OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador reencarnação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador reencarnação. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS DE VIDAS PASSADAS? (1ª PARTE)

"A curta resposta para a pergunta ‘Por que não nos lembramos de vidas passadas?’ é que em cada vida adquirimos uma nova personalidade. Esta resposta parece ser correta para a maioria das pessoas e para a maioria das encarnações, mas não deve ser aceita como a resposta completa porque existem exceções que iremos considerar a seguir.

Em cada caso, quando se faz a pergunta ‘Por que não nos lembramos de vidas passadas?”, aquele que faz a pergunta é o ‘eu’, centrado na personalidade. Este ‘eu’ é a individualidade (Alma ou Eu superior) que existe ininterruptamente ao longo de todo o processo de reencarnação. A personalidade não reencarna; está intimamente ligada ao corpo e é na verdade, construída pelas impressões sensoriais, os pensamentos e sentimentos experienciados naquele corpo; portanto, ela se desenvolve com o novo corpo. Esta nova personalidade não experienciou nenhuma vida passada e (consequentemente) não pode lembrar-se de nenhuma parte dessas vidas.

H. P. Blavatsky em A chave para a Teosofia esclareceu isto. ‘Reencarnação significa que cada Ego (individualidade reencarnante, e não a personalidade) estará equipado com um novo corpo, um novo cérebro e uma nova memória’. Ela e outros investigadores disseram que a memória detalhada de vidas passadas existe, e que pode ser contatada no nível da individualidade reencarnante; mas somente de maneira ocasional esta memória chega à consciência da personalidade. Talvez seja melhor assim, porque existe evidência de que a nítida memória de vidas passadas pode ser psicologicamente devastadora. A maioria de nós tem preocupações demais nesta vida, sem ter de carregar o fardo de memórias confusas de estresses servis e emocionais experienciados em vidas prévias. (...)"

(Jack Patterson - Por que não nos lembramos de vidas Passadas? - TheoSophia, Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 97, Julho/Agosto/Setembro de 2008 - p. 42)


domingo, 17 de novembro de 2013

O SIGNIFICADO DA REENCARNAÇÃO

"Que vem a ser Reencarnação? Segundo a etimologia da palavra, pode significar o ingresso repetido num invólucro físico ou carnal. Implica desde logo a existência de qualquer coisa permanente. Mas a palavra nada nos diz acerca destes elementos permanentes e transitórios, a não ser que as habitações terrenas são de ‘carne’.

Uma outra palavra, também frequentemente usada como sinônimo de Reencarnação, que nos sugere outro aspecto do problema é a palavra ‘metempsicose’; esta não se refere à habitação, mas sim ao trânsito do elemento psíquico, do elemento relativamente permanente.

Amalgamando as duas palavras, temos a ideia completa do elemento psíquico, ou ‘Alma’ em ‘corpos’ sucessivos de carne; e embora a palavra ‘alma’ possa dar lugar a sérias objeções pelo seu sentido vago e pelas interpretações teológicas, aceitemo-la por enquanto, por representar para a maioria das pessoas uma forma de existência que sobrevive ao corpo físico ao qual estava unida durante a sua vida na terra.

No seu sentido geral e abstraindo de quaisquer ensinamentos especiais exotéricos ou esotéricos, a Reencarnação e a Metempsicose são palavras que determinam uma teoria da existência, segundo a qual uma forma de matéria visível é habitada por um princípio mais etéreo, que sobrevive ao seu invólucro físico, e que, logo a seguir à morte deste, ou após um pequeno intervalo, passa a habitar outro corpo."

(Annie Besant - Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 17/18)


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

REENCARNAÇÃO: O COMEÇO DE UMA VIDA FÍSICA

"Uma vez que, a princípio, os movimentos mais sutis não conseguem afetar a alma, ela tem que juntar ao seu redor vestimentas de matéria mais densa, através das quais possa fluir as vibrações mais pesadas, e assim ela toma sobre si sucessivamente o corpo mental, o corpo astral e o corpo físico. Isso é um renascimento ou reencarnação – o começo de uma vida física. Durante essa vida ocorrem diferentes tipos de experiências através do seu corpo físico; dessas experiências, ela deve aprender algumas lições e desenvolver algumas qualidades dentro de si mesma.

Após algum tempo ela começa novamente a se recolher para dentro de si mesma, e gradativamente vai se desfazendo das vestimentas que fez uso. A primeira delas a ser descartada é o corpo físico, e a sua retirada desse corpo é o que chamamos morte. Não é o fim de suas atividades, como tão impropriamente supomos; nada poderia estar mais distante da realidade. Ela está simplesmente se afastando de um esforço, levando com ele os resultados; após um certo período de comparativo repouso, fará novamente um novo esforço do mesmo tipo.

Assim, como dito, aquilo que geralmente chamamos de sua vida é apenas um dia na vida real e mais ampla – um dia na escola, durante o qual ela aprende certas lições. Mas visto que uma curta vida de setenta ou oitenta anos, no máximo, não é suficiente para lhe dar uma oportunidade de aprender todas as lições que esse belo e maravilhoso mundo tem a ensinar, e visto que Deus deseja que ela as aprenda no tempo que dispõe, é necessário que ela retorne muitas vezes e viva em diferentes classes e sob diferentes circunstâncias, até que todas as lições sejam incorporadas; e então o seu trabalho escolar mais inferior terminará e ela passará a algo mais elevado e mais glorioso – a verdadeira vida divina de trabalho, para qual toda essa vida escolar na Terra a está capacitando."

(C. W. Leadbeater - Introdução à Teosofia - Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 41/42)


sábado, 12 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (2ª PARTE)

"(...) 'O homem não é uma criatura desprezível, nascido do pecado e na lama, condenado a viver uma existência sofredora para sempre. O homem é imortal; é eterno. Dessa maneira, quando o chamado vem da região da imortalidade, ele responde com todo o seu coração.' Ele 'busca libertação de sua escravidão ao trivial e temporário. Todos suplicam por isto no seu coração dos corações. E tudo se obtém de uma única maneira, ou seja, na contemplação do Atma, o mais elevado Ser, que é a base de toda essa aparência'.

Mas libertação é uma batalha que se prolonga por um longo período de tempo. Não vem automaticamente com a morte, como se pode pensar. Após se alojar no corpo físico, o Atma ainda está imerso em outros veículos; ainda tem vínculos com a Terra, vínculos de memória e desejo que o trazem à reencarnação repetidamente. Para alcançar a libertação e a felicidade eterna, o homem deve se livrar de todos os desejos e apegos terrenos. Em uma de suas comparações, Baba diz: 'O homem é como o arroz. Após sua casca ter sido retirada, não crescerá mais. A casca do homem é seu corpo de desejos; se liquidado, ele não mais reencarnará.'

Naturalmente, a vitória sobre os desejos e apegos terrenos é algo que requer longas práticas espirituais ou sadhana. A maior parte dos ensinamentos de Baba se destina a auxiliar as pessoas nessa luta, e usa muitas ilustrações singelas para ajudá-las a aprender e lembrar os princípios básicos envolvidos. Por exemplo, diz ele: 'Muitos desejos do homem são como as pequenas moedas de metal que traz em seu bolso. Quanto mais as tem, mais pesados seus bolsos se tornam. Mas se puder trocá-las por uma nota de valor alto, não mais sentirá qualquer peso. Da mesma maneira, se puder converter seus muitos desejos em um só, isto é, na aspiração de união com Deus, então não haverá peso para empurrá-lo para baixo, para o nível da Terra.' (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 330/332)


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

REENCARNAÇÃO: VIAGEM DA ALMA PARA A PERFEIÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) É melhor satisfazer desejos menores ou insignificantes, porque assim nos livramos deles. Mas é preciso fazê-lo com sabedoria e discernimento, senão até os pequenos desejos podem voltar com mais vigor, reforçados pela experiência. Pessoas com tendência a beber, por exemplo, costumam 'raciocinar' assim: 'Hoje beberei quanto quiser e amanhã ficarei sem beber.' Após várias repetições da experiência, o resultado mais comum é descobrir que se formou um hábito e, então, será difícil abandoná-lo. O mesmo pode acontecer com qualquer outro desejo. 

Deus não é um ditador que nos enviou aqui e nos ordena o que fazer. Ele nos deu livre-arbítrio para fazermos o que quisermos. Já ouvimos muita coisa sobre a importância de ser bom. Entretanto se todos nós vamos direto para o céu quando morremos (como alegam alguns), de que adianta fazermos o bem enquanto estivermos aqui? Se todos recebem a mesma recompensa no fim da vida, por que não ser um pessoa ambiciosa, egoísta, já que o caminho do mal geralmente é mais fácil de trilhar? Seria inútil imitar a vida dos grandes santos se, ao morrer, todos nós - tanto os bons quanto os maus - nos tornássemos anjos.

Por outro lado, se no plano de Deus estamos todos destinados a ir para o inferno, será igualmente inútil nos preocuparmos com o comportamento nesta vida. E de que valeria vigiar as ações, se nossas vidas fossem como automóveis, que quando estão velhos são lançados na sucata, e ali terminam? Se nisso se resume a vida do homem, não há necessidade de ler as escrituras ou de exercitar o autocontrole."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 215)


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

RENASCIMENTOS E EVOLUÇÃO

"O renascimento está em toda a natureza numa evolução cíclica. Ciclos menores estão contidos em ciclos maiores e tudo está num contínuo vir a ser. Em polos opostos, a divindade manifestou-se e, nessa polaridade, há a construção, a destruição e a reconstrução, períodos de atividades, de repousos, e de novas atividades. (...)

O homem não foge à regra e está inserido nesse mecanismo cósmico de nascer, renascer e evoluir sempre.

Que sentido teria vida e onde estaria a chamada Justiça Divina, caso tivéssemos apenas uma existência terrena? Por que nasce um com saúde e outro com doença? Um nasce em berço esplêndido, enquanto outro sofre agruras sub-humanas da miséria; um está num meio ambiente que lhe proporciona condições de educação, saúde, conforto, ao passo que outro está inserido num contexto totalmente oposto?

Se raciocinássemos nestes termos, seríamos obrigados a admitir uma divindade injusta, irresponsável e incoerente. Não haveria nada de Divino e a natureza seria como um jogo de forças cegas ao sabor do acaso. Entretanto, considerando a divindade perfeita, justa e coerente, e suas manifestações e leis universais também condizentes com ela, seremos levados a admitir a existência de uma razão aceitável pelo nosso intelecto, que responda ao porquê das desigualdades. Isto não é explicável admitindo-se apenas uma existência. Partindo desse ponto de vista, somos forçados a pensar que, como seres eternos temos a vida manifestando-se em múltiplas existências, em corpos e situações diferentes, sob a ação de uma lei, a lei do Karma. Esta regula as condições de cada encarnação, correspondentes às circunstâncias criadas por nós mesmos, em vivências pretéritas."

(Antonio Geraldo Buck - Manual Básico de Teosofia - Publicações Maitreya, Porto - p.181/183)


REENCARNAÇÃO: VIAGEM DA ALMA PARA A PERFEIÇÃO (1ª PARTE)

"Reencarnação é o progresso de uma alma ao longo de muitas vidas no plano terreno, à semelhança das muitas séries em uma escola, antes de 'diplomar-se' na perfeição imortal da união com Deus. Almas que vivem em estado imperfeito (inconscientes de sua divina identidade com o Espírito) não entram, por ocasião da morte do corpo físico, automaticamente em estado de realização divina. Somos feitos à imagem de Deus, mas pela identificação com o corpo físico, dele assumimos imperfeições e limitações. Enquanto a imperfeita consciência humana de mortalidade não for removida, não poderemos voltar a ser deuses.

Um príncipe fugiu do lar palaciano e procurou abrigo em uma favela. Embriagando-se e convivendo com pessoas de mau caráter, aos poucos perdeu a lembrança de sua verdadeira identidade. Só depois que seu pai o encontrou e levou-o de volta para o palácio, ele se recordou que era, na verdade, um príncipe.

Todos nós também somos filhos do Rei do Universo, fugidos do lar espiritual. Encerramo-nos por tanto tempo em corpos humanos que esquecemos nossa herança divina. Em numerosos regressos à terra, desenvolvemos novas imperfeições e novos desejos. Assim voltamos para cá repetidas vezes, até satisfazer todos os desejos ou eliminá-los totalmente, pelo desenvolvimento da sabedoria. Precisamos satisfazer nossos desejos ou, então, com o cultivo da sabedoria, acabar com todos definitivamente. No entanto, pouquíssimas pessoas saem da roda de nascimentos e mortes pela tentativa de satisfazer os desejos. A natureza do desejo faz com que, uma vez 'satisfeito', a vontade de repetir a experiência aumente ainda mais seu controle sobre a pessoa, a não ser que seja alguém de mente muito forte.¹ (...)"

¹ 'O iogue unido a Deus, abandonando (o apego a) frutos das ações, atinge a paz imperturbável (paz nascida da autodisciplina). O homem que não se uniu a Deus é governado pelos desejos e por tall apego permanece na escravidão' (Bhagavad Gita V:12) 

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 214/215)


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O DESEJO DE “SER” DEVE SER ANULADO

"A reencarnação tem sido ensinada como parte da filosofia de diversas religiões, devido à sua explicação para o sofrimento da vida e a justiça, ou injustiça dos acontecimentos. A crença na reencarnação sem dúvida ajuda aqueles que se desesperam especialmente quando os dogmas religiosos insistem que se não houver progresso – segundo determinadas linhas – durante uma só curta vida, haverá uma condenação eterna. (...)

A razão é clara. Embora a vida e a consciência possam se manifestar sucessivamente em diversos veículos, esse fato tem pouca importância para os que buscam seriamente se libertar da ignorância e do sofrimento.

Essa libertação é a extinção do desejo e do apego. O apego à ideia de continuidade, sob quaisquer formas, como os outros tipos de apego, é um obstáculo à liberdade. Deve-se dar atenção especial a essa forma específica de apego, pois ela é extremamente sutil e se esconde nas áreas mais profundas da mente. Ao tentar entender o eu, o ‘desejo de ser’ deve ser procurado e anulado, antes de se poder dizer que o ‘ser’ foi entregue ao ‘não ser’. Extirpar o desejo de continuidade é muito mais importante do que investigar as vidas passadas ou especular sobre a existência futura."

(Radha Burnier - O Caminho do Autoconhecimento - Ed. Teosófica, Brasília, 2000 - p. 105/108)


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

CARMA NÃO É PUNIÇÃO

"Carma não é punição, mas, acima de tudo, uma oportunidade para aprender. Este planeta é uma enorme escola e nossa tarefa é aprender e crescer. O carma é um conceito universal, que existe em todas as grandes religiões. Você colhe o que planta. Todo pensamento e toda ação têm inevitáveis consequências. Somos responsáveis por nossas ações.

A maneira mais segura de reencarnar numa raça ou religião em particular é manifestar preconceito contra aquele grupo. O ódio é um trem expresso, carregando você para aquele grupo. (...) 

É importante lembrar que o carma se refere à aprendizagem nunca à punição. Nossos pais e as outras pessoas com quem interagimos possuem livre-arbítrio. Elas tanto podem nos amar e ajudar quanto nos odiar e prejudicar. A escolha que elas fazem não é nosso carma, mas uma manifestação de seu livre-arbítrio. Elas também estão aprendendo. 

Às vezes uma alma escolhe uma vida especialmente difícil para acelerar seu crescimento espiritual, ou como um ato de amor, para ajudar, orientar e apoiar outras pessoas que estejam também enfrentando problemas graves em sua vida. Uma vida dura e difícil não é um castigo, mas uma oportunidade de desenvolvimento.

Trocamos de raça, de religião, de sexo, de condições econômicas, porque precisamos receber lições de todas as situações. Experimentamos tudo. O carma é a justiça suprema. Nada escapa nem é tratado superficialmente em nosso aprendizado.

A graça divina pode suplantar o carma. A graça divina é a intervenção sagrada, uma mão amorosa descendo do céu em nosso auxílio, para diminuir nossas dificuldades e sofrimentos. Uma vez que tenhamos aprendido a lição, não há mais necessidade de sofrimento, mesmo que o débito cármico não tenha sido integralmente pago. Estamos aqui para aprender, e não para sofrer."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 -  p. 52/53)


quarta-feira, 17 de julho de 2013

"A LIBERTAÇÃO DEVE SER BUSCADA DENTRO DE VÓS PRÓPRIOS"

"(...) Nada busqueis dos deuses impotentes por meio de presentes e hinos,
Nem suborneis com sangue, nem alimenteis com frutos e bolos;
A libertação deve ser buscada dentro de vós próprios;
Cada homem cria sua prisão.
Cada um possui domínio tal como os seres mais sublimes;
Além disso, com Poderes acima, ao redor, abaixo,
Como com todas as pessoas e com o que quer que viva,
A ação traz alegria e aflição.
O que foi traz o que é e o que será,
Pior - melhor - o último por primeiro e o primeiro por último;
Os Anjos nos Céus da Alegria colhem 
Os frutos de um passado santo.

Os demônios no submundo consomem
Ações que foram más numa época remota.
Nada dura; as belas virtudes gastam-se com o tempo,
Por isso os vis pecados são purgados.

Quem labutou como escravo pode retornar como Príncipe,
Pelo gentil valor e mérito conquistados;
Quem governou como Rei pode errar pela terra em andrajos
Por coisas feitas e não feitas.

Mais elevado que o fado de Indra podeis elevar o vosso,
E afundá-lo mais baixo que os vermes ou os insetos;
O fim de muitas miríades de vidas é este,
O fim de miríades, aquele.

Só que, enquanto esta roda invisível gira,
Não pode haver pausa, paz, local para ficar;
Quem sobe cairá, quem cai pode subir; os raios da roda
Giram sem cessar! (...)"

(Edwin Arnold - A Luz da Ásia - Ed. Teosófica, Brasília - p. 136/137)


domingo, 23 de junho de 2013

CARMA E DESTINO (3ª PARTE)

" (...) Com efeito, há casos individuais de vitória sobre o Destino. Um senhor entendido nas leis do mentalismo e da astrologia verificou, pelo horóscopo de sua senhora, que em determinada data devia ela sofrer acidente de automóvel de consequências gravíssimas, talvez mortais.

Como se sabe: "Astra inclinant, non necessitant". (Os astros inclinam, não obrigam). Pois bem, desde esse dia, ele começou a mentalizar que sua senhora não sofreria tal acidente. Quando se aproximou a data fatídica, procurou evitar que ela saísse à rua. Mas o Destino, ou seja, o Carma, sempre se fez sentir. Na época prefixada, houve necessidade de ela sair à rua e foi atropelada. O acidente, porém, foi mínimo, causando-lhe apenas leves escoriações.

Esta história pode ter diversas interpretações: coincidência, acaso, falsa interpretação da leitura astrológica, a qual significaria acidente leve e não grave, conforme foi interpretado. Mas não se irá julgar por um caso isolado, pois os cultores da astrologia conhecem muitos análogos. 

A muitas pessoas se afigura inexplicável a morte de fetos, de recém-nascidos, de crianças em tenra idade. Isso acontece por motivo de dívidas cármicas da criança e dos pais. Estes pagarão, pelo sofrimento físico e moral, a perda de um filho que nesta encarnação desejaram, mas que em outra, por exemplo, foi criança aceita por obrigação, não desejada e maltratada. O recém-nascido e o feto que morrem, sofrem pelo esforço que toda encarnação exige e causam dor aos pais. Estão todos saldando dívidas cármicas.

Outras vezes a pessoa nasce para morrer após uma existência mais ou menos curta e vai reencarnar-se na mesma família. Isto se dá para certos ajustamentos cármicos de indivíduo para indivíduo e porque o nascimento obedece a certas leis e tem que se dar em ocasiões determinadas, conforme a conjunção astrológica. 

A morte intervém no mecanismo cármico, como fator da mais alta importância. Mas nem sempre deve ela ser considerada indesejável, pois pode marcar o início de vida ainda mais fecundada na prática do bem, nos planos superiores."

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 213/214)


sábado, 22 de junho de 2013

CARMA E DESTINO (2ª PARTE)

" (...) Tudo o que somos é, pois, consequência de nosso passado e seremos aquilo que prepararmos no presente. 

Indivíduos que nascem com defeitos físicos, praticaram atos de crueldade para com seus semelhantes em outras encarnações. Certos tumores malignos, que sobrevêm em idades mais avançadas, são resultantes de magia negra, que foi muito praticada na Atlântida. O indivíduo que hoje é quase um santo, já foi mau e perseguidor em existências muito longínquas e só depois de muitas encarnações vai saldar dívidas cármicas. Quantos justos condenados, porque todas as aparências confirmam um crime ou um ato doloso que não praticaram?

Em passadas encarnações, o justo de hoje praticou crimes, lesou a seus semelhantes, tendo passado toda a existência impune e feliz. Agora recebe o troco. Há também carma adquirido por instituições, agrupamentos humanos, nações, e também o carma em conjunto de toda a Humanidade. Asim, há ocasiões de grande sofrimento coletivo, como a atual, que significam esgotamento cármico. A humanidade purificada e mais evoluída irá encontrar muito melhores condições de vida daqui a algumas centenas de anos.

Mesmo que o carma não seja certeza, para nós, procuremos viver de acordo com os elevados princípios espiritualistas. Só quem pratica o bem pode avaliar as satisfações morais que ele proporciona, embora poucas sejam as compensações materiais. Se ao praticarmos o bem, tivermos algumas desilusões, ponhamo-las na conta das grandes experiências e persistamos . 

Procuremos observar os fatos que se passam conosco e com os outros. Conseguiremos, indiretamente, nos certificar de que as leis espirituais são realidade. Diz um ditado popular: "Ninguém morre antes ou depois da hora." Isto é bem certo para a grande maioria dos indivíduos. Há casos de salvamentos milagrosos, inexplicáveis, em afundamentos de navios, em desastres de avião etc. Há também ocasiões em que, visivelmente, intervêm forças ou pessoas sobrenaturais, para salvar indivíduos de morte certa.

Afirmam os Iniciados que se pode vencer o Destino, ou seja, modificar as condições cármicas. Há prognósticos de morte por acidente, antevisão do momento da morte, que se confirmam. Por que? Porque as pessoas avisadas nada fizeram, ou nada puderam fazer, por ignorância ou por falta de vontade, para se contraporem ao Destino. (...)"

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 211/213)


sábado, 1 de junho de 2013

A ENERGIA DO AMOR É A CHAVE PARA A NATUREZA DE DEUS

"Só o amor é real. O amor é uma energia de poder e força inacreditáveis. Somos todos feitos desta energia, e esta energia é a chave para a natureza de Deus. (...) O amor é absoluto. O amor nunca termina, nunca para. A forma mais pura é o amor incondicional, dar amor sem esperar nada em troca. Ao distribuir amor sem restrições, você se torna um milionário espiritual.

Deus é muito real e está em todos os lugares e em cada um de nós. Deus não é um velho nos julgando, sentado numa nuvem, ou qualquer das imagens criadas pelos homens. É impossível descrever Deus através de palavras, mas a ideia de uma energia sábia, que ama a tudo e sabe de tudo, possuindo uma sabedoria e um perdão inacreditáveis, chega um pouco mais perto da verdade. Em certo nível, todas as nossas almas refletem a natureza de Deus. 

A reencarnação é real. Você pode não acreditar ainda, porque não se lembra ou porque não teve suas próprias experiências, mas a sua crença não afeta a verdade. O crescimento espiritual relaciona-se mais com o coração do que com a cabeça. Às vezes, o intelecto pode até bloquear o progresso espiritual, porque o intelecto frequentemente é influenciado pelo medo. O coração é influenciado pelo amor. 

O medo pode erguer muralhas em volta do coração. O trabalho de quem cura (médico, terapeuta, enfermeira, pastor, pessoa amada) consiste em dissolver esse muro com a energia do amor. Deixar a luz do coração bilhar, o chakra (centro de energia) do coração abrir, reconhecer a divindade dentro de nós.

Se você encontrar um líder espiritual ou religioso que não seja simples e humilde, saia correndo. Essa pessoa ainda não reconheceu que somos todos instrumentos ou veículos para a energia amorosa e curativa que o espírito envia através de nós para ajudar os outros. Esta energia não se origina no intelecto de um determinado líder. Por isso, se ele ou ela for arrogante, fuja ainda mais depressa.

Ouça seu coração, suas intuições e tente não deixar que seus medos dominem os murmúrios suaves e gentis de seu lindo coração. Sinta a liberdade de amar sem restrições, sem reservas, sem condições.

Pois sua vida neste plano é limitada. Você só está na escola. Esta não é sua casa, que é espírito. Quando você volta para casa, leva apenas seus pensamentos, seus atos e seu amor com você. 

Neste momento, quero apenas deixá-los com este pensamento: amem livre e completamente. Não tenham medo. Somos espíritos imortais e eternos e sempre somos amados. Na verdade, nós somos amor."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, São Paulo - p. 210/211)


quinta-feira, 14 de março de 2013

JNANA YOGA - A VERDADE QUE LIBERTA (1ª PARTE)

"Só o homem pode perceber-se a si mesmo. Só ele, portanto, tem condições de alcançar a união com Deus pela posse da Verdade. Cristo profetizou tão preciosa conquista para todos os homens. 
Tereis a gnose da Verdade. e a Verdade vos libertará. (Jo 8:32)
Assim, asseverou que o homem é prisioneiro até o dia em que tome posse da Verdade, não de uma destas verdadezinhas corriqueiras, transitórias, relativas, reduzidas e particulares, que andamos escutando e acatando. Enquanto tais pequenas verdades apenas temporariamente nos servem e oferecem algo como uma segurança igualmente fugaz, a Verdade Suprema, eternamente válida, nos liberta para sempre do sofrimento e das reencarnações compulsórias, que são nosso persistentes carcereiros. 

Convém-nos entender que há uma diferença entre "conhecer" e "saber", que embora pareçam palavras sinônimas, não são. No conhecimento, há sempre de um lado o sujeito que conhece e do outro o objeto conhecido, e mais, a relação entre ambos, que é o próprio conhecimento. Resulta de uma aquisição feita pelo sujeito, o qual ainda se sente distinto e distante do objeto. No saber já não restam distância e distinção, pois sujeito e objeto se fundem num só. Depois de estudar e fazer cursos sobre, digamos, laranja, você poderá ficar somente "conhecendo" a fruta. Para chegar, no entanto, a "saber", terá que sentir seu "sabor" na boca, "unindo-se" a ela. Deu para entender? Na "sabedoria" os dois pólos (sujeito e objeto) se unificam. Chegar a ter a gnose da Verdade (na expressão usada por Jesus) com que nos libertamos não é coisa fácil. Naturalmente dependerá de decisão, discernimento, devoção, dedicação e disciplina em grandes doses, sem o que não se completa a comunhão-unificação-identificação e consequentemente a libertação. Os Vedas denominam jnana (de onde derivou para o grego a palavra gnose) este redentor "saber" ou "saborear" a Verdade. Só conseguimos "saber" a Verdade unindo-nos a Ela, e esta só será possível quando tivermos nos transformado na própria Verdade. Precisamos zerar a distância, mas também a distinção. Jnana Yoga consiste no esforço de transformar simples conhecimento em sabedoria, simples crença em realização. É assim que nos libertamos. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 100/101)

domingo, 10 de março de 2013

LEI DO KARMA - OS TRÊS KARMAS (2ª PARTE)

"Chama-se Karma Yoga a forma sábia de viver e agir que pode nos libertar da samsara (a roda das re-encarnações). Antes de explicar como funciona tal Yoga, é conveniente compreender como funciona o próprio karma.

Usemos uma analogia. Imagine que você tem um depósito de sementes. Cada uma com seu potencial germinativo. As que estão no paiol, ainda nada produzem, embora programadas e capacitadas estejam para produzir. Algumas, já plantadas, deixaram de ser sementes; produziram plantas que estão vivendo e crescendo. Você tem também algumas sementes na mão, decidindo se as plantará ou não. Assim é também com o karma.

As sementes em depósito, aguardando a hora de germinar, têm o nome samcita karma. São como o karma que, ao longo de muitas vidas, foi se acumulando. O conteúdo do "depósito kármico" (karmashaya) de um indivíduo, só parcial e muito imprecisamente, pode ser presumido mediante a análise de seu caráter, temperamento, predisposição, inclinações, fraquezas, capacidades, conduta... finalmente, de seu psiquismo. Tal como a semente que só germina se encontrar solo fértil, umidade e temperatura apropriada, nosso karma acumulado (samcita), funcionando como uma programação, só virá a frutificar, manifestando-se, atualizando-se, quando vierem a ocorrer condições ambientais favoráveis. 

O prarabdha karma, também chamado "karma maduro", aquele que está sendo "colhido", é comparado às sementes que germinaram e produziram plantas. O prarabdha é aquilo que determina e condiciona nossa vida atual: tipo físico, faculdades mentais, doenças, boas ou más condições biológicas, psicológicas, sociais etc. Esta fase do karma é o que se costuma chamar "destino". É a inexorabilidade do determinismo, do fatalismo, do "está escrito".

As sementes em sua mão terão o destino que você escolher - se as plantará ou não - representam o vartamana (ou agami) karma. Neste fase predomina o livre arbítrio. 

Como se vê, a doutrina do karma harmoniza duas teses que dividem os filósofos - o determinismo e o livre arbítrio. Há liberdade na hora de semear e determinismo na hora de colher. Em suma, não há um, mas três karmas:

(a) Samcita - o acumulado ou potencial ou programado, isto é aquilo que virá a acontecer. Sobre ele, por meio de processos, técnicas e métodos de Yoga, podemos agir para neutralizar seu poder germinativo ("fritar as sementes", na linguagem de Patanjali). Seria como evitar ou mudar o que estaria para acontecer.
(b) Prarabdha - aquele que está se cumprindo, também chamado "karma maduro", o qual já não se pode evitar, corrigir, mudar. Só nos é possível padecê-lo ou desfrutá-lo com equanimidade e sabedoria. E isto também é Yoga.
(c) Vartamana (ou agami) - sobre o qual temos plena administração, por ser aquilo que estamos fazendo no presente. Nosso livre arbítrio delibera e faz opções: praticar ou não a ação; conduzi-la numa direção ou noutra. Você tem domínio sobre a ação (karma) que agora está praticando. Pode optar por contrair dívidas ou ganhar créditos. Plantará frutas ou urtigas.

Imagine um arqueiro que tem uma seta no arco retesado, tem mais algumas na aljava às costas e há uma que acabou de disparar, voando para o alvo. As setas da aljava representam o samcita; a sete no arco, o agami; finalmente, a seta atirada, o prarabdha. Parece que assim não restam dúvidas. Não é?

A sábia gerência sobre as ações (karma) é o que se denomina Karma Yoga, produtora de melhor colheira no futuro. O que, no entanto, é infinitamente mais sábio e importante é utilizar da Lei do Karma para libertar-nos dos domínios da morte ("renascimentos compulsórios"), para alcançarmos a Vida Una e Única. A Karma Yoga não existe para assegurar compensações no futuro nascimento, conforme se tem pensado no Ocidente. Existe para nos ajudar a escapar de novos nascimentos, para nos libertar de samsara. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 72/73)


sábado, 9 de março de 2013

LEI DO KARMA - O CATIVEIRO (1ª PARTE)

"Avatares e sábios demonstram que cada ação que praticamos no presente vem de raízes do passado e se projeta inevitavelmente no futuro. Inevitável por quê? Porque não existe causa sem efeito, nem efeito sem causa. Tal é a "Lei da Causalidade", que desautoriza a crença na casualidade. O que costumamos incorretamente chamar de casualidade é uma causalidade, cuja causa escapa à nossa percepção.

Causa e efeito - ensinam os mestres - não são diferentes. São apenas dois momentos de um mesmo fenômeno. O efeito ou consequência já está inseparavelmente entranhado na causa. Como, em certos casos, o efeito demora a se manifestar, é comum pensar que ele não existe. (...) Quem plantou inevitavelmente colherá. O plantio é livre (planta-se o que quiser, quanto quiser, como quiser, onde quiser), mas a colheira é compulsória. Isto não é um ingênuo dogma religioso, mas uma lei absolutamente científica e universal - a "Lei da Causa e Efeito" ou "Lei do Karma". Só os imaturos e egoístas se empenham em tentar evitar a colheira dolorosa do mal que andaram praticando, praticam ou pretendem ainda praticar. A impunidade é possível, mas só na "lei" que os homens instituíram e com a qual astutamente manobram. A "Lei do Karma", porém, não enseja tais manobras. Não adianta fazer projetos de impunidade.

Esta forma de falar pode induzir a pensar que a "Lei do Karma" funciona somente para penalizar infratores. Tornou-se comum tentar explicar traumas, sofrimentos, vicissitudes e dramas de uma pessoa alegando-se que está "pagando um Karma". Ora os seres humanos não praticam somente ações más, perversas, erradas, imorais e criminosas. Pessoas santas felizmente também agem e agem para o bem, com amor, caridade e abnegação. As consequências das ações benfazejas e sábias, pela mesma Lei, têm de ser agradáveis, felizes e auspiciosas. Uma pessoa radiosa, sadia, tranquila e bela está sendo recompensado pelo bem que andou praticando. Em resumo, quem semeou espinheiros vai se espetar. Quem semeou cereais, vai ter o que comer. Os frutos do mérito são recompensas. Os do demérito, castigos. Através de bordoadas e afagos ao longo de muitas vidas, a alma reencarnante vai se educando. Ao nascermos, trazemos dividas a pagar, mas também créditos a usufruir. E ó por isso que temos de nascer tanto para padecer como para desfrutar. Ter de nascer é o que se tem chamado "re-encarnação compulsória". Créditos ou débitos são duas correntes (uma de ouro e outra de ferro) que nos amarram à "roda de samsara", a nascer e morrer, e novamente nascer para novamente morrer. O agir (karma) no mundo é a causa, portanto, de nosso cativeiro. Qual então a esperança de libertação, desde que ninguém pode viver absolutamente parado, sem agir?! Até os caridosos são amarrados pela corrente de ouro à gangorra de nascimentos-mortes-renascimentos-remortes.(...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 70/71)


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O ORGULHO É A MAIOR BARREIRA À SABEDORIA

"As experiências da vida intensificaram minha convicção de que o orgulho humano é a maior barreira à sabedoria. O orgulho egocêntrico deve ser extinto. É uma cegueira que nos impede de enxergar Deus como único autor, o Diretor do Drama Cósmico. Você está representando diferentes papéis no cinema cósmico e não pode prever que papel receberá amanhã. Deve estar preparado para tudo. Essa é a lei da vida. Por que sofrer então, com as experiências que tem? Se encarar cada acontecimento como se estivesse vendo um ator representando um filme, não se afligirá. Represente seus 365 papéis a cada ano com um sorriso interior e a lembrança de que está apenas sonhando. Assim nunca mais será ferido pela vida. 

Você representou muitos papéis ao longo de muitas encarnações. Mas todos foram dados para diverti-lo - não para assustá-lo. Sua alma imortal não pode ser afetada. No filme da vida, você pode chorar, rir, representar muitos papéis; mas interiormente, deve sempre dizer: "Eu sou Espírito"; Grande consolo advém da percepção dessa sabedoria. 

Não espere despertar da ilusão de que a vida terrena é real simplesmente fugindo para a floresta. Tem de representar até o fim o papel que recebeu. Cada ser humano contribui para a exibição do filme cósmico. Se quiser ser feliz, represente seu papel com dignidade, segurança e alegria. Quando despertar em Deus, Ele mostrará que você é imutável, apesar de ter vivido inúmeros papéis em Seu drama terreno."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 237/238)


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A JUSTIÇA DIVINA E A LEI DA REENCARNAÇÃO

"Você pode acreditar ou não na lei da reencarnação, mas, se esta vida é o começo e o fim da existência humana, seria impossível conciliar as desigualdades da vida com a justiça divina. Por que um homem nasce em família rica, enquanto outra criança chega a um lar paupérrimo, apenas para morrer de fome? Por que uma pessoa tem saúde suficiente para viver cem anos, enquanto outra está sempre doente? Por que os esquimós nascem no gélido norte e outros povos em países temperados, onde a luta pela sobrevivência é mais fácil? Por que alguns bebês nascem cegos ou mortos? Por quê? Por quê? Por quê? Se você fosse Deus, faria coisas tão injustas? De que adiante ler e viver de acordo com as escrituras, se a vida é predestinada por um Deus caprichoso que, deliberadamente, cria seres com corpos ou cérebros imperfeitos?

Segundo a lei de causa e efeito, a toda ação corresponde uma reação proporcional. Portanto, tudo o que está acontecendo conosco agora deve ser resultado de algo que fizemos anteriormente. Se nada existe nesta vida que justifique as circunstâncias atuais, a conclusão inevitável é a de que a causa foi posta em movimento em alguma época anterior, ou seja, em alguma existência humana passado. Seus estados de ânimo e características mais fortes não começaram com este nascimento; estabeleceram-se em sua consciência muito antes disso. Assim, podemos compreender porque algumas pessoas mostram, desde a primeira infância, certas fraquezas ou talentos específicos. 

Podemos compreender também como a vida perfeita de Jesus na Terra foi resultado de diversas encarnações prévias, nas quais ele foi desenvolvendo o autodomínio. Sua vida milagrosa como o Cristo foi consequência de muitas vidas anteriores de aprendizagem espiritual. Ele se tornou um avatar, uma encarnação divina porque, em vidas passadas, como ser humano comum, combateu as tentações da carne e venceu. Seu exemplo oferece esperança definitiva ao resto da humanidade. Do contrário, que oportunidade teríamos? Se Deus tivesse enviado anjos para ensinar-nos, eu diria: "Senhor, por que não me criaste anjo? Como posso imitar seres que foram criados perfeitos e que não tiveram experiência com as provações e tentações que Tu me deste?".

Como ideal, precisamos de um ser essencialmente igual a nós. Jesus teve que enfrentar tentações. "Afasta-te Satã", disse ele. E venceu. Se jamais tivesse conhecido a tentação, sua ordem teria sido uma encenação, e como isso poderia nos inspirar? Embora já tivesse vencido a carne em outras vidas, teve que sentir essa fraqueza novamente na encarnação como Jesus para mostrar à humanidade, por meio de sua vitória, a altura espiritual que havia alcançado e, como seu exemplo, dar coragem a todos os homens."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Ed. Self-Realization Fellowship - p. 227/228)


domingo, 13 de janeiro de 2013

O CAMINHO DA EVOLUÇÃO DA ALMA


"Deus desejava que Seus filhos humanos vivessem sobre a Terra com a percepção desperta do Espírito que modela toda a criação e, assim, desfrutassem do divino drama onírico como um entretenimento cósmico. Dentre todas as criaturas vivas, apenas o corpo humano foi equipado, como uma criação especial de Deus, com as faculdades e os instrumentos necessários para expressar plenamente os divinos potenciais da alma. Mas, pela ilusão de Satã, o homem ignora seus dons superiores e permanece apegado à limitada forma corporal e à sua mortalidade.

Como almas individualizadas, o Espírito manifesta progressivamente Seu poder de conhecimento ao longo dos sucessivos estágios de evolução: resposta inconsciente, nos minerais; sensibilidade, na vida vegetal; conhecimento sensitivo guiado pelo instinto, nos animais; intelecto, razão e intuição introspectiva pouco desenvolvida, no homem; e genuína intuição, no super-homem.

Diz-se que, depois de oito milhões de vidas percorrendo estágios sucessivos da evolução, como um filho pródigo viajando através dos ciclos das encarnações, a alma chega por fim a um nascimento humano. Originalmente, os seres humanos eram puros filhos de Deus. Ninguém conhece a consciência divina de que desfrutavam Adão e Eva, exceto os santos. Desde o pecado original - o mau uso de sua independência -, o homem perdeu essa consciência, associando sua identidade com o ego corporal e seus desejos mortais. Não é incomum ver pessoas que mais se assemelham aos animais, motivados por instintos, do que a seres humanos, capazes de reagir intelectualmente. Elas são tão materialistas que, ao ouvirem falar sobre comida, sexo ou dinheiro, compreendem e respondem reflexivamente, como o famoso cão salivante de Pavlov. Mas, se alguém tentar engajá-las numa rica discussão filosófica a respeito de Deus ou do mistério da vida, reagirão sem compreender, como se o seu interlocutor fosse um insano!

O homem espiritual está tentando libertar-se da materialidade que é a causa de seus desvios pródigos no labirinto das encarnações, porém o homem comum não deseja mais do que uma melhoria de sua existência terrena. Assim como o instinto confina o animal dentro de limites estabelecidos, também a razão restringe o ser humano que não tenta tornar-se um super-homem pelo desenvolvimento da intuição. Quem venera apenas a razão e não está ciente da disponibilidade de seu poder de intuição - o único que lhe permite conhecer-se como uma alma - permanece pouco mais que um animal racional, desconhecendo a herança espiritual que é seu direito inato."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship - p. 52/53)


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ALCANCE O REINO DE DEUS


"Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus"
  
“Estas palavras escolhidas por Jesus sugerem sua familiaridade com a doutrina espiritual do Oriente relativa à reencarnação. Um dos significados que decorrem desse preceito é que a alma precisa nascer repetidas vezes, em vários corpos, até que tome consciência novamente de sua perfeição inata. É uma falsa esperança acreditar que, por ocasião da morte corporal, a alma ingresse automaticamente em uma eterna existência angelical no céu. A menos e até que seja alcançada a perfeição, removendo-se da imagem divina individualizada da alma os resíduos do karma (efeitos das próprias ações), não se pode entrar no reino de Deus.² Ao criar constantemente novos vínculos cármicos por meio de ações erradas e desejos materiais, e ao adicioná-los aos efeitos acumulados de numerosas encarnações anteriores, a pessoa comum não consegue libertar sua alma em uma só vida. Muitas vidas de evolução física, mental e espiritual lhe são necessárias para desfazer-se de todos os obstáculos cármicos que bloqueiam a intuição da alma, o conhecimento puro sem o qual não se pode “ver o reino de Deus”.

O principal significado das palavras de Jesus a Nicodemos está além de uma referência implícita à reencarnação. Isso fica claro com o pedido de Nicodemos por maiores esclarecimentos sobre como um adulto poderá alcançar o reino de Deus: precisaria ele entrar novamente no ventre de sua mãe e renascer? Nos versículos seguintes, Jesus explica como uma pessoa pode “nascer de novo” em uma encarnação atual: como a alma, identificada com o corpo e com as limitações dos sentidos, pode obter, por meio da meditação, um novo nascimento da Consciência Cósmica.”

² “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48)

(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 50/51)