OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 1 de maio de 2017

DEVERES E DIREITOS

"Que adianta extinguir grandes ódios,
Quando ficam ressentimentos?
Como remediar isto?
Cumpre teu dever e esquece teus direitos.
Quem se guia pela voz da consciência,
Só atende à voz do dever,
E não insiste em seus direito.
Os poderes eternos não têm favoritos,
Mas favorecem sempre os bons.

EXPLICAÇÃO: O direito é sinônimo de egoísmo - o dever é homônimo de amor. Enquanto o homem insiste nos seus direitos, tudo está torto; mas quando renuncia a seus direito, tudo se endireita.

No frontespício do Forum de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, se acham quatro palavras em latim: SUMMUM IUS - SUMMA INIURIA, que quer dizer O sumo direito é a suma injustiça. São palavras de um código do Império Romano, que já reconheceu e proclamou que o direito é o contrário da justiça.

Nesse sentido disse o Evangelho 'Por Moisés foi dada a lei (o direito) - pelo Cristo veio a verdade, veio a graça (a justiça)'. 

A sociedade humana é regida pelo direito - mas a consciência obedece à justiça.

Por isto o sábio dá mais importância aos seus deveres do que aos seus direitos, obedece mais aos ditames do seu Eu divino do que à política do seu ego humano."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 193/194)


sexta-feira, 24 de março de 2017

O BOM CORAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Como a lei do carma é inevitável e infalível, sempre que fazemos mal aos outros estamos diretamente fazendo mal a nós mesmos, e sempre que os fazemos felizes estamos trazendo futura felicidade para nós mesmos. Assim diz o Dalai Lama:
Se você tentar dominar seus impulsos egoístas - raiva e assim por diante - e desenvolver mais bondade e compaixão pelos outros, no fim você mesmo estará se beneficiando mais do que estaria de outra forma. Por isso às vezes digo que o egoísta sábio deveria praticar desse modo. Os egoístas tolos estão sempre pensando em si mesmos, e o resultado disso é negativo. Os egoístas sábios pensam nos demais, ajudam-nos o quanto podem, e o resultado é que também eles recebem benefícios.
A crença na reencarnação mostra-nos que há no universo uma espécie de justiça ou bondade suprema. É essa bondade que todos estamos querendo descobrir e libertar. Sempre que agimos positivamente, movemo-nos na direção dela; sempre que agimos negativamente, nós a obscurecemos e inibimos. E sempre que não podemos expressá-la em nossas vidas e ações sentimo-nos infelizes e frustrados. 

Assim, se tiver de tirar uma mensagem essencial do fato da reencarnação, seria esta: desenvolva esse bom coração que deseja ardentemente que os outros seres encontrem felicidade duradoura, e que age para assegurá-la. Nutra e pratique a bondade. Disse o Dalai Lama: 'Não há necessidade de templos; nenhuma necessidade de filosofias complicadas. Nosso próprio cérebro, nosso próprio coração é nosso templo; minha filosofia é a bondade'."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 131/132)


quarta-feira, 22 de março de 2017

A VERDADEIRA RELIGIÃO

"Se uma religião não insistir em fazer de você um eficiente praticante da compreensão, da concórdia, da misericórdia, da pureza, da renúncia, da beleza, do amor, da compaixão, da verdade... não é religião coisa nenhuma.

A verdadeira Religião não tem um nome específico, nem um Deus com um nome especial e exclusivo.

Sua essência consiste em: amar universalmente; perdoar sempre; sempre servir e amparar; renunciar ao e vencer o fascínio dos sentidos; minimizar a ignorância e o egoísmo; superar o apego; a aversão e o medo; silenciar a mente para que Deus fale; ter Deus como objetivo supremo; orar e vigiar; cumprir de forma perfeita o papel ou tarefa que a Vida reserva a cada um; compadecer-se dos que sofrem; servir sem ideia de recompensa ou mérito; ... Que é isto senão o que devemos fazer como investimentos de Deus?

Só o Amor a Deus e ao próximo nos liberta."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p.127/128)


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CORPO ASTRAL

"O desenvolvimento do corpo astral difere imensamente de acordo com a pessoa, mas em todas elas é o corpo que oferece a experiência do prazer e da dor, que é atirado à ação e à paixão, ao desejo e à emoção, e é no corpo que residem os centros de nossos órgãos do sentido — a visão, a audição, o olfato, o gosto e o tato. Se a paixão, o desejo e a emoção forem baixos e sensuais, então a matéria é densa; suas vibrações, em consequência, mostram-se relativamente lentas, e suas cores são escuras e sem atrativos — marrom, vermelho e verde escuros, e suas combinações se iluminam de vez em quando por algum rápido relâmpago escarlate, o que indica uma pessoa em estágio inferior de evolução. Marrom avermelhado indica sensualidade e avidez; cinza esverdeado indica falsidade e astúcia; marrom indica egoísmo; escarlate indica cólera; amarelo em volta da cabeça significa inteligência; o cinza azulado sobre a cabeça indica sentimentos religiosos primitivos (culto fetichista, etc.); pontos de rosa profundo indicam início de amor. À proporção que a evolução continua, a matéria faz-se mais fina, as cores mais claras, mais puras, mais brilhantes. O verde indica simpatia e adaptabilidade; o rosa indica amor; o azul fala de sentimentos religiosos; o amarelo indica inteligência; o violeta, quando acima da cabeça, indica espiritualidade.

Usamos esse corpo durante as horas em que estamos acordados; em pessoas educadas e refinadas, ele alcançou um estágio bastante alto de evolução. Sua matéria mais fina está em contato íntimo com a matéria do corpo mental, e ambos trabalham juntos, constantemente, agindo e reagindo um sobre o outro. A aparência comum do corpo astral se transforma quando outro ser humano se torna o centro do seu mundo. O egoísmo, a falsidade e a cólera desaparecem, e um aumento enorme do carmesim, cor do amor, torna-se visível. Outras modificações indesejáveis ocorrem, mas isso é uma abertura das portas de ouro para aquele que passa por essa experiência e será culpado se elas se fecharem novamente. A cólera intensa mostra seus terríveis efeitos no corpo astral; todo ele é coberto pela tonalidade sombria da malícia e dos maus desejos, que se expressa em espirais e vórtices de um sombrio tom tempestuoso, do qual partem flechas ardentes, procurando ferir a pessoa pela qual é sentida essa cólera — um espetáculo tremenda e verdadeiramente medonho.

Durante o sono, o corpo astral desprende-se do físico, e nas pessoas altamente desenvolvidas a consciência funciona nos corpos superiores e no mental. Aprendemos muito durante o nosso sono, e o conhecimento assim obtido filtra-se para o cérebro físico, e às vezes fica impresso nele, como um sonho vívido e instrutivo. No mundo astral, na maioria dos casos, a consciência pouco se preocupa com o que está acontecendo ali, já que seu interesse principal está em seu próprio exercício, em pensamento e emoção. Mas é possível levá-la a exteriorizar-se para ganhar conhecimento do mundo astral. Ali, a comunicação com amigos que perderam seu corpo físico pela morte é conseguida constantemente, e a recordação disso pode ser levada para a consciência em vigília, formando, assim, uma ponte sobre o abismo cavado pela morte.

Premonições, pressentimentos, a sensação de uma presença invisível e muitas outras experiências desse gênero são devidas à atividade do corpo astral e às suas reações sobre o físico; o aumento da frequência dessas sensações resulta da sua evolução entre pessoas cultas. Dentro de poucas gerações ele terá seu desenvolvimento tão generalizado, que irá tornar-se tão familiar como o corpo físico. Depois da morte, vivemos por algum tempo no corpo astral usado durante nossa vida na Terra, e quanto mais aprendermos a controlá-lo e a usá-lo sensatamente agora, melhor será para nós depois da morte."

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) A verdade é eterna. Está sempre aí e sempre esteve, porque é o fato existencial. Posso culpar a televisão e a propaganda, posso culpar meus pais pelo condicionamento de minha mente, mas, se eles não a tivessem condicionado alguma outra coisa teria. Não existe nada entre mim e a verdade, exceto eu mesmo.

Portanto, estou buscando perceber a verdade, mas eu mesmo estou barrando o caminho. Como sair dessa? É simples: temos que morrer para o 'eu', para o processo egoico. Explorando-o e observando-o, sem condená-lo ou justificá-lo. conseguimos ver como esse processo surge, o que ele faz às nossas vidas e aos nossos relacionamentos. Talvez, ao assim observar, a consciência perceba que eu mesmo estou criando o processo egoico, e que sou responsável por criar miséria em minha vida. Quando enxergarmos o perigo desse processo, talvez então ele termine.

O problema do ódio, ciúme, apego, desejo e frustração são como muitos ramos de uma enorme árvore, cuja raiz é o processo egoico. Quando um desses problemas se manifesta, começamos a investigar para resolvê-lo; quando é resolvido, nós paramos. Mas não paramos naquele ponto. Continuamos com a investigação, embora a dor tenha desaparecido. Se você recuar bastante para chegar até a raiz, verá que cada ramo tem o potencial de desenterrar toda a árvore.

Não faz sentido cortar apenas um ramo, porque, enquanto a raiz estiver lá, outro ramo crescerá. Krishnamurti costumava dizer: 'Continue observando; comece com qualquer coisa que esteja ocupando sua mente, mas não aceite respostas simples. Não se evada, não se satisfaça com a resolução do problema imediato. Pergunte por que ele surgiu e aprofunde-se nele.' Isso dá à pessoa a oportunidade de aprender a respeito de si própria com profundidade. (...)"

(P. Krishna - Novas maneiras de ver o mundo - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 10/11)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

NOVAS MANEIRAS DE VER O MUNDO

"No decorrer da evolução, o ser humano distinguiu-se por uma melhoria na memória, uma maior habilidade para pensar e uma capacidade acentuada para a imaginação, adquirida por toda criança à medida que aprende a falar. Mas a natureza não revela como devemos usar esses dons. Fizemos uso dessas capacidades adicionais para sermos mais gentis, mais atenciosos, para melhor protegermos a Terra, nosso ambiente, e até mesmo nossa própria espécie?

Nos últimos dez anos os seres humanos mataram trinta milhões de seus próprios irmãos em guerras. Trata-se de um processo egoico horrendo. Ele é a causa principal da luta dentro da família, entre irmãos e entre marido e mulher, além de ser a atitude dominante. A causa dessa luta é o mesmo desejo por dominação que se projeta entre as nações. Mas a guerra é apenas uma manifestação numa escala maior, enquanto a sua raiz é a mesma.

Devemos examinar a causa de uma forma mais profunda.  Como ela começa? Se observarmos uma criança crescendo e tornando-se lentamente mais egoísta, veremos que sua imaginação, pensamento e memória, combinados com o seu instinto de buscar prazer e evitar a dor, resulta no prazer psicológico e no medo da dor psicológica. A mente está calculando se pode obter mais segurança e prazer. O desejo de acumular e de proteger a si próprio de qualquer tipo de dano futuro parece perfeitamente natural. Ele surge em toda criança.

Estaremos todos presos nessa armadilha ou poderemos nos libertar, se aprendermos a respeito dela? Os biólogos explicam como a violência chegou até nós por meio do nossa passado biológico; sua explicação não está errada. O ser humano pode se aliar à violência e se tornar um Hitler, ou eliminá-la e se tornar um Gandhi, um Krishnamurti. Há uma liberdade que a natureza deu ao homem, mas não aos animais.

Não podemos fazer com que um tigre se torne vegetariano, mas o ser humano, embora nascido num ambiente não vegetariano, pode deixar de comer carne, se vir a conhecer a compaixão. Temos essa capacidade de mudança. Toda a questão a respeito do que é moral e correto surge somente para o homem. Se ele fosse completamente determinado pelo seu passado biológico, não sendo por isso responsável pelo que faz, como poderia ser culpado? Mas não é esse o caso, realmente. Portanto, devemos exercitar a capacidade de aprender por nós mesmos e, assim, por meio do autoconhecimento, nos libertar da desordem na consciência."

(P. Krishna - Novas maneiras de ver o mundo - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 5/6)
www.revistasophia.com.br


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

PODERES PSÍQUICOS

"(...) O pior do desenvolvimento dos poderes psíquicos é a frequente acentuação do egoísmo pessoal, tanto pelo próprio homem quanto pela adulação de outros. Isto colore, distorce, desvia tudo quanto ele 'vê'. É como olhar através de uma vidraça colorida. O mundo exterior é também colorido. Os olhos da alma que podem verdadeiramente ver são completamente impessoais, um painel claro e branco.

A acentuação do egoísmo é altamente perigosa no caminho oculto. Pode acabar por levar um homem ao 'Caminho da Esquerda', o caminho que levaria depois de muito tempo, à prática do mal e à extinção final. A diferença entre os Adeptos da Direita e os da Esquerda está principalmente na motivação. O Adepto da Esquerda adquire poderes e conhecimento até um certo grau, mas apenas em seu interesse egoísta. O Adepto da Direita adquire poderes e conhecimento no serviço do progresso e da felicidade de toda vida. A Sabedoria e a Verdade finais não podem ser obtidas no caminho do egoísmo. Egoísmo e motivos pessoais são chamados em Luz no Caminho 'a gigantesca erva daninha.' Ela pode viver, afirma essa escritura, no coração do discípulo devotado, bem como no homem mundano. Mas é infinitamente mais perigosa, embora seja um fator necessário na evolução do homem comum. Sem ambição, sem um motivo pessoal, a vida nada significaria para ele, não haveria nenhum incentivo. Enquanto essa ambição não prejudicar a outros, é um auxílio para seu crescimento. (...)"

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 1999 - p. 159/160)


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

LIMPE O SEU CORAÇÃO PARA TRANSFORMAR A SUA NATUREZA

"Egoísmo, orgulho e ambição têm de ser removidos do coração. Sathya (verdade ou veracidade), japa (repetição de um mantra),  dhyana (meditação) constituem o arar e o nivelar (do terreno). Prema (amor) é a água a ser lançada no campo para o arar e enriquecer. Nama (o Nome de Deus) é a semente. Bhakthi (devoção) é o broto. Kama (luxúria, sensualidade obsessiva) e krodha (rancor, ódio) são o gado voraz. A disciplina ascética (sadhana) é a proteção. Ananda (bem-aventurança) é a colheita.

A preguiça deve ser alijada da natureza humana independente da forma em que apareça. Este é o primeiro passo na transformação de manava (natureza humana) em Madhava (natureza divina), isto é, na transmutação do homem em Deus. 

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.161)


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A PRÁTICA DO AMOR (1ª PARTE)

"Dia após dia, semana após semana, somos confrontados com uma ampla seleção de sofrimento, ódio e violência, oriunda de todo o mundo. Percebemos não apenas os problemas em nossa própria comunidade, mas em cidades e nações distantes. Vendo e ouvindo esses eventos de modo quase imediato, muitas vezes repetidos durante um longo período de tempo, começamos a assumi-los pessoalmente, como assumimos algo que aconteceu a um amigo ou a nós mesmos. Começamos a nos deter nessas coisas. Logo que nosso ego se identifica com aqueles que pensamos estar certos, é fácil ficarmos zangados, tornar-nos intolerantes e condenarmos aqueles que julgamos estar errados. Ou simplesmente nos sentirmos deprimidos, impotentes ou temerosos.

Precisamos perguntar a nós mesmos, no entanto, se a qualidade da nossa resposta está aliviando ou contribuindo para os problemas da humanidade. Assim como odiar e temer são escolhas ruins em nossa vida pessoal, também o são nos grandes afazeres. Infelizmente é fácil demais refletir o que quer que nos cause aversão. Quando nos permitimos ser negativamente afetados por alguém, imediatamente começamos a nos identificar com aquela mesma qualidade, despertando-a em nós. Isso ocorre porque cada um de nós tem internamente todos os potenciais da humanidade para o bem e para o mal, para o egoísmo e a crueldade, para o sacrifício e o amor, para o mais elevado altruísmo e a mais abjeta depravação.

Além disso, responder na mesma moeda parece quase instintivo. É preciso muita autodisciplina para responder com uma qualidade oposta àquela que nos ofende. Os ensinamentos de Jesus para amarmos nossos inimigos, oferecermos a outra face, abençoarmos os que nos amaldiçoam, fazermos o bem aos que nos odeiam e orarmos pelos que abusam de nós parecem ir contra a nossa natureza; parece ser virtualmente impossível praticar isso na vida diária. Qual a explicação de Jesus para esses ensinamentos? Ele diz para os seguirmos 'para que possais ser filhos de vosso Pai no céu; pois Ele faz o sol nascer sobre o bom e o mau, e faz chover sobre o justo e o injusto'; 'pois Ele é gentil para com o ingrato e o perverso. Portanto, sede compassivos tal como vosso Pai é compassivo.' (Mateus 5:45, Lucas 6-35-6). (...)"

(Sarah Belle Dougherthy - A prática do amor - Sophia, Ano 12, nº 49 - p.11


terça-feira, 15 de novembro de 2016

LIBERTAÇÃO ATRAVÉS DA AÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) As pessoas voltam-se para o ócio sob a alegação de que nada existe para fazerem, porque todo o curso de eventos cósmicos está estabelecido e não pode ser influenciado por suas ações.

Mas a incompreensão jaz no fato de que, uma vez que as sutilezas dos princípios cósmicos não se aplicam às atividades comuns da vida humana, o homem é incapaz de seguir esse princípio de não ação até que seja elevado ao estado de realização cósmica. Tal paradoxo aparente é semelhante à situação na esfera da física. As Leis do Movimento de Newton muito contribuíram para o conforto material, mas não conseguiram explicar os mistérios fundamentais da natureza. Com um insight mais profundo e com a ajuda da Teoria da Relatividade de Einstein, as imperfeições da Leis de Newton foram reveladas. Mas, de qualquer maneira, as descobertas técnicas, baseadas nas leis, retèm sua utilidade. Isso acontece porque, enquanto a Teoria da relatividade é essencial para o estudo da ultraestrutura da matéria, para os propósitos mais grosseiros como as explicações técnicas, as inexatidões das Leis de Newton podem ser ignoradas. 

De modo semelhante, para as atividades comuns à vida diária, a lei de ação produzindo frutos é bastante útil; muitos vivem por meio dessa máxima, ganhando dinheiro, alcançando a fama, e exercendo o poder. A imperfeição da lei mal é notada quando aplicada às atividades mundanas, mas é bastante óbvia quando se tenta segui-la na busca de objetivos mais elevados e mais nobres. Aqui, o princípio da não ação deve entrar em cena; mas, para aplicar esse princípio, a pessoa deve levantar o véu da ignorância. Com a combinação de razão e experiência espiritual, a pessoa pode começar a apreciar esse propósito cósmico altruístico. 'Seja feita a Vossa vontade, Ó Senhor', torna-se a aspiração constante da pessoa. E assim Krishna ensina a Arjuna, 'Dedicando todas as ações a mim, com teus pensamentos no Eu Supremo, livre das ambições e do egoísmo, e curado da febre mental, empenha-te na luta'.

Em todo nosso esforço para conseguir fama, poder, riqueza, ou eminência intelectual, estamos buscando a bem-aventurança. Mas essa bem-aventurança é um fim em si mesma. Somente a bem-aventurança que surge da iluminação é que deve tornar-se a meta de nossa vida. Convencidos de que essa bem-aventurança pode ser atingida através da ação, a questão é: 'Qual é a melhor ação? - a do sábio, a do guerreiro, a do artista, ou a do erudito?'."

(Ajaya Upadyay - A senda do equilíbrio - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 21/22)


sábado, 12 de novembro de 2016

O BEM E O MAL

"(...) Há tanto mal no mundo! Sim, mas é feito principalmente pelo homem. Diz o Mestre: 'O mal não existe per se e não é senão a ausência do bem. Ele existe somente para aquele que é transformado em sua vítima. O mal procede de duas causas - e assim como o bem, não é uma causa independente na natureza. A natureza é destituída de bondade ou maldade; ela segue somente leis imutáveis quando dá vida e alegria, ou envia sofrimento e morte, e destrói o que criou. A natureza tem um antídoto para cada veneno, e suas leis têm uma compensação para cada sofrimento... O verdadeiro mal procede da inteligência humana, e sua origem está inteiramente no homem pensante que se dissocia da natureza. Só a humanidade é então a verdadeira fonte do mal. O mal é o exagero do que é bom, produto do egoísmo e da ganância humanos. Pense profundamente e você verificará que, salvo a morte, que não é um mal, mas uma lei necessária, e acidentes que sempre encontrarão sua compensação numa vida futura, a origem de todo mal pequeno ou grande, está na ação humana, no homem cuja inteligência faz dele um agente livre na natureza.' (C.M.)

O homem, preso ao jogo de 'par dos opostos', foi dotado de livre-arbítrio e livre escolha, e deve aprender 'como escolher o bem e rejeitar o mal' e finalmente se erguer àquele Amor fundamental que ultrapassa tanto o chamado bem, quanto o mal. (...)

O Amor é o poder construtivo, o poder unificador do Universo. Seu oposto, o ódio, é destrutivo. Então, posto que o Universo continua em seu caminho belo, organizado, o Amor deve estar no coração dele e ser o seu propósito. O mal tem o seu propósito cósmico no esquema das coisas, e até mesmo a suprema corporificação do mal, os Irmãos da Sombra, o caminho da mão esquerda. Há uma admirável história nas escrituras hindus. Ela conta como a roda que agitou o oceano da existência foi movimentada tanto pelos anjos bons, os Devas, quanto pelas anjos maus, os Asuras. Um empurrou a roda numa direção, e o outro na direção oposta, mas ambos fizeram a roda girar.

O homem imortal, que na verdade somos nós, nunca pode ser destruído, e tudo que lhe acontece, mesmo trágico, desastroso, terrível, é para nossa futura bênção e aperfeiçoamento. Entretanto, estritamente falando, não existe algo como 'mau carma.' Todas as coisas trabalham juntas para um bom final. (...)'

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios, O Discipulado na Nova Era - Ed. Teosófica, Brasília, 1998 - p. 79/81)


terça-feira, 25 de outubro de 2016

SACRIFÍCIO

"(...) Há um modo de colocar a vida diária à sombra da vida do Cristo: é fazer de toda ação, de todo ato um sacrifício, executando-o não pelo que possa nos aproveitar, mas para vantagem e progresso dos outros; e nesta vida terra a terra, vida de humildes deveres, de ações mesquinhas, de interesses vulgares, procuremos mudar o motivo da nossa vida diária e, assim, transformá-la. Não é preciso variar coisa alguma da nossa vida externa. Qualquer que seja o gênero de vida, o sacrifício é possível; qualquer que seja o meio, Deus pode ser servido. O despertar da espiritualidade não é assinalado pela ação, mas pela maneira como é feita esta ação. 

Não são das circunstâncias, mas da nossa atitude diante delas que depende o nosso desenvolvimento. 'Na verdade, este símbolo da cruz pode nos servir de pedra de toque, aqui embaixo para distinguir o bem do mal, em muitos momentos difíceis. Somente aquelas ações em que a luz da cruz penetra, são dignas da vida do discípulo. Devemos entender, por isto, que o aspirante deve ter por móvel o fervor de uma bondade pronta a todos os sacrifícios. O mesmo pensamento aparece neste versículo: Quando o homem entra no caminho, põe seu coração na cruz; e quando o coração e a cruz se enlaçam estreitamente, o fim foi alcançado. Isto nos permite determinar o nosso grau de progresso, examinando se é o egoísmo ou a renúncia de nós mesmos que domina nossa vida'¹

Toda a vida, que assim começa a se formar, prepara a caverna em que o Cristo-Criança deverá nascer; ela não será senão uma redenção contínua, divinizando cada vez mais os elementos humanos. Tal vida crescerá até alcançar as proporções de um ' Filho bem-amado' e um dia irradiará a glória do Cristo.

Todo o homem pode caminhar para este fim, fazendo o sacrifício de todos os seus atos e todas as suas faculdades, até o momento em que o ouro seja separado de qualquer impureza, substituindo apenas o metal puro."

¹ Leadbeater, O Credo Cristão, p. 82.

(Annie Besant - O Cristianismo Esotérico - Ed. Pensamento, São Paulo/SP - p. 129/130)


sábado, 1 de outubro de 2016

CIÚME

"Outra doença terrível, destruidora e trágica é o ciúme.

Há quem confunda ciúme com amor.

Mas não é MESMO!

Ciúme é outro sintoma do ego.

O ciumento é um egoísta que está inclusive incapacitado para amar.

Ciúme é insegurança, incerteza, e mesmo ausência de amor.

Quem ama mesmo se dá todo, sem cobrar do outro; sem pretender tornar o outro uma coisa possuída.

O ciumento diz, dentro de si: 'Você é propriedade minha e não merece um pingo de minha confiança e respeito; você é uma coisa exclusivamente para meu uso.'

Ciúme - assassino do amor.
Ciúme - criação do eu."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 149)


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

MATA A AMBIÇÃO (1ª PARTE)

"'Mata a ambição', escreve Mabel Collins em Luz no caminho (Ed. Pensamento). A ambição é um mal primário, mas é geralmente considerada pelo mundo em geral como sendo uma qualidade boa. O homem ambicioso é invejado pelos outros, e mesmo seus superiores fazem dele bom conceito porque ela faz o esforço necessário para obter a promoção cobiçada. Mas, do ponto de vista oculto (ou secreto, esotérico), a ambição é destrutiva e deve ser extirpada. Ela torna a pessoa insensível aos sentimentos, necessidades e bem-estar dos outros. Toda sua atenção está fixa sobre o objeto que deseja alcançar, e essa mesma concentração exclui tudo o mais de sua atenção, mesmo o sofrimento causado aos outros no fomento de sua ambição.

Embora compreendamos a natureza desse mal quando o vemos sob uma forma exagerada, não conseguimos reconhecê-lo em nós mesmos. Mas é verdade que as faltas que notamos nos outros provavelmente estão presentes, pelo menos em germe, em nós mesmos. Não estamos preocupados com a destruição de ídolos populares - as diferentes coisas que as pessoas adoram -. mas com nossos próprios ídolos particulares que adoramos secretamente em nossos corações.

Luz no caminho fala da ambição como 'a primeira maldição' e adverte que ela assume formas sutis no Caminho oculto. Podemos pensar que destruímos a ambição em nós mesmos, mas ela pode reaparecer com aspecto diferente, pois podemos ambicionar várias coisas mesmo no próprio Caminho. Podemos não nos preocupar com o elogio da 'massa ignara', descartando-o como algo sem valor. Mas é bem possível sermos sutilmente presunçosos; embora pareçamos não nos preocupar com a apreciação dos outros, podemos ainda estar enraizados no amor próprio e na vaidade, muitíssimo cônscios de nossas supostas habilidade e de nosso valor no caminho espiritual.

Ou podemos querer estar à frente dos outros que são devotados ao mesmo Mestre, sentir que de algum modo demos um passo que eles não deram. Mesmo que os outros não saibam que demos um passo, o fato de pensarmos que demos é suficiente; sentimo-nos superiores e autossatisfeitos. Isso pode ser tão sutil que, a não ser que prestemos muita atenção a nossos pensamentos, sentimentos e motivos, seja impossível evitá-lo. Podemos continuar meditando sobre a virtude da humildade que pensamos querer possuir, e ao mesmo tempo estarmos plenos desse egoísmo que está tão profundamente enraizado em todos nós. (...)"

(N. Sri Ram - Mata a ambição - Revista Theosophia, Ano 100, Outubro/Novembro/Dezembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 15/16) 


terça-feira, 20 de setembro de 2016

PERCEPÇÃO ESPIRITUAL

"Esta é a preparação fina e sutil para a verdadeira percepção interior que resulta de um coração purificado e de um pensamento profundo e firme. Um aspecto dela é a meditação, mas este tema tornou-se tão em moda que quase se tornou um embuste. Talvez a melhor descrição da meditação, de qualquer forma, em seus estágios primitivos, seja a história da Mãe do Senhor no Novo Testamento. Quando coisas admiráveis aconteciam ao seu redor, e outras pessoas ficavam pasmas e comentavam, Maria serenamente 'ponderava todas estas palavras em seu coração.' (Lucas 2:19)

É uma boa palavra, 'ponderar'; George Arundale gostava muito dela. É a forma primária mais fácil e mais saudável de meditação. Diz-nos o Velho Testamento: 'Pondera a vereda de teus pés, e que todos os teus caminhos sejam corretos.' (Provérbios 4:26) O sucesso da meditação depende da pureza, generosidade e sinceridade do coração humano. Não é saudável meditar tendo em vista um objetivo egoísta, a aquisição de poder, a aquisição de conhecimento, conforto e segurança para si próprio. Demore no pensamento de modo que, lentamente, sem esforço, possa surgir a compreensão. 

Demore no pensamento sobre a vida, nos problemas e acontecimentos da vida, nos esplêndidos pensamentos que podemos ler ou ouvir. Percepção espiritual não é apreensão intelectual; é mais uma percepção de 'valores', princípios universais, significados eternos. Um pouco de tempo devotado todos os dias para 'demorar em pensamento' acarreta grandes mudanças no caráter e na perspectiva. Isto trará 'a visão constante para o ideal de progresso e perfeição humanos que nos mostra a Ciência Secreta.' Este ideal deve tornar-se a tendência e o objetivo sinceros do homem em sua totalidade. (...)"

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 1999 - p. 169/170)


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A FAMÍLIA MUNDIAL

"Você deve se lembrar de que é parte da família mundial e não pode existir sem ela. Você deve se lembrar das necessidades dos outros ao refletir sobre as suas próprias. É errado pensar só em si mesmo, com exclusão dos demais. Uma nação se faz com pequenas comunidades e as pequenas comunidades se fazem com indivíduos. Mesmo que você tenha um inimigo, saiba que ele é seu próximo. Todos os homens são nossos irmãos, pois Deus é o nosso Pai e nós somos seus filhos.

Se você cuidar apenas das mãos e dos pés, esquecendo a cabeça, seu cérebro não o servirá adequadamente. Você tem de atender às necessidades do corpo inteiro. Da mesma forma os cérebros ou líderes das nações devem trabalhar em harmonia com as mãos e os pés, os operários da comunidade. Se nos dividirmos, criaremos apenas desordem e sofrimento.

Nós, na verdade, não possuímos nada. Teremos de partilhar as coisas, cedo ou tarde - por acidente, roubo, deterioração ou morte. Só dispomos do usufruto dos bens por determinado prazo. Quando algo nos é concedido, devemos entender que será por pouco tempo. Não convém nos apegarmos a nada. Dia virá em que seus entes queridos lhe serão arrebatados. Foram-lhe entregues apenas para que você aprendesse a sacrificar-se pelos outros e a dividir tudo com eles.

O verdadeiro Eu é a manifestação do Espírito interior. Tudo o que você fizer pelo Eu pode ser chamado de 'egoísmo'. O bom egoísmo consiste em atos pelos quais a imagem pura do Eu interior se materializa. O mau egoísmo é aquilo que focê faz em proveito do ego, indo assim contra os verdadeiros interesses do Eu.

'Ama a Deus de todo o coração' e 'Ama ao teu próximo como a ti mesmo'. Se seguir esses dois mandamentos, não precisará de nenhum outro."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 38/39)


sábado, 3 de setembro de 2016

SER HUMANO - UMA ESPÉCIE ÚNICA

"O homem é autoconsciente, isto é, tem consciência de si próprio. Enquanto outras espécies possuem uma consciência grupal que pertence à sua própria espécie, o ser humano é uma espécie única no sentido de que tem a capacidade de inquirir. Só o homem consegue fazer perguntas e inquirir sobre a sua origem e lugar na natureza. O seu cérebro volumoso e postura ereta distinguem-no dos outros primatas. Com essa vantagem evolutiva desenvolveu uma profunda sensibilidade em relação à realidade da sua vida e às situações que o rodeiam. O seu cérebro, mente e consciência juntam-se para proporcionar conhecimento em três níveis diferentes e torná-lo cada vez mais sábio. O cérebro ajuda-o a processar os dados sensoriais, a mente reflete sobre os dados recolhidos, a consciência confere-lhe subjetividade e ele torna-se capaz de obter conhecimento em primeira mão. Assim o homem, com a sua mente inquiridora, pode ser convicção intelectual e dar um passo em direção ao insight espiritual ou realização intuitiva. Em suma, o homem é único e tem o potencial de se tornar sábio e se libertar dos seus reflexos animais, das suas paixões animais. Devido aos seus reflexos e paixões animais, está apegado, ligado ao seu grupo, e não se importa de enganar e lutar com outros grupos. É comum julgar-se que uma coisa é boa e que outra coisa é má, que isto é útil e que aquilo não é útil; mas não é suficiente para se tornar sábio. No sábio prevalece a responsabilidade. Ser um ser humano é viver no estado de responsabilidade. O sentido da responsabilidade é construído na natureza psíquica do homem como uma força positiva, sendo esta a razão porque ele oscila entre dois polos. Num polo existe o sentido da responsabilidade e, no outro, os reflexos animais que tentam escapar-lhe, pelo que o homem fica confuso, permanecendo numa constante luta interior. O homem não é sábio porque tem a tendência para se evadir da responsabilidade, que é um impulso puramente biológico e uma forma de egoísmo que conduz ao apego e ao egoísmo. Nesse sentido, o homem é uma espécie única que atravessa o terceiro milênio. Perguntemo-nos se não está na hora de aceitarmos a nossa responsabilidade para com as futuras gerações e para com o planeta em que, juntos, evoluímos?"

(C.A. Shinde - Nos sábios não existe apego - TheoSophia - Ano 101 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 13/14)


quarta-feira, 10 de agosto de 2016

SER HONESTO

"Não é fácil ser verdadeiramente honesto, especialmente em relação a nós mesmos. Os corpos mental concreto e astral - os veículos da consciência para pensamento e desejo - influenciam-se mutuamente. A mente produzirá sempre razões excelentes e plausíveis pelas quais deveríamos fazer o que nosso desejo natural nos incita a fazer. Diverte-me frequentemente observar meus próprios processos a este respeito. Assim, como diz H.P.B., estamos 'constantemente nos enganando.'

Ser completamente honesto é ser inteiramente verdadeiro, e não podemos atingir isto se formos demasiado emocionais, amarrados a nosso próprio exame e preocupados se somos bons ou maus, inteligentes ou estúpidos etc. Um dos efeitos do progresso espiritual é a diminuição do remorso e da ansiedade. Ambos indicam carência de energia no momento presente e para trabalho em pauta. Remorso indica escoamento da força da alma em relação a algum acontecimento no passado, e ansiedade significa escoamento em função de algum efeito imaginário no futuro. C.W.L. referia-se a isto com muita simplicidade. Ele citava o provérbio muito conhecido de não atravessar pontes antes de chegar onde elas estão, e o velho ditado 'isto não terá importância daqui a dez anos.' 'Bem', dizia ele, 'se não tem importância dentro de dez anos, não tem importância agora.'

A raiz do remorso, diz-nos H.P.B., é o egoísmo, e a raiz da anisedade é o medo de um desconhecido imaginário. Medo é o recuo da personalidade ante aquilo que não deseja ter, ou dúvida se irá receber aquilo que deseja. O sábio Patañjali, assim, diz que tanto desejo quanto aversão devem ser sobrepujados - outro dos 'pares de opostos.' No equilíbrio entre os dois está o 'Caminho.' Esta é a razão por que ele é descrito como sendo 'tão estreito como o fio de uma navalha' e 'caminho reto e estreito', porque nele o discípulo aprende aquela divina indiferença que o habilita a transcender a tirania dos pares dos opostos."

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios, O Discipulado na Nova Era - Ed. Teosófica, Brasília, 1998 - p. 149)


segunda-feira, 25 de julho de 2016

NUNCA MACHUQUE (PARTE FINAL)

"(...) Há muitas pessoas, especialmente na América, que evitam matar porque julgam que a matança e o dano que são feitos atualmente terão incontáveis sofrimentos. Isso é verdade, e quanto mais profundamente a compreendermos, melhor será se acreditarmos na não violência (ahimsa). Ahimsa é uma das marcas de um ser humano que não deseja infringir sofrimento, e devemos pertencer a esta categoria até que o mundo mude de direção. 

(...) C.W. Leadbeater escreveu sobre nosso dever com os animais...

Ninguém é obrigado a ter um gato ou um cão, mas se tiver, terá maior responsabilidade com esse animal do que o fazendeiro com qualquer integrante de seu rebanho. Seria egoísmo imperdoável de quem possuir esse animal pensar apenas no prazer que ele lhe proporciona e não na evolução do animal. O animal doméstico é como uma criança - com a diferença de que, enquanto uma criança já é um ego e deve ser auxiliada para controlar seus novos veículos, o animal ainda não é um ego separado e deve ser auxiliado para isso. O processo de individualização de um animal já foi descrito: notas sobre o assunto serão encontradas em: Introdução à Teosofia, A Vida Interna, O Homem Visível e Invisível e O Credo Cristão. Uma leitura cuidadosa do que aí foi escrito mostrará a linha de deveres que temos com os animais. Devemos nos esforçar para desenvolver sua afeição e seu intelecto, cujo principal fator é o afeto que temos por eles. Escrevi longamente em A Vida Interna sobre os erros que frequentemente o homem faz na relação com os animais domésticos. Todos esses erros devem-se a atitudes egoístas com o animal, um esforço para usá-lo para gratificar nossas paixões inferiores - por exemplo, quando um cão é treinado para caçar e assim fazer mais mal do que seus ancestrais fizeram como animais selvagens. Porque o animal selvagem mata apenas por alimento, impelido pela fome; mas o cão é treinado para matar pelo prazer de matar e por isso se degrada na escala da evolução em vez de se elevar.

C.W, Leadbeater entendia isso como algo semelhante à 'longa' jornada do homem para a perfeição, e escreveu muito a respeito disso. Concluirei com algumas de suas palavras: Quando compreendemos que o que habitualmente chamamos de nossa vida é apenas um dia na vida real, e que devemos ter só os dias que são necessários para nossa evolução, vemos que o mandado de Cristo: 'Sê perfeito como teu Pai que está no céu é perfeito' não é um hipérbole vazia, mas uma clara direção a que no tempo devido devemos obedecer."

(Radha Burnier - Maya em toda parte - Revista Theosophia, Ano 102, Julho/Agosto/Setembro 2013 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 10/11) 
www.sociedadeteosofica.org.br

quinta-feira, 21 de julho de 2016

CULTIVE A PROSPERIDADE PARA PODER AJUDAR O PRÓXIMO

"A lei da prosperidade não pode ser manipulada pelo homem para obter vantagens egoístas. O funcionamento desta lei é controlado por Deus e Ele não permite que Suas leis sejam torcidas ou quebradas arbitrariamente. Se o homem trabalha em harmonia com a lei divina do sucesso, ele recebe abundância; mas se, agindo erradamente, quebra o fluxo generoso da abundância divina em sua vida, está punindo a si mesmo.

É como trabalhar em harmonia com os princípios da lei divina. Antes de tudo, como eu já disse, deixe para trás desejos e apegos por luxos; desenvolva poder mental para se satisfazer com coisas simples. Depois diga: 'Bem, minhas necessidades são apenas parte da minha responsabilidade. tenho dependentes e também preciso cumprir as obrigações que tenho para com eles.' Cuide de sua família, mas nunca estrague seus filhos dando-lhes dinheiro demais.

A menos que inclua o bem-estar do próximo em sua prosperidade, você jamais será idealmente próspero. Não estou falando só de dar dinheiro desinteressadamente a pessoas carentes, mas do sincero interesse em ajudar os outros a ajudarem a si mesmos. Então você verá uma tremenda lei de oferta operando em sua vida. Independentemente da situação em que se encontre, a lei da colheita dos frutos que semeou estará sempre com você, ajudando-o.

A maioria das pessoas pensa em si mesma em primeiro lugar e depois de tudo, e em como ganhar dinheiro para satisfazer os próprios desejos. Se você é assim, cedo ou tarde será desapontado. Em vez disso, comece com este pensamento: 'Meu dever na vida é trazer felicidade aos outros'. Motive-se pensando em como suas ações e planos poderiam beneficiar o próximo. Depois idealize um meio de alcançar seus objetivos. Para servir, você precisa dos recursos necessários. Se quer ordenhar uma vaca, precisa alimentá-la. A ambição de ser próspero e viver bem se torna espiritualizada quando o objetivo é servir melhor ao próximo e lhe dar a possibilidade de ser incluído na sua prosperidade. Ao prestar bons serviços, você está fadado a um bom retorno, e quando tem um bom retorno consegue melhorar o seu próprio padrão de vida e fazer ainda mais pelo próximo. É assim que funciona a lei divina."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 68/69)