OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (2ª PARTE)

"(...) O bom julgamento é uma expressão natural de sabedoria, mas depende diretamente da harmonia interna, que é o equilíbrio mental. Quando lhe falta harmonia, a mente não tem paz, e, sem paz, não há nela discernimento nem sabedoria. A vida é cheia de trancos e solavancos. Nas horas difíceis, que demandam o mais agudo discernimento, se preservar seu equilíbrio mental, você alcançará a vitória. A harmonia interna é o seu melhor apoio para suportar a carga da vida.

A inquietude - que agita e distrai a mente - tolda a visão e causa mal-entendidos. A emoção tolda sua visão. As variações do humor toldam sua visão. A maioria das pessoas age não em função do entendimento, mas segundo seus estados de ânimo. A compreensão é a visão de seu interior, a contemplação de sua alma, o telescópio de seu coração. A compreensão é um equilíbrio entre inteligência calma e pureza de coração. (...) A emoção é um sentimento distorcido que o levará a agir mal. (...) Você tem de ter uma compreensão equilibrada. Se a sua compreensão for governada tanto pelo coração quanto pela cabeça, aí, então, você terá uma visão clara para enxergar a si mesmo e aos outros.

Você deve analisar os inúmeros preconceitos a que seu entendimento está sujeito. Sempre que estiver tomando uma decisão ou agindo, pergunte a si mesmo se está sendo movido pelo entendimento, pela emoção ou por alguma outra influência preconceituosa em sua mente. Enquanto estiver sujeito à ira ou à ambição, enquanto estiver influenciado pelo pensamento equivocado a respeito dos outros, enquanto isso ocorrer, o seu próprio entendimento não terá clareza.

A razão humana pode sempre achar 'prós e contras' tanto para as boas quanto para as más ações. Ela é intrinsecamente desleal. O discernimento reconhece, como sua estrela polar, apenas um critério: a alma. Imaginem dois homens. À direita deles está o vale da vida e à esquerda, o vale da morte. São ambos racionais, mas um vai à direita e o outro à esquerda. Por quê? Porque um deles usou corretamente seu poder de discernir, enquanto o outro usou mal esse poder, entregando-se com indulgência às falsas racionalizações. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 54/56)

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A VERDADE A SERVIÇO DA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) A verdade está no altar; na mente que vasculha os segredos da natureza para saudar e manter a vida; naquele que ensina por respeito à grandeza do outro; na lei que organiza e sustenta o movimento dos astros.

A verdade está guardada no templo do coração humano; invocada ou não, está sempre presente. Nada consegue macular sua real natureza, nem mesmo a ignorância daqueles que abrigam esse sagrado tesouro.

A verdade está a serviço da vida, a religião está a serviço da verdade. A religião carrega, em seu cerne, os argumentos para sustentar a esperança e a fé na vida; a verdade é a esperança. A religião oferece a chave para o paraíso; a verdade é o paraíso.

Quando o homem ousar penetrar na caverna do coração, encontrará a verdade como uma luz bendita que ilumina todos os cantos obscuros da existência; como um calor suave que aquece o frio da existência, ou como uma brisa fresca que refresca a sufocante angústia da solidão de ser. Então, não serão mais necessárias as religiões, os ritos e as orações, pois o homem terá visto Deus face a face, e descobrirá que diante de si existe apenas um espelho."

(Miriam Morata Novaes - A Verdade a serviço da Vida - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 17)

sábado, 30 de agosto de 2014

PARAPSICOLOGIA: OS FENÔMENOS OCULTOS DA MENTE (1ª PARTE)

"Nos últimos trinta anos, a psicologia progrediu rapidamente e nos ofereceu novas visões da mente humana. Mas durante muitas décadas essa ciência foi estudada apenas nos seus aspectos estritamente psicológicos que consideram o pensamento um mero fenômeno, quando não uma espécie de secreção do cérebro.

No entanto, pesquisas recentes impuseram uma verdadeira derrocada nas teorias fisiológicas sobre as operações efetuadas na mente humana. Uma das mais importantes foi a ramificação da psicologia conhecida como parapsicologia. Esse ramo do conhecimento surgiu das experimentações realizadas por J. B. Rhine e outros, e gerou uma volumosa literatura sobre o assunto. Na verdade, chega a ser difícil estar em dia com essas investigações.

A parapsicologia é extremamente interessante, pois lida com as percepções extrassensoriais. Nosso conhecimento do mundo é normalmente obtido através dos cinco sentidos. Mas os aspectos sensoriais não podem, por si só, exaurir o conhecimento. Os detalhes sensoriais produzem vibrações no cérebro físico, e, a não ser que essas vibrações sejam interpretadas como um todo, não haverá conhecimento.

Portanto, a mente, essencial para colher o conhecimento, depende de detalhes sensoriais; a matéria bruta do conhecimento é fornecida pelos sentidos. Tudo que conhecemos do mundo externo vem dos sentidos. Mas há uma questão que atualmente chama a atenção de alguns psicólogos. Pode haver conhecimento sem a intervenção dos sentidos? A percepção é possível sem o estímulo dos sentidos? (...)."

(Rohit Mehta - Parapsicologia: os fenômenos ocultos da mente - Revista Sophia, Ano 2, nº 5, p. 9/11)


domingo, 24 de agosto de 2014

MAPEANDO A ALMA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Qual foi o resultado de tantos anos de investigação e análise da alma humana? O resultado não poderia ser mais surpreendente. As palavras que ele disse causaram assombro até para um ateu radical. Quando abriu a boca ao mundo, era de se esperar que Jesus Cristo condenasse e punisse com veemência a humanidade, pois detectou todos os seus defeitos. Todavia, eis que ele bradou com a mais alta eloquência palavras com doçura e brandura como ninguém jamais falou, nem antes nem depois dele. O perdão em sua boca virou uma arte; o amor se tornou poesia; a solidariedade, uma sinfonia; a mansidão, um manual de vida.

O mestre da vida, por amar intensamente o ser humano e perceber as falhas contínuas que permeavam sua alma, ao invés de tecer críticas às pessoas, acolheu calorosamente a todos. Sabia que o homem, em sua grande maioria, gostaria de ser paciente, gentil, solidário, amável, mas não tinha estrutura para submeter a energia emocional e o processo de construção de pensamentos ao pleno controle de sua vontade.

Compreendeu que o homem, apesar de ter capacidade de controlar o mundo à sua volta, não conseguia controlar o mundo dentro de si. Quando dizia aos seus discípulos que eles eram homens de pequena fé, muitas vezes não se referia a milagres sobrenaturais, mas ao maior de todos os 'milagres naturais' expresso pelo domínio do medo, da inveja, da ira, da ansiedade, da angústia, do desânimo.

Aquele que esquadrinhou o funcionamento da mente humana não considerou a humanidade um projeto falido, ao contrário, veio consertá-la de dentro para fora, veio trazer mecanismos para resgatá-la. Por isso, honrou e valorizou cada ser humano do jeito que ele é, na esperança de poder transformá-lo."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 212/213)

sábado, 23 de agosto de 2014

MAPEANDO A ALMA HUMANA (1ª PARTE)

"O filho de Deus apareceu sorrateiro num estábulo, cresceu de modo simples. Ninguém percebia claramente quem ele era. Desejava respirar o mesmo ar que eles, tocá-los e conviver sem barreiras. Aprendeu cedo o ofício da carpintaria. Para aquele que se colocou como autor do mundo era um verdadeiro teste construir telhados. Para aquele que disse ter a mais alta posição do universo, escalar casas e encaixar peças de madeira era uma grande limitação, mas não se importou, não teve vergonha do seu humilde trabalho. Embora tivesse a mais elevada cultura de todos os tempos, teve a humildade de ser criado por pais humanos e frequentar a escola da vida. Foi um grande mestre porque aprendeu a ser um grande aluno.

O Carpinteiro de Nazaré tinha dois grandes ofícios. O primeiro era trabalhar com a madeira e construir telhados; o segundo, o mais importante, o que escondia sua verdadeira missão, era mapear a alma humana. Veio compreender as raízes mais íntimas do universo consciente e inconsciente do ser humano. O mestre da vida mapeou o mundo dos pensamentos da psiquiatria e da psicologia.

Enquanto encaixava e pregava as peças de madeira e os raios de sol queimavam-lhe o rosto, atuava como o mais excelente observador do comportamento humano. João, seu discípulo, escreveu que ninguém precisava dar relatos para ele sobre o que era ser homem e quais suas intenções subjacentes, pois ele mesmo se tornou um homem e como tal analisava atentamente a natureza humana. Perscrutava embevecidamente cada expressão facial e cada gesto das pessoas. Transcendia a cortina do comportamento e investigava com exímia habilidade os fundamentos de cada reação humana.

Enquanto fazia calos nas mãos, ele compreendia as dificuldades do ser humano em lidar com as perdas, críticas, ansiedades, frustrações, solidão, sentimento de culpa, fracassos. Enquanto visitava seus amigos e andava pelas ruas da pequena Nazaré, analisava a ira, a inveja, o ciúme, a impaciência, a instabilidade, a simulação, a prepotência, o desânimo, a baixa autoestima, a angústia, tudo que consumia diariamente a vida das pessoas. Ninguém imaginava que escondido na pele de um carpinteiro se encontrava o mais excelente mestre da vida. Ninguèm poderia imaginar que um homem que bateu martelos estava fazendo uma análise detalhadíssima da humanidade. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 211/212)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O ALMISCAREIRO DO HIMALAIA

"O almíscar é uma substância valiosa, extremamente aromática, contida numa bolsa sob a pele do abdome do almiscareiro macho, que habita os elevados picos dos Himalaias. Quando o almiscareiro alcança certa idade, o odor penetrante do almíscar começa a exsudar dessa bolsa. O almiscareiro fica excitado pelo aroma delicioso e pula para lá e para cá, farejando sob as árvores e furnas, buscando em toda parte - às vezes por muitas semanas -, procurando a fonte da persistente fragrância. Incapaz de localizar o perfume tantalizante, ele se torna extremamente inquieto e, em seguida, irritado. Em sua agitação e num esforço último e desesperado de encontrar a fonte da essência enlouquecedora, sabe-se de casos em que o almiscareiro salta dos altos picos alcantilados e cai para a morte no vale que se estende abaixo. Os caçadores, achando os cadáveres, cortam a almejada bolsa de almíscar.

Um bardo iluminado cantou certa vez: 'Ó tolo almiscareiro: buscaste a fragrância em toda parte, exceto em teu próprio corpo. Eis porque não a encontraste. Se pelo menos tivesses voltado tua busca para ti mesmo, terias encontrado o almíscar almejado e terias salvo a ti mesmo da morte sobre as rochas abaixo das montanhas'.

A maior parte das pessoas se comporta como o almiscareiro. Buscam a felicidade elusiva, sempre fragrante, por toda parte, fora delas próprias: nos divertimentos, nas tentações, no amor humano e nos caminhos escorregadios da riqueza e da fama. E quando, finalmente, não podem achar a verdadeira felicidade, cuja fonte jaz oculta nos recônditos secretos de suas próprias almas, pulam dos picos alcantilados das esperanças elevadas e se despedaçam nas pedras da desilusão.

Ó tolo almiscareiro humano, se pelo menos voltasses tua mente para dentro, na meditação diária profunda, acharias a fonte de toda verdadeira e duradoura felicidade no silêncio mais recôndito de tua própria alma. Bem-amado que estás à procura da felicidade: não sejas como o almiscareiro, perecendo na vã busca exterior. Desperta! E, na caverna da meditação profunda, encontra a felicidade eterna dentro de teu imortal Ser [Self]."

(Paramahansa Yogananda - Lições da Self - Self-Realization Fellowship)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

AJUSTES CÁRMICOS

"Observando em torno de nós a existência que levam homens e mulheres, não é exagero dizer que hoje, na maior parte dos casos, a vida encerra mais ‘mau’ carma do que ‘bom’, isto é, que há no conjunto mais de duro labor e pesares que trabalho agradável e alegria. No período atual da evolução humana há, no reservatório de forças acumuladas por nós, individualmente, mais forças para nos dar dor do que forças de prazer. Nosso débito é maior que o nosso crédito, porque, em nossas vidas precedentes, não procuramos ser guiados pela sabedoria e preferimos viver egoisticamente, preocupando-nos pouco com quem prejudicávamos com o nosso egoísmo. Mas cada força cármica deve descarregar a sua energia, porque ‘o que o homem semeia, isso também colherá’.

Quando o homem ‘colhe’, as suas forças cármicas são cuidadosamente ajustadas, de maneira que a ação recíproca do bem e do mal possa produzir, como resultado final, um acréscimo de bem, por menor que seja. Se, por ocasião do nosso nascimento, todas as nossas forças cármicas de bem e de mal fossem postas em ação, como temos maior bagagem de mal que de bem, nossa existência seria tão cheia de dor e de tristeza, que quase não teríamos coragem para enfrentar a batalha da vida. Também, a fim de que possamos lutar e vencer e adicionar alguma coisa ao lado bom de nossa conta, e não ao mau, faz-se um cuidadoso ajustamento para cada alma, quando ela se encarna.

Tal ajustamento é feito pelos Senhores do Carma, estas inteligências benfazejas que, no Plano do Logos, agem como árbitros do Carma. Eles não recompensam nem punem; limitam-se a ajustar a operação das forças do próprio homem, a fim de que o carma o ajude a dar um passo adiante na evolução."

(C. Jinarajadasa - Fundamentos de Teosofia – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro – p. 65) 


sábado, 2 de agosto de 2014

CAMINHOS PARA A PERFEIÇÃO

"Há duas rotas para a perfeição: prece e meditação. A prece faz de você um suplicante aos pés de Deus. Dhyana (meditação) induz Deus a descer até você, e o inspira a ascender até Ele. A meditação tende a juntar Deus e você, não colocar um em nível inferior e o outro em nível superior. Dhyana é a estrada real para a libertação da servidão humana, não obstante pela prece também se possa colher o mesmo fruto. A meditação requer concentração, após o controle sobre os apelos dos sentidos. É preciso que você tenha diante de seu olhar interior um retrato da Forma Divina que escolheu para contemplar. Ou, se preferir, uma chama, uma firme e vertical chama de vela ou lamparina. Mentalize a chama como a expandir-se para todos os lados, tornando-se cada vez maior, envolvendo tudo e todos, crescendo dentro de você, até que não haja mais nada a não ser Luz. Na Glória da Luz oniabarcante, todo ódio e inveja, que são o mal, progênie da treva, se extinguirão. Saiba que a mesma luz (Jyotir) está em todos. Mesmo aquele a quem você andou tratando como seu pior inimigo tem a mesma Luz no mais íntimo do coração."

(Satya Sai Baba - O Caminho Interior - ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 101/102)

sexta-feira, 13 de junho de 2014

QUE PAPEL VOCÊ EXERCE?

"Quando encontra alguém, por mais rápido que seja o encontro, você dá toda a sua atenção ao ser dessa pessoa e, assim a reconhece? Ou você reduz a pessoa a um meio para atingir um fim, uma mera obrigação ou uma função?

Que tipo de tratamento você dá à caixa do supermercado, ao manobrista do estacionamento, ao sapateiro, ao balconista, ao gari que limpa a sua rua?

Basta um instante de atenção. Quando você os olha ou escuta o que eles dizem, estabelece-se uma calma silenciosa que dura dois segundos, talvez um pouco mais. Esse tempo é suficiente para que surja algo mais real do que os papéis que geralmente exercemos e com os quais nos identificamos. Todos os papéis fazem parte da consciência condicionada que é a mente humana. Aquilo que emerge do ato de atenção é o descondicionado - a pessoa que você é em sua essência, além do nome e do corpo. Você deixa de seguir um roteiro e se torna real. Quando essa dimensão emerge de dentro de você, o mesmo ocorre com a pessoa com quem você se encontra.

Porque, como sabemos, não há outra pessoa. Você está sempre encontrando a si mesmo."

(Eckart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 63)
www.esextante.com.br


domingo, 16 de março de 2014

AMIZADE - O MAIS SUBLIME RELACIONAMENTO ENTRE OS AMORES HUMANOS

"O relacionamento que existe entre amigos é o mais sublime dos amores humanos. Por não existir compulsão, o amor entre amigos é puro. Escolhemos livremente os amigos que amamos; não somos compelidos pelo instinto. O amor que se manifesta na amizade pode existir entre homem e mulher, entre mulheres e entre homens. Mas no amor da amizade não existe atração sexual. É preciso ser celibatário e esquecer completamente o sexo quando se quer encontrar o amor divino através da amizade; é então que esta nutre a cultivação do amor divino. A amizade pura existiu entre santos e existe entre os que realmente amam a Deus. Se você sentir o amor divino uma vez, nunca mais se separará dele, pois não há nada igual em todo o universo.

O amor dá sem esperar nada em troca. Nunca penso em alguém em termos do que aquela pessoa pode fazer por mim. E nunca dedicaria amor a alguém só por ter feito alguma coisa por mim. Se não sentisse amor, não fingiria dá-lo, mas conforme sinto, eu o dou. Aprendi essa sinceridade com meu Mestre. Talvez existam pessoas que não me tenham amizade, mas sou amigo de todos, inclusive de meus inimigos, pois no coração não tenho inimigos. 

Amor não se ganha pedindo; é uma dádiva do coração do outro. Tenha certeza do que sente quando disser 'eu te amo' a alguém. Quando se dá amor, tem que ser para sempre. Não porque você queira estar perto da pessoa amada, e sim por querer a perfeição para aquela alma. Desejar perfeição ao ser amado e sentir alegria pura pensando naquela alma é amor divino, e esse é o amor da verdadeira amizade."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 12)


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A REFLEXÃO NOS TORNA HUMANOS

"Em Viveka-Chudamani (Viveka Chudamani – A Joia Suprema da Sabedoria, Editora Teosófica, 1991) de Sankaracharya, é dito que nascer como ser humano é um extraordinário privilégio. Inumeráveis encarnações devem ter passado em vários tipos de corpos, em diferentes níveis de evolução, antes do nascimento do reino humano.

Para nós parece terrível que isso leve tantas eras no tempo, mas o tempo não é problema para as criaturas fora do reino humano. Elas vivem e morrem naturalmente sem se preocuparem com o tempo. Mas no estágio humano, um novo tipo de energia é necessário para fazer o progresso interno.

O sofrimento é uma maneira de aprender. O karma regula o processo. Mas esse não é o real aprendizado; o sofrimento apenas torna a consciência vagamente ciente de uma necessidade interna. Assim, o processo é lento, e durante um longo tempo o sofrimento e o confuso aprendizado continuam, durante a transição entre a atividade inconsciente do estágio pré-humano e a existência consciente do ser humano.

A energia que pavimenta o caminho para a sabedoria é a reflexão, qualidade especialmente humana, segundo Teilhard de Chardin. (...)

A reflexão, que necessita um tipo diferente da ambição, é a única que capacita os seres humanos a aprender sobre a vida e seus propósitos. Viveka-Chudamani indica claramente que a reflexão (Vichara) antecede à aproximação a um instrutor espiritual. O Bhagavad-Gita também afirma que esta é uma qualidade necessária."

(Radha Burnier - A Reflexão nos Torna Humanos - Revista Theosophia, pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 95, jan/fev/março 2006 - p.11/12)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A LIBERTAÇÃO DOS APEGOS

"O ilimitado poder criativo da consciência só pode operar quando não existem mais a limitação do apego, nem a identificação com os objetos. Com a libertação dos apegos, dá-se a descoberta de mais um dos valores eternos inerentes à consciência.

Devido ao fato de que quando não há liberdade interna os outros valores absolutos não podem florescer, no oriente, a libertação espiritual é considerada o objetivo fundamental da existência humana. A liberdade, como a felicidade, é buscada instintivamente pela vida confinada em quaisquer formas, o que indica que a liberdade é inerente à própria natureza do ser humano.  Quando está livre do apego às coisas finitas, a consciência recupera seu estado natural e original.

A liberdade tem sido descrita como o estado natural do ser humano em obras sobre ioga, pois no estado de liberdade se manifesta tudo o que é inerente à consciência, inclusive valores ainda não mencionados. Sabedoria, amor, harmonia, pureza e plenitude são alguns dons naturais da consciência – além de liberdade, bem-aventurança e inteligência."

(Radha Burnier - O Caminho do Autoconhecimento – Ed.Teosófica, 2ª Edição, p. 113/114)


sábado, 25 de janeiro de 2014

UPANIXADE KENA

"Os Upanixades representam uma investigação – uma profunda investigação - da mente humana sobre os problemas fundamentais da existência. Seguem o método do discurso e da discussão no qual o Instrutor e o estudante exploram juntos os temas da investigação. Em nenhum lugar dos Upanixades o Instrutor fala com um ar definitivo, ele encoraja seus alunos para que façam tantas perguntas quanto possível, e quando as respostas são completamente satisfatórias, os estudantes não deixam de fazer mais perguntas para clarear pontos de investigação. A menos que compreendamos esse íntimo relacionamento entre Instrutor e o estudante, não entraremos no espírito do ensinamento upanixádico. Um estado de investigação constitui uma condição saudável da mente humana. Mas aqui precisamos fazer uma distinção entre investigação e curiosidade. Não é preciso dizer que a curiosidade surge de uma mente superficial. A investigação, por outro lado, emerge das profundezas da consciência humana. Uma investigação profunda se ocupa fundamentalmente com três questões: Como, Porque e O quê. Toda investigação científica, seja cobrindo as ciências físicas ou ocultas, relaciona-se com a questão: Como. (...) A filosofia tem sua investigação voltada para uma direção diferente, pois está interessada em conhecer por que as coisas ocorrem de uma maneira particular. Mas o Misticismo ou a experiência religiosa não se satisfaz meramente com o Como e Porquê, ele quer descobrir O que está por trás de todos os padrões e motivações do comportamento. No Upanixade Kena, a principal pergunta em discussão é: O que impele e motiva os modos e padrões particulares da ação?"

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 33)


sábado, 18 de janeiro de 2014

TRABALHO INTERIOR

"Muitas pessoas ficam assombradas e desestimuladas quando percebem pela primeira vez suas qualidades e padrões negativos. Na realidade, é bastante humano termos falhas! Todos temos falhas! É importante encará-las suavemente e não se sentir culpado nem derrotado quando as percebemos. Encarar as próprias falhas pode ser doloroso, mas não devemos nos deixar vencer. Ver nossas próprias falhas é um primeiro passo absolutamente necessário para mudar. Se não estivermos percebendo o erro, não poderemos corrigi-lo. Não devemos ficar desestimulados quando falhamos no nosso aprimoramento pessoal, como realmente ocorrerá repetidas vezes. Mas é a prática a longo prazo, a intenção a longo prazo no sentido de transformarmos nossas vidas para adotar um rumo mais espiritual que constitui o fator importante e não os fracassos nem decepções momentâneos. (...)

O propósito da auto-observação é descobrir e erradicar padrões indesejados, substituindo-os por padrões mais sadios e mais realistas. Se nos encararmos com demasiada seriedade, concentrando excessiva energia em nós mesmos, estaremos derrotando o propósito global."

(Shirley Nicholson - A Vivência da Espiritualidade - Ed. Teosófica, Brasília, 1996, p. 66/67)


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O BUDISMO E A MEDICINA (PARTE FINAL)

"(...) Para o Budismo, o que obscurece e impede a perfeição da mente humana são os kleshas, os ‘obscurecimentos’ mentais produzidos por emoções aflitivas, corrupções, distorções mentais, emoções negativas e conceitos perturbadores. Pode-se definir os kleshas como fatores que produzem confusão psíquica e descontrole. Esses fatores estão associados a hábitos reativos e emotivos complexos e são considerados a raiz psíquica das enfermidades.

Segundo a tradição existem milhares de kleshas, mas todos eles podem ser condensados nos chamados ‘três venenos’: confusão, apego e aversão, que são fruto da ignorância e do não percebimento da realidade. Esses três venenos nascem da falsa noção do dualismo sujeito-objeto e do conceito de um eu permanentemente separado do todo. Essa falsa noção é vista como a ignorância fundamental, origem de todas as demais.

Quando Buda ensinou as quatro Nobres Verdades, ele mostrou que a causa das moléstias é a ignorância, que produz o desejo e o ódio. Todas as 84.000 corrupções específicas descritas por Buda podem ser resumidas nos ‘três venenos’. O remédio para esses venenos é o triplo adestramento que leva ao caminho do dharma. A moral cura o desejo, a cobiça e a luxúria, e utiliza como meio de tratamento a meditação sobre a fealdade e a repulsa do objeto de atração. A concentração cura a raiva, o ódio e a aversão, utilizando a meditação regular sobre a compaixão. A sabedoria cura a ignorância por meio da meditação sobre a interdependência de todas as coisas e de todos os seres.

De todas essas, o mais importante é desenvolver a sabedoria (prajna), capaz de atacar o veneno radical da ignorância, do qual derivam todos os outros venenos. Por isso se afirma que a sabedoria é o remédio final que cura todas as doenças e todas as dores. (...)"

(Marcio Bontempo - O Budismo e a Medicina - Revista Sophia, Ano 7, nº 27, p. 11/12)


sábado, 11 de janeiro de 2014

ONDE ESTÁ DEUS? (PARTE FINAL)

"Porém, a maioria das pessoas permanece temerosa e geralmente tenta reduzir o terror do desconhecido fingindo que ele é conhecido. Aqueles com ‘mente religiosa’ estão aptos a dar forma concreta a Deus e a inventar imagens com características humanas. De modo geral, a religião organizada tem explorado as pessoas e as mantido temerosas – da morte, da existência pós-morte e assim por diante. As autoridades da Igreja gostam que as pessoas sejam dependentes, em vez de encorajá-las a se transformar e a dar o salto da consciência finita para o oceano da infinitude.

O finito, o concreto, o conhecido e o cognoscível produzem segurança psicológica não apenas para aqueles que são temerosos porque são ignorantes, mas também para aqueles que acumulam conhecimento, inclusive cientistas e ateus que zombam daqueles que creem. Também eles se aferram à segurança familiar dos mapas por eles mesmos desenhados. Eles também são perturbados por qualquer desafio às suas certezas, vindo de especulações sutis ou não convencionais. (...)

A ciência tem, de fato, auxiliado o progresso da humanidade, liberando-a, até certo ponto, da influência repressora das crenças e superstições que compõem a religião convencional. Agora ela está começando também a ir além das posições rígidas do pensamento materialista, podendo, assim, ajudar as pessoas a se livrar das falsas metas que acompanham esse pensamento.(...)

As mentes que acreditam apenas na razão podem não estar na melhor condição para o conhecimento de Deus. A história religiosa mostra que as pessoas puras e simples podem muitas vezes perceber o sagrado e intuir a verdade mais facilmente que os mais bem dotados intelectualmente. Existe um modo de contato direto com o sagrado (isto é, com Deus) que é suprarracional. (...)

A verdade é acessível àquele que tem o coração puro e a mente aberta, não às mentes que buscam segurança no conhecido, seja um dogma religioso ou uma teoria científica. Quem deseja conhecer a verdade deve aprender a se livrar do medo e a olhar o mundo com profunda admiração e humildade. A beleza está em toda a parte à nossa volta, nas árvores floridas, na mudança das estações, no movimento incessante do oceano, na complexidade dos relacionamentos."

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, ano 7, nº 26 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)


domingo, 5 de janeiro de 2014

A IGUALDADE PARA TODOS É A ESSÊNCIA DOS PRINCÍPIOS MORAIS DA VEDANTA

"A ideia de privilégio é a maldição da vida humana. É como se existissem duas forças constantemente em ação, a primeira dando origem a novas regalias, a segunda suprimindo-as. Em outras palavras, uma, instituindo o privilégio, outra, eliminando-o. E à proporção que os privilégios são eliminados, cada vez mais luz e progresso um povo alcança. Podemos observar esse esforço sendo feito à nossa volta.

Sem dúvida, a ideia de privilégio começa sendo exercida, de maneira brutal, pelos fortes sobre os fracos. Há o privilégio da riqueza: o homem que tem mais dinheiro quer ter regalias sobre o que tem menos. Existe o privilégio, ainda mais sutil e poderoso, do intelecto: o homem que tem mais conhecimento exige maiores prerrogativas. Finalmente, o pior de todos os privilégios, por ser o mais tirânico, é o da espiritualidade; os que pensam conhecer mais sobre Deus e a vida espiritual, reclamam para si as mais altas regalias. Proclamam: ‘Venham venerar-nos, horda de ignorantes; somos os mensageiros de Deus e vocês têm de nos prestar reverências.’

Ninguém pode seguir a Vedanta e ao mesmo tempo admitir que qualquer privilégio físico, mental ou espiritual seja exercido; de maneira categórica, não se admite privilégio para ninguém. O mesmo poder está dentro de cada pessoa; alguns o expressam mais, outros menos. Temos o mesmo potencial. Quem pode exigir privilégios? O conhecimento, em toda a sua extensão, está presente em cada alma, inclusive na alma da pessoa mais ignorante. Talvez não se tenha manifestado por falta de oportunidade ou de condições favoráveis. Assim que tiver a oportunidade, irá manifestar-se. A ideia de que um homem nasce superior a outro não faz sentido na Vedanta, como não tem cabimento supor que entre duas nações uma seja superior à outra. Dê-lhes as mesmas condições e observe se o desempenho intelectual será o mesmo ou não. Antes disso, você não tem o direito de afirmar a primazia de uma nação sobre a outra."

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Ed. Lótus do Saber, São Paulo, 2004 - p. 68/69)


domingo, 22 de dezembro de 2013

FUMAÇA E FOGO

"Quando a fumaça se torna muito intensa e quente passa de preta ou cinzenta a ser branca, de branca se torna radiante, depois vítrea, ígnea - e, por fim, rompe em chama de fogo.

Assim, por vezes, os meus pensamentos humanos, conscientes, se tornam tão intensos que deixam de ser meus e passam a ser uma vibração do Infinito, radiação cósmica, inspiração divina. E então me sinto simples canal passivo, e não mais fonte ativa do meu pensamento, que deixou de ser meu, do meu ego consciente.

De ego-pensante me torno cosmo-pensado.

Vida, pensamento, intuição - estas coisas não são produzidas pelo homem, mas são substâncias do Infinito, radiação cósmica que o homem capta e canaliza, assim como a antena de um receptor capta as ondas de uma estação emissora, tornando-as audíveis ou visíveis através do receptor.

Todo pecado consiste no fato de o homem se considerar fonte em vez de simples canal. Só Deus é Fonte, ele, o Uno, o Único, o Todo. 

O Universo é uma gigantesca estação emissora de Vida, Pensamento, Intuição. Basta que haja um Finito para captar algo da irradiação do Infinito - e aparecem as maravilhas da Vida, do Pensamento, da Inspiração.

Os pais não causam o filho.

O pensador não causa o pensamento.

O místico não causa a inspiração.

Todos recebem do Infinito, na medida da sua receptividade, e canalizam essa parcela do Todo, de acordo com a sua idoneidade.

Quem considera fonte, quando é apenas canal, ignora a sua função. Na natureza infra-humana nenhuma criatura se considera fonte, todas funcionam instintivamente como canais do Infinito, e por isto, na natureza, tudo é harmonia e beleza. Com o homem começa a possibilidade do grande erro, de considerar o seu canal como fonte - e isto é o pecado do ego, a grande hybris.

A redenção está em ultrapassar esse erro e entrar na zona da verdade, fazendo conscientemente o que a natureza faz inconsciente: 'As minhas obras não são minhas, mas são do Pai que em mim está... Eu de mim mesmo (do meu ego) nada posso fazer.'"

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 117/118)
www.martinclaret.com.br


sábado, 7 de dezembro de 2013

A NATUREZA UNIVERSAL DO AMOR

"No sentido universal, o amor é o poder divino de atração, que harmoniza, une e vincula. Seu oposto é a força de repulsão, a energia cósmica que materializa a criação a partir da consciência cósmica de Deus. A repulsão mantém todas as formas em estado manifesto através de maya, o poder da ilusão, que divide, diferencia e desarmoniza. A força de atração do amor contrapõe-se à repulsão cósmica para harmonizar toda a criação e, finalmente, levá-la de volta a Deus. Quem vive em sintonia com a primeira, alcança a harmonia com a natureza e com seus semelhantes, sendo atraído para a reunião beatífica com Deus.

Neste mundo, amor pressupõe dualidade; nasce de uma troca ou sugestão de sentimentos entre duas ou mais formas. Até os animais expressam certo tipo de amor um pelo outro e pelos filhotes. Em muitas espécies, quando um companheiro morre, em geral o outro também logo sucumbe. Mas é um amor instintivo; os animais não são responsáveis por ele. Os seres humanos, entretanto, possuem considerável autodeterminação consciente da reciprocidade do amor. 

No ser humano, o amor se expressa de várias formas. Encontramos amor entre marido e mulher, pais e filhos, entre irmãos, entre amigos, patrão e empregado, guru e discípulo - como Jesus e seus discípulos ou os grandes mestres da Índia e seus chelas - e entre o devoto e Deus, a alma e o Espírito.

O amor é uma emoção universal, que se expressa de acordo com a natureza do pensamento em que se move. Por isso, quando o amor passa pelo coração do pai, a consciência paternal o traduz em amor paterno; quando passa pelo coração da mãe, é traduzido em amor materno; e a consciência do amante empresta ao amor universal ainda outra qualidade. Não é o instrumento físico, e sim a consciência em que o amor se move que determina a qualidade do amor expressado. Assim, um pai pode expressar amor materno, uma mãe pode expressar amor amistoso, e um amante, amor divino.

Todo reflexo do amor vem do Amor Cósmico único; mas, ao expressar-se como amor humano em variadas formas, ele possui sempre alguma imperfeição. A mãe sabe por que ama o filho; este não sabe por que ama sua mãe. Nenhum dos dois sabe de onde vem o que sentem. É o amor de Deus que se manifesta neles; e quando puro e altruísta, reflete esse amor. Assim, ao investigar o amor humano, podemos aprender alguma coisa sobre o amor divino, pois no primeiro vislumbramos o segundo."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 05/06)


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O QUE É A FELICIDADE?

"Todo ser humano tem, em seu âmago, uma ânsia pela felicidade. Mas a vida humana, em geral, é de ansiedade, busca de prazer, desconfortos e sofrimento. A sede da felicidade, na maioria das vezes, é direcionada ao atingimento de objetivos externos. Isso move as pessoas, mas não resulta em felicidade. Inconscientemente, o indivíduo projeta a felicidade para quando passar no vestibular, para quando conquistar aquela garota, quando comprar uma casa, etc. Cada vez que um objetivo é atingido, há um  sentido de satisfação, uma alegria efêmera, e a pessoa passa, então, a correr atrás de outro objetivo. A felicidade está sempre lá, adiante. A condição presente acaba sendo a de uma pessoa incompleta, em busca da satisfação.

O que é a felicidade? Onde ela pode estar? Em uma visão superficial, poder-se-ia dizer que ela estaria no atingimento dos objetivos da pessoa, que variam de uma para outra. Muitas vezes o indivíduo luta muito por algum objetivo e, quando o atinge, vê que não era o que queria. Outras vezes, não o atingindo, descobre que foi muito melhor não tê-lo atingido, e acaba vendo que a vida é muito mais sábia do que ele mesmo.

A vida é um movimento infinito. Os átomos, as células, a natureza, os planetas, o universo todo pulsa dentro e fora de nós. Esse movimento é inteligente, por mais que não o percebamos. Então, para sermos felizes, precisamos harmonizar-nos com o movimento da vida, fluir com ela, ver o que ela quer, o que é sempre muito mais amplo e verdadeiro do que o meu pequeno querer, restrito e limitado.

Quando o tema relaciona-se com o autoconhecimento, como é o caso da busca da felicidade, palavras como consciência, percepção, compreensão, verdade e ilusão precisam sempre estar na pauta de nossas reflexões."

(Marcos Luis Borges de Resende - Sem Medo de Ser Feliz - Revista Sophia, Ano 8, nº 29 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34)