OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

INOCÊNCIA

"Inocência é a qualidade inerente às crianças que, juntamente com sua inexperiência e naturalidade, são responsáveis por seu enorme encanto. Estamos todos familiarizados com a citação, 'A não ser que...vos torneis como criancinhas, não entrareis no reino dos céus', que é o estado ou consciência espiritual, que ao ser penetrado confere um segundo nascimento. 

A alma vem a cada encarnação desprovida de memórias prévias - início melhor não é possível. Por causa de inexperiência e falta de percepção aprendemos os caminhos do mundo com muita rapidez; nossa grande necessidade é esquecê-los. A inocência não deve ser interpretada como mera falta de conhecimento; o conhecimento deve ser acrescido à inocência sem destruí-la.

Somos inocentes no devachan ou céu, quando nos despimos de nossa vestimenta de má vontade, preconceito e paixões pessoais. Mas, em cada nova encarnação, a consciência da entidade reencarnante torna-se imperceptivelmente aprisionada numa multifacetada colmeia de memória com grande quantidade de cera, que é manufaturada pela interação entre a consciência e as sensações que experimenta. É verdadeiramente da fina clausura desta memória, elaborada com o tecido de cada tendência embutida e transmitida, que a alma tem de ser liberta.

A reta memória é um dos passos do Nobre Caminho Óctuplo. Essa memória, na medida em que é subjetiva, corporificando cada impulso contínuo, é um organismo vivo, pulsante, que atua com automatismo mecânico. É verdadeiramente em nosso passado, a herança de nossos momentos de iniquidade, a que estamos presos e retidos. É a rede da qual precisamos libertar-nos. Colmeia, clausura, rede são todas figuras para descrever nosso aprisionamento psicológico.

Dizem que nossa memória, que é do passado, deve tornar-se uma veste fria destituída de qualquer conteúdo vivo. Devemos cessar de ter quaisquer reações aos incidentes aí registrados. Isto é libertar-se do karma, os elos e apegos do tempo. Involução nessas memórias que nascem do contato, para usar uma frase do Bhagavad-Gita, é involução no karma, que é autocriado. Karma, memória, tempo são todos contínuos com a rede de reações que constitui nossa entidade pessoal. A dissolução dessa entidade pessoal é verdadeira inocência. Quando o homem atinge essa inocência, ele considera o mundo com olhos não egoístas, sensíveis e receptivos; e todas as coisas na Natureza são seus tutores."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 76/77)


sexta-feira, 17 de julho de 2015

O KARMA NÃO É PUNIÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) 'Diz a Bíblia: 'Todo aquele que derramar o sangue humano terá o seu próprio sangue derramado.* Isso não foi um mandamento: foi uma explanação da lei divina. 

'Jesus disse a um homem a quem curara: 'Não peques mais, para que não te suceda algo pior.'** A implicação era clara: a doença do homem se devia ao fato de ele ter pecado em primeiro lugar.

'Quanto ao aspecto positivo, pense nas pessoas que tiveram êxito sem fazer esforço em alguma coisa que se propuseram fazer. (Pelo menos, o sucesso dessas pessoas pode parecer fácil.) De onde veio esse êxito? É muito simples: ele foi consequência de um karma bom.'

Disse o fiel: 'No entanto, muitos criminosos morreram tranquilamente na sua cama. E muitas pessoas de sucesso não parecem, assim como o senhor acaba de dizer, ter feito alguma coisa para merecer o sucesso.'

Respondeu o Mestre: 'De fato. A lei do karma, pois, não se separa da sua companheira, a lei da reencarnação. Cada qual seria incompleta sem a outra.

'A vida humana não é o suficiente para completar o círculo dos atos sem conta que são iniciados durante a estada de uma pessoa na Terra.'

* Gênesis 9:6.
** João 5:14. 

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 79/80)


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O PRECONCEITO (1ª PARTE)

"Acautelamo-nos contra os primórdios da suspeita: ela distorcerá tudo. Tenho-a visto surgir entre amigos e notado que uma suspeitazinha logo se transforma em gigantesco mal-entendido. Qualquer palavra inofensiva é deformada e mal-interpretada, como se fosse a expressão de algum motivo maldoso ou impróprio, ao passo que, durante todo o tempo, a pessoa que fala não tem consciência da suspeita. Acontece o mesmo quando as opiniões diferem a respeito de livros ou de religião; uma ligeira diferença de opinião é alimentada pela insistência em tudo o que diz respeito a um lado e contra o outro, até que o resultado seja uma visão absurdamente distorcida. Tornamos a encontrá-la no preconceito de cor, se bem que os que ora usam corpos brancos já usaram corpos escuros, e vice-versa, e os hábitos de uns foram, ou serão, os hábitos do outro. Fraternidade significa, para a gente, livrar-se de preconceitos; o conhecimento do fato da reencarnação nos ajuda a superar nossas limitações e descaridade. 

Nós, estudiosos da vida superior, precisamos alçar-nos acima dos preconceitos. A tarefa é difícil, porque eles estão arraigados - preconceitos de raça, de casta, de religião; mas precisam ser todos desarraigados, porque impedem a visão clara e o julgamento verdadeiro. (...)

É sempre muito fácil atribuir algum motivo mau a outros com os quais antipatizamos e descobrir uma explicação má para os seus atos. Essa tendência representa um impedimento muito sério no caminho do progresso. Precisamos arrancar nossas próprias personalidades, pois só então seremos capazes de ver a outra pessoa tal como é. O preconceito é uma espécie de tumor que nasce no corpo mental, e, naturalmente, quando o homem procura olhar através dessa parte do corpo, não consegue ver claramente. (...)

Era ao efeito nocivo do preconceito que se referia Aryasangha quando disse, em A Voz do Silêncio, que a mente é a grande matadora do real. Com essas palavras, chamava a atenção para o fato de que não vemos nenhum objeto como ele é. Vemos tão somente as imagens que dele somos capazes de formar, e tudo, por força, é colorido para nós pelas formas de pensamento de nossa própria criação. Reparemos em como duas pessoas com ideias preconcebidas, diante do mesmo conjunto de circunstâncias, e concordes no tocante aos acontecimentos reais, referirão histórias totalmente diversas. Esse tipo de coisa se processa, o tempo todo, com todo homem comum, e nos damos conta do modo com que deformamos absurdamente as coisas. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 98/99)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O PROBLEMA DO BEM E DO MAL (2ª PARTE)

"(...) O estudo profundo da natureza e do homem mostra, ao teósofo, pelo menos duas leis universais:

1 - A lei da evolução, que se manifesta pela transformação do simples no complexo, do indiferenciado no diferenciado, do uno no múltiplo (na presente fase). A reencarnação é um dos aspectos humanos da lei da evolução.
2 - A lei da unidade ou interdependência universal, conhecida também como lei de causa e efeito, ou lei do Carma.

O estudo do universo visível e invisível, mostra-nos que a evolução é um processo cósmico, universal, que se manifesta tanto na nebulosa que se acaba transformando num sistema planetário, quanto no mineral que apresenta desde as formas primitivas, até às complexas formas cristalinas; tanto no vegetal em que lobrigamos desde formas simples, unicelulares, microscópicas, até às árvores gigantescas, quanto no animal, em que vemos também as mesmas formas simples, até chegarmos aos mamíferos superiores e ao homem, em que a variedade de tipos físicos, intelectuais e morais, mostra enorme gradação. (...)

Se passarmos a considerar a vida humana, verificaremos que ela é um contínua experiência. Sofrimento e prazer são modalidades de experiência. Comumente associa-se o sofrimento ao mal e o prazer ao bem. Ora, este critério é relativo e por isto mesmo pode ser falso. Conforme o aspecto que se considere, o sofrimento é um mal ou um bem e, por outro lado, uma ação que conduza ao sofrimento pode ser boa ou má. Vejamos. Um homem, no início da evolução humana propriamente dita, é incapaz de compreender e sentir uma emoção elevada, porque o seu intelecto, e portanto o seu corpo mental, é rudimentar e porque, sendo o corpo astral grosseiro, só as emoções fortes podem fazê-lo vibrar. Portanto, é inútil querer transmitir-lhe sentimentos refinado, pois ele só vibrará com paixões fortes, que sacudirão a inércia (o Tamas, dos hindus) do corpo astral, que com isto evoluirá. 

Mas, naturalmente, pelo princípio da interdependência, ou seja do Carma, as paixões grosseiras irão produzir consequências dolorosas. Desta forma, elas foram um bem, porque impulsionaram a evolução - e só elas poderiam impulsioná-la, porque só elas fariam vibrar o corpo astral - e foram um mal, porque conduziram ao sofrimento. Entretanto, no sentido absoluto universal, elas foram um bem, porque a evolução sendo uma lei universal, é um bem e o sofrimento foi o meio pelo qual o entendimento foi desperto, serviu de advertência para que não se repetisse a ação que o gerou. Com a experiência do sofrimento, o homem irá evoluir, ao procurar emoções menos grosseiras e evitar as mais baixas. (...)"

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 222/223)
www.editorateosofica.com.br/loja


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

COM TODO O CORAÇÃO (1ª PARTE)

"A busca pelo espiritual não deve ser compartimentada; ao contrário, deve ser feita com todo o coração, não com um interesse pessoal, mas como uma busca não pessoal e, contudo, ávida.

No livro Aos Pés do Mestre podemos ler o seguinte: 'De todas as qualificações o amor é o mais importante, pois se ele é suficientemente forte num homem, força-o a adquirir o resto, e todo o resto sem ele nunca seria suficiente. Frequentemente é traduzido como um intenso desejo de liberação da roda de nascimentos e mortes e de união com Deus. Mas colocá-lo desta maneira soa egoisticamente e dá apenas uma parte do significado. Não é tanto desejo, mas vontade, resolução, determinação. Para produzir seu resultado, essa resolução deve encher toda a sua natureza, como que para não deixar lugar para nenhum outro sentimento. É, na realidade, a vontade de ser uno com Deus, não a fim de que possa escapar do aborrecimento e do sofrimento, mas a fim de que, devido ao seu profundo amor por Ele, possa agir com Ele e como Ele age. Porque Ele é amor e você, se quiser tornar-se uno com Ele, deve estar cheio do perfeito inegoísmo e do amor também.

Notem-se essas palavras: 'Essa resolução deve encher toda a sua natureza, como que para não deixar lugar para nenhum outro sentimento.' A vida de Buda é um exemplo inspirador de resolução de encontrar a iluminação, originando-se da compaixão pela sorte do homem. Ele viu um mundo triste, afligido pela doença e pela morte, pelo declínio e sofrimento, crueldade e ignorância e sentiu uma compaixão tão grande por ele, que em seu nome, buscou a luz que traria libertação ao mundo.

A resolução de descobrir a luz espiritual deve se iniciar com uma profunda preocupação pelos outros e um genuíno desejo pelo bem de todos, não como uma façanha ou um modo de autopromoção. O buscador não deve ser indiferente ao mundo ou dele afastar-se por desgosto, como muitos monges e ascetas fizeram, nem deve ser engolfado por ele. Os sofrimentos do mundo são também seus - os sofrimentos causados por ódio, crueldade, competição, luta, solidão, inveja, ambição. (...)"

(Radha Burnier - Com Todo o Coração - Revista Sopha, Ano 9, nº 35 - p. 29)

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A VIDA É UM SONHO QUE NÃO VALE NOSSAS LÁGRIMAS

"Quanto  mais vejo a vida, mais percebo que é um sonho. Encontrei segurança superior na filosofia que agora lhes transmito. Compreendam que vocês vivem única e exclusivamente pela graça de Deus. Se Ele retirasse Seu pensamento, a manifestação física deixaria de existir. Este mundo é um lugar de sonhos, e aqui estamos todos sonhando. A vida não é real; rimos e choramos na maior das ilusões, e não vale a pena derramar lágrimas por isso. Dar realidade às experiências terrenas é fazer um convite ao sofrimento indizível. Identificando nossa consciência com o mundo, só veremos um lugar de padecimento. O que nos livrará disso? Dinheiro? Não, nada material. O único caminho para a libertação é conhecer Deus e perceber que Ele e nós somos uma só coisa, para sempre. Lembre-se disso. Deus seria realmente muito cruel se este mundo fosse real. Mas Ele sabe que, quando tivermos passado um número suficiente de vezes pela fornalha do sofrimento e da morte, despertaremos e venceremos a ilusão: perceberemos a Terra como um sonho divino, e não reencarnaremos mais. No Bhagavad Gita, Deus fala por intermédio de Krishna, prometendo: 'Meus nobres devotos, tendo chegado a Mim (o Espírito), alcançaram o êxito supremo; eles já não estão sujeitos a outros renascimentos nesta moradia do sofrimento e da transitoriedade'.

Suponhamos que um homem seja atingido por uma bomba, morrendo instantaneamente. No campo de batalha, ele estava paralisado pelo medo mas, após a morte, percebe alegremente que está livre do medo e do túmulo corporal. Mas não é necessário sofrer provações para chegar a esse conhecimento. É melhor obter sabedoria pelo esforço espiritual consciente. E, se temos de suportar testes. que seja com a atitude correta. Vejam o exemplo de Jesus: foi pregado na cruz e teve de suportar aquele sonho de sofrimento. Mesmo assim, antes de ser crucificado, disse: 'Derrubai este  templo, e em três dias o levantarei'. Ele sabia que o corpo, os pregos com que seria pregado na cruz e até o processo da morte eram apenas sonhos. Por compreender isso, sabia que podia recriar a vida em seu corpo-sonho. Não é um modo maravilhoso de encarar a ilusão de vida e morte? É o único modo. Krishna iniciou sua revelação a Arjuna, no Bhagavad Gita, exortando-o a lembrar a natureza transitória da matéria e a natureza eterna Daquele que nela habita."

(Paramahansa Yogananda - O Romance Com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 24/25)

sábado, 20 de setembro de 2014

NÃO SE CULPE PELOS ENGANOS NA ESCOLHA DO CAMINHO ESPIRITUAL

"(2:66) Aqueles cuja consciência não se enraizou carecem de discernimento. Quem não medita não tem paz. E, se não tem paz, como será feliz?
(2:67) Assim como um barco pode ser desviado da rota por um vento repentino, assim o discernimento pode desgarrar-se pelas fantasias da influência sensorial.

Aquele que busca as coisas espirituais pode às vezes ver-se desviado de seu curso ascendente por tentações exteriores - não apenas os prazeres sensoriais, mas também o desejo de conquistas intangíveis acenadas por maya a fim de alimentar a consciência de seu ego: nome, fama, poder, importância e todo um bando de outras ilusões lisonjeiras. Longe de esfalfar-se com sentimentos de culpa e de autorrecriminações (que só aguçarão sua suscetibilidade à ilusão), deve ele regressar calmamente ao curso antigo.

Enganos no caminho são sempre possíveis. O devoto precisa identificá-los (ao menos no foro íntimo) honesta e francamente para depois esquecê-los sem cometer mais o erro de irritar-se consigo mesmo. Tem de manter a mente firmemente voltada para a estrela-guia de seu objetivo autêntico: a união com Deus. Porquanto o ego é uma ilusão, tudo o que o induzir a afirmar a sua própria realidade isolada será uma ilusão também. Dá-se o mesmo com o desengano que a pessoa sente por ter sucumbido às tentações ilusórias.

Quando se atira um seixo a um lago, surgem ondulações. De igual modo, quando ocorre na vida algo que provoca reação emocional, ondas de sentimentos afloram. As ondas levantadas pelo seixo vogam para a margem e retornam, só aos poucos serenando novamente. Assim também as reações da pessoa a pressões externas vão e vêm, dando forma ao engano suscitado pela reação original.

Com efeito, devemos transformar em prática o ato de separar-nos, na mente, da identificação com seja lá o que for - mesmo em se tratando de identidade de pensamento - e voltar à assertiva 'Deus é o Único que Faz'. Graças a essa dissociação dos erros que o ego possa cometer, nossa tendência a falhar irá diminuindo aos poucos, os ventos pararão de soprar e a mente se centrará calmamente e se fixará, outra vez, no objetivo divino.  

De outro modo, se errarmos espiritualmente, poderá suceder, graças à identificação do ego com o erro, que vagueemos à cata de reencarnações, enveredemos por outros becos sem saída e lutaremos o tempo todo para encontrar o caminho de volta ao curso verdadeiro que outrora tomamos."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 127/128)
www.pensamento-cultrix.com.br



domingo, 27 de julho de 2014

QUEM VOCÊ REALMENTE É (1ª PARTE)

"O Agora é inseparável da pessoa que você é no nível mais profundo.

Muitas coisas podem ser importantes na sua vida, mas apenas uma tem importância absoluta.

É importante vencer ou fracassar aos olhos dos outros. É importante ter ou não ter saúde, estudar ou não estudar. É importante ser rico ou pobre - certamente isso faz diferença na sua vida. Sim, tudo isso tem uma importância relativa, mas não absoluta.

Existe algo mais importante do que todas essas coisas: é encontrar a essência do que você é para além dessa entidade de curta duração que é a noção personalizada do 'eu'.

Você não encontra a paz reorganizando os fatos da sua vida, mas descobrindo quem você é no nível mais profundo.

A reencarnação não ajuda se na próxima encarnação você continuar sem saber quem é.

Toda a desgraça do mundo vem de uma noção personalizada do 'eu' ou do 'nós'. Essa noção enconbre a essência de quem você é. Quando você não se dá conta dessa essência interior, acaba sempre causando algum tipo de desgraça. É muito simples. Quando não sabe quem é, você cria um 'eu' na mente para substituir o seu lindo e divino ser e se agarra a esse 'eu' amedrontado e carente.

A partir do momento em que faz isso, sua grande força motivadora passa a se proteger e valorizar essa falsa noção do 'eu'. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 37/38)

sábado, 12 de julho de 2014

A CONTINUIDADE INFINITA

"A objeção mais comum feita à teoria da reencarnação é a seguinte: ’Por que não nos recordamos de nossas vidas passadas?’ É verdade que, geralmente, não podemos nos lembrar de nenhum momento de nossas vidas passadas, porém, em tudo aquilo que fazemos, nosso passado pode ser claramente observado. Pode-se citar, como exemplos evidentes, as inclinações naturais de cada ser, suas características peculiares, que os levam a se tornar grandes músicos, artistas, matemáticos, etc., tão diversificadas que se torna impossível catalogá-las. Alguém pode dizer: ‘Se eu tivesse tido a oportunidade e me devotado a isso, poderia ter-me tornado tão grande quanto X’. Mas isso é verdade? Não. A grandeza de X desenvolveu-se por meio de inúmeras vidas, pelo exercício contínuo e persistente daquilo em que ele se distingue. Precisamos nos desfazer da noção de que tal superioridade constitui-se um ‘talento’ ou ‘dom’. Esses ‘dons’, na verdade, são o resultado de uma boa semeadura ao longo de muitas vidas, o fruto da colheita que, com o transcorrer do tempo, aquele semeadura produziu.

Não se trata de um simples traço de caráter, um maneirismo, mas toda uma história – muitas vezes uma história repleta de eventos e interesse absorvente – cujos primórdios encontram-se num tempo tão longínquo que o propósito de tentar descobri-los é vertiginoso. É esse conjunto de hábitos, maneirismos e peculiaridades de nossas naturezas, o qual conhecemos como ‘caráter’, que constitui nosso karma, o registro de todo o nosso passado, a fonte e a origem de todos os prazeres e sofrimentos que experienciamos. Assim, obtemos uma diversidade multiforme, embora cada pessoa possua um caráter que lhe é próprio, individual. E assim permanecerá até o fim, pois ninguém pode mudar sua natureza, embora continuemos a evoluir internamente." (...)

(Virginia Hanson e Rosemarie Stewart - Karma (A Lei da Harmomia) – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro, 1991 - p. 94/95)


quinta-feira, 10 de julho de 2014

KARMA, REENCARNAÇÃO E REGENARAÇÃO HUMANA

"Como deveríamos encarar o karma a reencarnação com relação à regeneração humana?

Há duas abordagens diferentes para estes conceitos. Uma preocupa-se com a mecânica e não com o conteúdo interno ou com o propósito dos processos do karma e da reencarnação; isso poderá não ser suficiente à regeneração. É útil conhecer algo sobre o processo do karma e da reencarnação; pessoas que não conhecem o assunto são muito temerosas acerca do que acontecerá depois da morte do corpo físico. Tornam-se vítimas de padres, de suas promessas e ameaças. Quando conhecem algo sobre o karma, compreendem que seu destino está nas próprias e não nas mãos de um poder arbitrário na Terra ou nos céus.

Esses temas podem ser apresentados em detalhes, porém sabendo que os detalhes não auxiliam a adquirir sabedoria. Suponhamos que adquirimos conceitos sobre o número de reencarnações necessárias antes da libertação, quantos anos podem passar entre uma encarnação e outra, quais são as consequências do karma de um determinado ato e assim por diante. Será que isso realmente produzirá uma nova compreensão?

A segunda abordagem revela todo o processo de reencarnação e karma como o movimento no decorrer do qual a consciência humana desperta para o significado profundo da vida. Está assim relacionada com a regeneração. Se compreendermos adequadamente o karma e a reencarnação, veremos o que está ocorrendo em um nível mais profundo do processo. Tudo o que o karma traz, encerra em si mesmo a oportunidade para o despertar. Madame Blavatsky expressa: o karma traz o bem. Karma não implica apenas desastres e crises. Karma é tudo. Se estamos aqui juntos, isto faz parte do nosso karma e constitui uma oportunidade. Toda dor é uma oportunidade para responder da forma certa. Todo processo é um movimento. Enfrentamos experiências de modo que possamos aprender a responder adequadamente aos desafios. Algo acontece, até mesmo inconscientemente, através do karma e realiza-se uma assimilação entre uma encarnação e outra. Não podemos considerar este tema em detalhes, porém dissemos o suficiente para compreender que, se o estudo do karma e da reencarnação trouxer alguma compreensão do que está sendo internamente obtido através deste processo, ele terá muito a ver com a regeneração, mas isso se não nos perdermos em minúcias."

(Radha Burnier - Regeneração Humana - Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p.74/75)


quinta-feira, 3 de julho de 2014

NÃO SOMOS O RESULTADO DE UMA CASUALIDADE CEGA

"Não somos o resultado de uma casualidade cega, e sim uma criação altamente inteligente. Portanto, é lógico imaginar que fomos criados por uma inteligência muito maior. Não há menor dúvida quanto a isso. Certamente, um Deus inteligente não nos colocaria na Terra, com tantas desigualdades, sem oferecer oportunidades iguais de rejeitar o mal e manifestar o bem. Ele teria que nos dar tempo de praticar a bondade e de colher as bênçãos da ação correta. Se só há uma vida, de que adiantam as escrituras sagradas ou as leis divinas? Onde estariam o amor e a justiça de Deus se o paraíso estivesse reservado a uns poucos escolhidos e se os que erram estivessem destinados ao interminável fogo do inferno? A divina lei da reencarnação mostra que, quando uma pessoa é má - e ninguém pode ser tão completamente mau a ponto de ser impedido, para sempre, de entrar no reino de Deus - sempre tem a chance de resgatar o mal feito ao seguir o bom caminho. O mal é como um enxerto: não é uma qualidade permanente no ser humano, pois todos somos filhos de Deus. Todas as noites Deus o faz recordar durante o sono que você não é o corpo humano nem seus hábitos. Você é livre e feliz. O objetivo da reencarnação é proporcionar ao ser humano a oportunidade de realizar todos os seus desejos e de dar vazão a tudo o que quiser expressar, até perceber sua verdadeira natureza como filho de Deus, compreendendo que a reunião com o Criador é o verdadeiro propósito de toda busca, o Objetivo de toda a humanidade. 

Buscamos a religião porque queremos eliminar o sofrimento para sempre. Os métodos mundanos não são a resposta. Deus é a resposta; a verdadeira religião que promove a realização divina é a resposta. Está na hora de acordar: empunhe a espada da sabedoria e despedace os maus hábitos. Quase todos conhecem a história bíblica dos servos que pararam de trabalhar quando o amo se ausentou. Apenas um continuou cumprindo seus deveres. Quando o amo retornou inesperadamente e viu o que ocorrera, despediu todos os empregados, recompensando o que continuara a cumprir suas responsabilidades. Portanto, lembre-se: o Senhor se ausentou por certo período, mas disse: 'Voltarei e verei se fizeram seu trabalho ou não. Verei se os encontro dormindo ou criando desejos materiais, ou se estão dedicando os devidos cuidados à casa da vida que deixei sob sua responsabilidade.'"

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 278/279)


segunda-feira, 28 de abril de 2014

VIVENDO NO MUNDO FÍSICO

"À medida que as lembranças do mundo celestial de luz e alegria lentamente se desvanecem e são substituídas por uma sensação de peso e frio, a alma recém-chegada sente-se um pouco confusa ao entrar no mundo físico mais uma vez. Ela acabou de se afastar de um mundo organizado e acolhedor para ingressar em um lugar de insegurança e solidão. O espiríto não está mais flutuando em um mundo de cor, luz, sentimentos e deslumbramento. Ele já não viaja mais à velocidade do pensamento. Ninguém lê mais sua mente. O espírito está de novo aprisionado em um mundo onde a energia é densa, as cores fracas e insípidas, e a única luz natural emana de um sol.

Embora o espiríto que reencarna já seja muito 'velho', de certo modo é também novo em folha. É verdade que traz consigo um pacote de lições cármicas, mas também tem seus corpos mental, emocional e físico recém-formados para vivenciá-las. Em parte, o espírito conta com seus instintos inferiores para satisfazer suas necessidades físicas. Mas e as partes emocionais e mentais deste ser? Como se desenvolverão e se aperfeiçoarão? Equipado com seu plano de vida espiritual, o espírito deve entrar no mundo da carne para cumprir seu destino. Deve aprender a amar, a ser magoado e a crescer. O resto de sua vida na Terra será moldado por suas relações, sua religião, e pela sociedade em que vive. A vida completou seus ciclo, e a viagem do espírito avança mais uma vez através do tempo."

(James Van Praagh - Em busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro,2008 -  p. 49/50)
www.esextante.com.br


sábado, 26 de abril de 2014

O CICLO DA VIDA

"Nossas vidas não resultam de acontecimentos e ações aleatórias. O período de cada vida é cuidadosa e sabiamente planejado para nos dar uma oportunidade de aprendizagem e evolução.

Escolhemos nossos pais, que são geralmente almas com que interagimos em nossas vidas anteriores. Aprendemos na infância, na juventude e na idade adulta, evoluindo espiritualmente em paralelo com nossa evolução física. Depois que nossa alma deixa o corpo, no momento da morte física, a aprendizagem continua em planos mais elevados de consciência. Revemos a vida que acabamos de deixar, aprendemos nossa lições, planejamos nossa próxima vida. A aprendizagem é permanente e não termina com a morte do corpo.

Passamos por vários níveis de consciência quando nossa alma deixa o corpo físico no momento da morte. Um dos níveis importantes é o da aprendizagem, onde revemos nossa vida. Revivemos cada encontro, cada relacionamente. Sentimos as emoções das pessoas que ajudamos e das que ferimos, das que amamos ou odiamos, das que atingimos positiva ou negativamente. Sentimos suas emoções muito profundamente, porque este é um meio poderoso de aprendizagem, uma espécie de retorno instantâneo de tudo o que fizemos enquanto estávamos em nosso corpo físico. Aprendemos sobretudo através dos relacionamentos.

O conceito de reencarnação explica e esclarece os relacionamentos na vida presente. Constantemente, o que aconteceu no passado distante continua influenciando os relacionamentos de hoje. Tomar consciência das causas dos problemas, enraizadas em vidas anteriores, pode curar o relacionamento presente. Essa tomada de consciência e um aprofundamento da compreensão das coisas são poderosas forças de cura."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p.22/23)
www.esextante.com.br


quinta-feira, 24 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (4ª PARTE)

"(...) No Oriente sempre foi totalmente diferente. O ser era respeitado. Não se perguntava o que a pessoa fazia, mas sim quem a pessoa era. E isso bastava. Se você tivesse descoberto a compaixão, se tivesse florescido, isso bastava. A sociedade devia ajudá-lo e servi-lo. Ninguém dizia que você deveria trabalhar ou que deveria criar algo. No Oriente, pensava-se que vivenciar seu próprio ser era a mais alta forma de criatividade, e a presença de um homem assim era valorizada. Ele poderia ficar anos em silêncio.

Maavira passou doze anos em silêncio. Não falava, não ia aos vilarejos, não via ninguém. E quando começou a falar, alguém perguntou a ele: 'Por que você nunca falou nada antes?' Ele respondeu: 'A fala se torna valiosa apenas quando você atingiu o silêncio. Do contrário, é fútil. Não apenas fútil, mas também perigosa, pois você está jogando lixo na cabeça dos outros. Foi esse o esforço que fiz, o de falar apenas quando toda fala houvesse cessado dentro de mim. Quando essa fala interior desaparecesse, eu poderia falar. Nesse momento, não seria uma doença.'

E todos podiam esperar, pois acreditavam em reencarnação. Há histórias de discípulos que vinham procurar um mestre e esperavam durante trinta anos, sem perguntar nada. Apenas esperaram até que o mestre dissesse: 'Por que você veio?' Trinta anos é muito tempo - uma vida inteira desperdiçada -, mas esperar durante trinta anos trará uma realização.

Há ocidentais que vêm me procurar e dizem: 'Estamos de partida esta tarde, então nos conte o segredo, nos diga como podemos nos tornar silenciosos. Desculpe, mas não podemos ficar, precisamos partir.' Estão pensando de acordo com as categorias que aprenderam - café instantâneo -, por isso acreditam que deve haver uma 'meditação instantânea', algum segredo que eu possa lhes contar e que resolva a questão. Não há segredo algum. É um longo esforço que requer muita paciência. E quanto mais pressa você tiver, mais tempo levará. Lembre-se disso: se você não estiver com pressa, pode acontecer agora. Quando você não está com pressa, sua mente possui dentro de si a qualidade adequada, o silêncio está lá. (...)" 

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 78/80)


terça-feira, 15 de abril de 2014

O PERIGO DOS DESEJOS INSATISFEITOS (1ª PARTE)

"Desejos insatisfeitos permanecem no coração. E qual é o perigo em alimentá-los? É o seguinte: cada desejo abrange forças específicas - boas, más ou uma mistura de ambas. E, quando você morre, apesar de perder o corpo, essas forças não morrem. Como elementos mentais, seguem a alma aonde quer que ela vá, e quando você renasce, os elementos manifestam-se como tendências de comportamentos. Assim, quem morre alcoolatra, traz consigo, ao reencarnar, a tendência ao alcoolismo e essa tendência permanecerá, até que a pessoa vença o desejo pelo álcool. 

O comportamento de uma criança, mesmo de poucos meses revela certas características de vida anteriores. Algumas crianças têm terríveis acessos de fúria; outras são melancólicas. Deus não as fez assim. Desejos insatisfeitos de vidas passadas formaram essas tendências psicológicas e, por causa delas, a alma, embora criada à imagem de Deus, apresentam-se diferente dessa imagem. Se, nesta vida, a imagem de Deus em seu interior é distorcida pela raiva ou pelo medo, e se você não dominar essas qualidades deformadoras agora, renascerá com elas; e sentirá o peso das tendências que criam a infelicidade, até transcendê-las em alguma encarnação futura. 

É melhor, portanto, esgotar ou superar todos os desejos agora. Eles se extinguiriam imediatamente e para todo o sempre, na suprema alegria da presença de Deus. Mas até conhecê-Lo, os desejos indomados continuarão a prendê-lo. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 123)

sábado, 29 de março de 2014

KARMA GRUPAL

"A interdependência da humanidade envolve o karma grupal e nacional. Encontramo-nos, todos, intimamente ligados tanto ao grupo cultural no qual nascemos como à raça da nação da qual aquele grupo faz parte. O karma produzido por nós mesmos coloca-nos no cenário de um karma místico, que é o resultado cumulativo da história da nação – uma aura ou atmosfera mental-emocional criada por incontáveis gerações de antepassados nossos. Isto leva ao karma distributivo, através do qual as ações de um grupo envolve todos os membros daquele grupo, não importando se eles as aprovam ou não. Possivelmente, isso explicaria a afirmação de que, após a morte, o Ego (a individualidade que reencarna e não a personalidade que a psicologia moderna denomina de ‘ego’) só recebe ‘a recompensa pelos sofrimentos imerecidos suportados durante sua encarnação anterior’. De qualquer modo, assim como ninguém pode escapar dos resultados de suas próprias ações, também não pode impedir ou desviar do karma de seu grupo. Não se pode fugir ou escapar dele. Se seus problemas não forem enfrentados agora, permanecerão atados karmicamente a eles em vidas futuras, talvez em nações futuras, até que o equilíbrio adequado seja restaurado. Isso evoca alguns pontos interessantes e convincentes. Aquela minoria que deserta de sua terra natal a fim de se estabelecer em alguma outra parte é um bando de heróis ou um grupo de escapistas? Esta questão torna-se ainda mais fascinante no caso dos emigrantes que em seu novo mundo perseguiram os que entraram em desacordo com eles, da mesma maneira feroz que haviam sido perseguidos antes de deixarem sua terra natal."

(Virginia Hanson e Rosemarie Stewart - Karma (A Lei da Harmomia) – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro, 1991 - p. 63)


terça-feira, 25 de março de 2014

JUSTIÇA

"Sendo o karma uma lei universal ela não vai privilegiar países, raças ou agrupamentos sociais; a mesma regra é válida para tudo e para todos. As desigualdades são frutos colhidos da semeadura outrora feita. Ninguém colhe o que não merece, nem recebe além do que faz jus. Todas as outras leis são dependentes dessa lei maior.

Muitas pessoas dizem: tenho uma vida regrada, cumpro minhas obrigações, não faço mal aos outros e, no entanto, levo uma vida cheia de dissabores. Admitindo que isso seja verdade, temos de supor que os desencontros de agora são consequências de causas geradas em outras encarnações. A alma que plantou no passado é a mesma que está colhendo hoje, embora esteja revestida de nova vestimenta carnal.

Pelo amor, pelo trabalho ou ainda pela dor, vamos resgatando nossos débitos do passado. A lei não foi violada; apenas estamos saldando nossas dívidas. Em sentido oposto, tudo que fizemos de bom no passado, podemos já ter recebido ou estar agora recebendo; ou, ainda, recebermos no futuro. Isso é justiça divina e é válida para todos."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta – Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 22)


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O GRANDE ALÉM

"Upanixade Katha é o mais conhecido de todos os Upanixades. Muitos eruditos ocidentais o descreveram como ‘um dos mais perfeitos exemplos da filosofia e da poesia mística dos antigos hindus’. A razão pela qual esse Upanixade recebeu tal reconhecimento em todo o mundo não é difícil de perceber. É o tema da Morte discutido no Upanixade Katha que evocou grande respeito por seus ensinamentos tanto no Oriente quanto no Ocidente. Desde tempos mais antigos, a morte tem sido um dos problemas enigmáticos para o homem. O homem moderno, que alcançou tantas coisas no campo da ciência e da tecnologia, se encontra totalmente desamparado diante da morte. Ele pode saber como conquistar o espaço exterior, mas com relação à história sobre a morte é tão ignorante quanto o homem primitivo. Incapaz de estabelecer uma maestria sobre a morte, o homem busca com todas suas forças prolongar a existência terrena. Se o homem pudesse ampliar a extensão de sua vida na terra, então a morte seria pelo menos postergada, pois ele sabe que quando chega a hora da morte, será inútil fazer qualquer coisa. (...)

Mais uma vez, não é uma crença na reencarnação ou na imortalidade da alma que pode libertar o homem do espectro da morte. O homem precisa conhecer o Segredo da Morte, e esse segredo não é conhecido de ninguém além da própria morte. É a morte e tão somente a morte que pode comunicar o segredo, não há outro caminho, senão uma comunhão direta com a Morte, se o homem quiser conhecer esse Segredo dos segredos, sem o que ele deve permanecer um estranho para as alegrias da vida. Mas como o homem pode arrancar esse segredo da morte? É este o caminho no Upanixade Katha, onde Yama, o Senhor da Morte, é o instrutor e Naciketa, o intrépido jovem investigador, é o discípulo."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003, p. 51/52)


domingo, 29 de dezembro de 2013

POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (PARTE FINAL)

"(...) Lethe – o rio do esquecimento

No processo pós-morte as experiências da vida recém-vivida são digeridas, internalizadas e por fim absorvidas na corrente de consciência que é a individualidade reencarnante. Quando o indivíduo volta a nascer para obter novas experiências, todas as memórias específicas da velha personalidade foram descartadas. Assim, não existe elo consciente entre as personalidades velha e nova. Na mitologia grega esta retenção da memória é chamada de o rio Lethe do submundo, que causa o esquecimento do passado. H. P. Blavatsky cita o pensador neoplatônico Plotino, que diz que o corpo é o verdadeiro rio Lethe, pois ‘as almas que nele mergulham tudo esquecem’. Ela diz também que a consciência que preserva na individualidade encarnante o senso do ‘ru’ pessoal da última encarnação dura somente ao longo da fase final do processo pós-morte – o tempo bem-aventuroso de repouso no verdadeiro mundo céu. Depois disto ela é absorvida, primeiramente no indivíduo e depois na consciência universal. (...)

Experienciando vidas passadas

Enquanto é fato aceito que a consciência deve estar focada no nível da ‘mente superior’ para experienciar vidas passadas, existe uma evidência crescente de que sob certas condições a lembrança fragmentária de vidas passadas pode ocorrer pelo contato com a Mente Universal do que parece ser um nível inferior – talvez por meio das emoções. No entanto, alguns investigadores descobriram que esta experiência é acompanhada de um sentimento de se flutuar para fora do corpo e de se estar numa estrutura diferente de tempo-espaço. (...) A experiência está geralmente associada a uma forte emoção e é muitas vezes acompanhada pelo senso de se ter conhecido a situação anteriormente – chama déjà vue. A memória pode ser deflagrada ao se encontrar uma pessoa, ao se visitar um local particular, ou ao se ouvir uma peça musical. A memória pode também surgir durante um sonho de extraordinária  nitidez, ou enquanto se medita profundamente. Após um breve sentimento de foco alterado de consciência, a pessoa encontra-se num tempo diferente e num local diferente, experienciando o que parece ser um momento de uma vida passada. (...)” 

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 44/45)

sábado, 28 de dezembro de 2013

POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (2ª PARTE

"(...) O passado ainda está conosco

Em nossos estudos aprendemos como a nova personalidade é construída em torno do novo corpo e do novo cérebro. Evidentemente o cérebro desempenha a dupla função de lembrar e esquecer. Sem nossa habilidade para esquecer a vida seria muito difícil – talvez até mesmo impossível. O cérebro age como um filtro que deixa passar apenas aquilo que, num dado momento, é essencial para a vida. Quando éramos criança aprendemos a caminhar, a falar, a escrever e a andar de bicicleta, mas a memória detalhada de como aprendemos estas habilidades não mais está conosco. Ainda temos as habilidades, mas o que foi certa vez conscientemente adquirido é agora uma função automática. Da mesma maneira aquilo que foi apreendido em vidas passadas está embutido no nosso presente sob a forma de habilidades e tendências, e não como memória consciente.

O escritor teosófico C. Jinarajadasa diz que com nossas mentes podemos lembrar apenas uma pequena parte do passado. Mas por outro lado, o modo como sentimos e agimos é a resultante de todas as forças do passado convergindo sobre nossa individualidade.

As nossas únicas memórias do período em que estamos dormindo são sonhos que frequentemente são confusos e sem significado. Apesar disto, os investigadores teosóficos asseguram-nos que durante o sono um campo muito mais amplo de consciência está aberto a nós. Mas,  como no processo da reencarnação, essas experiências não podem ser facilmente lembradas pela consciência do cérebro desperto. (...)"

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 43)