OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 2 de abril de 2017

FALAR MENOS E FALAR COM DOÇURA

"Seja cuidadoso para que o sucesso que obteve na promoção da virtude, na vitória sobre hábitos banais, na tomada regular da disciplina não seja desperdiçado pela companhia de pessoas medíocres, por palavras perdidas em críticas cínicas e em esforços sem objetivo.

Quando o pé resvala, a ferida resultante pode ser curada, mas se é a língua que escorrega, a ferida provocada no coração dos outros pode durar vidas. A língua é passível de praticar quatro graves erros - pronunciar falsidade, escandalizar, comentar os erros alheios e falar em demasia. Tudo isso deve ser evitado, se pretendemos paz individual e bem-estar para a sociedade.

O vínculo da fraternidade será estreitado se as pessoas falarem menos e falarem com doçura. Daí por que o silêncio (maunam) é recomendado, pelas escrituras, aos discípulos em estágios vários da estrada. Esta disciplina é valiosa para todos vocês."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 171/172)


sábado, 18 de março de 2017

SEXO E AMOR (1ª PARTE)

"Por que o sexo é, para a maioria de nós, uma questão cheia de conflitos? Por que se tornou um fator dominante em nossa vida? Uma das razões principais é porque não somos criativos, e não o somos porque toda a nossa cultura social e moral, assim como nossos métodos educativos, baseiam-se no desenvolvimento do intelecto.

A solução para o problema do sexo está em compreender que a criação não é efeito da atividade intelectual. Ao contrário: só pode haver criação quando o intelecto está inativo. A mente, como tal, só é capaz de repetir, de lembrar. Como, em geral, nós só experimentamos as coisas por meio do cérebro, vivemos exclusivamente de palavras e repetições mecânicas. Isso, evidentemente, não é criação. Visto que não somos criativos, o único meio de criação que nos resta é o sexo. O sexo é um desejo da mente, e o que é da mente exige satisfação, pois, do contrário, vem a frustração.

Nossos pensamentos são na maioria das vezes áridos e vazios. Emocionalmente, estamos em estado de inanição; religiosa e economicamente nos submetemos à disciplina e ao controle. Não somos verdadeiramente felizes, não temos real vitalidade; no lar, nos negócios, na igreja, na escola, não experimentamos um 'estado de ser' criador, não há um desafogo profundo em nossos pensamentos e ações. 

Como estamos presos e tolhidos por todos os lados, o sexo se torna naturalmente a única via de escape, uma experiência que temos de buscar continuamente, porque nos oferece, por um instante, aquele estado de felicidade que se manifesta na ausência do 'eu'. Não é o sexo que constitui um problema, mas o desejo de recobrar o estado de felicidade, de alcançar e conservar o prazer, seja sexual ou não.

O que na verdade buscamos é a intensa emoção do autoesquecimento. Como o 'eu' é uma fonte de sofrimento, desejamos esquecer de nós mesmos e buscamos agitação individual ou coletiva, formas um tanto grosseiras de sensação. Quando buscamos fugir do 'eu', os meios de fuga tornam-se importantes e passam a ser problemas. Enquanto não percebemos os obstáculos ao viver criador, que significa viver livre do 'eu', não compreenderemos o problema do sexo. (...)"

(J. Krishnamurti - Sexo e amor - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 24)


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O SOM DOS MANTRAS

"O som dos mantras tem a virtude de transformar impulsos e tendências. O vocábulo mantra significa aquilo que protege e salva, quando repetido na mente. Vibre sempre os mantras dentro de sua mente. Isto prevenirá o mal falar, conversas sem propósito, maledicência e escândalo. Fale somente quando seu falar seja essencial e só tanto quanto necessário. Fale docemente e sem quaisquer reservas ou circunlóquios.

Não existe mentira (mithya) na verdade (sathya). Mas, no universo ilusório (mithya jagat), você tem de pesquisar a verdade (sathya) e chegar a experienciá-la. Poderá fazê-lo, se limpar sua mente de todas suas modificações e modulações. Que seja ela transmutada de sua presente confusão complexa em algo como o céu, o qual não conserva qualquer marca, não obstante através dele milhões de pássaros voem e centenas de aviões o cruzem. Torne-se isento, inatingível, desapegado. Tal é o sadhana (caminho disciplinar) que lhe des-velará a Realidade."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 168/169)

domingo, 27 de novembro de 2016

QUAL É O SEU DEVER

"Qual é exatamente seu dever? Deixe-me resumi-lo para você. Primeiro, cuide de seus pais com amor, reverência e gratidão. O segundo é falar a verdade (sathyam vada) e agir com virtude (dharmam shara). Terceiro, quando dispuser de algum tempo, repita, repita o nome do Senhor, imaginando Sua Forma. Quarto, não se permita falar mal dos outros, nem tente descobrir os erros deles. E, finalmente, o quinto, não cause dor, de qualquer forma, aos outros.

Reverencie a sabedoria (jnana), assim como o faz a seu pai. Adore o Amor (prema) como adora sua mãe. Movimente-se fundamentalmente em Retidão (dharma) como se a retidão fosse sua verdadeira irmã. Confie na Compaixão (daya) como sua própria filha. Tais são seus genuínos parentes. Mova-se com eles. Viva com eles. Não os abandone. Não negligencie."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 161)


domingo, 30 de outubro de 2016

O QUE DEVEMOS PRATICAR (PARTE FINAL)

"(...) Os três treinos superiores são o método verdadeiro para obter libertação permanente dos sofrimentos desta vida e das incontáveis vidas futuras. Isso pode ser compreendido com a seguinte analogia. Quando cortamos uma árvore usando uma serra, a serra sozinha não pode cortar a árvore sem que usemos nossas mãos, que, por sua vez, dependem do nosso corpo. Treinar em disciplina moral superior é como o nosso corpo, treinar em concentração superior é como nossas mãos, e treinar em sabedoria superior é como a serra. Usando os três juntos, podemos cortar a árvore venenosa da nossa ignorância do agarramento ao em-si e, automaticamente, todas as demais delusões (seus galhos) e todos os nossos sofrimentos e problemas (seus frutos) cessarão por completo. Então, teremos obtido a cessação permanente dos sofrimentos desta vida e das vidas futuras – a suprema paz mental permanente conhecida como 'nirvana', ou libertação. Teremos solucionado todos os nossos problemas humanos e realizado o verdadeiro sentido da nossa vida. 

Contemplando a explicação acima, devemos pensar:
Já que os três treinos superiores são o método verdadeiro para obter a libertação permanente dos sofrimentos desta vida e das incontáveis vidas futuras, eu preciso aplicar grande esforço em praticá-los.
Devemos meditar nessa determinação continuamente, e colocar essa nossa determinação em prática."

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno, O Caminho de Compaixão e Sabedoria - Tharpa Brasil, São Paulo, 2016 - p. 62/63)
Fonte: https://cienciaespiritualidadeblog.wordpress.com


sábado, 29 de outubro de 2016

O QUE DEVEMOS PRATICAR (1ª PARTE)

"No Sutra das Quatro Nobres Verdades, Buda diz: 'Deves praticar o caminho'. Neste contexto, 'caminho' não significa um caminho exterior que conduz de um lugar a outro, mas um caminho interior, uma realização espiritual que nos conduz à felicidade pura da libertação e da iluminação. A prática das etapas do caminho à libertação pode ser condensada nos três treinos de disciplina moral superior, concentração superior e sabedoria superior. Esses treinos são chamados de 'superiores' porque são motivados por renúncia. Eles são, portanto, o verdadeiro caminho à libertação que precisamos praticar. 

A natureza da disciplina moral é a determinação virtuosa de abandonar ações inadequadas. Quando praticamos disciplina moral, nós abandonamos as ações inadequadas, mantemos um comportamento puro e fazemos toda ação corretamente, com uma motivação pura. A disciplina moral é muito importante para todos, porque ela evita problemas futuros para nós e para os outros. Ela nos torna puros porque torna nossas ações puras. Precisamos ser limpos e puros; ter um corpo limpo, apenas, não é suficiente, pois o nosso corpo não é o nosso self. Disciplina moral é como um vasto solo que sustenta e nutre o plantio das realizações espirituais. Sem praticar disciplina moral, é muito difícil fazer progressos no treino espiritual. Treinar disciplina moral superior é aprender a tornar-se profundamente familiarizado com a prática de disciplina moral motivada por renúncia. 

O segundo treino superior é treinar em concentração superior. A natureza da concentração é ser uma mente virtuosa estritamente focada. Enquanto mantivermos essa mente, experienciaremos paz mental e, consequentemente, seremos felizes. Quando praticamos concentração, impedimos distrações e nos concentramos em objetos virtuosos. É muito importante treinar concentração, pois, com distrações, não conseguimos realizar nada. Treinar em concentração superior é, com a motivação de renúncia, aprender a nos tornarmos profundamente familiarizados com a habilidade de parar as distrações e de nos concentrarmos em objetos virtuosos. Com relação a qualquer prática de Dharma, se a nossa concentração for clara e forte será muito fácil fazer progressos. Normalmente, distração é o principal obstáculo à nossa prática de Dharma. A prática de disciplina moral impede as distrações densas, e a concentração impede as distrações sutis; juntas, elas produzem resultados rápidos em nossa prática de Dharma. 

O terceiro treino superior é treinar em sabedoria superior. A natureza da sabedoria é ser uma mente inteligente virtuosa que atua compreendendo objetos significativos, como a existência de vidas passadas e futuras, o carma e a vacuidade. Compreender esses objetos traz grande significado para esta vida e para as incontáveis vidas futuras. Muitas pessoas são muito inteligentes em destruir seus inimigos, cuidar de suas famílias, encontrar aquilo de que necessitam e assim por diante, mas isso não é sabedoria. Até os animais têm uma inteligência assim. A inteligência mundana é enganosa, ao passo que a sabedoria nunca irá nos enganar ou desapontar. A sabedoria é o nosso Guia Espiritual interior que nos conduz aos caminhos corretos, e é o olho divino através do qual podemos ver as vidas passadas e futuras e a conexão especial entre as nossas ações em vidas passadas e as nossas experiências nesta vida, conhecida como 'carma'. O carma é um assunto muito extenso e sutil e somente podemos compreendê-lo através de sabedoria. Treinar em sabedoria superior é aprender a desenvolver e aumentar nossa sabedoria que realiza a vacuidade por meio de contemplar e meditar sobre a vacuidade, com uma motivação de renúncia. Essa sabedoria é extremamente profunda. O seu objeto, a vacuidade, não é um nada, mas a verdadeira natureza de todos os fenômenos. (...)"

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno, O Caminho de Compaixão e Sabedoria - Tharpa Brasil, São Paulo, 2016 - p. 61/62)
Fonte: https://cienciaespiritualidadeblog.wordpress.com


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

TENHAM CONFIANÇA EM SI MESMOS

"O gosto pela vida espiritual não pode ser adquirido de uma vez só. Não! É preciso lutar duramente por ele. Todas as nossas energias devem ser concentradas unicamente nessa meta sem serem desperdiçadas em outras direções. Sigam sempre adiante, sempre adiante. Nunca fiquem satisfeitos com seu atual estado de desenvolvimento. Tentem alimentar dentro de si uma ardente insatisfação. Digam a si mesmos: 'Que progresso estou fazendo? Nenhum.' - e apliquem-se de maneira ainda mais incansável à tarefa. No fim do dia, Sri Ramakrishna costumava exclamar: 'Ó Mãe, mais um dia se passou e eu não consegui vê-La!'

Toda noite, antes de dormir, pensem por um momento no tempo em que passaram realizando boas ações e no tempo que desperdiçaram; no que dedicaram à meditação e no que se entregaram à preguiça. Fortaleçam suas mentes por meio (...) da prática da meditação.

Deus não é algo que se pode comprar. A visão de Deus só é concedida por Sua graça. Isso significa que vocês não precisam praticar disciplinas espirituais? É claro que devem praticá-las, de outra forma as paixões irão destruí-los.

O homem rico contrata um porteiro cujo dever é impedir que ladrões, vacas, ovelhas ou qualquer outro intruso invada sua propriedade. A mente do homem é seu porteiro, e quanto mais forte ela se tornar, melhor. A mente também tem sido comparada a um cavalo selvagem. Um cavalo assim pode conduzir seu cavaleiro pelo caminho errado; apenas quem é capaz de segurar as rédeas e controlar o animal pode se manter no caminho certo."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo - p. 232)

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O MANTRA OM

"'O que quer que um homem não tenha enfrentado durante a vida por certo enfrentará com a morte. Assim, cada um deve estar treinado para, naquela hora, ter uma atitude e um pensamento que lhe sejam os mais benéficos. Se assim não for, a vida terá sido falha, um desperdício. A pessoa despreparada para este findar tem de sofrer o destino que sobre ela se abater. Ninguém entra num campo de batalha a fim de sofrer derrota. Assim, também, ninguém voluntariamente aceita uma queda. Somente se busca progresso. Não seria sábio, portanto, lutar em prol de um objetivo que representa o melhor de seu próprio interesse. Todo homem deve, portanto, dar os mais austeros passos, tanto que se assegure de vir a manter o pensamento sobre o Pranava, quando no último alento da vida. Quem quer que, ao morrer, mantenha tal pensamento (pranava) vem a Mim', assegurou Krishna¹.

Repita o pranava (OM) no último instante. Esta é a razão pela qual a permanente lembrança do Senhor - é sabido - tem o poder de encarregar-se de seu yogaksehama, isto é, de sua felicidade aqui e no além. Naturalmente, esta repetição deve ser feita. O sadhana tudo conquista, desde que seja firme e forte."

¹ 'Aquele que, ao abandonar o corpo, pronunciando OM, pensar sobre Mim, irá alcançar o Supremo' (Gita 18:13) Para o sábio Platão, a vida nos é emprestada para que aprendamos a arte de morrer. Eutanásia, etimologicamente, significa o bom morrer. 

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 89)


domingo, 11 de setembro de 2016

O CONCEITO DE 'DHARMA' NO GITA (PARTE FINAL)

"(...) A consciência hindu reconhece a verdade de que há momentos quando se pode opor-se ao costume. O pensamento hindu não exige submissão a cada costume. Se um costume entra em conflito com o dharma, abandonemos o costume e fiquemos com o dharma. Pensemos por um momento, se sempre nos submetermos ao costume, como poderá a sociedade progredir?

Por outro lado, existe algo chamado lei estatutária, isto é, criada por um estado. Jurisprudência é o estudo das leis de estado. Roma é a terra natal da jurisprudência clássica. É a única ciência dos romanos. Essa 'lei' trata de casos e de sua classificação. Dharma também não é lei estatutária. Existem casos de conflito entre dharma  e leis de estado. Deveriam as pessoas desobedecer a uma lei de estado? A pergunta deve ser decidida em cada caso individual, segundo seu próprio mérito. Não posso dizer-lhes em termos gerais: não obedeçam ao estado, ou obedeçam ao estado. Cada lei de estado deve ser considerada segundo seu próprio mérito. Pense em Sócrates. A equivocada democracia ateniense julga Sócrates. As acusações assacadas contra Sócrates são muitas. Sócrates está preparado para beber o copo de cicuta. Alguns discípulos arranjaram para que ele escapasse da cela e lhe pedem para fugir. Sócrates diz: 'Não!'. Ele diz que nada fará para fugir e que não irá desobedecer ou infringir a lei do estado. Pense, por outro lado, em Thoreau. Ele defende a desobediência civil. Assim, nem sempre é fácil dizer quando se deve obedecer e quando se deve desobedecer a uma lei de estado. Desejo assinalar que dharma não é uma lei estatutária. O que então, é o dharma!

Dharma é a lei interior. Nos livros budistas ele aparece como bodhi. Todo homem possui a sabedoria dentro de si; e abençoado é aquele que não confia nos costumes, mas na orientação da sua sabedoria interior. Às vezes falam do dharma como a impessoal lei de função. Nossos costumes e nossas leis de estado são leis muitas vezes preocupadas com coisas estáticas. Um homem rouba seu dinheiro e a lei o pune. Essa lei está interessada principalmente nas coisas. Mas Dharma, a Lei Interior, é verdadeiramente impessoal. Uma lei de estado é aquele que é criada por uma categoria ou partido no poder. Essa é, em grande parte, propriedade dos poderosos. Seu direito (recht) é a expressão do poder. Mirabeau disse: 'A lei das nações é a lei dos fortes cuja observância é imposta aos fracos'. Por trás dessa lei está a concepção do 'estado barraco'. Essa lei está preocupada com a 'persona', isto é, com as pessoas no plano sócioeconômico. Haverá outro plano? Dharma é a impessoal lei de função. É a verdadeira Sanatan Dharma. Somente ela vive e não muda. 

Então, meu dever é cooperar com essa Lei - a grande lei da vida no mundo. E, para cooperar assim, devemos obedecer a certas disciplinas. O Gita é um livro de disciplinas, uma escritura de sadhanas. Devemos aceitar certas disciplinas para cooperarmos com a Grande Lei."

(Sadhu Vaswani - O Conceito de 'Dharma' no Gita - TheoSophia - Ano 101, Janeiro/Fevereiro/Março de 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 39/40)


segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A SOMBRA

"Enquanto estiver seguindo pelo caminho, você pode observar sua sombra a arrastar-se sobre lama, poeira, depressão ou montículo, espinhos ou areal, trechos de terra seca ou úmida. A sombra e suas experiências não têm permanência (mithyam) nem verdade (satyam). Similarmente, convença-se de que você é somente a sombra de Paramatma (o Ser Supremo), e que essencialmente você não é este você, mas o próprio Paramatma. Este é o remédio para tristezas, afãs e dores. Naturalmente, será somente ao fim de prolongado e sistemático processo de sadhana (disciplina) que você conseguirá fixar-se na Verdade; até então, é suscetível de identificar-se com este corpo, esquecendo-se de que ele, que projeta sombra, ele mesmo, por sua vez, é uma sombra.

Você não vê os alicerces de um arranha-céu de muitos andares. A partir daí, pode afirmar que ele está simplesmente pousado no chão?! As fundações desta sua vida de agora já vêm da profundidade do passado, das vidas que você já viveu.

Esta estrutura atual foi construída a partir do projeto daquelas vidas. O invisível decide sobre os ângulos, as finalidades, o número de pavimentos, e peso e a altura.

Deus é o grande alicerce de criação. Ore a Ele, e Ele distribuirá frutos."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - fl. 83)


quinta-feira, 19 de maio de 2016

O CAMINHO DA AUTORREALIZAÇÃO

"Você tem de mostrar, pelo falar e pelo exemplo, que o caminho da autorrealização é o que conduz à alegria perfeita. Consequentemente, sobre você repousa uma grande responsabilidade - a de demonstrar, por sua calma serenidade, humildade, que o sadhana por você praticado o tornou uma pessoa melhor, mais feliz e mais útil. Pratique. Demonstre. Não afirme em palavras enquanto em atos nega.

Para começar, você deve ter uma compreensão clara da natureza da meta - Deus ou a Divindade ou o Absoluto universal, tenha Ele o Nome que tiver. Tem de entender Sua grandeza, Sua beneficência, Sua magnificência. Então, essa compreensão apropriada induzirá você e o pressionará para atingir tal meta. O Universal, do qual você é uma unidade, é puro, destituído de ego, ilimitado e perpétuo. Contemple-O e, cada dia, mais e mais, o inegoísmo, a verdade, a pureza e a eternidade, que em você são inatos, se manifestarão. 

Por meio do sadhana (disciplina), esta realização pode ser alcançada. Acredite que você é o Atma imperecível e puro. Depois, disso, nenhum lucro e nenhuma perda poderão afetar você; nenhuma sensação de desapego ou humilhação poderão atormentá-lo. Somente os homens de fundamentos débeis podem recear tais coisas. O homem forte afasta perda, lucro, desespero, humilhação, sem que padeça suas penas. Quando os sentidos são imperiosos, a equanimidade torna-se apenas um sonho. Exerça domínio sobre eles. Você pode ser você mesmo, isto é, imperturbável e liberto."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 146/147


quarta-feira, 27 de abril de 2016

O CAMINHO SEM ESFORÇO (1ª PARTE)

"A disciplina de se examinar interiormente é a meditação. Fazemos naturalmente o que compreendemos; e nos forçamos a fazer o que não compreendemos. Os estudantes muitas vezes dizem ao professor como se esforçaram arduamente. O próprio esforço significa o fracasso, pois a meditação é sempre sem esforço. A tensão, esforço e força são fatais e redundarão apenas no fracasso. 

Uma maneira excelente de relaxar a mente é a seguinte: imagine-se no topo de uma montanha, contemplando um lago. Vê o céu refletido na superfície plácida, assim como as estrelas, a lua e todas as coisas que estão acima da terra. Se a superfície do lago é agitada, as coisas vistas são borradas e indistintas. O mesmo acontece com você, se não está 'plácido' ... se não está em paz. 

A resposta à prece só acontece para o homem que está impregnado por toda a tranquilidade da alegria de já ter recebido aquilo por que rezou. A meditação pode ser chamada de interiorização da consciência; é a peregrinação no interior da Presença Divina.

Meia hora por dia gasta na meditação sobre seus ideais, objetivos e ambições irão transformá-lo numa pessoa diferente. Dentro de alguns meses, surge a compreensão serena e silenciosa de que Deus está em seu interior, que o Espírito do Todo-Poderoso está agora agindo por você e tudo o que deseja ser, possuir e fazer já tem aceitação mental. (...)"

(Joseph Murphy - Sua Força Interior -Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 81/82)

segunda-feira, 18 de abril de 2016

LUZ VERDE NA ESTRADA

"(...) Negar os sofrimentos da vida, é mentira e falta de honestidade para consigo mesmo.

Fixar os olhos nesses sofrimentos é perigoso, porque gera amargo pessimismo e filosofia unilateral.

Conceber as sombras da vida, mas espraiar os olhos pelos horizontes além, arraiados de luzes, é admitir a verdade integral e encher a alma de forças suficientes para, no meio das trevas, crer na luz.

Entretanto, não te esqueças, meu amigo: essa lavorada salvadora não nasce em algum horizonte fora de ti, mas sim no horizonte dentro de ti - esse sol desponta no Grande Além de Dentro, nas divinas profundezas de tua própria alma.

É, pois, necessário que descubras esse reino de Deus dentro de ti, esse reino sempre presente a ti, mas do qual estás, muitas vezes, ausente.

Essa viagem rumo ao teu centro divino, naturalmente, é muito mais difícil do que todas as jornadas para as periferias externas - porque 'estreito é o caminho e apertada é a porta que conduz ao reino de Deus', dentro de ti. 

Entretanto, uma vez habituado a trilhar esse caminho estreito, verás que ele se alarga na esplêndida avenida - e, uma vez que entraste pela porta estreita da disciplina e assídua comunhão com Deus, verificarás que te achas num universo de infinita largueza e indescritível formosura ...

Vale, pois, a pena iniciares essa jornada e arriscares essa grande aventura - mesmo que seja no último quartel da tua existência terrestre ...

Vai e desenterra do campo do próprio Eu esse 'tesouro oculto'!

Decide-te e mergulha nas profundezas do teu ser em busca da 'pérola preciosa' da experiência divina, do encontro pessoal com Deus ..."

(Huberto Rohden - Imperativos da vida - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1983 - p. 15/16)


sábado, 9 de abril de 2016

A IMPORTÂNCIA DE UM BOM CARÁTER

"É muito importante que o sadhana (disciplina espiritual) seja feito após ter-se construído um bom caráter. Em meio a impureza, à perversidade e ao mal, infrutífero é o esforço espiritual. Seria como uma joia na cabeça de uma cobra, isto é, no centro do veneno e da crueldade.

Não se utilize do estudo das escrituras para inflar seu egoísmo. Que as escrituras o tornem humilde e ao mesmo tempo resistente à tentação.

Você saca do banco somente de acordo com o que nele depositou; através do seu talão de cheques, você calcula seu saldo. Continue fazendo assim. Aumente seu saldo. Não acabe com ele, gastando-o febrilmente e por negligência.

Você deve gradualmente livrar-se dos apegos que conduzem ao extravio. Só então poderá manter-se ereto, sem que o peso da carga o vergue."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 144/145)


sábado, 6 de fevereiro de 2016

A TURBULÊNCIA DA MENTE

"Toda alegria pela qual anseia está dentro de você, mas, igual a um homem que tendo uma imensa riqueza dentro de um cofre de ferro não tem ideia de onde se encontra a chave, você sofre. Com instruções apropriadas, curtindo-as no silêncio da meditação, é possível manobrar com a chave, abrir o cofre e enriquecer-se de alegria.

Arjuna reclamou a Krishna contra a turbulência da mente, dizendo que ela é: chanchala (sempre cambiando seus objetivos); pramadhi (cheia de possibilidades perigosas, desde que torna o homem um escravo dos sentidos); balavath (incontrolável); e dradham (difícil de ser destruída). No entanto, a mente pode ser controlada e mesmo eliminada por meio de intensa meditação sobre Deus Imanente. Quando isso é alcançado, raiva, ansiedade e inveja deixarão de incomodar você; as fronteiras do eu e do meu serão rompidas, e você terá paz imperturbável (santhi). Seus esforços devem ser proporcionais à magnitude da aquisição que você busca. Não é? Você anseia por bem-aventurança, mas se apega a prazeres inferiores e se recusa a arriscar-se tanto quanto necessário para obtê-la.

O que você recebe e quando o recebe dependem da Graça do Senhor. A missão do sadhaka (o praticante do sadhana) é exercitar-se em meditação (dhyana), sem se desviar do reto caminho. O restante é Graça d'Ele. Não depende do número de dias ou da duração da prática. Alguns podem precisar de muitos nascimentos; outros, mesmo em poucos dias, alcançam a Meta. Depende da fé (shradha), da devoção (bhakthi) e da disciplina (sadhana). Isto não pode ser calculado nem deve se tornar objeto de especulação."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 120/121)


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

TENTAÇÃO

"Se você se encontra tentado para um vício, ou seja, para iniciar-se em bebidas alcoólicas, jogo de azar, cigarro, tóxico, perversão erótica, roubo e coisas assim, saiba que está numa terrível encruzilhada.

De um lado, o caminho largo da autogratificação, do gozo, da irresponsabilidade, da facilidade inicial... Do outro, o caminho estreito, do autocontrole, da disciplina, da purificação, da elevação, da sublimação...

O caminho largo, efetivamente, é muito mais sedutor. Mas não ceda. Ele conduz às 'trevas exteriores, ao choro e ranger de dentes', isto é, à doença, à miséria, à escravidão, à loucura, ao inferno.

O caminho estreito é desafiador, difícil, exigindo esforço e abnegação, sacrifício e retidão. Mas conduz à liberdade, à saúde, à força, à paz, à salvação.

É você quem deve decidir. É você também aquele que vai ser esmagado ou glorificado. Assuma a responsabilidade, e faltando coragem, recorra a Deus. Opte: dor ou felicidade.

Assume, Senhor, minhas opções e fortalece-me para que eu vença e avance pelo estreito caminho da redenção."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, rio de Janeiro, 1995 - p. 125/126)


domingo, 17 de janeiro de 2016

PROVAS

"Não é por prazer que o Senhor submete o homem a testes. Ele não empilha calamidade sobre calamidade porque isto lhe agrada. As 'provas' são mantidas para aferição dos atingimentos, e para conferir graduações e honras. Você deve solicitar ser submetido a 'provas', tanto que possa registrar seu progresso.

Lance as sementes chamadas 'Nome de Deus' no bem preparado campo do coração; nutra-as com o adubo da fé; mantenha a disciplina como a cerca protetora contra o gado solto. Sem uma cerca guardando a plantação, o cultivo será tão válido como dar tiro sem bala - somente o estampido, e nada mais."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 213)


sábado, 16 de janeiro de 2016

O CONTROLE DOS SENTIDOS

"(3:7) Mas o êxito absoluto, ó Arjuna, espera aquele que disciplina seus sentidos por um esforço da mente, permanece no íntimo sem apegos e usa os órgãos da ação em atividades que nos lembram Deus.

Consideremos isto: que são 'atividades que nos lembram Deus'? Elas incluem todo ato ou pensamento que direciona a mente para a supraconsciência. Simples pietismo expresso em orações na igreja, templo ou sinagoga; sentimentos meramente 'sagrados', exibidos para impressionar os outros (ou proclamados com fervor para 'impressionar' Deus) - em suma, toda mostra de religiosidade só é aceitável se, por dentro, formos sinceros. A ânsia de impressionar trai o desejo de colher resultados, nunca a sinceridade dos sentimentos.

A expressão de Krishna '...disciplina seus sentidos por um esforço da mente' revela a importância de não se adotarem apenas meios exteriores de autodisciplina: por exemplo, ficar de pé ou sentado com a mão erguida até que ela se atrofie pelo desuso; nunca se sentar nem deitar como forma de penitência; estirar-se numa cama eriçada de pregos; isso, mais os jejuns intermináveis, a privação do sono e outras formas de embotamento dos sentidos adotadas para obter o autocontrole, sem a contrapartida de um discernimento inteligente, não é o que Krishna recomenda aqui. Austeridade do mesmo tipo, em outras religiões, incluem autoflagelação, inanição e outras que lembram muito as empregadas na Índia. Mencioná-las todas seria inútil, pois todas se destinam a subjugar os sentidos sem o uso adequado da vontade. Esta tem de dar seu consentimento ativo para a libertação interior: de nada vale mortificar o corpo para obrigá-lo à submissão.

Controlar os sentidos não é tiranizá-los. O que se tem a fazer é retirar deles a energia, porquanto a vontade age diretamente sobre ela. Yogananda declarou: 'Quanto mais forte a vontade, mais abundante o fluxo de energia.' A direção desse fluxo pode ser tanto para dentro quanto para fora, tanto para cima quanto para baixo.

Por isso Krishna fala também em desapego interior. Privar-se de coisas materiais pode, e frequentemente o faz, alimentar o fogo dos vínculos ocultos! Nenhuma atividade voltada para impressionar os semelhantes (ou até Deus) dará, no fim, frutos divinos. A evolução espiritual se consegue, acima de tudo, desejando-a intensamente, não infligindo disciplina violenta ao corpo.

Com boa vontade, alegria e devoção, é possível encontrar Deus. Sem o pleno consentimento da vontade e da consciência total da pessoa, este que é o mais nobre dos objetivos - a consciência pura da Bem-aventurança - não será nunca atingido."

((A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 143/144)


sábado, 5 de dezembro de 2015

A REALIZAÇÃO

"Cada dia, faça esta concentração sobre sua verdadeira Realidade, quando em dhyana (meditação). Todos os dias, siga a mesma rotina rigorosa - hora, lugar, duração e método -, todos imutáveis. Então, os fatores perturbadores facilmente podem ser minimizados e domados. Conforme disse Ramakrishna, não cave poucos centímetros em muitos diferentes lugares para não ter de se queixar de que não encontrou água. Cave no mesmo lugar, com fé e firmemente. A sonda, furando, desce ao verdadeiro subsolo onde mina a água. A sonda Ram-Ram-Ram..., continuada e firmemente, alcançará resultado compensador - a Realização. 

Ram é o nome do remédio. A doença não será nem um pouco afetada quando apenas se repete o nome do remédio. É somente quando este é tomado que a doença leva um susto e se arruma para ir embora. É como solavanco para o corpo; japam (a repetição do mantra) levanta a mente e dela retira o vírus maligno. O coração é o pote de leite; a inteligência é a colher de mexer; o sadhana (disciplina espiritual) é o processo de agitar ou bater o leite, e a Realização é a manteiga obtida."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.109)


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

SÁDHANA

"Sob o título de Sádhana, que significa caminho ou disciplina espiritual, procuro, respeitando os limites e fins desta obra, expor os mais interessantes ensinos do Yoga, que podem servir de profilaxia e cura filosófica - psíquica - moral.

Sádhana, como preventivo, é naturalmente, muito mais eficaz e compensador do que como método de curar. 

Em verdade, o sádhana não é ensinado pelos mestres e pelas escrituras da Índia como um tratamento para nervosos, mas como um método de alcançar a libertação (moksha). Seu fim é a fusão do jiva (ego ou alma individual em evolução) em Paramatman (alma universal).

Sádhana, como eu imagino para o nervoso, é apenas uma adaptação que visa à conquista da saúde, à restauração da paz e a uma razoável dose de felicidade para o ser humano vulgar e sofredor.

Sádhana é uma forma de viver orientada para o encontro da paz, da perfeição, da beatitude, da libertação. É caminho divinizante, que transforma em realidade todas as infinitas promessas que há em cada ser humano. É a evolução do ser, através do saber, do fazer e do amar sem egoísmo e, portanto, sem dissabor ou limitação."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 141)