OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A YOGA ENSINA O HOMEM A MUDAR A SI MESMO (PARTE FINAL)

"(...) Torne-se como uma flor; se você colhe uma linda rosa e a esmaga em suas mãos, ela desprende uma doce fragrância. É assim que o devoto deve ser. Não importa como seja esmagado pela indelicadeza do outro, ele emite o doce perfume do perdão, da bondade. São Francisco era assim. Todos os santos expressam compaixão e bondade. (...)

O homem divino está preocupado em seu próprio comportamento correto em relação à outras pessoas. 'Ofereço bondade, penso com bondade, falo com bondade? Faço o bem neste mundo?' Ele não está interessado em ser um grande instrutor para praticar o bem. Não. Onde quer que esteja, seja o que for, ele quer fazer somente o bem. Esse indivíduo é como a flor perfumada; abelhas devotas juntam-se a seu redor.

Eis uma outra ilustração que Guruji oferecia: 'As moscas gostam de apinhar-se em volta de imundícies. A abelha quer ir somente aonde possa recolher o doce néctar. Não gosto de ver pessoas se comportarem como moscas, reunindo-se onde quer que haja feiura, mexerico, maldade, mesquinhez, ódio, ciúme, inveja, intolerância e preconceito. Preferiria contemplar um jardim de perfumadas florações de qualidades da alma, para onde as abelhas humanas são atraídas para sorver o mel divino do amor, da compaixão e da bondade.

Quando digo essas palavras, cada um de vocês reage positivamente. Por quê? Porque elas expressam a própria natureza de sua alma; e estou simplesmente recordando o que vocês são: almas feitas à imagem do Amado Único.

'Não terás outros deuses diante de Mim. (...) Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso'. Agora você entende melhor o que o Senhor quer dizer: quando fazemos coisas divinas, quando expressamos qualidades divinas, que são inatas em cada um de nós, não temos outros deuses - ciúme, cobiça, ira, ódio ou qualquer outra coisa. Nós fizemos Dele, de Suas qualidades, de Seus ideais, o primeiro em nossa vida."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 168/169)

terça-feira, 21 de julho de 2015

ACEITAÇÃO E ENTREGA (PARTE FINAL)

"(...) Há situações em que nenhuma resposta ou explicação satisfaz. Nesses momentos a Vida parece perder o sentido. Ou alguém em desespero pede sua ajuda e você não sabe o que dizer ou o que fazer.

Quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar para encontrar a resposta usando o pensamento de sua mente limitada. Ao desistir, você permite que uma inteligência maior atue através de você. Até o pensamento pode se beneficiar com isso, pois a inteligência maior flui para dentro dele e o inspira. Às vezes, entregar-se significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você não sabe.

Você conhece pessoas cuja maior função na vida parece ser cultivar a própria infelicidade, fazer os outros infelizes e espalhar infelicidade? Perdoe essas pessoas, pois elas também fazem parte do despertar da humanidade. O papel delas é intensificar o pesadelo da consciência autocentrada, da recusa à aceitação e à entrega. Não há uma escolha deliberada na atitude delas. Essa atitude não é o que elas são.

Pode-se dizer que a entrega é a transição interior da resistência para a aceitação, do 'não' para o ' sim'. Quando você se entrega, a noção que tem de si mesmo muda. O 'eu' deixa de se identificar com uma reação ou um julgamento mental e passa a ser um espaço em torno da reação ou do julgamento. O 'eu' não se identifica mais com a forma - o pensamento ou a emoção - e você se reconhece como algo sem forma: o espaço da consciência.

Qualquer coisa que você aceite plenamente vai levá-lo à paz, o que inclui a aceitação daquilo que você não consegue aceitar, daquilo a que você está resistindo. Deixe que a Vida seja." 

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 48/49


domingo, 5 de julho de 2015

EMPATIA

"'Amai ao próximo como a vós mesmos' - ensinou o Mestre Jesus, meu Guru.

Tenho encontrado entre os que se amam acima de tudo aqueles que, racionalizando, interpretam este sublime e libertador mandamento como um incentivo ao 'amor próprio'. Teria Jesus preceituado: 'Quem não ama a si mesmo não pode amar ao próximo.'

Ora, a experiência mostra que, enquanto eu me amo, não tenho condições para o desapego, para a renúncia, para o dar, o doar, e o perdoar. O amor a nós mesmos nos torna egoístas, e onde impera o ego, não há lugar para os outros a não ser como objetos de posse e satisfação para o ego reivindicante.

Foi exatamente por reconhecer que o normal é que natural e espontaneamente, instintiva e inconscientemente nos amemos, que Jesus propôs que façamos o mesmo em relação ao próximo.

Assim como, por egoísmo, reivindicamos para nós o melhor, façamos exatamente o mesmo em relação aos outros. Amemos nosso vizinho tanto quanto nos amamos.

Que eu sempre promova, proteja, alegre, sirva, torne feliz os outros, da mesma forma e na mesma medida como tenho feito a mim mesmo."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1985 - p. 61)


quarta-feira, 8 de abril de 2015

CRÍTICA DESTRUTIVA

"Há dois tipos de crítica: a construtiva e a destrutiva. Quando feita a pessoas que não gostam de ser censuradas, é destrutiva. A crítica construtiva limita-se a dar conselhos para o despertar da alma de amigos que querem e pediram sua ajuda. A crítica construtiva deve ser feita em tom amigável. 

Não será fácil para você criticar os outros de maneira correta e gentil antes de criticar-se a si mesmo com severidade. Se conseguir visualizar claramente as faltas alheias com simpatia, como se fossem as suas, então estará tomando uma atitude correta. A crítica tácita é pior que a crítica em palavras. Nada mais tolo do que censurar os outros no íntimo, em silêncio. Elimine da mente toda crítica adversa a seus semelhantes.

Critique os outros amavelmente com um olhar ou com uma ligeira sugestão, usando um mínimo de palavras quando a pessoa houver solicitado seu parecer. Não faça a mesma crítica mais de duas vezes. Lance suas observações amáveis como sementes que irão germinar no solo das almas receptivas. Se essas almas quiserem cultivá-las, tanto melhor para elas. Você não pode forçar ninguém a fazer o que não quer. Com a crítica certa na hora certa, ajudará em muito as pessoas. 

Quando as escamas da ignorância caírem de seus olhos interiores, você conseguirá avaliar exatamente os pontos fortes e fracos dos outros. Aprenderá não apenas a ser tolerante, mas também a reverenciar somente o que é bom e a ignorar o que é psicologicamente nocivo.

Nós nos perdoamos em toda e qualquer circunstância. Por que então não perdoar os outros em toda e qualquer circunstância? Quando estamos errados, não gostamos de alardear nossos erros; mas, quando os outros erram, apressamo-nos a desmascará-los imediatamente. Possuídos pelo amor de Deus, tornamo-nos críticos divinos. Um crítico divino é um curador que tem a coragem de assumir a desagradável responsabilidade de corrigir seus próprios filhos com um único objetivo em mente: melhorá-los."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 28/29)
www.editorapensamento.com.br


segunda-feira, 6 de abril de 2015

NÃO MANCHE A ALMA COM INTRIGAS

"Lembre-se: não manche sua alma andando com pessoas que gostam de fazer intrigas. Abençoe-as. Dê-lhes amor e aprenda a não permitir que façam você descer ao mesmo nível. Recuse-se a se sentir insultado. Fique em silêncio. Deus poderia falar e sacudir o mundo, mas não o faz, porque isso significaria usar a força para que tivéssemos bom comportamento. Ele nos deu a liberdade de agir de modo certo ou errado e, silenciosamente, espera que mudemos o comportamento errado. Assim se comportam os que amam a Deus: eles sofrem em silêncio. Se alguém lhes causa sofrimento, dizem: 'Muito bem, se meu sofrimento o alegra, vá em frente'. É um ideal maravilhoso. É a filosofia que me dá mais alegria na vida. 

Da mesma forma, sempre que se sentir ferido, permaneça em silêncio. E não sinta ódio nem raiva por dentro. Se alguém lhe disser alguma coisa de modo agressivo, fique quieto, ou responda. 'Lamento se fiz alguma coisa para ofendê-lo' e não diga mais nada. Se você agir assim, o que a outra pessoa poderá fazer? Isto é o que pratico em minha vida. Ninguém pode fazer com que eu brigue, nem mesmo se me esbofeteasse, pois eu me ajoelharia e pediria perdão. Uma pessoa não consegue lutar se você se recusar a lutar. Quem acredita em Cristo não deve retaliar se alguém quiser 'tirá-lo do sério'. O exemplo de Cristo é que estamos aqui para amar ao próximo. Jamais se deve retaliar. Você nem imagina a força proveniente de tanto amor e autodomínio: contempla-se a humanidade como criancinhas, que não sabem o que fazem."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 270/271)


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A ATITUDE TEOSÓFICA - A CURIOSIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Nunca falemos sem saber e sem ter a mais absoluta certeza de que alguma coisa boa advirá do que dissermos. Antes de falar, perguntemos a nós mesmos a respeito do que vamos dizer: 'O que vou dizer é verdadeiro? É bondoso? É proveitoso?' E, a não ser que possamos responder afirmativamente às três perguntas, temos a obrigação de permanecer calados. Estou plenamente convicto de que, seguida à risca, essa regra reduziria a conversação do mundo em cerca de noventa por cento, o que seria uma vantagem indizível e faria o mundo progredir muito mais depressa.

Quando compreendemos a unidade que existe por baixo de tudo, não podemos deixar de ser prestativos, não podemos alhear-nos da tristeza do nosso irmão. É evidente em muitos casos ser impossível a ajuda física, mas, pelo menos, podemos acudir sempre com o auxílio da simpatia, da compaixão e do amor, e esta é, claramente, a nossa obrigação. Para o homem que compreende a Teosofia, a crueldade é inadmissível. Todo membro que proceder brutal ou cruelmente estará falhando na sua Teosofia, e faltando-lhe paciência, faltar-lhe-á compreensão. Compreender tudo é perdoar tudo, amar tudo. Todo homem tem o seu próprio ponto de vista, e o caminho curto para um homem não é, necessariamente, o melhor para outro. Todo homem tem direito de tomar nas mãos a própria evolução, à sua maneira, e fazer, no que respeita a ela, o que ele mesmo decidir, contanto que não cause sofrimento nem transtornos a quem quer que seja. Não nos compete tentar endireitar toda a gente, mas apenas zelar para que tudo esteja certo, do nosso lado, na nossa relação com os outros. Antes de empreendermos um esforço para obrigar alguém a enveredar pelo nosso caminho, melhor será examinar com cuidado o caminho dele, que talvez seja preferível para ele. Devemos estar sempre prontos a ajudar livremente em toda a extensão das nossas forças, mas nunca interferir."   

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 101/102)

sábado, 6 de setembro de 2014

QUEIRAM A DEUS DE TODO O CORAÇÃO

"Sempre me esforcei para viver de acordo com um princípio que aprendi muitos anos atrás, aos pés de Guruji - o princípio expresso nestas palavras de São Francisco: 'Aprende a aceitar a censura, a crítica e a acusação, silenciosamente e sem retaliação, ainda que inverídicas e injustificadas'. Quanta riqueza de sabedoria nesse conselho! Ao criticar os outros, ou ao se preocupar com a censura ou o elogio dos demais a seu respeito, você comete uma injustiça contra a sua alma. Que importa o que as pessoas pensam? É a aprovação de Deus que você quer. Cumule-se de um único desejo: Deus, Deus, Deus. A não ser que sejam sinceros, meus queridos, é muito difícil encontrá-Lo. Se permitirem que a mente se atole continuamente no lamaçal de futilidades, da crítica maldosa e do juízo egoísta de seus companheiros, vocês nunca encontrarão Deus nesta vida. Por que perderem tempo? Vocês não têm tempo. À medida que envelhecerem, compreenderão isso cada vez mais.

Se você quer a Deus, deseje-O de todo o coração. Ele não pode e não aceitará nada menos que cem por centro de entrega da parte de Seu devoto. Cristo provou isso. Até seu corpo, o mais precioso dos tesouros do homem, ele entregou; e, sem raiva ou amargura, disse: 'Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem'.

Devemos seguir o divino exemplo de perdão e compaixão de Cristo. Mas, ao fazermos isso, não pensaremos: 'Oh, sou tão bom, sou tão nobre; generosamente perdoo a meus inimigos'. O orgulho espiritual é perigoso. É preciso haver verdadeira compaixão, genuíno amor no coração. Entretanto, não podemos ter nada disso sem primeiro amar a Deus. Busque-O primeiro. Ame-O de todo o coração, mente e alma. e não fique satisfeito até que tenha esse amor divino. Clame por Deus, noite e dia; fale com Ele sem parar; fique embriagado, o tempo todo, com o desejo por Ele, e verá de que modo maravilhoso sua vida vai mudar."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 239/240)

domingo, 24 de agosto de 2014

MAPEANDO A ALMA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Qual foi o resultado de tantos anos de investigação e análise da alma humana? O resultado não poderia ser mais surpreendente. As palavras que ele disse causaram assombro até para um ateu radical. Quando abriu a boca ao mundo, era de se esperar que Jesus Cristo condenasse e punisse com veemência a humanidade, pois detectou todos os seus defeitos. Todavia, eis que ele bradou com a mais alta eloquência palavras com doçura e brandura como ninguém jamais falou, nem antes nem depois dele. O perdão em sua boca virou uma arte; o amor se tornou poesia; a solidariedade, uma sinfonia; a mansidão, um manual de vida.

O mestre da vida, por amar intensamente o ser humano e perceber as falhas contínuas que permeavam sua alma, ao invés de tecer críticas às pessoas, acolheu calorosamente a todos. Sabia que o homem, em sua grande maioria, gostaria de ser paciente, gentil, solidário, amável, mas não tinha estrutura para submeter a energia emocional e o processo de construção de pensamentos ao pleno controle de sua vontade.

Compreendeu que o homem, apesar de ter capacidade de controlar o mundo à sua volta, não conseguia controlar o mundo dentro de si. Quando dizia aos seus discípulos que eles eram homens de pequena fé, muitas vezes não se referia a milagres sobrenaturais, mas ao maior de todos os 'milagres naturais' expresso pelo domínio do medo, da inveja, da ira, da ansiedade, da angústia, do desânimo.

Aquele que esquadrinhou o funcionamento da mente humana não considerou a humanidade um projeto falido, ao contrário, veio consertá-la de dentro para fora, veio trazer mecanismos para resgatá-la. Por isso, honrou e valorizou cada ser humano do jeito que ele é, na esperança de poder transformá-lo."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 212/213)

terça-feira, 29 de julho de 2014

UM PRESENTE DA ALMA (1ª PARTE)

"A verdade olha sempre para além das necessidades e dos desejos do ego, para aquilo que é o mais elevado bem de tudo a que diga respeito. A verdade nos traz de volta à conexão com os outros. Ela geralmente envolve o perdão e a correção de uma percepção distorcida com a verdadeira percepção, admitindo assim a sabedoria em qualquer situação.

Esses são os momentos em que você vê as coisas como elas são. Seja grato por isso, são um presente de sua alma, de Deus/espírito. Estamos aqui para experienciar a conexão - conexão dentro de nós mesmos, conexão com os outros, conexão com o espírito, Deus, o universo. A conexão está sempre presente quando se sente amor. O sentimento que associamos com estar "apaixonado" é uma profunda conexão com uma outra pessoa.

Estamos aqui para ter a experiência de nos apaixonar com nosso eu, com os outros, com Deus/espírito. Podemos experienciar o amor divino através do amor para com os outros. Se o amor estiver ausente, não existe conexão. O medo e a dúvida enchem nossa mente, mas essa é uma oportunidade para curar e permitir que a luz da alma brilhe sobre os aspectos mais obscuros de nossa personalidade, trazendo-os assim à luz e de volta à totalidade. A volta à paz, à retidão e à correta relação dentro de nós mesmos é alegre e além de qualquer medida. Retornamos à expiação interior, e isso nos leva à expiação com todos.

Para experienciar corretas relações entre homens e mulheres, precisamos desenvolver corretas relações entre o masculino e o feminino dentro de nós mesmos. O feminino está naturalmente em sintonia com o espírito, com a alma; o masculino está naturalmente em sintonia com as necessidades do mundo. Quando esses aspectos se equilibram dentro de nós, levamos nossa alma, nossa energia espiritual, para a matéria, para nosso mundo físico, para nossa vida diária; assim, vivemos vidas de serviço à humanidade, vidas centradas na alma. (...)"

(Teresa McDermott - O Segredo dos relacionamentos corretos - Revista Sophia, Ano 10, nº 40 - p.28)

terça-feira, 22 de julho de 2014

TREINE SEU CORAÇÃO PARA SENTIR A FRATERNIDADE HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Alguns ocidentais consideram os hindus pagãos; não sabem que muitos hindus também consideram hereges os ocidentais - a ignorância de cada lado está bem dividida. Às vezes, perguntam-me se creio em Jesus. Respondo: 'Por que essa pergunta? Nós, na Índia, reverenciamos Jesus e seus ensinamentos, talvez mais do que vocês.'

Para amar Cristo, deve-se viver o que ele ensinou, deve-se seguir o exemplo de sua vida. Jesus disse: '(...) a quem te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.' (Mateus 5:39) A Índia tem praticado este ensinamento mais do que qualquer outra nação. Muitos dos que se dizem cristãos nem sequer são praticantes; dizem que é uma bela filosofia, mas se você lhes batesse, devolveriam doze bofetadas, um pontapé e talvez um tiro! Quem revida não é um verdadeiro cristão ou seguidor de Cristo, pois este não é o espírito de Jesus, que a todos perdoou.

Sempre que vir o símbolo da Cruz, recorde-se do que representa - que você deve carregar sua cruz com a atitude correta, como Jesus o fez. Quando sua inteção é boa e, apesar disso, você é incompreendido e maltratado, em vez de zangar-se, deve dizer: 'Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem.' Por que perdoar quem lhe faz mal? Porque, se revidar, raivosamente, você desfigura a própria natureza divina de sua alma - e então, será igual a seu ofensor. Mas se mostrar força espiritual, será abençoado, e o poder do comportamento correto também ajudará seu oponente a superar a falta de entendimento.

Os eternos princípios de verdade e justiça ensinados por Jesus são encarados com muita seriedade na Índia - nós os tomamos ao pé da letra, sem interpretá-los para adaptá-los a nossos propósitos. Jesus disse: 'E todo aquele que deixar, casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, ou terras, por amor ao meu nome, receberá cem vezes mais e herdará a vida eterna.' (Mateus 19:29) Esse espírito de renúncia por Deus está bem difundido na Índia. Especialmente em tempos idos, o ideal de todo homem era dedicar ao menos uma parte de sua vida inteiramente a Deus."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 285/286)


segunda-feira, 2 de junho de 2014

AMOR - A RESPOSTA SUPREMA

"O amor é a resposta suprema. O amor não é uma abstração, e sim energia verdadeira, ou uma gama de energias que você pode 'criar' e manter em seu ser. Simplesmente aja com amor. Você começará a tocar Deus dentro de si mesmo. Sinta-se amoroso. Dê expressão ao seu amor.

O amor dissolve o medo. Não se pode ter medo quando se sente amor. Uma vez que tudo é energia e o amor abrange todas as energias, tudo é amor. Este é um forte indício da natureza de Deus.

A pessoa que tem amor e é isenta de medos, é capaz de perdoar. É capaz de perdoar aos outros e a si mesma. Passa a se ver na perspectiva correta. Culpa e rancor são reflexos do mesmo medo. O sentimento de culpa é um rancor mais sutil dirigido para dentro. O perdão dissolve a culpa e o rancor, que são emoções desnecessárias e danosas. Perdoe. Perdoar é um ato de amor.

O orgulho pode ser um empecilho para o perdão. O orgulho é uma das manifestações do ego. O ego é uma personalidade transitória e falsa. Você não é o seu corpo. Não é o seu intelecto. Não é o seu ego. É maior do que tudo isso. Você precisa do ego para sobreviver no mundo tridimensional, mas precisa somente daquela parte do ego que processa informações. O resto - orgulho, arrogância, defensividade, medo - é mais do que inútil. O resto do ego nos separa da sabedoria, da alegria e de Deus. Você deve transcender o seu ego e descobrir o seu verdadeiro ser. O verdadeiro ser é a parte permanente, a parte mais profunda de você. É sábia, amorosa, segura e cheia de alegria.

O intelecto é importante no mundo tridimensional, mas a intuição é mais importante."

( Brian Weiss - Só o Amor é Real - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1996 - p. 87)
www.esextante.com.br


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

OS MODOS OPOSTOS DE CONSCIÊNCIA MATERIAL E ESPIRITUAL (1ª PARTE)

"A consciência material e a espiritual são opostas em seu modo de funcionamento. Teste a si mesmo para saber se sua consciência predominante é material ou espiritual. A consciência espiritual lhe diz que precisa incluir, em sua felicidade a prosperidade, a felicidade e o bem-estar dos outros. A consciência material lhe diz que você deve ganhar dinheiro de qualquer jeito e guardá-lo para si. A atual Depressão¹ partiu da consciência material, que diz: coma sozinho a maçã e os biscoitos. A consciência espiritual diz: divida e compartilhe com alguém mais. 

Se alguém o deixa zangado, você sabe que se encontra na consciência material. Mesmo quando o maltratam, esteja pronto a perdoar, pois, quando o faz, está centrado na consciência espiritual. O perdão significa dar ao inimigo uma oportunidade de atingir maior compreensão. Se você ficar vingativo ou zangado, só aumentará a cegueira e a ira do inimigo. Talvez até faça mais inimigos, pois uma pessoa irada se torna um alvo para todos. Além do mais, ao se zangar, você também começará a perder a sua capacidade de compreensão. Você apoia seus sentimentos negativos com o conforto do calor da sua ira e de um raciocínio falso. Nunca permita que a ira o controle; se tiver esta tendência, elimine-a. É um dos piores traços, e destrói a espiritualidade. Saiba que é para seu próprio bem que não deve se zangar; a ira também destrói a felicidade. Nunca permita que seu termômetro espiritual suba. Seja calmo interiormente, controle a ira de dentro para fora e nunca lhe conceda um lugar no coração. (...)"

¹ Referência à Grande Depressão americana, que teve início em 1929.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 92/93)


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

RESISTA AOS APELOS DOS SENTIDOS

"84 - Se o desejo pela liberação existe em ti, os objetos sensoriais têm de ser mantidos à grande distância, como se fossem veneno. Deves constante e fervorosamente buscar a alegria como se fosse ambrosia, bem como a bondade, o perdão, a sinceridade, a tranquilidade e o autocontrole.

COMENTÁRIO - Exercita constantemente a tua vontade, deixando de lado aquilo que desejas. O desprendimento aumenta à medida que começamos a ver mais nitidamente os perigos do apego aos objetos dos sentidos. Ao mesmo tempo procura estimular a alegria, sorrindo para os teus interlocutores ou apresentando uma face tranquila para o mundo; cultiva a alegria, a bondade, o perdão, a sinceridade, a tranquilidade e o autocontrole. Aos poucos as sementes florescerão e transformarão a tua vida e os que estão à tua volta. Transformamo-nos em um centro de paz e equilíbrio no meio da convulsão que caracteriza a nossa época. Veremos então que tudo se torna diferente."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 43)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

RESTABELECER UM RELACIONAMENTO COM DEUS (PARTE FINAL)

"(...) Há pessoas que descrevem seu Criador como alguém que, autoritariamente, submete o homem à prova com a fumaça da ignorância e o fogo do castigo, e que julga os atos humanos com insensível severidade. Elas deturpam assim o verdadeiro conceito de Deus como Pai Celestial, afetuoso e compassivo, atribuindo-Lhe a falsa imagem de um tirano vingativo, inflexível, incapaz de perdoar. Mas os devotos que comungam com Deus sabem que é tolice concebê-Lo diferente de um Ser Compassivo, receptáculo infinito de todo amor e bondade.

Deus é Bem-aventurança Eterna. Seu ser é amor, sabedoria e alegria. Ele é tanto impessoal quanto pessoal e Se manifesta de qualquer modo que Ele queira. Aparece aos Seus santos na forma preferida por cada um deles; um cristão vê Cristo, um hindu vê Krishna ou a Mãe Divina, e assim por diante. Devotos que O adoram na forma impessoal tornam-se conscientes do Senhor como Luz infinita ou como o maravilhoso som de Om, o Verbo primordial, o Espírito Santo. A suprema experiência que o homem pode ter é sentir essa Bem-aventurança, na qual todos os outros aspectos da Divindade – amor, sabedoria e imortalidade – estão plenamente incluídos. Mas como poderia eu transmitir com palavras a natureza de Deus? Ele é inefável, indescritível. Só por meio da meditação profunda é que você conhecerá Sua singular essência."

(Paramahansa Yogananda – Onde Existe Luz – Self-Realization Fellowship – p. 187/188)


terça-feira, 20 de agosto de 2013

MISERICÓRDIA DIVINA

"Deus não é como nós, que, embora erremos, detestamos os que erram também.

Está sempre atento ao primeiro pecador que, arrependido, para Ele anseia voltar.

Como bom Pastor, uma das coisas que mais Lhe agrada é procurar a ovelha perdida que deseja ser achada.

Como Perfeito Médico, Seu maior empenho não é tratar quem tenha saúde, mas curar aquele que se encontra enfermo.

Se você, real e sinceramente, reconhece seu erro e deseja corrigi-lo, esteja seguro, já está perdoado, e, o que é mais importante, é amado, e já está sendo ajudado.

Chame a isso Misericórdia Divina."

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 90)


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

SUPERAR AS EMOÇÕES NEGATIVAS (1ª PARTE)

"Tudo o que partir de você voltará a você. Odeie e receberá ódio em troca. Quando se deixa invadir por emoções e pensamentos desarmoniosos, você está se destruindo. Por que odiar ou ter raiva de alguém? Ame seus inimigos. Por que arder no calor da ira? Se ficar com raiva, trate de superar esse estado imediatamente. Saia para uma caminhada, conte até dez ou quinze, ou desvie a mente para algo agradável. Abandone o desejo de represália. Quando você se encoleriza, o cérebro se superaquece, o coração tem problemas com as válvulas, todo o seu corpo se desvitaliza. Irradie paz e bondade, pois essa é a natureza da imagem de Deus dentro de você - sua verdadeira natureza. Então ninguém poderá perturbá-lo. 

Sempre que sentir ciúmes, você é cúmplice da ilusão cósmica de Satã.² Sempre que estiver com raiva, é Satã quem o guia (...) Cada vez que a voz do ciúme, do temor ou da ira falar, lembre-se de que essa não é a sua voz. Ordene que ela se vá, mas você não será capaz de expulsar esse mal, por mais que tente, enquanto abrigar em sua mente esses sentimentos negativos. Erradique de dentro de você o ciúme, o temor e a ira, de modo que, quando um impulso maligno mandá-lo odiar ou ferir, uma outra voz interna mais forte lhe diga: ame e perdoe. Escute essa voz.

O ciúme provém de um complexo de inferioridade e se expressa por meio da suspeita e do medo. Significa que a pessoa tem medo de não poder se manter no seu relacionamento com os outros, seja ele conjugal, filial ou social. Se sentir motivos para ter ciúme de alguém - por exemplo, se teme que a pessoa amada transfira sua atenção a outrem - primeiro empenhe-se em compreender se lhe falta alguma coisa interiormente. Aprimore-se. Desenvolva-se. A única maneira de conservar o afeto ou o respeito de outra pessoa é aplicar a lei do amor e merecer o reconhecimento dela mediante o autoaprimoramento (...) A satisfação resulta do aperfeiçoamento constante de si, de modo que, ao invés de ter que procurar os outros, eles é que o procurarão. (...)"

² Maya (ilusão cósmica)

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 136/138)


domingo, 28 de julho de 2013

KSHAM (PARTE FINAL)

"(...) O verdadeiro perdão - o terapêutico - é tão raro, que muitas pessoas a quem foi ensinado perdoar como quem toma remédio, acabam por dizer: 'Perdoei, mas não melhorei!' O perdão terapêutico não é tíbio, limitado ou parcial. Ao contrário, é generoso, bravo e total. Tão completo que quem perdoa esquece o ato ofensivo e nem mais se lembra que perdoou. Quem diz 'eu perdoei, mas não consigo esquecer o que fizeste' realmente não perdoou. Só há perdão quando já não se sabe mais o que foi perdoado. Também não perdoa aquele que diz: 'Não se esqueça de quanto fui bom ao te perdoar.'
O perdão que é lembrado, mantido no pensamento, infecciona de novo a ferida que pretendemos cauterizar. Se você se sente orgulhoso de seu perdão ou o relembra frequentemente, é porque com certeza acha que a outra pessoa lhe deve alguma coisa por você lhe ter perdoado. Você perdoa-lhe uma dívida, mas ao fazê-lo impõe outra, mais ou menos como acontece com as pequenas empresas de financiamento, que reformam uma promissória de duas em duas semanas (Maltz, opus cit.).
Perdoe também a si mesmo. Conheço entre meus alunos senhoras e senhores que levaram uma longa vida de austeridade e retidão, impolutos e honrados. Através de tremendos sacrifícios frequentes evitaram cometer os mínimos enganos ou pequenos deslizes. Lá um dia, por invigilância, ou por qualquer outro motivo próprio da natureza humana, erraram o passo, praticando um pequeno desvio do dever, e ai sentiram-se como que arruinados perante si mesmos, caíram em arrasador abatimento, do que resultou sofrimento moral e, consequentemente, distúrbios funcionais orgânicos.

Sem ombridade, sem honradez, sem retidão este mundo será um inferno. É preciso que existam aqueles em que se pode acreditar. A humanidade sem pessoas de caráter nobre viraria pântano de mau cheiro e traiçoeiro. Abençoados os honrados que dão estrutura e consistência à sociedade. Que a probidade deles, no entanto, não os atormente. Que a retidão não lhes peses como um sacrifício crucial. Que sua inflexibilidade não os arrisque à brusca implosão de seu elevado moral diante de um pequeno pecado. Que sua exagerada autosseveridade não lhes venha a ser prejudicial.   

Desde que somos seres humanos e vivemos num mundo muito humano (ou desumano?!), precisamos dosar nossa obsessão pelo dever com a prudência de não sermos demasiadamente rigorosos diante de nossas quase inevitáveis quedas. A linha de equilíbrio e da saúde corre, na vida, equidistante da autosseveridade dos probos e da autocomplacência dos canalhas. Para tanto, é preciso que o austero aprenda a necessidade de perdoar a si mesmo e não somente aos outros. Evite sentir-se culpado. Brandura aperfeiçoa qualquer julgamento. Remorso, sentimento de culpa ou autocondenação em demasia causam tanto mal como o mal que deveria ter sido evitado."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 248/249)


sábado, 27 de julho de 2013

KSHAM (1ª PARTE)

"Este é o nome de uma milagroso remédio. Significa perdão, misericórdia.

Quando menino, um dia  comi uns bagos de jaca e quase morri de indigestão. O alívio sobreveio quando vomitei o conteúdo maléfico do estômago. Em muitos casos de doenças psicossomática, o mesmo pode ocorrer. Basta que consigamos 'vomitar o conteúdo maléfico' que está na mente, danificando a vida, criando sintomas. Esse 'conteúdo maléfico que está na mente' é, muitas vezes, a mágoa ou o ressentimento. E consegue-se vomitá-lo com o ato de perdoar. Refiro-me a perdoar mesmo.

Diz Maxwel Maltz em Liberte sua personalidade que a personalidade 'tipo fracasso', quando procura uma desculpa ou bode expiatório para seu malogro, quase sempre culpa a sociedade, o 'regime', a vida, a sorte. Ele se ressente do êxito e da felicidade dos outros porque constituem para ele uma prova de que a vida o está 'defraudando'... Esse é o tipo de ressentimento, que lê em voz alta uma reclamação em cada página do livro da vida, que tem uma queixa a fazer contra cada um de seus semelhantes. Tive um aluno assim. Seu ressentimento era tão permanente e presente, que se tornava antipático a todos que o conheciam, os quais, como imagem refletida num espelho, tratavam-no também de maneira pouco simpática, tornando-o assim mais ressentido. Tal é a vida do 'zangado com os outros'. A todos mostra sua carranca magoada e, em troca, recebe também carranca, o que o faz ainda mais franzir a cara. Círculo vicioso completo.  

O ressentimento é geralmente portador de complexo de superioridade. Está sempre reclamando. Faz como se intimamente dissesse: 'Logo eu, tão bom, tão importante, é que sou tratado assim?!' As pessoas contra as quais tem queixa lhe são todas muito inferiores. No fundo, ressentimento é uma desculpa para um autofracasso em qualquer aspecto da vida. 

Enquanto alguém fizer de sua mente ou de seu coração um depósito de queixas, ressentimento ou ódio, estará sempre doente. Seus nervos sempre lhe serão tormento. É a mesma coisa que guardar veneno ou esconder dentro de si mau cheiro de carniça. Neste caso, só o perdão terapêutico resolve. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 247/248)


sexta-feira, 26 de julho de 2013

PERDÃO

"O Deus de algumas escrituras é vingativo e sempre pronto a nos punir. Mas Jesus nos mostrou a verdadeira natureza de Deus (...) Ele não destruiu seus inimigos com "doze legiões de anjos", mas, em vez disso, superou o mal com o poder do amor divino. Sua ação demonstrou o supremo amor de Deus e o comportamento dos que são uns com Ele.

"Deve-se perdoar, qualquer que seja a ofensa", diz o Mahabharata. "Foi dito que a continuidade da espécie se deve à capacidade que o homem tem de perdoar. Perdão é santidade. Graças ao perdão, o universo se mantém coeso. O perdão é o poder do poderoso. O perdão é sacrifício. O perdão é a quietude da mente. O perdão e a gentileza são as qualidades de quem tem Autodomínio. Eles representam a virtude eterna."

"Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete! Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete." Orei profundamente para compreender esse conselho intransigente. "Senhor", protestei, "é isso possível?" Quando a Voz Divina finalmente respondeu, trouxe, numa torrente de luz, uma renovação de humildade: "Quantas vezes por dia, ó Homem, Eu perdoo a cada um de vocês?"

Assim como Deus está constantemente nos perdoando, mesmo conhecendo todos os nossos [maus] pensamentos, aqueles que se encontram em total sintonia com Ele sentem naturalmente o mesmo amor. Em seu coração precisa brotar uma simpatia que aplaca todas as dores dos corações alheios, aquela mesma simpatia que possibilitou a Jesus dizer: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Seu imenso amor abrangia tudo. Ele poderia ter destruído seus inimigos com um olhar. Entretanto, assim como Deus está nos perdoando ininterruptamente, embora conheça todos os nossos maus pensamentos, essas grandes almas que estão em sintonia com Ele também nos dão esse mesmo amor.

Se você quer desenvolver a Consciência Crística, aprenda a ser solidário. Quando um genuíno sentimento pelos outros entra em seu coração, você está começando a manifestar essa grande consciência. (...) O Senhor Krishna disse: "O mais elevado iogue é aquele que vê com igual atitude todos os homens". 

A ira e o ódio nada constroem. O amor traz recompensa. Você pode derrubar uma pessoa, mas quando ela se levantar novamente, tentará destruí-lo. Como então a conquistou? Você não a conquistou. A única maneira de conquistar é pelo amor. E quando não puder conquistar, apenas guarde silêncio, ou vá embora e reze pela pessoa. Esse é o modo como você tem de amar. Se colocar isso em prática na sua vida, você terá uma paz maior do que pode imaginar."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 142/144)


segunda-feira, 10 de junho de 2013

LIDAR COM RELACIONAMENTOS DESARMONIOSOS (1ª PARTE)

"A lei básica para um comportamento humano correto é a autorreforma. Sempre que houver qualquer dificuldade no nosso relacionamento com amigos ou familiares, deveríamos interiormente nos censurar por nos termos colocado numa situação desagradável, tentando sair dela o mais rápido e elegantemente possível. É inútil agravar o problema reprovando os outros, com gritos, falta de amabilidade e cortesia, mesmo quando acharmos que a culpa é deles. Aos entes queridos que sejam geniosos, podemos ensinar a corrigirem suas falhas dando-lhes um bom exemplo, e isso é cem vezes melhor do que utilizar palavras ásperas ou presunçosas.

Quando há um conflito, pelo menos duas partes estão envolvidas. Portanto, não há briga se você se recusa a dela participar. Se alguém se dirigir a você numa linguagem agressiva, guarde silêncio ou diga: "Desculpe-me se fiz algo que o ofendeu" e então permaneça calado.

O homem espiritualizado vence a ira com a calma, extingue querelas com o silêncio, dispersa a desarmonia com palavras suaves e envergonha a descortesia mostrando consideração para com os outros. Não existe ação mais libertadora do que sinceramente oferecer às pessoas gentileza em resposta a grosseria.

Nunca seja mesquinho. Não alimente ressentimentos contra quem quer que seja. Prefiro pecadores de bom coração às chamadas pessoas boas que sejam intolerantes e destituídas de compaixão. Ser espiritualizado é ter mente aberta, compreender e perdoar, e ser amigo de todos. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 130/132)