OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

OS SETE PORTAIS PARA O CAMINHO DA VIRTUDE

"Na escola de pensamento Mahãyãna do budismo setentrional, o caminho da virtude era identificado com a verdadeira sabedoria, bem como com a ação de autossacrifício; foi concebido como sendo marcado por sete portais, cada um dos quais exigia determinado tipo de desenvolvimento, representando um aspecto da perfeição humana e tendo suas raízes em uma natureza incorrupta e incorruptível presente no âmago de cada ser humano. A chave para o primeiro portal, conforme é explicado na obra A Voz do Silêncio, de H. P. Blavatsky, é Dãna, uma palavra sânscrita, traduzida por ela como 'caridade e amor imortal'. Literalmente a palavra significa doação, mas é uma doação sem reservas, com o coração e também com as mãos. A menos que a viagem seja realizado a partir de uma motivação pura de altruísmo, do desejo de devotar-se à felicidade e à iluminação de cada ser humano e ao bem de cada criatura viva, não poderá ser empreendida de forma alguma. O coração e a mente da pessoa precisam primeiramente sintonizar-se com o coração e a mente de todos os seres vivos.

 O segundo portal representa Shila - todos eles com nomes em sânscrito ou pali - geralmente compreendido como o viver limpo e reto em todos os aspectos da vida e conduta da pessoa. H.P.B. o traduz como 'harmonia em ato e palavra', visto que a harmonia no interior da pessoa, inseparável do viver correto,manifesta-se como harmonia em ato e palavra.

O terceiro portal significa Kshanti, que ela descreve como 'doce paciência que nada pode perturbar'. O significado dicionarizado comum da palavra inclui tolerância e perdão.

As próximas duas virtudes são Vairãgya ou imparcialidade e Virya ou energia. H.P.B. traduz Vairãgya como 'indiferença ao prazer e à dor, conquista sobre a ilusão, percepção somente da verdade', e Virya como a 'energia intrépida que vence seu caminho para a verdade suprema'. Não é o tipo de energia que pertence às coisas da matéria, mas a energia da vida ou Espírito que surge de um estado puro incondicionado, e que, portanto, pode manifestar o ardor ou paixão máximos e mesmo assim permanecer desapegada, não se envolvendo nas coisas por entre as quais se movimenta.

Os dois últimos portais designados, Dhyãna, significando contemplação ou estado meditativo, e Prajnã, compreensão perfeita, realmente são condições de existência em que podem estar presentes as qualidades de qualquer uma ou de todas as virtudes. (...)"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 41/42)


sábado, 13 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (1ª PARTE)

"Muitos conhecem apenas o sofrimento débito, sofrimento por culpa própria ou alheia.

Mas há também um sofrimento - crédito.

Os livros sacros referem vários exemplos de sofrimento-crédito.

Job, o rico fazendeiro de Hus, sofreu a perda de toda a sua fortuna e de seus filhos, e, por fim, da própria saúde - e, no entanto, declara a Bíblia, que era um homem justo.

Três amigos do oriente, Elifas, Baldad e Sofar, tentam provar-lhe que ele é um pecador. Job protesta a sua inocência. Finalmente, intervém o próprio Deus e declara que Job é inocente. Ele não sofre por nenhum pecado, próprio ou alheio; o sofrimento dele têm o fim de o levar a uma espiritualidade ainda maior do que tinha.

Sofrimento-crédito.

O cego de nascença, referido pelo evangelho, segundo a declaração de Jesus, não sofria por nenhum débito, nem próprio nem alheio, mas sim 'para que nele se revelassem as obras de Deus'.

Essas 'obras de Deus' são a evolução espiritual do cego, o qual sem esse sofrimento, não teria saído da rotina horizontal do seu ego humano, para subir à verticalidade do seu Eu divino.

Sofrimento-crédito.

No domingo da ressurreição, os dois discípulos de Emaús estão perplexos, porque um homem justo como o Nazareno havia sofrido a morte de crucifixão. Ao que o próprio Jesus, que os acompanhava, desconhecido, lhes responde: 'Não devia então o Cristo sofrer tudo isto e assim entrar em sua glória?'

A entrada na glória indica o sofrimento.

Jesus não sofreu por pecado próprio, que não tinha, nem por pecados alheios, mas sim para realizar ainda mais plenamente seu Eu espiritual, que ele chama a entrada na glória. 

Por maior que fosse a realidade espiritual de Jesus, ao nascer, toda a creatura é ulteriormente realizável. A Epístola aos Hebreus afirma que o sofrimento e a morte de Jesus o levaram a uma perfeição maior. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 29/30)


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ACELERE O PROCESSO DE EVOLUÇÃO

"(6:45) Seguindo diligentemente o caminho (que escolheu) e, assim, livrando-se de todos os pecados (débitos kármicos), o yogue atinge a perfeição após muitos nascimentos e entra, por fim, na Beatitude Suprema.

Lahiri Mahasaya, que primeiro ensinou o Kriya Yoga ao mundo ocidental nos tempos modernos, explicava essa passagem também em sentido esotérico. Quando o homem expira e não pode mais inspirar, morre. Mais tarde, renascido num novo corpo, inspira para emitir seu primeiro vagido e assim retoma a existência neste mundo. De igual modo, quando o yogue para de respirar durante a meditação, o ar forçosamente é empurrado para fora de seu corpo. Temos aí uma espécie de 'morte parcial', reminiscência de uma declaração de São Paulo na Bíblia: 'Morro todos os dias.' Nesse sentido, quando o yogue recupera a consciência exterior e volta a respirar, seu primeiro ato é inspirar de novo. Assim, durante a meditação no corpo atual, ele passa literalmente pelo processo de morte e ressurreição. 

O yogue pode dessa maneira, mesmo no espaço de uma vida, acelerar o processo de evolução conforme a promessa de Krishna - processo que normalmente exige 'muitos nascimentos' - e rematar a obra há muito encetada mesmo no corpo atual.

Há uma prática mais superficial, porém bastante útil, que devemos associar ao processo respiratório. O momento de consolidar ou provocar um novo estado de consciência é depois de uma inspiração profunda. E o momento de expelir do corpo um pensamento ou hábito indesejado é durante a expiração deliberada - o que faz com que, por assim dizer, esse pensamento se apague no corpo. 'Os hábitos', dizia Yogananda, 'podem ser mudados no prazo de um dia. Eles são simplesmente o resultado da energia concentrada. Direcione essa energia de uma forma nova e o hábito que você quer eliminar desaparecerá num instante.' A respiração é o melhor veículo, se acompanhado de intensa determinação mental, para introduzir em nossa natureza os pensamentos e qualidades que queremos absorver e para excluir aqueles de que desejamos nos livrar. Também nesse caso, cada expiração será uma pequena morte (pelo menos, da qualidade eliminada) e cada inspiração, um pequeno renascimento da nova qualidade que queremos cultivar."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 276/277)
www.pensamento-cultrix.com.br


terça-feira, 6 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (2ª PARTE)

"Por que não apareceu a humanidade perfeita?

Moisés serve-se de uma parábola intuitiva para indigitar a causa desse fenômeno. Essa parábola intuitiva, porém, quando analisada intelectualmente por nós, não nos dá clareza. Quando os exotéricos profanos interpretam a visão esotérica de um iniciado, aparecem muitas obscuridades. Moisés fala simbolicamente do 'sopro de Deus' e da 'voz da serpente' para designar as duas potências que regem todo o homem: o espírito e a inteligência. O homem planejado pelo espírito do sopro de Deus seria um homem perfeito, o Atmam de Buda e da filosofia oriental, o Ish do Talmud judaico.

Mas a voz da inteligência, simbolizada pela serpente, desde o início, barrou a evolução do homem, desviando a evolução espiritual para uma pseudo-evolução intelectual. O sopro de Deus é a 'árvore da vida' - a voz da serpente é a 'árvore do conhecimento do que é bom e do que é mal'.

À primeira vista, parece que a serpente derrotou Deus, que a inteligência derrotou o espírito - e é esta a explicação que os intérpretes profanos e exotéricos dão do Gênesis.

Na realidade, porém, não houve, nem podia haver essa suposta derrota; o espírito de Deus, havendo creado uma criatura de livre-arbítrio, não podia impedir que o homem fosse o senhor do seu destino e se creasse assim como ele queria. O livre-arbítrio, porém, se revela, inicialmente, pela inteligência, eclipsando por muito tempo o espírito - porquanto a evolução principia na periferia e demanda o centro.

Por enquanto, a evolução do homem é meramente intelectual, e não espiritual; a inteligência, em vez de se integrar no espírito, tenta suplantar o espírito. Diz a sabedoria milenar da Bhagavad Gita que 'o ego (inteligência) é o pior inimigo do Eu (espírito), embora o Eu seja o melhor amigo do ego'.

Até hoje, através de séculos e milênios, o ego intelectual (serpente) guerreia o Eu espiritual (Deus). Em consequência dessa prevalência da inteligência negativa sobre o espírito positivo, a humanidade está sujeita a doenças e à morte. Mas, quando o Eu divino integrar em si o ego humano, realizar-se-á o que Moisés vislumbrou num futuro longínquo: O aparecimento do homem perfeito, sem males nem morte. O homem da presente humanidade, dominada ainda pela serpente intelectual, é chamado por Jesus 'filho de mulher' ao passo que o homem da nova humanidade denominado pelo espírito de Deus, é chamado 'Filho do homem', do qual era Jesus o representante antecipado. Possivelmente, Moisés foi também um precursor da nova humanidade, razão porque a teologia judaica o chama Ish (Atmam, Eu), e não Adam (Aham, ego). (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 23/24


quarta-feira, 24 de junho de 2015

OFEREÇA-SE POR INTEIRO A DEUS

"(7:16) Aqueles que procuram abrigo em Mim, ó Arjuna, são de quatro tipos: os infelizes; os ansiosos por sabedoria; os ávidos de poder (neste ou em outro mundo) e os (já) perfeitamente sábios.

Na guerra, os soldados costumam dizer: 'Não há ateus na trincheira.' Muitas pessoas que se voltam para Deus fazem-no em tempos de aflição. (Elas se perguntam por que Deus permite tanto sofrimento! Mas que outro incentivo haveria para que O procurassem em busca de ajuda?)

Perplexos ante os incontáveis absurdos da vida, uns poucos (aqueles que se cansaram de brandir o punho para Deus) procuram-no a fim de entender o que se passa. 'Por quê?', perguntam sem cessar. Quando essa pergunta é feita com sinceridade, as respostas começam a surgir: nos livros; por boca de professores letrados; nos ensinamentos de mestres com variado grau de compreensão nascida da experiência. Mas somente quando a pessoa deseja realmente saber é que Deus lhe envia alguém que, ele próprio, sabe: um autêntico guru.

Muitas vezes, no caminho para a sabedoria, as pessoas se desgarram em consequência da ânsia de adquirir poderes e presenciar milagres. Correm para sessões espíritas. Procuram taumaturgos. Espalham boatos (especialmente na Índia) sobre cada 'santo' que conheceram e viram operar maravilhas. Adquirir poder sobre a matéria ou o mero desejo de ostentá-lo pode mantê-los durante várias encarnações presos à rede da ilusão.

Finalmente, aqueles que procuram perfeição na sabedoria, deixando de parte todos os outros 'atrativos', oferecem-se por inteiro a Deus. Esses, dentre todos os virtuosos, são os que mais agradam a Deus."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 301/302)
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quarta-feira, 3 de junho de 2015

REQUISITOS DE UM VERDADEIRO KARMA IOGUE

"Karma significa 'ação'; karma yoga é o caminho para unir o pequeno eu com Deus por meio da atividade desinteressada. Se alguém quiser conhecer Deus neste mundo, sempre se esforçará para fazer o que é correto, o que é bom, o que é construtivo; e como Paramahansaji disse: 'Pense sempre que aquilo que você está fazendo é para Deus'.

Cada um tem suas obrigações a cumprir, obrigações que lhe foram dadas por Deus e pela lei cármica, mediante os efeitos de suas ações passadas. Ele precisa cumprir essas responsabilidades e não fugir delas, fazendo o melhor possível, ao mesmo tempo em que mantém completa fé na sabedoria e na orientação de Deus. Quando alguém age para si, identifica-se com o pequeno ego. Mas quando entrega tudo a Deus, percebe sua unidade inata com o Espírito. Só poderá alcançar a perfeição por meio da karma yoga aquele que oferecer todos os frutos de suas ações a Deus. Este é um ponto muito importante a lembrar."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-realization Fellowship - p. 118/119)


segunda-feira, 23 de março de 2015

SE VOCÊ SOFRE, MEUS PARABÉNS (1ª PARTE)

"É raro encontrar entre as grandes figuras da arte, da ciência, da literatura, da política, da santidade aqueles que não tiveram uma longa vida de vicissitudes, necessidades e sofrimentos.

Alfred Adler, psicanalista americano, defende a tese de que o 'sentimento de ser inferior' é o que move o homem a progredir e buscar vencer. São as insuficiências, as carências desta ou daquela espécie que suscitam o esforço criador, o impulso para a superação.

Frequentemente pessoas sofredoras me pedem orientação, apoio e conforto. Escuto em silêncio, e com interesse, e quanto mais simpatia em mim vão sentindo, mais intensamente esperam palavras de piedade. Tenho escutado relatos comoventes, descrições ansiosas de transes bem dramáticos e até confissões de inusitados vícios.

Tenho recebido confidências e queixas que, de tão horríveis, parecem fantásticas. Fico perplexo diante das muitas carrancas que a dor apresenta. Quanto sofrimento neste mundo! Há dramas e tragédias, misérias e degradação em tantos que me recordo do princípio budista de que basta existir para ser presa da dor. Terminada a entrevista, sentindo-se um pouco melhor por ter aliviado a tensão, com a abertura das comportas, é natural o confidente desejar expressões piedosas de condolências ou a declaração de que 'não existe quem sofra tanto quanto você', ou palavras como 'coitadinho'. Costumo frustrar tal expectativa, dizendo com a maior sinceridade: 'Meus parabéns!'

Se não adiantasse logo as razões de meu proceder, por certo, merecia ser chamado de 'insensível' ou mesmo debochado, pois não se deve fazer troça dos dramas do próximo. Apresso-me em desmanchar a cara de perplexidade e decepção do interlocutor, completando: Se seu sofrimento e dificuldades são tão grandes, meus parabéns!, porque você conta com um dos fatores indispensáveis para progredir, você tem aquilo que pode levá-lo a superar a si mesmo, você conta com o que faz o ser humano realizar-se, tornando-se melhor, transformar-se, curar-se, vencer a distância que o separa da Perfeição. Você tem aquilo sem o qual o ser humano se deteriora na estagnação, ou mesmo regride. Você tem a arma da vitória, que é o desafio do sofrimento. Você alcançou reconhecimento de algo essencial a realizar. A dor impulsiona o engrandecimento. Suas dificuldades, imperfeições ou misérias lhe são um desafio. Você tem um desafio. Aceite-o. Enfrente-o. Aproveite-o para sua evolução. Aceita sua situação difícil não como uma desgraça e motivo para lamuriar-se; não como algo que vai destruí-lo, mas como a condição para desenvolver suas potencialidades. É no sofrimento de fogo e martelada que um pedaço de ferro bruto é transformado em um objeto de beleza ou utilidade. A falta de pernas faz nascer asas no verdadeiro homem. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 198/199)


sábado, 21 de março de 2015

A LIÇÃO DA REENCARNAÇÃO

"Disse Paramhansa Yogananda: 'Por que uma criança nasce paralítica? Só a reencarnação pode explicar esse fato de maneira satisfatória. As pessoas olham para o bebê como se se tratasse de um 'bebê frágil, inocente', porém, em alguma vida passada, essa personalidade deve ter transgredido a lei de Deus. Essa transgressão o privou da consciência de ter pernas perfeitas. Desse modo - e devido ao fato de a mente controlar o corpo - quando essa pessoa voltou novamente para um corpo físico, ela não foi capaz de desenvolver as pernas de maneira perfeita, e nasceu deficiente física.

'Por que uma pessoa nasce com deficiência mental e outra com inteligência? Deus seria muito injusto se permitisse que essas coisas acontecessem sem uma causa. Entretanto, uma causa. Pois quem somos agora é consequência das nossas ações passadas em várias épocas.

'Somos imortais no espírito, porém, na nossa personalidade, não podemos reivindicar a consciência dessa imortalidade até que as nossas imperfeições humanas tenham desaparecido. Trabalhar com nós mesmos equivale a talhar e a polir a pedra insignificante numa estátua, até o momento em que a imagem que estava oculta se revele em toda a sua perfeição.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 82)
www.editorapensamento.com.br



sábado, 21 de fevereiro de 2015

TORNAR-SE COMO AS CRIANCINHAS

"Muitos que leem estas instruções talvez se surpreendam por sua extrema simplicidade, e quiçá as desdenhem por lhes parecerem insuficientes para guiar e auxiliar as pessoas na imensa complexidade da civilização moderna. Mas quem assim pensa esquece-se de que é da essência da vida do discípulo que ele ponha de lado toda esta complexidade, para que ele, como disse o Mestre, 'saia de seu mundo para o nosso', e penetre num mundo de pensamento em que a vida é simples e a direção retilínea, em que o certo e o errado estão mais claramente definidos, em que as perspectivas que se abrem diante de nós são corretas e inteligíveis. É a vida simples que o discípulo tem de viver; é a própria simplicidade que ele alcança que lhe torna possível o progresso superior. Fizemos de nossa vida um cipoal de incertezas, uma massa de confusão, uma tormenta de correntes cruzadas, em que os fracos caem e naufragam; mas o discípulo do Mestre deve ser forte e são, deve tomar sua vida nas próprias mãos e torná-la simples como a divina simplicidade. Sua mente deve ser expurgada de todas essas confusões e ilusões fabricadas pelo homem, e dirigir-se reta como uma flecha para seu alvo. 'Se não vos converterdes e não vos tornardes como criancinhas, não entrareis no reino do céu.' (...)

Vê-se por esses extratos quão elevado é o ideal que o Mestre coloca diante de seus discípulos. Para alguns deles talvez isso pareça ser o que em teologia se chama um conselho de perfeição, isto é, uma meta ou condição impossível de se alcançar perfeitamente por ora, porém, a que devemos visar constantemente. Mas todos os aspirantes anelam elevar-se, conquanto nenhum seja ainda capaz de realizar sua aspiração, pois se o fosse, não necessitaria passar por novas vidas terrenas. Estamos muito longe de ser perfeitos, mas as pessoas jovens que possam ser aproximadas mais estreitamente dos Grandes Seres têm uma maravilhosa oportunidade, precisamente por causa de sua juventude e plasticidade. Para elas é muito mais fácil do que aos velhos eliminarem tudo quanto seja impedimento. Se podem cultivar o hábito de tomar o ponto de vista certo, de agir por motivos corretos, e de estar na atitude correta, durante toda a sua vida, eles se aproximarão firmemente cada vez mais do ideal dos Mestres. Se o discípulo posto em prova pudesse ver em consciência vigílica as imagens viventes forjadas pelo Mestre, compreenderia a importância do que talvez pareçam pormenores insignificantes."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 89/90)


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O ÚNICO CAMINHO PARA A FELICIDADE

"Precisamos compreender que somos a alma perfeita, imortal. As imperfeições que manifestamos por meio de nossos hábitos e humores, por meio da doença e do fracasso, não são parte de nossa verdadeira natureza. Identificamo-nos tão profundamente com a consciência mortal que, irrefletidamente, aceitamos suas limitações. Acho que deveríamos orar: 'Senhor, ajuda-me a perceber que não sou este corpo, nem meus humores e hábitos. Faz-me saber que sou sempre teu filho, feito à Tua imagem perfeita.'

Um dia, durante a meditação, eu lamentava o fato de haver tanta imperfeição em mim quando, de repente, ouvi a doce voz da Mãe dizendo: 'Mas tu me amas?' Imediatamente, todo o meu ser ficou transbordando de amor por Ela. Desse dia até hoje, minha mente tem se absorvido num único pensamento: 'Estou cheia de amor por minha Mãe Divina, e nesse amor minha vida se entrega a Ela, para arranjar-se como Ela deseja'. Nela tenho completa fé; sei que Seu amor nunca me faltará.

Deus ama a todos vocês da mesma maneira. A luz do sol brilha igualmente no carvão e no diamante. Não se pode dizer que o sol é parcial, porque o diamante reflete mais luz do que o carvão. De modo semelhante, a luz solar do amor de Deus brilha igualmente em todos. Precisamos nos tornar como o diamante que recebe e reflete a luz Dele.

Incessantemente, cante o nome do Divino, não de forma distraída, mas com atenção total. A comunhão com Deus exige nossa concentração máxima. Não importa o que estejamos fazendo externamente, nossa mente mais profunda pode absorver-se apenas no Único, sussurando sempre: 'Tu és meu único amor'."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 150/151)


quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

DESPERTE EM DEUS PARA SE LIVRAR DA ILUSÃO (1ª PARTE)

"Este é o melhor caminho: depender mais do Senhor. O poder de Deus é supremo. A melhor chave para a cura divina é acreditar nesse poder ilimitado, percebendo, ao mesmo tempo, que o corpo é um sonho, sem lhe dar muita atenção. Para que exagerar? Cuide do corpo de maneira razoável, e depois esqueça. É isso que Cristo quis dizer quando falou: 'Não estejais apreensivos pelo corpo...' E observe sempre o Senhor - mantenha a mente em Deus - para que ele possa lhe mostrar que este mundo é Seu sonho. Seja razoável e sadio, não negando o corpo mas vivendo de tal maneira no pensamento do Senhor que, de repente, Ele cortará as cordas da ilusão e você verá que o frágil corpo que receia machucar é um concento mental de Deus, e você nada tem a temer. Este é o estado de perfeição. É por isso que Jesus disse: 'Derrubai este templo [o corpo], e em três dias o levantarei'. Cristo percebeu o que estou dizendo: que tudo é mente.

Para a maioria das pessoas, a sugestão do karma é tão forte que não conseguem entender este princípio divino. Mas pense em quantas vezes você já nasceu na Terra com um corpo físico, criando e superando maus hábitos; vivendo alegrias e sofrimentos, prazer e dor, velhice e morte. Por quanto tempo mais você continuará a passar por esta auto-hipnose? Acabe com ela. Krishna ensinou: 'Sai deste mar de sofrimento, ó Arjuna!'¹ Una-se ao Senhor Supremo. Desperte em Deus. Assim que estiver desperto no Senhor, não temerá mais nada. (...)"

¹ 'Para esses cuja consciência está fixa em Mim, Eu logo Me torno seu Redentor, para tirá-los do mar dos nascimentos mortais (Bhagavad Gita XII:7)

(Paramahansa Yoganada - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 172/173)


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SOMOS A SENDA

"Em certo sentido, somos já perfeitos e divinos nesse exato momento. Nosso verdadeiro Eu, nosso verdadeiro Ser não é o fugaz e sempre mutável vislumbre que chamamos presente, senão que abarca todo o nosso passado e todo o nosso futuro. É o completo existir com todo o seu ciclo de evolução nele contido. Assim é que somos tanto homens primitivos quanto homens perfeitos; e aquilo por que nos esforçamos, em realidade, já é nosso; o segredo da evolução consiste em nos tornarmos o que somos. Somente assim podemos compreender o significado de outras máximas ocultistas, como a de que ‘nós mesmos devemos nos tornar a Senda’. Isso é completa verdade e, contudo, só a compreendemos quando em nossa consciência como Egos consideramos a meta, o desígnio de perfeição, a conquista do Adeptado, não como algo estranho e muito distante, do qual temos de nos aproximar de fora, mas como nossa divindade interior, nosso próprio Ser mais íntimo.

Quando reconhecemos o que significa converter-nos na Senda, também saberemos que nada terreno poderá se interpor entre nós e nossa meta, pois a vimos e nos tornamos unos com ela. É como se houvéssemos visto nossa própria divindade e como se a meta estivesse no centro de nosso Ser. A Senda da Perfeição se converte, então, no desenvolvimento de nossa divindade."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 50/51)


sábado, 22 de novembro de 2014

OS TRÊS ESTÁGIOS DA DÚVIDA

"A dúvida tem três estágios: ausência da dúvida, a presença inteligente da dúvida, a presença excessiva da dúvida. 

A ausência da dúvida gera pessoas psicopatas. Quem nunca duvida de si mesmo, quem se acha infalível e perfeito nunca terá compaixão dos outros. A presença inteligente da dúvida abre as janelas da inteligência e estimula a criatividade e a produção de novas respostas. A presença excessiva da dúvida leva as pessoas a retrair sua inteligência e suas atitudes pela insegurança. Tornam-se excessivamente tímidas e autopunitivas.

A dúvida inteligente esvazia o orgulho. Jesus contava ricas parábolas levando as pessoas a confrontar-se com seu orgulho e rigidez, desse modo ele objetivava estimular o espírito delas e romper seu cárcere intelectual. Ele respondia a perguntas com perguntas e quando dava respostas elas sempre abriam os horizontes dos pensamentos. Era um grande mestre da educação e seus discursos formavam e não informavam.

Alguns têm títulos de doutores, mas são reprodutores de conhecimento, repetem o que estudaram, falam o que os outros produziram. Precisamos de poetas da vida nos recônditos da sociedade. Precisamos ser engenheiros de novas ideias. Precisamos surpreender as pessoas e ajudá-las a mudar os alicerces da sua história.

Quem andava com Jesus Cristo estilhaçava constantemente seus paradigmas. Não havia rotina. Ele incendiava o espírito e a alma das pessoas. Seus gestos e comportamentos surpreendiam tanto seus discípulos que, pouco a pouco, foram lapidando suas personalidades. Você surpreende as pessoas e incendeia o ânimo delas ou as bloqueia?"

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia da Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 23/24)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (4ª PARTE)

O Iluminado em discernimento

"Vivekananda foi um líder religioso, fundador da Missão Ramakrishna. Nasceu em 12 de janeiro de 1863, em Calcutá. Ele se tornou um discípulo de Ramakrishna, porque este preencheu suas exigências de um mestre que, apesar de suas experiências diretas com Deus, desse ensinamentos que não contradissessem a razão. (...)

Em 1893, Vivekananda representou o hinduísmo no Parlamento Mundial das Religiões, em Chicago, onde ele pregou a unidade da existência, a divindade da alma, a não-dualidade do supremo e a harmonia das religiões.

Vivekananda inaugurou o movimento Vedanta nos Estados Unidos e visitou a Europa.(...)

Ele morreu a 4 de janeiro de 1902, aos 39 anos.

O Grande Iniciado

Abhedananda foi um outro fiel discípulo de Ramakrishna, amigo pessoal de Vivekananda. Além de ter conseguido a perfeição em ioga, deixou obras sobre esse assunto, expressando exclusivamente seus conhecimentos e experiências pessoais. Escreveu sobre a essência a verdadeira compreensão da ioga, tornando os ensinamentos dessa ciência milenar claros e compreensíveis.


O Poeta Iluminado

Rabindranath Tagore foi um escritor bengali, nascido em Calcutá, em 1861. Descendente de família rica e aristocrática que desempenhou papel importante, muito ativo, no reflorescimento védico no início do século XIX, educado no clima de fermentação espiritual e social que caracterizava a Índia de então. Rabindranath descobriu o mundo ocidental ao ir estudar Direito na Inglaterra em 1879. Em 1880 teve início sua verdadeira iniciação literária, profundamente mística. Sua principal preocupação já nessa época era encontrar um traço de união entre a cultura do Oriente e a do Ocidente e em seu espírito se forjava um novo humanismo que resultaria na fundação, em 1921, da Universidade Viçva Pharati, para o ensino da música, dança, belas-artes e artes decorativas (...).

Ele morreu em 1941."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)

terça-feira, 5 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (1ª PARTE)

"Quando o ser atinge a perfeição real e verdadeira, torna-se essência. Assim sabe evitar o que é desnecessário, rompe as ligações materiais, reconhece a verdade, passa a ter o verdadeiro e único discernimento e os grandes sentimentos interiores e inerentes ao ser comum são despertados em sua absoluta grandeza e a verdadeira essência divina pode florescer, surgindo daí os grandes iluminados, portadores de dons divinos. (...)

A biografia e as experiências pessoais de cada um desses seres traz grande conhecimento espiritual.

É importante lembrar que foram eles que mostraram à humanidade o verdadeiro caminho do amor, da sabedoria, do progresso, da harmonia e da paz espiritual.

Entre eles, há pobres e ricos, mas nenhum precisou de seus bens materiais para a sua autorrealização e iluminação. Todos a obtiveram por seus atos e feitos nobres, humildes mas profundos, e também pelo alcance de uma grande harmonia espiritual.

Pudesse o homem de hoje, através das práticas de raja ioga, seguir os passos e os exemplos desses verdadeiros mestres. Esse talvez fosse o primeiro passo para a criação de uma nova ordem, onde todos pudessem viver livres, felizes, amando e jamais odiando, tendo o direito à verdadeira dignidade e justiça e, acima de tudo, gozando de plena harmonia espiritual.

O Iluminado Buda

Siddharta Gautama, o Buda ou Iluminado, nasceu em 563 a.C. e morreu 483 a.C. Filho do príncipe Suddhodana, Buda abandonou a família, as glórias e riquezas que possuía, para seguir a vocação ascética que lhe foi despertada ao ver um funeral, um doente e um asceta vagabundo. Retirou-se na selva para meditar sob a orientação dos brâmanes e iniciar seu caminho na busca da verdade. Depois de passar por muitas provas, Buda alcançou a iluminação interior e reconheceu as chamadas Quatro Verdades. Seu primeiro sermão foi proferido no Jardim das Gazelas, perto de Benares, em 530 antes de Confúcio. Durante cerca de 40 anos pregou na Índia setentrional seus ensinamentos, que só foram escritos a partir do séc. II a.C. Ao morrer, deixou uma florescente comunidade de monges e milhares de seguidores de uma doutrina (dharma) de serenidade, ternura e aceitação estoica do mal, cuja essência é atingir a libertação ou a iluminação, o nirvana, que é a libertação do círculo vicioso do viver-morrer-reviver."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)


sábado, 2 de agosto de 2014

CAMINHOS PARA A PERFEIÇÃO

"Há duas rotas para a perfeição: prece e meditação. A prece faz de você um suplicante aos pés de Deus. Dhyana (meditação) induz Deus a descer até você, e o inspira a ascender até Ele. A meditação tende a juntar Deus e você, não colocar um em nível inferior e o outro em nível superior. Dhyana é a estrada real para a libertação da servidão humana, não obstante pela prece também se possa colher o mesmo fruto. A meditação requer concentração, após o controle sobre os apelos dos sentidos. É preciso que você tenha diante de seu olhar interior um retrato da Forma Divina que escolheu para contemplar. Ou, se preferir, uma chama, uma firme e vertical chama de vela ou lamparina. Mentalize a chama como a expandir-se para todos os lados, tornando-se cada vez maior, envolvendo tudo e todos, crescendo dentro de você, até que não haja mais nada a não ser Luz. Na Glória da Luz oniabarcante, todo ódio e inveja, que são o mal, progênie da treva, se extinguirão. Saiba que a mesma luz (Jyotir) está em todos. Mesmo aquele a quem você andou tratando como seu pior inimigo tem a mesma Luz no mais íntimo do coração."

(Satya Sai Baba - O Caminho Interior - ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 101/102)

NOSSO POTENCIAL INFINITO (2ª PARTE)

"(...) O ímpeto para ser e fazer o que seja o mais nobre o mais belo do que sejamos capazes é a mola propulsora de todas as realizações elevadas. Empenhamo-nos pela perfeição aqui na Terra porque ansiamos por recuperar nossa unidade com Deus. A alma é absolutamente perfeita, mas quando se identifica com o corpo, como ego, as imperfeições humanas distorcem sua expressão. (...) A yoga nos ensina a conhecer a natureza divina em nós mesmos e nos outros. Por meio da meditação iogue podemos ter consciência de que somos deuses.

O reflexo da lua não pode ser visto claramente em águas agitadas, mas quando a superfície da água está calma, aparece um reflexo perfeito da lua. O mesmo acontece com a mente: quando está tranquila, vê-se claramente refletida a face enluarada da alma. Nós, como almas, somos reflexos de Deus. Quando, por meio de técnicas de meditação, eliminamos os pensamentos inquietos do lago da mente, contemplamos nossa alma - reflexo perfeito do Espírito - e compreendemos que a alma e Deus são Um.

A Autorrealização é o conhecimento - percebido mediante o corpo, a mente e a alma - de que somos um com a onipresença de Deus, de que não temos de orar para que ela venha a nós, de que não estamos, meramente, sempre próximos dela, mas de que a onipresença de Deus é nossa própria onipresença, de que somos parte Dele agora, tal qual haveremos sempre de ser. Só o que precisamos é aperfeiçoar nosso conhecimento.

Concentre sua atenção no seu interior. Você sentirá um novo poder, uma nova força, uma nova paz - em seu corpo, mente e espírito. (...) Comungando com Deus, você muda sua condição de ser mortal para ser imortal. Quando fizer isso, todos os liames que o limitam serão rompidos. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 05/06)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O CAMINHO DA ESPIRITUALIDADE (PARTE FINAL)

"(...) A última das qualificações é Mumukshutva, geralmente traduzida por um ‘intenso desejo de libertação da Roda de nascimentos e mortes’, e um desejo de ‘união com o Supremo’. O livro Aos Pés do Mestre, plenamente recomendável para os interessados no assunto, apresenta-a como sendo o Amor e, ao contrário de outras definições rebuscadas e complexas, define-o como ‘ser cuidadoso para não causar dor a nenhum ser vivo; e (...) estar sempre vigiando por uma oportunidade de prestar auxílio.’ (...) É, na verdade, um desejo de união com o Supremo, com Deus, de modo que o aspirante, por sua total entrega, torna-se um canal purificado por onde as bênçãos e a força da Divindade possam fluir, alcançando seus semelhantes. Quanto maior é o avanço na Senda, maior o altruísmo, mais pleno e intenso é o sentimento de Amor por todos os seres.

Certamente não é exigida do aspirante a perfeição nessas qualificações, mas ele as deve ter incorporado em seu viver numa medida considerável. Dessa forma, quando a necessária preparação foi feita, o aspirante encontra-se pronto para a experiência crucial do Caminho, para uma profunda transformação interior conhecida pelo nome de ‘Iniciação’.

‘Iniciação’ significa um novo começo, a vida numa nova direção, onde a importância pessoal cede lugar a um profundo sentimento de integração com vida e a disposição de colocar-se a serviço da Lei que é Suprema Sabedoria e Perfeição. (...)"

(Ricardo Lindemann & Pedro Oliveira - A Tradição-Sabedoria, uma introdução à filosofia esotérica - Ed. Teosófica, Brasília, 3ª edição - p. 146/148)


sexta-feira, 13 de junho de 2014

BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, PORQUE ELES VERÃO A DEUS (1ª PARTE)

"Encontramos em qualquer religião dois princípios básicos: o ideal de realização e o método para realizar-se. Qualquer escritura do mundo tem proclamado a verdade de que Deus existe e de que a finalidade da vida do homem é conhecê-Lo. Todo grande mestre espiritual tem ensinado que o homem precisa conhecer Deus e renascer em espírito. No Sermão da Montanha, a realização desse objetivo vem expressa como a perfeição em Deus: 'Sede perfeitos como vosso Pai que está nos céus é perfeito.' E o método de realização que Cristo ensina é a purificação do coração que leva a essa perfeição.

Qual é essa pureza que precisamos ter antes que Deus se revele a nós: Todos nós conhecemos pessoas que poderíamos descrever como puras - no sentido ético - mas que não têm visto Deus. Por quê? A vida ética, a prática decidida das virtudes morais, se faz necessária como preparação para uma vida espíritual, sendo portanto, ensinamento fundamental de qualquer religião. Todavia, isso não nos habilita a que vejamos a Deus. É como o alicerce de uma casa; não é a estrutura superior.

Como testar a pureza? Procure pensar em Deus, exatamente neste momento. O que você encontra? O pensamento da presença dele passa por nossa mente, talvez como um relâmpago. Seguem-se depois muitas distrações. Você acaba pensando em tudo o mais que há no universo, menos em Deus. Tais distrações evidenciam que a mente é ainda impura e que não está preparada  para receber a visão de Deus. As impurezas consistem em diferentes impressões que a mente foi acumulando através de sucessivos nascimentos. As impressões foram criadas e armazenadas no inconsciente da mente, como consequência de ações e pensamentos individuais, representando em sua totalidade o caráter da mente. Importa dissolver por completo essas impressões antes que se possa considerar a mente purificada. São Paulo refere-se a essa revisão mental em sua Epístola aos Romanos, ao dizer: '...busquem transformar-se através da renovação da mente'. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta -Ed. Pensamento, São Paulo - p.29/30)
www.pensamento-cultrix.com.br


domingo, 1 de junho de 2014

DEUS É O TESOURO QUE O HOMEM PERDEU

"Muitas influências alimentam seus desejos. Quando vê um novo modelo de carro, você o quer. Quando vê um novo tipo de casa, você a deseja. Um novo estilo de roupa aparece e, imediatamente, você quer seguir a moda. De onde vêm esses desejos? Eu costumava sentar-me durante horas, ponderando sobre isso. Pode você classificar todos os seus desejos? Eu selecionei os meus, conservando apenas os bons e quando obtive o contato com Deus, descobri que todos os bons desejos foram satisfeitos de uma só vez. Hoje você deseja isso e amanhã suspira por aquilo. Sua mente, originária de Deus onipotente, não se satisfaz com as ofertas do mundo; ela nunca se satisfará, porque você perdeu o tesouro mais rico de sua alma, o único que pode satisfazer todos os seus desejos - Deus.

É verdade que existem alguns desejos bons e necessários, e você deve esforçar-se por satisfazê-los. Porém, enquanto luta pelos pequenos desejos, jamais se esqueça de satisfazer primeiro o supremo desejo - por Deus. A crença na necessidade de realizar, prioritariamente, desejos e deveres menores é a maior ilusão do homem. Lembro-me bem que, durante o treinamento como jovem discípulo de meu guru, Swami Sri Yukteswarji, todos os dias eu prometia a mim mesmo: 'Amanhã meditarei mais.' Um ano inteiro se passou, antes que eu compreendesse que continuava adiando o propósito. Imediatamente, decidi que minha primeira atividade pela manhã, seria a higiene diária, seguida por uma longa meditação. Mesmo assim, mal eu me espreguiçava, tornava-me presa dos afazeres e atividades diárias. Foi então que resolvi meditar antes de tudo. Assim, aprendi uma grande lição: em primeiro lugar, vem o meu dever para com Deus e, em seguida, cuido de todos os deveres menores. Por que não? Deus diz: 'Por que Eu lhe abriria as portas da eternidade, se você coloca outros deveres antes de Mim?' Se não se eleva às alturas do espírito, que valor tem você? Nada tem para oferecer a Deus ou aos homens.

Portanto, busque-O em primeiro lugar. Dar maior importância às obrigações terrenas é um raciocínio falso, pois a qualquer momento o anjo Gabriel poderá chamá-lo - a qualquer instante, você poderá ser tirado daqui. Por que então dar tanta importência à vida? Sua vida é muito peculiar. Você pensa que está muito seguro. De repente, um ente querido morre ou você perde a saúde e toda a segurança desaparece. Como amei minha mãe e como pensei que sempre estaria comigo, e - subitamente - descobri que ela se fora! Não tenha medo da morte, mas esteja preparado para ela.

A vida não é o que aparenta ser. Não confie nela, pois é ardilosa e cheia de decepções. A perfeição não se destina a ser encontrada aqui. Não estou dando uma idéia falsa da vida. Aqui não é o reino de Deus; é o laboratório de Deus, onde Ele testa almas para ver se elas superam os desejos maus com os bons, e fazem Dele o supremo desejo, de modo que possam voltar para Seu reino."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 125/126)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/eterna-busca-do-homem.html