OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (3ª PARTE)

O Iluminado de Humildade

"São Francisco de Assis é o santo mais popular da Itália do século XIII (1182-1226). Filho de um rico comerciante de tecidos, surgiu-lhe, no decorrer de uma doença, a aspiração de uma vida mais elevada. A princípio foi atraído pela cavalaria, renunciando a essa carreira para dedicar-se á sua missão religiosa, misteriosamente recebida em 1206: ‘Vai, Francisco, conserta minha casa que desmonta’. Essa ‘casa’ era o Santuário de São Damião, e Francisco entregou-se à sua construção. Era também a própria igreja onde ele iria encarnar uma corrente de reforma submetida ao ideal evangélico, sob o signo de um ardente espírito de amor e pureza, e igualmente de submissão à ‘Senhora Pobreza’. A vida despojada por ele escolhida, sua caridade austera e ditosa, fizeram nascer as primeiras comunidades à sua volta: em 1209 e fundada a Ordem do Irmãos Menores e, em 1212, nasce a Ordem das Damas Pobres (mais tarde denominada Clarissas). Conta-se que Francisco de Assis chegava mesmo a pregar às aves, aos peixes, aos lobos, os quais ele teria ‘convertido’. Quase no fim de sua vida, retirou-se para o monte Alverno e, mais tarde, a São Damião, onde compôs a maior parte do Cânticos do irmão Sol e das criaturas.

Seu brilho ultrapassou as fronteiras do cristianismo. Certa ocasião Gandhi exaltou Francisco de Assis como um dos maiores sábios do mundo.

Grande sábio da Paz

Ramakrishna é talvez o santo hindu melhor conhecido nos tempos modernos. Ele nasceu na vila de Kamarpukur, Bengala, a 20 de fevereiro de 1836. Desde criança ele se sentia atraído pela vida dos heróis religiosos e teve sua primeira experiência de êxtase espiritual aos sete anos de idade. Para ele Kali era a Mãe Divina.

Ramakrishna dedicou-se, primeiro, à adoração de Rama e sentiu que este era o espírito do Universo. Mais tarde, ele adotou a adoração a Krishna e passou a praticar a forma de amor chamada vaishnava, na qual a alma humana ama a Deus como uma devotada esposa ama seu esposo.

No final de 1866 ele praticou a disciplina do Islã e em 1874 ele adotou os métodos do cristianismo. Assim ele tinha visões de Rama, Krishna, Shiva, Kali, Allah e Jesus. Ele disse: ‘Na oficina do oleiro há muitos utensílios diferentes: potes, jarros, pratos, pires... Mas tudo isso foi feito com o mesmo barro. Assim também Deus é um, embora seja adorado em diversos países e épocas diferentes sob nomes e aspectos variados.

Ramakrishna passou os últimos anos de sua vida educando espiritualmente seus discípulos. Ele morreu de câncer a 16 de agosto de 1886. Seu famoso discípulo Vivekananda disse sobre ele: ‘ele não trouxe novas verdades;ele trouxe à luz velhas verdades’."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)


quarta-feira, 18 de junho de 2014

DEUS O GURU PERFEITO

"Subjugue seu ego. Dedique cada momento e cada movimento a Ele (o Senhor), que tem assegurado à humanidade o que propiciará a ela a liberação da dor e do mal. Quando se pergunta sobre onde está Deus, as pessoas apontam para o céu ou para alguma região remota. Eis porque Ele não está se manifestando. Dê-se conta de que Ele está dentro de você, com você, atrás, diante, em torno de você. Ele é todo misericórdia, sequioso e até ansioso por atender a suas preces, desde que estas brotem de um coração puro.

O Guru real é aquele que lhe fala deste Deus Onipenetrante, não aquele Guru que promete salvação se você depuser a seus pés uma bolsa. Não se deixe iludir por tais homens mundanos cheios de ambição e egoísmo. Peça a Deus que ilumine sua mente, desperte sua inteligência, e que Deus mesmo seja seu Guru. O próprio Deus seguramente o guiará de forma perfeita, a partir do altar de seu próprio coração. Para muitos Gurus de hoje, a cerca é mais importante que a plantação. É assim que enfatizam proibições e regras, em detrimento do sadhana (disciplina espiritual), o qual eles deveriam proteger. Dessa forma, fanaticamente, insistem sobre observância de controles e regulações desatualizadas, enquanto o verdadeiro propósito fica abandonado à decadência. Exageram o papel do destino e das consequências kármicas sem, ao mesmo tempo, consolar o homem mediante descrever a onipotência da Graça de Deus."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1993 - p. 187)
www.record.com.br


sábado, 14 de junho de 2014

BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, PORQUE ELES VERÃO A DEUS (PARTE FINAL)

"(...) De acordo com a psicologia iogue, cinco são as causas originais das impressões existentes na mente. A primeira é a ignorância, num sentido amplo, da nossa natureza divina. Deus habita dentro de nós e à nossa volta; todavia, não guardamos consciência dessa verdade. Em vez de ver Deus, vemos o universo de muitos nomes e formas, que julgamos real - exatamente como o homem que, vendo uma corda esticada em meio à poeira do chão, no escuro de sua ignorância pode pensar que é uma cobra. Em segundo lugar vem o sentimento do eu, projetado por essa ignorância, que nos faz pensar em nós mesmos como separados de Deus e separados uns dos outros. Além do sentimento do eu, desenvolvemos o apego e também a aversão: somos atraídos por umas coisas e repelidos por outras. Tanto o desejo como o ódio são empecilhos no caminho para Deus. A quinta causa das impressões mentais impuras é a ânsia de viver, que Buda chama de tanha, e à qual o Cristo se refere quando diz: 'Quem quiser salvar sua vida, que a perca.' Este apego à vida, ou medo da morte, é natural em todos, tanto nos bons como nos maus. Somente as almas iluminadas estão imunes à ignorância, ao sentimento do eu, ao apego, à aversão e ao medo da morte; para elas, as impressões todas se esvaíram. 

Mesmo que Deus nos oferecesse, neste exato momento, o esclarecimento espiritual - nós o recusaríamos. Mesmo que estivéssemos procurando Deus, momentaneamente recuaríamos de pânico se estivéssemos prestes a ter uma visão dele. Agarramo-nos instintivamente à nossa vida superficial e à conscientização, temerosos de abandoná-las, muito embora, ao agir assim, estejamos passando para uma conscientização infinita, comparada à qual nossas percepções normais são, nas palavras do Bhagavad-Gitã, 'como uma noite espessa e um adormecer'. (...)

Existem muitos caminhos de purificação do coração. Como haveremos de ver, Cristo procurava mostrá-los ao longo do seu Sermão. Qualquer que seja o método, o princípio essencial é o devotamento a Deus. Quanto mais pensarmos em Deus e nele nos refugiarmos, tanto mais o amaremos e mais puros se tornarão nossos corações. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta -Ed. Pensamento, São Paulo - p.30/31)
www.pensamento-cultrix.com.br


terça-feira, 10 de junho de 2014

ALCANCEM A GRAÇA DIVINA

"Repetir o nome de Deus purifica o corpo e a mente. Tenham intensa fé no poder do nome de Deus e meditem sobre Ele. Se repetirem Seu nome, todas as correntes serão rompidas, vocês se tornarão pessoas destemidas e encontrarão a imortalidade.

O único objetivo das disciplinas espirituais é conhecer Deus - é alcançar Sua graça. A mente deve livrar-se das máculas provocadas por sentimentos como a luxúria e a cobiça. Sem que o coração seja purificado, a graça de Deus não pode revelar-se.

Sri Ramakrishna costumava dizer: 'Enquanto a agulha estiver recoberta de lama, não será atraída pelo ímã; se a lama for retirada, porém, sua atração pelo imã será algo natural.' Se alguém pensar em Deus, meditar e orar com sinceridade no coração, a lama que recobre a mente será imediatamente eliminada. Da mesma forma que a agulha é atraída pelo ímã, se a mente do homem sentir atração por Deus e purificar-se, a graça divina fluirá sobre ele e Deus se revelará. Sri Ramakrishna costumava usar o exemplo do policial e sua lanterna. Embora permaneça oculto nas sombras, com a ajuda da lanterna o policial pode ver qualquer um sobre quem apontar sua luz. Quem quiser ver o policial, deve pedir que ele vire a luz da lanterna para si mesmo. O mesmo acontece com a graça divina. Deus é a Luz do Conhecimento; para receberem a graça de vê-Lo, devem orar sinceramente e pedir que Ele aponte a lanterna sobre Si mesmo. Somente dessa forma vocês serão capazes de enxergá-Lo.

Enquanto o homem desejar as coisas do mundo, não lhe será possível sentir qualquer vontade sincera de conhecer Deus. Enquanto permanece distraída com seus brinquedos, a criança se esquece da mãe, mas assim que se cansa deles, começa a chorar e não ficará feliz enquanto não a encontrar. De forma semelhante, quando o homem se cansa dos brinquedos do mundo, seu coração passa a ansiar por Deus e ele empenha toda sua mente e vontade para encontrá-Lo."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo, 2011 - p.270/271)
www.vedanta.org.br


quarta-feira, 21 de maio de 2014

VOCÊ TEM AUTORIZAÇÃO DIVINA?

"Um grande mestre espiritual concentra as almas puras à sua volta e as ensina, não apenas por palavras, mas também através da transmissão efetiva de espiritualidade. Não lhes dá simplesmente autoconfiança; ilumina de fato os corações de seus discípulos e converte-os em luz do mundo. Somente aqueles que alcançaram a iluminação, através da união com a luz que mora no coração de todos, podem tornar-se a luz do mundo. Somente esses iluminados têm condição de ensinar a humanidade; somente eles podem dar continuidade à mensagem da encarnação divina. Quando Sri Ramakrishna encontrava alguém que desejava pregar a palavra de Deus, perguntava-lhe: 'Você tem autorização divina?' Somente quem já viu Deus pode receber sua autorização, sua ordem direta para ensinar. A religião se perverte quando ensinada por pessoas não iluminadas. Não é bom fiar-se num diploma obtido em escolas de teologia: os livros não podem dar a iluminação. Pode-se estudar as escrituras, filosofia, história - pode-se ser versado em teologia, dogmas e doutrinas, e fazer sermões maravilhosos - e, no entanto, permanecer ainda como criança no que tange à vida espiritual. A fim de transformar a vida das pessoas, é preciso primeiro acender a sua própria candeia.

De acordo com o Vedanta, há dois tipos de conhecimento. O primeiro, inferior, consiste no conhecimento acadêmico, como o das ciências e da filosofia. Mesmo o conhecimento das escrituras é considerado um conhecimento inferior. O segundo, o conhecimento superior, é a percepção imediata de Deus. A pessoa iluminada por esse conhecimento superior não precisa de informções enciclopédicas a fim de discorrer sobre as escrituras: ela ensina a partir da sua experiência interior.(...)" 

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 41/42)
www.pensamento-cultrix.com.br


sábado, 10 de maio de 2014

ENTREGUEM-SE A DEUS

"Sri Ramakrishna costumava dizer que o homem certamente alcançará Deus se possuir este três tipos de sentimento em grande intensidade: o amor que uma verdadeira esposa sente por seu marido, a atração do homem comum pelo mundo e o apego do avaro por suas riquezas. Isto significa que a mente deve ter foco único e ser completamente livre de desejos, exceto o desejo de conhecer e amar Deus. Sri Krishna declara no Bhagavad Gita:

Entregue todos os deveres a Mim, seu refúgio. Nada tema, pois Eu o salvarei do pecado e da escravidão. (Cap. 18, verso 66) Grifo nosso.

Entregue-se a Deus de todo coração. Busque refúgio em Deus. Ore incessantemente com o coração puro e sincero e repita: 'Ó Senhor, não sei discernir o que é bom para mim e o que não é. Dependo inteiramente de Ti. Conceda-me o que eu mais preciso para a vida espiritual. Conduza-me pelo caminho que me levará ao bem maior. Dê-me fé e força constantes para que eu possa recordar e meditar em Ti.'

Não é fácil dedicar-se de corpo e alma a Deus. Muitas pessoas vangloriam-se dizendo: 'Sou uma pessoa totalmente entregue a Deus e faço apenas o que Ele me diz para fazer.' Se observarmos suas vidas, porém, constataremos que as coisas são completamente diferentes. Pelo bem que fazem, reclamam para si o crédito e ostentam suas conquistas; mas quando os problemas e adversidades chegam, rebelam-se e jogam a culpa pelo desastre em Deus.

Julgamos os homens por suas ações. Deus, porém, consegue enxergar suas mentes em profundidade. Estejam certos de uma coisa: Deus revela-Se para aquele que ora com sinceridade no coração. Sejam puros de coração e façam com que suas palavras sejam sempre a expressão exata de seus pensamentos. (...)"

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo - p. 229/230)
www.vedanta.org.br


sexta-feira, 9 de maio de 2014

CONHECENDO O VEGETARIANISMO (1ª PARTE)

"A palavra vegetarianismo vem do latim ‘vegetus’, significando aquilo que é vivo, fresco, saudável. O vegetarianismo tem suas raízes na Índia, alicerçado na tradição dos Vedas e praticado intensamente pelo hindus, jainistas e budistas, e chega ao ocidente através do filósofo grego Pitágoras que proclamava uma vida pura e livre de alimentos cárneos. A ética pitagórica prevaleceu na época, séc. VI a.C., como uma base moral de abstenção de matar animais para se alimentar e todos os que o seguiam e se alimentavam de uma dieta livre de carnes eram chamados de ‘pitagóricos’ e só em 1847 nasce no ocidente a Sociedade Vegetariana do Reino Unido, sendo a palavra vegetarianismo cunhada pela primeira vez no ocidente. Porém, muitos séculos antes, o vegetarianismo era proclamado na Índia como a forma mais adequada para se alimentar, sustentado no princípio de ‘Ahimsa’.

A definição de Ahimsa (não-violência) abrange todo o ato de compaixão por todas as formas de vida. E a ética do Hinduísmo, Janaísmo e Budismo que estabelece o respeito pela vida. Ahimsa é praticada como uma restrição que consiste em não gerar sofrimento e dor a outros seres, tanto física como emocionalmente, e também, como uma prática ativa de benevolência e compaixão por todas as criaturas viventes. Ahimsa não é só evitar causar sofrimento e dor como também buscar positivamente meios para aliviar o sofrimento.

O vegetarianismo foi apoiado pelas diferentes tradições religiosas e filosóficas ao longo das eras como um meio de purificação e sutlização do corpo para promover a elevação da mente e assim, atingir o equilíbrio necessário para se atingir um estado mais em sintonia com a vida interna. (...)"

(Maria Laura Garcia Packer - Viver Vegetariano - Nova Letra Gráfica & Editora, Blumenaus/SC, 2010 - p. 14)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

RESGUARDE SUA MENTE (PARTE FINAL)

"(...) A pureza mental deve ser defendida. Não é impura a mente onde um pensamento maldoso, perverso ou negativo assoma, sem evocação voluntária. Trata-se de uma sintonia expontânea, uma captação involuntária de uma onda mental que não devemos aceitar. Nesta situação, não se oponha, não resista, não se sinta indigno pecador, não se julgue dotado de mente suja. Simplesmente não dê guarida ao pensamento. Não aceite. Evite lutar contra. Apenas, não aceite.

Mantenha vigilância e, assim, resguarde sua mente. Procure aperceber-se de quando e como ocorrem tais nocivas sintonias involuntárias. Procure também sustar as associações de ideias ou de imagens inadequadas à saúde, à paz e a Deus.

Ainda mais eficiente do que a ação passiva de defender-se é manter a ativa sintonia voluntária para Deus, para a Paz e para a Saúde. Ocupe sua mente com Deus. Se ela já se acha ocupada com o Divino, não há como sintonizar com o que não presta. São as mentes vazias e ociosas que caem presas do medo, do pornográfico, da inveja, da doença, do crime, da corrupção, da angústia...

Se a mente está em abandono e vaga, o pensamento deletério invade-a e nela se instala. Se ela está sintonizada com o bem, tal invasão não se dá. Transforme sua mente em emissora potente de bons pensamentos, de vibrações saudáveis, de sentimentos de paz, fraternidade e benevolência, de irradiação curativa, graças ao amor e à compaixão.

Vigie sua mente. Não a deixe ao léu, à disposição do que vier do plano mental. Não alimente, mas não se esforce para expulsar o mau pensamento. Ocupe-se com pensamentos divinos e vibrações de paz. Passe à 'ativa' e emita para este mundo necessitado suas vibrações poderosas, de tudo que é bom e condizente com a felicidade de todos os seres. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 174/175)


sexta-feira, 11 de abril de 2014

KARMA YOGA

"De acordo com a karma yoga, uma ação não pode ser destruída enquanto não der frutos; nenhum poder na natureza pode impedir seus resultados. Se pratico o mal, terei de sofrer por isso; não há poder no universo capaz de deter ou interromper isso. Se pratico uma boa ação, não há poder no universo que impeça seus bons resultados. Obrigatoriamente a causa produz o efeito. Nada pode prevenir ou impedir isso.

Chegamos agora a um ponto muito delicado e importante da karma yoga; nossas ações, boas ou más, estão intimamente relacionadas umas às outras. Não podemos traçar uma linha demarcatória e afirmar que essa ação é completamente boa e a outra, completamente má. Não existe ação que não produza bons e maus frutos ao mesmo tempo. (...)

O que se pode concluir disso? Por mais que tentemos, não pode existir ação perfeitamente pura ou perfeitamente impura, considerando pureza e impureza no sentido de prejudicar ou não prejudicar os outros. Não podemos respirar ou viver sem causar algum mal, e cada porção de alimento que ingerimos é tirado da boca de outra pessoa. Nossas próprias vidas estão pressionando outras vidas. Pode ser a de homem, animais ou alguns pequenos micróbios, mas forçosamente barramos algumas formas de vida. Sendo assim, concluímos realisticamente que a perfeição não pode jamais ser obtida pela ação. Podemos agir por toda a eternidade sem encontrarmos a saída desse complicado labirinto. Você pode agir incessantemente, porém essa inevitável combinação de bem e mal que resulta da ação, jamais terminará.

(...) Vimos que quando ajudamos o mundo, ajudamos a nós mesmos. O que fazemos em benefício dos outros tem como principal consequência a nossa purificação. Ao esforçar-nos constantemente para fazer o bem, tentamos esquecer-nos de nós mesmos. Esquecer o self é a grande lição que precisamos aprender na vida. (...) Cada ato de caridade, cada pensamento de compaixão, cada ajuda que prestamos, cada boa ação reduz bastante a arrogância do nosso pequeno self, pois faz com que nos consideremos criaturas mais modestas e insignificantes, o que é muito bom."

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 230/233)


sábado, 22 de março de 2014

ATMAN

Como uma Chama sem fumaça, do tamanho de um polegar, assim é o Atman – o Senhor do Passado e do Futuro, que é o mesmo tanto hoje como amanhã.

"Aqui, o Atman é descrito como Chama sem fumaça – o que significa isso? Quando essa fumaça surge na Chama? Ela surge, obviamente, quando há impurezas. Enquanto as impurezas durarem, deve haver fumaça. Mas Atman é completamente puro e incorruptível, e isso significa chama sem fumaça. Yama diz que Atman é o Senhor do Passado e do Futuro, porque ele transcende o processo do tempo. Ele é imanente no tempo e também está além do tempo. O tempo simboliza mudança, mas Atman permanece imutável mesmo no meio da mudança. Yama declara isso ao dizer que Atman é ‘o mesmo tanto hoje como amanhã’. Pelo fato de que é imutável, ele é o iniciador de todas as mudanças. Atman não é estático. Na verdade ele é o centro imutável de uma mobilidade interminável."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 76/77)


quarta-feira, 12 de março de 2014

ANTES QUE A ALMA POSSA ERGUER-SE NA PRESENÇA DO MESTRE, SEUS PÉS DEVEM SER LAVADOS NO SANGUE DO CORAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) A visão do Mestre só poderá vir ao peregrino espiritual quando seus olhos, ouvidos e palavra tiverem sido purificados. E esta purificação é, com efeito, a profunda experiência da solidão. Ver e não verter lágrimas; ouvir e não sentir-se ofendido; falar e não ferir - isso somente é possível quando a mente recebe o desafio da vida, porém não emite qualquer resposta proveniente de sua esfera de memórias. Quando há somente o desafio e não há resposta, encontra-se o caminho, pois a mente é iluminada do alto. Enquanto a mente se debate no escuro para encontrar um caminho, ele não pode ser encontrado, pois a mente está perdida no matagal de suas próprias projeções. É somente quando a mente cessa de projetar - de lançar sua própria sombra - que a senda pode ser vista. 'Sua Luz mora sempre em nosso meio' - porém a mente, ao lançar suas próprias sombras, impede-nos de ver essa luz. A mente precisa perder a sua opacidade e tornar-se transparente, para que o caminho possa ser iluminado. A transparência da mente é, com efeito, um estado de solidão, porque ela foi despida de tudo quanto possuia. Ela nada tem a que se ater: nem substância nem sombra. É certamento o supremo estado espiritual, no qual a mente se tornou vazia."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 37/38)

segunda-feira, 10 de março de 2014

ANTES QUE A VOZ POSSA FALAR NA PRESENÇA DOS MESTRES, DEVE TER PERDIDO O PODER DE FERIR (PARTE FINAL)

"(...) Uma experiência representa um desafio, enquanto o ser humano não a tiver definido. Um objeto ou uma experiência inanimados requerem sua apurada e constante atenção. É por um desejo de segurança que o ser humano se mostra sequioso por definir um objeto ou uma situação. É bem verdade, que sem um nome a vida social se torna impossível. (...) Nos nomes, acumulam-se todas as nossas lembranças ou associações psicológicas. Assim, à diferenciação verbal, adicionamos este fator de associação psicológica. Destarte, quando uma palavra é proferida ou um nome é pronunciado, existe todo o lastro de associações passadas ou lembranças presentes. É este lastro que se torna a fonte de nossa linguagem. Em outras palavras, nossa linguagem surge da mente condicionada por associações e memórias passadas.

Raramente dizemos uma palavra pura ou pronunciamos um nome puro. Nossas palavras e nomes são contaminados pelo toque do passado. É esta contaminação que dá a força de ferir às nossas palavras. Mesmo as palavras polidas e agradáveis, se emergirem desta mente contaminada, produzem uma sensação dissonante nos que as ouvem. Não é, portanto, a forma da linguagem o que importa, e sim, a sua origem. Tudo que brota de uma fonte pura e não contaminada, tem de ser fresco e vital e não pode causar nenhum dano. Mas a mente não contaminada está totalmente solitária, porque um contato ou apego a qualquer coisa produz contaminação. A mente  deve tornar-se incorruptível, antes de ser uma fonte de linguagem pura e não contaminada. Assim, antes que tua voz possa falar na presença do Mestre, o corruptível deve revestir-se de incorruptibilidade; a mente contaminada deve tornar-se pura e imaculada. E a mente que é pura permanece absolutamente solitária. A voz que emerge desta solidão, pode, sem dúvida, não ter nenhuma possibilidade de ferir."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34/36)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A ANULAÇÃO DO DESEJO

"Dizem-nos com frequência que precisamos matar o desejo; cumpre lembrar, no entanto, que o processo é gradual. Os desejos mais baixos e grosseiros, indicados pela palavra sânscrita karma, devem ser extirpados inteiramente antes de se poder realizar algum tipo de avanço, mas, na acepção inglesa da palavra, todos ainda temos alguns desejos, e, provavelmente, os teremos durante um longuíssimo tempo por vir. Desejamos intensamente, por exemplo, servir o Mestre; tornar-nos seus discípulos; ajudar a humanidade. Esses também são desejos, mas não devem ser mortos. O necessário é matar o inferior e alcançar o superior, vale dizer, purificar os desejos e transmudá-los em aspirações. 

Mais adiante, outra transmutação ocorrerá. Por exemplo, agora queremos progredir; mas tempo virá em que estaremos tão seguros disso que deixaremos de desejar, porque sabemos que durante o tempo todo o desejo estará prosseguindo, tão depressa quanto nos é possível, e porque queremos que prossiga. O desejo, então, transmuda-se em resolução. Neste ponto já não pode haver arrependimento de nada; fazemos o melhor que nos é possível e sabemos que, em resposta a isso, o melhor terá de vir. Algumas pessoas desejam intensamente ganhar esta ou aquela qualidade; não desperdicemos a nossa força desejando ou ansiando por alguma coisa, senão querendo-a.  

Do mesmo modo se diz que devemos matar a 'forma lunar', o que quer dizer, o corpo astral. Mas isso não significa que o corpo astral deve ser destruído, nem que devemos ser despojados de sentimentos e emoções. Se tudo fosse assim, não teríamos simpatia nem compreensão pelos outros. O que se pretende dizer é que deveríamos conservá-los completamente sob controle, que deveríaos ter a faculdade de 'matar a forma lunar' à vontade. Embora necessária, a pureza não sigifica apenas a abstenção de defeitos específicos, senão o absoluto despojamento do eu. A ambição por exemplo, é uma forma comuníssima de desejo, mas nela há sempre um pensamento do eu. O adepto não pode ser ambicioso. Sua vontade identifica-se com a vontade do LOGOS, e ele quer a evolução. Somos todos parte do LOGOS, e nossas vontades são parte da Sua vontade. Somente quando não o compreendemos, criamos desejos em nossas linhas separadas."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 -  p. 112/113


terça-feira, 19 de novembro de 2013

KAIVALYAM

"Kaivalyam¹ é o estado no qual o Divino é experienciado como o Oniabarcante, como Vontade, como Atividade, como Ananda (Bem-aventurança), como Inteligência, como Existência. Você deve suprimir sua lerdeza (thamas), sublimar suas paixões (rajas) e cultivar pureza (sathva) tanto que se estabilize em kaivalyam. Você tem vindo através de thamas e rajas e agora está na região de sathwa, conforme simbolizado pelos dois portões, atravessando os quais você veio. Agora, você deve tomar a lição do símbolo da bandeira de Prasanthi para seu coração. Ela o instrui para ir além dos reinos da luxúria, do rancor e do ódio, para chegar a verdejante região do Amor. Fique sentado agora em prece meditativa e abra as pétalas do seu coração mediante Yoga, tanto que a Suprema Iluminação possa ser atingida."

¹ Kaivalyam - condição de isolamento. Acontece quando pairamos mentalmente longe e desidentificados com Prakritti  ou mundo material.

(Sathya Sai Baba - O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 205)


sábado, 26 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO E EMOCIONAL


"O corpo físico se transforma sem cessar, substituindo continuamente as partículas imperceptíveis de que é composto, restaurando-se por um trabalho sem fim. Ora, o corpo sendo formado por nossa alimentação, por líquido, pelo ar atmosférico, por partículas dos seres animados e das coisas que nos cercam, aqui embaixo, é possível purificá-lo metodicamente, escolhendo com critério seus elementos constitutivos, e assim, fazendo dele um veículo, um instrumento cada vez mais puro, suscetível de vibrações mais sutis, e mais apto para responder aos desejos puros e pensamentos nobres e elevados. 

Eis porque o aspirante aos Mistérios era submetido, em alimentos, abluções, etc. a regras determinadas, e resguardo no tocante às pessoas e lugares por ele frequentados. 

O corpo de desejos se transforma igualmente e de maneira análoga, mas aqui os materiais expulsos ou absorvidos o são pela ação dos desejos, que tem sua origem nos sentimentos, paixões e emoções. Se estas forem grosseiras, o corpo dos desejos o é igualmente; se forem puras, o corpo de desejos torna-se sutil e muito mais sensível às influências do alto. O homem consegue purificar tanto mais este veículo superior da consciência, quanto mais dominar sua natureza inferior, esquecendo-se completamente de si mesmo nos seus desejos, sentimentos e emoções, amando o próximo com menos egoísmo e cálculo."

(Annie Besant - O Cristianismo Esotérico - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 137/138)


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

AMOR INCONDICIONAL: APERFEIÇOAR OS RELACIONAMENTOS HUMANOS (1ª PARTE)

"O mundo, como um todo, tem esquecido o significado real da palavra amor. O amor tem sido tão maltratado e crucificado pelo homem, que muito poucas pessoas sabem o que é o verdadeiro amor. Assim como o azeite está presente em cada partícula da azeitona, o amor permeia cada partícula da criação. Definir o amor, porém, é muito difícil, pela mesma razão por que não se pode descrever completamente o sabor de uma laranja. Você tem que provar a fruta para conhecer seu sabor. Assim é com o amor.

No sentido universal, o amor é o poder divino de atração que, na criação, harmoniza, une, prende junto. (...) Aqueles que vivem em sintonia com a força atrativa do amor harmonizam-se com a natureza e com os seus semelhantes, e são atraídos para a união bem-aventurada com Deus.

'O amor comum é egoísta, sombriamente enraizado em desejos e satisfações' [dizia Sri Yukteswar]. 'O amor divino é incondicional, ilimitado, imutável. O fluxo do coração humano desaparece para sempre, ao toque extasiante do puro amor.' (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 146/147)


sábado, 28 de setembro de 2013

REENCARNAÇÃO E O PROCESSO DE PURIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

"Todas as nossas vidas se acham encadeadas uma às outras, e portanto, nenhuma se pode separar nem das que a precedem, nem das que se lhe seguem. Na realidade, só temos uma vida na qual o que nós chamamos vidas não são senão dias. Uma vida nova nunca se assemelha a uma folha em branco onde vamos inscrever uma história absolutamente nova; não faremos mais, em cada vida, do que inscrever um novo capítulo que vai continuar a desenvolver o velho enredo. É-nos igualmente impossível libertarmo-nos das responsabilidades cármicas duma vida precedente, como de nos desembaraçarmos dormindo das dívidas contraídas durante o dia; se contrairmos uma dívida hoje, não nos veremos livres dela amanhã; a exigência da dívida será apresentada inexoravelmente até que a paguemos. A vida do homem é uma coisa contínua, ininterrupta; as vidas terrestres acham-se encadeadas uma às outras e não isoladas. Os processos de purificação e desenvolvimento também são contínuos e devem prosseguir durante sucessivas vidas terrestres. Lá virá um dia em que todos deveremos principiar o trabalho; lá virá um dia em todos nos saciaremos das sensações da natureza inferior,em que nos saciaremos do jugo animal e da tirania dos sentidos.Quando tiver atingido essa fase da sua existência, o homem revoltar-se-á contra a sujeição, e, num rasgo de energia, decidir-se-á a arrancar os grilhões do seu cativeiro."

(Annie Besant - O Homem e os seus Corpos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 76/77)


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O QUE É SER UM TEÓSOFO

"É fácil tornar-se um teósofo. Qualquer pessoa com mediana capacidade intelectual e com certa inclinação para a metafísica; que leve uma vida pura e altruísta, que encontre mais alegria em ajudar o seu próximo do que em receber ajuda para si mesmo, que esteja sempre pronta a sacrificar os seus prazeres pessoais em benefício dos outros; que ame a Verdade, a Bondade e a Sabedoria simplesmente pelo que são em si mesmas, e não pelo benefício que delas possa auferir – é um teósofo. 

Algo completamente diferente, porém, é trilhar o caminho que conduz ao conhecimento do que é bom fazer, assim como ao reto discernimento entre o bem e o mal; um caminho que também conduz um homem até aquele poder através do qual ele pode fazer o bem que deseja, muitas vezes sem precisar, aparentemente, levantar um dedo sequer."

(H. P. Blavatsky - Ocultismo Prático - Ed. Teosófica, Brasília - p.108/109)


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PURIFICAÇÃO

"O exame clarividente feito na aura do corpo mental mostra que quando uma pessoa desenvolve um preconceito sobre qualquer assunto tem lugar uma transformação na região do corpo mental que corresponde a esse tipo de pensamento. Como os estudantes de ocultismo muito bem sabem, os diferentes tipos de pensamento têm diferentes áreas de localização no corpo mental, exatamente como as diferentes zonas do cérebro correspondem aos diferentes sentidos e tipos de atividades mentais. Quando uma pessoa sofre de preconceito profundamente arraigado sobre um objeto qualquer é afetada a região do corpo mental que corresponde a esse objeto. A matéria mental nessa região cessa de circular livremente e uma condição não saudável se estabelece, resultando em que a mente perde a capacidade de pensar clara e corretamente sobre o objeto em questão. Se o número de tais preconceitos é grande e o corpo mental é desorganizado numa extensão considerável, então a capacidade para atividade sadia é enormemente limitada. No caso de um estudante de Sabedoria Divina todos esses complexos devem ser por ele resolvidos e sua mente tornada aberta e livre, antes de poder servir como instrumento do eu Superior. Mesmo em assuntos pertinentes à nossa vida comum, sabemos que efeito paralisante os vários preconceitos exercem em nossa atividade mental e como estreitam a nossa visão de conjunto. A presença de tais distorções é ainda mais desastrosa para o aspirante depois de seu conhecimento espiritual, porque ele tem que trazer para o corpo mental o conhecimento proveniente dos planos superiores. Ele deve eliminar por completo todas as amarras se deseja ter um instrumento digno de confiança e saudável para seu trabalho mental."

(I.K. Taimni - Autocultura à Luz do Ocultismo - Ed. Teosófica, Brasília, 1997 - p. 99)


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

BUDISMO (3ª PARTE)

"(...) Descrever os ensinamentos do Budha como um mero sistema árido, separado da vida do próprio Ser Abençoado, iria privá-los da força inspiradora que os tornava agradáveis àqueles que os ouviam e da grande influência que exerciam sobre as vidas dos homens.

Eras intermináveis de vidas inumeráveis ele deixou para trás antes de nascer na cidade de Kapilavastu, no palácio do rei – nascido pela última vez neste planeta, nascido para alcançar a iluminação. Passo a passo ele escalou a longa escada da existência; vida após vida de autossacrifício e devoção o levaram da humanidade terrestre à humanidade divina, da humanidade divina à posição de um Bodhisattva, da posição de um Bodhisattva à de um Budha, para se tornar um da série de supremos instrutores de deuses e de homens. No vale do Ganges, cerca de cem milhas a noroeste da cidade sagrada de Varanasi, nasceu essa criança, e dizem que os devas lançaram flores sobre mãe e filho, que toda a natureza se regozijou pelo seu nascimento, sabendo o trabalho que ele deveria realizar no mundo.

A data do seu nascimento é, segundo os cingaleses, 623 a.C., e 685 a.C. segundo os tailandeses. Ele recebeu o nome de Siddharta, ‘Aquele que realizou seus propósitos’. O nome foi dado devido a uma profecia feita logo após o seu nascimento, de que a criança seria um poderoso instrutor e um iluminador das nações da Terra; mas enquanto jovem, ele foi aparentemente ignorante do seu poderoso destino.

Esse é um problema que tem causado dificuldades a muitas mentes: como é possível, para alguns dos maiores seres nascidos no mundo, que o conhecimento de sua própria grandeza lhes permaneça oculto durante algum tempo. A mesma coisa aconteceu com Rama, que nos seus primeiros dias não mostrava qualquer conhecimento de que era um avatar do Supremo. Assim foi com o Budha; levando uma vida nobre, bela e pura, como menino, como jovem, até quando do seu casamento com sua prima, e durante um ano ou dois após; mas era uma vida que aparentemente não reconhecia sua própria grandeza, não compreendia ainda sua missão ou papel que tinha de desempenhar. (...)"

(Annie Besant - Sete Grandes Religiões - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 73/79)