OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 7 de agosto de 2016

O QUE É A REALIDADE? (PARTE FINAL)

"(...) O que é o mundo real? Esta é uma pergunta que ocorre a estudantes e pensadores. O mundo natural - montanhas, rios, estrelas, árvores e pássaros - é real? Provavelmente é, sendo parte da vida una fora da qual nada existe. Por outro lado, uma vez que o mundo natural é apenas uma parte da realidade total, ele pode ser real de maneira relativa, e não de maneira absoluta. Nos textos hindus sugere-se que os rios, montanhas e toda a natureza são apenas parte do divino esplendor que o Supremo revela, pois os nossos olhos são incapazes de ver além. Apenas um fragmento da realidade é manifestado como universo, sendo o não manifesto a parte maior.

Portanto, o mundo natural não é irreal porque é parte de uma suprema existência, mas é apenas parte, não o todo. É um meio através do qual algo muito mais vasto pode ser vislumbrado. No entanto, que tipo de mente e coração consegue ver o esplendor além das formas externas? Não a consciência destituída de inocência. A criança que sofre ao ouvir uma história em que um animal morre provavelmente está muito mais próxima da verdade da vida do que o adulto que sabe tudo a respeito da sobrevivência, do conforto e de vantagens pessoais.

Os seres humanos são parte do mundo natural, são criação da natureza, mas nós nos tornamos estranhos. Ao perder a inocência, nós nos exilamos do paraíso e escolhemos viver num falso mundo de ambição, paixões e guerras. Esse mundo, produto do pensamento humano, é irreal, porque está baseado em percepções distorcidas e em falsos valores. A ilusão não está nas árvores, nos animais e na terra, mas no olho do homem que vê tudo como objeto para possuir e explorar. Aqueles que viam o rio e a montanha como presenças divinas viam a mesma água e a mesma montanha que nós vemos hoje, mas nós os reduzimos a nada mais que matéria inerte.

O endurecimento da mente deve terminar. Devemos prestar atenção à qualidade de nossas respostas ao desenvolvimento da sensibilidade - e isso não é sentimentalismo. Os grandes videntes não cediam ao emocionalismo; eles viam a realidade."

(Radha Burnier - O que é a realidade? - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p.20)

sábado, 23 de abril de 2016

EVOLUÇÃO A PARTIR DE CIMA (PARTE FINAL)

"(...) Nosso desenvolvimento jaz, em parte, no aumento das sombras de nossos sentimentos, em parte em nossa habilidade para construir novos tipos de formas com nossas mentes, e de aprender a importância de forma, som e cor que, nos meios particulares, são as transformações de sentimento e pensamento.

Esse pensamento infinito é comparativamente mais fácil de entender. Toda a Natureza em suas partes tangível e intangível é uma expressão do pensamento divino, é arquitetura que é música congelada. Compreender o significado e a música de cada frase nos livros da Natureza é um estudo sem fim. Porém, para a arquitetura e a música, existe não apenas uma abordagem intelectual, mas também uma abordagem emocional e uma abordagem espiritual.

Todas as coisas vibram, e todas as formas são formas de efeito vibratório. Cada uma tem sua mensagem para dar; cada ondulação amorosa, no ilimitado oceano de vida, tem sua própria história para contar. Quando cada vibração de matéria ou força for transformada, transmutada em pensamento e sentimento, em sensações subjetivas e estranhas das quais não é possível qualquer descrição, então o divino penetra o homem, o infinito penetra aquela expressão finita que é a verdadeira individualidade de cada homem."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 102)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (2ª PARTE)

"(...) Jesus nunca afirma haver sofrido para pagar pelos pecados da humanidade, como dizem os teólogos humanos.

Na Epístola aos Filipenses, Paulo de Tarso atribui esta evolução ao próprio Cristo cósmico, quando escreve: 'Ele (o Cristo), que estava na glória de Deus, não julgou dever aferrar-se a essa divina igualdade; mas esvaziou-se dos esplendores da Divindade e se revestiu de forma humana, tornando-se servo, vítima, crucificado; e por isto Deus o super-exaltou e lhe deu um nome superior a todos os nomes, de maneira que, em nome do Cristo, se dobrem todos os joelhos das creaturas celestes, terrestres e infraterrestres; e todos proclamam que ele é o Senhor'. 

Paulo parece pois admitir um sofrimento-crédito no próprio Cristo, de maneira que o Cristo se elevou a um super-Cristo.

Aliás, toda e qualquer creatura é ulteriormente evolvível, e Paulo escreve que o Cristo é o 'primogênito de todas as creaturas, não terrestres, mas cósmicas'.

Todo o sofrimento-crédito é compatível com sofrimento débito. 

Pode alguém sofrer por débitos próprios, quando os tem, ou por débitos alheios, quando não tem débito próprio, e ao mesmo tempo aumentar o seu crédito próprio. (...)" 

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 30)

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

LÓGICA DA REENCARNAÇÃO

"Meditemos. As pessoas são apenas formas passageiras, utilizadas pela alma imortal, e tudo nos parecerá bom e natural. O Homem não é um corpo servido por uma alma, e sim uma alma que se serve de corpos sucessivos.

Uma hecatombe como a última guerra é apenas a desaparição de formas, de personalidades, que reaparecerão mais perfeitas e depuradas pelo sofrimento.

Os materialistas poderão repelir estas teorias e dizer que tudo se faz por acaso, que não existe Deus e sim a Natureza cruel e caprichosa; o homem nasce e morre, goza e sofre pelas leis do acaso, mas procura iludir-se com brilhantes teorias.

Seria vontade de se iludir, se os fatos parapsicológicos não viessem demonstrar que existe algo mais do que o corpo físico e de que há sobrevivência da personalidade após a morte física. 

Como diz muito bem Carlos du Prel: 'Os espíritas têm razão para ficarem admirados, porque seus adversários só contrapõem argumentos a fatos cem vezes provados e verificados e argumentos sem fundo nem razão.'

E o estudo e a contemplação do Universo mostram ao homem que obra tão perfeita não poderia ter surgido por acaso ou como resultado de forças, cegas e inconscientes."

(Alberto Lira - O ensino dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 189/190)


sábado, 26 de dezembro de 2015

A EVOLUÇÃO DA INTELIGÊNCIA

"Deus não quis que a matéria fosse diferente Dele Próprio. Por isso, impregnou-a de inteligência onírica que, por um processo de evolução, despertaria gradualmente, compreendendo que matéria e mente (as vibrações da ideia divina) são uma só coisa. A primeira expressão da inteligência inata, na criação material, é também a primeira porta por onde passa a matéria para escapar da ilusão, ou maya, retornando à liberdade da consciência divina. Confinada em elementos e minerais, a inteligência dorme. Assim, para que se manifestasse uma expressão mais livre, a vida vegetal passou a existir. Da espuma formada no mar, criaturas vivas surgiram na água e algumas gradativamente desenvolveram a capacidade de viver em terra. O que parecia ser matéria inerte começou a assumir forma viva. 

Formas mais frágeis de vida eram indefesas diante das mais fortes e agressivas, e da luta pela sobrevivência surgiu o processo de evolução para formas mais elevadas, mais eficientes. A 'lei do mais forte' parece uma lei terrível mas, em última análise, não é. Os animais que matam uns aos outros são apenas diferentes manifestações do pensamento de Deus. Enquanto aprisionados nas formas, não entendem que são imagens mentais. Mas depois que o peixe pequeno é morto pelo peixe grande, sua forma onírica se dissolve de novo na consciência divina, e a centelha individualizada de Deus nele existente encarna em outra forma de vida, de valor evolucionário superior ao da sua existência anterior como peixe, dando à alma maior potencial de expressão. 

Portanto, a morte é o modo pelo qual a matéria onírica volta à consciência divina, libertando a alma que nela existe para o próximo passo na fornada progressiva de volta a Deus. Assim, a morte é uma parte do processo de salvação. O ciclo ascendente de inteligência, que evolui em instrumentos de expressão com um potencial de eficiência cada vez maior, continua até atingir a forma suprema no ser humano. Só este tem a capacidade de expressar sua divindade inata e de tomar plena consciência de Deus, transcendendo o sonho divino de maya.¹"

¹ O corpo humano, com seus singulares centros ocultos na coluna vertebral e no cérebro (...), foi uma criação especial de Deus para equipar a alma com um veículo capaz de expressar seu potencial divino.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 21/22)


domingo, 18 de outubro de 2015

KARMA PASSADO

"D: Os Upanishads admitem o karma  passado no texto: 'Enquanto o karma passado não for exaurido, o sábio não pode abandonar o corpo e haverá atividades ilusórias para ele.'

M: Você não está certo. As atividades e experiências dos frutos da ação e do mundo parecem ilusórias ao praticante da Sabedoria, mas desaparecem completamente para o sábio realizado. O praticante pratica assim: 'Eu sou a testemunha; os objetos e as atividades são vistos e conhecidos por mim. Permaneço consciente e estas coisas são inanimadas. Só Brahman é real; tudo mais é irreal.' A prática termina na realização de que tudo é inanimado, consistindo de nomes e formas, e que nada pode existir no passado, no presente ou no futuro; portanto, essas coisas desaparecem. Não havendo nada a testemunhar, o ato de testemunhar acaba por fundir-se em Brahman. Agora só permanece o Ser, enquanto Brahman. Para o sábio consciente apenas do ser, só pode permanecer Brahman, e nenhum pensamento de karma ou de atividades mundanas."  

(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 165/166


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

AJUSTE EVOLUTIVO

"A evolução é uma lei universal. Tudo está fadado à evolução. A vida que habita uma forma, busca formas cada vez mais complexas para expressar-se.

A aprendizagem do ser dá-se com sua Essência percorrendo os vários reinos da natureza, dos mais elementares aos mais elaborados. Por milhões e milhões de anos, lenta e perfeitamente, tudo na natureza evolui. Observe o encadeamento lógico dos elementos químicos, que, partindo do hidrogênio, vai-se estruturando em outros de peso atômicos mais elevados. Examine minuciosamente as várias espécies vegetais que, das características mais rudimentares, vão adquirindo complexidades crescentes, até chegarem às plantas mais evoluídas. De modo semelhante, repare a evolução na escala zoológica, desde o mais simples protozoário até a maravilha estrutural e multifuncional do ser humano. Tudo isso é prova inconteste da natureza, demonstrando a evolução. A vida expõe evidências harmônicas crescentes nas formas e funções dos seres, trabalhadas com perfeições geométricas precisas, pelo Grande Arquiteto do Universo. Tudo é prova real da natureza expondo a evolução para os que ‘têm olhos de ver’...

Todo esse prodígio está no interior do nosso ser. Somos testemunhas cegas do fluxo evolutivo. Mister se faz tirar a venda de nossa cegueira espiritual para vislumbrarmos o longo caminho já percorrido pelo nosso ‘princípio espiritual’, bem como os longos horizontes iluminados que nos aguardam na volta ao Seio do Pai. (...)

Toda essa escolaridade feita pela semente espiritual procurando a aprendizagem e consequente evolução é patrimônio Divino incorporado em nosso espírito pelo ajuste kármico.

A lei do karma, sendo onipresente, atuou e atua em nós, procurando aparar arestas, buscando equilíbrio, ao mesmo tempo em que proporciona condições para um relacionamento harmônico com o cosmos e com nós mesmos. (...)"

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta - Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 26/28)


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O FENÔMENO "HOMEM" (2ª PARTE)

"(...) Ora, para crear uma estação emissora e receptora da potência do cérebro humano, são necessários cerca de 21 anos. Mas como a história do indivíduo é a recapitulação da história da raça ('a ontogênese é a repetição da filogênese'), segue-se que a espécie humana como tal levou cerca de 7 vezes mais tempo para a sua atual evolução do que qualquer animal.

Há milhões de anos e de séculos, já vivia sobre a face da terra a espécie 'homem', não na sua forma atual, e claro, mas em forma potencial.

O homem-ameba era homem.
O homem-molusco era homem.
O homem-peixe era homem.
O homem-lemur era homem.

E se, algum dia, o homem-hominal de hoje transformar o seu corpo material e visível em um corpo imaterial e invisível, ainda será homem. O corpo luz do homem imortalizado é verdadeiro corpo humano.

O Cristo, cujo corpo era ora material, ora imaterial, ora visível ora invisível, era verdadeiro homem, era até o 'filho do homem', quer dizer, o 'homem por excelência', o 'pleni-homem', o 'homem-cósmico'.

De resto, os dados da biogenética confirmam a tese da biologia: o corpo humano, durante os 9 meses da sua via intrauterina, percorre, rapidamente, todas as fases da sua evolução racial, desde a ameba unicelular, através das formas orgânicas de verme, molusco, invertebrado, peixe, mamífero, até atingir a forma do corpo humano atual. (...)"

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 82/83)


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A RELAÇÃO COM O MUNDO DOS OBJETOS

"Como é sua relação com o mundo dos objetos, com as inúmeras coisas que o cercam e que você usa diariamente? A cadeira onde você senta, o carro que dirige, a xícara onde toma seu café? Como é que você os vê e sente? Eles são apenas um meio para atingir alguma coisa, ou, de vez em quando, você reconhece a existência deles, o ser deles, e lhes dá atenção, mesmo que por pouco tempo?

Quando você se apega aos objetos, quando você os usa para valorizar-se ante os outros e aos seus próprios olhos, a preocupação com os objetos pode dominar toda a sua vida. Quando se identifica com as coisas, você não as aprecia pelo que são, pois está se vendo nelas.

Quando você aprecia um objeto pelo que ele é, quando toma conhecimento da existência dele sem fazer qualquer projeção mental, você se sente grato por ele existir. Pode também sentir que ele não é um objeto inanimado, apesar de parecer assim para nossos cinco sentidos. Os cientistas comprovam que, a nível molecular, cada objeto é um campo de energia pulsante.

Se você desenvolve uma apreciação pelo reino das coisas desprendida do ego, o mundo à sua volta adquire vida de uma forma que você não é capaz sequer de imaginar com a mente."

(Eckart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 62)

domingo, 19 de outubro de 2014

TOMANDO CONSCIÊNCIA DE SI E DOS OUTROS

"A felicidade vem do íntimo. Não depende de fatores externos ou de outras pessoas. Nós nos tornamos vulneráveis e podemos ser facilmente feridos quando os nossos sentimentos de segurança e felicidade dependem do comportamento e as ações de outras pessoas. Nunca transfira o seu poder para outra pessoa. Tente não se apegar a coisas. No mundo tridimensional, aprendemos por meio de relacionamentos, não de coisas. Todos sabemos que não podemos levar nada conosco, quando deixamos este mundo.

Quando morremos e nossas almas avançam para dimensões mais elevadas, levamos conosco nossos comportamentos, nossos atos, nossos pensamentos e nosso conhecimento. A forma como tratamos os outros nos relacionamentos é infinitamente mais importante do que os bens materiais que acumulamos. Podemos ganhar e perder objetos e riquezas materiais durante a vida na terra. Não encontraremos esses objetos na vida do outro lado, mas encontraremos nossos seres amados. Este pensamento deve ajudar-nos a examinar nossas prioridades e valores.

Ame-se. Não se preocupe com a opinião alheia. Se você realmente precisa e quer dizer não, para recusar alguma oferta ou obrigação, faça isso. Se você não o fizer, abrirá um caminho para a raiva entrar. Você vai sentir raiva do compromisso e da pessoa que o impôs. É melhor dizer não quando você precisa e dizer sim quando você quer.

Enfermidades físicas são uma consequência comum da incapacidade de recusar compromissos indesejáveis, já que essa é uma maneira mais aceitável de dizer não. Então, você não tem outra escolha a não ser recusar, já que o seu corpo disse não por você. Mas é muito mais saudável afirmar assumidamente o seu desejo. Há um ditado que eu vi numa camiseta que resume isso de um jeito engraçado: 'Estresse é quando a sua mente diz não, mas a sua boca se abre para dizer sim'. (...)"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 60/61)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O HOMEM MAIS BEM-SUCEDIDO

"É o amor de Deus que vem até nós através de todas as formas humanas. Se O procurar primeiro, então tudo o mais que sempre ansiou virá a você. Descobri que sem dúvida nenhuma tudo o que o homem deseja ardentemente será encontrado no Amado Cósmico. Desde o início dos tempos, os grandes devotos de Deus têm sido a inspiração da humanidade. Quem tem sido o homem mais bem-sucedido - completo dentro de si, capaz de compreender a si mesmo e ao resto do mundo, lembrado e honrado pelo mundo através das eras - quem tem sido essa espécie de homem? Aquele que conheceu Deus.

Nosso abençoado Guru, Paramahansa Yogananda, dizia que, para se tornar esse tipo de ser humano bem-sucedido, precisamos antes de tudo ter desejo por Deus. Normalmente, o homem não possui esse desejo até que aconteça alguma adversidade. Quando a vida transcorre suavemente, o homem não sente necessidade do Senhor. Quando, porém, todo o seu modo de vida parece repentinamente varrido - se ele perder a saúde, a riqueza ou um ente querido - então começa a clamar pela ajuda de Deus.

Gurudeva exortava-nos a buscar Deus primeiro, pois só com nossa consciência ancorada Nele podemos vencer a batalha da vida. Quando somos confrontados com tempos difícieis, neste mundo sempre cambiante, precisamos ser guerreiros divinos. Por que esperar que a vida nos pegue de surpresa para nos desencantar, para nos abater? Cultivemos o desejo por Deus agora, e comecemos nossa busca por Ele. Ele que está conosco em tempos de paz não nos abandonará nas horas de provação."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 151/152)

sábado, 4 de outubro de 2014

A MORTE E O ETERNO (2ª PARTE)

"(...) Claro que você sabe que um dia vai morrer, mas isso permanece apenas como uma ideia, até que você seja confrontado pela primeira vez com a morte. Ela pode chegar através de uma doença grave, de um acidente que atinja você pessoalmente ou da morte de um ente querido. Nesse momento a morte entra em sua vida e você toma consciência de que é um ser mortal.

A maioria das pessoas procura ignorar esse fato, mas, se enfrenta a realida de que seu corpo é passageiro e pode acabar a qualquer instante, você consegue separar sua forma física do seu 'eu'. Quando admite e aceita a natureza fugaz e passageira de todas as formas de vida, você é invadido por uma estranha sensação de paz. Ao encarar a morte de frente, sua consciência se liberta até certo ponto da identificação com a forma física. (...)

A cultura ocidental ainda nega amplamente a morte. Até as pessoas idosas procuram não falar ou pensar na morte, e os corpos dos mortos são mantidos a distância. Uma cultura que nega a morte torna-se inevitalmente superficial, preocupada apenas com a aparência das coisas. Quando se nega a morte, a vida perde a profundidade. A possibilidade de saber quem somos para além do nome e da forma física - a nossa dimensão transcendental - desaparece, pois a morte é a abertura para essa dimensão.

As pessoas, de um modo geral, se sentem profundamente pertubadas com qualquer coisa que acaba, porque todo fim é uma pequena morte. É por isso que em muitas culturas as pessoas preferem se despedir dizendo algo equivalente a 'até logo', o que significa 'nos vemos depois'. Sempre que uma experiência termina - uma mudança de endereço, as férias, os filhos indo embora de casa -, você passa por uma pequena morte. A 'forma' que essa experiência tinha na sua consciência desaparece. Muitas vezes isso faz com que você sinta um vazio do qual a maioria das pessoas tenta fugir.

Se você aprender a aceitar e até acolher os pequenos e grandes fins que acontecem em sua vida, pode descobrir que o sentimento de vazio que a princípio causou tanto desconforto se transforma num espaço interno profudamente cheio de paz. Aprendendo a morrer assim a cada dia, você se abre para a Vida. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 65/66)

sábado, 16 de agosto de 2014

O DESAFIO DA VIDA (1ª PARTE)

"Um fato que temos que enfrentar é que, em cada nível, a vida apresenta-nos um desafio. Em um nível não humano, dos animais, pássaros, insetos e peixes, o desafio é de mera sobrevivência. O desafio é individual e coletivo. Para o indivíduo o problema é o de prolongar sua vida tanto quanto possível. Coletivamente é perpetuar a espécie a que o indivíduo pertence e competir com sucesso com outras formas de vida.

Um vasto projeto está em andamento através das forças da natureza no processo evolucionário, no qual o desafio ao indivíduo tem sua parte; há crescimento da perfeição em todos os níveis de vida. Esse projeto – esse drama – é realizado por eras incontáveis pelo que, na Índia, chama-se sarga e pralaya – os vastos ciclos de existência, que são como o dia e noite de Brahma. Conforme o indivíduo enfrenta seu desafio e vive durante seu particular período de tempo, e conforme as espécies operam seus destinos sobre a terra, a consciência penetra na matéria. Ela floresce pela experiência e revela-se de muitas maneiras diferentes. Manifesta-se cada vez mais nas formas evoluídas de vida e mostra novos poderes extraordinários; há um aumento de sensibilidade por meio do desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. (...)

No nível humano, o desafio da vida é encontrado de muitas maneiras diferentes – pelo desenvolvimento dos poderes da mente, não meramente na consciência coletiva, mas na do indivíduo. Usando esses poderes que incluem todos os processos do pensamento racional – a capacidade para fazer inferências, relatar fatos e tirar conclusões baseadas em fatos – o homem domina o seu ambiente e torna possível a conquista de todas as outras espécies. Cada forma de vida está a sua mercê; e, conforme suas conveniências, para atender a seu conforto, o meio ambiente também é parcialmente modificado por ele.

Quando descobre o poder da mente, o poderoso mundo animal torna-se inadequado, deixando o homem em posição de exterminador de toda criatura na terra. Muitas espécies de animais desaparecerem porque o homem destruiu seu habitat. Ele muda o curso dos rios, nivela o terreno e cria montanhas, modificando seus arredores como lhe apraz. E o homem, após vencer todos seus inimigos e dominar a natureza, enfrenta um novo desafio. (...)"

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)


domingo, 20 de julho de 2014

BEM-AVENTURADOS OS PACÍFICOS, PORQUE SERÃO CHAMADOS FILHOS DE DEUS

"Somente quando estivermos iluminados pelo conhecimento unificador de Deus é que nos tornaremos seus filhos e produtores da paz. Claro que somos filhos permanentes de Deus, mesmo em nossa ignorância. Mas, em sua ignorância, nosso ego é 'imaturo': é arrogante e se esquece de Deus. Não podemos trazer paz enquanto não tivermos completado nossa união com Deus e com todos os seres. No estado de consciência transcendental (a união divina perfeita, que os hindus chamam samadhi) a alma iluminada não tem ego; seu ego está imerso na mente de Deus. Ao retornar a um nível mais baixo de consciência, mostra-se ela novamente segura da sua individualidade; agora, porém, tem um sentimento 'maduro' do ego, que não cria nenhuma escravidão para si mesmo ou para os outros. Para ilustrar esse ego amadurecido, as escrituras hindus falam de uma corda queimada: tem o aspecto de uma corda, mas não pode prender nada. Sem esse tipo de ego, não seria possível para um Deus-homem viver sob a forma humana e ensinar. Quando eu era ainda um jovem monge, um discípulo de Sri Ramakrisna disse certa vez:

'Por vezes é-me impossível ensinar. Para onde quer que olhe, vejo apenas Deus, usando diferentes máscaras, assumindo inúmeras formas. Quem é o mestre então? Quem deve ser ensinado? Mas, quando minha mente desce de nível passo a ver as tuas faltas e fraquezas e procuro removê-las.'

Há uma passagem no Bhagavata, escritura devota e popular dos hindus, que reza: 'Aquele em cujo coração Deus se manifestou leva a paz, a alegria e o encanto aonde quer que vá.' É o promotor de paz de que fala Cristo nas Bem-aventuranças. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 32/33)

domingo, 13 de julho de 2014

SILÊNCIO E CALMA (PARTE FINAL)

"(...) Será que a calma e o silêncio são apenas a ausência do barulho e de conteúdo? Não, a calma e o silêncio são a própria inteligência, a consciência básica da qual provêm todas as formas de vida. A forma de vida que você pensa que é vem dessa consciência e é sustentada por ela.

Essa consciência é a essência das galáxias mais complexas e das folhas mais simples. É a essência de todas as flores, árvores, pássaros e demais formas de vida.

A calma é a única coisa no mundo que não tem forma. Na verdade, ela não é uma coisa nem pertence a este mundo.

Quando você olha num estado de calma para uma árvore ou uma pessoa, quem está olhando? É algo mais profundo do que você. A consciência está olhando para a sua própria criação.

A Bíblia diz que Deus criou o mundo e viu que era bom. É isso que você vê quando olha num estado de calma, sem pensar em nada.

Você precisa saber mais coisas do que já sabe? Você acha que o mundo será salvo se tiver mais informações, se os computadores se tornarem mais rápidos ou se forem feitas mais análises intelectuais e científicas? O que a humanidade precisa hoje é de mais sabedoria para viver. Mas o que é a sabedoria e onde pode ser encontrada? A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso nada além disso. Manter a calma, olhando e ouvindo, ativa a inteligência que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 14/15)
www.esextante.com.br


domingo, 25 de maio de 2014

DEUS É PESSOAL OU IMPESSOAL?

"Deus é pessoal ou impessoal? Um esclarecimento deste ponto ajudará nas tentativas de comunicação com Ele. Muitas pessoas não gostam de pensar no Senhor como uma entidade pessoal; acham que a concepção antropomórfica é limitada. Eles O consideram como Espírito Impessoal, Todo-Poderoso, a Força Inteligente responsável pelo universo.

Mas se nosso Criador é impessoal, como explicar que Ele tenha criado seres humanos? Nós somos seres pessoais. Temos individualidade. Nós pensamos, sentimos, queremos; e Deus nos deu, não apenas o poder de apreciar os pensamentos e sentimentos dos outros, mas também o poder de responder a eles. Seguramente o Senhor não está despido do espírito de reciprocidade que existe em Suas próprias criaturas. Sempre que o permitimos, nosso Pai Celestial estabelece um relacionamento pessoal com cada um de nós.

Considerando o aspecto impessoal de Deus, ficamos com a impressão de um Ser Remoto, que simplesmente recebe as preces-pensamentos que oferecemos, sem respondê-las. Alguém que tudo sabe, mas que mantém um insensível silêncio. Mas isto constitui um erro filosófico, pois Deus é tudo: pessoal e impessoal. Ele criou pessoas, seres humanos. E como tal, o Criador não poderia ser inteiramente impessoal.

Pensar que Deus pode tomar uma forma humana, vir a nós e falar conosco, satisfaz uma necessidade profundamente arraigada em nossos corações. E por que Ele não age assim com todos? Muitos santos ouviram a voz de Deus. E vocês, por que não? 'Tu, Ó Senhor, és invisível, impessoal, desconhecido e incognoscível; mas acredito que, pela força da minha devoção, Tu podes ser 'cristalizado' numa forma.'

Persuadido pela intensa devoção, Deus pode tomar uma forma pessoal. Vocês podem, como São Francisco de Assis e outros grandes seres, ver o corpo vivo de Cristo, se orarem com intensidade suficiente. Jesus foi uma manifestação pessoal de Deus. Aquele que conhece Brahma (Deus) é o próprio Brahma. Não falou Cristo: 'Eu e meu Pai somos um'? Swami Shankara também declarou: 'Eu sou Espiríto' e 'Tu és Isto'. Temos a palavra de inúmeros grandes profetas afirmando que todos os homens são feitos à imagem da Divindade.

Recebo de Deus e não dos livros a maior parte dos meus conhecimentos. Raramente leio. Percebo diretamente tudo aquilo que estou lhes dizendo. É por isso que falo com autoridade, a autoridade da minha percepção direta da Verdade. A opinião do mundo inteiro pode ser contrária, mas a autoridade da percepção direta sempre acabará prevalecendo."

(Paramahansa Yogananda - Como Falar Com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 15/18)
http://www.gruposummus.com.br


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

MUDANÇAS NECESSÁRIAS

"Em nossas vidas pessoais, bem como na comunidade que nos circunda, encontramos problemas contínuos. Há países nos quais há pouca ordem, pessoas lançam lixo em toda a parte. Isso é naturalmente um problema subsidiário, porque você pode remover o lixo e, no próximo dia, eles lançarão mais. É óbvio que o problema mais básico encontra-se na mentalidade. Se as pessoas compreendessem que aquilo que estão fazendo é tão desagradável para elas próprias como também para todos os demais, se vissem que se todos se comportassem exatamente como elas fazem, nada melhoraria; em outras palavras, se sua atitude mudasse, a situação exterior mudaria. Assim, chegamos a algo um pouco mais fundamental do que meramente remover o lixo. Se você for além, verificará que essa atitude é essencialmente autocentrada, e que este entendimento egocêntrico pode expressar-se em muitas outras formas além do descuido com o lixo. Se você tratar desse egocentrismo, não apenas esse problema, mas muitos outros serão também resolvidos.

Então, a causa fundamental, a fonte dos problemas, terá de ser identificada e solucionada. Somente isso traz uma mudança fundamental, com relação e forma de vida totalmente diferentes. (...)

Quando a condição interna mudar do egocentrismo para a compreensão da unidade, o mundo mudará."

(Radha Burnier - Regeneração Humana - Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 23/24)


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

IMPERMANÊNCIA

"O discípulo perguntou ao Mestre:

- Por que, Mestre, estais sempre namorando as nuvens?

Contemplo-as, lendo em cada uma a grande lição da impermanência. Sejam brancas, diáfanas, enormes e luminosas; sejam cinzentas, baixas, pejadas e pesadas; sejam coloridas de poente, sejam de nascente, em poucos instantes já perderam a forma e a cor; já deixam de ser. Nós também. Não resistimos ao tempo. Quem pode deter a maré do tempo que tudo arrasa? Nossas alegrias e vitórias, nossas quedas e tristezas não persistem. Tudo muda. Tudo o tempo consome. Olha aquela imponente nuvem sobre o rio...

- Bela. Muito bela mesmo!

- Se quiseres, meu filho, perder a tua paz, é só te apegares a ela e desejar que fique, assim como está. “Uma nuvem nunca é; sempre simplesmente está."

(Hermógenes - viver em Deus - Ed. Nova Era, 4ª edição - p. 141)


domingo, 13 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (3ª PARTE)

"(...) Uma vez que o homem tenha frequentado a longa escola da existência fenomênica - neste mundo e também em outros planos - começa a entender que sua principal meta é romper o casulo que o tem mantido embaixo por tanto tempo. O casulo já teve seu uso, mas sua utilidade já terminou. Ele está pronto para partir em seu voo a uma nova vida de liberdade, a vida divina.

O fato é que todo homem é uma centelha da divindade; todo homem é potencialmente Deus - não Deus como frequentemente o imaginamos, com forma, mas o Deus sem forma, o oceano divino do qual emana toda a existência. Baba afirma isto claramente: 'Se você descobre o princípio átmico, se torna o próprio Deus. Cada um de vocês pode se tornar Deus ao mergulhar suas almas individuais no oceano do Atma Universal.'

A base do amor e fraternidade entre os homens é a verdade de que todos eles são parte desse princípio átmico, não importando a raça, a casta ou o credo. A analogia usada aqui algumas vezes por Baba é a da corrente elétrica iluminando globos de muitas cores, formas e tamanhos. A realidade por trás dos mesmos é a corrente fluindo - a mesma em todos. O Atma pode ser comparado ao fluxo de eletricidade. Os homens são expressões variadas dessa corrente única.

Deus é amoroso, mas tem forma. Ele é aquilo que está por trás de todas as formas, e ainda assim, cria, mantém e destrói tudo o que existe. Deus está realmente em cada forma, mas no homem mais do que em tudo, e em alguns homens mais intensa e completamente do que em outros. Uns poucos homens na história do mundo foram cem por cento Deus. (...) Mas nunca devemos pensar que o Deus onipresente está completamente contido em qualquer forma particular de nossa escolha, ou que responde exclusivamente ao nome tradicional ao qual condicionamos nossa adoração. Ele se manifesta por tais canais limitados e finitos se nosso culto for sincero, mas não se restringe a eles. Como o poeta sufi escreve: 'Sua poeira está aqui, mas Ele no Infinito.' (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 332/333)


sábado, 29 de junho de 2013

A "FORMA' E O "SEM FORMA"

"O corpo não é a verdade que lhe atribuímos. Um exemplo: por 30 anos um homem adora a mãe que lhe deu à luz. Ele massageia os seus pés, se prostra na frente dela, olha seus olhos com amor, ouve sua voz, sentindo-se aquecido e feliz com seu olhar afetuoso e amoroso. Aos 60 anos, a mãe falece. Imediatamente o filho grita: "Mamãe, mamãe, porque me deixaste?" Por que o homem gritou? O corpo que ele adorava aí estava; os pés que massageava diariamente também estavam ali; mas ele grita que sua mãe não está lá, que ela o deixou. Temos que concluir que ainda que o homem tenha, nos últimos 30 anos, visto o corpo e a mãe como um e o mesmo, quando a mãe faleceu ele instantaneamente soube que a mãe não era o corpo e que essa mãe havia partido, mesmo que o corpo permanecesse. Assim, que valor tem o corpo que nunca foi esta mãe, ainda que por um tempo ele tenha sido visto como "mãe"? Contemplando este mistério é visível que, se não fosse pelo corpo, a mãe não poderia ter sido conhecida. Foi somente por meio do corpo que o homem foi capaz de ter a experiência e, assim, conhecer a terna, amorosa, sublime qualidade do estado "mãe", que resultou em amor em seu coração. A sem forna e eterna qualidade da "mãe" pode ser conhecida e obtida somente através da forma impermanente."

(J. S. Hislop - Conversações com Sathya Sai Baba - Fundação Bhagavan Sri Satya Sai Baba do Brasil - p. 81)