OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

NASCER DA ÁGUA

"'Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.'

"Nascer da água' é usualmente interpretado como uma prescrição do ritual exterior do batismo pela água - um renascimento simbólico -, visando tornar-nos qualificados para o reino de Deus após a morte. Mas Jesus não se referia a um renascimento envolvendo água. 'Água', aqui, significa protoplasma; o corpo humano, em sua maior parte, é constituído de água e inicia sua existência terrena no fluido amniótico, no ventre de sua mãe. Embora a alma tenha de passar pelo processo natural de nascimento que Deus estabeleceu por meio de Suas leis biológicas, o nascimento físico não é suficiente para que o homem se torne apto para ver ou entrar no reino de Deus. 

A consciência comum está presa ao corpo; e, através dos dois olhos físicos, o homem é capaz de observar apenas o diminuto teatro deste Terra e o céu estrelado que a circunda. Pelas pequenas janelas exteriores dos cinco sentidos, as almas restritas ao corpo nada percebem das maravilhas que estão além da matéria limitada. 

Em um avião, voando a grandes altitudes, não se percebem fronteiras, mas somente a vastidão do espaço e os céus ilimitados. Porém, na reclusão de um quarto, entre paredes sem janelas, perde-se a visão da imensidade. De modo parecido, quando a alma humana é enviada do Espírito infinito para um corpo mortal circunscrito pelos sentidos, suas experiências externas permanecem confinadas às limitações da matéria. Assim, Jesus aludiu ao fato, também expresso pelos cientistas modernos, de que podemos ver e conhecer apenas o que os instrumentos limitados dos sentidos e da razão nos permitem.

Assim como os detalhes das estrelas distantes não podem ser vistos com um telescópio de cinco centímetros, da mesma forma Jesus dizia que o homem não pode ver ou conhecer algo do reino celestial de Deus com o poder limitado da mente e dos sentidos. Entretanto, um telescópio de cinco metros capacita o homem a sondar as imensas regiões do espaço povoado de estrelas; e, semelhantemente, desenvolvendo a percepção intuitiva por meio da meditação, ele pode contemplar e entrar no reino astro e causal de Deus: berço de pensamentos, estrelas e almas.

Jesus enfatiza que, depois que a alma encarna - nasce da água ou protoplasma -, o homem deve transcender as imposições mortais do corpo por meio do autoaperfeiçoamento. Com o despertar do 'sexto sentido', a intuição, e com a abertura do olho espiritual, sua consciência iluminada pode entrar no reino de Deus. Nesse segundo nascimento, o corpo permanece o mesmo; mas a consciência da alma, em vez de estar presa ao plano material, encontra-se livre para passear no ilimitado império do Espírito, eternamento jubiloso."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 51/52)


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

NÃO COLOQUE CONDIÇÕES PARA AMAR (PARTE FINAL)

"(...) O modelo do Mestre da Vida é eloquente. Ele amava tanto as pessoas que jamais as pressionava a segui-lo. Não impunha suas ideias, mas apresentava-as com clareza e encanto, deixando que elas decidissem o caminho a tomar. Fez um belo convite, não deu uma ordem: 'Quem quiser vir após mim, sigam-me', "Quem tem sede, venha a mim e beba', 'Quem de mim se alimenta jamais terá fome'. O amor respeita o livre-arbítrio, a livre decisão. 

Os que impõem condições para amar terão sempre um amor frágil. Nossa espécie viveu o flagelo das guerras e da escravidão porque ouviu falar do amor, mas pouco o conheceu. A única razão para amar é o amor. 

Os pais que exigem que seus filhos mudem de atitude para elogiá-los, acolhê-los e serem afetivos com eles dificilmente os conquistarão. Os professores que exigem que seus alunos sejam serenos e tranquilos para educá-los não os prepararão para a vida. Os que exigem das pessoas próximas que deixem de ser complicadas, tímidas ou individualistas para envolvê-las e ajudá-las não contribuirão para o seu crescimento. O mundo está cheio de pessoas críticas. As sociedades precisam de pessoas que amem. 

O amor vem primeiro, seguido dos resultados espontâneos. Exigimos muito porque amamos pouco. Jesus não impediu que Pedro o negasse e que Judas o traísse. Com sua inteligência extraordinária podia colocá-los contra a parede, pressioná-los, criticá-los, constrangê-los, mas não o fez. Deu plena liberdade para eles o deixarem. Jamais o amor foi tão sublime.

A abundância do amor transforma anônimos, paupérrimos e iletrados em príncipes, e a escassez do amor torna miseráveis reis, ricos e intelectuais. O amor compreende, perdoa, liberta, tolera, encoraja, anima, incentiva, espera, acredita." 

(Augusto Cury - O Mestre Inesquecível - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 141/142)


terça-feira, 13 de outubro de 2015

NÃO COLOQUE CONDIÇÕES PARA AMAR (1ª PARTE)

"Precisamos nos apaixonar pela espécie humana, como o Mestre da Vida. Devemos ficar fascinados com as reações de um mendigo, com as alucinações de um paciente psicótico, com as peraltices de uma criança, com as reflexões dos idosos. Cada ser humano é uma caixa de segredos. Cada ser humano merece o Oscar e o Prêmio Nobel pela vida misteriosa que pulsa dentro de si. 

Ao analisar a personalidade de Jesus, mais uma vez me convenci de que a unanimidade é estúpida. A beleza reside em amar as diferenças, em não exigir que os outros sejam iguais a nós para que possamos amá-los. Jesus foi afetuoso com Judas no ato da traição e acolheu Pedro no ato da negação. Ele os amou, apesar das suas diferenças. Se amou pessoas que o decepcionaram tanto, foi para mostrar que não devemos exigir condições para amar. 

O exemplo do mestre me levou a amar pessoas tão diferentes de mim! Pessoas que possuem pontos de vista diferentes do meu, que adotam práticas das quais não participo. Apesar de discordar das crenças e convicções das pessoas, você deve preservar seu amor por elas e respeitar sua lógica, inteligência, verdades, pontos de vista, e não simplesmente descartá-las. 

Se Jesus perdoou seus carrascos quando todas as suas células morriam, quem somos nós para exigir, em nosso conforto egoísta, que pessoas que pensam diferentemente de nós mudem para que possamos amá-las? Não apenas os cristãos deveriam amar outros cristãos de religiões distintas, mas, se realmente viverem o que Jesus viveu, amarão, com intensidade, budistas, islamitas, bramanistas e ateus. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre Inesquecível - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 141)


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A SUPREMA ORAÇÃO

"Jesus nos mostrou qual é a suprema oração: 'Senhor, seja feita a Tua vontade'. Bem, muitas pessoas interpretam isso como significando que não precisam exercer nem a vontade, nem o pensamento; que só têm de sentar, meditar e esperar que Deus faça alguma coisa por meio delas. Isso é errado. Somos feitos à imagem de Deus. Ele deu ao ser humano uma inteligência que não deu a nenhuma outra criatura, e espera que a utilizemos. Por isso Paramahansaji nos ensinou a orar assim:
'Senhor, eu raciocinarei, eu quererei, eu agirei; mas guia Tu minha razão, vontade e atividade para a coisa certa que devo fazer.'
Nós praticamos isso no ashram religiosamente. Nas reuniões de trabalho, meditamos por alguns minutos e depois fazemos a prece acima. Só então começamos a reunião e tomamos decisões. 

Portanto, não fique sem fazer nada, a espera que Deus tome as providências necessárias. Ao aplicar os princípios da razão, da vontade e da ação, siga o curso que lhe parecer melhor. Trabalhe conscienciosamente, usando a vontade e a inteligência, e ao mesmo tempo ore sem cessar: 'Senhor, guia-me; deixa-me seguir a Tua vontade. Seja feita apenas a Tua vontade.'

Ao fazer isso, você mantém a mente receptiva à orientação divina. Pode então descobrir que, de repente, consegue ver claramente: 'Não, agora devo tomar esta direção'. Deus mostra o caminho. Mas lembre-se que, ao pedir a Deus que o guie, a sua mente jamais deve estar fechada; que esteja sempre aberta e receptiva. É assim que Deus ajuda a quem se ajuda. Funciona, mas o esforço e a iniciativa devem partir de nós.

Você não tem que viver num ashram para servir a Deus e seguir a vontade Dele. Cada um de nós está, neste momento, onde Deus e nossos atos passados nos colocaram. Se você não estiver satisfeito com suas condições atuais, medite e peça orientação a Deus. Mas, enquanto faz isso, aplique a razão que lhe foi concedida por Deus. Analise as opções que tem em relação à sua vida e ao seu futuro."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 31/32)


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

SUPORTANDO E SUPERANDO SUA DOR

"Se Jesus se fixasse na sua dor e na ira dos seus carrascos, teria abandonado o seu cálice. Porém, nem suas dores nem a frustração causada pelas pessoas o dominavam.

Nós desistimos facilmente das pessoas que nos decepcionam, mas ele tinha uma capacidade de perseverança ímpar. Sua motivação era inabalável. Tinha metas sólidas e estabelecia prioridades para cumpri-las. Assim, conseguia extrair forças para suportar com dignidade o que ninguém suportaria com lucidez.

Ele estava sofrendo, mas não sofria como um miserável ou um infeliz. Em cada momento de dor, entrava num profundo processo de reflexão e diálogo com seu Pai. O mestre da vida caminhava dentro de si mesmo enquanto caminhava para seu destino final. Conseguia ver as dores em outra perspectiva.

Em que perspectivas vemos nossos sofrimentos? Não estou me referindo aos sofrimentos dramáticos como os que Jesus passou, mas àqueles que vivemos diária ou semanalmente. Muitos de nós não sabemos passar pelas dificuldades inerentes à vida. Elas nos abalam e não nos alicerçam, nos paralisam e não nos libertam. 

Ninguém deve procurar qualquer tipo de dor para lapidar sua personalidade. Devemos ir sempre em direção à zona de conforto, ir ao encontro do prazer e da tranquilidade. Contudo, ainda que seja o mais prevenido dos homens, você, além de não ser perfeito, não consegue controlar todas as variáveis de sua vida  Por isso, pequenas dores e frustrações o acompanharão em sua trajetória existencial.

O problema não é se elas baterão ou não à sua porta, mas o que você fará com elas. Não reaja com medo, não se revolte, não culpe o mundo. Lembre-se de que o mestre dos mestres mostrou que a dor pode ser uma excelente ferramenta para lapidar a alma. Quem aprende a usá-la deixa de ser um herói por fora e se torna uma pessoa forte por dentro..."

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 73/74


sexta-feira, 17 de julho de 2015

O KARMA NÃO É PUNIÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) 'Diz a Bíblia: 'Todo aquele que derramar o sangue humano terá o seu próprio sangue derramado.* Isso não foi um mandamento: foi uma explanação da lei divina. 

'Jesus disse a um homem a quem curara: 'Não peques mais, para que não te suceda algo pior.'** A implicação era clara: a doença do homem se devia ao fato de ele ter pecado em primeiro lugar.

'Quanto ao aspecto positivo, pense nas pessoas que tiveram êxito sem fazer esforço em alguma coisa que se propuseram fazer. (Pelo menos, o sucesso dessas pessoas pode parecer fácil.) De onde veio esse êxito? É muito simples: ele foi consequência de um karma bom.'

Disse o fiel: 'No entanto, muitos criminosos morreram tranquilamente na sua cama. E muitas pessoas de sucesso não parecem, assim como o senhor acaba de dizer, ter feito alguma coisa para merecer o sucesso.'

Respondeu o Mestre: 'De fato. A lei do karma, pois, não se separa da sua companheira, a lei da reencarnação. Cada qual seria incompleta sem a outra.

'A vida humana não é o suficiente para completar o círculo dos atos sem conta que são iniciados durante a estada de uma pessoa na Terra.'

* Gênesis 9:6.
** João 5:14. 

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 79/80)


domingo, 5 de julho de 2015

EMPATIA

"'Amai ao próximo como a vós mesmos' - ensinou o Mestre Jesus, meu Guru.

Tenho encontrado entre os que se amam acima de tudo aqueles que, racionalizando, interpretam este sublime e libertador mandamento como um incentivo ao 'amor próprio'. Teria Jesus preceituado: 'Quem não ama a si mesmo não pode amar ao próximo.'

Ora, a experiência mostra que, enquanto eu me amo, não tenho condições para o desapego, para a renúncia, para o dar, o doar, e o perdoar. O amor a nós mesmos nos torna egoístas, e onde impera o ego, não há lugar para os outros a não ser como objetos de posse e satisfação para o ego reivindicante.

Foi exatamente por reconhecer que o normal é que natural e espontaneamente, instintiva e inconscientemente nos amemos, que Jesus propôs que façamos o mesmo em relação ao próximo.

Assim como, por egoísmo, reivindicamos para nós o melhor, façamos exatamente o mesmo em relação aos outros. Amemos nosso vizinho tanto quanto nos amamos.

Que eu sempre promova, proteja, alegre, sirva, torne feliz os outros, da mesma forma e na mesma medida como tenho feito a mim mesmo."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1985 - p. 61)


quinta-feira, 25 de junho de 2015

A PUREZA DE CORAÇÃO E MENTE NOS TORNA RECEPTIVOS

"Jesus disse: 'Senhor (...) Tu ocultaste estas coisas aos sábios e aos entendidos, e as revelaste aos pequeninos.'³ Estas palavras referem-se à pureza da natureza infantil: confiante, pura e amorosa - pois ainda não adquiriu os hábitos que resultam de lidar com o mundo. Diz-se que até os sete ou oito anos de idade a consciência da criança ainda não mergulhou totalmente no mundo. Por isso é comum ouvir as crianças dizer coisas maravilhosas e mencionar a vida além desta vida, pois elas acabam de chegar do mundo astral. A não ser que tenham sido muito materialistas em vidas anteriores, a mente e o coração das crianças ainda estão puros - até que o mundo as apanhe de novo. 

'Sábios e entendidos', por outro lado, nem sempre significa puros. Uma pessoa pode estar tão enamorada de seu próprio intelecto que se torna presunçosa; acha que sabe mais do que os outros. A esse tipo de pessoa Deus não Se revela. Ele responde aos que têm a natureza simples, amorosa e confiante, como a de um filho pela mãe - aberta e receptiva. Este relacionamento com Deus pode ser cultivado se mantivermos a consciência acima da influência dos desejos, emoções e apegos."

³ Mateus 11:25.

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 23/24
http://www.omnisciencia.com.br/intuicao/p


sexta-feira, 1 de maio de 2015

CRITICANDO O FALSO MORALISMO DOS FARISEUS

"Jesus era um homem corajoso. Conseguia falar o que pensava mesmo quando colocava sua vida em risco. Dizia que os fariseus limpavam o exterior do corpo, mas não se importavam com o seu conteúdo.

O mestre era delicado com todas as pessoas, inclusive seus opositores, mas em algumas ocasiões criticou com contundência a hipocrisia humana. Disse que os mestres da lei judaica seriam drasticamente julgados, pois atavam pesados fardos para as pessoas carregarem, enquanto não se dispunham a movê-los sequer com um dedo (Mateus 23:4).

Quantas vezes não somos rígidos como os fariseus, exigindo das pessoas o que elas não conseguem suportar e nós mesmos não conseguimos realizar? Exigimos calma dos outros, mas somos impacientes, irritadiços e agressivos. Pedimos tolerância, mas somos implacáveis, excessivamente críticos e intolerantes. Queremos que todos sejam estritamente verdadeiros, mas simulamos comportamentos, disfarçamos nossos sentimentos. Desejamos que os outros valorizem o interior, mas somos consumidos pelas aparências. 

Temos de reconhecer que, às vezes, damos excessiva atenção ao que pensam e falam de nós, mas não nos preocupamos com aquilo que corrói nossa alma. Podemos não prejudicar os outros com nosso farisaísmo, mas nos autodestruímos quando não intervimos em nosso mundo interno, quando não somos capazes de fazer uma faxina em sentimentos negativos como a inveja, o ciúme, o ódio, o orgulho, a arrogância, a autopiedade."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 17)


domingo, 5 de abril de 2015

O SEGREDO DO PERDÃO

"Mais uma vez, a abençoada época da Páscoa está conosco. As épocas sagradas do ano desempenham um papel perceptivelmente inspirador em minha própria consciência, e minha oração é para que inspirem a de vocês de igual modo. Quando chegamos a este período de recordação do supremo sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade, penso na declaração de Gurudeva Paramahansa Yogananda, repetida com frequência, de que Cristo realizou seu maior milagre na Cruz. Com todo o direito de amaldiçoar e condenar seu traidor e os outros que erradamente o condenaram, e com todo o poder a seu comando para destruir os inimigos, Jesus não usou esse poder, nem sentiu qualquer inimizade. Melhor, ele mostrou ao mundo o meio divino para conquistar o mal - o único meio que pode ressuscitar a alma do homem da profunda ignorância para a luz da sabedoria eterna, da comunhão eterna com Deus. Esse meio foi imortalizado nas singelas palavras do amor de Cristo: 'Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem'.

Essa é uma mensagem extremamente importante para a humanidade, até mesmo hoje, uma mensagem que cada um de nós deve aplicar em sua vida, se quiser conservar a luz do amor divino em seu coração e neste mundo. É essencial libertar o coração e a mente de toda amargura e ressentimento; o lugar desses sentimentos não é ali.

Quando alguém age maldosamente contra nós, por que sentimos que temos que fazer algo com relação a isso? Por que não podemos simplesmente deixá-lo nas mãos de Deus? Acredito nisso. Não podemos nós, também, dizer: 'Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem', sabendo muito bem que a lei divina, o amor divino, resolverá esse problema para nós? De inúmeras formas, essa lei tem funcionado para mim durante toda a minha vida; ela funcionará para você também e para toda a humanidade.

A dificuldade está conosco. Não somos capazes de esquecer nossos pensamentos mesquinhos e odiosos, nossos sentimentos de vingança, raiva e inveja. Por não conseguirmos largar da mão de Satã - da ilusão, e isso tudo o que esses falsos pensamentos e sentimentos são na realidade -, somos incapazes de agarrar a mão de Deus.

Vamos tentar ressuscitar nossa consciência do escuro sepulcro do ódio, da ira e da mesquinhez. Você sabe o que é mesquinhez: o desejo de magoar outra pessoa. Provavelmente todos nós, alguma vez na vida, magoamos os outros inconscientemente. Devemos pedir sinceramente a qualquer pessoa que porventura tenhamos magoado que nos perdoe. E nunca devemos levantar a mão intencionalmente, mesmo em pensamento, contra outro ser humano. Se fizéssemos isso, o primeiro a sofrer seríamos nós mesmos; porque nesse momento perderíamos a percepção interior de Deus."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 97/98)


quinta-feira, 2 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (1ª PARTE)

"Jesus propunha a seus discípulos que perdoassem uns aos outros, que se libertassem dos seus sentimentos de culpa e que tivessem uma vida emocional suave e tranquila como só uma pessoa que ama os outros como a si mesma pode ter. A psicologia de Cristo era profunda, o amor e o perdão se entrelaçavam. Era de fato uma psicologia transformadora, e não reformadora e moralista. Ele dizia que tinha vindo para perdoar, para aliviar o peso da existência e tornar a vida mais complacente, tolerante e emocionalmente serena. Encorajava os seus discípulos a observarem sua vida e a tomá-la como modelo existencial. Por isso, dizia: 'Aprendei de mim, pois sou manso e humilde de coração' (Mateus 11:29).

Cristo desejava aliviar a emoção do peso das mágoas, dos rancores, dos complexos de inferioridade, dos sentimentos de culpa e de autopunição. Apesar de ter todos os motivos para ser rígido e até julgar as pessoas, nele só havia espaço para o perdão, que não é um sinal de fraqueza, mas de grandeza emocional. Perdoar é expressar a arte de amar. Na escola da existência de Cristo, perdoar uns aos outros é um princípio fundamental. Perdoar alivia tanto os sentimentos de culpa como as mágoas. O sentimento de culpa fere a emoção. A mágoa corrói a tranquilidade.

A proposta de Cristo do perdão é libertadora. A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo nos livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. O maior favor que fazemos a um inimigo é odiá-lo ou ficarmos magoados com ele. O ódio e a mágoa cultivam os inimigos dentro de nós.

Cristo viveu a arte do perdão. Perdoou quando rejeitado, quando ofendido, quando incompreendido, quando ferido, quando zombado, quando injustiçado; perdoou até quando estava morrendo na cruz. No ápice da sua dor, disse: 'Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem...' (Lucas 23;34). Esse procedimento tornou a trajetória de Cristo livre e suave. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 142/143)


sábado, 28 de fevereiro de 2015

A ALEGRIA DIVINA

"Um membro da congregação de uma das igrejas da Sociedade da Autorrealização, acossado pela dúvida, foi ao encontro de Paramhansa Yogananda. 'Mestre', disse ela, 'algumas pessoas afirmam que, com tanto sofrimento no mundo, não é justo que uma pessoa se sinta feliz. A satisfação pessoal não implicaria, pois, uma falta de compaixão quanto ao sofrimento alheio? 'Jesus', acrescentou ela, 'é por vezes descrito como um 'homem triste'. Jamais deparei com uma descrição Sua que o retratasse como um homem alegre.

Paramhansa Yogananda respondeu: 'O Jesus que conheço é alguém que vive em beatitude, não alguém infeliz! Ele sofre pelas dores da humanidade, de fato, mas sua dor não faz dEle alguém assaltado pelo sofrimento. 

'Se Ele se entregasse de todo a tristeza dos outros, o que teria para dar às pessoas a não ser mais infelicidade?

'A bem-aventurança de Deus faz com que os homens que a sentem se compadeçam de milhões de pessoas que perderam a razão de viver. A compaixão, no entanto, só faz acrescentar-se ao estado de beatitude dessas pessoas; ela não o diminui. Pois a beatitude é a cura que todos os homens procuram, consciente ou inconscientemente. Não se trata de uma coisa paralela, que não se relaciona com o sofrimento. Quanto mais uma pessoa se sente abençoada, mais ela deseja partilhar sua bênção com todos. 

'A alegria divina vem com o desenvolvimento pessoal. O sofrimento por outro lado, é consequência do egoísmo, do ego concentrado em si próprio. A alegria desperta a compaixão no coração. Faz com que a pessoa queira infundir a bênção divina nos que choram na sua tristeza.'"


(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 59)
www.editorapensamento.com.br

sábado, 7 de fevereiro de 2015

A VISÃO DE UM FILÓSOFO DE DEUS

"Agostinho é considerado um grande filósofo. Foi um filósofo de Deus. Certa vez disse uma frase intrigante e complexa: 'Deus se tornou um homem para que o homem se tornasse Deus'. 

Agostinho, nesse pensamento, quis dizer que o objetivo de Deus era que o homem recebesse, através de Jesus Cristo, a sua vida e conquistasse o dom da eternidade. Recebendo a vida de Deus teria acesso a todas as dádivas do Seu Ser e a condição de se tornar filho de Deus seria a maior delas.

O próprio apóstolo Pedro, na sua velhice, escreveu em uma de suas cartas que através de Cristo 'nós somos coparticipantes da natureza de Deus'.¹ Incompreensível ou não, era essa a ideia que norteava o projeto de Jesus e que envolvia os seus apóstolos e seus mais íntimos seguidores. Como pode o homem, mortal, cheio de falhas, limitado e que frequentemente desonra sua inteligência se tornar filho do Autor da vida e ser eterno como Ele?

Marx, Hegel, Freud, Sartre e tantos outros pensadores da filosofia e da psicologia objetivavam no máximo que seus discípulos seguissem suas ideias, mas Jesus Cristo objetivava que seus discípulos fossem além da compreensão de suas ideias, que participassem de uma vida que transcende a morte. Através da cruz, ele queria abrir uma janela para a eternidade. O mestre da vida tinha inquestionavelmente o projeto mais alto que nossa mente pode conceber."

¹. 2 Pedro 1:4.

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 183/184)


sábado, 31 de janeiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (2ª PARTE)

"(...) Paramhansa Yogananda costumava dizer: 'Jesus foi crucificado uma vez só, mas seus ensinamentos o são diariamente, por toda a Cristandade, desde aquela época.' A princípio, a diluição talvez haja sido deliberada, para manter o 'rebanho' sob controle. Hoje, os sacerdotes já não se lembram - se é que alguma vez o souberam - de que a perfeição pregada por Jesus não era perfeição humana (verdadeiramente, um paradoxo!). O que ele dizia era: 'Sede, pois, perfeitos como perfeito é o Vosso Pai que está nos céus.'

O judaísmo parece mais empenhado em seguir as leis de Moisés do que em alcançar a salvação eterna da alma e a bem-aventurança na comunhão com Deus. Acreditarão mesmo os judeus que é possível alcançar o céu após a morte? Muitos deles ressalvam à maneira dos homens de ciência materialistas, que semelhantes questões não podem ser resolvidas racionalmente e, portanto, nem sequer vale a pena examiná-las. Basta, sustentam eles, viver aqui na Terra uma vida às-direitas, que agrade a Deus.

Os budistas enveredaram pelo mesmo caminho. Dado que Buda se absteve de falar em Deus, limitando-se a imprimir na mente das pessoas a necessidade de fazer um esforço pessoal de purificação, seus seguidores logo incidiram na falácia do ateísmo. Sim, Deus de fato não tem forma humana; é Beatitude pura, absoluta - infinita, eterna e sempre consciente, conforme proclamou mais tarde Shankaracharya. Shankara desejava persuadir as pessoas de que as formas com que haviam revestido Deus eram meramente para fins de devoção: não tinham realidade literal. O nirvana do budismo ortodoxo, segundo um documento oficial publicado há alguns anos na Tailândia, equivale à beatitude de que falou Shankara, mas dura apenas um instante e é logo substituído pelo nada eterno. Irá então alguém se esforçar para alcançar o nada?! Decerto, chegada a hora de enfrentar a escolha final - contentam-se com o vazio absoluto ou esperar uma nova 'oportunidade' -, o ego preferirá, cheio de medo, ser um 'bodhisattwa' indefinidamente, por 'pura compaixão' pela humanidade. Compaixão, talvez; mas parece bastante natural preferi-la ao nada! (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 102/103)
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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (1ª PARTE)

"(2:41) Neste yoga, só há uma direção (sem oposto polar). Os arrazoados da mente indecisa, apanhada na dualidade, são infinitamente vários e divergentes. 

Krishna não diz apenas que o caminho para Deus é reto, sem desvios, mas também que só ele devemos seguir na vida! Há, de fato, inúmeros rodeios na busca de Deus em religião - para não falar do 'rodeio' supremo, que é a ilusão. Os porta-vozes das religiões só têm explicações vagas para 'perfeição', limitando-se a esclarecer que Deus espera do homem apenas a prática do bem. O céu é usualmente oferecido como isca: um lugar onde as pessoas passam a eternidade num cenário idílico, de inefável beleza natural, cercadas de 'anjos'. Aos olhos do aspirante espiritual sincero, nada pode ser mais aborrecido do que passar a eternidade aferrado a um ego, ainda que o corpo onde viva permaneça para sempre saudável, flexível, jovem e cheio de energia. 

Poucas pessoas conseguem imaginar um período maior que mil anos - o milênio que Jesus Cristo, de fato, reservou aos cristãos como promessa de perfeição suprema. Hoje, sabemos graças à ciência da astronomia que todas as estrelas vistas no céu são apenas a orla de uma única galáxia, e que existem pelo menos cem bilhões de galáxias no universo físico, esse número, mil, parece verdadeiramente insignificante! Ora, quantas pessoas conseguem imaginar um milhão de anos? Um bilhão? Cem bilhões? Tais números são inconcebíveis. A consciência divina, porém, é eterna. E também 'um centro em toda parte, uma circunferência em parte alguma', portanto dotada de onipresença, ou seja, conscientemente presente na maior das estrelas e no menor 'grão de terra' de um planeta da mais distante galáxia - em verdade, no seixo minúsculo do nosso jardim, e até, num dos incontáveis átomos que se agrupam num fragmento desse seixo.

É espantoso constatar até que ponto as verdades divinas foram distorcidas pelos chamados líderes ou apóstolos religiosos - sacerdotes, imãs, rabinos, panditas e outros que ostentam honrosos títulos eclesiásticos por todo o mundo. Com efeito, apenas o hinduísmo (e digo isso como alguém que foi, ele próprio, educado no cristianismo ortodoxo) ensina formalmente a moksha, ou libertação do ego interior, em conjunção com a consciência divina e onipresente. Jesus Cristo ensinou-a. Mas poucos, se algum, de seus autoproclamados seguidores acreditam que, quando ele falava do céu, referia-se a esse mesmo estado de moksha: libertação absoluta. Quando, na igreja aos domingos, os pregadores cristãos citam a parábola do grão de mostarda, quando deles entendem a comparação que Jesus Cristo traçou entre o céu e essa pequenina semente - comparação que não tem nenhum vínculo perceptível com o paraíso astral de que falam os tais pregadores? O céu que Jesus descreveu como um grão de mostarda cresce, a partir de proporções minúsculas, até o porte de uma árvore frondosa em cujos galhos 'as aves do céu vêm se aninhar'. No versículo seguinte, Mateus 13:33, ele compara o 'reino dos céus' ao fermento usado no fabrico do pão, que faz crescer a massa. Crescimento, expansão: Jesus falava da expansão rumo à onipresença. Uma vez que só nos acenam com verdades espirituais inferiores, os mestres religiosos, pela maioria, desmentem sua própria doutrina. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 100/102)
www.pensamento-cultrix.com.br


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

RESGATE DA IDENTIDADE

"Contou Buddha que um príncipe, ainda bebê, foi sequestrado por malfeitores que o levaram para uma distante floresta e lá o abandonaram. Um casal de camponeses pobres o encontrou e criou como filho. Quando rapaz, ignorando sua condição de herdeiro do trono, conhecia-se apenas como um humilde e rude lavrador. Por algum modo, o rei foi informado de que o filho estava vivo, mas vítima da pobreza e ignorante de sua nobreza. Imaginou então um projeto para, sem que o rapaz desconfiasse, atraí-lo à corte, devendo passar necessariamente por estágios intermediários, como o de jardineiro, lacaio, camareiro etc., até conseguir levá-lo a dar-se conta de sua condição de príncipe herdeiro, para, por fim, entregar-lhe todo o poder. E o resgate veio a consumar-se.

Fui encontrar em Sai Baba um outro gradiente que assinala as etapas deste evoluir da indigência de inculto caipira até o trono de rei, como que explicitando a tão inteligente parábola acima, narrada pelo bem-aventurado Buddha.

Há quatro estágios na disciplina espiritual: (a) o primeiro é salokya, quando você está no Reino de Deus, respeitando Seu desejo iluminado, servindo-O sinceramente, e submetendo-se a Ele sem qualquer reserva; (b) o próximo estágio é samipya, quando está no palácio como um cortesão, camareiro ou servo, isto é, mais perto dEle; (c) o estágio seguinte é sarupya, quando o praticante da disciplina assimila a forma do Divino, isto é, como na condição de irmão ou guerreiro mais aproximado do rei, tendo o privilégio de usar a parafernália e as vestes reais; (d) por fim, sayuja, estágio no qual o praticante, como o Príncipe Coroado, sucede ao trono e se torna o próprio monarca. (in Sadhana - O Caminho Interior)

Quinhentos anos depois de Buddha, Jesus Cristo deu uma outra versão à parábola do Príncipe que resgatou a identidade. Jesus narrou a igualmente bela e eloquente história do 'Filho Pródigo'. O enredo é esquematicamente o mesmo: (a) afastamento; (b) uma fase de grande sofrimento e penúria gerada pela ignorância; (c) a reaproximação ou religação ou ainda reintegração gloriosa. Yoga ou união é precisamente esta terceira fase, que, para maior eficácia, não dispensa a compreensão das etapas anteriores."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1994 - p. 21/22)
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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A LUZ DO MUNDO

"É de supor-se que, no 'Sermão do Monte', quando Jesus Cristo proclamou 'vós sois a Luz do mundo', muitos ouvintes, se não todos, cada um, consciente de sua própria escuridão, provavelmente tenha refugado tal 'heresia' (!). Noutra ocasião declarou: 'Eu Sou a Luz do Mundo.' Com isto o Cristo teria afirmado: 'vocês são a mesma Luz que Eu Sou'. Os incrédulos ficariam ainda mais pasmados. E você?!

Acate esta verdade do Divino Mestre. Ele não engana e nem se engana. Confesso que, em mim mesmo, pelo que de meu ego irreal conheço, às vezes sinto dificuldade. Mas, venço a dúvida e aceito que Ele e eu somos um, tanto quanto Ele e o Pai também o são. Esta afirmação, mesmo sendo apenas uma crença, que ainda não se plenificou em vivência, tem-me feito um bem enorme. E tem ajudado àqueles que, instruídos por mim, passando a cultivar esta grandiosa crença, aos poucos vão conseguindo se libertar da autocondenação à condição de pecadores, frágeis, vencidos e infelizes.

Acredite: você, eu, todos somos Paramjyotir (a Luz Divina, a 'Luz do Mundo'). Aí você questiona: se é assim, por que ainda não resplandecemos: Com seu belo falar, Cristo sugere que a Luz que somos está escondida debaixo de um 'balde' emborcado. Disse-o no mesmo sermão, ao lembrar que 'ninguém acende uma vela e a coloca debaixo de um alqueire'. No mesmo discurso, avançando mais, exortou os presentes nestes termos: que a vossa luz brilhe diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus (Mt 5:16). Se removermos o balde, a Luz estará liberta para servir aos outros homens. Sai Baba igualmente declara que já somos Luz:
O coração do ser humano é como o Sol brilhando constantemente. Exatamente como o passar das nuvens obstruem temporariamente a visão do Sol, o apego ao mundo e as preocupações e problemas obstruirão o explendor do Ser Interno. Mas, uma vez que as nuvens clareiem, você percebe o Ser que brilha no âmago. (In Sanathana Sarathi, 5:93)
Para uma grande realização yóguica, não podemos dispensar a certeza de que já somos a Divina Luz. Somos a Luz do Mundo (Paramjyotir). Não temos de ainda acendê-la. Já somos! Já está acesa. O processo evolutivo consciente e voluntário conhecido como Yoga consiste em 'libertar' a Luz de todas as opacidades e obstáculos que a ocultam. Conforme ensina Sai Baba, se a manga do candeeiro estiver suja, precisamos remover-lhe a fuligem para que a luz brilhe. A remoção do 'balde' e a limpeza da fuligem é Yoga. As incessantes mudanças que se processam na substância mental (pensamentos, lembranças, imagens...) constituem uma compacta camada de fuligem que esconde a Luz que somos. A parada da mente é como remover o 'balde'. Nossa Luz brilhará para o mundo."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1994 - p. 20/21)
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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

APAIXONADO PELA ESPÉCIE HUMANA

"Se você compreender algo sobre a complexidade dos fenômenos que se encenam no palco de nossa mente e que constroem as ideias, descobrirá que não existem árabes ou judeus, americanos ou alemães, negros ou brancos, somos todos uma única e apaixonante espécie.

O Mestre da vida, Jesus Cristo, era profundamente apaixonado pela espécie humana. Ele dava uma atenção especial a cada ser humano. Os miseráveis eram tratados como príncipes, e os príncipes, como reis. Por onde ele transitava, almejava abrir os portais da mente das pessoas e aumentar o campo de visibilidade sobre a vida. Sua tarefa não era fácil, pois as pessoas viviam engessadas dentro de si mesmas, embora ainda hoje muitas continuem travadas na arte de pensar.

Parece que algumas pessoas são imutáveis. Elas erram os mesmos erros frequentemente, dão sempre as mesmas respostas para os mesmos problemas, não conseguem duvidar de suas verdades e nem estar abertas para novas possibilidades de pensar. Elas são vítimas e não autoras de sua história. Você é o autor de sua história ou vítima dos seus problemas?

Jesus desejava que o homem fosse autor de sua vida, alguém capaz de exercer com consciência seu direito de decidir. Por isso, ele convidava as pessoas a segui-lo. Nós, diferentemente, pressionamos nossos filhos, funcionários e clientes a seguir nossas ideias e nossas preferências. O mestre do amor tinha muito para ensinar a cada pessoa, mas nunca as pressionava a estar aos seus pés ouvindo-o. O amor e não o temor era o perfume que esse fascinante mestre exalava para atrair o homem e fazê-lo verdadeiramente livre."

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 17/18)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

TRANSFORMANDO A ESSENCIA DA ALMA HUMANA (1ª PARTE)

"Jesus Cristo não morreu apenas para tornar realidade o sonho da imortalidade, mas para conduzir o homem a navegar no território da emoção e a desenvolver as funções mais altruístas da inteligência. Ele almejava transformar e enriquecer a natureza da sua alma e de seu espírito. Para ele, por mais que o homem se esforce, não tem um prazer estável, não sabe amar, não sabe se doar, não é íntimo da arte de pensar, não sabe ser livre e nem governar suas reações, principalmente quando aumenta a 'temperatura' da sua emoção, quando vive situações tensas e estressantes.

Não apenas o corpo humano é frágil, mas a sua estrutura psicológica também o é. Olhe para as reações que ocorrem frequentemente no palco de nossas mentes. Quem gerencia plenamente seus pensamentos e emoções? Quem é líder do seu próprio mundo? Dominamos o mundo que nos cerca, mas somos tímidos no controle de nossas angústias e ansiedades. Facilmente perdemos a paciência com os outros. O mais calmo dos homens tem seu limites. Sob determinados focos de tensão pode reagir sem pensar e ferir as pessoas que mais ama.

Não precisamos fazer esforço algum para sermos egoístas e individualistas, tais características surgem espontaneamente ao longo do processo de formação da personalidade. Contudo, se quisermos nos doar, trabalhar em equipe e nos preocupar com o bem-estar social precisamos de uma excelente educação e de um esforço diário para incorporarmos essas características.

Todos amamos o prazer e almejamos viver dias felizes. Todavia, frequentemente somos nossos principais carrascos. Nós nos entulhamos com pensamentos negativos, preocupações existenciais e problemas que ainda não aconteceram. Além disso, temos baixa capacidade de sentir o prazer com o que temos e de contemplar o belo nos pequenos eventos da vida. Da meninice à velhice a tendência natural da emoção humana não é uma escala ascendente de prazer, mas de entristecimento. As crianças são mais alegres que os adolescentes, que são mais alegres que os adultos, que são mais alegres que os idosos.

Olhe para a sua experiência, você é mais alegre hoje ou no passado? Conquistamos dinheiro e cultura, mas pouco a pouco perdemos a singeleza da vida. Embora haja idosos no corpo de jovens e jovens no corpo de idosos, com o passar do tempo temos tendência em expandir uma série de 'favelas', 'bairros mal iluminados', 'lixo', na grande cidade da memória. O fenômeno RAM (registro automático da memória) registra involuntariamente todos os conflitos, preocupações, pensamentos negativos, fobias, ansiedade na memória, entulhando nosso inconsciente, deteriorando nossa qualidade de vida. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre da Vida -  Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 204/206)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

TÊM KARMA OS AVATARES?

"Durante a palestra, Sri Daya Mata respondeu às seguintes perguntas: É o sofrimento de seres libertos o resultados de mau karma do passado? Resulta qualquer karma das ações deles nesta vida?

Os resultados cumulativos de nossas ações corretas ou incorretas são classificados como nosso karma. A lei do karma (ação) é a lei de causa e efeito: o que semeamos, colheremos. Boas ações trazem bons resultados à nossa vida, más ações trazem resultados negativos e sofrimento. Toda a humanidade está sujeita a essa lei, exceto aquelas almas raras que alcançaram o estado mais elevado ao realizar sua unidade com Deus. Almas como Jesus e Krishna sofrem de fato na Terra; mas dizer que o sofrimento deles é o resultado de quaisquer ações erradas cometidas por eles é levar a lógica a uma conclusão ridícula. Ao seguirmos esta linha de raciocínio, teríamos de admitir que o Senhor tem péssimo karma por ter criado a humanidade sofredora. E se somos centelhas individualizadas de Deus, como ensinam as escrituras, então nosso sofrimento será o resultado de Suas ações errôneas, e portanto é Ele que está sofrendo por nosso intermédio. Entretanto, é ilógico julgar que a lei do karma possa ser aplicada a Deus, ou àqueles que se unificaram com Deus, tendo assim ultrapassado o alcance de Suas leis. A serpente leva veneno em suas presas, mas ela nunca morre de sua própria peçonha. O infinito contém a lei da dualidade, o veneno de maya, dentro de Si Mesmo, mas não é afetado por ela. Quem é uno com Deus permanece, de modo similar, intocado por maya. Somente aqueles que estão sujeitos a essa lei da dualidade sofrem desse veneno. Até grandes santos podem ter alguns vestígios de karma a serem resgatados. Todavia, quando uma alma se libertou e depois retorna à Terra, está livre de imperativos cármicos. Não importa o que faça, tem controle total de si mesma e dos resultados de suas ações."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 203/204)