OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sexta-feira, 26 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (1ª PARTE)

"Chamamos ocupar-se o ato de empregar esforços e recursos para a realização de uma coisa qualquer, seja a solução de um problema, seja a criação de uma obra útil ou bonita, seja fazer qualquer coisa que, estando à nossa frente, não pode deixar de ser feita.

Ocupar-se com eficiência é obter o melhor resultado naquilo que se faz, usando para tal o mínimo de esforço. Ter eficiência é o ideal de todo aquele que trabalha. Depende de muitos fatores, desde a natureza da obra em que nos empenhamos, ao alcance dos meios materiais e instrumentos disponíveis, mas principalmente de concentração mental dirigida ao agir. Descobrir e usar o melhor método para aumentar o rendimento da ação constitui uma arte. É uma arte que deveríamos desenvolver. Yoga é definido por Krishna, no Gita como 'excelência na ação'. O que temos de fazer devemos fazer bem-feito, pois a ação ou obra imperfeita implica realmente numa dívida, a que ficamos vinculados ou presos. Só o perfeito agir ou fazer nos liberta, segundo a escola Suddha Dharma.

A PL (Perfeita Liberdade), moderna ordem religiosa do Japão, para a qual 'a vida é arte', ensina a seus fiéis agir com makoto: com perfeita integração e devoção no que está fazendo não importa a aparente humildade da obra. Aliás não existe obra humilde quando o agente realiza makoto. Quando o agente é mesquinho em si mesmo não importa administre um Estado, o que faz é mesquinho e imperfeito.

Yoga, diferente do que pensam erradamente muitos, não conduz à inação. É ao contrário uma filosofia da ação. É isso sim uma terapêutica contra a agitação. É muito comum confundir agitar-se com produzir. A ação inteligente é serena, mas firme. O homem criativo é sereno e não vive apressado, a sacudir-se aqui e ali, a correr trepidante de uma lado para outro, manejado pela afobação infecunda, fatigante e nervosa. (...)" 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 192/193)
www.record.com.br


segunda-feira, 22 de junho de 2015

A MORTE LIBERTA

"Não tema a morte. A morte liberta e ninguém morre duas vezes. Quando a morte vem, a causa do medo desaparece. Quando o sofrimento é intenso, a morte nos livra das dores físicas e mentais.

Mate o medo sabendo que está protegido pelas muralhas da Eterna Segurança de Deus, que está a salvo mesmo com a morte batendo à sua porta. Os raios protetores de Deus podem varrer as nuvens ameaçadoras do juízo final, acalmar as ondas do castigo e mantê-lo em segurança ainda que você esteja no campo de batalha da vida à mercê dos projéteis da agressão. Sem Deus, nossa vida, saúde e prosperidade não estão seguras mesmo que nos encerremos numa fortaleza de opulência rodeada de trincheiras inexpugnáveis.

Quando o medo aparecer, contraia-se e relaxe, respirando fundo várias vezes. Acenda a lâmpada da serenidade e da indiferença. Faça com que toda a sua maquinaria mental desperte e acompanhe ativamente a vibração da vontade. Depois, aplique essa vontade às engrenagens da bravura cautelosa e do discernimento contínuo, que devem girar sempre e produzir soluções mentais para afastá-lo da calamidade iminente."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda: Como Alcançar o Sucesso - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 43)


terça-feira, 9 de junho de 2015

COMO LIDAR COM AS EMOÇÕES NEGATIVAS

"Diga sempre a si mesmo: 

Minha tarefa é a mais fascinante de todas. Ela me mantém tão ocupado que não sobram tempo nem energia para me inquietar com os assuntos de outras pessoas. Estou empenhado na missão de fugir da ignorância para a compreensão e a iluminação. Essa tarefa monopoliza toda a minha atenção para dominar pensamentos e emoções de cólera, inveja, orgulho, vingança, medo, carência e enfermidade. Devo reconhecer e eliminar tais obstáculos para sempre, de modo que, quando os últimos resquícios de negação desaparecerem, a água pura da vida possa brotar e fluir livremente através de mim para abençoar a todos. Eis aí o meu trabalho. Poderia me contentar com menos? 

A raiva não é um antídoto para a raiva. Uma raiva violenta pode suprir uma raiva mais fraca, mas nunca a extinguirá. Quando você estiver com raiva, não diga nada. Pense na raiva como uma doença - um resfriado, por exemplo - e, trate-a com os banhos quentes mentais da lembrança de pessoas com quem você jamais poderia ficar enraivecido, não importa o que fizessem. Se sua raiva for muito violenta, tome um banho frio, borrife a cabeça com água fresca ou coloque gelo na medula e nas têmporas, logo acima das orelhas, no alto da cabeça e na testa, especialmente entre as sobrancelhas.

Quando a raiva irromper, ligue o mecanismo da serenidade; deixe que esta acione as engrenagens da paz, do amor e do perdão. Destrua a raiva com esses antídotos. Assim como você não gosta que os outros se encolerizem com você, os outros não gostam de ser alvo de sua raiva intempestiva. Pense em amor. Quando você imita o Cristo e vê a humanidade como irmãos que se magoam (pois não sabem o que fazem), não consegue sentir raiva de ninguém. A ignorância é a mãe de todas as raivas.

Aperfeiçoe a razão metafísica e, com ela, elimine a raiva. (...) Liquide mentalmente a raiva dizendo a si mesmo: 'Não envenenarei minha paz com a raiva; não perturbarei minha calma habitual, fonte de alegrias, com a irritação.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 75/77)
www.editorapensamento.com.br

sábado, 23 de maio de 2015

O ENSINO FUNDAMENTAL (1ª PARTE)

"Depois que a criança tiver obtido, no Jardim de Infância, certo domínio sobre os seus veículos, deve desenvolver, na seguinte etapa educacional, as capacidades necessárias para compreender o sentido da Lei. Será pois necessário, que suas emoções sejam então trabalhadas mais a fundo. Pois bem, este ser nasceu com uma natureza emocional que foi desenvolvida durante numerosas vidas: por conseguinte, o mestre não tem que modelar uma natureza emocional totalmente elástica e informe. Ele pode apenas modificá-la, tirando-lhe as rugosidades ou os desvios que possa apresentar e fortalecendo o que nessa alma houver de nobre e elevado. O que é preciso dar à criança, ou melhor, na maioria dos casos tornar a despertar nela, é a capacidade profunda de sentir e, ao mesmo tempo, conservar a serenidade.

Obtém-se isso em grande parte, atuando sobre o corpo físico da criança. Surge aqui o valor da ginástica, especialmente os exercícios de conjunto, que tenham algum sentido de ritmo. Porque quando o ritmo pode ser desenvolvido numa ação física, como por exemplo, na dança ou nos movimentos eurrítmicos, haverá indubitavelmente uma bem definida reação emotiva, que fortalece o corpo emocional invisível da criança e a impele a adquirir a noção da lei e da ordem; e isso, por sua vez, atua de tal maneira sobre sua natureza mental, que a põe em harmonia com a ideia da lei. Este efeito é grandemente aumentado quando tais exercícios rítmicos são executados e simultaneamente por um grande número de crianças; pois, enquanto trabalham todos juntos é como se fossem unidades de um movimento rítmico invisível, que os submete à grande lei da ordem e da beleza na ação.

O sentimento da Lei e da Beleza também se desenvolve muito exercitando a criança na poesia e na música; é claro que esta preparação não é para capacitá-la a escrever versos ou compor obras musicais - a não ser que já tenha realmente aptidão específica para tal - mas ela deve receber a poesia e a música como seu alimento emocional. Desde a mais tenra idade, a criança deveria aprender cantos e versos compatíveis com sua capacidade; porém precisamos ter o cuidado para que sejam realmente apropriados a seu desenvolvimento. Da mesma maneira como a sujeira física poderia infectar seu corpo, igualmente sua natureza emocional e mental poderia ser pervertida por poesias impuras ou músicas de baixo nível. As pequenas músicas de ninar, com sua usual confusão de pensamentos e imagens sem nenhuma relação com a vida real, são, sob este ponto de vista, especialmente prejudiciais. Talvez atualmente nossos poetas nos brindem com grandes composições para substituírem aquelas canções de ninar que, ainda hoje, adormecem as crianças. Se na nossa moderna civilização, pudéssemos eliminar os ruídos dissonantes das ruas, os horríveis cartazes de publicidade e abandonar o uso de frases com significado distorcido, então não teríamos de lamentar o fato das crianças serem turbulentas. A turbulência é uma enfermidade de natureza emocional, mas seus germens não estão tanto na criança, quanto no mundo externo que a rodeia em nossa atual civilização. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosófica Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 32/34)


quinta-feira, 7 de maio de 2015

A RAIVA

"Um desejo insatisfeito geralmente resulta em raiva. Primeiro, descubra se seu desejo era bom ou mau. Se era mau, sinta-se grato por não ter feito uma coisa errada. Fique calmo; fique firme.

Quando a raiva surge, esquecemo-nos de nossa posição; e, quando nos esquecemos de nossa posição, fazemos coisas erradas, transformando-nos assim em instrumentos da ignorância. Se algo não vai bem, corrija o erro. Examine os fatos com inteligência e serenidade. A lei divina lhe propiciará lucidez.

Se quiser subjugar uma pessoa, faça com que ela quebre sua espada. Vença o mal com o amor; isso é força divina, bem mais poderosa que a raiva. A pessoa encolerizada deve tirar de você um oceano de amor e serenidade, que extinguirá as chamas de sua raiva. Aprenda a dar amor, calma e compreensão a quem esteja encolerizado.

Quando você sente raiva, é como se estivesse num forno baixo. Todos os seus nervos, células e carne ficam assando no calor da raiva, que costuma provocar às vezes até a morte. A raiva, levada a extremos, não é segura para o corpo, a mente ou a alma. Muitas doenças são provocadas por ela, que também distorce as linhas do rosto e acarreta o envelhecimento precoce. Não profane assim seu rosto e sua mente, feitos à imagem e semelhança de Deus. 

Jesus revelou toda a sua grandeza ao dizer: 'Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem'. Dessa maneira, mostrou ser Deus. Se, enraivecido, houvesse usado seus poderes para destruir os outros, a humanidade O adoraria hoje? Não! Jesus patenteou suas qualidades divinas e está para sempre entronizado em todos os corações. Ele é o luminar que seguimos através da eternidade: uma luz que nos aquece e nos fortifica."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 77/78)


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

EXCESSO DE SUSCETIBILIDADE

"A suscetibilidade se deve à falta de controle sobre o sistema nervoso. Às vezes, os nervos se rebelam contra um pensamento que atravessa a mente. Mesmo havendo razões para o descontrole, não devemos nos melindrar nem ficar irritados. Se, com todos os motivos para o descomedimento, você se refreia, então é dono de si mesmo. 

Não sejamos por demais irritadiços nem tenhamos piedade excessiva de nós mesmos, pois isso aumenta a suscetibilidade. Talvez você esteja agastado com alguma coisa e ninguém o saiba. É melhor olhar para dentro de si mesmo e remover a causa desses melindres.

Muitas pessoas sentem pena de si mesmas e acham que isso lhes traz algum alívio. Mas a autopiedade é um vício como o do ópio. Toda vez que o viciado em ópio toma a droga, mais se afunda na dependência. Seja forte como o aço contra a autopiedade.

Você deve ser capaz de controlar seus arroubos prontamente. Se o fogo da suscetibilidade devorar seu coração e você permitir que ele ali permaneça, as fibras de sua paz serão consumidas. Controle-o você mesmo, sabendo que o excesso de suscetibilidade nada mais é que um agente de Satã empenhado em destruir sua paz de espírito. Sempre que o ressentimento visitar seu coração, será como a estática no rádio de sua alma, pronta a desconectá-la da canção divina da serenidade, que deve soar em seu íntimo caso você não seja excessivamente suscetível. Quando a suscetibilidade se manifestar, tente vencer a emoção e não se queixe dos outros. Responsabilize-se por ela. É a única maneira de superá-la."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 27/28)
www.editorapensamento.com.br


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

EQUANIMIDADE

"Thithiksha equanimidade em face dos opostos, suportando serenamente a dualidade. É o privilégio do forte e o tesouro do bravo. Os fracos serão tão agitados como as penas de um pavão; estão sempre inquietos, sem um minuto de estabilidade. Oscilam feito pêndulo, de um lado a outro: numa hora, alegria; no instante próximo, tristeza.

Thithiksha não é a mesma coisa que sahana¹, pois sahana significa suportar, tolerar, aguentar uma coisa somente porque não se tem outro jeito. Se você tem capaciade para vencê-la, mas, ainda assim, nega-lhe atenção, isto sim, é disciplina espiritual. Conviver pacientemente com o mundo externo da dualidade, combinando isso com uma vivência de equanimidade e paz internas, é o caminho da Libertação. Levar tudo com analítica discriminação é o tipo de sahana que conduzirá a bom resultado."

¹ Sahana - fortaleza, paciência.

(Sathya Sai Baba - Palavras de Ouro - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 116)


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SAKSHI (PARTE FINAL)

"(...) Mas seria justo ficar 'sentado na margem', assistindo silenciosamente ao drama da humanidade? Seria isso honesto? Alguém tem o direito de ficar indiferente?

Quem foi que disse que para ser atuante, eficaz, fecundo na busca de uma ordem melhor para a humanidade é indispensável deixar-se conturbar, contaminar, envolver emocionalmente?! Ao contrário, quem melhor ajuda é quem, acima da crise, conserva luzes e calma, perspectiva e serenidade, pois os que estão dentro dela já as perderam. Pobre do psiquiatra que, no tratamento de um paciente neurótico, se comprometa emocionalmente. Ele tem de praticar sakshi, se não quiser perder-se e ao doente. A ninguém é lícito ficar nas arquibancadas enquanto a humanidade, na arena, se agita e sofre, mas é imprudente deixar-se agitar e sofrer junto.

Diante de suas próprias desventuras, procure galgar um ponto em que, sereno e silente, possa observar emocionalmente isento o que está acontecendo. Quando interferir, seja para acertar. Procure ficar à distância da arrebentação da ressaca, que está abalando a humanidade. A humanidade 'estressada' está precisando da ajuda dos poucos isentos homens sadios e sábios, que ainda conservam lucidez e coerência e que, portanto, podem fazer algo por ela."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 155/156)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O PÉ DE ACÁCIA

"SE EU FOSSE aquele pé de acácia,

 ali na encosta,

 exibindo o amarelo agressivo das minhas flores,

 contra o fundo verde da mata,

 sentir-me-ia cheio de prazer

 por oferecer abrigo aos ninhos,

 e néctar às abelhas diligentes...

Gozaria, por certo, com o roçar macio do vento,

a tirar sons em meus ramos.

Nem me incomodaria mesmo de acolher algum parasito.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

teria gosto de dar sombra ao casal de namorados,

mas, sem dúvida, sofreria as dores impostas pelo machado,

e ficaria triste com os moleques a matar meus passarinhos...

Mas eu responderia com a nobre impassibilidade de uma árvore.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

imóvel, confiante, sereno,

majestosamente sereno,

saberia aceitar o que viesse,

sem lamentar,

sem reclamar,

sem me abater...

Mesmo que o temporal destruísse meus ninhos,

mesmo que as borboletas deixassem de vir ao amanhecer,

e minha flores murchassem,

mesmo que o estio prolongado e forte viesse queimar-me,

e as abelhas, sem encontrar sustento, se fossem...

embora passível de gozar e sofrer,

continuaria uma acácia majestosamente serena

e conservaria sempre a nobreza ereta de uma árvore.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

saberia aceitar as coisas como são,

não me rebelaria contra o inevitável.

Saberia que

até no malcheiroso esterco,

energia inefável se manifesta.

E seria minha nutrição.

Acataria os golpes da poda,

a necessária dor para crescer.

Acataria os golpes do lenhador

que viesse que viesse fazer de mim algo útil.

Renunciaria a ser a pincelada amarela a embelezar a paisagem,

e me deixaria transformar em acha de lenha,

E meu mistério se libertaria em forma de luz e calor,

ou viria a servia de esteio a um casebre,

e meu mistério se faria abrigo.

Quando chegarei a ter

a majestade daquela pé de acácia

dando vida, beleza, abrigo, amenidade e lição?!"

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 4ª edição - p. 109/111)


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A CALMA É A MELHOR CURA

"A melhor cura para o nervosismo é cultivar a calma. Quem é naturalmente sereno não perde o senso de razão, de justiça ou de humor sob nenhuma circunstância. Esta pessoa sempre pode separar o fato do sentimento ou das falsas expectativas. Não se deixa enganar pela fala açucarada de gente desonesta, que chega com projetos inviáveis para a obtenção de riquezas ilícitas. Não envenena os tecidos orgânicos, com a raiva e o temor, que afetam adversamente a circulação. Bem comprovado é o fato de que o leite da mãe encolerizada pode ter efeito prejudicial sobre o filho. Que prova mais impressionante podemos pedir de que as emoções violentas acabam por reduzir o corpo a uma vergonhosa ruína?

O equilíbrio é uma bela qualidade. Devemos modelar nossa vida segundo uma estrutura triangular: calma e doçura são os dois lados; a base é a felicidade. Todos os dias, devemos lembrar: 'Sou um príncipe da paz, sentado no trono do equilíbrio, dirigindo meu reino de atividade.' Agindo rápida ou lentamente, na solidão ou nas agitadas aglomerações humanas, devemos estar centrados na paz e no equilíbrio. Cristo nos deu o ideal. Em toda parte, demonstrou paz, superando todos os testes concebíveis sem perder o equilíbrio.

Deus está em tudo, controlando planetas e galáxias; contudo, Ele não Se perturba. Embora esteja no mundo, está acima do mundo. Devemos refletir Sua imagem e semelhança. Devemos meditar frequentemente e dar continuidade aos efeitos de paz que se seguem à meditação. Devemos emitir pensamentos de amor, boa vontade, harmonia. No templo da meditação, com a luz da intuição ardendo sobre o altar, não há inquietude, esforço ou buscas nervosas. O homem encontra-se finalmente em seu verdadeiro lar, um santuário que não foi construído com as mãos e, sim, com a paz de Deus."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 101)

domingo, 18 de maio de 2014

O REINO DA ALEGRIA ESTÁ EM TI (PARTE FINAL)

"(...) 4. A vida é feita de alegrias e de sofrimentos, como o ano é feito de inverno e de primavera, como a terra produz árvores frutíferas e plantas daninhas. Nenhum ser vivo, desde o vermículo ao homem, escapa a seu quinhão de sofrimentos. Compreendendo-o, tiramos às derrotas o poder de nos desanimar e sabemos que há sempre novas vitórias à nossa espera.
5. Vive na expectativa do bem, e o bem virá a ti. Vive na expectativa da desgraça, e a desgraça
virá a ti. Por seus pensamentos predominantes, o homem é o arquiteto de seu destino. Sêneca disse há séculos: ‘O homem é o que pensa.
6. A felicidade é feita, numa grande proporção,de serenidade. E a serenidade nasce da compreensão, da tolerância, da maturidade, da aceitação do que não podemos mudar, da nossa capacidade de resolver os problemas e de harmonizar-nos com os outros e com o universo.
7. Cultiva a elevação da alma. Muitas mágoas nossas resultam de nossa própria pequenez quando odiamos, invejamos, cobiçamos. A ciência moderna confirma a velha sabedoria da Índia: Sê altruísta, tem amigos, ama os outros, e quem aproveitará será mais tu do que os outros. 

Essas verdades foram enunciadas milênios atrás e repetidas por centenas de filósofos dos tempos. E ninguém as renega. falta quem as ponha em prática.”

(Mansour Challita - Revista Thot, nº 24, 1981 - p. 27)


domingo, 13 de abril de 2014

PACIENCIA - ANTÍDOTO CONTRA A RAIVA

"A prática da paciência traz uma estabilidade emocional que não só nos faz mais fortes mental e espiritualmente como mais saudáveis fisicamente. Sem dúvida atribuo a boa saúde de que desfruto a uma mente em geral calma e serena.

Entretanto, o benefício mais importante da paciência consiste em sua ação como um antídoto poderoso ao mal da raiva, a maior ameaça à nossa paz interior e, consequentemente, à nossa felicidade. A paciência é o melhor recurso de que dispomos para nos defender inteiramente dos efeitos destrutivos da raiva.

Pensem bem: a riqueza não protege ninguém da raiva. Nem a educação, por mais talentosa e inteligente que a pessoa seja. A lei, muito menos, pode ser de qualquer ajuda. E a fama é inútil. Só a proteção interior do autocontrole paciente evita que experimentemos o tumulto das emoções e pensamentos negativos."

(Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 37)
www.sextante.com.br


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

PAZ INTERIOR

"Minha mente está serena e em paz; sou um reflexo da Sabedoria e Beleza do Altíssimo. O espírito de Deus flui por mim neste momento, em pensamentos, palavras e ações. Estou em paz. Sou inundado pela paz que transcende à compreensão. Sinto a segurança e tranquilidade de minha mente, sintonizada com o infinito. Repouso nos braços eternos. Minha vida é a vida de Deus e é perfeita. Sou um com meu Pai e meu Pai é Deus. Controle e equilíbrio são meus atributos agora. Minha mente é a mente de Deus e é perfeita. As ideias de Deus constantemente se desdobram dentro de mim, proporcionando harmonia, saúde e paz. Sei que o Espírito Santo está me levando para toda a Verdade. Estou seguro no conhecimento de que Deus é e tudo o que existe é Deus. Irradio o sol do Amor de Deus. Amor é a realização da lei e a lei é que eu sou aquilo que penso."

(Joseph Murphy - Conversando com Deus - Ed. Record, p. 19)
www.record.com.br

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

BUDISMO (PARTE FINAL)

"(...) Sabemos através da leitura como seu pai, esperando que ele se tornasse um rei na Terra em vez de um monarca que reinasse sobre milhões de mentes humanas no mundo espiritual, cercou-o por todos os lados de tudo que era belo e agradável para que o conhecimento da dor do mundo pudesse ser afastado de seus olhos. Através da leitura, sabemos como, pela orientação de um deva, ele foi levado do palácio com seus jardins de prazeres e, seguindo em sua charrete, encontrou quatro homens por meio dos quais veio a ele o primeiro conhecimento sobre mortalidade.

Primeiramente encontrou um homem idoso – até esta época ele só vira pessoas jovens; ele perguntou a respeito desse homem, meio cego e paralítico, com a face enrugada e as pernas cambaleantes. O cocheiro disse que era um velho, e que a idade iria chegar com o tempo para todos que nascessem no mundo.

Ele encontrou um homem sofrendo de uma terrível doença – antes ele vira apenas a beleza e a saúde; e perguntou o que era aquilo. O cocheiro disse que muitos dos filhos dos homens sofrem dessa maneira.

Ele viu um cadáver – ele que apenas vira os vivos; e o cocheiro disse, é a morte, que deve chegar para todos que vivem.

E por fim, ele encontrou um asceta, calmo e pacífico, e perguntou como era possível que num mundo onde havia a velhice, doença e morte esse homem pudesse caminhar através dele pacífico e sereno. Disse-lhe o cocheiro que esse homem levava uma vida além da vida dos homens, uma vida fixa no eterno; daí a sua felicidade em meio à dor.

De volta ao palácio, o príncipe refletiu sobre tudo o que tinha visto, e de seus lábios brotou o grito: ‘Cheia de obstáculos é esta vida doméstica, o retiro da paixão; livre como o ar é viver ao ar livre’. Essa ideia se apossou dele - o contraste entre o ‘retiro da paixão’ e o homem sem lar; até que finalmente levantando-se à noite, ele se curvou sobre sua jovem esposa, bela adormecida, e sobre o bebê que dormia ao seu lado, e tocando ambos com cuidado para que não acordassem e para que o choro deles não abalassem seu propósito, deixou o palácio de seu pai. Pediu ao fiel cocheiro que lhe trouxesse seu cavalo, e atravessou as sossegadas ruas da cidade adormecida, até que, chegando aos portões, desmontou e entregou o cavalo ao cocheiro ordenando-lhe que o levasse de volta ao palácio.

Ele então se despiu de suas vestimentas principescas, cortou o cabelo, e seguiu só, em busca da causa da dor humana e de como curá-la. Ele, que deveria ser o Budha, não poderia viver alegre e feliz no palácio do rei enquanto os homens do lado de fora estivessem sofrendo e morrendo. Ele buscaria a causa do sofrimento e a cura para a tristeza humana."

(Annie Besant - Sete Grandes Religiões - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 73/79)


terça-feira, 19 de março de 2013

JNANA YOGA - OS DOIS PÁSSAROS (6ª PARTE)

"Uma alegoria nos Uppanishads - a dos "Dois Pássaros" - ajuda-nos a compreender esta cosmovisão vedantina, que fundamenta a Jnana Yoga. Vejamo-la na descrição de Swamiji Sivananda:

Há dois pássaros na mesma árvore. Um, num dos galhos mais altos, o outro, mais abaixo. O primeiro se encontra perfeitamente sereno, silente, majestoso para todo sempre. É totalmente bem aventurado. O outro, nos ramos inferiores, come umas vezes frutos doces, outras, amargos. Por vezes, dança alegre. Por vezes, se sente miserável. Rejubila-se agora e depois chora. Às vezes prova uma fruta extremamente amarga e é presa de desgosto. Olha para o alto e contempla o outro, o pássaro maravilhoso de áurea plumagem, sempre venturoso. Deseja fazer-se igual a ele, mas logo se esquece, e novamente volta a comer frutas doces e amargas. Novamente come uma daquelas mais amargas e volta a sentir-se miserável. Volta então a desejar tornar-se igual ao pássaro lá do alto. Gradualmente, vai deixando de comer as frutas e se tornando sereno e feliz como o outro. O pássaro mais alto é Deus ou Brahman. O de baixo é jiva ou alma individual que está comendo os frutos de seus karmas (as consequências agradáveis e desagradáveis de suas prévias ações), isto é, prazer e dor, atingindo altos e baixos na batalha da vida. Sobe, para depois cair novamente, na medida em que os sentidos o puxam para baixo. Gradualmente consegue desenvolver vairagya (despaixão) e viveka (discriminação), e, voltando-se para Deus, pratica meditação, para, finalmente, atingir a autorrealização (conhecimento de si mesmo) e só então desfruta a eterna bem aventurança de Brahman. (In All About Hinduism, p. 178)

Em verdade não são dois pássaros diferentes, mas um só. O de baixo, no entanto, presa da ilusão, desconhece que ele e o outro são o mesmo. Se conseguir aguaçar seu discernimento ao mesmo tempo desapegar-se das frutas, poderá vencer o permanente estresse resultante do incessante jogo dos opostos - alegrias e tristezas, prazeres e pesares. O ignorante pássaro de baixo é ahamkara, nosso falso ego pessoal, sempre entretido com frutas amargas e doces, ora chorando, ora sorrindo. Goza e sofre por não se ter dado conta de sua substancial unidade-identidade com o venturoso e sobranceiro pássaro de cima, que ele inveja. Sua libertação resultará, por um lado, da desidentificação com o irreal e simultânea identificação com o Real, e, por outro, depende de desapegar-se das frutas amargas ou doces. Este é mais uma forma de explicar Jnana Yoga. Sem viveka (discernimento) e vairagya (desapego), o cativeiro e a infelicidade continuam. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 108/109)


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A PAZ DE DEUS






“Abra as portas de sua tranquilidade e deixe que os passos do silêncio entrem suavemente no templo de todas as suas atividades. Realiza todos os deveres com serenidade, impregnado de paz. Por trás do pulsar de seu coração, você sentirá pulsar a paz de Deus.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior – p. 69)