - mas reformadores que queiram reformar a si mesmos em primeiro lugar". Não há duas pessoas que sejam iguais ou ajam da mesma maneira neste mundo. As diferenças externas estão fadadas a persistir, por mais que tentemos eliminá-las. A única solução é que cada homem realize sua Verdadeira Natureza."


(Sri Ramana Maharshi - Pérolas de Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília-DF - p. 90/91)


PARA ONDE ESTÁ DIRECIONADA A MINHA CONSCIÊNCIA?


“Enquanto está trabalhando, pare de vez em quando e pergunte a si mesmo: “Onde está minha consciência? Minha mente está silenciosamente observando o Deus interior, ou está perdida em preocupações externas?” Se você medita e, durante as atividades, tenta manter a mente centrada no Divino, automaticamente começa a expressar equilíbrio em sua vida. E se torna um ser humano mais calmo – que não age partindo da emoção, e sim de um estado mais profundo de quietude interior.”



(Sri Daya Mata – No Silêncio do Coração - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 104)


OS MUNDOS INTERNO E EXTERNO


“Este mundo não é o mesmo para todas as pessoas. Cada uma vive em seu próprio dominiozinho. (...) A paz e a harmonia podem reinar no mundo de uma pessoa, e o conflito e a guerra no de outro. Mas quaisquer que sejam as circunstâncias do ambiente de alguém, ele consiste tanto de um mundo interior quanto de um mundo exterior. O mundo exterior é aquele em que a vida se empenha na ação e na interação. O seu mundo interior é que determina sua felicidade ou infelicidade.

Viver neste mundo sem paz mental é morar em uma espécie de inferno. Mas o homem de percepções divinas considera a Terra um lar de bem-aventurança.

Apenas os que participam da harmonia de sua alma conhecem a harmonia que permeia toda a natureza. Quem não tiver essa harmonia interior também sentirá falta dela no mundo. A mente que está no caos encontra o caos à sua volta. (...) Mas aquele que tem paz interior pode permanecer nesse estado mesmo em meio às discórdias externas.

Acalme a inquietude mental que flui para o exterior e volte a mente para o interior. Harmonize seus pensamentos e desejos com as realidades que você já possui na alma e que tudo realizam. Então você verá a harmonia subjacente à sua vida e a toda a natureza. Se você harmonizar suas esperanças e expectativas com essa harmonia intrínseca, planará pela vida com asas radiantes de paz. (...)”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 15/16)


A ÚLTIMA VESTE

“- Pronto, São Pedro. Já larguei tudo. Deixei moedas. Rasguei títulos. Esqueci fama e lauréis. Já não tenho amizades, inimizades, partidos, crenças, credores, devedores, preocupações, ocupações, empresas, empregados, apegos, amantes, saudades, lucros, luxos, diplomas, ansiedades... Estou só. Sem nada. Por favor, deixa-me entrar!


- Volta, filho – respondeu o santo. – Ainda vestes a última túnica, que te era útil enquanto na terra, mas agora dela não precisas... Enquanto a vestires... Vai. Atira-a longe de ti. Quando estiveres nu, volta: Livra-te primeiro da última veste... teu eu.

Tempos depois, novo diálogo.

- Bem filho, agora que renunciaste ao eu, a porta do Céu está aberta. O Céu é teu.

- Agora?! Para quê... meu bom santo?!”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 151)


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

NA QUIETUDE DA ALMA

“Quando Deus não responde às suas orações, é porque você não está ansiando por Ele. Se você lhe oferecer preces de imitação, murchas, não pode esperar atrair a atenção do Pai Celestial. O único modo de alcançar Deus por meio da oração é a persistência, a regularidade e a profundidade do anseio. Purifique a mente de tudo que seja negativo, como o temor, a preocupação, a ira; em seguida, preencha-a com pensamentos de amor, serviço e alegre expectativa. No santuário de seu coração, há que encontrar um poder, uma alegria, uma paz: Deus.


Deus, na Sua misericórdia infinita, nos dá a alegria Dele, a inspiração Dele, a verdadeira vida, a verdadeira sabedoria, a verdadeira felicidade e a verdadeira compreensão, por meio de todas as diversas experiências da vida. A glória de Deus, porém, só é revelada na quietude da alma. (...).

Quanto mais você se concentrar no exterior, menos conhecerá a glória interior da alegria sempiterna do Espírito. Quanto mais você se concentrar no interior, menos terá das dificuldades externas.

Cada pensamento que formulamos produz uma vibração sutil específica. (...) Quando você pronuncia mentalmente a palavra Deus e continua a repetir esse pensamento internamente, ele produz uma vibração que invoca a presença de Deus.

Sature tudo com o pensamento de Deus. Perceba que tudo que existe está centrado em Deus. Ele não pode ser subornado jamais; todavia, fácil é comovê-Lo com sinceridade, persistência, concentração, devoção, determinação e fé.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 97/99)


SUPERE A PREOCUPAÇÃO


“Todos precisam deixar de lado as preocupações e entrar em absoluto silêncio toda manhã e toda noite. Nessas ocasiões, tente ficar um minuto sem pensar em seus problemas. Concentre-se na paz que há dentro de você. Em seguida, tente concentrar-se por diversos minutos nessa paz interior. Depois pense em um acontecimento que lhe tenha dado felicidade e demore-se nele, visualizando-o. Reviva mentalmente a experiência agradável, reiteradamente, até que tenha afastado por completo suas preocupações.

Se por um instante pudéssemos perceber o efeito sobre nós das cargas que colocamos frequentemente sobre nossa mente, talvez ficássemos surpresos de não termos tido um colapso há muito tempo. Impondo à nossa mente o ônus de todos os tipos de preocupações e ansiedade, logo ficamos oprimidos por essa carga. Como resultado, insinua-se o temor e perdemos nossa disposição mental e nosso equilíbrio espiritual.

Nosso problema é que, em vez de vivermos só no presente, tentamos viver no passado e no futuro ao mesmo tempo. Essas cargas são pesadas demais para a mente, por isso devemos restringi-las. O passado já se foi. Por que continuar a carregá-lo na mente? Deixe que ela cuide de seus fardos, um de cada vez.

O cisne como apenas os sólidos contidos no líquido que ele recolhe em seu bico. Da mesma forma, deveríamos nos lembrar apenas das lições que aprendemos no passado e esquecer os detalhes inúteis. Isso aliviará muito a mente e eliminará as preocupações.

A preocupação pode ser comparada a um inseto que se alimenta no interior de uma flor. Quando as pétalas se fecham sobre ele, morrem tanto a flor quanto o inseto. A preocupação consome toda a nossa vitalidade interna sem que o percebamos conscientemente. Quando despertamos para o que está acontecendo, já se fez o prejuízo, que pode ter efeito de grande alcance sobre o sistema nervoso.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior – Ed. Self-Realization Feloowship – p. 85/87)


AMOR DIVINO: O OBJETIVO SUPREMO DA RELIGIÃO E DA VIDA


Parte dos comentários de Paramahansa Yogananda, a respeito do contido em: Lucas 10:25-28 e Marcos 12:28-31 

“Todo o propósito da religião – na verdade, da própria vida – está condensado nos dois mandamentos supremos citados por Senhor Jesus nesses versículos. Neles está a essência da eterna verdade que caracteriza todos os caminhos espirituais genuínos, o irredutível imperativo que o homem precisa abraçar com alma individualizada, separada de Deus, se quiser recuperar a consciência de sua unidade com o Criador.
“Faze isso, e viverás”, disse Jesus ao doutor da lei que havia perguntado como obter a vida eterna. Quer dizer: “Se puderes amar a Deus plenamente na autêntica comunhão da meditação diária e, por meio de tuas ações, demonstrar amor ao próximo (teu irmão divino), assim como amas a ti mesmo, então te elevarás acima da consciência mortal deste plano ilusório de vida e morte, e conhecerás o Espírito eterno e imutável, presente em teu interior e em toda parte.”
“Destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas”, proclamou Jesus ao doutor da lei mencionado no Evangelho de Mateus. E, no Evangelho de Marcos, ao escriba que perguntara qual era o supremo mandado divino, Jesus respondeu: “O Soberano Cósmico, nosso Protetor, nosso Deus, é o único Senhor e Mestre de toda a criação. Ele te criou como um de Seus filhos, feito à Sua imagem, e trazes contigo a marca de um parentesco divino determinado por Ele. A ti cabe amar espontaneamente ao teu Criador com o amor que Ele implantou em ti – com todo o amor divino de seu coração, com toda a percepção intuitiva de tua alma, com toda a atenção de tua mente e com toda a força de tua determinação mental e energia física.”
Essa – declarou Jesus – é a mais importante de todas as leis cósmicas proclamadas pelo Espírito para a elevação e libertação da alma, pois, através dos portões do amor do homem, Deus estabelece Sua unidade com ele – uma união que o liberta do cativeiro da ilusão. Amar a Deus supremamente significa receber Dele realização e contentamento eternos, livrando-se o homem de todos os desejos que o levam temerariamente a contínuos nascimentos e mortes, com seus incalculáveis sofrimentos. (...)”
(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 101/102)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ABRE-TE PARA A LUZ


“Cala teus belos e brilhantes argumentos. Não insistas em querer provar que lá fora o dia está nublado, sem cores, sem brilho, sem flores...

Vence a sedução do conforto. Sai da cama. Vai à janela. Abre-a. E a invasão do sol te convencerá de que estás errado.

Animo. Renuncia a garantias, lógicas, dogmas, certezas e preconceitos. Abre-te para a luz.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 90

ADEUS, ALMA QUERIDA


“Se, no caminho do teu Saara, encontrares uma alma que te queira bem, aceita em silêncio o suave ardor da sua benquerença – mas não lhe peças coisa alguma, não exijas, não reclames nada do ente querido.

Recebe com amor o que com amor te é dado – e continua a servir com perfeita humildade e despretensão.

Quanto mais querida te for uma alma, tanto menos a explores, tanto mais lhe serve, sem nada esperar em retribuição.

No dia e na hora em que uma alma impuser a outra alma um dever, uma obrigação, começa a agonia do amor, da amizade.

Só num clima de absoluta espontaneidade pode viver esta plantinha delicada.

E quando então essa alma que te foi querida se afastar de ti – não a retenhas.

Deixa que se vá em perfeita liberdade.

Faze acompanhá-la dos anjos tutelares de tuas preces e saudades, para que em níveas asas a envolvam e de todo mal a defendam – mas não lhe peças que fique contigo.

Mais amiga te será ela, em espontânea liberdade, longe de ti – do que em forçada escravidão, perto de ti.

Deixe que ela siga os seus caminhos – ainda que esses caminhos a conduzam aos confins do universo, à mais extrema distância do teu habitáculo corpóreo.

Se entre essa alma e a tua existir afinidade espiritual, não há distância, não há em todo o universo espaço bastante grande que de ti possa alhear essa alma.

Ainda que ela erguesse voo e fixasse o seu tabernáculo para além das últimas praias do Sírio, para além das derradeiras fosforescências da Via-Láctea, para além das mais longínquas nebulosas de mundos em formação – contigo estaria essa alma querida...

Mas, se não vigorar afinidade espiritual entre ti e ela, poderá essa alma viver contigo sob o mesmo teto e contigo sentar-se à mesma mesa – não será tua, nem haverá entre vós verdadeira união e felicidade.

Para o espírito a proximidade espiritual é tudo – a distância material não é nada.

Compreende, ó homem – e vai para onde quiseres!

Ama – e estarás sempre perto do ente amado...

Em todo o universo...

Dentro de ti mesmo...”

(Huberto Rohden - De Alma para Alma – Ed. Martin Claret, São Paulo – p. 185/186)


GRANDES HOMENS

Quem faz jus ao título de "grande homem"?

Não sei...

O homem inteligente?

Não basta ser inteligente para ser grande...

O homem poderoso?

Há também poderosos mesquinhos...

O homem religioso?

Não basta qualquer forma de religião... Podem todos esses homens possuir muita inteligência, muito poder e certo espírito religioso - e nem por isso são grandes homens. 

Pode ser que lhes falte certo vigor e largueza, certa profundidade e plenitude, indispensáveis à verdadeira grandeza.

Podem os inteligentes, os poderosos, os virtuosos não ter a necessária liberdade de espírito...

Pode ser que as suas boas qualidades não tenham essa vasta e leve espontaneidade que caracteriza todas as coisas grandes. 

Pode ser que a sua perfeição venha mesclada com um quê de acanhado e tímido, com algo de teatral ou violento.

O grande homem é silenciosamente bom...

É genial - mas não exibe gênio...

É poderoso - mas não ostenta poder...

Socorre a todos - sem precipitação...

É puro - mas não vocifera contra os impuros...

Adora o que é sagrado - mas sem fanatismo...

Carrega fardos pesados - com leveza e sem gemido...

Domina - mas sem insolência...

É humilde - mas sem servilismo...

Fala a grandes distâncias - sem gritar...

Ama - sem se oferecer...

Faz bem a todos - sem que se perceba...

"Não quebra a cana fendida, nem apaga a mecha fumegante - nem se ouve o seu clamor nas ruas..."

Rasga caminhos novos - sem esmagar ninguém...

Abre largos espaços - sem arrombar portas...

Entra no coração humano - sem saber como...

Tudo isso faz o grande homem, porque é como o Sol - esse astro assaz poderoso para sustentar um sistema planetário, e assaz delicado para beijar uma pétala de flor...

Assim é e assim age o homem verdadeiramente grande - porque é instrumento nas mãos de Deus...

Desse Deus de infinita potência - e de supremo amor...

Desse Deus cuja força governa a imensidade do cosmos - e cuja paciência tolera as fraquezas do homem...

O grande homem é, mais do que ninguém, imagem e semelhança de Deus...

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo- p. 111/112)