OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

TENHAM CONFIANÇA EM SI MESMOS

"O gosto pela vida espiritual não pode ser adquirido de uma vez só. Não! É preciso lutar duramente por ele. Todas as nossas energias devem ser concentradas unicamente nessa meta sem serem desperdiçadas em outras direções. Sigam sempre adiante, sempre adiante. Nunca fiquem satisfeitos com seu atual estado de desenvolvimento. Tentem alimentar dentro de si uma ardente insatisfação. Digam a si mesmos: 'Que progresso estou fazendo? Nenhum.' - e apliquem-se de maneira ainda mais incansável à tarefa. No fim do dia, Sri Ramakrishna costumava exclamar: 'Ó Mãe, mais um dia se passou e eu não consegui vê-La!'

Toda noite, antes de dormir, pensem por um momento no tempo em que passaram realizando boas ações e no tempo que desperdiçaram; no que dedicaram à meditação e no que se entregaram à preguiça. Fortaleçam suas mentes por meio (...) da prática da meditação.

Deus não é algo que se pode comprar. A visão de Deus só é concedida por Sua graça. Isso significa que vocês não precisam praticar disciplinas espirituais? É claro que devem praticá-las, de outra forma as paixões irão destruí-los.

O homem rico contrata um porteiro cujo dever é impedir que ladrões, vacas, ovelhas ou qualquer outro intruso invada sua propriedade. A mente do homem é seu porteiro, e quanto mais forte ela se tornar, melhor. A mente também tem sido comparada a um cavalo selvagem. Um cavalo assim pode conduzir seu cavaleiro pelo caminho errado; apenas quem é capaz de segurar as rédeas e controlar o animal pode se manter no caminho certo."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo - p. 232)

domingo, 16 de outubro de 2016

PORQUE E COMO JESUS SOFREU (PARTE FINAL)

"(...) Se um homem é capaz de servir-se do negro carbono da dor para fazer ouro e pedra preciosa de realização espiritual, deve ele ter ultrapassado toda a alquimia ocultista de toda a magia mental, e deve ter entrado no santuário da mística divina.

Quando um desses místicos escrevia 'eu transbordo de júbilo no meio de todas as minhas tribulações', devia ele ter experiência desse segredo.

E quando o Mestre disse que ele devia entrar em sua glória pelo sofrimento e pela morte voluntária, devia ter removido um espesso véu que, para o comum dos mortais, encobre o mistério do sofrimento como fator de autorrealização.

Apesar de ter Jesus sofrido voluntariamente tudo o que sofreu para entrar na sua glória, contudo o modo como ele soube sofrer é um modelo para todos os sofredores. Não sofre com covardia, como os fracos, nem com jactância, como certos heróis, ou pseudo-heróis da humanidade, que desafiam os martírios e a morte. No Getsêmane, o seu Jesus humano pede ao Cristo divino que, se possível, faça passar aquele cálice amargo - mas logo se entrega totalmente, à vontade superior do seu Cristo divino. No Gólgota, por um momento, o seu ego humano clama em altas vozes: 'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?' - mas logo o seu Eu crítico se resigna e murmura serenamente: 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito'.

Ele sofre como o mais humano dos homens, porque era integralmente humano no seu Jesus, e integralmente divino no seu Cristo.

Cada homem é potencialmente o que ele pode vir a ser atualmente. Horror ao sofrimento e à morte, a repugnância contra injustiças e ingratidões são compatíveis com a soberania, calma e serenidade do espírito. Uma completa integração do nosso ego inferior em nosso Eu superior perfaz a harmonia total da natureza humana.

Ser tentado a revoltar-se contra o sofrimento é humano - deixar-se derrotar pelo sofrimento é deplorável.

Toda a serenidade no sofrimento depende, em última análise, da visão da nossa existância total, cuja falta dificulta e mesmo impossibilita a compreensão da tarefa evolutiva do sofrimento."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 47


sábado, 8 de outubro de 2016

IOGA - O SEGREDO SUPREMO

"O AUM deve ser considerado pelo homem da Quinta Raça como o Nome do Logos Solar, Que é a 'Joia no Lótus' do universo. Ele é, na verdade, uma mistura igual de Essência espiritual de todas as joias e, portanto, de todos os Raios em cada uma de suas expressões em todos os reinos da Natureza e, além disso, Ele é a energia de luz branca, indiferenciada de que tudo consiste. 

A Mônada do homem é exatamente a mesma, ainda que bem menos desenvolvida, muito mais atenta ao universo de sua natureza. É como se o Ego do homem tivesse alcançado e passado pelas fases humanas de Individualização, primitiva, semicivilizada e avançada e, ao mesmo tempo, cada célula de seu corpo estivesse passando pelo mesmo processo num estágio muito, mas muito anterior. A Essência interior é a mesma, o protoplasma do corpo é o mesmo, a diferença está somente no grau de desenvolvimento e em nada mais.

Deus e o homem são um, idênticos em Espírito, em vida, em substância e em serem sujeitos às duas leis: (1) de desenvolvimento eterno e progressivo e (2) de perpétua harmonização ou carma. Esta verdade reconhecida dá ao homem assim iluminado sua âncora espiritual. É a sua vida espiritual, e sua expressão em ação é a espiritualidade. Aplicada aos relacionamentos humanos, é a chave para a harmonia mundial e a concórdia entre as nações, cidades, instituições e lares.

Se a Essência-Espírito em cada homem é una com a Essência-Espírito do universo, como realmente é, então, a Essência-Espírito de todos os homens é una. A divisão é uma ilusão. A separatividade isolada é uma negação da verdade e do fato. Esta é a verdade, e é a entrega ao mundo desta verdade, entre muitas outras chamadas Teosofia, que é a missão da Sociedade Teosófica: daí o Primeiro Objetivo¹."

¹ O autor está se referindo ao primeiro objetivo da Sociedade Teosófica: criar um núcleo da fraternidade universal sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor. (N. ed. bras.)

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 27/28)



quarta-feira, 28 de setembro de 2016

MATA A AMBIÇÃO (1ª PARTE)

"'Mata a ambição', escreve Mabel Collins em Luz no caminho (Ed. Pensamento). A ambição é um mal primário, mas é geralmente considerada pelo mundo em geral como sendo uma qualidade boa. O homem ambicioso é invejado pelos outros, e mesmo seus superiores fazem dele bom conceito porque ela faz o esforço necessário para obter a promoção cobiçada. Mas, do ponto de vista oculto (ou secreto, esotérico), a ambição é destrutiva e deve ser extirpada. Ela torna a pessoa insensível aos sentimentos, necessidades e bem-estar dos outros. Toda sua atenção está fixa sobre o objeto que deseja alcançar, e essa mesma concentração exclui tudo o mais de sua atenção, mesmo o sofrimento causado aos outros no fomento de sua ambição.

Embora compreendamos a natureza desse mal quando o vemos sob uma forma exagerada, não conseguimos reconhecê-lo em nós mesmos. Mas é verdade que as faltas que notamos nos outros provavelmente estão presentes, pelo menos em germe, em nós mesmos. Não estamos preocupados com a destruição de ídolos populares - as diferentes coisas que as pessoas adoram -. mas com nossos próprios ídolos particulares que adoramos secretamente em nossos corações.

Luz no caminho fala da ambição como 'a primeira maldição' e adverte que ela assume formas sutis no Caminho oculto. Podemos pensar que destruímos a ambição em nós mesmos, mas ela pode reaparecer com aspecto diferente, pois podemos ambicionar várias coisas mesmo no próprio Caminho. Podemos não nos preocupar com o elogio da 'massa ignara', descartando-o como algo sem valor. Mas é bem possível sermos sutilmente presunçosos; embora pareçamos não nos preocupar com a apreciação dos outros, podemos ainda estar enraizados no amor próprio e na vaidade, muitíssimo cônscios de nossas supostas habilidade e de nosso valor no caminho espiritual.

Ou podemos querer estar à frente dos outros que são devotados ao mesmo Mestre, sentir que de algum modo demos um passo que eles não deram. Mesmo que os outros não saibam que demos um passo, o fato de pensarmos que demos é suficiente; sentimo-nos superiores e autossatisfeitos. Isso pode ser tão sutil que, a não ser que prestemos muita atenção a nossos pensamentos, sentimentos e motivos, seja impossível evitá-lo. Podemos continuar meditando sobre a virtude da humildade que pensamos querer possuir, e ao mesmo tempo estarmos plenos desse egoísmo que está tão profundamente enraizado em todos nós. (...)"

(N. Sri Ram - Mata a ambição - Revista Theosophia, Ano 100, Outubro/Novembro/Dezembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 15/16) 


sábado, 24 de setembro de 2016

ESFORÇO (1ª PARTE)

"Para a maioria de nós, toda a vida está baseada no esforço, em alguma espécie de volição. Não podemos conceber ação sem volição, sem esforço; nisso está baseada nossa vida. A vida social, econômica, e a chamada vida espiritual são uma série de esforços, culminando sempre em certo resultado. E pensamos que o esforço é essencial, necessário. 

Por que fazemos esforço? Não é, falando com simplicidade, com o fim de alcançarmos um resultado, de nos tornarmos alguma coisa, de alcançarmos um objetivo? Se nenhum esforço fazemos, pensamos cair na estagnação. Temos uma idéia a respeito do alvo que estamos lutando para alcançar e esta luta se tornou parte da nossa vida. Se desejamos modificar-nos, mudar radicalmente, fazemos um esforço tremendo para eliminar os velhos hábitos, resistir às influências ambientes, etc. Estamos, pois, habituados a essa série de esforços no sentido de encontrar ou realizar alguma coisa, para vivermos de alguma maneira. 

Todo esse esforço não representa atividade do 'ego'? Esforço não significa atividade egocêntrica? Se fazemos um esforço, procedente do centro do 'eu', esse esforço inevitavelmente produzirá mais conflito, mais confusão e amargura. Entretanto, continuamos, obstinadamente, a fazer esforço sobre esforço. Pouquíssimos dentre nós compreendem que a atividade egocêntrica do esforço não nos livra de nenhum dos nossos problemas. Pelo contrário, aumenta nossa confusão, nossa amargura, nosso sofrimento. Sabemo-lo, e entretanto continuamos a nutrir a esperança de nos libertarmos, de algum modo, dessa atividade egocêntrica do esforço, da ação da vontade. 

Penso que chegaremos a compreender o significado da vida, se entendermos o que quer dizer fazer um esforço. Vem a felicidade como resultado do esforço? Já tentastes alguma vez ser felizes? E impossível isso, não achais? Lutais para ser felizes, e não há felicidade, há? A alegria não vem como resultado de coerção, de refreamento ou transigência. Podeis ceder, mas no fim encontrareis amargura. Podeis refrear ou controlar, mas há sempre luta, subterrâneamente. A felicidade, pois, não se consegue pelo esforço, nem a alegria pelo controle e refreamento. Entretanto, toda nossa vida é uma série de esforços, de refreamento, de controle, e uma série de lamentáveis capitulações. Há também um constante esforço de domínio, uma luta constante com nossas paixões, nossa ganância e estupidez. Não é certo que estamos lutando, agitando-nos, esforçando-nos, na esperança de acharmos a felicidade, de acharmos alguma coisa que nos dê um sentimento de paz, um sentimento de amor? Mas o amor ou a compreensão resulta de luta? Julgo importantíssimo compreender o que se entende por luta ou esforço. (...)"

(Krishnamurti - A Primeira e Última Liberdade - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 58/59)


sábado, 27 de agosto de 2016

ESCALA EVOLUTIVA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) A existência dos Mestres foge à capacidade de crença de grande número de pessoas. Causa-lhe estranheza que seres super-humanos andem nivelados com homens comuns, levando vida física habitual.

Mas, para quem admita a evolução tal como temos exposto, haverá algo de extraordinário que existam tais seres?

A existência desses Mestres obedece a razões lógicas e não há nada demais que, para cinco bilhões de seres humanos, haja menos de uma centena de super-homens, em corpo físico, para determinar ações, ou arranjos, ou ajustamentos, enfim, efetuar mecanismos de inter-relação entre os seres humanos e os super-humanos.

Objetarão alguns: 'Por que não se mostram ou por que não exibem seus poderes e sua ciência? Convenceria, então, facilmente a todo mundo e isto facilitaria o trabalho evolutivo.' A resposta é difícil: há razões complexas para que se não exibam poderes nem se ensinem coisas a homens ainda atrasados intelectual e moralmente, os quais não seriam aptos nem dignos de conhecê-las.

E a esses Mestres, como aos Iniciados, não interessa a manifestação de poderes, nem a glória, riquezas e outras coisas que se afiguram muito importantes ao comum dos homens.

Preferem 'ajuntar tesouros no céu, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem e onde os ladrões não minam nem roubam'...

Em ocasiões determinadas aparecem como guias de povos, instrutores de religiões, mas os homens de seu tempo não reconhecem sua magnitude espiritual."

(Alberto Lira - O ensino dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 186/187

domingo, 14 de agosto de 2016

A FAMÍLIA ESPIRITUAL

"Às vezes nossa família biológica não é a nossa verdadeira família. Nossos pais ou outros parentes podem não nos compreender. Podem mesmo não manifestar amor e carinho por nós. Podem rejeitar-nos e maltratar-nos cruelmente. Não somos obrigados a suportar o maltrato ou o desrespeito. Não há débitos a serem saldados que justifiquem os maltratos de ninguém. Merecemos ser amados e respeitados.

À medida que crescemos, podemos nos ver cercados de amigos e de pessoas que tenham por nós um carinho genuíno, que nos propiciem a segurança que vem da certeza de sermos amados e tratados com dignidade e respeito. Esses amigos e entes queridos se transformam na nossa verdadeira família. Eles também podem compartilhar conosco dos mesmos valores espirituais e nós podemos ajudá-los a evoluir positivamente. Essas pessoas serão a nossa família espiritual. Se formos rejeitados por nossa família biológica, a família espiritual nos acolherá, cuidará de nós e se tornará a família que realmente importa. (...)~

Não estou dizendo para abandonarmos nossa família de origem ou para deixarmos de manter com ela uma relação amorosa e solidária. Mas insisto na importância de ficarmos atentos para não sofrer violência ou desrespeito físico e emocional. É inadmissível pensarmos que o desrespeito pode ser tolerado porque vem de alguém da família, da comunidade ou do grupo religioso.

Ame a si tanto quanto ama os outros. Merecemos ser amados, apoiados, respeitados. Se a família biológica nos trata assim, é ótimo. Se não, e se os nossos esforços para alertá-la e fazê-la mudar de atitude falharem, devemos abandoná-la e procurar outra família, nossa família espiritual."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeirao, 1999 - p. 96/97)

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

EGO ESPIRITUAL

"P: Se o Ego Espiritual é onisciente, onde fica então essa decantada onisciência durante sua vida devakhânica?

T: Durante esse tempo está em estado latente e potencial, porque, em primeiro lugar, O Ego Espiritual não é o Eu Supremo, que sendo uno com a Alma Universal ou Inteligência, só ele é onisciente; e segundo, porque o Devakhan é a continuação idealizada da vida terrestre que se acaba de abandonar, período de ajustamento retributivo e recompensa pelos danos e sofrimentos imerecidamente experimentados naquela vida especial. O Ego Espiritual só é potencialmente onisciente, em Devakhan, e de fato, exclusivamente em Nirvana, quando o Ego funde-se na alma-Mente Universal. Volta a ser quase onisciente durante aqueleas horas na terra em que certas condições anormais e mudanças fisiológicas do corpo, libertam o físico dos entraves e impedimentos da matéria. Exemplos disso são os casos de sonambulismo já citados, de uma pobre criada falando hebraico e outra tocando violino. Isto não quer dizer que as explicações dadas pela medicina a esses dois casos não tenham em si alguma verdade, pois uma das moças ouviu, anos antes, seu professor, um pastor protestante, ler obras hebraicas em voz alta, e a outra ouviu um artista tocar violino na casa de cômodos onde morava. Mas nenhuma das duas poderia fazer nada disso com a perfeição com que o fizeram, se não tivessem sido animadas por Aquele que - em virtude da identidade de sua natureza com a Mente Universal - é onisciente. No primeiro caso, o princípio superior agiu sobre os skandhas, colocando-os em movimento; e, no último, estando a personalidade paralisada, manifestou-se a própria individualidade. Solicito que não se confundam as duas coisas."

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 134/135)

sábado, 30 de julho de 2016

O QUE É RETA AÇÃO (1ª PARTE)

"Os budistas, de um ponto de vista puramente técnico, não podem pertencer a nenhum exército. O exército é dirigido por todo tipo de pessoas que podem ter seus próprios motivos para criar uma guerra, ou para produzir tensão. Os oficiais, soldados, e quem quer que esteja preso nisso mecanicamente, faz o que quer que se lhes ordene sem considerar que possa haver algo de errado nos objetivos. Consequentemente, alguém que esteja decidido a viver a vida espiritual, ou o reto tipo de vida, não fará parte de um exército. Há muitas pessoas que dirão que não é bem assim. O Bhagavad-Gita, por exemplo, diz: 'Continue lutanto, Arjuna'. As palavras 'continue lutando' referem-se a lutar no nível físico, ou terá todo o Gita um significado diferente?

Existem milhões de pessoas que estão engajadas em negócios ligados à guerra. Investir em armas de guerra e fabricá-las é apenas uma delas. Existem muitos cientistas engajados nesse negócio mais do que em propósitos pacíficos. Tal fato deve ser considerado por qualquer um que esteja trilhando a senda ou que queira trilhá-la. Ele quer engajar-se em atividades que causam danos aos outros?

É bastante comum encontrar pessoas ingerindo bebida alcoólica. Isso significa que muitas outras pessoas estão engajadas nesse negócio, preparando a bebida e vendendo-a. Trabalhar com tal produto é acessório para várias outras atividades. Muitas coisas que usamos são produzidas sem levar em consideração o fato de que podem afetar as vidas de outros seres. As pessoas tendem a usar animais para experiências, para fazer produtos mais belos e para outros propósitos. Os pobres animais são torturados e mortos em larga escala sem qualquer razão aparente. Somos nós, como membros da Sociedade Teosófica, cuidadosos a respeito daquilo que compramos? Compramos, até onde sabemos, coisas que não afetem as vidas inocente de outras criaturas? Milhões de criaturas são afetadas, mortas, torturadas e maltratadas de muitas maneiras, porque o homem quer usar os produtos.

Nos Estados Unidos, querem ter o cuidado de não causar dano aos seres humanos; contudo fazem coisas terríveis a outras criaturas para garantir que nenhum dano seja causado aos seres humanos. Felizmente, na Inglaterra e na Europa, muitos experimentos foram extintos e substituídos por outros métodos mais humanitários. Agora se pode descobrir se uma droga ou outros produtos são úteis ou não por outros meios que não o sofrimento causado aos animais. Antes, milhares de criaturas eram feridas e maltratadas em nome do assim chamado progresso.

(Radha Burnier - O rio da vida - Revista Theosophia, Ano 101, Abril/Maio/Junho 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 46/47) 


sexta-feira, 29 de julho de 2016

CONFIANÇA: VOCÊ É FILHO DO INFINITO

"A Consciência Espiritual Criativa mora na alma do homem, que com ela pode fazer o que quiser, pois foi criado à imagem e semelhança de Deus, ou seja, com poderes ilimitados. O homem é senhor de seu destino quando aceita e usa essa força dada por Deus. A única limitação é a que ele próprio se impõe com seus pensamentos. 'Pensamentos são coisas': eis um fato psicológico muito conhecido. A frase em Provérbios: 'Aquilo que um homem pensa em seu coração, isso ele é', constitui uma verdade que já revolucionou e transformou a vida de milhares de pessoas.

Cultive a consciência de que o Espírito Divino é seu próprio Pai e dono do universo inteiro com toda a abundância nele contida. Você, como Seu filho bem-amado, tem o direito absoluto de possuir tudo, como Ele mesmo possui. Jamais ore pedindo seja lá o que for, mas apegue-se ao pensamento de que tudo já é seu, bastando-lhe apossar-se de qualquer coisa com a confiança infinita e natural de um filho de Deus.

Não seja um pedinte! Conscientize-se de uma vez por todas de que é o filho de Imperador do Universo."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 39/40)


quarta-feira, 29 de junho de 2016

RENASCIMENTOS SUCESSIVOS

"P: Que necessidade há de renascimentos sucessivos, uma vez que em nenhum se consegue alcançar a paz permanente?

T: A meta final só pode ser atingida pelas experiências da vida, e a massa dessas experiências é formada pela dor e o sofrimento. 

É só graças a eles que podemos aprender. 

Os gozos e os prazeres nada podem nos ensinar; são passageiros, e, em abundância, apenas produzem a saciedade. 

Além disso, nossa constante impossibilidade de encontrar satisfação permanente na vida, capaz de satisfazer as necessidades de nossa natureza mais elevada, claramente nos demonstra que estas só podem ser satisfeitas em seu próprio plano, isto é, o espiritual."

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 215)


segunda-feira, 27 de junho de 2016

A VISÃO RELIGIOSA DE EINSTEIN

"Einstein teve uma enorme influência sobre o pensamento e as ideias que dominaram grande parte do pensamento científico durante a maior parte do Século XX. A mente inovadora de Einstein inspirou aqueles que buscavam um modo de pensar que abrisse novas avenidas nos campos da ciência, filosofia e visão espiritual. Ele escreveu inúmeros artigos e livros durante a sua vida e outras pessoas escreveram muito mais comentários sobre seus conceitos e sua vida. Talvez seus livros mais importantes tenham sido Relativity: The Special and General Theory (publicado em alemão em 1916 e em inglês em 1920); The World As I See It (1949) e Cosmic Religion (1931).

É nos dois últimos livros que encontramos sua filosofia de vida. Ele inicia The World As I See It assim: 'Qual é o significado da vida humana, ou da vida orgânica como um todo? Responder a essa pergunta sob qualquer condição implica uma religião. Haverá sentido então, você indaga, em se fazer essa pergunta? Eu respondo que o homem que considera sua própria vida e a de seu próximo como sem sentido, não apenas é infeliz, mas está quase que desqualificado para a vida.' Ele continua: 'Cada um de nós está aqui para uma curta estadia, cujo propósito desconhecemos (...). Existimos para os nossos próximos (...) a quem o nosso destino está preso.' Nas primeiras páginas desse livro ele se revela um ardoroso humanista, e, na obra Cosmic Religion, começa a contemplar o significado da vida nos níveis religioso e espiritual.

Nesse livro ele escreveu que 'tudo que a raça humana fez e pensou diz respeito à satisfação de necessidades profundamente sentidas e ao alívio da dor. Deve-se manter isso o tempo todo na mente para entender os movimentos espirituais e seu desenvolvimento. Sentimento e desejo estão entre as forças motivadoras por trás de todo esforço e de toda criação humana.'

Einsten descreve sua visão da religião dizendo que ela preenche três necessidades humanas básicas: libertação do medo e da dor; aceitação social; e transcendência psicológica. 'A primeira religião está baseada no medo, quando a humanidade tenta apelar para um Deus que ajudará a evitar a doença, a fome e a morte. No homem primitivo, é o medo de tudo que evoca noções religiosas. Esses medos estão baseados no instinto de sobrevivência. A segunda religião está baseada na necessidade humana de aceitação social e no desejo de ser amado, apoiado e orientado por alguém ou algo que seja de algum modo superior e que possa proteger. Assim, os indivíduos criam uma concepção social e moral de Deus.' Para Einstein, a religião mais importante inclui essas duas abordagens, mas também as transcende. Este é 'o terceira estágio da experiência religiosa, e pode ser chamado de sentimento religioso cósmico. Os gênios religiosos de todas as épocas distinguiram-se por esse tipo de sentimento, que não conhece dogma nem Deus concebido à imagem do homem.'"

(Barry Seabourne - A visão religiosa de Einstein - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 11)


terça-feira, 31 de maio de 2016

AMOR OU JULGAMENTO (1ª PARTE)

"Duas são as colunas da compreensão budista do caminho espiritual. Uma é o desafio de abrir nossa percepção pessoal à realidade da vida e desenvolver nosso senso de sabedoria ou perspectiva com relação ao que somos e ao que a vida é. Tal função cabe, em princípio, à mente. A outra grande coluna é o desafio de aprimorar nossa capacidade de sentir compaixão e aceitação com respeito à obra divina - tarefa que cabe, sobretudo, ao coração.

A compaixão é uma qualidade que descobrimos somente quando deixamos de julgar o mundo e passamos a amá-lo. A terceira meditação, que envolve aceitar a realidade tal qual é, induz-nos naturalmente a explorar nossa capacidade de sentir amor no coração e, por fim, a amar incondicionalmente - conforme preceituaram Buda, Jesus e muitos outros mestres espirituais.

O fato se resume ao seguinte: não podemos, ao mesmo tempo, criticar e amar uma coisa. Por quê? Porque o próprio processo de julgamento está radicado em uma área do nosso cérebro, a amídala, que é o centro do medo. Essa área de alerta vermelho, ligada diretamente aos nossos sentidos e funções cognitivas, obriga-nos a determinar primeiro se algo em nosso ambiente imediato constitui uma ameaça. Todo animal possui esse mecanismo de sobrevivência baseado no medo, evidentemente imprescindível para a segurança física. 

O dilema humano consiste no fato de não só analisarmos o momento presente a fim de descobrir se existe algum perigo como também termos a capacidade de evocar coisas ruins que nos aconteceram no passado e temer que voltem a acontecer no futuro. Cifram-se nisso nossas preocupações. Em última análise, boa parte do sofrimento humano vem de nossa propensão a imaginar cenários possíveis no futuro e, ou ficar ansiosos quando eles parecem negativos, ou animados quando parecem positivos. Em qualquer caso, nossas ideias a respeito do futuro tendem a criar sofrimento no presente. (...)"

(John Selby - Sete mestres, um caminho - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 94/95)


domingo, 29 de maio de 2016

O PODER DO SILÊNCIO

"Na sociedade moderna nós parecemos ter medo do silêncio; por isso o preenchemos com conversa fiada ou passamos o tempo com entretenimentos. Talvez nós nos sintamos desconfortáveis com o silêncio porque ele nos força a fazer um balanço de nós mesmos e de nossas vidas; ficamos face a face com nós mesmos, com a nossa 'face original', como dizem os místicos Zen.

Apolônio de Tyana, seguidor de Pitágoras e de sua escola, permaneceu em silêncio durante cinco anos, como parte de seu treinamento. Ele não se dirigiu a uma floresta nem foi para o deserto; permaneceu na cidade, onde usava gestos ou escrevia bilhetes quando precisava se comunicar.

O compositor John Cage criou uma controvertida composição que tinha mais de quatro minutos e meio de silêncio. Ele provavelmente estava tentando transmitir a ideia de que toda música surge no silêncio e a ele retorna. É o silêncio entre as notas que cria a música; sem ele, teríamos apenas um som constante e incompreensível. Cage estudou Zen Budismo durante algum tempo e isso influenciou sua obra, que fazia uso do silêncio.

Provavelmente a aversão ao silêncio é mais uma tendência ocidental, pois no Oriente, particularmente nas poesias chinesa e japonesa, o silêncio tem mais valor do que as palavras; em suas pinturas, o espaço é mais valorizado que as formas. No conceito de silêncio desempenha um papel importante. Na Índia dizem que Krishna nasceu na calada da noite - isso significa que o eu espiritual se manifesta quando a mente está tranquila e em silêncio. No Taoísmo há o concento da 'meia-noite viva', que transmite a mesma ideia. 

Na Teosofia, todos conhecemos A Voz do Silêncio, a bela e poética obra traduzida por H.P. Blavatsky, que diz: 'Quando para si mesmo a sua própria forma parece irreal, como o parecem ao acordar todas as formas em sonhos que ele vê. Quando deixar de ouvir os muitos, poderá perceber o Uno - o som interior que mata o exterior. Só então abandonará ele a região de Asat, o falso, para chegar ao reino de Sat, o verdadeiro. Antes que a Alma possa ver, deve ser conseguida a harmonia interior, e os olhos da carne tornados cegos a toda a ilusão. Antes que a Alma possa ouvir, a imagem (o homem) tem de se tornar surda aos rugidos como aos murmúrios, aos bramidos dos elefantes em fúria como ao prateado sussurro do pirilampo de ouro. Antes que a Alma possa compreender e recordar, ela deve primeiro unir-se ao Falante Silencioso, como a forma que é dada ao barro se uniu primeiro à mente do ceramista. Porque então a Alma ouvirá e poderá recordar-se. E ao ouvido interior falará: a voz do silêncio.'"

(Waine Gatfield - O poder do silêncio - Revista Sophia, Ano 11, nº 46 - p. 15)


domingo, 22 de maio de 2016

A LEI DO KARMA (PARTE FINAL)

"(...) Para que o karma desempenhe o seu papel, somos colocados em circunstâncias (família, educação, nação etc) que nos obrigam a corrigir fraquezas, aprender com novas experiências e evoluir espiritualmente. Na vida diária, o karma se manifesta como hábitos, tendências, humores, desejos e emoções. Nosso caráter representa a totalidade das boas experiências em vidas passadas, que resultam em tendências e habilidades inatas. As inclinações naturais transformam nossa personalidade e assim o nosso karma é ajustado, fazendo-nos progredir no caminho escolhido ou retardando nosso progresso, quando fazemos escolhas erradas. 

Somos, portanto, os efeitos das nossas ações passadas. Mas há um lado mais sutil na lei do karma: são os traços psicológicos e espirituais deixados na nossa consciência por pensamentos, ações e hábitos de vidas passadas. Eles influenciam o que somos e o que fazemos mais do que podemos imaginar. Essa 'segunda natureza' deve ser controlada no momento em que começar a nos fazer pensar ou sentir diferente, com ciúme, ira ou o que quer que seja. Devemos de imediato trazer à mente um pensamento oposto ou uma qualidade espiritual. Temos que constantemente cultivar boas qualidades para neutralizar os efeitos do mau karma.

Como almas, somos um reflexo de Deus; refletimos a força e as qualidades divinas de amor, gentileza, tolerância compreensão, compaixão etc. Mas estamos no mundo da ilusão, e o mal está presente em cada ser sob a forma de ódio, egoísmo, cobiça, medo etc. O homem deve considerar os sussurros da consciência e as boas tendências como o chamado de Deus em seu interior. Da mesma forma, deve reconhecer e resistir a pensamentos e impulsos malévolos. Lembre-se: o mundo não responderá pelas consequências; você sim. Não ligue como os outros estão agindo. Seja você um exemplo, não para os outros, mas para si mesmo."

(Vinai Vohora - A lei do karma - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 11)



segunda-feira, 9 de maio de 2016

QUEM É DA VERDADE ESCUTA A MINHA VOZ (Jo 18:37)

"A inspirada estória, assim interpretada, serve para descrever não só os processos de evolução cósmica e as experiências dos indivíduos altamente desenvolvidos no estágio final de evolução para o adeptado. Ela descreve também a vida de cada ser humano, pois, como sugerido anteriormente, todos os homens experimentarão algum dia o despertar espiritual, interior, ou 'nascimento'. Há momentos na vida da maioria das pessoas em que elas se sentem insatisfeitas consigo mesmas, quando experimentam o que tem sido descrito como uma inexprimível nostalgia do infinito, um divino descontentamento. Essa experiência humana quase universal corresponde à natividade de Cristo. A maioria das pessoas tem seu batismo nas águas da tristeza, quando a aflição, dor e desespero podem subjugá-las, da mesma forma como as águas do Jordão cobriram Jesus. Se, como ele, as pessoas permanecem imperturbáveis, emergirão mais fortes, mais sábias e capacitadas a curar as dores alheias. As tentações no deserto, estados de consciência quando a espiritualidade parece muito distante, também assediam a humanidade. A natureza inferior induz o homem a abandonar o superior por motivos de ganho pessoal, prestígio e poder. Novamente, aqueles que vencem e usam corretamente seus poderes, como fez Nosso Senhor, provocarão uma renovação do impulso espiritual. Algumas vezes esse é tão forte que pode transformar o caráter e a vida das pessoas, da mesma forma como Nosso Senhor transfigurou-se no monte."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 162)


sexta-feira, 29 de abril de 2016

CONSCIÊNCIA DA UNIDADE

"Besant conhecia profundamente o pensamento oriental, pois viveu toda a fase madura de sua vida na Índia, estudando e meditando sobre seus legados espirituais. Profunda conhecedora da filosofia do yoga, ela sabia que a espiritualidade está associada à existência de camadas gradualmente mais profundas de nossa mente. (...) Para o yoga, nossa verdadeira natureza espiritual está semiadormecida em suas regiões mais profundas, impedida de se manifestar plenamente em razão da superficialidade de nossa mente e da falta de sintonia com os estados interiores.

Um termo sânscrito, buddhi, esclarece a definição proposta por Besant. Buddhi significa inteligência espiritual, ou intuição, a capacidade de compreender de forma direta a essência e a natureza das coisas. Nos sábios, buddhi, está desperto, gerando aquela classe de discernimento que honra esse termo, ou seja, ir ao cerne das coisas. Quanto mais presente está buddhi, mais o centro da consciência está próximo da unidade, e mais firme é a noção de interdependência e da consequente capacidade de identificar-se com todos os seres, como parte de si mesmo, ou mais propriamente, sendo todos parte do mesmo ser.

Além da noção de unidade, outros dois aspectos da filosofia oculta da Índia, explicam o contexto conceitual das palavras de Besant. O primeiro é o de que tudo está vivo e expressa algum grau de consciência. A noção ocidental de seres animados e inanimados não existe nessa visão. Mesmo os seres considerados inanimados, como os minerais, possuem algum grau de consciência, e na dimensão da vida e da consciência estão todos ligados. Mesmo os objetos construídos são átomos e moléculas que estão vivos e também possuem certa grau de consciência.

O segundo aspecto é que existe uma relação de analogia e simbolismo entre micro e macrocosmo. Portanto, o ser humano guarda na profundidade espiritual de seu ser as mesmas forças e princípios que criaram o universo. A mente humana é expressão da mente cósmica que arquitetou o universo. O poder criador que move todas as coisas também se move em nós, e a força aglutinadora e geradora de vida se expressa em nós como amor nas mais diversas formas."  

(Marco Aurélio Bilibio Carvalho - A descoberta da espiritualidade - Revista Sophia, Ano 9, nº 33 - p. 7
www.revistasophia.com.br


sábado, 9 de abril de 2016

A IMPORTÂNCIA DE UM BOM CARÁTER

"É muito importante que o sadhana (disciplina espiritual) seja feito após ter-se construído um bom caráter. Em meio a impureza, à perversidade e ao mal, infrutífero é o esforço espiritual. Seria como uma joia na cabeça de uma cobra, isto é, no centro do veneno e da crueldade.

Não se utilize do estudo das escrituras para inflar seu egoísmo. Que as escrituras o tornem humilde e ao mesmo tempo resistente à tentação.

Você saca do banco somente de acordo com o que nele depositou; através do seu talão de cheques, você calcula seu saldo. Continue fazendo assim. Aumente seu saldo. Não acabe com ele, gastando-o febrilmente e por negligência.

Você deve gradualmente livrar-se dos apegos que conduzem ao extravio. Só então poderá manter-se ereto, sem que o peso da carga o vergue."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 144/145)


terça-feira, 8 de março de 2016

O SENTIDO DO PERDÃO (PARTE FINAL)

"(...) O autotormento do ressentimento pode acabar. Podemos acordar a qualquer momento. Podemos começar a conhecer a nós mesmos, e através de autoconhecimento e do esforço projetado, deixar algumas dessas armadilhas para trás.

Estamos tentando trilhar o caminho espiritual e desenvolver nossos poderes latentes. Um desses poderes é o perdão. Os poderes que H. P. Blavatsky nos encorajou a desenvolver são os do espírito, que nos aproximam dos mestres instrutores da humanidade, que nos aproximam de nossas verdadeiras naturezas, do espírito uno. O perdão é uma disciplina importante no desenvolvimento desses poderes espirituais. Ele nos liberta de sérios constrangimentos e ressentimentos, disponibiliza recursos internos para um trabalho mais elevado e nos inicia em um nível de vida superior. Nós podemos trabalhar para formar um núcleo da fraternidade universal da humanidade e aprender a perdoar os outros em nossos encontros diários. 

No livro Cartas dos Mahatmas a A.P. Sinnett (Ed. Teosófica), o Mahatma K.H. estimula seus correspondentes a se colocar além do autofoco, a abrir mão do passado e se mover com esperança para o futuro. Essa é a essência do perdão.

'Acautelai-vos então de um espírito não caritativo, pois ele poderá elevar-se como um lobo faminto em vossa caminho e devorar as melhores qualidades de vossa natureza, que estão brotando para a vida. Ampliai em vez de estreitar vossas afinidades; tentai identificar-vos com vosso próximo em vez de contrair vosso círculo de afinidades', disse o Mahatma.

Se tivermos algum ressentimento ou animosidade com relação ao próximo, então o momento presente é verdadeiramente uma oportunidade de abrir mão e crescer em nossa humanidade. A vida, o grande iniciador, está sinalizando: vamos em frente!"   

(Betty Bland - O sentido do perdão - Revista Sophia, Ano 12, nª 51 - p. 8/9)


sexta-feira, 4 de março de 2016

SANTO OU PECADOR

"'Escolher os amigos é algo importante. Se você deixar o seu casaco num recinto onde as pessoas estão fumando, em pouco tempo o casaco recenderá a fumaça de cigarro. Se você deixar esse casaco, posteriormente, ao ar livre, no jardim, quando você voltar com ele para dentro de casa, perceberá nele a fragrância do ar puro e das flores.

'O mesmo se dá com a mente. As vestes dos seus pensamentos absorvem as vibrações daqueles com quem você se envolve. Se você travar contato com pessimistas, em pouco tempo você haverá de se tornar um pessimista. Se andar em companhia de pessoas alegres e felizes, a sua natureza será alegre e feliz.

'O ambiente é mais forte do que a força de vontade. Misturar-se com pessoas materialistas sem pelo menos absorver um pouco do materialismo delas requer grande força espiritual.

'Os que se iniciam na senda espiritual deveriam ter muito cuidado quanto aos companheiros que escolhem. Esses iniciantes deveriam fazer amizade com outros devotos, e não tentar envolver-se com pessoas materialistas, voltadas para o ego. Os iniciantes deveriam principalmente evitar as pessoas negativas, mesmo que essas pessoas sejam devotas.

'Tornar-se um santo ou um pecador depende em grande parte das companhias de cada um.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 185)