OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

DE HOMEM A SUPER-HOMEM

"Esvazie a mente de todos os preconceitos e deixe a luz brilhar dentro.

Esvazie a alma de toda ambição pessoal e deixe o fogo da aspiração exaltar-se.

Esvazie todo o seu ser do eu e do egoísmo, para que o altruísmo possa tornar-se uma qualidade mais íntima. Então a iluminação pode ocorrer, então o progresso pode ser feito, então o domínio do inferior pelo superior pode ser atingido. O neófito deve estar prevenido, sem cessar, contra a intrusão de pensamentos e sentimentos egoístas e cheios de desejos.

A oportunidade é a indicação da Natureza de que a alma se aproxima de sua fase de florescimento. A oportunidade bate à porta da casa em que o homem externo está habitando para trazer a ele a mensagem que o Eu interior está a ponto de florescer.

A oportunidade assume muitas formas, porém em todas encontra-se um mensageiro do mundo exterior para o homem interior. A oportunidade é um sinal seguro de que a pessoa está pronta para a grande Busca. Até que por si só as portas se abram inteiramente, a Busca será em vão. Aquele que bate em portas fechadas, ensaia prematuramente o portentoso empreendimento. Portas fechadas são um sinal de que o trabalho interior ainda não foi feito, que débitos ainda não foram pagos, que a força ainda não foi desenvolvida, que a sabedoria é insuficiente para as necessidade do peregrino.

Assim sendo, que aqueles que procura os pés do Mestre, e no entanto encontram a entrada fechada, examinem cuidadosamente cada aspecto do caráter. Mantendo o ideal do Mestre claramente diante de si, que eles se dediquem à meditação e ao serviço altruísta."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 174/175)

sábado, 15 de agosto de 2015

A CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL OBEDECE A TODAS AS REGRAS QUE TORNAM A VIDA COMPLETA

"Consciência espiritual significa o uso de uma sabedoria superior - a verdade - para fazer tudo o que mais beneficie a si mesmo e aos outros. Pense nisso. Inclui o serviço altruísta ao próximo, o comportamento correto, o cumprimento das leis de higiene e de todas as outras leis da vida, e também o desempenho harmonioso de todos os deveres materiais e espirituais, sem permitir que haja conflito entre eles. A consciência espiritual é uma perfeita expressão interna da verdade e se manifesta numa vida equilibrada e harmoniosa, cheia de felicidade genuína, e que você, por sua vez, compartilha com os outros.

Uma consciência que não obedece a todas as regras que tornam a vida completa não é uma consciência espiritual. Por exemplo: algumas pessoas se tornam artistas e, na busca da arte, esquecem outros deveres práticos e espirituais. Certamente a arte é uma expressão belíssima e pode muito bem transmitir ideias espirituais; entretanto, a pessoa que a produz pode não ser espiritual. Viver em contradição - cumprir um dever e usá-lo como desculpa para negligenciar os outros deveres - é viver sem espiritualidade. Se você desempenha todos os deveres alegremente, sem deixar que nada abale sua felicidade e tranquilidade interior, evitando contradições que possam desequilibrar sua vida, você possui a verdadeira felicidade espiritual. A tendência da mente e da consciência é voltar-se integralmente para a fonte, para Deus. A consciência espiritual é a suprema consciência a se alcançar quando se deseja uma existência harmoniosa e pacífica. Sem este equilíbrio espiritual na sua vida a felicidade é impossível. Viver uma vida contraditória é não ser equilibrado, e viver a vida em desequilíbrio é o caminho certo para a infelicidade."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 87/88)


segunda-feira, 27 de julho de 2015

O ENRIQUECIMENTO INTERNO E A PROSPERIDADE EXTERNA (PARTE FINAL)

"(...) Desde que o homem especule mercenariamente para receber qualquer benefício externo pelo fato de ser bom, já está num trilho falso, porque degrada as coisas espirituais a escrava das coisas materiais - e não pode ser feliz. O espiritual deve ser buscado incondicionalmente, sem segundas intenções - e Deus se encarregará do resto.

A felicidade pessoal não é, pois, algo que o homem deva buscar como prêmio da sua espiritualidade, nem mesmo como uma espécie de 'céu' fora dele - essa felicidade lhe será dada como um presente inevitável, como uma graça, como um dom divino - suposto que ele seja incondicionalmente bom.

Essa atitude interna de completo desinteresse, é claro, exige grande pureza de coração, e é por isto mesmo que o Nazareno proclama 'bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus'. 'Pureza de coração' é isenção de egoísmo.

É imensamente difícil, para o homem profano, ser integralmente honesto consigo mesmo, não camuflar intenções, não criar cortinas de fumaça para se iludir egoisticamente sobre os verdadeiros motivos dos seus atos. Um homem que, digamos, durante dez ou vinte anos, praticou vida espiritual, mas não conseguiu prosperidade material, e se queixa desse 'fracasso' descrendo da justiça das leis eternas que regem o universo e a vida humana, esse homem não é realmente espiritual, nutre um secreto espírito mercenário, esperando receber algo material por sua espiritualidade; não busca sinceramente o reino de Deus e sua justiça, e por isto mesmo, não lhe serão dadas de acréscimo as outras coisas.

Só um homem que possa dizer como Job, depois de perder tudo: 'O Senhor o deu, o Senhor o tirou - seja bendito o nome do Senhor!' ou que compreenda praticamente as palavras de Jesus: 'Quando tiverdes feito tudo que devíeis fazer, dizei: Somos servos inúteis; cumprimos apenas a nossa obrigação, nenhuma recompensa merecemos por isto' - só esse homem é realmente espiritual e descobrirá o segredo da verdadeira felicidade. (...)

O altruísmo de que falamos é um meio para o homem fechar as portas ao seu egoísmo pessoal e abrir a porta à invasão do seu grande Eu espiritual. Quem quer autorrealizar-se em sua alma, deve substituir o seu egoísmo pelo altruísmo. O ego só se encontra com Deus via tu."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 35/36)
  

domingo, 26 de julho de 2015

O ENRIQUECIMENTO INTERNO E A PROSPERIDADE EXTERNA (1ª PARTE)

"Objetará alguém que também isto é egoísmo: querer enriquecer a alma pelo fato de dar aos outros. Não é exato. Não é egoísmo. O verdadeiro altruísta não dá para receber algo em troca, da parte de seus semelhantes; se esperasse retribuição, mesmo que fosse em forma de gratidão e reconhecimento, seria egoísta. Que é que acontece? O altruísta não espera nada por seus benefícios, nem mesmo gratidão (embora o beneficiado tenha a obrigação moral de ser grato!).

Entretanto, segundo os imutáveis dispositivos da Constituição Cósmica, ou Providência de Deus, é inevitável que o homem desinteressadamente bom seja enriquecido por Deus - por Deus, e não pelos homens! A distribuição dos benefícios que o altruísta faz é, por assim dizer, realizada na horizontal.

Mas o enriquecimento lhe vem na vertical. Distribui ao redor de si, a seus irmãos, mas recebe das alturas, de Deus - nem pode evitar esse enriquecimento de cima, uma vez que ninguém pode modificar, mesmo que quisesse, a eterna lei cósmica, que enriquece infalivelmente a todo homem desinteressadamente bom.

Esse enriquecimento, não há dúvida, é, em primeiro lugar, interno. Acontece, porém, que, não raro, esse enriquecimento interno transborde também em prosperidade externa, devida à íntima relação entre alma e corpo. 'Procurai primeiro o reino de Deus e sua justiça - disse o Mestre - e todas as outras coisas vos serão dadas de acréscimo.' Ser espiritualmente bom a fim de ser materialmente próspero, seria erro funesto. Em caso algum pode o espiritual servir de meio para todo o material. O homem realmente espiritual é incondicionalmente bom, pratica o bem única e exclusivamente por causa do bem, sejam quais forem as consequências externas dessa sua invariável atitude interna. 'O reino de Deus e sua justiça' é a única coisa que o homem deve buscar diretamente, ao passo que 'as outras coisas lhe serão dadas de acréscimo', lhe advirão espontaneamente, sem que o homem as procure. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 33/35)
www.martinclaret.com.br

sábado, 14 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (4ª PARTE)

"(...) Nunca se deve passar às crianças a impressão de que, se cometerem um erro, Deus irá castigá-las. Elas precisam aprender a amar a Deus, não a temê-Lo; a agir certo porque O amam. Devem aprender um pouco sobre a lei do karma: 'O que plantarem neste mundo, meus queridos, vocês também colherão. Se mentirem, os outros serão falsos e não confiarão em vocês. Se roubarem ou tomarem dos outros à força, os outros também tirarão de vocês. Contudo, se forem altruístas, os outros serão generosos com vocês. Se forem amorosos, os outros gostarão de vocês.' 

 É dever dos pais abrir bem a mente e o coração dos filhos e orientá-los a cultivar a atitude correta em relação à vida, em relação aos problemas emocionais e em relação ao sexo, quando tiverem idade suficiente. Enquanto estiverem aprendendo, devem sempre sentir que, independentemente do que façam, seus pais sempre terão um coração aberto e uma mente compreensiva. A criança não deve sentir que precisa procurar alguma outra pessoa para conseguir a compreensão que não teve dos pais.

Pais sensatos nunca agirão embaraçados, dominados, desanimados ou chocados com qualquer coisa que o filho lhes diga. Sempre se deve fazer que o filho sinta: 'Posso recorrer a minha mãe e a meu pai com qualquer coisa que esteja me perturbando, porque sei que deles sempre receberei compreensão.' (...)"

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 56)

domingo, 14 de setembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DA FELICIDADE ALHEIA

"Aprenda também a ser altruísta. encontrar felicidade fazendo os outros felizes é um objetivo sincero de quem ama a Deus. Dar felicidade é extremamente importante para sua própria felicidade, e é uma experiência muito gratificante. Algumas pessoas pensam apenas na família: 'Só nós quatro e ninguém mais'. Outras só pensam em si: 'E eu? E a minha felicidade?' Mas são exatamente essas pessoas que são infelizes!

Não é certo buscar a felicidade pessoal sendo indiferente ao bem-estar alheio. Se você não tem escrúpulos e se apropria do dinheiro dos outros, pode até ficar rico, mas jamais será feliz, porque os pensamentos de rancor dos que foram enganados recairão sobre você. A lei divina diz: sempre que você tentar ser feliz à custa do bem-estar alheio, todos vão querer fazê-lo infeliz. Mas se tentar dar felicidade, mesmo que tenha de abdicar de sua satisfação pessoal, todos terão em mente o seu bem-estar. Sempre que pensar em suas necessidades, lembre-se também do próximo. Assim que levar em consideração o bem-estar dos outros, você vai querer fazê-los felizes. O altruísta relaciona-se maravilhosamente com sua família e com o resto do mundo. O egoísta está sempre em dificuldades e perde a paz de espírito."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 39)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

CONVITE A NÃO-VIOLÊNCIA

"O mundo e cada pessoa estão carentes de compreensão, cordialidade, ternura, caridade, amparo, compaixão, amor...

Sem que nos dediquemos a oferecer tais coisas aos demais, não adiantarão as passeatas, os slogans, as campanhas contra a violência.

A violência, que é ódio, só será suprimida com a doação de amor.

Violência é brutalidade. Temos que cultivar a sabedoria.

Violência é fruto do egoísmo. Devemos promover o altruísmo.

Violência é insanidade. Se queremos a não-violência, melhoremos o nosso estado de saúde.

Violência é obscurantismo. Cultivemos e cultuemos a Luz.

Violência é paixão. Sejamos compassivos.

Melhor do que, firme e veementemente, lutarmos contra a violência, é aceitarmos um gentil convite à simpatia,à lucidez, à bondade, à complacência, à cordialidade, ao amor..."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 185)


sexta-feira, 20 de junho de 2014

VIVA PARA OS OUTROS E ELES VIVERÁO PARA VOCÊ (PARTE FINAL)

"(...) Viver para os outros é uma alegria. Quando estou sozinho, raramente tenho vontade de comer; mas, quando tenho companhia, gosto de preparar pratos apetitosos. Observava a mesma característica em meu guru, Swami Sri Yukteswarji. Durante minhas primeiras visitas a seu ashram, fiquei com a impressão de que ele sempre comia comida saborosa. Entretanto, quando fui lá uma vez sem ser esperado, vi que fazia a refeição mais simples que se possa imaginar. Indaguei-lhe sobre isso. 'Só faço pratos especiais quando você vem', respondeu. 'Gosto de prepará-los para você.'

Certa vez, um colega de faculdade foi comigo ao mercado para comprar abacaxis. Só havia dois, e um era maior que o outro. Comprei ambos e dei o maior a meu amigo. Ele ficou surpreso! Pensou que eu ficaria com o maior. Um sentimento maravilhoso nasce no íntimo das pessoas que têm consideração pelos outros, pensando primeiro no próximo. Assim que você se preocupa com alguém, não só essa pessoa pensa em você: Deus também. Se é atencioso, servindo os outros o tempo todo, mesmo que gaste seu último centavo para ajudá-los, Deus retribuirá com bênçãos ainda mais numerosas.

Outra coisa: cada um de nós tem uma qualidade especial, uma particularidade que os outros não têm. Além disso, cada um é, de algum modo, mais rico ou mais pobre que os outros. Se você é altruísta, bem- humorado, compreensivo, é mais rico que os egoístas, coléricos e invejosos."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 143/144)


quarta-feira, 2 de abril de 2014

O SÁBIO

"O Adepto vive com o mundo, embora dele retirado, a fim de cumprir a sua missão de puro altruísmo. A atitude de alguém que está dedicado à sabedoria deve ser a mesma. Trata-se de viver com o mundo pelo dever de fazê-lo, porém não estando envolvido com ele de várias formas, e podendo liberar-se dele apenas na forma correta. Existem centenas de maneiras de errar, porém apenas uma maneira de agir acertadamente. O homem sábio pode permanecer com o mundo, compreendendo a importância do trabalho que aqui pode realizar, mas ele não tem objetivos mundanos. Isto distingue o filósofo do ignorante, ignorante não dos fatos comuns da vida, mas das verdades essenciais. Aquele que objetiva alcançar a sabedoria, que poderia ser caracterizada como divina porque originou-se do céu, não atribui muita importância à grandeza humana, o tipo de grandeza que geralmente é realçada pelas pessoas. O objetivo de ser grande surge do prazer de comparar-se com outros e achar-se de alguma forma superior ao seu nível. Deveríamos tentar libertar-nos da ideia de querermos ser grandes em comparação com outros, fazendo com que pareçam pequenos."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 14/15)

sábado, 8 de março de 2014

O COTIDIANO E O NIRVANA

"O Dalai Lama afirmou que, mais do que tentar alcançar o nirvana, é essencial aprender a viver o tipo correto de vida. Sem um sentimento de compaixão, integridade, altruísmo, amizade e cuidado para com os outros, as metas “espirituais” não levam a lugar algum. Ele disse que ‘há muitas filosofias diferentes, mas o que é basicamente importante é a compaixão, o amor pelos outros, a preocupação com o sofrimento alheio e a redução do egoísmo. Eu sinto que o pensamento compassivo é o que existe de mais precioso. É algo que somente nós, seres humanos, podemos desenvolver. Se temos um coração caridoso e sentimentos cordiais, nós mesmos nos sentiremos satisfeitos e felizes, e nossos amigos também experimentarão uma atmosfera amistosa e pacífica. Isso vale de nação para nação e de continente a continente.’

‘O importante é que, em sua vida diária, você pratique as coisas essenciais. Nesse nível, não há quase nenhuma diferença entre o Budismo, o Cristianismo e as outras religiões. Todas enfatizam o aperfeiçoamento dos homens, um sentido de fraternidade e amor. Se considerarmos a essência, não há diferença.’

O mundo só vai mudar quando a virtude for um fator reconhecido na vida das pessoas, mas em geral as pessoas se recusam a ver isso. Elas estão concentradas em seus objetivos pessoais e egoístas, ou buscam consolo para seus problemas na realização espiritual, com o nome de moksha, nirvana ou salvação. São poucos os que estão prontos a acreditar que o modo como vivemos e nos comportamos é importante, e que se a maneira correta de viver for observada, trará a compreensão sobre o caminho a seguir na senda espiritual."

(Radha Burnier - O cotidiano e o nirvana - Revista Sophia, Ano 2, nº 8 - p. 6)


sábado, 1 de fevereiro de 2014

HUMILDADE

"No princípio era NADA. A necessidade de ser TUDO lançou-o como chispa divina; incolor, inovadora, insalubre, inócua, insossa. Sem passado, sem história. A lei da evolução, inclemente em seu dever, empurrou-o para baixo. Era o reino elementalmente superior, inferior e astral – e dele tudo aprendeu.

Foi ainda mais fundo. Adquiriu um corpo duro, áspero, resistente, moldado pelo fogo e esculpido pelo vento. Era uma rocha, que por um período incomensurável e de cima de sua imobilidade, assistiu ao tempo passar e a vida correr. Como tal, também tudo aprendeu. Da humildade do pó à magia do diamante. Aprendeu sobre luz, cor e formas. Não havia nada mais para fazer.

Era hora de seguir adiante. Esverdeou. De susto? Não! De clorofila. Já não era tão imóvel. Balançava-se ao vento e curvava-se sob as tempestades. Aprendeu alquimia. Alquimia? Alquimia, sim. Ao transformar luz solar, água e terra em nutrientes. Aprendeu a nascer e morrer. Aprendeu a sentir uma leve perturbação – eram os primórdios da emoção. Aprendeu a esconder os seus segredos numa semente pequenina. Aprendeu sobre a beleza. Da humildade do musgo ao esplendor do lírio. Aprendeu sobretudo a respeito de altruísmo – doando sombra, alimento, etc. Aprendeu tudo.

A lei continua a empurrá-lo. Vamos em frente, não podemos parar! E emergiu num outro reino. A princípio, timidamente. Tinha uma só célula. Depois foi ficando mais corajoso. Descobriu o ‘ir e vir’. A leve perturbação anterior ficou mais clara, mais forte, mais potente – eram o amor, o ódio, o medo. Precisou trabalhar para se relacionar. Não estava mais sozinho. Paria, caçava, amava. Desenvolveu uma sabedoria animal – o instinto. Enxergava, ouvia, saboreava, tocava e cheirava. Sua história havia transposto a fase da introdução. Estava ficando rica de experiências e de lições. Da humildade do verme à inteligência do cão. Aprendeu sobre o homem e foi a sua mais difícil lição. Por ele morreu e nele nasceu.

Pulando de reino, foi agraciado com uma mente. E sua primeira percepção foi a grande utilidade de todas as outras lições. Agora sob a ótica de uma consciência. Ganhou o privilégio da autonomia. Sua alma não era mais coletiva. Estava separado dos demais semelhantes. Apenas dele dependia sua viagem de volta a Casa. Isso era bom? Só o futuro lhe diria.

Mas o ‘pensar’ era maravilhoso, assim como o ‘criar’, o ‘descobrir’, o ‘aprender’ conscientemente. Nada havia em sua vida que o superasse. Era o maior, o melhor, o mais poderoso, o único em todo o universo que ele via.

Porém, alguma coisa o incomodava. Apesar de ser superior a tudo e todos, não tinha resposta para todas as perguntas. Neste ponto de sua viagem, fez sua mais importante descoberta. Havia algo superior que criara o próprio universo. Dele havia se originado e para Ele voltaria. Sua história seria a história Dele. Seu passado, presente e futuro seriam o passado, presente e futuro Dele. E, humildemente, reconheceu que todo o seu conhecimento, adquirido ao longo do caminho, lhe havia revelado que quase nada sabia e que havia muito a aprender."

(Ismênia Cavalcanti Azambuja – Humildade - Revista Sophia, Ano 1, nº 1 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 09)


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

VIVENDO A VIDA DA IOGA – COMPAIXÃO

"A base fundamental da espiritualidade é a compaixão. Mesmo que num sentido impessoal, devemos naturalmente ter compaixão por aqueles que estão passando por necessidades. Devemos ser solidários com suas condições de infelicidade espiritual, mental e emocional; pois a vida espiritual tem suas fundações no coração, que deve ser sensível ao sofrimento – subumano e humano – sempre que ele possa existir, respondendo a ele e sentindo um forte ímpeto para oferecer alívio. Este é o grande segredo. O ideal é que o iogue seja capaz de amar e demonstrar um profundo interesse altruísta e compassivo. Estes devem ser sabiamente colocados em ação, à medida que a liberdade pessoal venha a permitir. Devemos visitar e escrever àqueles que sofrem, procurando dar apoio, ajuda e cura, e até mesmo ajuda-los fisicamente, dentro dos ditames de nossas próprias responsabilidades. Isto é o amor puro em ação – o grande ideal. Animais, crianças e adultos tornam-se então o campo de serviço em qualquer nível que a pessoa possa estar livre para alcançar e ajuda-los. O idealismo precisa ser aplicado de forma prática. Devemos lembrar sempre que o ioga inclui o esquecimento de si mesmo e o serviço amoroso expresso de forma criteriosa."

(Geoffrey Hodson – A Suprema Realização através da Ioga – Ed. Teosófica, Brasília, 2001 – p. 96)


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O QUE É SER UM TEÓSOFO

"É fácil tornar-se um teósofo. Qualquer pessoa com mediana capacidade intelectual e com certa inclinação para a metafísica; que leve uma vida pura e altruísta, que encontre mais alegria em ajudar o seu próximo do que em receber ajuda para si mesmo, que esteja sempre pronta a sacrificar os seus prazeres pessoais em benefício dos outros; que ame a Verdade, a Bondade e a Sabedoria simplesmente pelo que são em si mesmas, e não pelo benefício que delas possa auferir – é um teósofo. 

Algo completamente diferente, porém, é trilhar o caminho que conduz ao conhecimento do que é bom fazer, assim como ao reto discernimento entre o bem e o mal; um caminho que também conduz um homem até aquele poder através do qual ele pode fazer o bem que deseja, muitas vezes sem precisar, aparentemente, levantar um dedo sequer."

(H. P. Blavatsky - Ocultismo Prático - Ed. Teosófica, Brasília - p.108/109)


terça-feira, 24 de setembro de 2013

AS LEIS UNIVERSAIS (PARTE FINAL)

"(...) 4 - A LEI DE COMPAIXÃO - Uma pergunta se impõe aqui: para onde conduz o crescimento em sabedoria? Existe sábios sobre a Terra? A filosofia teosófica afirma que a essência da sabedoria é compaixão. O homem verdadeiramente sábio é aquele que rompeu os grilhões do egocentrismo e preocupação pessoal e que se dedica, de forma completa, ao auxílio de seus semelhantes. É interessante notar que a história fornece-nos repetida evidência desse fato. Inúmeros foram os homens e as mulheres que, quanto mais cresciam em sabedoria, mais expressavam em suas vidas um irrestrito amor pela humanidade.

A moderna literatura teosófica trouxe novamente à atenção do mundo esse princípio fundamental: há um caminho que conduz à libertação da ignorância, à plenitude da sabedoria e da paz, e o móvel propulsor dessa jornada é o serviço altruísta aos nossos semelhantes. (...)

Há uma analogia que pode aqui ser aplicada. Da mesma forma que todos os planetas do sistema solar têm no Sol sua fonte de vida e força, encontrando nele a energia necessária para o seu desenvolvimento, assim também aquelas pessoas que se elevaram para além da escuridão da ignorância e do egoísmo são como um radiante Sol espiritual, auxiliando o crescimento e desenvolvimento da semente espiritual latente em cada pessoa. O testemunho dos discípulos dos grandes instrutores espirituais da humanidade é unânime em afirmar que em sua presença sentia-se claramente manifesta a perfeição interior, beleza, retidão e amor. (...)

É lícito afirmar, portanto, que quanto maior o crescimento em sabedoria, maior é a certeza da unidade da vida. Nossa percepção sensorial nos evidencia a multiplicidade de eventos e coisas, mas nas profundezas da consciência apenas uma verdade permanece: a unidade da vida , a unidade fundamental de toda a existência. O que aqui para nós é um conceito, para os verdadeiramente sábios é uma realidade, descoberta no mais íntimo de sua consciência. E o altruísmo e a compaixão, que eles manifestam em suas vidas, surgem dessa percepção genuinamente espiritual. (...)"

(Ricardo Lindemann & Pedro Oliveira - A Tradição - Saedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 2006 - p. 140/141)


sábado, 21 de setembro de 2013

ABUNDÂNCIA E PROSPERIDADE (1ª PARTE)

"Aqueles que buscam a prosperidade somente para si próprios fatalmente acabarão pobres ou sofrerão de desarmonia mental; mas os que consideram o mundo todo como seu lar, e que realmente se preocupam com a prosperidade do grupo ou do mundo, e trabalham por ela (...) encontram a prosperidade individual que lhes cabe de direito. Essa é uma lei certa e secreta.

O altruísmo é o princípio que governa a lei da prosperidade.

Nada possuo, no entanto sei que, se estivesse com fome, haveria milhares de  pessoas neste mundo que me alimentariam, porque dei muito a milhares delas. Essa mesma lei funcionaria para quem quer que pensasse não em si próprio como o faminto, mas sim nas outras pessoas que precisam.

Todos os dias, faço alguma coisa em benefício dos outros, mesmo que seja algo insignificante. Se você quer amar a Deus, é preciso amar as pessoas. Elas são filhas Dele. Você pode ser prestativo no plano material- dando aos que precisam - e no plano mental - dando conforto aos sofredores, coragem aos temerosos, amizade divina e apoio moral aos fracos. Você também semeia bondade quando desperta nos outros o interesse por Deus e quando cultiva neles um maior amor a Deus, uma fé mais profunda Nele. Quando deixar este mundo, as riquezas materiais ficarão para trás; mas todas as suas boas ações o acompanharão. Pessoas ricas que vivem na avareza e pessoas egoístas que nunca ajudam os outros não atraem riqueza em sua próxima vida. No entanto, os que distribuem e compartilham, quer tenham muito, quer tenham pouco atrairão a prosperidade. Essa é a lei de Deus. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 77/79)


domingo, 15 de setembro de 2013

ALTRUÍSMO

"Só o orgulho e a resistência à verdade leva-nos a supor que podemos saber o que é bom para o outro. O verdadeiro altruísta não faz tal suposição. Delicadeza, humildade e sensibilidade profundas são marcas de maturidade necessária, antes que se possa ajudar os outros. ‘Seja humilde se quiser alcançar a Sabedoria’.¹

H. P. B. escreve que ‘o altruísmo é uma parte essencial do autodesenvolvimento’. Na medida em que a consciência de uma pessoa torna-se plena de sentimento altruísta, ela passa a ter as qualidades que mencionamos e, portanto, começa o seu desenvolvimento. Um dos paradoxos da vida interior é que se deve aprender a ajustar e a ser realmente útil mesmo sem se sentir qualificado para ajudar. O mais humilde é o mais sábio e o que está melhor qualificado para servir ao mundo. O altruísmo é uma mudança substancial na qualidade da mente, mais do que uma ação específica qualquer. Quando há o estado interior correto em nós, a ação correta ocorre automaticamente."

¹. H. P. Blavatsky, A Voz do Silêncio.

(Radha Burnier - O Caminho do Autoconhecimento - Ed. Teosófica, Brasília, 2000, p. 62/64)


sábado, 27 de julho de 2013

TEOSOFIA E ÉTICA

"Nos estágios mais iniciais da vida moral, o altruísmo terá de ser o objetivo que colocamos diante de nós. Deveríamos esforçar-nos para aprimorar o serviço prestado aos outros. Porém o altruísmo é mais um estágio de progresso do que um objetivo. Enquanto o serviço é realizado conscientemente na qualidade de serviço a outros que estão separados do nosso próprio eu, nossa ética ainda não estará completa; haverá alguma falta de espiritualidade em nossa alma.

Existe um belo poema persa no qual o amante, procurando a sua bem-amada, encontra fechada a porta do seu quarto. Ele bate, implorando ser admitido. Do quarto fechado ouve-se uma voz perguntando: ‘Quem pede ingresso?’ Acreditando em seu amor como a melhor justificativa para entrar, ele responde: ‘É o teu bem-amado que bate.’ Mas houve silêncio no quarto, e a porta permaneceu fechada.

"Ele foi pelo mundo afora e aprendeu lições mais profundas da vida e do amor. Retomando mais uma vez à porta fechada, ele ali bateu e pediu ingresso. Novamente ouviu-se uma voz: ‘Quem bate?’ Mas a resposta desta feita não mais foi ‘o teu bem-amado’. ‘És tu quem bate,’ ele disse. A porta abriu-se, e ele a atravessou.

Todo o verdadeiro amor tem a sua raiz na unidade, onde ele não é dois, porém um. Assim, na ética mais elevada, esta é a verdadeira característica que devemos atingir. Para aquele a quem amamos não existe algo como o serviço considerado altruísta, porque a alegria mais profunda e o prazer mais elevado surgem no serviço ao melhor eu de cada um. À medida que crescemos na vida espiritual e compreendemos a verdadeira unidade da humanidade, verificamos ser a própria humanidade aquela a quem mais amamos. Servimos ao nosso Eu Superior ao servi-la. E assim retornamos àquilo do qual nos originamos, ao Invisível, ao Uno e ao todo.

O altruísmo, glorioso como possa ser nos estágios inferiores de moralidade, perde-se na Unidade Suprema da alma humana, na indivisibilidade absoluta do Espírito. Enquanto ainda estamos conscientemente separados, o altruísmo pode ser considerado como a Lei da vida, baseada em nossa origem comum no Divino. Compartilhamos do treinamento comum na peregrinação que terá de ser cumprida em cada alma, experiência comum no aprendizado de cada lição, adquirindo todo o conhecimento, compartilhando as diferentes possibilidades da sorte humana e construindo um caráter sublime da matéria comum. O nosso destino é um: a perfeição de uma humanidade divina que é una na origem e una no treinamento. Que valor terá a separação de uma pessoa da outra, a construção de muros divisórios entre irmãos e irmãs?"

(Annie Besant - A Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília - p. 109/110).
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quarta-feira, 5 de junho de 2013

SOMBRA E LUZ (1ª PARTE - I)

"É agradável sentar-se à sombra de uma árvore num dia de calor. Por outro lado, como dizem as escrituras, caminhamos através do "vale da sombra da morte", e nossos dias sobre a Terra são uma sombra que desaparece. Sombra geralmente representa trevas indesejáveis e deprimentes, obscuridade ou algo que é imaterial, irreal ou transitório. Em contraste, claridade e luz do sol significam esperança, ânimo e alegria. 

A sombra representa obscuridade do real, a natureza impermanente de tudo que compõe nossa vida normal no dia a dia - as posses físicas e mentais que nos esforçamos para conquistar, e o poder que muitas vezes é obtido em função da posição social ou econômica, seja na política, no aprendizado, na arte ou na religião, e que desesperadamente tentamos reter. Se essas coisas nos escapam, como deve acontecer algum dia, nós nos sentimos "criaturas miseráveis". Apegamo-nos a pessoas - esposa, marido, filhos, amigos, inimigos - num relacionamento de atração e repulsão. Permanecemos presos a ideias, tradições e teorias, que acreditamos serem as únicas certas, e assim criamos uma diferença entre nós e os outros, que têm suas próprias convicções.

Caminhamos através do "vale da sombra" porque essas posturas são a causa de dor, medo, conflito e sofrimento. O sofrimento chega até nós não porque Deus fez deste mundo um local de trevas, mas por causa de nossas próprias atitudes. O germe da dor é implantado no momento em que começamos a pensar e sentir em termos do estreito "eu" pessoal - de nossa própria felicidade exclusiva. Não é preciso uma fé cega em Deus ou em qualquer plano divino para compreender que a dor está na atitude autocentrada, na dualidade e na busca das sombras projetadas por nosso próprios pensamentos, na identificação do observador com o que é visto. 

É por isso que tanto se enfatiza o altruísmo, para arrancar a gigantesca raiz do "eu" e reduzi-la a zero. Essa ênfase no altruísmo é às vezes compreendida como supressão das emoções e da mente. Na verdade, a ênfase não está na negação compulsória, mas na correta compreensão. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 43 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 32)

  


domingo, 19 de maio de 2013

A LUZ DE DEUS DESTRÓI A ESCURIDÃO

"Todos os hábitos e humores que afastam a mente de Deus podem ser vencidos com sua substituição por pensamentos positivos de contentamento, boa vontade, alegria, altruísmo, amor, bondade, compaixão. Quando você desperta essas qualidades internamente, os outros hábitos de cobiça, egoísmo, raiva, ódio, ciúme, má vontade, paixão vão dissipar-se gradualmente. Você não pode afastar a escuridão de um quarto queixando-se de que não consegue ver, ou fustigando-a com uma vara. Existe apenas um meio para remover a escuridão: introduzir a luz. Da mesma forma, o meio para remover a ignorância não é alongar-se em autocomiseração ou culpar outra pessoa por nossa escuridão interna, mas introduzir a luz de Deus. Ascenda a luz da sabedoria dentro de você, e toda a escuridão de séculos se desvanecerá.

Os devotos que vivem na consciência de Deus descobrem que estão sempre centrados Nele, que a mente está constantemente girando em torno de algum aspecto do Divino: meu Deus, meu Pai, minha Mãe, meu Filho, meu Amigo, meu Bem, meu Amado, meu Amor. Quanto mais se esforçar para manter-se firme nessa consciência, tanto mais rapidamente a pessoa perceberá dentro de si a mesma Imagem Divina que reside em cada um de nós."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 90)


quinta-feira, 9 de maio de 2013

FAÇA AOS OUTROS AQUILO QUE DESEJA QUE ELES LHE FAÇAM

"Faça aos outros aquilo que deseja que eles lhe façam; não faça aos outros aquilo que não deseja que lhe façam. Não tenha um comportamento dúbio. Trate todos como seu próprio ser. Isso quer dizer que deve ter fé em si mesmo, e só então pode ter fé nos outros. Deve respeitar-se e respeitar os outros. O egoísmo é a dimensão do altruísmo. A humanidade é uma comunidade - e se ferir a si mesmo, ferirá todos. Erga um homem, e este ato o fará erguer-se a si mesmo. O tratamento que você quer que os outros lhe deem é a própria medida de seus deveres em relação a eles."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 150)