OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 25 de junho de 2015

A PUREZA DE CORAÇÃO E MENTE NOS TORNA RECEPTIVOS

"Jesus disse: 'Senhor (...) Tu ocultaste estas coisas aos sábios e aos entendidos, e as revelaste aos pequeninos.'³ Estas palavras referem-se à pureza da natureza infantil: confiante, pura e amorosa - pois ainda não adquiriu os hábitos que resultam de lidar com o mundo. Diz-se que até os sete ou oito anos de idade a consciência da criança ainda não mergulhou totalmente no mundo. Por isso é comum ouvir as crianças dizer coisas maravilhosas e mencionar a vida além desta vida, pois elas acabam de chegar do mundo astral. A não ser que tenham sido muito materialistas em vidas anteriores, a mente e o coração das crianças ainda estão puros - até que o mundo as apanhe de novo. 

'Sábios e entendidos', por outro lado, nem sempre significa puros. Uma pessoa pode estar tão enamorada de seu próprio intelecto que se torna presunçosa; acha que sabe mais do que os outros. A esse tipo de pessoa Deus não Se revela. Ele responde aos que têm a natureza simples, amorosa e confiante, como a de um filho pela mãe - aberta e receptiva. Este relacionamento com Deus pode ser cultivado se mantivermos a consciência acima da influência dos desejos, emoções e apegos."

³ Mateus 11:25.

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 23/24
http://www.omnisciencia.com.br/intuicao/p


sexta-feira, 15 de maio de 2015

O REINO DOS CÉUS

"Com efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.

Os escribas e os fariseus esquecem o primeiro mandamento: 'Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente.' São pessoas muito éticas, corretas em seu modo de vida; prendem-se, porém, às formas e observâncias exteriores, o que os leva à intolerância, à estreiteza e ao dogmatismo. A justiça que ultrapassa a dos escribas e dos fariseus é exatamente o oposto disso. É uma ética que encara a observância das formas e dos rituais não como um fim em si mesmo, mas como meios para entrar no reino dos céus.

Deus está além do bem e do mal relativos. Ele é o Bem absoluto. Quando nos unirmos a ele em nossa consciência, vamos além da justiça relativa. Essa verdade é com frequência mal compreendida: não significa que devamos desculpar a imoralidade, pois a ética é o fundamento real da espiritualidade. Ao nos iniciarmos na vida espiritual, é preciso que nos abstenhamos conscientemente de fazer mal aos outros; que nos abstenhamos da mentira, do roubo, do desregramento e da avidez; impõe-se que observemos a pureza física e mental, o contentamento, o autocontrole e a lembrança contínua de Deus. 

Mas o desejo de viver uma vida verdadeiramente ética e de praticar as disciplinas espirituais vem-nos apenas se decidirmos viver o primeiro mandamento - se aprendermos a amar a Deus e a lutar por manifestá-lo. Sem este ideal, a moralidade degenera para o decoro externo dos escribas e dos fariseus. Se, porém, o primeiro mandamento é observado, então o segundo se segue como decorrência natural. Quando amamos Deus, precisamos amar nosso próximo como a nós mesmos - porque nosso próximo é o nosso próprio eu.

Pela prática do autocontrole, pela contenção interior das paixões, desenvolvemo-nos espiritualmente na direção da união com o Deus absoluto. A pessoa que atinge este estágio supremo não precisa fazer distinção consciente entre o certo e o errado, nem praticar o autodomínio. A santidade e a pureza tornam-se sua verdadeira natureza. Ela transcende a justiça relativa e entra no reino dos céus."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 51/53


domingo, 22 de março de 2015

FAÇA DA ROTINA DIÁRIA UM CAMINHO DE LIBERTAÇÃO

"O Senhor não será movido por comentário estritamente erudito. Ele só se agrada com a prática real, efetiva; com o genuíno esforço; com sincero empenho; com incessante diligência para purificar a mente. A luta deve ser alerta e ativa, até a meta ser alcançada. Alguém perguntou a Ramana Maharishi: 'Por quanto tempo devo engajar-me em dhyana (meditação)?' O Maharishi respondeu: 'Até chegar a perder toda percepção da experiência de dhyana.' Na peça Dhruva que os jovens acabam de encenar, o atorzinho que representava Dhruva, sentava, reto e tenso, dando-nos a impressão de que estava perdido em dhyana; mas tal comicidade não merece consideração. Em real meditação, logo você supera a noção 'eu estou praticando dhyana'.

De fato, cada momento na vida deve ser utilizado para dhyana. É a melhor forma de viver. Quando for varrer seu quarto, convença a si mesmo da necessidade de também varrer o coração para o purificar; ao cortar legumes, sinta que também a ambição e o desejo devem ser cotados em pedaços; ao prensar o chapati (um tipo de pão feito nas casas indianas) para o tornar maior, deseje que, igualmente, seu amor se torne maior, abrangendo círculos cada vez maiores, até atingir as regiões onde vivem estranhos e mesmo os inimigos.

Este é o meio pelo qual você poderá fazer de seu lar uma ermida, e da rotina quotidiana um caminho de libertação."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 106)

segunda-feira, 2 de março de 2015

COMPAIXÃO E VOTOS DE BUDA

"3.  Buda educou-se, primeiro, em ser amável para com toda a vida animada e em evitar o erro de matar qualquer criatura, e depois então desejou que todos os homens pudessem conhecer a ventura da longa vida. 

Buda educou-se em evitar o erro do furto, para que, assim os homens pudessem ter tudo aquilo que desejassem.

Buda educou-se em evitar o adultério, e, com essa virtude, desejou que todos os homens pudessem conhecer a ventura de uma mente pura para que não sofressem com os desejos insatisfeitos.

Buda, quando buscava seu ideal, educou-se em evitar a mentira, e então, com esta virtude, desejou que os homens pudessem conhecer a tranquilidade da mente que advém com o cultivo da verdade.

Educou-se em evitar toda a falsidade, e desejou então que os homens pudessem desfrutar da alegria do coleguismo entre aqueles que seguiam o seu ensinamento.

Educou-se em evitar a ofensa a outrem, e então desejou que todos pudessem ter a mente serena que advém do viver em paz com os outros.

Evitou as vãs conversas, e então desejou que todos conhecessem a ventura da mútua e harmoniosa compreensão.

Buda, na busca de seu ideal, evitou a avareza, e então, com esta virtude, desejou que todos conhecessem a tranquilidade que advém de uma mente livre de toda a cobiça.

Evitou a ira, e então desejou que todos se amassem uns aos outros.

Educou-se em evitar a ignorância, e então desejou que todos pudessem entender e não nigligenciassem a lei da causalidade.

Assim, Buda, com sua misericórdia a todos envolvente, não almejava senão a felicidade dos homens. Ele ama a todos, assim como os pais amam seus filhos e a eles deseja a mais alta ventura, isto é, que eles possam transpor este oceano da vida e da morte."

(A Doutrina de Buda - Bukkyo Dendo Kyokai (Fundação para propagação do Budismo), 3ª edição revista, 1982 - p. 33/35)


sábado, 14 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO MENTAL¹

“(§09) Teu corpo mental deseja pensar em si mesmo orgulhosamente separado, pensar muito em si mesmo e pouco nos outros. Mesmo quando tu o tiveres desviado das coisas mundanas, ainda tentará especular para si, fazer-te pensar em teu próprio progresso, em vez de pensar sobre a obra do Mestre e em auxiliar os outros. Quando tu meditares, tentará fazer-te pensar sobre as inúmeras diferentes coisas que ele deseja, em vez de pensar na única coisa que tu queres. Tu não és esta mente, mas ela é tua para que a uses; assim, aqui novamente o discernimento é necessário. Tens de vigiar incessantemente, ou falharás.” 

Nos excertos de Cartas dos Mestres de Sabedoria, Editora Teosófica, às páginas 131, temos: "Não foi frase vazia do Tathagata ao dizer: ‘aquele que domina o Eu é maior do que aquele que vence milhares de indivíduos na batalha’; não há luta mais difícil. Se assim não fosse, o Adeptado seria conquista de pouca valia." Nessa frase o Mestre K.H. nos aponta a grande empreitada que temos até que purifiquemos o nosso corpo mental, uma vez que assim como o corpo astral ele também está sob a ação de forças primitivas.

Mas não podemos deixar de analisar que existe uma relação simbiótica entre o corpo astral e o mental, uma vez que ao pensar, logo sentimos e se sentimos, imediatamente pensamos. Assim temos Kama-Manas e no Vedanta Manomaya-kosha para designar esses corpos. E até o homem despertar para o fato de que esses corpos são veículos de consciência e que devem ser purificados, a mente inferior serve às necessidades do corpo astral. Porém, conforme a mente for se desenvolvendo, vai conseguindo cada vez mais controlar os impulsos e desejos do corpo astral. (I. K. Taimni, Autocultura, 1997)

O alerta que está contido neste 9º parágrafo é para aqueles que já estão buscando a purificação mental, mas que ainda podem ser vítimas de desejos mais sutis do que o envolvimento com as “coisas mundanas”. Desenvolver demais o intelecto sem trabalhar o amor, a compaixão, enfim colocar em prática o que é estudado, até a meditação poderá servir como um meio para camuflar um ego inflado. É nesse ponto que entra o discernimento, que em sânscrito é conhecido como Viveka. E o “orai e vigiai” é de fundamental importância, para que não caiamos nas armadilhas do ego. E, ao cair, poder identificar logo, para expurgar sensações e pensamentos que nos prendem à frequências mais baixas, impedindo que o mental inferior se torne um instrumento eficaz para a consciência superior.

¹  Comentários sobre o parágrafo 9º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.25/26

Tirza Fanini


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (PARTE FINAL)

E o que são esses elementais que interagem conosco dificultando o nosso trabalho de purificação dos nossos corpos físico, astral e mental? Por que muitas vezes reagimos de determinada forma a algo com ira, inveja, palavras ásperas e até agressões físicas, se já sabemos que essas atitudes não são as corretas?

Antonio Geraldo Buck, no Manual Básico de Teosofia, nos informa: “É de fundamental importância o entendimento sobre o funcionamento dos reinos elementais da natureza, porque eles estão no homem, fazendo parte da sua constituição mental e astral. Ora, tais reinos estão numa evolução descendente e, portanto, necessitam de vibrações mais grosseiras para se densificarem (...)”.

Os elementais não são nem bons e nem maus, simplesmente provenientes do Segundo Aspectos do Logos. Esse fluxo de vida ao adentrar no plano mental Superior após construir formas, passa a habitá-las. Esse é chamado de primeiro Reino Elemental, o qual com a finalidade de alcançar o reino mineral, passa a densificar-se, uma vez que está numa evolução descendente. Continuando nesse processo de involução, a essência elemental ao chegar no plano mental inferior é denominada de Segundo Reino Elemental e ao “descer” um pouco mais, habitando o plano Astral é conhecida como Terceiro Reino Elemental, ou elemental do desejo.

Se pararmos para refletir que esses elementais estão sendo impulsionados para uma densificação no arco descendente e nós estamos buscando purificação de nossos corpos através do arco ascendente, concluiremos que enquanto não despertamos para a necessidade de nos tornarmos melhores, vamos não só interagindo com esses elementais do desejo, mas também alimentando-os e nesse processo simbiótico é que vai sendo gerado uma ligação a qual perdura mesmo após o desencarne. Segundo C. W. Leadbeater em A Vida Interna, no momento do desencarne o elemental do desejo sabe que com o fim do corpo físico seguir-se-á também a morte do corpo astral e o fim das suas sensações densas, por isso ele procura preservar o corpo astral, dispondo-o em camadas, as mais densas e grosseiras na parte externa. Isso, fará com que a pessoa só perceba o subplano correspondente à camada mais externa, impedindo de transitar por todos os subplanos do astral como o fazemos enquanto encarnados. É uma prisão até que termine a vida astral. Esse processo pode ser evitado quando através da purificação do corpo astral controlamos o elemental do desejo não só enquanto encarnados, mas após a morte. 
   
No processo de evolução ao buscarmos responder às sensações menos densas, mais sutis, temos que ir cortando os vínculos formados com esses elementais. E é aí que começa o conflito interior, a luta entre o bem e o mal dentro de nós mesmos. (Jinarajadasa, Fundamentos de Teosofia)

Esse conflito humano impulsionado pelos elementais de um lado e pelo Ego do outro, é muito bem mencionado pelo apóstolo Paulo, em Romanos VII-19 a 23: Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

Tendo conhecimento desse lado oculto da nossa constituição, só nos resta arregaçarmos as mangas e partirmos para um trabalho interior, onde fortificados pela auto-observação, meditação e estudo, conscientizemo-nos de que somos seres espirituais em busca da autorrealização.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24

Tirza Fanini


quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

PURIFICAÇÃO DO CORPO FÍSICO¹

(§07) O corpo é teu animal - o cavalo sobre o qual montas. Portanto deves tratá-lo bem e cuidar bem dele; não deves sobrecarregá-lo de trabalho, deves alimentá-lo corretamente, só com alimentos e bebidas puros, e mantê-lo sempre minuciosamente limpo, sem o menor resquício de impureza. Pois sem um corpo perfeitamente limpo e saudável, não podes realizar a árdua tarefa de preparação, nem podes suportar o seu incessante esforço. Mas deves ser sempre tu quem comanda o corpo, e não ele quem comande a ti.”

No parágrafo anterior, o sexto, nos foi mostrado a necessidade do controle sobre o corpo físico. Evidentemente que depois de dominá-lo, deveremos passar para a purificação desse corpo. Mas o que é pureza? Taimni em seu livro Autocultura – à Luz do Ocultismo nos fala: “Pureza, não somente no que concerne ao físico, mas também aos veículos emocional e mental, significa a preponderância em nosso veículo dos componentes, das combinações de matéria, que podem responder facilmente às vibrações mais elevadas, e não responder às inferiores.”

Se partirmos da ideia de que o corpo físico é o veículo da alma neste plano de matéria densa, então deveremos primar para que ele tenha um bom desempenho, a fim de que consiga responder prontamente aos anseios do Ego. Por isso que aqueles que estão no caminho do Ocultismo buscam purificar o físico através de alimentos e bebidas puros. Taimni nos explica a importância de se conhecer a natureza dos alimentos em relação à sua influência na capacidade vibratória do corpo: “A classificação mais familiar é a divisão em três grupos: Tamasico, Rajasico e Sattvico. Alimentos Tamasicos são aqueles que estimulam a inércia, Rajasicos aqueles que produzem atividade e Sattvicos aqueles que produzem harmonia e ritmo. É no último grupo que o aspirante espiritual tem que fazer, tanto quanto possível, a sua seleção

Evidentemente, que a purificação do corpo físico não se atém somente aos alimentos e bebidas, uma vez que a saúde física também é muito importante, pois é ela que vai dar a predisposição para o trabalho, o bem-estar geral, uma vez que um estado de saúde comprometido causa constante distração da mente, segundo Taimni.

Portanto, podemos concluir que tornar o corpo físico um veículo condizente para a alma é uma tarefa de muitas encarnações, pois não é fácil dominá-lo. Força de vontade, perseverança, conhecimento da constituição oculta do homem e ter o entendimento de todo o processo pelo qual se deve passar para tornar esse corpo um instrumento apropriado para que a alma possa experienciar os níveis de matéria densa, é o objetivo de todos os que resolvem trilhar o caminho do ocultismo.

¹. Comentários sobre o parágrafo 7º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.19/21

Tirza Fanini


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

PERDOAR

"Enquanto não nos firmamos na virtude do perdão, não alcançaremos pureza de coração que nos propicia a visão de Deus. A prática do perdão é, pois, de importância fundamental para o aspirante à espiritualidade. No Sermão da Montanha, como vimos, Cristo insiste repetidamente nesta prática. Ele ensina a clemência,  a reconciliação e o perdão das dívidas. Mas, além do Sermão, os Evangelhos registram muitos exemplos em que Cristo prega o perdão, tanto preceituando como dando ele próprio o exemplo. Quando Pedro lhe perguntou: 'Senhor, quantas vezes meu irmão pode pecar contra mim, e eu devo perdoá-lo? Até sete vezes?' Respondeu Cristo: 'Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.'

Cristo jamais condenou os que prejudicaram os outros ou a ele próprio. Abençoou-os, dizendo: 'Vai e não peques mais', 'Teus pecados estão perdoados'. E na sua oração da cruz, pediu ele ao Pai que perdoasse a ingnorância dos homens, 'porque eles não sabem o que fazem'.

Todos os grandes mestres espirituais enfatizaram a importância do perdão na vida espiritual. Disse Buda: 'Se um homem tolamente me prejudicar, dar-lhe-ei em troca a proteção do meu amor incansável; quanto maior o mal que dele vier, maior o bem que sairá de mim... Limpa o teu coração da malícia e cuida de não odiar, nem mesmo teus inimigos; antes, abraça com bondade todos os seres.'

Concordam esses mestres que, se nos faltar o perdão, se guardarmos pensamentos de raiva ou ódio, causaremos mal a nós próprios bem como aos demais. Eles nos orientam a fim de que ergamos ondas de pensamentos - pensamentos de amor e compaixão - de tal modo que fiquemos em paz com o mundo e conosco mesmo.

Por que é difícil para a maioria de nós seguir o ensinamento do perdão? Porque quando alguém nutre inimizade por nós reagimos, sentindo-nos feridos. E o que fica mais ferido? O ego. O perdão talvez seja a maior de todas as virtudes, pois, se podemos perdoar realmente aos homens os seus abusos, colocamo-nos acima do ego, que nos impede a visão de Deus."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 105/106)


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

SEXO E VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Para terminar, eu diria que seu bem-estar e saúde psicossomática serão muito beneficiados se, sexualmente, você se comportar com pureza e castidade. Seja casto. Para isso, aprenda a amar integralmente, a partir do plano espiritual. Faça do ato sexual apenas uma parte do amor divinizado e divinizante. Seja natural. Atenda aos impulsos salutares e normais. Evite o artificial, o antinatural. Defenda-se contra a dissipação engendrada pela erotização industrializada de nosso tempo. Não caia na dependência erótica. (...)

Quando você e o ser amado se extasiarem mutuamente num olhar cheio de divina ternura e apenas com isso se sentirem plenamente satisfeitos, não pensem em impotência. Ao contrário, exultem, pois estão alcançando, na vida sexual, um plano inacessível aos animais e aos imaturos.

Sendo você um praticante de yoga, nem de leve receie impotência. A impotência ou frieza pode ter causa anatômica ou fisiológica. Quanto à primeira, às vezes só o trabalho cirúrgico. Quanto à segunda, o yoga resolve, quer se trate de anormalidade funcional, quer seja causada por desnutrição ou envelhecimento endócrino, quer seja de origem psíquica.

A prática do yoga proporciona muita energia sexual, mas, ao mesmo tempo, tranquilizando e reequilibrando a mente, vai corrigindo as causas psíquicas da genitomania.

O yoguim é rico em potencial, mas tem a tranquilidade sóbria de quem é soberano. A soberania nasce da equanimidade."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 236/237)
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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SEXO E VIDA (2ª PARTE)

"(...) Pobres daqueles que, sem as condições espirituais necessárias, fazem votos de castidade. Sob o peso das tensões e desequilíbrios de que caem presas, ou ostensivamente renunciam ao voto, ou resolvem a 'coisa' na base da moral clandestina (para os outros, são renunciantes, mas, às escondidas, 'dão suas voltinhas').

'Quem não pode com o peso não pega na rodilha', diz o refrão popular. Quem não tem condições espirituais para fazer renúncia ao sexo não deve fazê-la. Os verdadeiros yoguis não reprimem por medo ou por considerarem o sexo um empecilho à realização espiritual. Eles o fazem com o fim de transformar as energias sexuais em ojas, fulgor e força criadora do espírito e o fazem sem dar publicidade ao fato e sem qualquer violência contra a natureza. Eles não frustram ou recalcam a função sexual que, para eles, já deixou de ser uma necessidade. Sua renúncia é resultado de maturação espiritual e, por seu turno, concorre para maior evolução.

No entanto, pode-se fazer o sexo e gozar de seus prazeres, procriando, em estado de pureza, com castidade. Para os casados, a castidade (brahmacharya) consiste em não corromper a cópula, transformando-a em divertimento excitante do qual a luxúria expulsou o amor.

O sexo é um fenômeno holístico, comportando vários patamares ou níveis do ser. O amor conjugal verdadeiro e santo, começa pela união do espírito e termina no nível genital. Quando somente o último existe, estamos diante da anomalia, que nunca deixou de gerar decepção, desencanto, ciúme e até crimes passionais.

A segunda atitude extremada em relação ao sexo é exatamente o abuso. É expressão de uma forma de primitivismo ou desequilíbrio psíquico, que costumo chamar genitolatria, isto é, a busca desenfreada, inconsequente de prazeres apenas genitais, sem qualquer participação dos níveis mais sutis e refinados do amor. O disvirtuamento, a exacerbação, a aberração da função sexual, é doença e requer tratamento, e, infelizmente, tão frequente, que chega a ser normal. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 235/236)
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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

COMO VER COM CLAREZA (PARTE FINAL)

"(...) Quando estudamos a mente pura e a impura, ou a mente clara e a obscura, é como ver o sol encoberto pelas nuvens, que parece não fornecer luz e nem calor. Mas o sol está sempre lá; se as nuvens se dissiparem, ele brilhará novamente. A vasta mente que fornece algum tipo de inteligência a todas as criaturas está em toda parte, mas é obscurecida pelo desejo pessoal, egoísta.

Se todo desejo puder ser posto de lado, você irá, de acordo com certos instrutores espirituais, tornar-se iluminado. De maneira sutil, abra mão de tudo que você se apegou internamente. Você não tem que jogar fora a mobília, mas não se prenda a coisa alguma. Você deve usar as palavras 'eu' e 'meu' sem se sentir possessivo ou apegado.

Uma maneira simples de colocar isso é: 'Vou tomar um banho de chuveiro agora, mas isso não quer dizer que eu me sinta apegado ao corpo.' Embora por conveniência a pessoa possa usar um certo tipo de linguagem, o sentimento de desejo pessoal e todas as complicações que surgem a partir daí devem ser postos de lado. Então a mente será capaz de pensar de maneira lógica e sensível. Dizem que a mente impura é a mente com desejos, e que a mente pura não tem desejos.

Como pode a mente estar tão clara que compreenda o que é importante e o que não o é? Em Aos Pés do Mestre está assinalado que uma das qualificações para a correta discriminação é a clareza de visão. Se a pessoa for muito apegada às coisas que não são duradouras, o desapontamento é certo, e talvez também o sofrimento.

Nós não compreendemos que existem condições psicológicas que podem ser amplamente classificadas como sofrimento. Abrir mão é sofrimento, mas apego também é sofrimento, porque mais cedo ou mais tarde você terá que abrir mão. Muitas das coisas que consideramos prazerosas são na realidade fontes de dor, e a pessoa deve estar consicente para compreender isso. Se pudermos estar profundamente conscientes disso em nossos corações, a mente não perderá sua clareza."

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 29)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SERES ILUMINADOS

"A pessoa que viu Deus não carece de conhecimento acadêmico para ensinar religião. Seu coração foi purificado e iluminado e sua luz se irradia e conforta a todos. Ele não precisa sair à cata de discípulos. Sri Ramakrishna constumava dizer que, quando a flor de lótus desabrocha, as abelhas afluem de toda parte, espontaneamente, em busca do mel. 'Façam a lótus florir!' - repetia ele aos discípulos.

Quando um iluminado desse tipo aparece e os aspirantes espirituais se lhe agrupam em torno, eles não podem deixar de pensar em Deus e de amá-lo. Na presença dessa alma, eles sentem que a manisfestação de Deus é fácil. Essa foi a minha experiência aos pés dos discípulos de Sri Ramakrishna. Não é difícil de entendê-lo: não há mistério nisso. Quando se visita um advogado, que espécie de pensamentos nos ocorre? Pensamentos de natureza jurídica. Junto de um médico, pensamos sobre doenças e remédios. Tais pensamentos nos vêm porque a pessoa com quem estamos vive nessa atmosfera particular. Assim também com o homem santo. Você pode não saber nada a respeito dele, mas a prova será esta: quando se chega à sua presença, o pensamento de Deus nos advém, ainda que a pessoa santa possa estar falando de algo absolutamente diferente.

Na verdade, é preciso ser um buscador da verdade de Deus para que se tenha essa susceptibilidade à atmosfera espiritual. Se não estivermos interessados na manifestação de Deus, pode o próprio Cristo pôr-se a nossa frente para ensinar-nos - e nós não lhe daremos valor nem reconheceremos sua grandeza. Dar-lhe-emos as costas, como o fez a maioria das pessoas há dois mil anos passados. Mas, se formos aspirantes da espiritualidade e nos virmos diante de uma alma iluminada, não saberemos fazer outra coisa senão glorificar a Deus, porque em sua presença sentiremos a presença do Pai."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamentos, São Paulo - p. 42/43)

domingo, 2 de novembro de 2014

ALIMENTE SUA MENTE COM BONS PENSAMENTOS

"Saiba que o Atma é sua Realidade e também saiba que Ele é a Força Interna deste Universo. Que sua inteligência penetre tal Verdade. Analise-se e descubra os diversos níveis da Consciência: o físico; o sensório; o nervoso; o mental; o intelectual, e assim, alcance até mesmo o âmago do último nível - o da alegria. Os panchakosas¹ têm de ser transcendidos, tanto que você possa alcançar sua Verdade, a de que você é Atma.

O Atma pode ser apreendido somente por um acurado intelecto e uma mente pura. Como purificar a mente? Por mantê-la em jejum dos maus 'alimentos' atrás dos quais ela corre, isto é, os prazeres mundanos. Além do mais, é preciso nutri-la com 'alimentos' bons, principalmente o pensar em Deus. O intelecto se tornará acurado se se devotar à discriminação entre o efêmero e o eterno. Que seus pensamentos estejam concentrados em Deus, em Seu Nome e em Sua Forma. Você sentirá então que está sempre com o que é puro e duradouro; gozará de pura e prolongada alegria.  Eis por que dou tanta importância a namasmarana (repetição do Nome de Deus como disciplina espiritual)."

¹ Panchakosas - os cinco envoltórios, escondendo Atma.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era. Rio de Janeiro, 1993 - p. 54/55)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A IMPORTÂNCIA DOS MANTRAS (PARTE FINAL)

"(...) À medida que purificamos a nossa consciência nos desembaraçando dos planos vibracionais mais densos, caminhamos de volta para o sem-forma. A prática do mantra é uma técnica para nos harmonizar com estes níveis vibracionais mais sutis. Quando nos movemos cada vez mais profundamente no mantra, o som se torna o veículo que nos permite vivenciar ambas as metades do ato de criação e retorno, de modo que voltamos dos vários para o Uno, e depois do Uno para os vários, tudo dentro da extensão do mantra.

A vibração mecânica sozinha naturalmente não realiza isto. O mantra e o recitador do mantra não estão separados um do outro, e o poder e o efeito do mantra dependem da prontidão, da abertura e da fé daquele que está realizando a repetição. Na verdade, os mantras em si não fazem nada - tudo está ligado àqueles que trabalham com eles. Os mantras não são encantamentos mágicos; mantras de poder são somente sons, a menos que você seja o tipo de pessoa que tenha uma mente unidirecionada e características particulares de personalidade que fazem com que esses mantras de poder funcionem. Isto é, o que um mantra faz é concentrar o material que já existe em você. Ele somente o coloca em foco. É como uma lente de aumento sob o sol: a lente de aumento não tem calor e nem gera o calor, mas capta a luz solar e a concentra e a torna unidirecionada. O mantra é como uma lente de aumento para a sua consciência.

Os mantras podem ser utilizados como um meio de acalmar pensamentos e também para concentrá-los. Se vocês imaginarem a mente como sendo um oceano, com ondas de pensamento surgindo ao longo dele, as ondas indo a todas as direções devido às correntes das marés e dos ventos - nesse oceano um mantra estabelece um único padrão de ondas que gradualmente suplantam todas as outras até que o mantra seja o único pensamento-forma, existente. Então existe somente uma onda contínua atravessando a sua mente - indo e vindo, indo e vindo.

Digamos que estou dirigindo sozinho e que estou repetindo 'Rama, Rama, Rama, Rama, Rama'. Existe um quadro indo e vindo no qual escreve 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Olho para o velocímetro e ele se torna 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Penso: 'Eu poderia tomar um milk shake no próximo restaurante', e durante todo o tempo continuo a repetir 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Tudo vem e vai, vem e vai, tudo está 'mantralizado'. Tudo está convertido, Tudo virou Deus."

(Ram Dass - Caminhos para Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 153/154)
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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

HÁBITOS DESTRUTIVOS (1ª PARTE)

"Um corpo doente fica estressado, e uma mente com temores, esperanças e incertezas também se estressa. Esse estresse está em alta no mundo moderno, com sua filosofia de competitividade e autopromoção. Por isso bastante pessoas estudam o budismo, o Zen, o Vedanta, ouvem palestras e frequentam templos, tentando escapar de tudo.

O monge erudito Srngeri afirmou: ‘As pessoas acreditam que é necessário ir para uma floresta praticar tapas, mas ela pode ser praticada onde quer que se esteja.’ Tapas significa ‘queimar’ os elementos do mundanismo e da impureza. Tapas corporal inclui ser honrado, inofensivo e casto.  Tapas verbal são palavras corretas, que não causem dor, que sejam úteis, que levem ao autoconhecimento. Tapas mental é ser sereno, ter sentimentos puros e uma mente controlada.

Estar fora do mundo significa ser livre, controlar a própria vida sem ser levado a adotar atitudes, valores e crenças por compulsão. No Yoga-Vasishtha e na Bíblia, encontramos conselhos de Vasishtha e Jesus, respectivamente, para sermos como criancinhas. As crianças são felizes por natureza. Elas não lutam contra o mundo, não se preocupam em adquirir bens nem em se autoengrandecer. São apenas elas mesmas.

Em contraste, a essência do mundanismo expressa-se nos adultos em uma atitude de confrontação, consciente ou inconsciente. Mesmo em pessoas que não vivem em circunstâncias duras, o tempo todo existe algo que luta, em um nível sutil. Existe competição na família, no trabalho, nas outras obrigações. Então fatigados pela luta, as pessoas se esforçam para se livrar dela. Ainda não ousam permanecer quietas e em paz; querem sempre realizar algo, chegar a algum lugar. (...)"

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz -  Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 29/31)


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

MEMÓRIA CONSTANTE

"Através da pureza do intelecto surge a memória constante, e ao chegarmos à recordação correta todos os elos são completamente rompidos.


Memória Constante: esse é o caminho indicado no Upanixade Chandogya. O que torna a memória inconstante? É a pletora de imagens criadas pela mente, cada imagem demandando atenção da mente. A memória só pode ser constante se a percepção for constante. Somente se o homem vê os fatos e não as projeções da mente é que surge uma memória constante dos fatos. Um poeta inglês escreveu que nosso nascimento é esquecimento. Esquecemos de onde viemos, esquecemos nossa real natureza. Através da projeção de imagens foi construída uma natureza adquirida. Perdemos a base original da memória constante. Quando surge o vazio da plenitude aparente da mente, então naquele vazio surge uma recordação, o nascimento de uma memória constante. Vemos o que somos e é com esse conhecimento que retornamos ao mundo da ação de todo dia. Para aquele que viu sua real natureza o processo do vir-a-ser é alegria indescritível. Sua jornada na vida pode ser longa, mas o final não está distante, ele existe no próprio começo. Quando o final está no começo, a jornada com todos os seus perigos é uma experiência sensacional. Não se está preocupado em chegar. Para ele não há chegada, apenas a própria jornada. Quando a tensão e antecipação da chegada desaparecem, cada passo da jornada se torna uma experiência fascinante. Essa jornada para o aparente vazio leva-nos a uma experiência de intensa Plenitude, uma plenitude que permanece plena mesmo com a passagem do tempo. Porque é uma Plenitude que o tempo não pode tocar. É uma Plenitude que não conhece decadência, porque não é uma plenitude que foi preenchida com alguma coisa. É uma Plenitude de total vazio, de total nada, de absoluto vazio. A Plenitude do Vazio é realmente o Atman, o imortal e destemido, aquele que se expressa em todas as formas e ainda assim permanece supremamente Sem Forma."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003, p. 224/225)

terça-feira, 30 de setembro de 2014

O PODER DOS PENSAMENTOS (PARTE FINAL)

"(...) Pensamentos puros formam um escudo; como os pensamentos são entidades ativas, eles também estimulam o bem nos outros. Em algumas culturas antigas havia uma forte crença de que uma pessoa verdadeiramente espiritualizada não pode ser ferida internamente - e nem mesmo externamente. Aqueles que tentam ferir um ser sagrado apenas ferem a si mesmos, como o homem que tenta cuspir em outro que está acima e vê o cuspe cair sobre sua cabeça. 

Conta-se que, quando um criminoso violento se aproximou de Buda, a presença divina foi tão poderosa que suavizou e converteu o criminoso sem qualquer ação externa. O contrário também é verdade. Quando os pensamentos, os sentimentos, as fantasias e os desejos estão centrados em coisas negativas, e quando paixões como o orgulho, a inveja e o egoismo dominam a vida da pessoa, ela se abre a influências indesejáveis.

Como estamos continuamente povoando o ambiente com nossos pensamentos, e portanto afetando o mundo em que vivemos, temos uma grande responsabilidade. Quando fazemos parte de um grupo maior, como é o caso da Sociedade Teosófica, também temos a oportunidade de criar um núcleo de forte energia espiritual para auxiliar a humanidade a seguir em frente, rumo à virtude e à sabedoria. Uma parte importante do nosso trabalho é construir um depósito de força positiva que os grandes guardiões espirituais da humanidade possam usar para seus propósitos evolucionários. Ninguém é impotente para servir nos níveis mental e moral. 

Helena Petrovna Blavatsky assinala, em A Chave para a Teosofia (Ed. Teosófica), que a verdadeira oração é um mistério, um processo oculto através do qual pensamentos e desejos continuados sofrem uma transformação espiritual. A aspiração ao divino auxilia a refinar a mente e a elevá-la. A devoção pura, juntamente com a autoentrega, vertidas como oferecimento a uma imagem sagrada, harmoniza e purifica, mesmo quando essa imagem é criada pela mente. Poucas pessoas podem contemplar a deidade não manifesta em nosso atual estágio de evolução. As outras precisam começar a purificar e a refinar o conteúdo de suas mentes. A oração, a devoção pura e a meditação sobre o que quer que seja sublime e sagrado ajudam a transformar a consciência individual e, através dela, a consciência maior do mundo." 

(Radha Burnier - O poder dos pensamentos - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 05/06)


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O PODER DOS PENSAMENTOS (1ª PARTE)

"O pensamento é uma força que molda a si mesma para se tornar uma entidade ativa. Ele sobrevive por um período mais longo ou mais curto, dependendo da intensidade do pensamento e da paixão que o animam. Se os pensamentos forem repetidos, uma energia renovada é adiconada à forma que havia sido criada. Como resultado, cada pessoa vive em meio a um mundo de entidades-pensamento autocriadas, um pequeno mundo de influências. Assim criamos um karma e nos tornamos responsáveis por muito mais do que nossas vidas pessoais. 

Lembre-se de que o pecado e a vergonha do mundo são o seu pecado e a sua vergonha. Você é parte do mundo; o seu karma está interligado ao grande karma

As pessoas sensitivas podem perceber a atmosfera de pensamentos ao redor de uma outra pessoa ou de uma localidade, e às vezes são atraídas ou perturbadas por aquilo com que entram em contato. Nas culturas onde a 'magia' não é considerada tolice nem fantasia, algumas pessoas buscam ajuda quando são perturbadas pelo que lhes parece ser uma 'força ruim' na vizinhança, ou pela sensação de uma ameaça distante. Elas não compreendem que o auxílio mais potente está na pureza de seus próprios pensamentos.

'Toma para ti toda a armadura de Deus; que possas ser capaz de ficar de pé quando o dia do malefício chegar' (Efes. 6.13). Aquele cuja armadura é a pureza e a luz não apenas está protegido contra as influências maléficas, mas também está equipado para dispersá-las, pois a armadura de Deus é a armadura da luz, e a luz dispersa as trevas pela sua simples presença. A maior proteção em qualquer situação e a qualquer tempo, contra qualquer dano à alma (não necessariamente ao corpo) é a atmosfera que cada pessoa cria por meio de intenções e pensamentos puros. (...)"

(Radha Burnier - O poder dos pensamentos - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 05/06)

                                                                      

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (2ª PARTE)

"(...) O bom julgamento é uma expressão natural de sabedoria, mas depende diretamente da harmonia interna, que é o equilíbrio mental. Quando lhe falta harmonia, a mente não tem paz, e, sem paz, não há nela discernimento nem sabedoria. A vida é cheia de trancos e solavancos. Nas horas difíceis, que demandam o mais agudo discernimento, se preservar seu equilíbrio mental, você alcançará a vitória. A harmonia interna é o seu melhor apoio para suportar a carga da vida.

A inquietude - que agita e distrai a mente - tolda a visão e causa mal-entendidos. A emoção tolda sua visão. As variações do humor toldam sua visão. A maioria das pessoas age não em função do entendimento, mas segundo seus estados de ânimo. A compreensão é a visão de seu interior, a contemplação de sua alma, o telescópio de seu coração. A compreensão é um equilíbrio entre inteligência calma e pureza de coração. (...) A emoção é um sentimento distorcido que o levará a agir mal. (...) Você tem de ter uma compreensão equilibrada. Se a sua compreensão for governada tanto pelo coração quanto pela cabeça, aí, então, você terá uma visão clara para enxergar a si mesmo e aos outros.

Você deve analisar os inúmeros preconceitos a que seu entendimento está sujeito. Sempre que estiver tomando uma decisão ou agindo, pergunte a si mesmo se está sendo movido pelo entendimento, pela emoção ou por alguma outra influência preconceituosa em sua mente. Enquanto estiver sujeito à ira ou à ambição, enquanto estiver influenciado pelo pensamento equivocado a respeito dos outros, enquanto isso ocorrer, o seu próprio entendimento não terá clareza.

A razão humana pode sempre achar 'prós e contras' tanto para as boas quanto para as más ações. Ela é intrinsecamente desleal. O discernimento reconhece, como sua estrela polar, apenas um critério: a alma. Imaginem dois homens. À direita deles está o vale da vida e à esquerda, o vale da morte. São ambos racionais, mas um vai à direita e o outro à esquerda. Por quê? Porque um deles usou corretamente seu poder de discernir, enquanto o outro usou mal esse poder, entregando-se com indulgência às falsas racionalizações. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 54/56)

domingo, 17 de agosto de 2014

A CONSCIÊNCIA PURA

"Assim como a água pode assumir a forma sólida, líquida ou gasosa, a consciência pode ser considerada 'sólida' como matéria física, 'líquida' como mente e pensamento, ou sem qualquer forma como consciência pura.

A consciência pura é a Vida antes de se manifestar, e essa Vida olha para o mundo da forma através dos seus olhos, porque a consciência é quem você é. Quando você se vê assim, então se reconhece em todas as coisas. É um estado de total clareza de percepção. Você deixa de ser alguém com um passado que pesa e através do qual todas as experiências são interpretadas.

Quando você percebe sem interpretar, pode sentir o que está percebendo. O máximo que podemos dizer usando palavras é que há um campo de calma-alerta em que a percepção acontece.

Através de 'você', a consciência sem forma torna-se consciente de si mesma.

A Vida da maioria das pessoas é conduzida pelo desejo e pelo medo.

O desejo é a necessidade de acrescentar algo a você para ser mais plenamente você mesmo. Todos os medos são medo de perder alguma coisa e, portanto, tornar-se menor, ser menos.

Esses dois movimentos nos impedem de perceber que Ser não é algo que possa ser dado ou tirado. O Ser em sua plenitude já está dentro de você. Agora."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 41/42)